REVISTA TÊXTIL 786

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EDITORIAL

OPORTUNIDADES E TENDÊNCIAS

Bem-vindos à edição mais recente da nossa revista dedicada ao vibrante e sempre dinâmico mercado têxtil. Este é um setor que constantemente se reinventa, moldado por tendências globais, avanços tecnológicos e, é claro, oportunidades de negócios emocionantes que surgem em diversos cantos do mundo.

Nesta edição, estamos particularmente entusiasmados em destacar as oportunidades de negócios que estão surgindo com Angola. Este país africano, com sua economia em crescimento e demanda crescente por produtos têxteis de qualidade, apresenta um terreno fértil para empresas visionárias que desejam expandir suas operações e explorar novos mercados. Exploramos em detalhes as diversas facetas desse mercado promissor, desde os desafios até as estratégias de entrada bem-sucedidas.

Além disso, não poderíamos deixar de cobrir os eventos-chave que impulsionam a indústria têxtil mundialmente. Desde o inspirador ambiente da Inspira+ até as últimas inovações apresentadas na Colombiatex, FESPA e Texworld, estamos comprometidos em trazer a vocês as tendências mais recentes, as melhores práticas e as vozes mais influentes que moldam o cenário atual.

Nosso compromisso é oferecer uma visão abrangente e perspicaz deste setor fascinante. Quer você seja um empresário buscando oportunidades de expansão, um designer em busca de inspiração ou um entusiasta do têxtil interessado nas últimas tendências, nossa revista está aqui para informar, inspirar e conectar.

Estamos empolgados em compartilhar com vocês as histórias de sucesso, os insights especializados e as inovações revolucionárias que estão transformando o mercado têxtil hoje. Esperamos que esta edição sirva como uma fonte de inspiração e conhecimento, capacitando você a aproveitar ao máximo as oportunidades que este emocionante setor tem a oferecer.

Boa leitura!

Revista Têxtil #785 I 03
04 I Revista Têxtil #785 SUMÁRIO SUSTENTABILIDADE 6 OPORTUNIDADES 10 ABTT 16 ABIT 18 EVENTOS 20 PREVIEW 38 FIBRAS 56

ANDRITZ: RECICLAGEM DE TÊXTEIS

Oamplo portfólio de produtos ANDRITZ Nonwoven & Textile abrange as mais modernas tecnologias de produção de nãotecidos e têxteis, como air-through bonding, airlay, airlaid, needlepunch, spunlace, spunbond, wetlaid/WetlaceTM, conversão, acabamento têxtil, reciclagem e processamento de fibras naturais. Para a Techtextil, será dada ênfase especial às tecnologias de classificação e reciclagem de têxteis, processamento de fibras naturais, agulhamento, airlay, wetlaid para fibras técnicas e serviço de ciclo de vida.

TECNOLOGIAS DE TRIAGEM TÊXTIL, RECICLAGEM E FIBRAS NATURAIS

A ANDRITZ sempre foi pioneira no fornecimento de soluções industrial e economicamente viáveis que trazem a economia circular para o mundo das fibras têxteis. Assim, a ANDRITZ não é apenas um fornecedor confiável, mas também um provedor de conhecimento. A empresa oferece tudo, desde a classificação automatizada de têxteis e a preparação de fibras têxteis até a reciclagem mecânica e química e processos combinados.

O mais recente desenvolvimento na área de reciclagem de têxteis é o processo de classificação automatizada de têxteis. Esse processo é o resultado de uma parceria ambiciosa entre a empresa de reciclagem têxtil Nouvelles Fibres Textiles, a especialista em classificação de resíduos Pellenc ST e o grupo internacional de tecnologia ANDRITZ, especialista em maquinário e processos de reciclagem têxtil. Capaz de classificar automaticamente as peças de vestuário por composição e cor, a linha atende às necessidades dos mercados de resíduos

Fotos: Divulgação 06 I Revista Têxtil #786 SUSTENTABILIDADE

pós-consumo e pós-industriais. A linha também remove partes duras, como botões e zíperes, para preparar o material para processamento posterior em uma máquina de rasgar da ANDRITZ. A linha de classificação automatizada de têxteis pode processar resíduos têxteis para produzir fibras recicladas para os setores de fiação, não tecidos e compostos.

Além disso, a ANDRITZ está se concentrando especificamente no processamento de fibras de fibra longa ecologicamente corretas, como cânhamo, kenaf, juta e outras. A empresa oferece soluções sofisticadas para a decorticação de palha de fibra de fibra longa para processos posteriores de algodoamento e respinning. Esse é o ponto de partida ideal para a fabricação de produtos feitos de fibras naturais, que ajudam proativamente a reduzir os componentes plásticos e, assim, proteger o meio ambiente.

de 23 a 26.

SOLUÇÕES DE PONTA PARA APLICAÇÕES DURÁVEIS

Outra área de foco especial na Techtextil será a de tecnologias para não-tecidos duráveis. A ANDRITZ oferece processos abrangentes nesse segmento de mercado, como agulhamento, airlay e wetlaid. Para todos esses processos, a ANDRITZ possui centros técnicos dedicados, onde os clientes são bem-vindos para realizar testes e desenvolver novos produtos.

Essa máquina possibilita o processamento de não tecidos muito leves de 40 g/m² em alta velocidade (>25 m/min) e, ao mesmo tempo, garante que a qualidade visual tenha prioridade máxima. Disponível em grandes larguras, ela oferece consolidação otimizada de pré-ondulação para garantir uma aparência visual uniforme, reduzindo a proporção de estiragem em 30 a 50% em

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SUSTENTABILIDADE FUTURE. FUNCTION. PERFORMANCE.
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um primeiro tear de agulhas ao produzir feltros muito leves. Esse tear de agulhas é, portanto, o equipamento preferido quando os aspectos de qualidade de tecidos de alta qualidade e baixo peso são importantes, pois não há delaminação do tecido na fase de agulhamento. A tecnologia de lubrificação a óleo da ANDRITZ, combinada com a renomada estrutura do tear de agulhas da ANDRITZ, reduz a manutenção e aumenta a vida útil graças a um design compacto, simples e confiável.

Para garantir um processo de produção seguro, o movimento elíptico e as peças relacionadas incluídas na carcaça da ANDRITZ são totalmente protegidos. neXloom A capacidade do tear de agulhas DF-4 do tipo elíptico de ajustar a configuração do curso de avanço durante as operações é certamente outro diferencial no mercado.

Dessa forma, ele é a solução perfeita de pré-enfestamento para mercados exigentes, como o automotivo, feltros de papel, produtos spunbond e também couro sintético, no que diz respeito a uma melhor qualidade e uniformidade do produto.

Além disso, a tecnologia airlay também desempenha um papel importante em não tecidos duráveis, como no setor automotivo, no isolamento de edifícios, no revestimento de carpetes, no setor de colchões e em aplicações de móveis. Esse processo inclui a mistura, a abertura fina, o processo de airlay e, por fim, a consolidação do tapete, por agulhamento, termocolagem, uma combinação dos dois e spunlacing. Ele permite que os clientes processem todos os tipos de fibras, desde fibras virgens e recicladas até partículas sem fibra, como espuma, papel triturado e palha. Essa tecnologia pode

08 I Revista Têxtil #786 SUSTENTABILIDADE

garantir a homogeneidade e a regularidade do tapete para uma grande variedade de gramaturas, de 300 a 1.200 g/m². A airlay tem um equipamento opcional de formação de trama 3D capaz de produzir trama de múltiplas densidades, que é adaptada principalmente para o setor automotivo.

Além disso, a tecnologia wetlaid da ANDRITZ pode processar com eficiência fibras técnicas, como fibras de carbono, metal, aramida, vidro e microfibras de vidro ou misturas de fibras para aplicações técnicas nos setores de transporte, aeroespacial, hidrogênio, baterias, montagem ou construção. Esses tipos de fibras exigem um tratamento cuidadoso e personalizado no processo de formação. Por esse motivo, a ANDRITZ desenvolve linhas de produção de wetlaid sob medida para fibras e produtos técnicos, incluindo um processo de formação dedicado.

RETROFIT E ATUALIZAÇÕES PARA LINHAS DE NÃO-TECIDOS

Os produtores de não-tecidos exigem equipamentos de última geração para atender às crescentes demandas do mercado, otimizar o uso de energia, obter diferenciação de produto para suas linhas de produção de não-tecidos e/ou melhorar a qualidade do produto. Portanto, a ANDRITZ oferece retrofits e atualizações de linhas existentes. Devido ao seu grande número de linhas instaladas e décadas de experiência em todos os segmentos de tecnologias de produção de não-tecidos, a ANDRITZ tem o conhecimento necessário para recomendar e oferecer os retrofits e/ou atualizações corretos para as linhas existentes. Os clientes também têm a oportunidade de realizar testes nos centros técnicos de última geração da ANDRITZ para testar os mais recentes equipamentos e níveis de desempenho. RT

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ANGOLA: UMA ROTA DE OPORTUNIDADES

País africano almeja uma forte construção de laços com o setor têxtil e confeccionista brasileiro

Amenos de 6 mil quilômetros em linha reta, um “portal” de oportunidade se mostra no horizonte de empresários brasileiros do setor têxtil e confeccionista: Angola, país africano que vem buscando – e conseguindo – algum crescimento para além do mercado petrolífero.

Segundo dados do Banco Mundial, no primeiro trimestre de 2023, enquanto de um lado registrou-se um declínio de 8% na produção de petróleo daquele país, de outro, houve um aumento de 4,1% no setor de serviços, e um crescimento geral estimado em 1,3% no ano, com uma política econômica equilibrada.

Angola, até 1975, foi colônia portuguesa. No mesmo ano em que conseguiu sua independência, o país mergulhou numa guerra civil intensa, que durou até 2002. De lá para cá, alguns presidentes passaram pelo seu comando, tentando, aos poucos, reconstruir uma nação a partir do que restou. E este tem sido um trabalho árduo, mas constante.

Ainda de acordo com o Banco Mundial, Angola, que registra hoje cerca de 35 milhões de habitantes, possui uma pobreza elevada, ocasionada principalmente pela falta de empregos de boa qualidade, pois a diversificação de matrizes econômicas é escassa: 80% dos empregos por lá são informais, sendo metade no setor primário, ou seja, atividades para subsistência, como a

Fotos: Cortesia pessoal e Tussole 10 I Revista Têxtil #786 OPORTUNIDADES

agrícola. Na área urbana, o desemprego chega a 38%, e com uma mão de obra de faixa etária jovem, um desperdício de energia ao desenvolvimento econômico e social do país.

REVOLUÇÃO INDUSTRIAL DO SÉCULO XXI

Falar em industrialização em Angola logo nos remete à exploração e beneficiamento de petróleo. Mas quando se fala em indústria têxtil e de confecção, ela é praticamente inexistente, apesar de a moda ser muito desejada comercialmente – e o Brasil está intimamente ligado a isso: seja por meio das novelas nacionais que passam por lá ou pelas sacoleiras que semanalmente se deslocam do país africano para comprar a “modinha” nos bairros do Brás e Bom Retiro, em São Paulo, e revender em seu país. Mas, produção mesmo para consumo interno, é praticamente nada.

“Angola foi um dos maiores e melhores produtores de algodão, simplesmente acabou tudo”, comenta Mauro Pereira, engenheiro e consultor da área têxtil da Gherzi. “Durante o período da guerra civil, ao pouco que havia de indústria têxtil no país, o governo aportou um capital violento para revitalizá-la.

Mauro, que reside no Brasil e atua há alguns anos no mercado angolano, conta que nesta movimentação em torno de criar um setor industrial têxtil no país, o governo de Angola firmou um convênio com o governo japonês e contratou a Marubeni Corporation, maior conglomerado da área industrial do Japão, que desenhou três projetos a Angola: uma fábrica para produzir tecidos para uniformes do exército; e duas fábricas verticalizadas –da produção do fio ao produto final -, sendo uma para produção de lençóis e outra para a produção de jeans, camisetas e camisas polo. “Curiosamente, na época, contrataram o SENAI Francisco Matarazzo, de São Paulo, para treinar toda a mão de obra”, revela Mauro.

Porém, a fábrica de lençóis, que chegou a ser a maior do mundo, está se mantendo a duras penas; a de jeans e camisetas, não chegou a sair do papel; e a de tecidos para uniformes é a única que vem se mantendo, sendo

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coordenada, inclusive, por outro profissional formado no SENAI Francisco Matarazzo.

“O governo angolano, como fez uma parceria público-privada com essas empresas, esperava que elas dessem algum retorno; por outro lado, essas empresas esperavam que o governo fosse aportar uma grande soma em investimentos, criando um impasse”, complementa o consultor, que fez um censo sobre o setor em Angola.

“Enquanto o Brasil é totalmente independente no que diz respeito ao setor têxtil e de confecção, fazendo desde a seleção genética do algodão, passando pelas plantas de fibras químicas, fiação de algodão, que bate recordes mundiais, fiações verticalizadas completas, tecelagens, beneficiamento, fabricação de equipamentos, Angola está engatinhando neste quesito. Aqui em Angola não temos praticamente nada, só um povo guerreiro que não sei como consegue sobreviver. Somente aqui na África já trabalhei em 9 países e não conheço nem um povo como o angolano, a perseverança que eles têm, a moçada tem vontade de trabalhar, é muito dedicada, e isso, literalmente, faz toda a diferença. Mesmo com dificuldades econômicas, de suprimentos, há confecções trabalhando e uma capacidade de aprendizado muito forte. Hoje, estamos fazendo trabalhos aqui no que diz respeito a criar uma filosofia industrial ao setor de confecção, que vai desde a formação de costureiras, gerentes, e porque não dizer, de empresários também, pois aqui em Angola temos muitos donos de empresas, mas não são empresários. Dizemos aqui que estamos vivendo uma ‘revolução industrial do século XXI’”, avalia.

UM SETOR EM CONSTRUÇÃO

De acordo com o censo feito por Mauro Pereira, hoje há, oficialmente, 60 confecções em toda a Angola, mas extraoficialmente ele calcula um número bem maior, de 200 a 300. Mas elas só conseguem atender 8% do consumo interno, que gira em torno de 500 milhões de peças ao ano, ou seja, há uma imensidão de pessoas para consumir, mas não há quem produzir. “E nem 1% destes 8% são de roupas feitas aqui são “prontas para vestir”.

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Há mercado para tudo, e um mercado fértil, somos quase 35 milhões de habitantes, e essa é uma das grandes debilidades que nós temos”, comenta Daniel Pires, produtor-executivo da indústria de Moda em Angola, CEO da Tussole e responsável pelos principais eventos do setor no país, como o Modangola, primeiro evento focado no fomento e produção nacional, lançado em 2012; o Fórum da Indústria Têxtil e de Confecção em Angola, realizado anualmente e palco para apresentação e debates sobre as diretrizes do setor no país; e o Fashion Business CPLA – Conferência Internacional da Comunidade dos Países de Língua Oficial Portuguesa no Setor Têxtil e de Confecção, direcionada à criação de micro e pequenos negócios entre países como Angola, Guiné Bissau, Guiné Equatorial, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Moçambique, Timor Leste, com apoio de Portugal e do Brasil, a fim de fomentar o setor econômico e a empregabilidade.

Ele conta que alguns anos atrás foi lançado pelo governo angolano o projeto PRODESI, de desenvolvimento da

indústria, e que foi uma luta para incluir calçados e vestuário, pois o foco estava em investir na alimentação.

“E o que vestir? Os fardos vindos da Europa. Os que têm condições de comprar roupas melhores, compram no exterior, mas esse grupo é uma gota no oceano. Eu vejo isso com dor no coração, pois temos um país jovem, fértil”, reforça.

“Sabe o quanto se produz de malhas em Angola? Zero. Sabe o quanto se produz de botões e zíperes? Zero. E linhas de costura? Zero. Então, aqui há a oportunidade de montar qualquer tipo de negócio porque não se produz nada”, salienta o engenheiro Mauro Pereira.

“No final de 2023, o governo angolano começou a fazer algo muito parecido com o Brasil que é o fator do “similar nacional”: se houver algum produto de confecção que seja produzido em Angola, ele é proibitivo de importar, pois as taxações chegam a 80% do preço. Isso está

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Daniel Pires, produtor-executivo da indústria de Moda em Angola

causando uma verdadeira revolução nas indústrias, mas com esse ‘pequeno problema’ de não haver matéria-prima. O mercado aqui é tão carente que é inevitável querer estabelecer pontes de negócios. Acredito que as parcerias sejam o mais importante neste momento, e o Brasil é o primeiro alvo.”

JANELA PARA O MERCOSUL E PORTA PARA OS ESTADOS UNIDOS

Em agosto de 2023, foi realizado em Luanda o Fórum Econômico Angola-Brasil, organizado pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) em parceria com a Agência de Investimento Privado e Promoção das Exportações de Angola (AIPEX), que contou com a presença dos presidentes de ambos os países: João Lourenço e Luiz Inácio Lula da Silva.

Na ocasião, Lula destacou a retomada da parceria comercial e colaborativa entre Brasil e Angola, bem como os desafios e oportunidades entre os dois países. “Angola é a porta de entrada para o continente africano e o Brasil, a janela da África para o Mercosul”, comentaram.

O PIB angolano é de US$ 125 bilhões e o comércio exterior representa 50% desse montante. Além de fazer parte do Acordo da Zona de Comércio Livre Continental Africana (AfCFTA), que dá acesso a mais de 40 países africanos e um mercado de 1,3 bilhão de pessoas, Angola também é membro de dois blocos comerciais: Mercado Comum da África Oriental e Austral (COMESA) e Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC).

Mas Angola pode ser muito mais que um acesso ao mercado africano para o Brasil. Segundo Mauro Pereira, da Gherzi, na África existe um tratado que forma um corredor de exportação de 500 milhões de consumidores, e Angola, por exemplo, tem um tratado com os EUA, onde ela pode exportar todo tipo de confecção, principalmente t-shirt e camisa polo, sem nenhum imposto.

“Sabe quanto ela exportou? Zero. E o que é possível fazer? Por exemplo, uma empresa brasileira faz uma

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parceria com uma empresa angolana, coloca o Made in Angola e tem canal livre para os EUA. Mas ninguém no Brasil está preocupado com isso ou enxergando essa oportunidade”, frisa.

Para ele, essa questão vem muito de visão empresarial – ou sua falta -, de não olhar com atenção as oportunidades e investir nelas. “Muitos pensam: “vou fazer a operação em dólar e depois ele varia”, e ninguém se atenta que existe uma operação bancária chamada hedge, que segura seu dinheiro em dólar e não se perde absolutamente nada. As grandes empresas no mundo fazem essa operação, no Brasil também.”

MAIS QUE MÃO DE OBRA, DESENVOLVIMENTO SOCIAL

Mauro conta que está sendo desenvolvido um projeto com uma confecção angolana voltado à exportação para a Europa, com o seguinte slogan: “você quer ajudar um africano? Compre um produto dele, se não for bom, não compre nunca mais”.

Além disso, está envolvido num programa junto à iniciativa privada que contempla o país todo na formação de mão de obra, com uma metodologia desenvolvida por ele, utilizada, inclusive, na implantação das escolas do estilista Ricardo Almeida, anos atrás. Com essa metodologia, segundo o engenheiro, de criar condições em Angola de se ter uma mão de obra extremamente qualificada em todos os níveis: na costura, na supervisor de produção, gerência de produção, auxiliar de produção, na mecânica e, inclusive, na formação de empresários, pois, segundo Mauro, é necessário fazer o rito de passagem de dono centralizador a empresário que define as metas e cobra resultados.

Mas há ainda um outro aspecto, ainda mais profundo, envolvendo toda essa questão: o social. O engenheiro chama a atenção para a estrutura das camadas populacionais naquele país africano, exemplificando que na maior parte do mundo, há as classes rica, média e proletariado, mas em Angola existem os milionários, os pobres e os invisíveis, que não entram nem em estatísticas.

Revista Têxtil #786 I 13

OPORTUNIDADES

Ele conta o caso de que na confecção com a qual está desenvolvendo o trabalho voltado à exportação, faz parte do quadro de funcionários 160 trabalhadores portadores de deficiências, mas que essa empresa nunca fez divulgação desse fato por não achar que é um marketing, mas sim uma obrigação. Há, inclusive, dois destes funcionários que rastejam: receberam cadeiras de rodas para se locomoverem, mas preferem deixá-las na porta da fábrica para usar durante o trabalho, pois no transporte público não há condições alguma. Portanto, há um ecossistema a ser repensado, e com o aumento de empregos e circulação de dinheiro no país, as chances de melhorias aumentam substancialmente.

“As parcerias podem ser feitas não somente com empresas brasileiras, mas com escolas também, para a formação de mão de obra. Esse tipo de parceria trará não apenas a prosperidade financeira, mas luz a essas pessoas invisíveis, mostrando que elas existem e são trabalhadoras”, enfatiza.

FARDO PESADO

Assim como no deserto do Atacama, no Chile, a África também sofre com uma paisagem indesejada e que, de forma alguma, lhe pertence: a do lixo têxtil.

Há décadas os magazines europeus, principalmente os da Inglaterra e Holanda, começaram a implantar sistemas de coleta de roupas usadas e oferecer bônus aos clientes para comprar novas na loja. As roupas usadas iam para um processo de higienização e depois “doadas” aos pobres africanos. Isso passou a ser um comércio no continente, e esses produtos são chamados de fardos, de onde se aproveita, se muito, 10% das peças. O resto é lixo.

O documentário “Trashion: The stealth export of waste plastic clothes to Kenya” (em português, “Trashion: A exportação furtiva de resíduos de roupas de plástico para o Quênia), ilustra bem esta situação (acesse o QR Code para assistir).

‘Os fardos, hoje, são o meio de sustento de algumas famílias. Elas compram esses fardos, que são como uma “caixinha da sorte”: você abre e pode encontrar peças lindas e maravilhosas, que basta dar uma limpada. Essas vão para as butiques. As peças que são intermediárias, o pessoal dá uma customizada e vende nas lojas de roupas específicas. O resto vai para o aterro. Só que aqui não tem aterro, é tudo jogado a céu aberto”, destaca Mauro.

Essa questão, porém, é retroalimentada pela situação de Angola e de outros países africanos em não haver uma produção de roupas internamente que atenda, tanto em quantidade, como as necessidades do dia a dia da grande maioria da população.

“Recentemente, conversei com um empresário que tem boas relações com o governo, e o governo perguntou a ele quando deveria começar a cortar a entrada desses fardos. Para que isso ocorra, tem que haver, primeiro, um período de preparação das indústrias de confecção para poder atender o mercado, senão, como as pessoas irão se vestir?”, indaga Mauro. “Essa negociação está acontecendo.”

Junto aos fardos, também se abrem brechas junto à União Europeia: uma reparação histórica sobre a degradação socioambiental promovida aos africanos,

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resolvendo o problema que eles próprios criaram e, ainda, um impulso à reciclagem têxtil, tão bradada pelos magazines europeus, dando a destinação correta a esse material.

INTERCÂMBIO DE DESIGN

Como já foi dito, o Brasil exerce uma influência muito grande em Angola, especialmente por haver dois canais de tv brasileiros disponíveis 24h naquele país, fornecendo notícias e novelas. Ah, as novelas! Se por aqui elas ditam moda, por lá não é diferente, tanto que as sacoleiras angolanas, semanalmente, se abastecem nas lojas brasileiras dos polos atacadistas de São Paulo. É a modinha a pronta entrega daqui que não é fabricada lá.

Mas isso não quer dizer que Angola ou outros países africanos não produzem moda, pelo contrário: o design afro é único, alegre, atraente, colorido. De outro lado, a busca pelas raízes ancestrais só tem crescido no Brasil, especialmente no que diz respeito a África, e esse orgulho de pertencer tem na moda uma de suas principais formas de expressão. Além de um intercâmbio de design, há aí outra boa oportunidade de negócios aos dois países.

“O que mais se vende em Angola é roupa. E nos outros países africanos de língua portuguesa como Cabo Verde, Moçambique, se tiver roupas que vieram de Angola, eles compram”, diz o empresário Daniel Pires. “E é isso que gostaria que os empresários brasileiros vissem: o valor de oportunidades em Angola. Existe um portal aberto.” RT

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OPORTUNIDADES

XXX CNTT E A IMPORTÂNCIA DA CIDADE DO BONÉ PARA O SETOR TÊXTIL

De 15 a 18 de outubro, a cidade de Apucarana assume o papel central nas discussões da indústria têxtil brasileira, sediando a 30ª edição do Congresso Nacional de Tecnologia Têxtil, Confecção e Moda (CNTT). O evento, que acontecerá nas instalações da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), será organizado localmente pela coordenação do curso de Engenharia Têxtil em parceria com a ABTT (Associação Brasileira de Tecnologia Têxtil, Confecção e Moda) proporcionando um ambiente propício para a troca de conhecimentos e experiências entre profissionais, acadêmicos e especialistas do setor.

Localizada estrategicamente na região, a UTFPR desempenha um papel fundamental no setor, sendo a casa do curso de Engenharia Têxtil desde 2010. A instituição busca promover uma educação tecnológica de excelência, compartilhando conhecimento direcionado à solução dos desafios reais da sociedade e contribuindo para o desenvolvimento da cadeia produtiva têxtil, do vestuário e da moda.

O título atribuído a Apucarana de “Cidade do Boné”, não apenas remete à sua tradição na produção de bonés, mas também destaca a posição crucial da região na indústria têxtil e de confecções do país. A cidade, localizada no Norte do Paraná, possui uma infraestrutura turística e de negócios pronta para receber visitantes e consumidores. Em janeiro de 2024, a Diretora de Eventos da Associação Brasileira de Tecnologia Têxtil, de Confecção e de Moda (ABTT), Maria Adelina Pereira, esteve na cidade para estreitar relacionamentos e oficializar o evento na cidade. Durante sua visita, a diretora engajou-se ativamente em diálogos

com o prefeito da cidade, autoridades locais e líderes de entidades fundamentais para o setor, como pelo Arranjo Produtivo do Boné (APL Boné) e pelo Sindicato das Indústrias do Vestuário de Apucarana e Vale do Ivaí (Sivale) e prestigiou o evento do Dia Municipal do Boné, evento que teve sua última edição marcada por homenagens a profissionais destacados na indústria do vestuário regional.

Na 30ª edição do CNTT, temas cruciais como tecnologia, inovação, sustentabilidade e educação estarão em foco, abrangendo toda a cadeia têxtil, desde a produção de fibras até o varejo. Palestras e debates serão conduzidos por empresas e personalidades referências do setor, proporcionando uma oportunidade para compartilhar insights valiosos, muito network, experiências, inovações no setor e visões de futuro.

Em paralelo, a ABTT, uma entidade sem fins lucrativos fundada em 1962, comemorará, em 2022, sessenta e dois anos de atividades ininterruptas. Originalmente denominada Associação Brasileira de Técnicos Têxteis, a entidade ampliou seu escopo em 2015 para abranger tecnologia têxtil, confecção e moda, mantendo a sigla conhecida e consagrada. Entre seus objetivos estatutários, destaca-se a promoção do intercâmbio de ideias e experiências entre associados e profissionais do setor, tanto nacionais quanto estrangeiros.

Assim, o CNTT em Apucarana se configura não apenas como um congresso, mas como um ponto de convergência para discussões relevantes e inovadoras, sublinhando a centralidade desse evento na atualização e no compartilhamento de conhecimentos cruciais para a indústria têxtil nacional.

Fotos: Divulgação 16 I Revista Têxtil #786 ABTT RT

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O FUTURO DO SEGMENTO TÊXTIL ESTARÁ PRESENTE AQUI!
SEGUNDA EDIÇÃO
23
DE
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DE 2024
A 26
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NOVA INDÚSTRIA BRASIL PODE ALAVANCAR O PIB

Fernando Valente Pimentel Diretor-superintendente e presidente emérito da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit).

ANova Indústria Brasil (NIB), lançada pelo governo, é uma política de Estado fundamental para recuperar a competitividade do setor, paulatinamente corroída nas últimas três décadas, nas quais a manufatura foi perdendo seu vigor e reduzindo sua participação no PIB nacional. O parque fabril tem, agora, clara oportunidade de recuperar seu protagonismo no contexto econômico nacional.

As perspectivas são positivas, considerando os investimentos previstos de R$ 300 bilhões no período de 2024 a 2026, no âmbito do Plano Mais Produção, integrante da NIB e gerido pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que mobilizará a maior parte dos recursos (R$ 250 bilhões), pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e pela Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii). É importante a identificação da origem das verbas, para que se possa acompanhar sua efetiva aplicação e até mesmo cobrar a efetividade do cronograma dos aportes, prerrogativa do setor privado legitimada por sua participação na concepção do programa, no âmbito do Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI).

O dinheiro será fundamental para a viabilização dos investimentos previstos, cujas diretrizes contribuirão para o necessário movimento de retomada industrial em bases sustentáveis, com ganhos de produtividade, inovação e capacidade para conquistarmos os mercados mundiais, passando a exportar mais produtos com maior valor agregado. Esses impactos serão melhor dimensionados quando conhecermos as taxas de

juros, carência, prazos de pagamento e garantias exigidas. Fator também importante é o foco na transição energética e digital, sustentabilidade socioambiental e fomento da pesquisa e ciência.

Medidas como linhas especiais de financiamento e utilização de créditos tributários para investimentos ajudarão a impulsionar a indústria e melhorar o seu grau de competitividade. Outros aspectos relevantes são a redução do tempo de análise dos pedidos de patentes e a racionalização de taxas portuárias e de procedimentos aduaneiros.

Cabe acentuar que o novo programa é baseado em práticas internacionais bem-sucedidas. Se implementado com eficácia e eficiência, contribuirá para que tenhamos manufatura sustentável, inovadora e capaz de concorrer em melhores condições no comércio global e no próprio mercado interno, cada vez mais disputado por empresas de todo o mundo. É uma iniciativa que tem potencial, ao longo de sua execução até 2033, não apenas para impulsionar a indústria, como também para aumentar o PIB nacional. Somente os países que promoveram o fortalecimento do seu parque fabril conseguiram crescer de modo robusto durante períodos longos.

Sem dúvida, o impulsionamento setorial é decisivo para que o País retome crescimento econômico sustentado e vigoroso, ascenda ao patamar de economia de renda alta, promova inclusão social em larga escala e proporcione mais bem-estar à população. Afinal, a indústria tem o maior fator de multiplicação dentre

Fotos: Divulgação 18 I Revista Têxtil #786 ABIT RT

todos os segmentos, com índice de 2,15 pontos. Ou seja, cada real investido na atividade gera R$ 2,15 na economia. Por tudo isso, as entidades de classe do setor têm defendido sua modernização e fortalecimento como prioridade nacional.

É preciso somar forças para que a NIB concretize-se e produza os resultados há tempo esperados quanto à revitalização industrial. Para isso, porém, é crucial que se solucionem alguns gargalos persistentes há décadas, responsáveis pela desindustrialização e enfraquecimento da economia nacional. Todos esses obstáculos constituem o “Custo Brasil”. Um deles é o peso dos impostos, que começa a ser solucionado com a reforma tributária. Outro é a taxa de juros, invariavelmente alta durante longos períodos, que encarece o custo do dinheiro e inibe investimentos e o consumo. Não é sem razão, por exemplo, que cerca de 70% das empresas do setor têxtil e de confecção utilizem recursos próprios nos financiamentos, em vez de recorrer ao crédito.

Também é decisivo garantir isonomia tributária, pois não há indústria, por mais moderna e competitiva intramuros que seja, capaz de competir, inclusive no mercado interno, com empresas menos taxadas. Vivemos, neste exato momento, um exemplo tácito do problema, com a isenção de impostos federais para compras de até 50 dólares nas plataformas internacionais de e-commerce. Tal distorção, que se configura como concorrência desigual, já provoca danos nas fábricas e no varejo, em especial de roupas e acessórios, com impacto nos empregos e na produção.

Mitigar o “Custo Brasil” também implica a redução dos encargos trabalhistas do País, um dos mais elevados do mundo. Estamos em meio à discussão do prolongamento da desoneração da folha de pagamentos até 2027. Esta medida é necessária, mas é crucial encontrarmos modelo eficaz, mais amplo e definitivo para diminuir os ônus inerentes à contratação e manutenção de empregos formais.

Igualmente determinante é a segurança jurídica – para possibilitar a previsibilidade, o planejamento das empresas e mais confiança para investir –, bem como

“É HORA DE MOSTRARMOS QUE SOMOS CAPAZES DE CONCEBER UMA POLÍTICA

INDUSTRIAL MODERNA E EXECUTÁ-LA

DE MANEIRA EFETIVA”

a pública, pois a criminalidade, além da inaceitável ameaça à vida, tem gerado despesas cada vez mais elevadas para os negócios e afugentado o capital. É preciso, ainda, recolocar a reforma administrativa na pauta do Congresso Nacional, para que concretizemos o propósito de racionalizar e modernizar o Estado, aumentando sua produtividade e capacidade de entregar melhor educação, saúde, segurança e habitação à sociedade.

Os desafios são muitos, mas a NIB, dado o seu potencial de proporcionar um salto no desenvolvimento brasileiro, estimula os setores público e privado a buscarem soluções mais amplas e integradas, essenciais para mudar a História. É hora de mostrarmos que somos capazes de conceber uma política industrial moderna e executá-la de maneira efetiva, com métricas e mecanismos de avaliação permanentes para corrigirmos o que for preciso e fortalecermos as ações que proporcionem o maior retorno possível ao capital alocado. O Brasil precisa, o Brasil merece!

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INSPIRAMAIS 2025_I PROJETA MAIS DE R$ 75 MILHÕES EM NEGÓCIOS

Evento trouxe como tema a intersecção entre cinco gerações convivendo no mesmo período e um olhar sobre o etarismo.

Entre os dias 23 e 24 de janeiro último, o Centro de Eventos da FIERGS, em Porto Alegre (RS), recebeu a edição 2025_I do Inspiramais, promovido pela Associação Brasileira das Empresas de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos (Assintecal) em parceria com o Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB), Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) e Associação Brasileira das Indústrias de Mobiliário (Abimóvel). A realização é do programa Brazilian Materials e o patrocínio é do Sebrae Nacional.

Considerado o maior salão latino-americano voltado aos setores de couro, calçados, acessórios, confec-

ção, bijuterias e movelaria, o Inspiramais reuniu cerca de 150 expositores e mais de mil produtos apresentados ao público visitante, que chegou a quase 8 mil pessoas, 30% a mais que a edição anterior, de acordo com a organização.

Além disso, por meio do Projeto Comprador, promovido pelo Brazilian Materials, programa de apoio à internacionalização do setor por meio da parceria entre Assintecal e ApexBrasil, foram gerados US$ 15,5 milhões em negócios, sendo US$ 3,5 nos dias do evento e mais US$ 12 milhões engatilhados a partir dali. Nesta edição, o projeto recebeu 22 grupos internacionais vindos da Argentina, Colômbia, Estados Unidos, Equador, Guate-

Fotos: Divulgação 20 I Revista Têxtil #786 EVENTOS

mala, México, Peru, Portugal e República Dominicana, como Andicalzado, Araquina, Bunky, Calzado 3025, Colhuellas, Convert, Cueros Vélez, Davalti, Eurocomponents, Fenutti, Flexi, Josefinas, Mustang, Plumitas, Prune, Quinorgan, Rey’s Shoes, Santrade, Thorogood, Tropicana e Viamo. Juntos, estes grupos produzem mais de 20 milhões de pares de calçados por ano.

“Tivemos uma visitação muito qualificada, além de uma intensa agenda política, com representantes dos poderes executivo e legislativo estadual e federal. Logo na abertura do evento, recebemos o CEO da Arezzo & Co, Alexandre Birman, que ressaltou a importância do salão no lançamento de materiais de moda. Demos um salto de representatividade”, avalia Silvana Dilly, superintendente da Assintecal. Segundo ela, também foi destaque a visitação internacional de compradores dos principais mercados da América Latina e Europa, além de importantes players dos maiores polos produtores de calçados do país.

Daniel Backes, da Eurocomponentes (República Dominicana), esteve pela primeira vez no evento e destacou que o que chamou sua atenção foram a inovação e a criatividade dos materiais apresentados no salão. “Já trabalhamos com o Brasil há alguns anos e a evolução é notória. Somente no Inspiramais fechamos mais de US$ 65 mil em negócios, o que representa mais de 10% do total que importamos em um ano”, conta. Miguel Pesantes, diretor da Pimenta Shoes (Equador), que veio pela segunda vez ao Inspiramais, conta que tem relação de longa data com fornecedores brasileiros. “Importamos do Brasil toda a matéria-prima utilizada pela fábrica. Aqui, temos a garantia de encontrar produtos de qualidade, conforto, moda e sustentáveis. Eu não penso na China, eu só penso no Brasil”, conta.

INTERGERACIONAL

Nesta 29ª edição, o Inspiramais trouxe como tema a questão “intergeracional”, pois pela primeira vez na história, temos 5 gerações coexistindo ao mesmo tempo, cada uma com suas necessidades, desejos e preferências de compras. O assunto foi desdobrado na programação de palestras e tendências do evento, como no

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Conexão Inspiramais, apresentada por Walter Rodrigues, estilista e coordenador do Núcleo de Pesquisa e Design do evento.

“A questão é: como conectar essas pessoas? Como proporcionar experiências de consumo satisfatórias para essa diversidade de consumidores?”, destaca Rodrigues, ressaltando que o etarismo foi o ponto de partida da pesquisa. “O Intergeracional não distingue idades, produz para pessoas de 10 a 85 anos. É uma moda para pessoas”, pontua.

TENDÊNCIAS

A cartela cromática da pesquisa é composta por 30 cores, com destaque para as tonalidades de rosa, terrosos e azuis. Walter Rodrigues conta que nos 10% da pirâmi-

de, sob o tema Estimulante, estão materiais coloridos, excêntricos, com muitas texturas, volumes e brilhos. Já nos 30%, com tema Techform, aparece a contraposição, com materiais mais funcionais e linguagem mais neutra e discreta, superfícies lisas e acabamentos mais suaves, que trazem aspectos tecnológicos, como tingimentos feitos com bactérias e sem uso de recursos hídricos, por exemplo.

Já os 60% da base da pirâmide, que vêm do tema Primal, da edição 2023, a pesquisa buscou incentivar técnicas de produção mais limpas, definindo um cenário no qual técnicas ancestrais deveriam servir de base para a “produção de materiais sedutores”. Segundo Rodrigues, com a amenização da pandemia, as pessoas entenderam a importância do toque, abrindo espaço para materiais com texturas diversas, de rugosos e mais rústicos aos mais delicados.

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PREVIEW DO COURO

No Preview do Couro, direcionando ao Inspiramais 2025_II, que acontece nos dias 9 e 10 de julho com o tema Periféricos, Walter Rodrigues destacou que as mudanças do contexto mundial, com o entendimento e fortalecimento da identidade de países que sempre estiveram nas zonas periféricas do considerado primeiro mundo, irá influenciar as próximas criações. Segundo ele, desde os anos de 1990, acadêmicos reforçam a ideia do decolonialismo, cujo conceito principal é um pensamento que se desprende de uma lógica de um único mundo possível e se abre para uma pluralidade de vozes e caminhos. “A decolonialidade refere-se ao processo que busca transcender historicamente a colonialidade”, disse o criativo, destacando que vivemos em um “mundo pós-Ocidental”, que acarreta mudanças na moda e cultura.

Dentro da pesquisa Periféricos, foram destacados os temas “Gingas”, com muitas texturas, estampas sequenciais, miçangas, sementes, rendados e materiais naturais sequenciados; “Malemolência”, com tecidos fluídos, movimento e brilho com aspectos furta cor; e “Cacofonia/Imperfeição”, que trouxe muita irregularidade, sobreposição, mix de padronagens e texturas e estampas na mesma base.

NOVIDADES

Cipatex: entre seus lançamentos, destaque para o Porus Eco Nobuk, um laminado produzido por meio de um novo processo que não utiliza água. Desta forma, possui menor custo operacional, queda no consumo de energia, melhor taxa de tingimento e uniformidade da cor. O material também é isento de metais pesados e

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de substâncias restritas, e ainda é PVC Free, que permite versatilidade de aplicações em sua superfície, como gravuras, texturas, frequência e clichê.

Com um acabamento exclusivo que transita entre o nobuck e a camurça, o novo artigo pode ser aplicado em cabedal e detalhes de calçados, seja feminino, masculino ou infantil, sendo mais voltado a tênis e sapatênis. A tecnologia empregada também permite que o laminado seja usado em itens esportivos de alta performance, já que apresenta excelente resistência físico-mecânica, transpirabilidade, absorção e adsorção, de acordo com a fabricante.

Braschemical: apresentou o BC Bio Glitter, à base de celulose de eucalipto regenerada, um percentual mínimo de alumínio e isento de microplásticos. Disponível em diferentes cores e tamanhos, o Bio Glitter ainda se degrada em até 4 semanas, sem prejuízos aos seres humanos e meio ambiente.

Maniocolor: O indígena, pesquisador e designer Sioduhi Piratapuya apresentou no Inspiramais a tecnologia Maniocolor, um corante natural à base de raspas da casca da mandioca. Na oportunidade, o indígena, do povo originário Piratapuya, do território do Alto Rio Negro, na Amazônia, ressaltou que o projeto faz parte da sensibilização sobre o uso sustentável do potencial da floresta. Citando dados alarmantes, como as mais de 90 milhões de toneladas de resíduos têxteis descartadas nos últimos anos e o fato de 17% a 20% da poluição das águas serem provenientes de tingimentos e tratamentos de tecidos, Sioduhi foi enfático: “Nascemos com o comprometimento de implementar soluções sustentáveis para a Amazônia e foi a partir daí que passamos a pesquisar os tingimentos naturais que respeitassem toda a nossa biodiversidade.”

O corante de mandioca foi utilizado em duas coleções do Sioduhi Studio, empresa fundada pelo indígena. Em 2022, foi apresentada a coleção Manioqueen e no ano passado a coleção Amõ Numiã: Ontem, hoje e amanhã.

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O corante, 100% biodegradável, que já é aplicado em tecido em uma paleta de cinco cores, logo será aplicado também em fibras de tucum, material sustentável muito utilizado pelas populações no Alto do Rio Negro. A partir de 2024, segundo ele, a meta é expandir ainda mais o processo na floresta amazônica, com projetos voltados à comercialização do material e colaborações com marcas do segmento da moda.

HUB CONEXÃO CRIATIVA

O espaço Conexão Criativa do Inspiramais 2025_I contou com 30 empresas reunidas sob curadoria de Flávia Vanelli, gestora em Design do Núcleo de Pesquisa e Design do Inspiramais. Conheça algumas delas:

Aiper: os biopigmentos da Aiper são corantes naturais derivados de microorganismos, como bactérias ou fungos, produzidos por meio de processos biotecnológi-

cos inovadores que envolvem a fermentação microbiana. Esses pigmentos são utilizados como alternativas sustentáveis aos corantes químicos tradicionalmente usados na indústria têxtil e em outras aplicações.

ATMA Fish Leather: confecção de bolsas, carteiras, pochetes, clutches e outras peças com couro de peixes (tilápia, pirarucu e salmão).

Cerradouro: joias botânicas feitas com matéria orgânica do cerrado mineiro, colhidas de forma sustentável - quando caí no chão ou no final do ciclo de vida - e que depois são metalizadas e recebem banhos de metais preciosos. A água utilizada na produção é colhida da chuva e as hastes para imersão das peças são de cobre recolhido do descarte de empresas de internet.

Contextura: serviços de criação de superfícies sustentáveis para moda utilizando resíduos por meio da técnica termal bonding.

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EVENTOS

DUMEIO SUSTENTÁVEL: BIOTECIDO DUBAC, PRODUZIDO COM BACTÉRIAS.

Ludimila Heringer: vestimentas em tecidos com certificação de tingimento natural e estamparia botânica. Acessórios como bolsas, braceletes e brincos com madeira de reaproveitamento e fios com técnicas ancestrais. Produção responsável de vestimentas de crochê de alta qualidade e bordados com materiais ecológicos.

Pacoa Eco: tecido desenvolvido em tear manual com algodão reciclado e fibra de bananeira.

Palhasfahion: Aviamentos e enfeites feitos de palha de milho e linhas.

R-Inove Soluções Têxteis: rastreabilidade completa das operações têxteis por meio da inserção de uma codificação impressa na seção longitudinal do fio têxtil, antes de se tornar uma malha ou tecido. Por meio da leitura do código é possível acessar toda a história do produto.

Re•veste: produz a Enlã, uma superfície orgânica que mistura lã, resíduos de algodão e linho ´por meio da técnica ancestral de feltragem.

Sindicalçados MG: apresentou a Gira, primeira plataforma de revenda on-line do setor de calçados e bolsas criada para intermediar a venda de insumos excedentes de outras coleções, como couros e aviamentos. A Gira permite que, principalmente pequenas e médias empresas, tenham acesso fácil a matéria prima em quantidades menores e com preços mais competitivos em relação aos fornecedores formais.

Tilápia Leather: couro de tilápia com curtimento vegetal para moda. RT

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EVENTOS

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FESPA DIGITAL PRINTING 2024: MAIOR E MELHOR

A FESPA Digital Printing 2024 acontece de 11 a 14 de março próximo no Pavilhão Azul do Expo Center Norte, em São Paulo, onde serão demonstradas as inovações em impressão digital para comunicação visual, têxtil, promocional, decoração, produtos personalizados, rótulos, 3D e outras áreas, destacando impressoras, mídias, softwares, tintas, equipamentos de acabamento e muito mais.

AFESPA Digital Printing 2024 anuncia mais um recorde que comprova a relevância da marca na indústria de impressão digital: além de ocupar todo o Pavilhão Azul do Expo Center Norte, a feira confirma o aumento de 20% em sua área de exposição. Isso faz desta edição a maior da história da FESPA no país.

Além da ampliação de área, há crescimento e recordes batidos na quantidade de expositores e marcas representadas, ampliando a oferta e a capacidade de geração de negócios da feira, que recebe os líderes da indústria de impressão digital para quatro dias de apresentação de tecnologias adaptadas ao que o mercado precisa e um intenso networking e troca de visões de mercado.

Os números também estão positivos no pré-cadastro de visitantes, o que indica que a FESPA Digital Printing 2024 baterá recorde de empresários em seus corredores, que já colocaram o evento como parte de seu plano estratégico de aquisição de soluções.

Alexandre Keese, diretor da FESPA Digital Printing, celebra as conquistas: “É uma enorme felicidade notar o quanto o setor confia nas marcas APS e FESPA e alcan-

çarmos a posição de maior FESPA no Brasil de todos os tempos. Crescemos ano a ano e seguimos batendo metas históricas, demonstrando que somos o principal palco para empresas que buscam demonstrar produtos a quem realmente molda o mercado. Vamos continuar promovendo um incansável trabalho para entregar uma feira dinâmica e bater novos recordes de visitação”. Neil Felton, CEO da FESPA, complementa destacando a força da feira brasileira: “Ficamos sempre impressionados com a capacidade do time brasileiro de se superar a cada edição. Quando saí da feira no ano passado, sabia que esses números chegariam, pois presenciei um mercado vibrante e negócios sendo gerados em todos os estandes. Recebi a notícia com satisfação e tenho certeza que será mais uma FESPA para marcar nossa história”.

TECNOLOGIA E CONHECIMENTO

A FESPA Digital Printing se posiciona como uma feira que busca diariamente entender as demandas deste setor em ebulição e assim oferecer as melhores ferramentas a seus visitantes. Por isso, além de reunir marcas nacionais e globais líderes em seus segmen-

Fotos: Divulgação 28 I Revista Têxtil #786 EVENTOS

tos de atuação, promove ações especiais e gratuitas durante os quatro dias.

Tudo começará logo na entrada, onde o visitante receberá muita inspiração para aplicar logo que voltar para sua empresa. Nas Áreas de Conhecimento, há uma série de iniciativas técnicas gratuitas com palestras, treinamentos, debates e apresentações práticas de como novos conceitos e tecnologias impactarão sua empresa e a forma de pensar a impressão como um todo.

Na Arena 3D FABLAB, a missão será mostrar como a impressão 3D é acessível e totalmente integrada com a impressão digital, sendo utilizada em segmentos como produtos personalizados, decoração e comunicação visual. Serão palestras práticas na Arena, além de muitas impressoras produzindo modelos ao vivo no caminhão do Universo da Criatividade, que faz a curadoria do espaço.

A área está dividida com a Arena Maker, que trata de toda a parte de gestão e negócios das empresas, mostrando como novos materiais como os termoplásticos podem trabalhar em harmonia com a impressão digital em projetos de comunicação visual. A parceria nesta área é com o time da VP Máquinas.

Geração de novos e lucrativos negócios será o foco de mais uma edição da Ilha da Sublimação. Com coordenação de Felipe Soares, especialista na área, o espaço conta com programação variada de palestras, tutoriais e debates sobre como ter um projeto promissor com produtos personalizados, independente da tecnologia e do porte de empresa. Todas as atividades são gratuitas.

Muitos dos palestrantes fazem parte do FESPA Expert, projeto que reúne especialistas da impressão digital para o compartilhamento de conhecimento. Todos estarão na FESPA Digital Printing para que o visitante tenha acesso direto aos experts e assim receba conselhos, tire dúvidas e troque visões. Os especialistas estarão no Print Live, estúdio montado dentro da feira para transmissões ao vivo.

Falando em “ao vivo”, o CAMBEA SuperFast entra em sua segunda edição em uma competição eletrizante entre os melhores envelopadores do país. Indo além da área automotiva, o destaque do Super Fast, organizado pelo time da Alltak, é abraçar também áreas como decoração e comunicação visual, ampliando o espectro da iniciativa e impulsionando a inspiração.

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COLOMBIATEX CELEBRA RECORDE DE PÚBLICO E EXPOSITORES

Principal feira do setor na América Latina destacou práticas sustentáveis em toda a cadeia produtiva

Entre os dias 23 e 25 de janeiro último, aconteceu a 36ª edição da Colombiatex de las Americas, no Plaza Mayor, em Medellín, na Colômbia, atraindo 27 mil visitantes, sendo 17 mil compradores (87% nacionais e 13% internacionais). De acordo com a Inexmoda, entidade organizadora da Colombiatex e representante do Sistema Moda na Colômbia, os cerca de 2 mil compradores internacionais vieram principalmente de países como Equador, Peru, Venezuela, México e Estados Unidos, sendo 540 deles por meio da missão da ProColombia, que registrou oportunidades de negócios na casa dos US$ 11 milhões com empresas colombianas.

Delegações do Brasil, Índia, Turquia e Itália foram outras que marcaram forte presença, e as categorias de produtos que mais geraram interesse na feira foram

Fotos: Divulgação 30 I Revista Têxtil #786 EVENTOS

têxteis e insumos para confecção, bem como serviços full package, segundo a organização.

O número de expositores da Colombiatex 2024 também foi bastante expressivo: 593, 9% a mais que a edição anterior, sendo 386 nacionais, vindos de regiões tradicionais no setor, como Antioquia, Cundinamarca, Santander e Valle del Cauca, e 207 internacionais, representando 20 países. Aqui, vale destacar que o Brasil esteve presente com o maior número de expositores já levado pelo programa Texbrasil, parceria entre a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) e Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), junto ao Brazil Machinery Solutions (BMS), programa da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) e ApexBrasil. Ao todo, foram 42 empresas representadas pelos dois programas de internacionalização e exportação, e mais três de forma independente, como Lectra, Centric Software e Delta Máquinas, que participou com um representante local.

Além disso, as empresas brasileiras formaram a maior delegação internacional de expositores, considerando o espaço ocupado.

“A Colombiatex é muito importante às empresas brasileiras, é a principal feira têxtil da América Latina, e é por meio dela que conseguimos trabalhar o mercado colombiano, terceiro principal destino das exportações têxteis do Brasil e com uma indústria confeccionista muito forte”, reforçou Lilian Kaddissi, superintendente-executiva de projetos da Abit.

NEGÓCIOS

Estudos da ApexBrasil apontam que a Colômbia é o terceiro país com mais oportunidades consolidadas ao Brasil, e no setor, fibras, fios, filamentos, linhas de costura e tecidos, principalmente à base de algodão, têm maior procura. Ana Repezza, diretora de Negócios da ApexBrasil, que esteve presente à feira, destacou. “Nossas fabricantes de tecidos, máquinas e equipamentos levaram soluções super inovadoras em termos de inteligência artificial, de estamparia digital e de sustentabilidade, inclusive no que diz respeito à

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economia de água e energia ao longo da cadeia produtiva. Os resultados de negócios foram impressionantes, e mostram como nossas empresas foram bem recebidas pelos compradores colombianos e de outros países da região, como Peru e Equador.”

De acordo com dados do Texbrasil, as empresas participantes da Colombiatex 2024 por meio do programa fecharam mais de US$ 10 milhões em vendas somente durante os dias da feira, e a expectativa aos próximos 12 meses é de mais U$95 milhões, 30% a mais que em 2023.

Por parte do programa Brazil Machinery Solutions, os negócios fechados durante a feira e a prospecção para os 12 meses seguintes somam US$ 1,67 milhão. As empresas apoiadas pelo BMS receberam, durante a feira, 425 compradores diretos, representantes e distribuidores colombianos e de países como Peru, Equador, Argentina, República Dominicana, Venezuela, México, Honduras e Guatemala. Segundo a Abimaq, a Colômbia é hoje o 5º maior destino das exportações de maquinários têxteis provenientes do Brasil, tendo comercializado US$ 53 milhões em 2022.

“O evento já se consolidou como a plataforma mais estratégica ao setor de moda e indústria têxtil na América Latina, e as fabricantes brasileiras de máquinas e equipamentos se destacaram, apresentando tecnologias nacionais que possibilitam o desenvolvimento de

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processos mais sustentáveis e transformadores nesta indústria”, destacou Paulo Guerra, gerente de Relações Institucionais da Abimaq.

ROTAS DO EMPREENDEDORISMO E DA SUSTENTABILIDADE

Os visitantes puderam conhecer novos espaços da Colombiatex das Américas, como a ‘Rota do Empreendedor’, um guia no qual empreendedores e 29 empresas com vasta experiência puderam interagir para promover o crescimento e desenvolvimento de negócios emergentes. Já o ‘Pavilhão da Inspiração’, uma união do ‘Pavilhão do Conhecimento’, do ‘Fórum de Tendências’ e da ‘Biblioteca de Materiais’, palestrantes de destaque apresentaram suas oportunidades e desafios para o setor, como tecnologia, sustentabilidade e preferências do consumidor.

E não poderia faltar a ‘Rota da Sustentabilidade’, um guia que permitiu aos visitantes e compradores conhecerem as boas práticas e histórias de sucesso de 27 empresas – incluindo brasileiras -, que contribuem para a circularidade, projetos de impacto social e geração de empregos.

DESTAQUES E LANÇAMENTOS

A Colombiatex é sempre palco para que as empresas brasileiras apresentem seus produtos mais recentes e inovadores. O Grupo Rovitex, por exemplo, destacou suas tecnologias em produção de fios de algodão premium penteados e open-end, a fim de mostrar a qualidade e benefícios dos fios produzidos no Brasil.

“Sendo uma das feiras mais importantes do segmento têxtil em nosso continente, não poderíamos deixar de participar. Levamos nossos produtos para que as em-

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presas da América Latina conhecessem a alta qualidade e tecnologia de nossos itens e, claro, sempre com o objetivo de encontrar novas parcerias. Este foi o nosso foco durante os três dias do evento”, reforça Fernando Conti, gestor comercial da Incofios.

Em maquinário têxtil, a Comelato Roncato levou sua urdideira Optima, com controle inteligente de velocidade de urdimento e retirada, enquanto a Castilho Máquinas Têxteis destacou a Áquila, sua máquina atadora de urdiduras que trabalha com qualquer tipo de fio.

Já a Albrecht, especializada em projetos industriais e na produção de máquinas e equipamentos, divulgou sua linha de calandras, ramas, hidroextratores, lavadoras e secadoras para a área têxtil, e a Total Ecomáquinas promoveu sua linha de recuperadores de calor e filtro para chaminé com recuperação de energia, possibilitando o aumento da produtividade, reduzindo o consumo de combustíveis fósseis e, consequentemente, a emissão de CO2 na atmosfera.

Para a lavanderia têxtil, a Jeanologia apresentou sua linha inovadora de equipamentos especializados em tingimento de roupas, a ColorBox, projetada para reduzir significativamente o uso de água e produtos químicos (60%), sais (76%) e energia (45%), comparado aos métodos tradicionais de tingimento de roupas. Somado a esse baixo impacto ambiental está a perfeita reprodutibilidade das cores por meio de um processo de acabamento simplificado, permitindo uma resposta ágil, de acordo com a demanda e tendências.

A Delta Máquinas, em sua sétima participação na Colombiatex, destacou junto a seu representante local a Relaxadeira RLX600, desenvolvida com um sistema próprio e exclusivo que elimina o tradicional processo de descanso do rolo de malha, que pode levar de 24 a 72 horas. “A RLX600 agiliza todo esse processo para que a indústria ganhe mais em produtividade e precisão. Além de eliminar todas essas horas em que o tecido fica aberto sobre a mesa, o corte se torna mais preciso, visto que ela capta dados relevantes sobre o

comportamento da malha, como variações de largura e comprimento”, explica Paulo Sérgio Garbin, diretor de Negócios Internacionais da Delta Máquinas.

Na área de confecção, a Sociotec destacou o MSTAA, conjunto para vários tipos de costura de bolsos em diferentes tipos de roupas e tecidos, e a ST230R, unidade automatizada para dobrar bolsos com dispositivos simples, podendo ser operada por qualquer pessoa. Enquanto isso, a Audaces reforçou sua plataforma Audaces360, que integra todas as etapas de criação e produção, agora com ferramentas de inteligência artificial, bem como a plotter Audaces Jet Lux e o quadro de digitalização de moldes Digiflash.

Seguindo esta linha, a Lectra também destacou seu portfolio de soluções em nuvem, como o software Gerber Accumark, para encaixe automatizado; e as plataformas Kubix Board e Kubix Link, para desenvolvimento de produtos e compartilhamento de informações na linha de produção. Outro destaque foi a Vector ix2, máquina de corte automático para os mais variados tipos de tecido, também em demonstração na feira.

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Representando a impressão têxtil, a SPGPrints levou ao seu estande as impressoras digitais Rose (sublimação) e Violet (reativo e pigmento), e todos os demais produtos do portfólio da empresa, com destaque para as tintas de impressão digital para sublimação.

FONTES RENOVÁVEIS

Endossando a proposta da feira em trazer produtos cada vez mais pautados na sustentabilidade de processos e materiais, as fiações e tecelagens apresentaram suas soluções com materiais de fontes renováveis, reduzindo o uso de fontes fósseis, como o petróleo.

É o caso da Hyosung, com seu elastano creora®, feito com a nova linha de produtos reciclados e bioderivados com a marca regen, que traz produtos 100% reciclados como também biomassa, derivada do milho, proporcionando redução no consumo de água, menor emissão de CO2 e o objetivo de reduzir os impactos ambientais ao nosso planeta, pensando nas gerações futuras.

Também utilizando o milho como insumo biológico, a The LYCRA Company apresentou o novo produto da linha EcoMade, o fio LYCRA® feito a partir do QIRA®, que estará disponível ao mercado no final deste ano.

A NILIT, referência global em poliamida premium 6.6, destacou a SENSIL® ByNature, produzida com insumos certificados Biomass Balance (BMB), que substituem matéria-prima de origem fóssil por renovável, mantendo o mesmo desempenho têxtil e reduzindo as emissões de CO2.

TECNOLOGIA E PERFORMANCE

A Texneo fez seu retorno à Colombiatex como expositora e entre seu vasto portfólio, destacou os artigos da coleção Motivus 24/25, com inovações em malhas projetadas para os segmentos de sportswear, beachwear, underwear e lifewear, trazendo tecnologias inteligentes que oferecem o máximo conforto e liberdade de movimento, atendendo desde o baixo impacto até a alta performance. Destaque nessa coleção para a malha Allure, um poliéster com caimento único e brilho acetinado, ideal para jaquetas corta-vento, shorts e bermudas com modelagens mais amplas; o artigo Athenas, de textura canelada e brilhante, disponível em cores sólidas e para estamparia digital.

A empresa também mostrou os artigos Viva INK e Black INK, com a tecnologia INK incorporada aos fios, tingidos em massa, garantindo excelente solidez à

34 I Revista Têxtil #786 EVENTOS

malha, sem desbotamento ou manchas, oferecendo maior intensidade de cor de maneira mais ecológica; a linha Texneo Green, que utiliza matérias-primas recicladas e bioamida; e a malha com patente registrada Maxxi, que oferece baixa transparência, alta durabilidade e compressão ideal.

Quem também fez bastante sucesso entre os visitantes foi a linha Casual Tech da Diklatex, voltada à camisaria, com uma tecnologia que não deixa o tecido ficar amassado. Já a Lunelli Têxtil destacou sua estamparia digital exclusiva com o lançamento de sua coleção de alto verão, apresentando uma vibrante cartela de cores e bases inovadoras. Além disso, mostrou sua linha de tecidos sustentável como a tecnologia TENCEL™ Modal e EcoVero™, da Lenzing.

A ESTRELA AZUL: O DENIM

Um dos maiores sucessos na Colombiatex é o denim brasileiro, que sempre tem lugar de destaque pela sua qualidade, inovação e sustentabilidade.

Estreando com estande próprio na Colombiatex, a Capricórnio Têxtil destacou os artigos das famílias Original Denim (100% algodão); Comfort Denim (algodão + elastano); e da Light Denim, com bases mais leves (até 7oz).

Ampliado a oferta de artigos eco friendly, a Santista destacou na feira sua linha de tecidos No Wash, 100% algodão, que já vêm amaciados e não precisam ser lavados, economizando tempo, água e produtos químicos. A Canatiba também reforçou suas bases com linho, viscose e fibras Tencel® na composição, bem como os artigos Alepo Stetica, com óleos essenciais que promovem a hidratação da pele; Athleta 360 Bi Elastico; o Triple Dry, com mescla de fibras especiais que promovem conforto térmico; e o Meteoro Trio Core, de alta performance em elasticidade e recuperação da forma.

Já a Vicunha apresentou ao mercado lationo-americano sua linha feita com algodão regenerativo, e para mostrar toda a versatilidade de seus produtos, fez

EVENTOS

uma collab com a marca colombiana Bless, reconhecida pelo meticuloso trabalho artesanal que faz com os fios. As peças, que deram origem à coleção cápsula Azeviche, foram apresentadas em primeira mão durante a feira. RT

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TEXWORLD PARIS

Oferta foi mais ampla, mais diversificada e mais acessível, o evento deste ano foi aprimorado por uma vitrine com design arrojado no coração de Paris.

Oevento aconteceu de 5 a 7 de fevereiro de 2024 no Paris Expo Porte de Versailles, Durante esses três dias, cerca de 8.000 visitantes se reuniram com 1.300 empresas de tecelagem e vestuário de 25 países nos dois níveis do pavilhão 7. Apesar das crescentes exigências do setor, o número de visitantes permaneceu estável. Foi com essas duas notas objetivas que a última edição das feiras Texworld e Apparel Sourcing Paris para o setor de moda foi encerrada.

Essa concentração sem precedentes de empresas internacionais na Europa, que ultrapassa em número a de fevereiro de 2019, é um lembrete do papel central dos mercados europeus para o setor global da moda. Essa posição é confirmada pelo peso dos compradores da zona Euromed na estrutura de visitantes: O Top 5 está concentrado em torno de compradores da França (20% do total, um aumento acentuado em relação a 2023), Reino Unido (8,3%), Itália (7,9%), Turquia (7,2%) e Espanha (6,8%). Esse evento parisiense

está provando ser um ponto de contato essencial entre designers, compradores e fornecedores de tecidos ou produtos acabados.

COMPLEMENTARIDADE

Estilista da marca George Rech, Agathe Coudert viaja todos os anos para Paris com sua equipe para definir as coleções que serão exibidas na Espanha em 2025 nas esquinas do Corte Ingles: “Venho à Texworld para escolher os tecidos que fiz na França ou no leste da Europa”, explica ela. Eu complemento na Apparel Sourcing com produtos acabados mais complexos, como malhas, que exigem know-how especial, blusas de seda e casacos de cashmere de dupla face”.

Para os expositores, a feira também é uma oportunidade de mostrar seus mais novos produtos para seus clientes. A fabricante chinesa de tecidos de alto desempenho, Oracle Textile Technology, pôde destacar

36 I Revista Têxtil #786 EVENTOS Fotos: Divulgação

as novas cores e aparências de seus tecidos de náilon spandex ou sem costura usados para jaquetas e coleções de roupas para atividades ao ar livre. O mesmo vale para a tecelagem paquistanesa Liberty Mills, que apresentou suas novas linhas de algodão para seus clientes, franceses e canadenses.

Esse também foi o caso da fabricante indiana de roupas femininas BP Impex, para quem o mercado europeu continua sendo estratégico: “A feira é uma oportunidade de conhecer as marcas e os distribuidores franceses, ingleses, holandeses e espanhóis, com os quais geramos uma parte significativa de nossas vendas. Os compradores vêm ao estande com desenhos e ideias, e começamos a trabalhar nas coleções que serão entregues 120 dias depois”, explica o gerente, que relata que cerca de vinte novos contatos foram feitos durante os três dias.

TORNANDO A OFERTA AINDA MAIS ACESSÍVEL

“Apesar da desaceleração do mercado de vestuário, a Europa continua sendo um mercado importante para os fabricantes de produtos têxteis e acabados”, explica Frédéric Bougeard, Presidente da Messe Frankfurt France. “Para alguns participantes, ela está se tornando um mercado estratégico para compensar as incertezas que pesam sobre os mercados russo e americano”, continua ele. Nossa missão é cumprir nosso papel como um mercado, para nos adaptarmos a essas mudanças e tornar a oferta internacional cada vez mais acessível”.

O evento de fevereiro também destacou o near sourcing. Nove empresas ucranianas reunidas sob a bandeira da Associação Ucraniana de Empresas da Indústria Têxtil e de Couro (Ukrlegprom), bem como empresas búlgaras, italianas e holandesas, puderam aproveitar a visibilidade da feira para incluir seus conhecimentos nos planos de fornecimento de compradores franceses e europeus.

“Queremos dar continuidade a essas iniciativas e apresentaremos propostas em nossas próximas feiras, mas

também, por que não, em formatos diferentes”, continua Frédéric Bougeard.

ONDE A SUSTENTABILIDADE ENCONTRA OS NEGÓCIOS

Além da diversidade de expositores e novos produtos, esta edição focou em especial em produtos sustentáveis com a iniciativa Texpertise Econogy, que agora é promovida entre as 50 feiras têxteis do grupo Messe Frankfurt em 12 países em todo o mundo.

Esse novo formato servirá como um farol no setor de sourcing para os expositores que demonstram sustentabilidade e desempenhará um papel decisivo nas próximas edições da Texworld e Apparel Sourcing. Essa nova assinatura será totalmente expressa na próxima edição da Texworld Apparel Sourcing Paris, incluindo a Avantex e a Leatherworld, que ocorrerá simultaneamente no Hall 7 (7.2 e 7.3) da Paris Expo Porte de Versailles.

A feira, que permanecerá com o mesmo tamanho e oferecerá uma mais seletiva de produtos, refletirá essa convergência entre têxteis e produtos acabados. Essa edição também não terá nenhuma interação com os Jogos Olímpicos de Paris 2024, cuja abertura está prevista para 26 de julho, três semanas após a Texworld Apparel Sourcing Paris.

UM NOVO NOME

Refletindo a adaptação da estratégia da Messe Frankfurt France às mudanças no mercado, a Texworld Evolution Paris está mudando seu nome para Texworld Apparel Sourcing Paris. Essa mudança reflete os desenvolvimentos no sourcing de moda e a expansão dos universos de marcas. Um número crescente de compradores agora quer poder selecionar materiais e, ao mesmo tempo, adquirir produtos acabados diretamente para complementar coleções ou expandir sua linha. O novo nome é acompanhado por uma nova linha de base dupla tecer o futuro; sourcing I business I solutions - para enfatizar esses desenvolvimentos e reforçar o posicionamento de serviço das feiras.

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RT
EVENTOS

EMITEX, SIMATEX E CONFEMAQ FICAM MAIORES!

A indústria têxtil argentina se reunirá de 21 a 23 de maio de 2024 pela primeira vez no La Rural Predio Ferial de Buenos Aires. A alta demanda das empresas participantes levou à expansão da área de exposição.

Exposição Internacional de Maquinaria para a Indústria do Vestuário, chega pela primeira vez ao La Rural Predio Ferial de Buenos Aires. Devido ao sucesso da comercialização do espaço planejado, um novo espaço de exposição será adicionado.

Andrea Lippi, Gerente de Projetos da Emitex, Simatex e Confemaq, disse: “Estamos satisfeitos com o interesse que as empresas estão tendo nesta edição e sabemos que ter um espaço maior é uma oportunidade para que mais profissionais do setor estejam ligados. A demanda por estandes superou o que havíamos planejado. E acrescenta: “A indústria têxtil enfrenta, como qualquer outro setor industrial, os desafios impostos pela nova estrutura macroeconômica e uma exposição do nível que terá este ano mostrará todo o potencial e a qualidade da indústria têxtil argentina”.

Os principais players de cada setor apresentarão propostas inovadoras, experiências e tendências para uma das indústrias mais lendárias de nosso país e do mundo. Emitex, Simatex e Confemaq é o lugar certo para atualizar o setor com a participação de atividades destinadas a impulsionar a indústria e demonstrações das últimas novidades em tecnologia, equipamentos e tendências.

Nesta ocasião, será realizada pela primeira vez em La Rural Predio Ferial de Buenos Aires. Em seus salões, empresários e profissionais da indústria têxtil se encontrarão novamente, em um espaço onde poderão conhecer as últimas novidades do setor. Sem dúvida, a melhor vitrine para mostrar as últimas tendências, conectar-se com colegas e clientes e fazer novos negócios.

Fotos: Divulgação 38 I Revista Têxtil #786 PREVIEW RT

18ª EDIÇÃO DA FEBRATEX ESTÁ CONFIRMADA PARA 2024

Considerada a terceira maior feira mundial do setor têxtil, o evento ocorre de 20 a 23 de agosto, em Blumenau (SC).

Considerada a maior feira das Américas para a indústria têxtil e a terceira maior do mundo no segmento têxtil, a Febratex já tem data marcada para sua 18ª edição: de 20 a 23 de agosto. O evento ocorre no Parque Vila Germânica, em Blumenau (SC).

A Febratex Group, uma das principais promotoras de feiras têxteis da América Latina, anuncia que o evento terá mais de 30 mil m², com destaque ao Febratex 360º, que promoverá uma imersão em economia circular, sustentabilidade e inovação. O evento é estrategicamente esperado pelo mercado para exibição de lançamentos para a indústria de confecção e moda, além de contar com amplo reconhecimento nacional e regional, pois movimenta toda a indústria de máquinas e equipamentos para o setor têxtil.

O presidente do Febratex Group, Hélvio Roberto Pompeo Madeira, destaca que a 18ª edição já está sendo um sucesso. “Faltam cerca de seis meses para o evento e contamos com cerca de 480 estandes confirmados dos variados segmentos da indústria têxtil. Além disso, para a edição de 2026, já contamos com fila de espera para novos expositores”.

Hélvio Pompeo Júnior, diretor de comunicação e marketing da Febratex, revela que nesta edição o evento contará com inúmeras novidades. “Uma das novidades é a reforma do pavilhão 5, deixando-o mais amplo aos expositores e visitantes. Além disso, teremos o preview do Febratex Summit - espaço de conferências nacionais e internacionais com temas relevantes para o setor têxtil - e o podcast Febratex”.

Hélvio Junior ainda destaca que na última edição, pós-pandemia, o evento movimentou mais de R$ 2 bilhões em negócios aos expositores e visitantes. “É importante lembrar que mais de 70% do público visitante é composto por empresários e profissionais de cargos de alta gestão, dos quais mais de 40% aprova ou executa a compra. Nosso público é mundial, com visitantes e expositores de 45 países, entre eles Argentina, Paraguai, Peru, Índia, Bolívia e Colômbia”.

Esta edição contará também com o Startup Corner, um espaço que nasceu na 1ª edição do Febratex Summit, em 2019, com o objetivo de promover soluções de inovação para a indústria da moda brasileira. “Esse espaço promove um ambiente exclusivo e acessível para as startups que estão iniciando a jornada do empreendedorismo e precisam de apoiadores”, explica Hélvio.

Fotos: Divulgação 40 I Revista Têxtil #786 PREVIEW RT

DAS: 14h ÀS 21h

AGRESTE TEX REUNIRÁ + 250 MARCAS EM CARUARU.

AAGRESTE TEX, maior feira da indústria têxtil do Norte e Nordeste brasileiro, vai reunir mais de 250 marcas em Caruaru, de 19 a 22 de março, Nada menos que 99% dos estandes confirmados no evento, que se renova a cada edição, atraindo novos expositores. Dessa vez, pelo menos 50 das empresas que exibirão seus produtos e serviços participam pela primeira vez da feira.

A sétima edição da AGRESTE TEX tem a expectativa de atrair mais de 12 mil pessoas, entre empresários e profissionais da indústria, tecnologia e do varejo da moda, especialmente do Polo do Agreste e Estados vizinhos a Pernambuco. Realizado pelo Febratex Group, em parceria com a Associação Comercial e Empresarial de Caruaru (Acic), o evento deverá gerar R$ 300 milhões em negócios, o que confirma a força do Polo do Agreste como uma das grandes regiões do setor no País.

Será a primeira AGRESTE TEX dentro do cenário de retomada da indústria têxtil nacional, após o período duro da pandemia. Na época, a sexta edição chegou a ser adiada de 2021 para 2022 e, mesmo com todas as adversidades que marcaram a época, foi registrado um aumento de 15% no público visitante.

“A AGRESTE TEX é uma feira que sempre nos surpreende, com recordes de público e de negócios. Mesmo

em 2022, tivemos uma grande feira, com todo o cenário desfavorável. Estamos muito confiantes para este ano, com a retomada da indústria e com a atração de pelo menos 50 novas marcas e segmentos diversos, a exemplo das malharias de Santa Catarina, que estarão fortemente representadas pela primeira vez. Temos o Startup Corner, temos o evento com os novos criadores, o Brasil Fashion Designers, que traz um charme a mais para o evento, então nossa expectativa é a melhor possível”, salienta o diretor de Comunicação do Febratex Group, Helvio Pompeo Júnior.

SINERGIA NA CADEIA TÊXTIL

O BFD nasceu em 2010 e seguiu até 2012, com 6 edições, com o objetivo de promover a sinergia entre os elos da cadeia têxtil, levando os jovens designers de moda e suas coleções para dentro de uma feira de máquinas e soluções têxteis. Todas as edições do concurso aconteceram paralelamente a uma das feiras do Febratex Group. Nesta edição, o concurso traz como tema o Agreste Pernambucano, rico em cultura, tradições e paisagens variadas e conhecido por abrigar um dos polos de moda mais robustos do Nordeste.

Atividade de fomento à criação da moda em Pernambuco, o Brasil Fashion Designers será responsável por fazer a pré-abertura da AGRESTE TEX, no dia 18

Fotos: Divulgação 42 I Revista Têxtil #786 PREVIEW

de março, quando dez jovens estilistas pernambucanos apresentarão produções exclusivas. O time foi selecionado a partir de mais de 80 inscritos, entre estudantes de instituições de moda e design de Pernambuco e egressos dos cursos.

Os participantes têm como meta apresentar suas leituras do Agreste Pernambucano, em criações que serão exibidas durante desfile para convidados e banca julgadora no dia 18 de março. Na ocasião, serão escolhidas as três melhores coleções, que ficarão expostas durante toda a feira para votação popular pelo app da AGRESTE TEX.

Os criadores para concluírem suas criações tiveram apoio na base dos tecidos da Capricórnio, uma das tecelagens de denim mais importantes do Brasil, que está há mais de 70 anos atuando no mercado brasileiro. São seis opções de tecidos nos quais podem ser aplicados todos os tipos de interferência como lavagem, tingimento, estampa, bordado e o que a imaginação permitir.

Para dar mais charme às peças a Brasil Botões, parceira oficial do Febratex Summit e agora de aviamentos para o BFD, montou cinco cartelas exclusivas para os concorrentes com diversas matérias-primas como: Botões, fivelas e argolas em diversos formatos, tamanhos e materiais.

Outras empresas também estão apostando no potencial dos estudantes do agreste pernambucano, como a Silmaq e a Andrade Máquinas, que fornecerão os prêmios, além da Audaces, que é detentora do software de criação usado pelos concorrentes para desenhar suas coleções, além de premiar os vencedores com licenças dos softwares da marca.

Para o diretor artístico do Brasil Fashion Designer, Ricardo Gomes, voltar a fazer o BFD e incentivar a criação nos jovens designers do setor têxtil é revigorante. “Sabemos que o setor têxtil e de confecção brasileiros cresce e fatura mais quando exportamos e ou vendemos no mercado interno produtos com valor agregado. Certamente a criação é um dos pilares para que o produto tenha valor agregado e faça nossa economia girar com mais eficiência”.

“A expectativa da Acic, como parceira da iniciativa, é a mais otimista possível. Serão mais de 250 marcas participando e trazendo para a região as inovações que vão ditar as tendências de mercado em 2024. O evento acontece logo após a 37ª Rodada de Negócios da Moda em Pernambuco. Juntas, as iniciativas fomentam o setor têxtil e de confecção para que o ano seja produtivo e para que o Agreste seja ainda mais competitivo no cenário nacional. A Acic se orgulha de integrar este projeto exitoso junto do Febratex Group”, finaliza o presidente da Acic, Newton Montenegro.

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DECORAEXPO:

MATÉRIAS-PRIMAS E INSUMOS PARA O TÊXTIL

A1ª edição da DECORAEXPO levará para a FIDAM (Feira Industrial de Americana) entre os dias 21 e 24 de maio, novidades em matéria-prima, insumos e produtos têxteis para decoração, em uma estrutura de 6.000m² de pavilhão e 132 estandes. Além de contar com acessórios, tecidos, matéria-prima e tecnologia, a Feira apresentará as tendências de home décor com produtos como tapetes, cortinas, cama, mesa, banho, almofadas e travesseiros, que poderão ser adquiridos durante o evento por empresas interessadas. Um outro ponto de destaque da DECORAEXPO é o espaço de palestras, com temas voltados à inovação, sustentabilidade, tendência, negócios, produção e varejo, e a oportunidade de os visitantes ouvirem diretamente dos especialistas e expositores, a melhor forma de utilizar os produtos e serviços em exposição na Feira.

Convidamos a arquiteta e urbanista Bianca Fernandes para trazer algumas tendências de decoração de interiores para inspirar os expositores e visitantes da DECORAEXPO.

De acordo com Bianca, sustentabilidade continua sendo a palavra chave no que diz respeito ao consumo e à disposição dos espaços. Por meio da biofilia, que sugere a conexão entre a natureza e os seres humanos, a ideia é criar ambientes que proporcionem sensações e emoções capazes de trazer paz, acolhimento e pertencimento.

Já nas cores, a aposta será em tons azulados, esverdeados e rosados, que sendo utilizados de maneira equilibrada e na tonalidade ideal para cada tipo de ambiente. E como protagonistas entram os objetos de decoração,

Fotos: Divulgação 44 I Revista Têxtil #786 PREVIEW

como almofadas, cortinas, tapetes e papeis de parede que complementam os móveis e a iluminação, imprimindo uma atmosfera elegante, sofisticada e aconchegante aos diferentes cômodos. Por fim, a arquiteta destaca como tendências para 2024, as peças artesanais, que trazem consigo uma história, gerando acolhimento, e ainda a inserção do paisagismo nos espaços internos como um toque especial para trazer conforto.

GRANDES MARCAS NA LISTA DE EXPOSITORES

Conheça algumas das empresas que já estarão presentes como: Corttex, com tecidos para decoração e tapeçaria, produtos para cama, mesa, banho, tapetes, bebês e fibras; Téssere, produtora de cortinas,

tecidos para decoração e confeccionados; Belchior, focada em cortinas e acessórios fabricados a partir de plásticos reciclados, e a importadora e distribuidora de produtos nos segmentos de decoração, cortinas, estofamento, cama, mesa, banho, moda masculina e feminina, calçados e bolsas, Rozac. Vale ressaltar ainda a participação de uma das mais tradicionais tecelagens mineiras, Comercial Têxtil, apresentando uma linha diversificada de tapetes, itens para cama, mantas e almofadas.

Para Hélvio Roberto Pompeo Madeira, Diretor-Presidente do Grupo Febratex, promotor da DECORAEXPO, Americana terá a oportunidade de apresentar e recepcionar importantes marcas do segmento têxtil para decoração, promovendo assim a região no mercado nacional e internacional

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ÂNCORAS DA INDÚSTRIA CALÇADISTA

ESTÃO CONFIRMADAS NO

SICC

O SICC- Salão Internacional do Couro e do Calçado já conta com a presença garantida das mais relevantes marcas de calçados e acessórios.

Em Maio acontece o SICC, de 14 a 16 de maio, no Centro de Eventos do Serra Park, em Gramado (RS), e marcas expressivas da indústria brasileira já figuram como expositoras. Entre elas Beira Rio, Bebecê, Bottero, Ferricelli, Lia Line, Ferracini, Jota Pe, Giulia Domna, Via Scarpa, Mariotta e Ferrucci entre outras. Para a empresária Camila Fernanda Ferrucci de Almeida Prado, da Ferrucci, a feira é uma excelente oportunidade para se posicionar perante o mercado externo latino-americano. “O diferencial é a visitação dos importadores principalmente da América Latina. Além do perfil dos expositores que são similares ao nosso, agregando clientes”, explica ela.

Roberta Pletsch, diretora de Relacionamento da Merkator Feiras e Eventos, empresa promotora do evento comemora a adesão destas marcas renomadas. “É um indicador positivo, mesmo ainda faltando três meses para feira, tantas marcas expoentes já fecharam

Fotos: Divulgação 46 I Revista Têxtil #786 PREVIEW

seus contratos conosco. Isso sinaliza a importância dos negócios que elas fazem no SICC, comprometendo grande parte de sua produção primavera/verão, a mais expressiva do ano”, comenta ela.

Com grande volume de fabricação a Beira Rio é líder no segmento de calçados, sendo uma das maiores fabricantes brasileiras. Abrange as marcas do grupo: Beira Rio, Moleca, Vizzano, Molekinha, Molekinho, Modare Ultraconforto, Actvitta e BR Sport que entregam qualidade, conforto e muita moda para todos os estilos. Por sua vez, a Bebecê atende aos desejos e necessidades da mulher contemporânea, considerando a sua pluralidade de estilos e momentos. Para isso, exibe criações marcadas pelo design que une moda e conforto a preços acessíveis. Já a Bottero, através da dedicação de seus 2.500 funcionários, produz 20 mil pares de sapatos por dia, feitos a partir do trabalho de pesquisa desenvolvido pela equipe que viaja ao exterior, para acompanhar eventos e ao interior do Brasil, para identificar regionalismos e novos materiais.

Na sequência as marcas masculinas, como a Ferricelli que é a marca do homem moderno, que se tornou conhecida por ser pioneira no segmento e se destaca pela diversidade de opções dentro do universo da moda masculina. Qualidade, design e conforto são requisitos básicos em todos os produtos. Sobre a Ferracini, ela conta com os mais modernos equipamentos e mão de obra altamente qualificada, produzindo diariamente mais de sete mil pares de calçados de alta gama, convertendo-se em uma das marcas líderes de calçados masculinos no Brasil. A respeito da Jota Pe, ela foi fundada pelas mãos do nobre artesão José Alves de Castro, que tinha como principal objetivo oferecer a seus clientes e consumidores um calçado cuja a qualidade e o conforto fossem itens prioritários, sem contudo, esquecer de atender às tendências da moda.

Ainda, exalando modernidade, a Giulia Domna é uma marca de calçados femininos que quer estar presente em todos os momentos da vida das suas consumidoras, sendo assim, investe desde modelos para o dia a dia como trabalho e momentos de lazer, até modelos para balada, festa e ocasiões especiais. Também a Via Scarpa faz lançamento de moda pesquisando as tendências dos maiores centros de moda do mundo, sendo a indústria que compreende a autêntica mulher brasileira. Portanto pesquisa antes o mercado, para só depois lançar o produto que suas consumidoras desejam e esperam. Juntamente, a Mariotta desenvolve sapatos para mulheres que sabem aonde querem chegar, que são empoderadas e glamourosas por natureza, que criam a sua própria moda, se dedicam de corpo e alma na busca da realização dos seus objetivos e são felizes em todos os momentos.

Em seguida, com ares handmade a Lia Line, tem produção 100% brasileira, basicamente artesanal, sendo o couro a sua principal prima. Se dedica à criação de cada coleção, com informação de moda de uma maneira prática e principalmente investe na qualidade, durabilidade e no conforto do seu produto. Por fim, a Ferrucci tem um sapato que remete à leveza e ao design criativo-atemporal. Perfeito para a mulher moderna, que não abre mão de ter produtos versáteis e extremamente confortáveis. Os trabalhos mesclam tecnologia ao artesanal, o day by day ao luxo, o clássico ao despojado.

Roberta vê no evento um grande trampolim para os calçadistas brasileiros. “Estas e outras marcas que já estão na feira validam a importância do SICC para os mercados interno e externo de calçados. Hoje o SICC ultrapassa os limites do nosso país e consegue ser uma das principais fontes de abastecimento de países importadores, especialmente dos latino-americanos”, conclui ela.

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SEGUNDA EDIÇÃO DA BFSHOW ACONTECE EM MAIO

Com um crescimento de mais de 100% na área de exposição, alcançando 10 mil metros quadrados, e grandes marcas já confirmadas, a 2ª edição da BFSHOW, feira de calçados realizada pela Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) em parceria com a NürnbergMesse Brasil, tem mais de 80% do seu espaço comercializado. Até a primeira quinzena de fevereiro, mais de 170 marcas já estavam confirmadas. O evento, que lançará as coleções de Primavera-Verão de calçadistas brasileiras, acontecerá nos dias 21 a 23 de maio, no Transamerica Expo Center, em São Paulo/SP.

O presidente-executivo da Abicalçados, Haroldo Ferreira, destaca que, após uma primeira edição de sucesso no Rio Grande do Sul, a BFSHOW conquista seu espaço e prepara uma feira maior e melhor para o

mês de maio. “Teremos empresas de todos os portes e segmentos, que receberão uma visitação estimada em mais de 10 mil compradores nacionais e internacionais, que virão de forma independente ou através de projetos realizados em esforços conjuntos entre Abicalçados, NürnbergMesse Brasil e Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil)”, projeta.

Segundo ele, o fato de a feira ter dobrado de tamanho já na sua segunda edição demonstra o amadurecimento da proposta e o engajamento crescente dos calçadistas brasileiros de todos os portes e polos produtivos. “Temos muitas novas empresas aderindo à BFSHOW”, comemora Ferreira. O grupo de expositores que buscam ter sua primeira experiência na BFSHOW está crescendo, com a aderência de gran-

Fotos: Divulgação 48 I Revista Têxtil #786 PREVIEW

des empresas, como Calçados Beira Rio, Grendene, Sugar Shoes e Petite Jolie, e também de médio e pequeno portes como Giulia Domna, Ferricelli, Perlatto, Akazzo, Black Free, entre muitas outras (veja a lista completa no site).

NEGÓCIOS

Ferreira também destaca o otimismo com relação aos negócios. “O Brasil é reconhecido internacionalmente como um dos maiores fornecedores de calçados de verão, coleção que responde por mais de 70% do total comercializado (mais de 600 milhões dos cerca de 900 milhões de pares produzidos anualmente). Somos referência para o mundo e isso, certamente, será refletido nas vendas durante a BFSHOW”, comenta. Na pri-

meira edição da mostra, em novembro passado, foram comercializados, somente para o exterior, mais de US$ 65 milhões (R$ 315 milhões, na cotação da época).

LOCALIZAÇÃO PRIVILEGIADA

João Paulo Picolo, CEO da NürnbergMesse Brasil, ressalta a importância da localização da segunda edição da BFSHOW. “Realizar o evento em São Paulo, a maior cidade e capital mercantil da América Latina, com todas as facilidades de uma infraestrutura completa com ampla e qualificada rede de restaurantes, bares e opções culturais, favorece a visitação de compradores de todo o Brasil e do mundo”, avalia Picolo, ressaltando que a cidade está situada em um dos principais centros aeroportuários globais.

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TECHTEXTIL E TEXPROCESS TÊM FORTE APELO PARA JOVENS

Os eventos acontecem paralelamente em Frankfurt am Main de 23 a 26 de abril de 2024 e oferecem inúmeras oportunidades de networking e formatos de conhecimento para estudantes e jovens profissionais.

De fibras e compostos a têxteis revestidos para um número sem igual de áreas de aplicação em uma ampla gama de setores, a Techtextil oferece uma visão geral concentrada do poder inovador global de têxteis técnicos e não tecidos e destaca as diversas áreas de aplicação desses produtos - do setor automotivo à construção, moda e medicina. Ao mesmo tempo, a Texprocess é a plataforma internacional para as mais recentes máquinas, processos e serviços para a fabricação de roupas e materiais têxteis e uma vitrine para soluções pioneiras que vão desde sistemas de costura até tecnologias de corte.

Techtextil e a Texprocess oferecem uma ampla gama de informações e plataformas de networking voltadas especificamente para jovens profissionais, incluindo apresentações de universidades, institutos de pesquisa e startups. Além disso, as palestras do Techtextil Forum e do Texprocess Forum na sexta-feira 26 de abril, concentram-se na próxima geração. “A Techtextil e a Texprocess se concentram muito na promoção de jovens talentos. Trabalhamos em estreita colaboração com universidades, institutos de pesquisa e recém-chegados. E a urgência atual do setor têxtil em atrair trabalhadores qualificados torna nossa abordagem ainda

mais relevante”, diz Sabine Scharrer, Diretora de Gerenciamento de Marcas de Têxteis Técnicos e Processamento Têxtil. “Como parte do conceito, universidades selecionadas estão sendo convidadas para as feiras comerciais. Muitos institutos de prestígio já concordaram em visitar as feiras junto com os estudantes e experimentar o poder inovador do setor por si mesmos”, acrescenta Sabine Scharrer.

CAMPUS & RESEARCH: AS MAIS RECENTES DESCOBERTAS CIENTÍFICAS

As duas áreas de “Campus & Research” nos Halls 12.1 e 8.0 são essenciais para estudantes e empresas inovadoras. Ali, universidades, institutos e centros de pesquisa internacionais apresentam não apenas sua experiência em pesquisa, mas também sua ampla gama de estudos voltados para o futuro e oportunidades de treinamento avançado. O foco está nos têxteis e nas tecnologias para a fabricação, o processamento e o acabamento de têxteis. “A Texprocess é a feira comercial mais importante para roupas prontas e desenvolvimentos técnicos em produtos têxteis. Ao mesmo tempo, é

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um caldeirão de desenvolvimentos inovadores e das mais recentes descobertas científicas - e, portanto, um ímã para estudantes e trabalhadores qualificados do futuro. Esperamos um diálogo intenso em nosso estande sobre os resultados mais recentes da digitalização de materiais têxteis, escaneamento corporal em 3D e 4D, simulações numéricas da interação entre a roupa e o corpo, manuseio de têxteis e automação de processos de fabricação”, diz o Prof. Dr. Yordan Kyosev, Presidente do Desenvolvimento e Montagem de Produtos Têxteis, ITM, TU Dresden.

MASTERCLASS DE DESIGN DE MODA DE DESEMPENHO

A Performance Fashion Design Masterclass oferece uma ótima oportunidade para se inspirar em novas abordagens. Cerca de 30 estudantes de moda selecionados de renomadas escolas de design estão participando desse workshop de conceito desafiador. Durante a feira, eles farão uma imersão no setor, conhecerão empresas inovadoras e seus tecidos e tecnologias funcionais e desenvolverão seus próprios conceitos sustentáveis para roupas e equipamentos. Os participantes apresentarão seus resultados no palco do Texprocess Forum às 11h00 do dia 26 de abril de 2024. Com seu conceito especial, o workshop forma uma ponte entre estudantes de moda e fabricantes de tecidos funcionais para vestuário, por um lado, e fornecedores de tecnologias de processamento e marcas de moda, por outro.

STARTUP STARS: OS INOVADORES DO SETOR TÊXTIL DO FUTURO

É aqui que tanto os expositores quanto os visitantes podem se conectar com empresas jovens e dinâmicas que estão ajudando a moldar o setor têxtil do futuro: Nas áreas chamativas dedicadas à ‘Produção Têxtil’ (Hall 12.0) e ‘Materiais Funcionais’ (Hall 9.1) na Techtextil e ‘Tecnologias de Processamento Têxtil’ (Hall 8.0) na Texprocess, as start-ups internacionais apresentam suas inovações e soluções de negócios com o objetivo de conquistar parceiros e fazer novos contatos:

“A Esenca está participando da Texprocess porque a feira representa inovações têxteis no campo da automação e digitalização de processos. Nossa apresentação na feira do nosso novo sistema digital de medição do tamanho do corpo, auxiliado por IA, que inclui uma recomendação para o tamanho certo da roupa, está precisamente alinhada com esses tópicos de ponto focal - com economia de custos de processo na indústria de vestuário de trabalho com todos os seus diversos modelos de negócios, bem como no setor de comércio eletrônico da indústria da moda”, diz Philipp Lehmkuhl, diretor administrativo da Esenca Digital Workwear.

Como uma startup francesa, a Recyc’Elit está entusiasmada por participar da Techtextil, onde o poder inovador global de têxteis técnicos e não tecidos se torna visível. Estamos entusiasmados em apresentar nossa inovadora tecnologia de reciclagem separativa, que permite dar uma vida infinita a todos os têxteis complexos à base de poliéster em fim de vida, obtendo resina PET reciclada de qualidade virgem utilizável em aplicações têxteis (têxtil para têxtil) e co-materiais separados não degradados”, afirma o Dr. Raouf Medimagh, cofundador e CTO da Recyc’Elit.

FÓRUM TECHTEXTIL E FÓRUM TEXPROCESS PARA JOVENS PROFISSIONAIS

No último dia da feira26 de abril, o Fórum Techtextil e o Fórum Texprocess também darão destaque aos jovens profissionais. Com a apresentação dos resultados da masterclass e informações sobre os formatos de treinamento e educação continuada, o foco estará nos interesses e necessidades dos estudantes, bem como dos recém-chegados à carreira e das pessoas que estão mudando de carreira. Esses dois formatos de conhecimento e networking são voltados especificamente para os recém-chegados ao setor. Neles, as empresas de recrutamento têm a oportunidade de conhecer os problemas,mentalidade e forças motrizes da geração mais jovem e de se conectar com os participantes. A programação completa pode ser visualizada pouco antes da feira comercial nos calendários de eventos on-line da Techtextil e da Texprocess. RT

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A ITM 2024 ABRIRÁ SUAS PORTAS EM JUNHO

A Exposição ITM 2024, na qual empresas de marcas mundiais de maquinário e tecnologias têxteis apresentarão os produtos mais recentes que desenvolveram, será palco de uma experiência única com a diversidade de expositores, o perfil dos visitantes e o volume de negócios que gera.

Quando as datas indicarem 4 a 8 de junho de 2024, o Centro de Feiras e Congressos de İstanbul Tüyap abrirá suas portas para sediar a “ITM 2024 International Textile Machinery Exhibition”. A ITM 2024 Exhibiton, que será organizada este ano com o lema “Discover the Future” (Descubra o futuro), oferecerá uma oportunidade imperdível para aqueles que desejam descobrir as últimas inovações do setor, estabelecer novos contatos comerciais e moldar juntos o mundo têxtil do futuro.

Os mais novos produtos que serão exibidos na ITM 2024 Exhibition, que reunirá mais de 1.200 empresas nacionais e estrangeiras, encontrarão milhares de compradores qualificados. As empresas que participarão da ITM 2024 Exhibition, onde será realizado um volume de negócios de um bilhão de euros, terão a oportunidade de cooperar com os pioneiros do setor têxtil mundial.

Os visitantes da Exposição ITM 2024, onde as inovações de todos os campos do setor têxtil, da tecelagem ao tricô, do fio à impressão digital, do acabamento ao denim, descobrirão tecnologias inovadoras, protetoras da natureza e pioneiras na digitalização para um futuro sustentável. Proprietários de empresas que poderão obter informações de especialistas sobre as tecnologias que usarão em suas fábricas, desenvolverão seus produtos e direcionarão seus investimentos.

INVESTIDORES GLOBAIS

O setor de maquinário têxtil dará um grande salto com as mais recentes tecnologias a serem exibidas na ITM 2024 e novas decisões de investimento a serem tomadas. Delegações e investidores têxteis globais de muitos países, como Paquistão, Bangladesh, Uzbequistão, Índia e Egito, onde o setor têxtil é ativo, darão preferência à exposição ITM 2024. Graças às vendas de máquinas e às parcerias comerciais de fabricantes de todo o mundo, o setor de máquinas têxteis ganhará um grande impulso no mundo e na Turquia.

AUMENTO DO NÚMERO DE PAVILHÕES

As empresas expositoras, que alcançaram números de visitantes e de vendas acima de suas expectativas nas exposições das quais participaram nos últimos anos, solicitaram a ampliação de seus estandes para a ITM 2024. Também houve um aumento significativo no número de empresas que participaram da ITM 2024 pela primeira vez. Em linha com suas metas de expansão das exposições, a equipe da ITM aumentou o número de salões de 12 para 13, a fim de atender às crescentes demandas das empresas e dos novos expositores. Graças à expansão da área de exposição, as empresas que

Fotos: Divulgação 52 I Revista Têxtil #786 PREVIEW

ampliaram seus estandes e têm a oportunidade de participar da exposição pela primeira vez terão a chance de exibir uma gama maior de produtos e serviços.

TECNOLOGIAS DE DENIM SUSTENTÁVEIS

A “Denim Technologies Special Section”, que foi inaugurada pela primeira vez na ITM 2022 - International Textile Machinery Exhibition, que bateu recordes de expositores e visitantes de todo o mundo, atraiu grande interesse dos expositores. Os fabricantes de tecnologia de jeans, que alcançaram um número de visitantes e vendas acima de suas expectativas na exposição, queriam expandir sua presença na ITM 2024. A “Denim Technologies Special Section” foi transferida para o Hall No. 11A, levando em conta as demandas dos fabricantes de máquinas e produtos químicos, como lavagem, branqueamento, tingimento, corte, modelagem, acabamento, secagem, secagem, ozônio usados na produção de denim, para ficar perto dos salões de “Dye-Finishing”. A ‘Denim Technologies Special Section’, que permitirá que as empresas do setor de denim apresentem suas inovações sustentáveis e tecnologias mais recentes para o mundo todo, orientará compradores e marcas que buscam informações confiáveis sobre produtos sustentáveis.

Revista Têxtil #786 I 53 PREVIEW RT

HEIMTEXTIL NA COLOMBIA

Com um valor de mercado global de 1,2 trilhão de dólares, a categoria “casa” encontra na Colômbia seu próximo destino estratégico de negócios.

AHeimtextil, o mais importante evento para a indústria têxtil, de design e de tendências de interiores do mundo, escolheu a Colômbia como seu próximo destino estratégico para conectar a indústria da moda nacional com as categorias de casa, hotelaria e decoração na América Latina com o mercado interno e externo.

O evento acontece sob a organização da Inexmoda - que foi licenciada pela Messe Frankfurt , na cidade de Medellin de 23 a 25 de abril , com participação de 11 países conta com a visita de varejistas, designers de interiores, arquitetos, entre outros, que se reunirão para se especializar-se, interagir e encontrar oportunidades de negócios com outros mercados, por meio de

têxteis, tecidos, decoração e produtos inteligentes que dinamizam esse setor, que tem um valor de mercado global de mais de 1,2 trilhão de dólares.

A projeção global que o setor tem tido historicamente permitiu que as organizações líderes no desenvolvimento de eventos, como a Messe Frankfurt, encontrassem na Colômbia um destino estratégico para a realização de eventos como a Heimtextil, uma feira que há mais de cinco décadas é a plataforma comercial e de negócios mais importante do mundo para têxteis domésticos e design de interiores.

A Inexmoda tem o prazer de ser a organizadora e aliada estratégica dessa feira, que, sem dúvida, continuará

Fotos: Divulgação 54 I Revista Têxtil #786 PREVIEW

a consolidar nosso Moda System como uma das mais relevantes do mundo”, diz Sebastián Díez, presidente executivo da Inexmoda.

A Heimtextil, um evento que tem sua sede principal em Frankfurt e que escolheu cidades como Nova Délhi, Tóquio, Xangai e Nova York para sua edição.Fatores como seu valor de diferenciação no setor têxtil, sua projeção como destino internacional de turismo e negócios, sua capacidade de atrair visitantes e de oferecer serviços de qualidade, sua localização estratégica e sua consolidação como o epicentro da moda na América Latina, foram decisivos para definir a primeira edição do evento da Heimtextil na América do Sul.

O mercado doméstico é 23 vezes maior do que o mercado latino-americano e 387 vezes maior do que o mercado colombiano. Vale a pena observar que o mundo importa 531 bilhões de dólares em têxteis e vestuário para mobiliário doméstico. Por outro lado, o mercado panamericano representa 29% das importações globais, sendo a Colômbia o terceiro maior mercador e o segundo maior exportador da América do Sul.

“A partir da Inexmoda, temos o objetivo de ratificar a importância da indústria da moda, não só nos diferentes setores produtivos, mas também em sua relevância como pilar de transformação social e cultural. A moda permeia absolutamente todos os atributos que exaltam nosso país perante o mundo e são exatamente esses aspectos que permitiram à Colômbia consolidar sua posição no mundo, além de um destino atraente para turismo, negócios, saúde, entre outros. Com o desenvolvimento da Heimtextil, pretendemos impulsionar o Sistema Moda, que espera ter um crescimento atual de 8,5% e um crescimento real de 2,5% até 2024”, diz Leonor Hoyos, diretora de Conexão da Inexmoda.

O desenvolvimento do turismo e da mobilidade nas Américas tem impulsionado um aumento significativo na demanda por serviços de hospedagem e tem impulsionado os índices de construção, criando novas taxas de construção, criando novas oportunidades para o setor de hotelaria e design de interiores.

De acordo com a Euromonitor, esse é um mercado com projeção de crescimento positivo até 2024, sendo que os têxteis para o lar devem crescer 14%.spera-se que o setor hoteleiro deve crescer 18% .

A Heimtextil será o segundo evento comercial da Inexmoda em 2024 - depois da Colombiatex de las Américas, e por meio da qual pretende consolidar a Colômbia como o epicentro da moda e do design no continente, além de impulsionar outros subsetores da economia nacional e local.

O desenvolvimento do turismo e da mobilidade nas Américas tem impulsionado um aumento significativo na demanda por serviços de hospedagem e tem impulsionado os índices de construção, criando novas taxas de construção, criando novas oportunidades para o setor de hotelaria e design de interiores.

Segundo a Euromonitor, esse é um mercado com projeção de crescimento positivo até 2024, sendo que os têxteis para o lar devem crescer 14% e o setor hoteleiro deve crescer 18%.

A Heimtextil será o segundo evento comercial da Inexmoda em 2024 - depois da Colombiatex de las Américas- e por meio da qual ela pretende consolidar a Colômbia como o epicentro da moda e do design no continente, além de impulsionar outros subsetores da economia nacional e local.

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COLEÇÃO DE JEANS FOSCO APROVEITANDO AS FIBRAS TENCEL™

OGrupo Lenzing anunciou uma colaboração com a fábrica de jeans internacionalmente reconhecida da China, a Advance Denim, para usar as fibras TENCEL™ Lyocell foscas em sua mais recente coleção de jeans. Essa colaboração representa um marco significativo na busca de soluções de jeans com consciência planetária que combinem estilo e conforto para os consumidores.

A Advance Denim foi fundada em 1987 e tem a distinção de ser a fábrica de denim mais antiga da China. Ela fornece denim para marcas renomadas em todo o mundo. A empresa construiu sua reputação criando estilos de jeans bonitos e inventivos que incorporam tecnologias inovadoras com técnicas atemporais de tingimento índigo. Os estilos de jeans criados pela Advance Denim continuam a evoluir com base no entendimento da fábrica sobre as tendências do mercado global, sendo a sustentabilidade e a inovação o centro do negócio.

ATENDENDO À NECESSIDADE

“A sustentabilidade e a inovação sempre foram uma das crenças centrais da Advance Denim. Continuamos a trabalhar em estreita colaboração com nossos fornecedores para aplicar a mais recente tecnologia de fibra sustentável aos tecidos e oferecer produtos de denim

Fotos: Divulgação 56 I Revista Têxtil #786 FIBRAS

que atendam à demanda por práticas de proteção ambiental e, ao mesmo tempo, sejam elegantes e confortáveis. Nosso parceiro de longa data, a Lenzing, compartilha os mesmos valores que nós. Os produtos de denim que incorporam as fibras da marca TENCEL™ têm um toque específico e uma vantagem de sustentabilidade que atendem às necessidades atuais do mercado e foram bem recebidos pelos consumidores”, disse Amy Wang, gerente geral da Advance Denim.

A marca TENCEL™ é reconhecida há muito tempo por seu compromisso em oferecer soluções de fibra inovadoras e amigáveis ao planeta1 que se esforçam para melhorar a adoção da produção responsável2 no setor têxtil. Aproveitando o processo de produção em circuito fechado que economiza recursos3, as fibras TENCEL™ são naturalmente macias e suaves ao toque e proporcionam uma sensação de secura natural por meio do controle da umidade. O lançamento das fibras Lyocell TENCEL™ foscas em 2021 proporcionou aos fabricantes de jeans uma solução que lhes permitiu aproveitar os amplos benefícios táteis e ambientais das fibras TENCEL™ e, ao mesmo tempo, manter um acabamento fosco no produto final

ESTILO E SUSTENTABILIDADE

O acabamento fosco é frequentemente procurado para aplicações em jeans, pois é frequentemente associado a uma estética sofisticada e versátil com o objetivo de criar um visual mais contemporâneo, atraindo os consumidores que buscam estilos de jeans modernos e voltados para a moda.

“As fibras Matte TENCEL™ são uma inovação extremamente importante para o setor de jeans, pois atendem à necessidade de um jeans responsável feito com menos brilho para um visual mais vintage. Atualmente, muitas marcas estão procurando estilos que atendam a esse critério e, ao mesmo tempo, ofereçam maciez e caimento para jeans de pernas largas. As fibras Matte TENCEL™ criam a combinação perfeita de desempenho e sustentabilidade sem sacrificar o verdadeiro visual índigo vintage”, acrescentou Amy. “O denim fosco da ‘Denim Collection’, obtido com o uso de fibras TENCEL™

foscas, não só tem uma maciez excepcional ao toque, mas suas propriedades de fibra também tornam o denim mais parecido com o jeans de algodão tradicional após a lavagem. Isso permitirá que as peças finais mantenham o estilo retrô pretendido do tecido.”

NECESSIDADES DOS CONSUMIDORES

“Investir em inovação de fibras para aumentar a versatilidade de design de nossas ofertas, como as fibras TENCEL™ foscas, é uma das principais prioridades da Lenzing, pois ajuda a capacitar nossos parceiros de marca a atender às necessidades do crescente número de consumidores conscientes”, disse Dennis Hui, Gerente Global de Desenvolvimento de Negócios, Denim da Lenzing. Estamos entusiasmados em construir nossa parceria com a Advance Denim e combinar nossas soluções de fibra com seu vasto alcance no setor têxtil para estabelecer novos padrões de referência para o denim ecologicamente consciente e impulsionar mudanças positivas na indústria da moda”.

Amy acrescentou ainda: “Todo o setor de jeans está prestando cada vez mais atenção às práticas sustentáveis e responsáveis, e os consumidores estão procurando produtos com menor impacto ambiental. Isso inclui o uso de materiais naturais ou reciclados e processos de fabricação ecologicamente corretos. As marcas que enfatizam a sustentabilidade na produção de denim podem atrair a atenção de consumidores preocupados com o meio ambiente. O mercado interno da China, os Estados Unidos e a Europa continuarão a ser os principais mercados-alvo da Advance Denim no futuro e, considerando o rápido crescimento do setor de moda na Ásia e a crescente conscientização sobre a sustentabilidade no Japão e na Coreia do Sul, por exemplo, vemos um grande potencial nesses mercados também.”

A “Denim Collection” espera redefinir o cenário do jeans ao incorporar estilo, funcionalidade e sustentabilidade, em linha com os compromissos da Advance Denim e da marca TENCEL™. Fique atento a mais atualizações sobre como a “Denim Collection” será lançada no mercado.

Revista Têxtil #786 I 57
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FIBRAS

FIBRAS RECICLADAS: O MAQUINÁRIO E OS SERVIÇOS

Muitos usuários finais agora esperam que os materiais reciclados estejam nos produtos têxteis que compram, e isso está definitivamente impulsionando a inovação em todo o setor. No entanto, ainda há muitos problemas técnicos e econômicos enfrentados pelos produtores de fios e tecidos que utilizam recursos reciclados. Os membros da Swiss Textile Machinery Association oferecem algumas soluções eficazes para esses desafios.

Os materiais reciclados sintéticos, como o PET, geralmente podem ser tratados de forma semelhante aos fios novos, mas há complexidades adicionais quando se trata de fibras naturais, como lã e algodão. Atualmente, há uma tendência para fibras de lã e algodão recicladas mecanicamente. Graças a empresas como Rieter, Autefa, Steiger e Uster Technologies, esses materiais agora podem ser processados. As

Fotos: Divulgação 58 I Revista Têxtil #786 FIBRAS

máquinas e os serviços dessas empresas dão suporte ao processamento adicional de fibras recicladas para atender aos padrões de qualidade exigidos. A Stäubli, membro da Swiss Textile Machinery, também demonstra o que significa adotar totalmente os conceitos de circularidade.

FIAÇÃO DE ALGODÃO RECICLADO

O uso de fibras recicladas mecanicamente na fiação traz considerações específicas de qualidade: elas têm níveis mais altos de fibras curtas e neps - e muitas vezes podem ser coloridas, principalmente se for usado material pós-consumo. Também é verdade que os fios reciclados têm limitações em termos de finura. A edição 2023 das Estatísticas da Uster apresenta uma gama ampliada de dados de fibras, apoiando as metas de sustentabilidade, incluindo referências para misturas de algodão virgem e reciclado.

Em geral, as fibras curtas, como as do material reciclado, podem ser facilmente manipuladas por máquinas de fiação a rotor. Para a fiação a anel, quanto mais curtas as fibras, mais difícil é guiá-las pela zona de estiragem para integrá-las ao corpo do fio. Ainda assim, para obter contagens de fios mais amplas e maior qualidade do fio, o foco agora está mudando para a fiação a anel. A presença de fibras curtas é um desafio, mas a Rieter oferece soluções para resolver esse problema.

TRICÔ DE LÃ RECICLADA

Para a reciclagem, as fibras de lã são submetidas a procedimentos mecânicos, como trituração, corte e nova fiação, o que influencia a qualidade e as características do fio resultante. Essas operações removem as escamas naturais e as variações no comprimento da fibra da lã, causando uma diminuição na resistência e na durabilidade gerais do fio reciclado. Isso torna o fio mais propenso a se romper, especialmente sob a tensão exercida durante o tricô.

A adaptação para processar materiais reciclados geralmente exige ajustes no maquinário existente. As máqui-

nas de tricô devem ser equipadas com fornecedores de fios positivos para controlar a tensão da fibra. A Steiger se envolve em testes contínuos de novos fios no mercado, para verificar sua adequação ao processamento em máquinas de tricô. Para obter uma qualidade satisfatória, os desafios se intensificam, com os fios naturais exigindo cuidadosa consideração e adaptação nos processos de tricô.

DAS FIBRAS AOS NÃOTECIDOS

A tecnologia de nãotecidos nasceu, em parte, da ideia de reciclagem para reduzir os custos de fabricação e processar resíduos têxteis e materiais anteriormente inutilizáveis em estruturas de tecido. As linhas de produção de não tecidos, nas quais as mantas de fibras são unidas mecânica, térmica ou quimicamente, podem processar facilmente quase todas as fibras recicladas mecânica e quimicamente.

A Autefa Solutions oferece linhas de nãotecidos a partir de uma única fonte, permitindo que produtos como revestimentos, lenços umedecidos, pastas e isolamento sejam produzidos em um verdadeiro ciclo fechado. As fibras são frequentemente usadas até quatro vezes em um único produto.

RECICLAGEM: ESTRATÉGIA TOTAL

Os excelentes serviços, a tecnologia e as máquinas dos membros da Swiss Textile Machinery apoiam os esforços da economia circular para processar fibras recicladas. As máquinas incorporam o know-how de várias décadas, com o poder inovador e os padrões de qualidade na produção e nos materiais.

A estratégia global ESG (ambiental, social e de governança) da Stäubli define KPIs no contexto do consumo de energia, da longevidade da máquina e da capacidade de reciclagem nas unidades de produção em todo o mundo, bem como em termos de reciclabilidade das máquinas. A capacidade de reciclagem de máquinas de trefilação automática em máquinas, sistemas de tecelagem e máquinas jacquard varia de 96 a 99%.

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FIBRAS
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