Revista Vida Bebë - Edição 16

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Envelhecimento da pele Dra. Ligia R. Giacon CRM - 79750 Dermatologista Antes de sair correndo em busca do último lançamento do mercado para combater os efeitos do envelhecimento cutâneo é importante conhecer os dois tipos do processo que, com mais ou menos intensidade, podem atingir a todos nós. É importante ainda ter ciência de que, apesar do leque de opções, somente o médico indicará o melhor tratamento específico para cada pele. Segundo a dermatologista Ligia Giacon, o envelhecimento cronológico, determinado por fatores internos como características genéticas, hormonais e imunológicas da própria idade, é um processo natural de degeneração dos tecidos. “A pele tende a ficar mais fina, com menor elasticidade e perda da hidratação”, explica. Já o envelhecimento extrínseco é associado aos fatores externos, como repetida exposição aos raios solares, tabagismo, estresse e poluição. “A pele tende a ficar áspera, amarelada, com rugas finas e profundas, além de sofrer alterações da pigmentação (manchas acastanhadas ou esbranquiçadas), proliferação de pequenos vasos (telangiectasias) e diminuição da elasticidade”, afirma. Diante das complexidades, a abordagem terapêutica da pele envelhecida inclui atitudes preventivas e corretivas. PREVENÇÃO Segundo a médica, a partir dos 25 anos entramos em uma curva des60

cendente de produção de colágeno e, portanto, ficamos mais suscetíveis aos fatores indutores do envelhecimento cutâneo. Por isso, alguns cuidados são fundamentais como o uso de hidratantes, que conferem à pele maior elasticidade e resistência às agressões. Fatores climáticos como vento, umidade baixa, sol e frio podem aumentar a evaporação de água através da pele. Dessa forma, banhos muito quentes e prolongados e o uso excessivo de sabonetes reduzem o manto lipídico e consequentemente a hidratação natural da pele. “A pele ressecada pode ter sua função de proteção diminuída, fica mais frágil e predisposta à ocorrência de coceiras, lesões avermelhadas, descamativas e ásperas no corpo”, esclarece. Portanto, devemos evitar banhos quentes e prolongados, usar pouco sabonete, preferindo os neutros e líquidos. Na lista do que deve ser evitado também aparece o fumo, pois o tabagismo induz ao aparecimento precoce de rugas porque diminui a irrigação sanguínea da pele e produz radicais livres que lesam as células sadias do organismo; e o bronzeamento artificial, porque induz envelhecimento precoce e, em longo prazo, o câncer de pele. A proteção solar configura um fator fundamental na prevenção do envelhecimento cutâneo e do

câncer de pele. “A exposição ao sol pode causar sérios problemas, a curto e longo prazos, como queimaduras, acentuação de manchas, alergias associadas às radiações solares e ao uso de medicações e cosméticos que interagem com a luz solar. Além disso, provoca o envelhecimento precoce, lesões pré-cancerosas e pode causar o câncer de pele”, adverte. A especialista recomenda o uso de produtos com Fator de Proteção Solar (FPS) no mínimo de 30 em todas as áreas expostas ao sol, inclusive lábios. Também é importante usar filtros de amplo espectro, ou seja, aqueles capazes de proteger raios UVA e UVB. “Esses produtos devem ser aplicados 30 minutos antes da exposição, reaplicados a cada duas horas e após os banhos de piscina ou de mar”, aconselha. A proteção física também é essencial, com uso de óculos de sol, bonés, chapéus e roupas que absorvam melhor a radiação solar, de preferência tecidos escuros e de trama fechada. O horário de exposição indicado é antes das 10h e após as 15h. “É importante salientar que o sol que tomamos no dia a dia, ao andar na rua, no trabalho ou em locais abertos, tem um efeito cumulativo. Essas pequenas doses diárias, com o passar dos anos causam prejuízo à pele. Daí a importância do uso de foto protetores diariamente desde a infância”, recomenda.


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