Revista Pontos de Vista Edição 41

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RELAÇÕES BILATERAIS PORTUGAL – MARROCOS

“A empresa atingiu o break-even-point após três anos de atividade” A COUVERMETAL está presente em Marrocos desde 2001, em virtude do processo de internacionalização da portuguesa COBERMETAL. A empresa investiu dois milhões de euros neste projeto e já construiu, até hoje, cerca de milhão e meio de metros quadrados de estruturas e coberturas metálicas. A Revista Pontos de Vista falou com o Administrador da COUVERMETAL. Pedro Martinho, sobre os projetos futuros da empresa, nomeadamente noutros mercados, assim como da economia marroquina e das oportunidades para as empresas portuguesas neste país separado de Portugal apenas pelo mar mediterrâneo. “Parece-me que Portugal pode exportar uma variedade de produtos e serviços que faz bem, como sejam, a construção, as novas tecnologias, os serviços de gestão de diversos negócios e muitos outros produtos que este mercado necessita”, afirma. A COUVERMETAL surge de um processo de internacionalização da COBERMETAL, impulsionado por uma parceria com a marroquina Longofer. Em 2001, quando Carlos Crespo o convidou para encabeçar este projeto, quais eram as vossas expetativas? Os principais objetivos foram alcançados?

Felizmente os objetivos foram largamente ultrapassados e a COUVERMETAL é hoje reconhecida como uma marca de referência na área da construção metálica em Marrocos. A empresa atingiu o break-even-point após três anos de atividade, o que foi indicativo que a estratégia delineada estava correta e no bom caminho. A crise na construção tem sido sentida no mercado marroquino? De que forma?

A crise chegou a Marrocos com um «delai» em relação á Europa, mas chegou e está instalada. Nomeadamente no campo financeiro, os bancos cortaram o crédito ás empresas com as consequentes dificuldades que daí advêm para a economia no geral. A COUVERMETAL realizou em Marrocos, de 2002 até aos dias de hoje, cerca de 1,5 milhões de metros quadrados em coberturas e fatura anualmente cerca de 5 milhões de euros. Para os próximos anos quais são as ambições da empresa? Como perspetiva os tempos que se seguem nesta área das coberturas metálicas em Marrocos?

Neste momento estamos a implantar a nossa congénere na Argélia. Para além do mercado marroquino, estamos a exportar e fazer obras em diversos países da Africa Ocidental, como sejam a Guiné Conakri, Guiné Equatorial. Quais são, na sua opinião, de quem já está neste mercado há vários anos e o conhece de perto, as principais oportunidades que existem em Marrocos para as empresas portuguesas que tenham interesse em investir neste mercado?

As empresas portuguesas que pretendam iniciar-se neste mercado, têm antes de tudo, compreender que a cultura e hábitos são bem diferentes dos europeus. Assim quanto melhor for a capacidade de adaptação, mais rápido poderá ser o caminho para o sucesso. Uma parceria com uma empresa local, pode ser o código postal para acelerar e potenciar negócios. Não esquecer que hoje em dia em Marrocos existe quase tudo. Por isso as empresas portuguesas têm que trazer a diferença, seja ela em qualidade ou em inovação, mas têm que trazer diferença para o instalado. Portugal e Marrocos querem desenvolver e aprofundar as relações bilaterais entre os dois países.

Pedro Martinho

Desta forma, pretende-se introduzir uma dinâmica maior, nomeadamente através das possibilidades de investimento. Que importância isto teria, no seu entender, para o tecido empresarial de ambos os países e para as relações comerciais entre os mesmos?

Os dois países complementam-se em diversos aspetos. Parece-me que Portugal pode exportar uma variedade de produtos e serviços que faz bem, como sejam, a construção, as novas tecnologias, os serviços de gestão de diversos negócios e muitos outros produtos que este mercado necessita. Por outro lado, Marrocos é um país vocacionalmente agrícola, com grande qualidade no que produz, pelo que do meu ponto vista, a par com o turismo, são setores a explorar nos dois sentidos. 50

Atualmente são cerca de 150 as empresas portuguesas a operar em Marrocos e espera-se que ascenda a 200 nos próximos tempos, assistindo-se também a uma diversificação da sua área de negócios, inicialmente centrada na fileira da construção. Está confiante neste desenvolvimento das relações bilaterais entre os dois países? Neste contexto, quais os conselhos úteis que urge dar aos empresários portugueses com interesse em investir em Marrocos?

Marrocos é hoje uma plataforma de partida que se afirma para o Maghreb e Africa Ocidental, daí a importância crescente de estar presente neste país. Um bom estudo do mercado, seguido de uma estratégia a médio prazo, com a escolha de bons elementos para a equipa e com trabalho sério e trabalho sério, terão a chave do sucesso.


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