Revista Pró-TV - nº 95

Page 4

| Nossa História | O princípio da TV brasileira Fábio Siqueira Francisco de Assis Chateaubriand Bandeira de Mello, o empresário, político, jornalista, escritor e advogado Assis Chateaubriand (1891-1968) indelevelmente marcou a história do Brasil no século XX, em privilegiados momentos. Homem dotado de particular astúcia e de uma capacidade empreendedora pouco vista no cenário nacional, colecionou feitos e contribuições em vários campos que atuou, sempre na vereda do pioneirismo e da qualidade que distingue a aquarela de trabalhos que formam uma verdadeira obra, legado que até hoje pode ser visto, lido, sentido e apreciado, seja nos livros que escreveu, nos museus de arte que criou e ornamentou, nas campanhas beneméritas que organizou e nas mídias, praticamente em todas as modalidades que existiam a sua época, que construiu, orientou e conduziu, ao lado de grandes, célebres e não menos renomados e destacadas colaboradores ,funcionários e profissionais. Para a história da Televisão Brasileira, história essa gloriosa, consolidada e que já registra 61 anos de profícua existência.”O Velho Capitão” é o nome do princípio, da garantia, grande investidor e coordenador de todo esse inicial processo de instalação da Televisão em nossas terras “brasilis”. A partir da ousada, arrojada, tenaz e persistente visão empresarial e cultural desse paraibano de Umbuzeiro, filho do desafiador Agreste e da majestosa Borborema , a imagem se fez vida, se fez “de carne e osso”, o som radiofônico ganhou movimento, ganhou formas humanas que a visão do agora telespectador pode olhar e um simples nascente eletrodoméstico, o televisor, foi o aparelho que recebia as ondas e transmitia , a partir daquela magna segunda-feira 18 de setembro de 1950, de memórias e lembranças tão viventes e tão presentes aquelas e aqueles paulistanos que acompanharam a gênese e o nascimento da “mídia-majestade”, da Televisão Tupi,a Tupi-Difusora, PRF3, canal 3 de São Paulo.

4

E “Chatô” estava lá, comandando os preparativos, como verdadeira e lidimo Chefe da Taba, como era carinhosamente nominado. Ele que já lograva êxito na configuração dos Diários Associados, uma cadeia de jornais, revistas e rádios que chegava a praticamente todos os recantos desse grande território nacional agora novamente inscrevia seu nome na história, como proprietário-fundador da primeira Emissora de Televisão da América do Sul. Hoje Assis Chateaubriand é nome de Rodovia em São Paulo, de Município no Paraná, de Escola no Rio de Janeiro, de Museu em sua natal Paraiba, de Avenida em Goias, enfim, seu nome está cravado, com justiça, nos mesmos recantos que outrora seus jornais, suas revistas, suas rádios e suas mais de 20 emissoras de Televisão chegaram, e muitas delas pioneiramente. Como cacique desse Brasil índio e natural, Assis sempre retomava essa tradição, dando nomes de tribos e outras expressões indígenas, a suas empresas de comunicação, como Tupy, Tamoyo, Guajará, Piratini, Mas esse cacique também era do Norte, e carregava consigo as influências, e cultura e os marcantes traços do altivo povo nordestino. Por tudo isso, Chateaubriand sintetiza uma era de conquistas e de difusão cultural e intelectual em nossa pátria. E é grande laurea saber que a Televisão Tupi , a primogênita, é espelho e também herança de todo esse miscigenado conglomerado de influências. E que a Televisão de hoje, é legítima herdeira e retransmissora de todo esse painel cultural, uma verdadeira obra de arte, que com certeza poderia estar no Museu de Arte MASP, que hoje também chama Assis Chateaubriand, ladeando quadros de Portinari, que tão bem em tela retratou esse grande personagem de nossa história.


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.