Nelson não imagina, mas ele e as outras pessoas que trabalham com o lixo reciclado ou orgânico são o mais próximo que Florianópolis tem de garbologistas. Eles que sabem a marca de margarina preferida dos manés (a julgar pelo número de embalagens, é a Qualy). Percebem, no amontoar do lixo orgânico, o nível de desperdício dos moradores de cada bairro. Sentem, pelo cheiro, a quantidade de suco de laranja que se bebeu naquele dia em cada parte da cidade. Medem até o nível de distração dos cidadãos: de velhinha que perdeu produtos da Avon aos traficantes
desatentos, são visitados por todo o tipo de gente. O diálogo já virou até rotina: – Mas eu deixei meus r$ 4 mil numa caixa de sapatos e foi fora em uma sacolinha branca! Se você me deixar procurar ali no caminhão eu tenho certeza que acho! – Ah, minha senhora, se você soubesse a quantidade de sacolinha branca que passa por aqui todo dia. Leia sobre Florianópolis
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