Revista Edição 21

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Av. Brigadeiro Mรกrio Epinghaus, 33, Centro, Lauro de Freitas - Bahia - CEP: 42.700-000 Tel.: (71) 3288-0227 / 3121-7967 / E-mail: atendimento@jacografica.com.br



EDITORIAL

Caro leitor, A Bahia viveu pela terceira vez em sua história – e pela segunda vez no governo Wagner – uma greve da Polícia Militar que parou a capital do estado e cidades vizinhas. Foram mais de 100 mortos apenas na Região Metropolitana de Salvador e 50 lojas saqueadas. Os prejuízos ainda não foram calculados, porém, mais importante do que as perdas em dinheiro é a perda da paz para os três milhões de soteropolitanos, que já enfrentam a violência no dia a dia, mas durante a greve tiveram que obedecer a um toque de recolher “informal”, uma vez que bancos, restaurantes, centros comerciais e lojas de rua fecharam, aulas foram suspensas e o transporte público parou. Marivaldo Teixeira Diretor

O momento é propício para que a sociedade e o governo façam uma análise do papel da Polícia Militar e de como esta corporação tem sido administrada. Coincidentemente, a matéria de capa desta edição trata justamente dela. Quase um ano depois dos protestos de junho de 2013, nenhum policial foi punido por excessos cometidos durante a Copa das Confederações. Esta é a polícia que a Bahia quer? Será que a impunidade não incentiva os responsáveis por nossa segurança a se rebelarem em uma greve inconstitucional? Vale a reflexão. Mas a verdade é que a greve acabou e a vida continua. Business as usual, como diriam os americanos, e as nossas páginas estão recheadas de boas notícias. Pra começar, algo que nos enche de orgulho: O Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia (IBAPE) elegeu como seu presidente, pela primeira vez, um baiano. Arival Cidade comanda o Instituto e, em entrevista exclusiva, fala sobre as metas de sua gestão. Temos ainda matérias sobre inovação tecnológica, meio ambiente, indústria calçadista, preparativos de Salvador para o período de chuvas, construção civil, turismo, política, informações sobre o setor ótico, discussão sobre a desoneração da folha de pagamento, energia, panificação, novos empreendimentos que estão chegando a Camaçari e Feira de Santana, entre outros.

Boa leitura!

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SUMÁRIO

O baiano Arival Cidade assume a presidência do IBAPE Nacional

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Copa do Mundo: Como será a atuação policial frente a eventuais protestos?

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Setor de calçados deve crescer 3,6% e exportações aumentam 12,3%

Carnaval: Turismo rende R$ 1 bilhão à capital baiana

Chuvas: Salvador se prepara para nova temporada de transtornos

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Indústria ótica: Governo e iniciativa privada querem fomentar o setor

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Panificação fatura R$ 76 bilhões e cresce 8,7% no Brasil em 2013

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Internacional Marítima vai gerir o ferryboat pelos próximos 25 anos

Primeiro shopping de Camaçari terá investimento de R$ 100 milhões

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EXPEDIENTE

Revista bimestral, com distribuição dirigida aos meios empresarial e industrial do estado da Bahia e de Sergipe.

A no I V, Nº 21 | m a rç o / A br i l | 2014 DIRETOR Marivaldo Teixeira DEPTO. JURÍDICO Marcos Antônio da C. Pinto GERENTE FINANCEIRA Sonia Mª. Cunha Teixeira GERENTE COMERCIAL Viviane Teixeira GERENTE DE MARKETING Eliza Teixeira GERENTE ADMINISTRATIVA Soraya Teixeira Pinto JORNALISTA RESPONSÁVEL Jan Penalva (DRT/BA 3672) REPÓRTER Alexandre Takei (DRT/BA2955) COLABORADOR Lourival Cunha PROJETO GRÁFICO Ganesh Branding DIAGRAMAÇÃO Renato Souza REVISÃO DE TEXTOS Rita Canário REVISÃO GERAL Solon Cruz (DRT/BA 393) FOTO Rômulo Portela DEPTO. DE CIRCULAÇÃO Jean Fabian Alves Silva WEB DESIGNER Antonio Carlos da S. Sales IMPRESSÃO Jacográfica Serv. Gráficos Ltda. CNPJ: 34.248.187/0001-69 A Revista Primeira Página é uma publicação bimestral, de propriedade da Jacográfica Serviços Gráficos Ltda. Conceitos e opiniões emitidos em artigos assinados são de inteira responsabilidade dos seus autores.

Próxima edição: junho 2014 Para receber gratuitamente a revista Primeira Página, envie e-mail com o seu endereço para circulacao@revistaprimeirapagina.com.br

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BRASIL | CURTAS ONLINE

Notícias veiculadas no site

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@rprimeirapagina Foto: Manu Dias

Acumulado positivo No acumulado dos últimos 12 meses, comparativamente ao mesmo período do ano anterior, o desempenho da produção industrial baiana assinalou crescimento de 3,3%. De oito segmentos da indústria de transformação, seis apresentaram acréscimo no período, com destaque para refino de petróleo e produção de álcool (13,0%), metalurgia (19,4%) e minerais não

CNI reduz previsão de aumento do PIB A Confederação Nacional da Indústria (CNI) reviu a maioria dos principais indicadores da economia para 2014, em relação às pre-

metálicos (3,7%). Por outro

visões de dezembro do ano passado. O relatório trimestral Informe

lado, as influências negativas

Conjuntural, divulgado em abril, projeta crescimento do Produto

vieram dos segmentos de

Interno Bruto (PIB) de 1,8% este ano, contra 2,1% projetados em

alimentos e bebidas (-7,8%) e

dezembro, e de 1,7% da indústria, em comparação à estimativa

celulose e papel (-0,6%).

anterior de 2%. A projeção para a elevação dos investimentos foi

Marcha lenta O longo ciclo da alta dos juros,

reduzida à metade, de 5% em dezembro para 2,5%.

com a adoção de "uma política

De mal a pior

de aperto monetário intensa"

A produção da indústria baiana

pelo Banco Central; a reversão de

apresentou em fevereiro deste

algumas desonerações tributárias,

ano retração de 1,2% em relação

como o IPI para automóveis; e a

ao mês de janeiro, segundo dados

provável intensificação do custo

da Pesquisa Industrial Mensal,

de produção em face, sobretudo,

do (IBGE). No conjunto do País,

do encarecimento da energia

houve leve incremento de 0,4%

elétrica (pelo déficit hídrico) e

nesta base de comparação,

dos insumos importados (pela

sendo que as maiores quedas

desvalorização cambial) são

aconteceram em Espírito Santo

alguns dos fatores listados pela

(-4,3%), Pernambuco (-3,9%),

CNI para prever uma atividade

Região Nordeste (-1,7%), Ceará

econômica tímida este ano.

(-1,6%) e Minas Gerais (-1,6%).

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Marcha a ré O que mais chamou a atenção nos números divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) foi a forte contração na produção de automóveis na Bahia: -31,5%. Apesar disso, a Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI) acredita que a taxa geral negativa foi influenciada principalmente pelo mau desempenho do segmento de produtos químicos (-5,7%). Já o setor de refino de petróleo e álcool apresentou a maior contribuição positiva, com 8,9% de crescimento.


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Foto: Revista Primeira Página

ENTREVISTA

Para Arival Cidade, conquista representa reconhecimento dos profissionais do estado

IBAPE nacional elege seu primeiro presidente baiano Levar o nome da Instituição ao grande público será a missão do novo presidente nacional do Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia (IBAPE), o engenheiro Arival Cidade. Natural de Salvador e graduado em engenharia civil pela Escola Politécnica da UFBA, ele carrega a responsabilidade de ser o primeiro presidente baiano da Instituição e afirma que a conquista simboliza um reconhecimento para os profissionais do estado. 10

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avaliações, perícias e inspeções prediais na segurança dos imóveis? Por que elas são tão importantes?

todo o Brasil. Devido à qualida-

PP – E quais são exatamente as atribuições e competências de um profissional de avaliações e perícias em engenharia?

de das normas e ao vasto acer-

AC – Existe um amplo leque de

ca e busca levantar as questões

vo técnico, a Instituição se tor-

atuação na área: perícias e ins-

de segurança, solidez e funcio-

nou referência internacional em

peções prediais, fundamentais

nalidade em todo o imóvel. Nós

seu campo de atuação. Nesta

para a aplicação de medidas

analisamos a estrutura, todos os

entrevista concedida à Primei-

preventivas no imóvel; vistorias

seus subsistemas, e detectamos

ra Página, Arival Cidade fala

cautelares, para verificar o esta-

desde a demanda por uma ma-

sobre as metas da nova gestão,

do das construções no entorno,

nutenção periódica até a necessi-

a importância das avaliações e

antes e depois de uma obra; vis-

dade de intervenção imediata em

perícias e também sobre a atual

torias para recebimento de obra

casos mais extremos.

situação do mercado, que clas-

etc. Outro nicho de mercado são

sifica como muito promissor.

as avaliações, que servem para

O IBAPE foi fundado em 1957 com o objetivo de agregar profissionais da área de avaliações, inspeções prediais e perícias de

AC – A inspeção predial é sistêmi-

aferir o valor do patrimônio, seja

PP – E do ponto de vista econômico?

Primeira Página – O IBAPE Nacional, pela primeira vez em sua história, tem um presidente baiano. O que isso representa para os profissionais e instituições ligadas à área de engenharia de avaliações no estado?

um imóvel residencial, um cen-

AC – As inspeções são uma fer-

tro comercial, máquinas e equi-

ramenta fundamental para esta-

pamentos ou mesmo obras de

belecer um plano de manutenção

patrimônio artístico e cultural.

preventiva, o que ajuda a evitar a

Também faz parte de nossas fun-

depreciação financeira e funcional

ções realizar estudos de viabili-

do imóvel, com os consequentes

dade em novos empreendimen-

prejuízos para o proprietário. As

tos, para avaliar aspectos como a

avaliações, por sua vez, permitem

Arival Cidade – Ao longo de sua

rentabilidade.

ao interessado saber o real valor de mercado de um patrimônio

história de mais de 50 anos o IBAPE Nacional teve uma predominância de presidentes do eixo Sul-Sudeste, com algumas exceções. Ter um presidente baiano é reflexo da projeção do Estado da Bahia no cenário nacional do mercado de engenharia de avaliações e perícias. Esta conquista também representa a valorização profissional dos en-

Somente a Caixa Econômica Federal, por exemplo, financiou cerca de um milhão de imóveis no ano passado, ou seja, um milhão de avaliações

como imóvel ou terreno, informação que é fundamental tanto para venda quanto para aquisição.

PP – Quais são os maiores clientes hoje em dia? AC – Na área de avaliações, os maiores clientes são as instituições financeiras que trabalham com crédito imobiliário e só financiam

genheiros e arquitetos baianos

imóveis com avaliação do seu va-

que trabalham na área por uma

lor de mercado. Somente a Caixa

instituição que se tornou referência internacional.

PP – O senhor poderia discorrer sobre o papel das

Econômica Federal, por exemplo, financiou cerca de um milhão de Primeira Página

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Foto: Revista Primeira Página

imóveis no ano passado, ou seja, um milhão de avaliações. O Poder Judiciário e o Ministério Público também solicitam avaliações constantemente e, por fim, diversos agentes privados, desde incorporadoras e investidores até pessoas que simplesmente querem comprar um terreno ou imóvel. No caso das perícias, também se destacam as companhias seguradoras, que solicitam avaliações e perícias para determinar o valor do seguro.

Hoje nós temos carência de profissionais especializados, o que torna este um ramo extremamente promissor para quem quer enveredar na área

de crescimento do mercado imo-

para orientar pessoas físicas que

biliário e da própria economia,

querem comprar uma casa, apar-

por outro, estamos protegidos de

tamento ou terreno.

uma eventual desaceleração, pois

solicitando avaliações para com-

PP – O IBAPE também trabalha na geração de conhecimento técnico e acadêmico. Como é esse trabalho?

pra e venda.

AC – O IBAPE é um centro de refe-

os imóveis já construídos precisarão de perícias e inspeções periódicas e sempre haverá pessoas

rência em nível internacional, no

PP – E quanto à oferta de oportunidades profissionais, trata-se de um segmento atraente?

tocante a normas e artigos técni-

AC – Em todo o Brasil, a demanda

capacitação profissional. Já temos

na área é maior do que a oferta

um programa de certificação na

de profissionais. Os escritórios es-

área de avaliações e estamos im-

AC – Nos últimos cinco anos,

tão lotados de serviço. Hoje nós

plementando uma certificação em

a demanda por avaliações foi

temos carência de profissionais

inspeção predial. Posteriormente,

imensa devido ao aquecimento

especializados, o que torna este

pretendemos criar uma certifica-

do mercado imobiliário. Isto se

um ramo extremamente promis-

ção profissional em perícias.

reverte em uma grande oferta de

sor para quem quer enveredar na

oportunidades para o profissional

área. A tendência é que a procura

da área. O mercado nunca este-

por tais serviços aumente ainda

ve tão bom. Se, por um lado, a

mais, seja para assessorar inves-

tendência é acompanhar o ritmo

tidores ou incorporadores, seja

PP – Como o senhor vê a atual situação do mercado de avaliações em engenharia no Brasil?

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Primeira Página

cos, na área de avaliações, perícias e inspeções. Um dos nossos campos de atuação é justamente a

PP – Esta área é amplamente abordada na academia pelos estudantes de engenharia civil?


AC – Poucas são as instituições

visibilidade ao IBAPE junto ao

de ensino superior que têm uma

grande público. Para isso, de-

disciplina de engenharia de ava-

senvolveremos um programa es-

liações e perícias. Uma das metas

tratégico de ação que, além de

de nossa gestão, aliás, é sensibili-

abranger nossos eventos já con-

zar a academia sobre a importân-

solidados, contemplará outras ini-

cia de se implantar esta disciplina

ciativas de divulgação e captação

na grade curricular da graduação.

de novos associados. Uma ideia

Também chegamos à conclusão

é levar o Instituto às universida-

de que o tema muitas vezes não

des, com a criação do IBAPE Jú-

era abordado justamente porque

nior em todo o Brasil. Com isso,

não havia professores em número

esperamos aproximar da Institui-

suficiente. Hoje em dia, no IBAPE,

ção estudantes de engenharia e

temos professores capazes de mi-

arquitetura que tenham interesse

nistrar tal disciplina.

em ingressar na área. Do ponto de

são da Norma de Inspeção Predial

vista técnico, além do implemen-

junto à Associação Brasileira de

PP – E quais são as outras metas desta gestão?

to das duas novas certificações

Normas Técnicas (ABNT), que irá

profissionais já referidas, também

definir uma metodologia e norma-

AC – Minha proposta é dar maior

estamos em processo de conclu-

tizar a atividade.

O IBAPE é um centro de referência em nível internacional, no tocante a normas e artigos técnicos, na área de avaliações, perícias e inspeções

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Foto: Diogo Moreira

CALÇADOS

Indústria calçadista brasileira crescerá 3,6% em 2014 Com os pés no chão, mas cheia de otimismo, a indústria brasileira de calçados mantém seu ritmo de crescimento, apesar dos problemas da economia. O estudo “Mercado Potencial de Calçados em Geral”, realizado pelo IEMI Inteligência de Mercado, revela que a indústria calçadista brasileira deve crescer 3,6% em 2014. As exportações irão expandir ainda mais, com aumento de 12,3%. Mas os importados continuam incomodando o setor. “As expectativas são de que os artigos importados alcancem uma participação de 5,1% sobre o consumo aparente (resultado da produção + importação - exportação) em volume de pares, e as exportações representem 14,8% da produção, quando 14

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considerados todos os grupos de calçados produzidos e consumidos no País”, explica à Primeira Página o diretor do IEMI, Marcelo Prado. O Brasil deve exportar 138 milhões de pares em 2014 e importar 43 milhões. A produção brasileira deve alcançar 932 milhões de pares.

Produção e consumo mundial A produção mundial de calçados chegou a 18,8 bilhões de pares em 2012. Já o consumo foi de 16,5 bilhões, um crescimento de 2,1% em relação a 2011. “O potencial de crescimento futuro é maior, se considerarmos que a maioria da população mundial ainda sobre-


vive com baixo poder aquisitivo. Nos próximos anos, o crescimento da produção e do consumo deverá ocorrer à medida que as nações menos desenvolvidas consigam uma melhor distribuição de renda”, afirma o diretor. O Brasil ocupa a terceira posição no ranking de produção mundial, com participação de 4,6%, ficando atrás somente da China e da Índia. Vale ressaltar, no entanto, que o segmento é amplamente dominado pelos chineses, que produzem 56% dos calçados do mundo e respondem por 72% das exportações do setor. No ranking dos maiores exportadores mundiais, o Brasil ocupa o 10º lugar em volume de pares e o 16º em valores em dólares. Em se tratando de consumo, o Brasil ocupa a quarta posição entre os consumidores globais, mas é importante observar que o número de pares consumidos pelo brasileiro é elevado por conta da alta participação de chinelos, que representam mais da metade dos pares adquiridos. Com isso, o consumo por habitante, de 4,1 pares/ ano, é 78% superior à média mundial, que é de 2,3 pares. China, Estados Unidos e Índia ficam nas primeiras colocações. Vale ressaltar, porém, que enquanto o consumo per capita nos Estados Unidos, em 2012, foi de 7,2 pares/ano, na China e na Índia foi de 1,8. O maior consumo por habitante em 2012 foi na República Tcheca, com 7,6 pares/ano.

Raio X da indústria O setor calçadista nacional é composto por um grande número de microempresas (89%, com até 49 empregados), ficando as pequenas (de 50 a 249 empregados) com 8,8% da fatia e as médias (de 250 a 1.000 empregados) com 1,8%. As grandes companhias (mais de 1.000 empregados) não passam de 0,5% do mercado.

Os empregos gerados pelo setor produtor de calçados somaram quase 353 mil em 2013 As unidades produtoras estão localizadas principalmente no Sul e no Sudeste, onde se concentram 88,3% do total, ficando o Nordeste com 8,1% e o Centro-Oeste e o Norte, juntos, com 3,6% do total de unidades ativas. Os empregos gerados pelo setor produtor de calçados somaram quase 353 mil em 2013, o equivalente a 3,58% do total de trabalhadores alocados na produção industrial do País nesse ano. A Região Nordeste é a maior empregadora. Em 2010, ultrapassou a Região Sul e participa com 36,1% do contingente de empregos ofertados pelo setor em 2013. A Região Sul ocupa a segunda posição, com 35,8%, seguida da Sudeste, com 26,6%. O Norte e o Centro-Oeste, juntos, detêm 1,4% dos empregos da indústria brasileira de calçados. Primeira Página

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Foto: Agência Brasil

CONSTRUÇÃO CIVIL

Apesar do baixo desempenho no final de 2013, a expectativa é de que o setor cresça 4,5% este ano

Indústria da construção civil perde ritmo, mas cresce mais que o PIB A indústria da construção civil brasileira sofreu uma forte retração em dezembro de 2013 (6,1%), comparativamente ao mesmo mês de 2012, o que prejudicou o desempenho do setor no ano passado. Quando se compara dezembro de 2013 com novembro do mesmo ano, o resultado é ainda pior: retração de 16,1%. Desse modo, 2013 terminou com um crescimento de 3% no setor, inferior ao previsto pelos especialistas, que aguardavam uma expansão de 4%. Ainda assim, a expansão foi o dobro da registrada em 2012. “O baixo desempenho de dezembro não trouxe a recuperação que esperávamos nas vendas e contribuiu 16

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fortemente para a reversão da tendência de elevação que era observada desde a metade do primeiro semestre”, afirma à Primeira Página o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Material de Construção (Abramat), Walter Cover.

primeiros números de 2014 corroboram a opinião do executivo. O mês de janeiro teve crescimento de 1,5% em relação ao mesmo período de 2013. Quando a comparação é feita com dezembro de 2012, a expansão é ainda maior: 9,2%.

Perspectivas positivas

“O crescimento de vendas em janeiro, em relação a dezembro, se deu sobre uma base bastante baixa. Já o fato de a venda de material de base ter crescido mais do que a de material de acabamento está relacionado a fatores como ausência de chuvas – condição que favorece a execução de obras – e empreendimentos de infraestrutura ligados à Copa, principalmente aeroportos”, explica Cover.

As expectativas para 2014, entretanto, são bastante positivas: A indústria deve crescer 4,5% neste ano. Segundo Cover, a expansão está diretamente ligada à manutenção dos atuais estímulos do governo ao consumo das famílias (crédito, emprego e renda), ao maior dinamismo do segmento imobiliário e também à aceleração das obras de infraestrutura. Os


Foto: Wilson Besnosik

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Foto: Divulgação Masterglasses

ÓTICA

A expectativa é que em 2014 as vendas de lentes de contato cresçam 5,3% e as de óculos, 3,9%

Empresários e governo querem fortalecer indústria ótica nacional O potencial de crescimento do setor ótico brasileiro é enorme. De acordo com a Associação Brasileira da Indústria Óptica (Abióptica), 135 milhões de brasileiros necessitam de algum tipo de correção visual. Desses, somente 40 milhões usam óculos de grau. Fatores como o aumento da renda e da faixa etária da população – segundo o IBGE, 10,8% dos brasileiros já tinham mais de 60 anos em 2010 – também fazem com que o mercado espere um significativo aumento da demanda por produtos como armações e lentes. Por outro lado, mais de 70% dos itens comercializados pelo setor no Brasil são importados e o número de fabricantes nacionais é 18

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pequeno. Por isso, a Associação Brasileira da Indústria Óptica e a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) estudam políticas para estimular o setor. “Em 2010, essa cadeia registrou um faturamento de R$ 15,9 bilhões no varejo, segundo a Abióptica. Mas, do ponto de vista da fabricação, há uma concentração de atividade em países que atualmente promovem grande evolução tecnológica, especialmente na produção de lentes. É importante que o Brasil amplie sua participação nessa cadeia e se fortaleça como player”, detalha o especialista da ABDI, Caetano Ulharuzo. Estima-se que no ano passado o

segmento de lentes de contato tenha crescido cerca de 6% e o de óculos, 4%. Para este ano, a expectativa é que as vendas de lentes de contato cresçam 5,3% e as de óculos, 3,9%. O diretor da ABDI, Otávio Camargo, lembrou a existência de um projeto de lei que trata da obrigatoriedade do exame de vista anual no ensino público fundamental e médio, que também deve gerar demanda por óculos e lentes. “No Brasil, hoje, não há um processo regular de verificação de acuidade visual. Projetos como esse não somente colaboram com a saúde da população, mas também impactam o setor industrial”, completa Camargo.


LOGÍSTICA

Transporte de resíduos e produtos perigosos requer vários cuidados Todos os dias as estradas da Bahia são cortadas por veículos que fazem o transporte de produtos perigosos. Mas, apesar de se tratar de uma operação corriqueira, sempre há riscos para o meio ambiente. “Por isso é que as empresas geradoras dos resíduos não podem fazer o transporte desse tipo de material por conta própria. É preciso contratar uma empresa especializada, que possua todas as licenças ambientais obrigatórias”, explica o gerente administrativo da Translogistics (empresa especializada no manuseio, transporte e destinação final de resíduos in-

dustriais perigosos, não perigosos e recicláveis), Carlos Ribeiro. O executivo observa que antes de transladar o material é fundamental avaliar os riscos envolvidos na operação. “As condições das estradas, o armazenamento, os impactos que o contato com a carga podem causar nas pessoas ou no meio ambiente devem ser a preocupação número um de quem faz o transporte”, afirma. Outra dica do empresário é respeitar os horários e as condições de trabalho do condutor, que não deve dirigir cansado e precisa ter à disposição no veículo, em ótimo estado, todos os equipamentos para o caso de emergências. “Nos-

Carlos Ribeiro: "Nosso foco é sempre minimizar os riscos"

so foco é sempre minimizar os riscos, mas, se acontecer algum imprevisto, a empresa enviará uma equipe para fazer a contenção do resíduo perigoso, descontaminação da área e acionar as autoridades competentes”, diz.

Dez anos

Cláudio Solrac: “Responsabilidade ambiental na gestão integral de resíduos industriais”

A Translogistics comemora em 2014 dez anos de existência, com atuação em todo o território nacional. “Possuímos uma equipe multidisciplinar que atua em projetos ambientais e está sempre preocupada com a conservação do meio ambiente, obedecendo às normas de segurança e à legislação ambiental”, afirma Solrac. “Com responsabilidade ambiental na gestão integral de resíduos industriais, utilizamos para destinação final as técnicas de incineração, coprocessamento, deposição em aterros industriais e sanitários, em conformidade com as exigências dos órgãos ambientais”, orgulha-se.

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Foto: ktsdesign - Fotolia.com

POLÍTICA

Ambiente político brasileiro afasta investidores internacionais O ambiente político do Brasil já aparece como um dos potenciais entraves para empresários que querem fazer investimentos no País. Esta é a principal conclusão de um levantamento realizado pela KPMG com cerca de 430 executivos de todo o mundo. Outros itens que causam preocupação aos investidores são a alta carga tributária e a burocracia. “Esse levantamento vem sendo realizado há três anos e o que mais nos chamou a atenção nesta última edição foi o fato de o ambiente político ser citado por grande parte dos empresários do mundo todo como um dos desafios para quem quer investir no Brasil. Esse era um fator periférico nas discussões 20

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com investidores interessados em entrar no Brasil e que vem aparecendo com recorrência na pauta dos executivos, principalmente devido à proximidade das eleições e ao consequente aumento de exposição da política brasileira para o mundo”, analisa o sócio da KPMG, Augusto Sales. Por outro lado, de olho em uma nova base de clientes, 50% dos entrevistados se mostraram otimistas com o poder de consumo do brasileiro, que continua em alta. “Eles ainda veem o Brasil como um mercado interno atrativo, por conta do aumento do poder aquisitivo, e não como plataforma de exportação de bens, em função do chamado Custo Brasil, o que diminui a competi-

tividade do País”, acrescenta Sales. Além disso, quase 90% dos entrevistados consideram positivo para seus negócios a convergência das normas de contabilidade brasileira para o padrão internacional de contabilidade (IFRS).

Resultados Quando perguntados sobre quais os principais obstáculos para investimento no Brasil, 31% responderam que é a alta complexidade tributária, 17% apontaram a burocracia e, surpreendentemente, 14% marcaram “questões políticas”. Já quando perguntados sobre o principal atrativo de investimento no Brasil, metade respondeu que é a possibilidade de acesso à nova base de clientes.


SERVIÇOS

Empresários pedem continuidade da desoneração da folha de pagamento

m lia.co

Quase todos os indicadores da pesquisa apresentaram melhoria em relação ao mesmo estudo realizado no ano passado.

1. A medida foi positiva? 2013: 100% 2014: 96% 2. O nível de emprego aumentou ou vai aumentar? 2013: 63% 2014: 84% 3. O faturamento das empresas cresceu ou tem expectativa de crescer? 2013: 50% 2014: 79%

- Foto

Resultados

Confira alguns resultados:

Fredc ardo so

"Os resultados evidenciam a importância da medida. Porém, como sua validade atual é apenas até dezembro de 2014, será necessário promover discussões que assegurem sua continuidade, de modo que as empresas tenham maior segurança e possam planejar seus investimentos para além do corrente ano", afirma à Primeira Página o gerente executivo de Política Econômica da CNI, Flávio Castelo Branco. Para 63% dos entrevistados, a medida resultou no aumento do nível de emprego. O faturamento está maior para 58% e as exportações cresceram na opinião de 43%. Para 42%, os investimentos aumentaram.

A desoneração da folha de pagamento começou a ser adotada em dezembro de 2011, apenas com três setores. A medida consiste na substituição da contribuição patronal de 20% sobre a folha de pagamento por alíquotas de 1% ou 2% sobre o faturamento das empresas.

Foto:

Dois anos após a medida de desoneração da folha de pagamento ser adotada, os efeitos positivos são sentidos pela maioria dos empresários, segundo levantamento feito pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) com representantes de 24 setores industriais beneficiados. De acordo com o levantamento, para 96% dos entrevistados a medida teve impactos positivos e para 92% ela deveria ser permanente. Os principais benefícios apontados foram melhoria do fluxo de caixa da empresa (91%) e redução do valor da contribuição (87%).

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ENERGIA

Deficiências do setor de óleo e gás afastam investidores As incertezas e os entraves no se-

tura, Investimentos e Moderni-

Não havia estratégia de estímulo à

tor de óleo e gás no Brasil, rela-

zação do Ambiente Regulatório,

pesquisa e eram constantes as mu-

tivos a regulamentação, inovação,

especialmente no que se refere à

danças no regime fiscal.

gerenciamento, infraestrutura, re-

carga tributária. “O Brasil diz adotar o modelo da

cursos humanos e legislação, podem afastar investidores. Pelo me-

O estudo faz ainda um compara-

Noruega, considerado mais sólido,

nos esta é a conclusão do estudo

tivo entre as políticas e os resul-

estruturado e voltado para o longo

“Perspectivas para a Indústria de

tados alcançados na Noruega e na

prazo. Na prática, entretanto, se-

Óleo e Gás no Brasil”, desenvolvi-

Inglaterra com os desafios que de-

gue os moldes da Inglaterra, ao exi-

do pela EY (antiga Ernst& Young).

vem ser superados pelo Brasil. No

gir um forte programa de investi-

caso da Noruega, o desenvolvi-

mentos para aumentar a produção

A análise indica a necessidade de

mento se deu com o fortalecimen-

no curto prazo”, afirma o sócio e

um ajuste na política do governo,

to da indústria e a produção teve

líder do Centro de Energia e Recur-

para que o País seja competitivo

o ritmo de desenvolvimento mais

sos Naturais da EY, Carlos Assis.

no setor, continue no foco do ca-

lento, respeitando as diferentes

pital estrangeiro e suporte o de-

fases de exploração e produção.

Para Assis, não se pode exigir ao

senvolvimento da indústria nacio-

Além disso, investiu-se fortemen-

mesmo tempo conteúdo local alto

nal. Caso contrário, o Brasil deve

te no financiamento de pesquisas

no curto prazo e crescimento acele-

perder espaço para mercados em

para o avanço tecnológico e foi

rado da produção. “É necessária a

expansão, como México e África

adotado um regime tributário sim-

adoção de medidas claras e a cria-

Ocidental.

ples e transparente.

ção de um ambiente regulatório que incentive a concorrência leal, o

De acordo com o Centro de Ener-

Já na Inglaterra, o desenvolvi-

que teria impactos positivos para o

gia e Recursos Naturais da EY, cin-

mento da indústria teve ênfase na

desenvolvimento do setor de óleo e

co áreas precisam de atenção e re-

maximização da receita no curto

gás. Não se cria indústria com pro-

avaliação para que sejam obtidos

prazo, opção que trouxe bons re-

grama de aceleração da produção.

melhores resultados em meio a ex-

sultados inicialmente, mas que

Estão exigindo dos fornecedores

pectativas positivas de desenvolvi-

levou a uma produção irregular

prazos muito curtos para fabricar

mento do setor: Capital Humano,

na fase de crescimento e a uma

equipamentos com alto grau de so-

Inovação Tecnológica, Infraestru-

forte queda a partir do ano 2000.

fisticação”, explica.

22

Primeira Página


Foto: chones - Fotolia.com

MEIO AMBIENTE

Indústria lança “Selo Nacional de Plásticos Reciclados” A Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast) lançou em janeiro o Selo Nacional de Plásticos Reciclados (Senaplas). A solução visa identificar, valorizar e certificar as empresas do segmento de reciclados plásticos que atuam de acordo com os critérios socioambientais e econômicos exigidos por lei. “O selo vai incentivar e valorizar a formalização dos recicladores, demonstrando que há empresas e produtos adequados e de qualidade no segmento, fortalecendo a cadeia, que atualmente reúne mais de 800 produtoras regularizadas”, explica o coordenador da Câmara Nacional dos Recicladores de Material

Plástico da Abiplast, Ricardo Hajaj. São elegíveis ao selo as produtoras de matéria-prima reciclada que comercializam resinas recuperadas e produtos transformados pelos recicladores. As empresas precisam estar legalmente constituídas (CNPJ e contrato social) e com toda a documentação e licenças em ordem. O processo de verificação será realizado pelos sindicatos estaduais e a certificação oferecida pela Abiplast, com vigência de 24 meses.

Perspectivas do setor A indústria de reciclagem de material plástico reúne 815 empresas, que faturam R$ 2,394 milhões por ano e empregam 22.705 funcionários. A capacidade instalada é

de 1700 toneladas, com produção anual de aproximadamente mil toneladas. De acordo com dados de 2012 do Instituto Plastivida, o índice de reciclagem mecânica (conversão dos descartes plásticos em grânulos que podem ser reutilizados na produção de outros produtos) no Brasil é de 22%, o que situa o País na décima colocação do ranking mundial. Atualmente, o potencial econômico desperdiçado devido ao não tratamento dos resíduos plásticos é de R$ 5,8 bilhões. Vale observar que 41% dos plásticos reciclados são utilizados no segmento de bens de consumo semi e não duráveis. Primeira Página

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Foto: Manu Dias

INFRAESTRUTURA

Todos os anos a capital baiana é castigada por alagamentos, desabamentos e deslizamentos de terra

Salvador está pronta para receber chuvas? Deslizamentos de terra, desabamentos de imóveis e alagamentos de vias são velhos conhecidos do soteropolitano, que já se habituou a ver a cidade castigada pelos efeitos das chuvas mais fortes. De acordo com dados da Defesa Civil de Salvador (Codesal), este ano, até o dia 31 de março, foram registrados 87 deslizamentos de terra e 10 desabamentos, sem vítimas. Em 2013 foram 665 deslizamentos e 86 desabamentos, com sete óbitos. “Temos em andamento investimentos da ordem de R$ 22 milhões do Ministério das Cidades e cerca de R$ 12 milhões de recursos do Município para obras de contenção de encostas”, conta à revista Primeira Página o secretário municipal da Infraestrutura e Defesa Civil (Sindec), Paulo Fontana. 24

Primeira Página


Cerca de 30 obras de contenção de encostas estão em curso na cidade, com investimentos municipais e federais. A maior delas é a da Ladeira do Cacau, em São Caetano. A via foi interditada há três anos, após um deslizamento, e sua requalificação custará R$ 6 milhões em recursos do município. Além disso, a prefeitura investirá R$ 1,7 milhão para contenção da encosta à margem da Avenida Contorno, que chegou a ser bloqueada por causa de um deslizamento de terra em junho de 2013. “Temos ainda projetos de captação de recursos do governo federal para recuperar 115 encostas e outras 40 com recursos próprios. Também realizamos limpeza de canais desde o ano passado e temos programas de macrodrenagem que serão lançados este ano” conta Fontana.

Quanto aos deslizamentos de terra, Tonhá explica que o desmatamento é um dos grandes responsáveis, por causar erosão durante as chuvas e retirar a proteção natural que as raízes de árvores e plantas oferecem ao solo. Outro fator ressaltado pelo engenheiro é a ocupação desordenada da cidade, com construções erguidas Foto: Divulgação

Foto: Max Haack

Paulo Fontana, secretário da Sindec

pleta de bacias de drenagem, onde diversos rios desaguam no mar. Segundo o engenheiro civil especialista em infraestrutura e drenagem Antônio Tonhá, a intervenção humana aliada a esta característica natural é responsável pelos constantes alagamentos. “As bacias antigamente tinham um sistema de drenagem natural, com permeabilidade do solo e áreas de acumulação de água, como lagoas e represas. Com a ocupação aleatória pelo sistema imobiliário, o solo foi pavimentado e muitas lagoas foram aterradas, fazendo a água correr mais rápido na época de chuvas e resultando em alagamentos”, explica.

Intervenções humanas Alguns fatores contribuem para tornar Salvador mais vulnerável aos efeitos das chuvas, como sua localização em uma península re-

Alvaro da Silveira Filho, diretor-geral da Codesal

em encostas e sem a observação de critérios básicos de segurança. “Devido à falta de planejamento da cidade e à omissão do Poder Público é que existem as invasões, construídas por pessoas que não têm assistência nem conhecimento do perigo que correm e só querem um lugar para erguer suas casas”, argumenta.

Temos investimentos de R$ 22 milhões do Ministério das Cidades e cerca de R$ 12 milhões do Município para obras de contenção de encostas Segundo o diretor-geral da Codesal, Alvaro da Silveira Filho, aproximadamente um terço da população de Salvador habita regiões de risco, grande parte em imóveis construídos de forma irregular. Frente a este panorama, um dos grandes desafios da cidade é conscientizar os moradores dessas áreas sobre o perigo que correm. “Quando agentes da Defesa Civil notificam um morador para desocupar seu imóvel em face do risco existente, na maioria das vezes, há resistência, pois ele acredita que o acidente não acontecerá. Junto à conscientização, é preciso promover a remoção dos moradores das áreas de risco e dar destinação a esses locais, para que não voltem a ser ocupados”, afirma. Primeira Página

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Foto: Domingo Arjones

COPA DO MUNDO

PM-BA admite uso de armamento não letal em eventuais protestos na Copa do Mundo

Polícia Militar não puniu nenhum policial por excessos cometidos na Copa das Confederações Os protestos registrados em todo o Brasil no mês de junho do ano passado foram marcados por confrontos entre policiais militares e manifestantes. Durante as manifestações, a seção baiana da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-BA) prestou mais de 80 atendimentos para liberações na fase policial e na judicial, por crimes de dano simples ou qualificado. “Os casos mais recorrentes foram de danos ao patrimônio público e privado, mas também houve registros de lesão corporal e abuso de autoridade. Acompanhamos os protestos prestando orientação à sociedade civil para a prática pacífica da liberdade de expressão, direito constitucional de todo indivíduo”, afirma o conselheiro da OAB-BA, Domingo Arjones. Apesar do grande número de confrontos noticiados pela imprensa e dos casos de abuso policial divulgados nas redes sociais, não houve nenhuma queixa direta de mani26

Primeira Página

festantes à Corregedoria da Polícia Militar da Bahia. Segundo o diretor de Comunicação Social da corporação, coronel Gilson Santiago, os únicos casos averiguados pelo ór-

gão foram abertos a partir de imagens veiculadas na imprensa: um de suposta agressão a manifestantes e outro referente à agressão e prisão de jornalistas. Ambos pas-


Fizemos um esforço muito grande no sentido de privilegiar a negociação, antes de agir com a força não letal Agressão a jornalistas Segundo nota divulgada pelo Sindicato dos Jornalistas da Bahia (Sinjorba), os jornalistas Francis Juliano, Evilásio Júnior e o repórter fotográfico Almiro Lopes foram agredidos enquanto cobriam os protestos na região do Iguatemi. O repórter Francis Juliano foi preso e levado para a 16ª Delegacia Territorial, no bairro da Pituba, ao questionar policiais sobre o motivo de espancarem um fotógrafo. Já Evilásio Júnior foi agredido verbalmente, recebeu empurrões e spray de pimenta no rosto. “Além da prisão arbitrária, agrediram os jornalistas com palavrões. Almiro Lopes foi atingindo por uma bala de borracha no abdômen. Na região dos Barris, policiais forçaram o fotógrafo Tiago di Araújo a apagar de sua máquina fotos que registravam a repressão ao movimento de protesto”, declarou a presidente do Sinjorba, Marjorie Moura, na nota de repúdio.

Foto: Domingo Arjones

saram por uma sindicância e o primeiro teve seu arquivamento solicitado, aguardando a decisão final do comandante da PM. O segundo foi transformado em processo administrativo disciplinar e está em apuração. Até o momento nenhum policial foi punido.

Questionada pela revista Primeira Página sobre eventuais medidas adotadas pelos jornalistas envolvidos, a presidente do Sinjorba afirmou que nenhum deles denunciou formalmente os abusos. “Francis e Evilásio nem chegaram a registrar a queixa na delegacia de polícia porque foram constrangidos pelo arrependimento dos policiais na unidade, que se desculparam por sua truculência. De acordo com o que eu soube mais tarde, Tiago di Araújo era estagiário e nunca procurou o Sinjorba. Almiro Lopes também não prestou queixa”, conta.

Opiniões sobre os confrontos Para a presidente do Sinjorba, os abusos contra a imprensa foram cometidos tanto por policiais militares quanto por manifestantes. No caso das agressões policiais, ela atribui o fato ao choque entre a necessidade que o jornalista tem de buscar a informação e a cultura da PM de que a segurança pública está acima de qualquer di-

reito. “Sem dúvida, aconteceram excessos, principalmente pelo fato de a Polícia Militar ter um caráter repressivo, pouco adequado aos tempos atuais do País, em que se busca cada vez mais o respeito aos direitos individuais, à democracia. Com relação aos manifestantes, está ocorrendo uma confusão entre o direito de se manifestar contra o conteúdo editorial de uma mídia e a atuação dos trabalhadores de imprensa nas ruas”, afirma. A PM-BA, por sua vez, alega que atuou dentro da legalidade e dos parâmetros de uso da força recomendados pela corporação. Ao ser questionado sobre possíveis excessos policiais, o coronel Santiago elogiou a atuação da Instituição e responsabilizou os manifestantes pelo início dos confrontos. “Fizemos um esforço muito grande no sentido de privilegiar a negociação, antes de agir com a força não letal. Os fatos que extrapolaram esse limite foram muito mais responsabilidade de quem provocou Primeira Página

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do que da ação policial. Graças a isso, a PM-BA foi a que obteve melhor avaliação entre as sedes da Copa das Confederações, por todos os segmentos envolvidos no processo”, argumenta em entrevista à Primeira Página.

Visão de um manifestante

Foto: Domingo Arjones

O depoimento do estudante de psicologia Antônio Nascimento, 36, contraria a visão da PM baiana. Ele afirma ter estado presente em diversos protestos e que em um deles, no dia 22 de junho, foi detido pela Polícia Militar, numa passeata que ia do Campo Grande ao Iguatemi. Segundo Nascimento, a ação dos policiais foi truculenta e injustificada. “Durante todo o trajeto foi uma manifestação tranquila e ordeira, mas quando chegamos ao Iguatemi, no final da caminhada, fomos interpelados por uma guarnição policial fortemente armada com bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha. Eles começaram a atirar e nós nos

28

Primeira Página

dispersamos. Naquele momento, eu e alguns companheiros fomos cercados e presos por vandalismo”, conta o estudante. Nascimento alega ter sido vítima de agressões físicas e verbais, juntamente com os outros manifestantes, no momento da prisão. Ele também afirma que nem todos os policiais portavam identificação em suas fardas. “Fomos agredidos com pancadas de cassetete nas costas e nos braços, chutes nas pernas e coronhadas. O tempo todo eles falavam que se estivéssemos em outro lugar nós não sairíamos vivos”, relata.

Preparação para a Copa A menos de cem dias do início da Copa do Mundo do Brasil, tanto jornalistas quanto policiais se preparam para uma onda de protestos ainda mais intensos do que os de junho passado. Em meio à expectativa de novas manifestações, as duas classes iniciaram um diálogo para que a PM ministre um trei-

namento voltado para integrantes da imprensa, sobre como se portar frente a diversas situações de risco numa manifestação. “O objetivo não é somente oferecer o curso, mas também buscar um seminário com treinamento de mídia, envolvendo policiais militares e profissionais da imprensa, de modo que cada um entenda e respeite o papel do outro no desempenho de suas atividades profissionais”, explica a presidente do Sinjorba.

O tempo todo eles falavam que se estivéssemos em outro lugar nós não sairíamos vivos Enquanto isso, a PM-BA se prepara para a Copa do Mundo em diversas frentes. Entre as ações de inteligência estão o acompanhamento das informações veiculadas pela imprensa e o monitoramento permanente dos grupos envolvidos nos protestos e na internet, sobretudo nas redes sociais. Os policiais que atuam nas ruas receberam treinamento em técnicas de controle de multidões, nas quais o uso de munição não letal não está descartado. “Aumentamos nosso acervo de armamento e munição não letal, munição química e coletes, com o objetivo de dar uma segurança maior ao efetivo que será empregado e mostrar que estamos preparados para o caso de tumultos que demandem uso de força”, afirma o coronel Santiago, sem revelar o montante investido no arsenal.


Há 22 anos na busca de novos desafios focando a Excelência e a Qualidade na Prestação de Serviços

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Foto: Divulgação Internacional Marítima

TRANSPORTES

Ferryboat Juracy Magalhães cruza a Baía de Todos-os-Santos

Internacional Marítima assume ferryboat definitivamente O Sistema Ferryboat da Baía de Todos-os-Santos estará sob a gestão da Internacional Marítima pelos próximos 25 anos. A companhia, que opera serviços semelhantes no Maranhão e em São Paulo, já havia assumido o trajeto em caráter provisório desde 14 de março do ano passado. “Iniciamos a gestão do sistema para cumprir contrato emergencial de seis meses, porém, devido à preparação da licitação, foi preciso renová-lo. Nesse período, apesar da redução do número de embarcações – algumas com idade de uso superior a 30 anos –, operamos em dias normais com relativa tranquilidade em relação à demanda”, afirma o assessor da presidência da companhia, Carlos Henrique Pereira Júnior. 30

Primeira Página


Foto: Elói Corrêa/SECOM

A Internacional Marítima foi a única empresa a apresentar uma proposta no processo de licitação, embora tenha havido grande procura pelo edital, segundo o diretor executivo da Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos de Energia, Transportes e Comunicações da Bahia (Agerba), Eduardo Pessôa. A falta de mais candidatos foi atribuída ao caráter peculiar do sistema baiano. “Apesar de o serviço ter um grande volume de usuários, a tarifa já está congelada há mais de seis anos e o retorno é baixo. O preço da passagem deveria estar mais alto, mas sabemos que isso prejudicaria a população. Ainda assim, não vemos como dificuldade o fato de haver apenas um candidato, já que a Internacional Marítima prestou um serviço satisfatório no último ano”, declara.

Investimentos e melhorias O contrato entre o Estado e a Inter-

nacional Marítima prevê um apor-

de Dorival Caymmi e Zumbi dos

te financeiro de R$ 32 milhões nos

Palmares, os ferries foram adquiri-

próximos cinco anos. Entre os in-

dos na Grécia e transferidos para o

vestimentos contratados constam

patrimônio do Governo da Bahia.

a reforma geral dos terminais de

Juntos, eles dobrarão a capacidade

São Joaquim e Bom Despacho,

de transporte de carros e aumenta-

com melhorias em acessibilidade

rão em 75% a capacidade de trans-

e redução das filas de automóveis.

porte de passageiros.

A companhia também realizará a reforma dos píeres de atracação, modernização do sistema de tecnologias de informação e construção de um estaleiro. “Nós

Foto: Mateus Pereira/Secom

sabemos que um dos gargalos do sistema ferryboat é a falta de uma área para manutenção e conserto das embarcações, portanto, a construção dessa estrutura será

O contrato entre o Estado e a Internacional Marítima prevê um aporte financeiro de R$ 32 milhões nos próximos cinco anos

uma solução definitiva para o problema”, afirma Pessôa.

A crise no sistema ferryboat

Eduardo Pessoa, diretor executivo da Agerba

O Estado, por sua vez, também

A decisão de contratar uma nova

realizou recentemente um investi-

concessionária

mento de 18 milhões de euros na

afastamento da antiga operado-

compra de duas novas embarca-

ra, a TWB, por má prestação de

ções, que deverão integrar a frota

serviços. Em setembro de 2012 o

baiana no mês de maio. Batizados

governo baiano decretou interven-

surgiu

com

Primeira Página

o

31


Foto: Alberto Coutinho/Secom

ção estatal no sistema ferryboat, quando foram constatadas várias irregularidades que serviram de argumento para decretar a caducidade do contrato com a companhia. Medidas judiciais também foram adotadas contra a TWB. “A Procuradoria Geral do Estado da Bahia está acionando a empresa na esfera judicial para cobrar o que é de direito do Estado e o presidente da antiga concessionária está com os seus bens indisponíveis”, conta Pessôa.

A intervenção estatal durou cinco meses e demandou investimentos de R$ 35 milhões na docagem de quatro embarcações para reparos na Base de Aratu

Ferryboat Rio Paraguaçu volta a funcionar após reforma

descobertas outras dívidas duran-

sição nos almoxarifados da TWB.

te a intervenção: R$ 6 milhões em multas, R$ 560 mil de taxas de fis-

Entre as peças danificadas fo-

calização e cerca de R$ 1,5 milhão

ram encontrados 21 motores des-

de indenização pelo naufrágio da

montados e sem armazenamento

balsa Bartira.

adequado, expostos à chuva. As consequências do sucateamento

Estrutura sucateada

impactaram diretamente a qua-

Um dos problemas descobertos

lidade do serviço, com menos

durante a intervenção foi o es-

embarcações

disponíveis,

filas

tado precário das embarcações.

de espera maiores e quebras du-

Os indícios de irregularidades fo-

De acordo com dados da Agerba,

rante as travessias. A intervenção

ram detectados pela Auditoria Ge-

todos os ferries se encontravam

estatal durou cinco meses e de-

ral do Estado, em parceria com a

sucateados e apenas três deles

mandou investimentos de R$ 35

Fundação Instituto de Pesquisas

– de uma frota de oito – conti-

milhões na docagem de quatro

Contábeis e Financeiras (Fipeca-

nuavam em operação. Os outros

embarcações para reparos na Base

fi): sonegação de impostos, des-

cinco foram encontrados parados

de Aratu, além de mais R$ 6 mi-

vio de dinheiro, não pagamento

nos terminais de São Joaquim e

lhões na compra de quatro moto-

da folha quinzenal, sublocação

Bom Despacho, sem condições

res e recondicionamento de outros

do estacionamento e não realiza-

de navegação. Devido à falta de

11. O contrato da TWB previa um

ção de investimentos contratados,

um estaleiro, o Estado solicitou

investimento de R$ 27 milhões

dentre outros. Todas as contas da

à Marinha a utilização do dique

em cinco anos, dos quais apenas

TWB estavam negativas, com um

seco da Base Naval de Aratu para

R$ 24 mil foram de fato aplicados,

débito de R$ 200 mil em folhas de

recuperação das embarcações.

segundo declaração do secretário

pagamento e mais de R$ 760 mil

Uma questão que dificultou os re-

da Infraestrutura e vice-governa-

em combustível. Também foram

paros foi a falta de peças de repo-

dor, Otto Alencar.

32

Primeira Página


Foto: RFsole - Fotolia.com

INOVAÇÃO

Brasil começa a fabricar copos compostáveis A catarinense Minaplast começa a inserir no mercado de descartáveis plásticos o primeiro copo compostável de fabricação brasileira. O produto, chamado de Green by Minaplast, usa como matéria-prima o ácido polilático (PLA), fabricado a partir de plantas como o milho e que, em usina, se decompõe totalmente em um prazo de 90 a 120 dias. Só no primeiro semestre deste ano serão produzidos 10 milhões de copos com capacidade para 200ml e 300ml. A matéria-prima empregada no Green é da marca Ingeo, importada dos Estados Unidos e com todas as certificações internacionais de compostabilidade exigidas também pela Europa e pelo

Japão. Não há petróleo em sua composição. Apesar da boa noticia, os copos compostáveis apresentam algumas desvantagens em relação aos comuns. Como o ácido polilático não é resistente ao calor, os compostáveis só poderão ser utilizados para servir bebidas frias ou geladas. Além disso, a matéria-prima para fazer o novo produto é até 40% mais cara. Apesar disso, o diretor da Minaplast, Hemerson De Villa, acredita na viabilidade do produto. “Quando iniciamos os testes, em 2008, esta mesma matéria-prima custava o dobro da tradicional. Em 2012, retomamos os testes e

fizemos as adaptações necessárias nos equipamentos para a produção do Green”, explica De Villa à Primeira Página. Estados dedicam menos de 3% do orçamento ao meio ambiente Do orçamento previsto pelos estados para 2013, a média de destinação à área ambiental foi 2,24%, informou em março o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na Pesquisa de Informações Básicas Estaduais - Perfil dos Estados Brasileiros (Estadic). De acordo com a Agência Brasil, das 27 unidades da Federação, 18 tinham secretarias dedicadas exclusivamente ao meio ambiente.

Primeira Página

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Foto: Divulgação Secom

TURISMO I

A média individual de gastos dos turistas na folia baiana foi de R$ 2 mil

Turistas deixam R$ 1 bilhão no carnaval de Salvador Visitantes brasileiros, estrangeiros e baianos de outras cidades deixaram R$ 1 bilhão em Salvador, durante o carnaval. Até a quarta-feira de cinzas, 550 mil turistas passaram pela cidade, segundo estimativa da Secretaria Estadual do Turismo. Somente pelo aeroporto passaram 400 mil pessoas durante os seis dias de folia. Já os cruzeiros marítimos trouxeram 15 mil visitantes no período. 34

Primeira Página


Os principais emissores brasileiros, que representam 87% dos turistas, são Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Distrito Federal e Sergipe. Os estrangeiros, por sua vez, vêm da Argentina, Itália, Alemanha, França, dos EUA e do Reino Unido.

Com uma taxa de 92%, a ocupação hoteleira nos circuitos do carnaval na capital baiana foi maior, em números percentuais, que a medida no Rio de Janeiro (87%)

A média individual de gastos foi de R$ 2 mil, com desembolso médio diário de R$ 373. Os gastos preliminares incluem a compra do pacote com hospedagem e bilhete aéreo. Durante a folia, a maior parte dos gastos foi destinada à compra de abadas, camarotes, transporte e alimentação. “Alguns turistas chegaram a gastar R$ 15 mil individualmente. É o caso de visitantes que alugam embarcações, ficam em hotéis e camarotes top de linha”, afirma à Primeira Página o secretário do Turismo, Pedro Galvão. Há também os que gastaram menos, optando por ficar em casa de parentes e amigos. Esse público representa 40% dos visitantes.

A média de permanência em Salvador, durante o carnaval, é de sete pernoites, e o circuito mais procurado pelos visitantes é o Dodô (Barra-Ondina). A maior média de idade está entre os turistas que ficam hospedados no Centro Histórico, local preferido pelos estrangeiros.

Ocupação hoteleira Com uma taxa de 92%, a ocupação hoteleira nos circuitos do carnaval na capital baiana foi maior, em números percentuais, que a medida no Rio de Janeiro (87%). Os números da folia de Salvador foram divulgados pelo Sindicato de Hotéis, Bares, Restaurantes e Similares de Salvador e Litoral Norte (SHRBS). Já os dados da capital fluminense são da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH-RJ) e foram divulgadas pelo site especializado Hotelier News. O vice-presidente da SHRBS, Silvio Pessoa, afirmou que os hoteleiros baianos adotaram uma estratégia diferente para atrair os hóspedes este ano. “Antes, vendíamos o pacote para os seis dias, hoje estamos dividindo esse formato e fazendo promoção de preços. Além disso, fizemos ações junto a operadoras de turismo e sites que comercializam pacotes de viagem”, ressaltou Pessoa. A ocupação deste ano foi superior à do carnaval passado, que teve índice de 83%. A maior média alcançada em Sal-

vador foi a do bairro de Ondina, no Circuito Dodô, com 99% dos leitos ocupados. No Pelourinho, onde o carnaval é considerado menos comercial, a taxa foi de 80%.

Turistas de cruzeiros preferem gastar mais com abadás Com um gasto médio individual de R$ 200, segundo dados do Ministério do Turismo, os passageiros dos cruzeiros marítimos que desembarcaram em Salvador no carnaval direcionaram seus recursos, majoritariamente, para a compra de abadás. Ao todo, 15 mil visitantes desembarcaram de cinco navios para os festejos de Momo na capital baiana. Mais do que um visitante que vai passar um ou dois dias na cidade, o turista de cruzeiros marítimos é visto pelos gestores do setor turístico como um impulsionador da economia e indicativo de novos negócios. A expectativa de desembolso desse grupo supera a marca dos US$20 milhões, algo em torno de R$47 milhões pelo câmbio comercial. “Além dessa injeção de recursos na economia, que se dá pelo consumo de abadás, camarotes, restaurantes, táxis e compras em geral, temos que avaliar que esse é um visitante que normalmente volta em outras ocasiões, para estadas mais longas”, explica o diretor de turismo da Saltur, empresa municipal de fomento ao setor, George Barreto. Primeira Página

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Foto: oprisansever - Fotolia.com

TURISMO II

Ministério da Agricultura lança passaporte para cães e gatos Na tentativa de deixar menos burocráticas as viagens para o exterior com animais de estimação, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) começou a emitir em março deste ano o passaporte para cães e gatos. O documento substituirá o Certificado Veterinário Internacional (CVI) para países que o aceitem. “Neste caso, será o único documento necessário, já que todas as informações sanitárias do animal estão contidas em um só lugar. Além disso, o passaporte é vitalício, enquanto o CVI deve ser solicitado a cada viagem”, esclarece à Primeira Página o fiscal federal agropecuário Márcio Henrique Micheletti. Um possível entrave ao sucesso da iniciativa é a pequena quantidade de países que aceitam o referido documento. Apenas os membros 36

Primeira Página

plenos do Mercosul (Argentina, Paraguai, Uruguai e Venezuela) permitem o trânsito de animais com passaporte, mas, segundo Mi-

cheletti, há um esforço em andamento no intuito de ampliar sua aceitação internacional. “O Ministério já fez consulta a todos os


Como fazer Para adquirir o passaporte, o proprietário do animal deve imprimir e preencher um requerimento, que pode ser acessado no site do MAPA. Em seguida, portando a documentação necessária, deve comparecer a uma unidade do Sistema de Vigilância Agropecuária Internacional (Vigiagro) nos aeroportos, portos, postos de fronteira e aduanas especiais ou nas superintendências federais de agricultura dos estados. A emissão é gratuita e o prazo de recebimento é de 30 dias úteis, contados a partir da entrega dos documentos exigidos. Um importante pré-requisito é a instalação do microchip de identificação eletrônica no cão ou gato, que será lido na emissão do passaporte e durante o embarque em viagens internacionais ou desembarque no Brasil. O implante é um processo simples, mas que deve ser feito por um médico veterinário. “Ele é colocado através de uma injeção no dorso do animal. Trata-se de um procedimento rápido, cuja dor se equipara à de qualquer outra injeção e que pode ser feito com anestesia local, se necessário”, esclarece Micheletti.

do o médico veterinário Fernando Oliveira, é preciso consultar a companhia aérea no momento da reserva, além de pesquisar se há restrições de entrada da raça do cão ou do gato no país de destino. Animais com até cinco quilos podem viajar junto ao dono, dentro da gaiola, enquanto os de maior porte devem seguir no compartimento de bagagens. “Também é fundamental cuidar do bem-estar do animal, que deve estar bem alimentado e hidratado. No caso de filhotes, o cuidado deve ser redobrado”, ressalta. Para manter o cão ou gato calmo durante voos mais longos, alguns proprietários recorrem a tranquilizantes ou remédios para enjoo, método que deve ser utilizado com cuidado e orientação profissional. “O mesmo medicamento apresenta graus de intensidade diferentes de um animal para outro. Deve-se consultar um veterinário antes da viagem, para saber se a sedação é realmente necessária e como o pet reagirá ao sedativo”, aconselha.

Documentos exigidos: Identificação do proprietário e comprovante de residência no Brasil. Documento de comprovação da aplicação do microchip. Atestado de saúde do animal, com validade máxima de 10 (dez) dias da data de emissão. Declaração do dono com os nomes das pessoas autorizadas a transportar o animal. Procuração, para os casos de solicitação via representante legal. FONTE: MAPA

EMISSÃO DO PASSAPORTE NA BAHIA Superintendência Federal de Agricultura (SFA-BA) Largo dos Aflitos, s/n, Ed. Ceres – Salvador (BA) Tel.: (71) 3444 7436 / 3444 7437

Foto: Africa Studio - Fotolia.com

países com os quais o Brasil mantém relações diplomáticas, sobre a aceitação ou não do passaporte. Estamos aguardando as respostas”, afirma.

Cuidados na hora de viajar Ao viajar, a documentação do animal é apenas uma das preocupações que o dono deve ter. SegunPrimeira Página

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Foto: Mr. Boombust

NEGÓCIOS

No ano passado o setor gerou 820 mil empregos diretos e 1,85 milhão de forma indireta

Panificação brasileira cresce 8,7% em 2013 As empresas de panificação e confeitaria faturaram R$ 76,405 bilhões em 2013, valor 8,7% superior ao registrado no ano anterior. O crescimento, entretanto, foi o mais baixo desta década. “Essa desaceleração é decorrente principalmente da alta de custos experimentada pela panificação. Para se ter uma ideia, os preços da farinha de trigo, que representam 40% dos custos dos produtos panificados, sofreram aumento médio de 22%, o que representou impacto de 9% nos reajustes de preços realizados no ano”, informa à Primeira Página o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Panificação e Confeitaria (Abip), José Batista de Oliveira. Os números apresentados pelo dirigente foram levantados pelo Instituto Tecnológico ITPC, em parceria com a Abip, por meio de pesquisa realizada junto a 1.200 empresas de todo o País, abrangendo repre38

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sentantes do setor de todos os portes. O crescimento do faturamento, segundo Batista, foi garantido pelo desempenho das padarias que oferecem serviços completos de fast-food e de conveniência.

O número de empresas que constitui o setor continua sendo de 63,2 mil, que foram frequentadas por cerca de 43 milhões de clientes diariamente, no último ano. Já o número de funcionários na


panificação somou 820 mil empregos diretos e 1,85 milhão de forma indireta. No ano passado houve um aumento de 2% no número de postos de trabalhos criados, o que representa 18 mil funcionários contratados pelas padarias. No mesmo período, o salário médio cresceu 26%. Já as vendas de produção própria representaram 55% do volume de faturamento, ou R$ 42,02 bilhões, seguidas por bebidas, mercearia e laticínios. O presidente da Abip destaca a importância socioeconômica do setor, lembrando que o segmento, além de ser importante gerador e mantenedor de mão de obra, é constituído basicamente por mi-

cro e pequenas empresas. “Mais da metade das padarias empregam até 20 funcionários”, destaca ele. Dada a relevância do setor, Oliveira defende a aceleração do projeto que desonera os produtos panificados e que se encontra em trâmite na Câmara Federal, já tendo recebido aprovação da Comissão de Constituição e Justiça. “Trata-se de matéria da maior importância para a economia e a sociedade brasileiras”, diz o presidente da Abip. “A decorrente redução dos custos dos produtos panificados não apenas terá impacto positivo direto sobre a atividade, estimulando investimentos em novos empreendi-

mentos, modernizações e ampliações, como também tornará esse nobre produto ainda mais acessível à população. Desta forma, o Brasil poderá incrementar seu hoje acanhado consumo per capita de pães, em média 33 quilos/habitante/ano, o que vem a ser pouco mais da metade dos 60 quilos/ habitante/ano recomendados pela ONU”, ressalta Oliveira. “Temos muito espaço para crescer”, conclui ele, lembrando que países de situação socioeconômica similar à do Brasil ostentam índices de consumo per capita acima dos 70 quilos/habitante/ ano, como é o caso da Argentina, e além dos 90 quilos/habitante/ ano, como o Chile.

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EMPREENDIMENTOS

Projeção da praça de alimentação do novo empreendimento

Camaçari terá seu primeiro shopping center em 2015 Consolidado como grande potência industrial da Bahia, o município de Camaçari ganhará seu primeiro shopping center, o Boulevard Shopping Camaçari. Fruto de uma parceria entre a pernambucana Iron House Real Estate e as baianas EPP Empreendimentos Imobiliários e Nova Villa Patrimonial, o empreendimento terá um investimento total de R$ 100 milhões, sendo R$ 56 milhões financiados pela Agência de Fomento do Estado da Bahia (Desenbahia). “Camaçari sempre foi uma cidade que acolheu os trabalhadores, mas não tinha na sede do Município um empreendimento de grande porte que pudesse oferecer mais serviços à população”, afirmou o prefeito Ademar Delgado, na ocasião da assinatura do financiamento. A inauguração do empreendimento está prevista para abril de 2015 e as obras já estão em curso, com 100% da terraplanagem concluí40

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da. Paralelamente às obras de fundação e infraestrutura, foi iniciado o processo de comercialização das 115 lojas e do cinema, através da

Aliansce Shopping Centers, empresa que mais construiu shoppings no Brasil, com 14 empreendimentos inaugurados nos últimos sete


Impactos socioeconômicos Além de contribuir para movimentar o comércio de Camaçari, o novo centro comercial será responsável pela geração de 250 postos de trabalho diretos e 375 indiretos durante as obras. Quando entrar em operação no ano que vem, a previsão é de que o Boulevard Shopping Camaçari gere mais 1.500 empregos diretos e 2.500 indiretos. “Este empreendimento representa a atração de novos negócios, fomento à economia local e uma maior autonomia da região na oferta de bens, serviços e lazer de qualidade. O Boulevard Shopping Camaçari certamente se consolidará como uma das mais importantes âncoras da região”,

afirma à revista Primeira Página o diretor da Iron House Real Estate, Arthur Costa Neto.

Quando entrar em operação no ano que vem, a previsão é de que o Boulevard Shopping Camaçari gere mais 1.500 empregos diretos e 2.500 indiretos Segundo o executivo, a construção do primeiro shopping center de Camaçari também promete representar uma melhoria significativa na qualidade de vida da população, com a oferta de produtos e serviços que até então tinham de ser buscados em municípios vizinhos. “Camaçari é o município mais industrializado da Bahia, respondendo por 35% das exportações estaduais e com uma população de aproximadamente 260 mil habitantes, mas ainda não possui um centro de compras

e entretenimento com a variedade de um shopping. Por isso, acreditamos que o Boulevard Shopping Camaçari – que além do centro de compras terá o primeiro cinema da cidade – propiciará mais lazer e qualidade de vida”, afirma o diretor da Iron House.

Bairro planejado O Boulevard Shopping Camaçari ficará localizado na Reserva dos Camassarys, empreendimento de alto padrão que está sendo construído em uma área de 528 mil metros quadrados, a três quilômetros do centro da cidade. O bairro planejado integrará opções de moradia, comércio, lazer, educação e saúde. Contará também com sistema viário e estrutura urbana orçados em R$ 20 milhões. “Além de fomentar novos negócios e melhorar o acesso a equipamentos de saúde, comércio e educação, o empreendimento terá como elemento direcionador o Novo Urbanismo, que traz em sua essência o conceito de morar, trabalhar, comprar e se divertir no mesmo lugar”, ressalta o presidente da Iron House, Ruy Rêgo. Foto: Divulgação

anos. O novo centro comercial terá uma área bruta locável (ABL) de 20 mil metros quadrados, com projeto de autoria dos arquitetos baianos André Sá e Francisco Mota, ganhadores de dois prêmios do International Council of Shopping Centers (ICSC) na categoria Desenvolvimento de Projetos Inovadores e Sustentabilidade.

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COMÉRCIO

Projeção da vista frontal do novo empreedimento

Feira de Santana terá shopping popular de R$ 31 milhões Feira de Santana vai receber mais um empreendimento comercial de grande porte: o Shopping Popular, com previsão de entrega em fevereiro de 2015 e instalação no Centro de Abastecimento de Feira de Santana. Para o secretário municipal de Trabalho, Turismo e Desenvolvimento Econômico, Antônio Carlos Borges Jr., o novo centro comercial aquecerá a economia local. “Este será o novo vetor de compras da cidade, implantado num local estratégico, de fácil acesso e conhecido na Bahia e no Brasil como o maior entreposto comercial do Norte-Nordeste. Todos sairão ganhando, principalmente os pequenos feirantes e ambulantes, que poderão apresentar seus produtos e serviços, gerar empregos e renda”, afirma. O Shopping Popular será construído graças a uma parceria público-privada e contará com aporte financeiro de R$ 30 milhões, dos 42

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quais 25% serão custeados com recursos do Município. O projeto prevê a construção em um terreno de 30 mil metros quadrados, com

1.800 boxes distribuídos em três pisos, escadas rolantes, praça de alimentação, agência bancária e serviços de estacionamento e en-


A construção do Shopping Popular faz parte do projeto Pacto de Feira, que tem por objetivo promover a requalificação do centro comercial da cidade através do remanejamento dos vendedores ambulantes que ocuparão o novo empreendimento. Segundo Borges Jr, os aspectos positivos para a população e os camelôs vão além do ponto de vista econômico. “Vejo este projeto como a redenção do centro da cidade, pois percebemos que a obra proporcionará maior acessibilidade nas artérias que cortam a região. O Shopping Popular será um lugar digno para os ambulantes trabalharem com segurança, infraestrutura dotada de sanitários

e equipamento de combate a incêndios, entre outros benefícios”, defende.

A visão dos camelôs O Sindicato dos Camelôs de Feira de Santana (Sindicame) se mostra favorável ao conceito de shopping popular como alternativa para reordenar o comércio informal, mas manifesta objeções ao modelo de parceria público-privada. A entidade defende que o empreendimento deve ser totalmente construído com recursos do Município. “Vemos muitos pontos duvidosos neste modelo e tememos que o projeto, que tem a intenção de inclusão, acabe promovendo a exclusão social. Ele não contempla todos os ambulantes que trabalham no centro e achamos que muitos não terão condições de arcar com a taxa de ocupação para ter um espaço no Shopping”, afirma à Primeira Página o diretor de comunicação do Sindicame, Rogério Conceição. Durante audiência pública realizada no dia 4 de abril, o secretário municipal de Desenvolvimento

Econômico afirmou que a taxa de ocupação teria um valor bem abaixo das expectativas dos ambulantes, mas não divulgou qual seria o valor cobrado para conseguir um box no shopping. O Sindicame, por sua vez, apresenta outras dúvidas sobre o modelo de viabilização escolhido, como a capacidade de intervenção direta da Prefeitura em caso de problemas no cumprimento do contrato por parte da empresa parceira. Uma questão que também aflige a categoria é o destino que será dado aos ambulantes que não forem contemplados ou optarem por não aderir ao novo empreendimento. Foto: Silvio Tito

O Shopping Popular contará com aporte financeiro de R$ 30 milhões, dos quais 25% serão custeados com recursos do Município

Foto: Divulgação

tretenimento. Até o momento, a Prefeitura recebeu a proposta da Piu Invest, do empresário e ex-camelô Elias Tergilene, responsável pela disseminação do conceito de shopping popular em Minas Gerais, através do Grupo UAI. “É um projeto para o camelô se transformar num grande empreendedor, o empresário do futuro”, afirma Tergilene.

Antônio Carlos Borges Jr, secretário de Desenvolvimento Econômico

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INDÚSTRIA FARMACÊUTICA

Parceria visa a produção de novos medicamentos para atender ao SUS

Natulab e Bahiafarma negociam pesquisas e laboratório compartilhado O grupo Natulab e a Fundação Baiana de Pesquisa Científica e Desenvolvimento Tecnológico, Fornecimento e Distribuição de Medicamentos (Bahiafarma) negociam uma parceria para a pesquisa de novos medicamentos. Um dos projetos conjuntos é o planejamento de desenvolvimento produtivo (PDP), submetido ao Ministério da Saúde. A iniciativa conta com aporte financeiro de R$ 13 milhões da Bahiafarma e R$ 12 milhões da Natulab. “O objetivo é internalizar tecnologias de medicamentos que atualmente não são produzidos no Brasil e contribuem para um saldo negativo na balança comercial do País no mercado farmacêutico”, 44

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explica o gerente de pesquisa e desenvolvimento de medicamentos da Natulab, Olavo Rodrigues. A parceria tem como objetivo o desenvolvimento e a produção de dois medicamentos para o tratamento da asma. Segundo o gerente da Natulab, a iniciativa prevê a transferência de tecnologia para o estado em um prazo de cinco anos, para que a Bahiafarma possa atender ao Sistema Único de Saúde (SUS). Caso o laboratório público estadual não consiga suprir 100% da demanda do SUS, a Natulab terá prioridade no fornecimento. Outro projeto da parceria prevê

a implantação de um laboratório farmacêutico compartilhado no Parque Tecnológico da Bahia junto à Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti) e com investimentos de aproximadamente R$ 5 milhões. O objetivo, segundo Rodrigues, é produzir protótipos de fórmulas para as duas empresas, com tecnologia de ponta e no prazo de até três anos, caso o projeto seja aprovado ainda em 2014. “Nosso plano é trabalhar com medicamentos que estão na lista do componente estratégico do SUS, ou seja, aqueles que têm grau tecnológico mais complexo e, consequentemente, um preço maior de aquisição para o Estado”, afirma.


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ARTIGO | GESTÃO

A coragem de “queimar as naus” Agátocles, tirano de Siracusa, numa expedição marítima contra Cartago, ao desembarcar, mandou queimar os próprios navios e marchou contra Cartago, cujos habitantes derrotou. Fez isso – a si próprio e a seus comandados – para anular qualquer possibilidade de fuga ou de volta atrás. Sem os navios, seria impossível recuar. Luiz Marins

“Queimar as Naus” significa, pois, ir em frente, sem sequer poder pensar na possibilidade de voltar ou desistir. Há vários exemplos, na história, de comandantes valorosos que fizeram a mesma coisa. Dizem que os vikings faziam o mesmo – ao chegarem a um porto, no intuito de invadir um território e conquistá-lo, queimavam seus navios para impedir qualquer possibilidade de recuo. “Queimar as Naus” significa, portanto, vencer ou vencer! O que esta história pode nos ensinar para a vida pessoal, profissional e empresarial? Muitas vezes, começamos um projeto, entramos numa nova empreitada, fazemos uma mudança forte em nossa vida pessoal e ficamos pensando no passado. Ficamos sempre com a dúvida se deveríamos ou não ter feito o que fizemos ou tomado a decisão que tomamos. Estamos sempre com um pé no cais e um pé no navio. Será que não vale a pena recuar? Não terá sido uma loucura esta decisão? E aí, se os navios estiverem no porto a nos esperar, é muito provável que tenhamos a tentação – mais confortável e segura – de voltar, de recuar. Mas se queimarmos os navios (do passado), não teremos como recuar. Não haverá navios a 46

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Escritor

(*) Antropólogo. Seus programas de televisão estão entre os líderes de audiência na categoria

nos esperar. Teremos que caminhar, ir em frente, acreditar, lutar, vencer. Assim, quando você tomar uma decisão, pense bem antes, e uma vez tomada, queime as naus, ou seja, não pense mais no passado e vá em frente! Na empresa, quando lançamos um novo produto ou novo serviço, temos que fazer absolutamente tudo para que tudo dê certo. Se ficarmos pensando na possibilidade de recuar, jamais empreenderemos o esforço total para vencer os desafios que certamente surgirão à nossa frente. É a mesma coisa na vida pessoal. Um funcionário que foi transferido para uma nova função, em local diferente, terá muitas dificuldades a enfrentar, até sua total adaptação. Filhos, esposa, escolas etc., tudo mudará. Se esse(a) funcionário(a) não “queimar as naus”, ficará o tempo todo reclamando e se lembrando dos bons tempos do lugar onde morava e vivia. Assim, para vencer, é preciso ter a coragem de “queimar as naus”. Pense nisso. Sucesso!


ARTIGO | PALAVRA DO PRESIDENTE

Com a segurança não se brinca

Vanderlei Rigatieri diretor Diretor-geral da WDC Networks

A segurança é um dos bens mais importantes para o ser humano. Sentir-se seguro é e sempre será fundamental para o desenvolvimento individual e coletivo. No Brasil, entretanto, ainda sentimos que a maioria das empresas que comercializa e instala câmeras de vigilância parece brincar com coisa muito séria. Como diz um velho amigo, as imagens recuperadas dos bandidos são tão ruins que, geralmente, é preciso fazer um “retrato falado” para ter como investigar os crimes.

nas cidades, centros comerciais, empresas etc. A WDC equipou uma pick-up com as melhores tecnologias de vigilância disponíveis no mercado: câmeras térmicas, câmeras IP de visão noturna, speed-domes com definição HD, câmeras megapixels panorâmicas com visão de 360 graus, sistemas de identificação de placas de veículos e identificação de faces. A expedição já rodou 30 mil quilômetros e reporta os resultados dessas visitas na web www.expedicaowdc.com.br.

Por que, então, instalar câmeras, se quando precisamos das imagens elas não existem ou não servem ao seu objetivo? A melhor explicação vem da hipótese de que, por não entender a tecnologia e não ter experiência em segurança, o cliente acredita que está comprando e instalando um sistema de vigilância completo, quando, na verdade, está sendo enganado pelo vendedor.

Uma das constatações mais significativas é que, em se tratando de vigilância, a maioria dos possíveis compradores sequer imagina o que há de melhor e mais atual no mercado. Por outro lado, as empresas vendedoras de alarmes e sistemas de gravação demonstram certa acomodação para se educarem e aprenderem a oferecer soluções de qualidade.

Uma experiência incrível tem sido acompanhar a iniciativa da empresa WDC Networks, sediada em Ilhéus e que produz e distribui sistemas de câmeras. A companhia criou a “Expedição WDC”, uma iniciativa de sair pelo Brasil visitando municípios de Norte a Sul e mapeando a qualidade dos sistemas de segurança instalados

Certamente, todos ganham quando há mais informações e esclarecimentos disponíveis. E quanto mais os compradores se interessam em pesquisar, mais os vendedores precisam se aprofundar e atualizar no tema. Tecnologias modernas sempre agregam valor. E como já afirmamos, com segurança não se brinca. Primeira Página

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NOTAS SOCIAIS

Dow investe pesado na Bahia O mês de março foi bastante agitado para Pedro Suarez, presidente da Dow para a América Latina. O executivo passou uma curta temporada na Bahia, a fim de acompanhar os investimentos da Dow no estado. O primeiro compromisso de sua agenda, uma reunião com o governador Jaques Wagner, no dia 25 de março, celebrou a inauguração da Unidade de Beneficiamento de Sementes da empresa, em Luís Eduardo Magalhães.

No dia seguinte, Pedro foi a Candeias (sede da maior unidade da empresa no País) para participar da inauguração de uma planta de cogeração de vapor e energia gerados a partir de biomassa de eucalipto. O projeto, pioneiro no setor petroquímico e o primeiro da ERB (Energias Renováveis do Brasil) a entrar em funcionamento no Brasil, permitirá o abastecimento da Dow com energia limpa, substituindo parte do gás natural que abastece o local atualmente.

Fábrica de motores John Fleming, vice-presidente executivo de Manufatura Global e Relações Trabalhistas da Ford, não escondia o orgulho pela instalação da fábrica da empresa em Camaçari, no dia 9 de abril. Não é para menos. A unidade produzirá uma família totalmente nova de propulsores com três cilindros e tecnologia avançada para o segmento de veículos compactos. “A Fábrica de Motores de Camaçari faz parte da mais rápida e ambiciosa expansão da manufatura global da Ford nos últimos 50 anos”, confessa o executivo. 48

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Presidente eleito Agora é oficial. Depois de muito bafafá, o presidente eleito da FIEB, Carlos Gilberto Farias, foi empossado na presidência da entidade no dia 10 de abril. Durante a cerimônia, o executivo revelou os principais pontos de sua gestão: Projeto de Interiorização, com ampliação do que já vinha sendo executado, e apoio ostensivo às micro, pequenas e médias empresas industriais.

Sob nova direção Muitas mudanças na administração do Shopping Bela Vista. Fabiano Strelow, que ocupou por dois anos o cargo de superintendente do empreendimento e fez um belo trabalho, “bateu asas” e foi para São Paulo, onde assume novos desafios no grupo JHSF. Para substituí-lo, chega a Salvador Thiago de Azevedo Cunha, executivo com passagens pela AmBev, BRMalls e que também já integrou a diretoria de outro centro de compras por aqui, o Shopping Paralela.

Responsabilidade socioambiental Outro VIP que desembarcou em março na Bahia foi Jim Vella, presidente mundial da Ford Fund e Serviços Comunitários. E o motivo de sua primeira visita ao estado foi pra lá de nobre: a Ford entregou 10 mil mochilas ecossustentáveis e kits de caderno e lápis para estudantes de Camaçari. As mochilas foram confeccionadas pela ONG Projeto Axé, a partir de fardamento industrial reutilizado. 50

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