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EDUCAÇÃO

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HORÓSCOPO RÚNICO

HORÓSCOPO RÚNICO

E D U C A Ç Ã O O PROTAGONISMO DA MULHER NA SEMANA DE ARTE MODERNA DE 1922

Moacir Castro (11) 9.7544- 1682 moasilcas@gmail.com

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Neste mês de março trago para reflexão o Dia Internacional da Mulher, uma data histórica e que deve ser celebrada com luta por mais respeito, dignidade e principalmente espaço para as Mulheres. Falemos um pouco portanto sobre a Mulher na Semana de 1922. Há 100 anos a Semana de Arte Moderna acontecia em São Paulo, a data exata não é consenso entre os historiadores, mas estima-se que ocorreu entre os dias 11 e 17 de fevereiro de 1922. O movimento reuniu expoentes das diferentes vertentes da arte, como artistas plásticos, músicos, poetas, escritores, entre outros, e mudou a história cultural do Brasil. Além de propor uma maneira ressignificada de fazer e ver a arte, os participantes influenciaram sobretudo o comportamento da época. Eles provocaram a sociedade paulistana (especialmente os grupos mais conservadores) a pensar de uma maneira mais vanguardista. Fizeram obras que fugiam do tradicional academicismo de até então, e questionaram os valores até então consagrados da família brasileira. Parte dessa mudança estava na inclusão das mulheres (ainda que timidamente) na raiz do movimento. Apesar de apenas três terem participado do evento, pois, Anita Malfatti e Zina Aita expuseram quadros e Guiomar Novais tocou Chopin no piano, elas foram pioneiras, pois usaram técnicas artísticas que não eram consideradas “de bom tom” para as mulheres adotarem. Apesar do número pequeno, o passo foi grande quando se contextualiza o período histórico. Às mulheres até então não era nem permitido votar, de modo que esse direito só foi concedido 10 anos depois, portanto o voto feminino no Brasil

tem 90 anos recém completados agora em fevereiro passado. Elas eram criadas para casar e ter filhos. Fazer quadros para expor já era considerado um verdadeiro escândalo, participar de um movimento vanguardista era ainda mais improvável. Elas provocaram mudanças no comportamento feminino que só foram ser sentidos anos depois. Pagu, por exemplo, que entrou no movimento anos mais tarde, foi influenciada por essa geração de mulheres que se transformaram nos grandes nomes do modernismo. Há quem acredita que o movimento não seria o mesmo sem a participação delas, e eu concordo em gênero, número e grau com essa afirmação. Afinal, foi Anita Malfati a primeira modernista a fazer uma exposição no Brasil, antes mesmo de qualquer um dos outros integrantes homens. Em 1917, recém-chegada de estudos no exterior, ela resolveu expor suas criações inspirada no expressionismo alemão. Além de não pintar paisagens sem graça e temas religiosos (o que se esperava das mulheres que ousavam serem artistas), Anita representou alguns nus masculinos com gestos femininos. Ela foi duramente criticada pelos jornalistas na época, principalmente por Monteiro Lobato, que ainda não era um grande escritor de histórias infantis, no artigo “Paranoia ou mistificação?” Pesquisem e vejam que existem outras tantas mulheres que foram e são importantíssimas para pensarmos as Artes e a Cultura brasileira. Os meus parabéns a todas as Mulheres e a minha gratidão por vocês existirem e serem tão necessárias para a nossa humanidade. Uma pena que esse mundo extremamente machista no qual vivemos ainda teima em não dar o devido valor a vocês. Abraços a todas e o desejo de dias melhores, em todos os aspectos. Aos demais leitores, cuidem-se e até breve!

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