O 2014 que nos espera

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Sobre a capa Antigo e moderno, tradicional e extravagante, relexivo e extrover tido, simples e extraordinariamente contraditório. Assim se apresenta ao mundo o homem e o artista Bruno Pedrosa (nascido Raimundo Pinheiro Pedrosa), natural da Fazenda Catingueira, no sertão cearense, cujos primeiros desenhos foram concebidos entre cinco e seis anos. Depois do primário em um colégio do Crato e do liceu cl ássico em Fortaleza, Bruno decidiu, aos 18 anos, ir para o Rio de Janeiro estudar na mais antiga e melhor Academia de Belas Artes do país, pois desejava tornar-se um artista. Também com apoio do pai, formou-se em História da Arte, Filosoia e Arqueologia na UFRJ. Nos seus anos de estudo (1969 a 1975), aproveitou suas férias de verão para viajar e explorar o Brasil, Argentina, Chile, Bol ívia, Equador e Peru, conhe cendo lugares, pessoas, culturas e histórias diferentes, que o enriqueceram na mente e no espírito. Pietro Maria Bardi, diretor do Museu de Arte de S ão Paulo, foi seu mentor e organizou uma série de exposições dos seus trabalhos nos Estados Unidos e México. Terminados seus estudos universitários, decidiu, em 1976, entrar para o Mosteiro de São Bento, do Rio, onde o Raimundo se transformou em Bruno, dali saindo alguns anos depois. Recomeçando sua vida, abriu atelier ao público e conheceu Elinor, com quem se casou em 1982. Indo morar em Nova Friburgo, esta reviravolta pessoal aproxima o artista da pintura, o seu estilo muda, o desenho continua a ser o alicerce das obras, mas o fulcro da sua atenção se põe nas cores. Em 1990, uma nova e importante decisão: a Europa. Transferiu-se com a família para Busca, província de Cuneo, cidade natal do tenor Giovanni Garnero, seu sogro. No Piemonte, sentia-se em casa e daí em diante sua arte se modiicou muitas vezes, mas sem voltar ao igurativo, que abandona completamente. No ano seguinte, transferiu-se para Bassano del Grappa, no coração do Veneto. Sua arte cresce com ele, é inluenciada pelos seus estudos, viagens, descobertas. Assim, reinventa-se continuamente navegando por todos os continentes das artes e do mundo, da pintura à escultura, da América Latina à Europa, atravessando o vidro, a cerâmica, o bronze, a joalheria, os totens em papel, expondo suas obras no Brasil, Estados Unidos, Itália, Holanda, França, Espanha, Portugal, Bélgica e Alemanha. Constata-se que seu estilo é único e bem delineado, suas inúmeras expressões artísticas representam igualmente sua complexa pessoa. É, portanto, inútil e supérluo procurar nas suas formas um signiicado concreto, já que estas são sua arte, sua visão do mundo, sua vida. Seu percurso artístico evoluiu ao longo de todo o arco da sua vida e ainda não se concluiu.


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