ENCONTRO DA CIDADANIA

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UMA

CIDADE,

CINCO

NOITES E UM

FUTURO

2011


JORDANENSES,

VA M O S

OLHAR PARA O

NOSSO

FUTURO?




QUERO AGRADECER A TODOS OS PALESTRANTES E, SOBRETUDO, AOS JORDANENSES QUE PRESTIGIARAM ESSE ENCONTRO ÚNICO, QUE NOS FARÁ REFLETIR SOBRE O QUE REALMENTE DESEJAMOS PARA O FUTURO DE NOSSA REGIÃO LIA MARIA AGUIAR

O 3º Encontro da Cidadania em

assuntos relacionados a meio ambiente,

Campos do Jordão proporcionou cinco

saúde, família, emprego e turismo,

noites memoráveis. Oportunidade, até

todas com o objetivo de pensar rumos

então rara, para os moradores da cidade

possíveis de serem traçados, como a

paulista se reunirem e iniciarem, juntos,

implementação de projetos interativos

por meio da participação em palestras

que explorem a capacidade da sociedade

apresentadas por renomados cidadãos

de melhorar continuamente, resolvendo

brasileiros, com atuações destacadas

seus próprios problemas, por meio

em diversas áreas do conhecimento, a

de atitudes coletivas conscientes,

formulação de planos de ações sociais

tão necessárias para a evolução dos

integradas, que se transformem em

indivíduos e da Nação.

soluções criativas, práticas e eficazes

Esse importante encontro foi registrado

para a melhoria de tudo o que envolve

neste caderno, que busca transmitir,

a qualidade de vida das pessoas, tanto

sobretudo, a mensagem de confiança

na região, como no país e no mundo, de

que esta Fundação deposita nos cidadãos

uma forma geral.

jordanenses, que trazem consigo todo o

As explanações e debates abordaram

valor e potencial do povo brasileiro.



O ponto de vista jurídico sobre o cenário sócio-ambiental brasileiro e a necessária discussão sobre cidadania. Afinal, qual a nossa responsabilidade com o planeta?

OSÉ

R E N AT O

NALINI

AINDA TEMOS A CHANCE DE SERMOS LEMBRADOS PELAS GERAÇÕES FUTURAS COMO UMA SOCIEDADE QUE PRESERVOU O MEIO AMBIENTE

Meio Ambiente

22 AGOSTO


LEIS PARA DEFENDER O MEIO AMBIENTE JÁ EXISTEM. É PRECISO FISCALIZAÇÃO E A COLABORAÇÃO DE TODO CIDADÃO, COM ATITUDES RESPONSÁVEIS, QUE FAÇAM VALER ESSAS NORMAS


sempre ressaltando a participação ativa da sociedade organizada, que deve se orientar segundo a demanda global e agir, de fato, ao seu redor, atuando com foco local. Em 2011, Campos do Jordão foi cenário de polêmica a respeito de grandes construções em áreas protegidas. Chamam atenção as luxuosas construções com finalidade de explorar as capacidades turísticas de Campos, em geral hotéis e restaurantes.Tais prédios estão em total desacordo com as leis de proteção e o debate gira em torno da possibilidade de derrubá-los e de quem seria a responsabilidade. Nalini comentou o atual cenário político no que diz respeito às questões de meio ambiente e, diante do quadro instável que se forma no país, ressaltou a necessidade de maior integração entre governo e sociedade na luta pela manutenção das condições básicas, sustentáveis, para a sobrevivência humana e de todas as demais formas de vida que habitam o planeta.

Segundo ele, ainda é tímido o investimento do Estado em incentivos de responsabilidade ambiental a empresas, que poderiam obter mais vantagens fiscais com os programas de Créditos de Carbono, por exemplo, à medida que cumpram seu papel no processo de preservação, investindo em técnicas de produção que sejam cada vez menos agressivas com a natureza. Também acredita ser necessário muito mais investimento na área educacional, incluindo a matéria Preservação Ambiental na grade de disciplinas obrigatórias do Ministério da Educação, como forma de transformar a escola brasileira numa produtora de valores coletivos, urgentes e indispensáveis para nossa sobrevivência. Seja pessoa física ou jurídica, seja em Campos do Jordão ou no resto do mundo, nossa responsabilidade é a mesma com o futuro. Cuidar dos recursos naturais é sinônimo de cuidar da sua própria vida e das futuras gerações.

Campos do Jordão, conhecida pela qualidade de seu clima, foi fundada dentre uma extensa área verde de mata atlântica nativa, no alto da Serra da Mantiqueira, 180 Km de São Paulo. São quase 300 Km² protegidos por leis ambientais, contudo, a cidade mais alta do Brasil sofre com os resultados, ainda reversíveis, do crescimento desordenado, fenômeno crônico que contribui para o aumento da pobreza, a desigualdade social e causa evitáveis impactos ambientais. O estado de degradação ambiental que começou, não tardiamente, a despertar o interesse mundial para a importância de preservarmos o sistema natural do planeta foi o foco da primeira noite de debates pela cidadania promovida pela Fundação. Como convidado, palestrou José Renato Nalini, Secretário Geral e desembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo, dando seu parecer jurídico sobre questões de legislação, fiscalização e prevenção contra crimes ambientais sob um contexto geral e também comentou problemas locais,

Nossa principal alternativa ambiental é investir na cultura e na consciência dos mais jovens. O Brasil deve trabalhar a preservação das empresas às escolas

No dia 22, participaram como entrevistadores quatro representantes da sociedade, com direito a até duas perguntas cada um: Dr. Ricardo Navarro, Promotor de Justiça; Claudio Sirin, Secretário de Meio Ambiente de Campo do Jordão; Ivan Oliveira, Gerente da CETESB de Campo do Jordão; Sandra Raimberg, Promotora de Justiça.


23 AGOSTO

Saúde

A RESPONSABILIDADE PELA SITUAÇÃO DA SAÚDE PÚBLICA NÃO PODE SER SÓ DO GOVERNO. DEVEMOS ASSUMIR NOSSA PARTICIPAÇÃO NOS PREVENINDO

A receita para viver mais e melhor é se previnir. Ajuste seus hábitos às necessidades vitais de seu organismo. Atitudes saudáveis e conscientes garantem mais qualidade de vida

RÁUZIO VARELLA



Nossa sociedade se confronta constantemente com a necessidade de se organizar, de se mobilizar para mudar quadros desfavoráveis em diversos campos. Com a saúde pública brasileira, o dilema não poderia ser outro. É nítido que mais eficiente que esperar do governo alguma solução imediata para o problema de longa data é cada um se prevenir ao máximo, por consciência própria. Trata-se, realmente, de um imenso desafio para uma cultura como a nossa, em desenvolvimento, repleta de sintomas do mundo moderno, como o estresse, o sedentarismo, a alimentação

inadequada e o aumento constante do número de usuários de drogas, tanto lícitas como ilícitas. Para debater novos rumos, diante desse quadro, a Fundação convidou o Dr. Dráuzio Varella, que dividiu, durante a segunda noite do Encontro, um pouco da experiência que adquiriu nesses vinte e dois anos de atuação médica voluntária em São Paulo, traçando uma comparação entre a situação de Campos do Jordão e o quadro geral da saúde do brasileiro. Nossa dieta média atual é rica em carboidratos e, no imaginário da maioria, a prática regular de exercícios físicos é algo muito

penoso e, consequentemente, ainda pouco habitual. Combinação que cria uma multidão de doentes que congestiona o sistema de saúde. Fundamental é mudarmos esse quadro, já que praticar atividades físicas melhora o metabolismo e fortalece o sistema imunológico do organismo, o que é capaz de prevenir inúmeras enfermidades. Para trabalhar o corpo e se alimentar corretamente, variando as fontes de nutrientes sem extrapolar, é preciso autoconhecimento, saber quais seus limites para suprir a sua “máquina” apenas com o necessário e nos momentos certos.

NUMA SOCIEDADE NATURALMENTE AVESSA À PRÁTICA DE EXERCÍCIOS FÍSICOS, SÓ DEVE AUMENTAR A INCIDÊNCIA DE DOENÇAS E COMPLICAÇÕES DERIVADAS DE EXAGEROS DO COTIDIANO


A pobreza mais abrangente e a falta de informação e oportunidades segregam uma imensa fatia da população, isolada numa realidade caótica, sem parâmetros e sem acesso a remédios ou ferramentas de projetos sociais que visam controlar o crescimento demográfico desordenado ou diminuir os casos de doenças sexualmente transmissíveis, ficando verdadeiramente à margem,

sem contato nenhum com os mecanismos sociais promotores da cidadania e da dignidade. Segundo Dráuzio Varella, uma forma de inserir tal público no raio de alcance de campanhas de Planejamento Familiar, por exemplo, o Ministério da Saúde deve garantir livre acesso da população a tratamentos como vasectomia e laqueadura, além da distribuição

O conceito de Planejamento Familiar é o mesmo para pobres e ricos. Na prática, uma das grandes diferenças é que a jovem pobre, casada ou solteira, quase não tem acesso à pílula anticoncepcional

de anticoncepcionais – pílulas e preservativos – a homens e mulheres pertencentes às camadas mais pobres, com alto nível de carência social, como o que foi implantado, com sucesso, no caso dos coquetéis para tratar os efeitos do HIV. Foi-se o tempo em que só os pobres consumiam drogas, como a maconha. Sabe-se muito mais sobre os malefícios do cigarro e do álcool e, mesmo assim, o consumo aumenta. Sem falar do crack, que é uma droga perigosíssima, que ganha espaço em todas as camadas sociais. A difícil guerra contra o uso de drogas parece não ter fim e a melhor solução é prevenir, com todas as forças. Em nossa, estressante, sociedade o caminho da fuga por meio do vício é muito sedutor. Mas cabe a cada um escolher. Segundo o Dr. Dráuzio, praticar exercícios físicos diariamente, além de ser vital, é uma ótima alternativa relaxante, poderosíssima contra o estresse, potencializado pelo sedentarismo e pela “prisão tecnológica” em que vivemos atualmente no Brasil.

No dia 23, participaram como entrevistadores quatro representantes da sociedade, com direito a até duas perguntas cada um: Dr. Luiz Marcelo Sandoval Bravo, Diretor Médico da Fundação Lia Maria Aguiar; Dr. Marco Antonio Arakaki, Médico Cardiologista; Dr. Ricardo Navarro, Promotor de Justiça; Sandra Raimberg, Promotora de Justiça.



Falta de perspectivas para o futuro pode gerar nos jovens interesse por drogas. Pais devem ficar atentos, conhecer o inimigo e assumir que não sabem tudo a respeito de seus filhos

ÇAMI TIBA

FORMAR CIDADÃOS GRATOS, CAPAZES DE INSTITUIR FAMÍLIAS SUSTENTÁVEIS NO FUTURO É O GRANDE DESAFIO PARA UMA SOCIEDADE QUE DESEJA UM MUNDO MAIS JUSTO

Família

24 AGOSTO


Mudei o rumo de minha vida para chegar ao maior número possível de famílias sem acesso a psicólogos e terapeutas e ajudar a formar pessoas melhores, para que eles, por sua vez, formem melhor as crianças e adolescentes, preparando cidadãos saudáveis, com autonomia comportamental e responsabilidade social


PAIS E MÃES DEVEM ALINHAR O DISCURSO PARA QUE A CRIANÇA NÃO PERCA A REFERÊNCIA

No seio da instituição familiar, tem início nossa existência como seres humanos, pertencentes a uma sociedade cada vez mais competitiva e individualista. Daí o extremo valor que deve ser atribuído ao debate referente à situação geral da família média brasileira. Na busca por uma identidade nacional, devemos avaliar também como anda a primeira formação de nossos cidadãos, com os pais, em casa, para identificarmos o que pode ser melhorado, como forma de diminuir os reflexos negativos para a sociedade da falta de critérios na concepção de tais instituições familiares. Assunto seríssimo que a Fundação resolveu debater com a ajuda do médico psicoterapeuta Içami Tiba. Autor de diversos livros sobre comportamento familiar, o especialista palestrou na terceira noite do Encontro pela Cidadania cobrando coragem dos pais, que precisam melhorar o desempenho na educação de seus filhos, para que seja possível formar indivíduos capazes de compreender valores

como Gratidão e Empatia. Desde cedo, é preciso que fique claro para as crianças que, na família, só cabe ao pai ou à mãe o direito de dar ordens, nunca o inverso. Os costumes familiares, que moldam o caráter das crianças devem ser constantemente reavaliados e debatidos entre os pais, mas com critérios bem definidos. Para o Dr. Içami, as mudanças cada vez mais rápidas na sociedade, com relação ao nível de emprego e renda, acesso à tecnologia e comportamento, vêm transformando o perfil da família brasileira e, consequentemente, distorcendo alguns destes critérios. Hoje, pais muito liberais criam crianças que não aprendem a guardar seus brinquedos e, assim, não aprenderão a zelar pelas coisas, são matriculadas precocemente nas escolas, têm uma relação mais distante com os pais, que trabalham mais, e a possível falta de uma comunicação saudável, com o estabelecimento de normas de conduta e relacionamento, pode gerar uma legião de jovens “perdidos”, sem referência. Isso

dificulta, por sua vez, o trabalho das instituições escolares, que devem atuar paralelamente na formação das crianças e adolescentes, orientando também os pais, na medida do possível. Cada vez mais cedo crianças e adolescentes entram em contato com as drogas, por diversos meios. A falta de capacidade do poder público em prevenir o acesso dos jovens a entorpecentes cria uma grande preocupação em um bom número de pais que não conseguem, em determinados casos, nem identificar em seus filhos, sinais de envolvimento com o tráfico ou uso dessas substâncias. A responsabilidade com as crianças e os jovens é de todos, tanto do Poder Público, como da sociedade em geral. As pessoas que conduzirão este país no futuro estão se formando a partir de agora, inspirados em inúmeros exemplos, vindos de todos os lados. De dentro de casa, ou da escola, o incentivo deve sempre ser honesto e baseado na ideia do futuro que é a sustentabilidade.

No dia 24, participaram como entrevistadores cinco representantes da sociedade, com direito a até duas perguntas cada um: Irmã Lúcia Zanin, Presidente Sociedade de Educação e Assistencia Frei Orestes; Dr. Antônio Carlos Ozório Nunez , Promotor de Justiça da Infancia e Juventude de Taubate; Benedito Mariano dos Santos, Diretor do Colégio Estadual Teodoro Correa Cintra; Dra. Tatiana Aydar Sandoval, Psicologa da Fundação Lia Maria Aguiar; Alexandre Mafetano, 1º Promotor de Justiça de Campos do Jordão


AX

GEHRINGER

Uma análise geral sobre o mercado de trabalho e a visão de Campos do Jordão como cenário ideal para o desenvolvimento da criatividade e do empreendedorismo

25 AGOSTO

Emprego e Renda

CAMPOS PODE SE DESENVOLVER DE DIVERSAS FORMAS. O MERCADO DE EVENTOS, POR EXEMPLO, É MUITO PROMISSOR. TAMBÉM PODERIA SER PENSADA UMA MANEIRA DE TRANSFORMAR A CIDADE NUM POLO TECNOLÓGICO. TUDO É UMA QUESTÃO DE EMPREENDER



não condizem com a realidade de boa parcela dos candidatos que continuam desempregados, dentre os quais, muitos jovens que ainda não tiveram a oportunidade de aprender e exercer algum ofício. Para a quarta noite do Encontro, foi convidado o Sr. Max Gehringer, destacado administrador e comentarista que discorreu justamente sobre o tema Emprego e Renda, compartilhando parte de sua experiência, informando o que o mercado espera dos profissionais e analisando as diversas possibilidades de crescimento para Campos do Jordão nesse setor. Para ingressar no mercado e

Pensamentos sobre emprego e renda povoam, desde cedo, as mentes dos cidadãos, por motivos óbvios. É com a renda obtida em nosso emprego que compramos nossa alimentação, roupas, nos divertimos, realizamos projetos, enfim, vivemos. Dessa forma, percebemos logo que não nos resta outra opção que não seja a de trabalhar se quisermos viver com qualidade. No Brasil, é cada vez mais acirrada a concorrência para o preenchimento de vagas em todos os setores do mercado de trabalho, enquanto a capacitação e experiência exigidas pelas empresas

Aqueles que têm o sonho de deixar a cidade devem ir, pois toda experiência é válida. Mas deixem a cama arrumada para a hora de voltar, pois perto da família, dos amigos e de nossa própria história, podemos encontrar mais facilmente o estímulo que precisamos para vencer

conseguir crescer profissionalmente é preciso, desde sempre, agir com humanidade, em qualquer setor ou cargo hierárquico. Seja com um cliente, com o chefe ou um colega de empresa, devemos sempre ter em mente que estamos lidando com pessoas e isso demanda de nós atitudes condizentes. Para Max, continuarão se destacando positivamente aqueles capazes de conciliar problemas humanos com soluções pragmáticas nas empresas. Segundo ele, desde o processo seletivo devemos assumir que somos pessoas, antes de tudo, e que sempre teremos muito que


aprender. A partir daí, é preciso preencher mais dois requisitos básicos: entender quem manda e estar preparado para mudanças. Com essa filosofia em mente, basta decidir em qual área se arriscar. Campos do Jordão precisa se organizar para as necessidades que se apresentam neste momento de crescimento econômico. A criatividade na concepção de novos empreendimentos deve ser trabalhada como ferramenta de impulsão do mercado local. Segundo Gehringer, a cidade tem inúmeros caminhos a seguir e diversas potencialidades a explorar que vão além do turismo tradicional.

No dia 25, participaram como entrevistadores quatro representantes da sociedade, com direito a até duas perguntas cada um: Dr. Ricardo Navarro, Promotor de Justiça; Maria Estela Reis Crotti, Diretora do Centro Universitário SENAC de Campos do Jordão; Ricardo Moura da Silva Gonçalvez, Gerente Executivo da Associação dos Amigos de Campos do Jordão; Dra. Nara Lucia Perondi Fortes, Pró Reitora Estudantil.

É HORA DO POVO JORDANENSE MOSTRAR CRIATIVIDADE PARA TRABALHAR SEUS POTENCIAIS DE FORMAS VARIADAS E EMPREENDER PARA FAZER COM QUE A CIDADE NÃO SE AQUEÇA SÓ NO INVERNO



Gramado usou de criatividade para destacar a cultura da cidade, como as festas e festivais, o chocolate e a tradição de fabricar móveis, criando marcas registradas, tornando-se referência em diversos setores

EDRO

BERTOLUCCI

UMA CIDADE QUE NÃO DEFINE E, SOBRETUDO, NÃO APLICA RIGIDAMENTE SEU PLANO DIRETOR NÃO CONSEGUE SE ORGANIZAR ESTRATEGICAMENTE PARA CRESCER BEM

Turismo e Desenvolvimento Sustentável

26 AGOSTO


É PRECISO CUIDAR DA PERIFERIA PARA O CENTRO. É LÁ QUE MORA O TRABALHADOR QUE VAI FAZER GIRAR O MERCADO DO TURISMO


A última noite do Encontro pela Cidadania em Campos do Jordão contou com a palestrade Pedro Bertolucci, membro do partido Progressista que governou a cidade gaúcha de Gramado por quase duas décadas e, atualmente, divulga a estância como um legítimo case de sucesso. Com características semelhantes, como o clima de montanha e a arquitetura europeia, as duas cidades são referências já tradicionais para turistas de todo o país durante as temporadas de inverno. Para Campos do Jordão o intercambio é valiosíssimo, uma vez que se trata de uma oportunidade para repensarmos, por meio de exemplos que deram certo, alternativas que possam aquecer a economia local também em outras épocas que não as invernais. Em Gramado, iniciativas conjuntas entre o poder público e empresas privadas conseguem atrair visitantes para a cidade com eventos culturais e comerciais que geram empregos para

toda a região durante o ano todo. Antes de qualquer sugestão, Pedro Bertolucci ressaltou a importância do comprometimento da comunidade para que fosse possível transformar Gramado numa cidade modelo. É preciso que os moradores e trabalhadores estejam com a autoestima elevada, com noção exata do valor que a contribuição comunitária é essencial para o crescimento da cidade. Pedro comentou a relevância da descentralização das políticas de saneamento e urbanização, como forma de oferecer aos bairros residenciais, que abrigam boa parte da mão de obra da cidade, melhor tratamento, contribuindo com a satisfação popular, elevando a qualidade na prestação do serviço de atendimento aos turistas, por exemplo. Trata-se realmente de uma questão de valores. O estabelecimento de uma sociedade próspera deve partir de um poder público comprometido, verdadeiramente, com as causas defendidas por esse grupo de pessoas.

“ No dia 26, participaram como entrevistadores quatro representantes da sociedade, com direito a até duas perguntas cada um: Luiz Ricardo Castelfranchi, Diretor do Guia Turístico de Campos do Jordão; Luiz da Silva Goshima, Gerente Social da Fundação Lia Maria Aguiar; Edmundo Ferreira da Rocha, Historiador Iconográfico em Campos do Jordão; Ricardo Gonçalvez, Gerente Executivo da Associação dos Amigos de Campos do Jordão.

É preciso que para uma cidade como Campos do Jordão cresça verdadeiramente ordenada, seja pensado e praticado seu Plano Diretor. Também é preciso que as entidades públicas e particulares, bem como todos os cidadãos, façam sua parte, promovendo ações contundentes e fiscalizando de forma rígida. Como forma de garantir qualidade na gestão, a prefeitura de Gramado definiu com mais de trinta entidades o Plano Diretor da cidade e investiu num trabalho sério de reformulação interna de procedimentos que garantiu à estância o selo ISSO 9001, a segunda no mundo a receber tal reconhecimento. Com a população motivada e a administração pública com credibilidade em alta, Gramado consegue pensar, ano após ano, de forma criativa o desenvolvimento de seus atrativos turísticos, como a tradicionalíssima Festa da Colônia e o Festival de Cinema, o Natal Luz como também novas alternativas para o aquecido mercado de eventos.

CAMPOS DO JORDÃO JÁ POSSUI O MAIS DIFÍCIL PARA UMA CIDADE TURÍSTICA: UMA MARCA REGISTRADA. É PRECISO QUE TODOS OS QUE VIVEM E TRABALHAM AQUI TENHAM BOA AUTOESTIMA E SEJAM ATIVOS E CRIATIVOS, PARA, DURANTE O ANO TODO, ATRAIR O INTERESSE DOS TURISTAS PELA CIDADE


Ao final das cinco noites de

Não podemos simplesmente

palestras e debates, podemos

contemplar a situação, que é crítica,

refletir a respeito do quadro

sem fazermos nada. É preciso que

traçado pelos especialistas sobre as

finalmente nos organizemos, cada

condições da cidade, do país e de

vez de forma mais abrangente, para

como devemos agir para mudar o

construirmos uma nova realidade.

futuro de Campos do Jordão. Foi uma valiosíssima oportunidade

A Fundação Lia Maria Aguiar agradece a participação de todos

de reunir a população jordanense

os envolvidos, de alguma forma na

em torno de sua realidade.

realização desse evento, e já aguarda

Esperamos que essa centelha

o próximo Encontro pela Cidadania,

acenda a chama da cidadania em

quando poderemos mensurar as

todos os setores da comunidade

mudanças de atitude que essa

do alto da Serra da Mantiqueira.

edição do fórum foi capaz de legar.

O ENCONTRO DA CIDADANIA FOI PRIMORDIAL PARA ENTENDERMOS A REALIDADE DE QUE NOSSA REGIÃO É PARTICIPATIVA EM EVENTOS DESTA MAGNITUDE, POIS TODO O PÚBLICO VEIO EM BUSCA DE INFORMAÇÕES E APRENDIZADOS E SAÍRAM SATISFEITOS COM O RESULTADO LUIZ GOSHIMA GERENTE SOCIAL DA FUNDAÇÃO LIA MARIA AGUIAR

AGARDECIMENTOS


© REVISTARIA EDIÇÕES CUSTOMIZADAS, 2012

CONSELHO EDITORIAL LIA MARIA AGUIAR LUIZ HARUNARI GOSHIMA LUIZ DA SILVA GOSHIMA VANESSA MARIA DA COSTA

EDITOR WAGNER ROSA wagner@revistariaedicoes.com.br FOTOGRAFIA GIL RENNÓ, EHDER DE SOUZA, ANDRÉ TOMINO, ANDRÉ YAMAMOTO TEXTOS LUIZ GUSTAVO CARUZO DESIGN GRÁFICO RONALT WILLIAN MARCIO FELIPE ROSA

REVISÃO E PADRONIZAÇÃO SCRITTA CONSULTORIA PROJETO GRÁFICO REVISTARIA EDIÇÕES CUSTOMIZADAS COLABORADORES GISELLE BRITO, RAFAELA SCOFANO, RODRIGO LÓSSIO, GRAZIELLE SCOFANO, JORGE JOSÉ DA COSTA, FLÁVIO MURUYAMA


2011


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