Revista Ragga #63

Page 42

cie de “festa” no espaço. Ele conta que o clima esquentou e os “velocímetros” foram lá para cima. Tanto que a gerência do estabelecimento, com muito jeito, teve de pedir para as coisas se acalmarem, já que eles estavam incomodando os outros casais dos boxes ao lado. “Foi uma farra inusitada. É claro que não dá para fazer sempre, mas recomendo”, diz. Apesar da sensação de aventura no sexo nos drive-ins, a psicóloga Carla Cecarello afirma que a relação dentro de um carro não permite que o casal exercite as preliminares. “O sexo é mais rápido e, portanto, pode dificultar a obtenção do orgasmo feminino”, alerta. Ainda segundo ela, os benefícios variam muito do que o casal procura. “Mas podem ser desde uma

EM VERSÕES MAIS MODESTAS, OS DRIVES TÊM COLCHÕES NO CHÃO E, ÀS VEZES, NEM ISSO: APENAS UMA MESINHA COM DUAS CADEIRAS

quebra da rotina, experimentar posições e lugares diferentes e, além disso, existe e possibilidade de colocar aquela música para apimentar ainda mais o momento”, recomenda. A secretária Renata (nome fictício) também diz que gosta de transar nos drive-ins. Segundo ela, tudo começou com um namorado que gostava de uma pegação dentro do carro. Mas, em função do temor da violência, passaram a frequentar os drive-ins. “Quando a coisa começa, os vidros do carro ficam embaçados. Aí, ninguém vê mais nada e fica perigoso. Então, os drive-ins acabam sendo uma opção segura para quem está em busca de uma rapidinha”, explica. Meio desanimados com o desempenho dos empreendimentos, os proprietários dos drive-ins na capital mineira passaram a perceber, nos últimos meses, um aquecimento no setor. A violência, que brocha alguns casais, de certa forma, reverteu-se como uma injeção de Viagra nos estabelecimentos. A falta de segurança, inclusive, é apontada como um dos principais fatores que levam as pessoas aos drive-ins. Até porque, geralmente, as pessoas que gostam de sexo no carro costumam pará-los em lugares sem muito movimento e sem iluminação, o que facilita a ação dos criminosos. Dênis de Melo, gerente do Pit stop, na Avenida Antônio Carlos, no Bairro São Francisco, reforça que o aumento da movimentação nos drive-ins se deu em função da onda de violência. “A segurança, hoje, é um dos principais aspectos para que os casais procurem esses locais, pois eles não estão sujeitos a assaltos e outros tipos de violência”, assegura.


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.