Revista MomentoES - Edição nº 37

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>> Viver bem O poder do otimismo!

>> CULTURA Caboclo Bernardo: condecorado por ato de bravura

ARTE << O trabalho do fot贸grafo Vicentini no estilo Newborn




momento-es

EDI TORIAL


Otimismo hoje e sempre

E

m plena virada de ano, esta edição da MomentoES se propõe a ‘não levar a vida a sério demais pois no fim ela vai rir de você’, como diz o conselho pregado em algum vidro de carro por aí. Uma grande verdade contida nesta brincadeira é que o bom humor e o otimismo são grandes virtudes. Ser espirituoso, aliás, é um dos elogios que costumam ser feitos a quem carrega estas virtudes. Em ditados populares, filosofias orientais, ancestrais, a associação de humor, leveza e riso remete a uma noção de elevação espiritual e de transcendência. Por aqui, o humor sempre teve peso dez e a mais absoluta leveza. A capacidade de brincar e de rir da nossa própria condição humana, imperfeita por definição, tornam o humor e o otimismo, ferramentas de conexão com outros planos de consciência, com o poder de nos salvar, nos arrancar da mediocridade e elevar nossos espíritos.

Nunca é demais lembrar que na etimologia da palavra “diversão”, por exemplo, encontra-se a ideia de algo capaz de transportar nossas mentes para um lugar “diverso”, fora do turbilhão tenso e sem nexo no qual costumamos nos enfiar até o pescoço, na ilusão de que estamos produzindo e agindo de forma eficiente dentro do “contexto social”. Felizmente, contamos com alguns deuses do humor, uns mais outros menos hábeis, para nos remover desse redemoinho e nos levar para esta esfera um pouco mais nobre da existência. Portanto bora praticar o bom humor, o otimismo e neste novo ano que se inicia experimente não levar a vida tão a sério, seja Leve! Da Redação.


nesta

EDI

ÇÃO

>>14. CULTURA Condecorado por ato de bravura, Caboclo Bernardo, nascido no ano de 1855, em Regência Augusta, entrou para a história no ano de 1887 após arriscar sua vida para salvar uma tripulação náufraga no Pontal do Rio Doce.

>>22. ABSTRATO Assim ensinou Zaratustra: “A oportunidade de praticar o mal aparece cem vezes por dia e a de praticar o bem uma vez por ano; que é melhor correr o risco de libertar um culpado que condenar um inocente”.

>>08. VIVER BEM

>>24. ASTROLÁBIO Há rumores com Caê Guimarães.

O poder do otimismo! Se você tem dificuldades para enxergar o que há de positivo nas situações que vive, se se concentra mais nos problemas que nas soluções, pode ser que seu estilo emocional seja pouco resiliente (capacidade de se recuperar). Como, então, mudar de atitude? É possível?

>>12. SIMPLES MENTES Os Toltecas foram uma civilização que habitou a parte central das América cerca de 500 anos antes de Colombo chegar por ali. Construíram basicamente quatro acordos de convivência que os auxiliou no desenvolvimento relacional intra e extra-psíquico, ou seja, consigo mesmo e com o mundo relacional a partir disso. 6 MOMENTO ES | Ed 37

>>26. arte A fotografia de Recém-nascidos é uma tendência que cresce bem depressa no Brasil. Quando se trata de imagens em estilo Newborn, ou recém-nascidos retratados em delicadas posições, o fotógrafo Vicentini é referência nesse estilo no Espírito Santo.

>>32. ESPORTE Um esporte que pode ser considerado uma atividade até ancestral, subir montanhas e rochas: a escalada. Modalidades e benefícios.


momento - es Índice

eXPeDIeNTe Edição nº 37 (Dezembro/Janeiro/Fevereiro) Editor e Jornalista responsável:

>>40.NEWS Cine, ler e ouvir com Tiago Alencar. Arte, Meio ambiente e Versatilidade com Paulo DePaula.

>>46. AUTO

Sérgio Coelho (MTB 3235/ES) revistamomentoes@gmail.com Arleson Schneider (MTB 3085/ES) arlesonjornalista@gmail.com Editor de conteúdo: Lanay Rita Colaboradores: Arleson Schneider, Oswaldo Baldin, Tiago Alencar, Tico Fonseca, Luciano Gualtieri, Lanai Rita, Andre Luiz, Sandro Souza, Marcos Pallas e Sarah Abner . Colunistas: Caê Guimarães, Kleber Galvêas, Erlon Borges e Thiago Teles (Gavião Marrom). Projeto gráfico: Thiago Bittencourt

Com belo visual e desempenho de arrepiar, modelo chega fim do ano no País. Modelo conversível DA BMW M4 Cabrio pode ir de 0 a 100 km/h em 4,4 segundos.

>>48. RE-CONExãO NATURAL Thiago Teles (Gavião Marrom) é Terapeuta Holístico e Xamânico, facilita vivências, workshops e cursos de reconexão com a natureza interior e resgate da ancestralidade. Estréia nesta edição com o tema ‘Nossas Relações e a Teia da Consciência’.

(27) 3062-2875 | (27) 99276-8245 thiago.bittencourt@etaure.com.br Diretor de Arte: Thiago Bittencourt Diagramação: Thiago Bittencourt Diretor Comercial: Sérgio Coelho (27) 98845-4695 | sjrcoelho@hotmail.com Distribuição: Dirigida e gratuita Impressão: GM Gráfica e Editora Produção: Moderna Comunicação Revisão: Jorge Luiz Elias

Foto Capa: Foto Arte Newborn. Foto Vicentini.

>>50. DiÁRiO DE bORDO Como muitas pequenas Vilas de pescadores presentes em todo Brasil, Barra Grande, situada na Península de Maraú - BA possui toda uma magia. Suas praias de águas cristalinas atraem turistas de todo o Brasil e do mundo.

Os artigos assinados não refletem necessariamente a opinião da Revista Momento Espírito Santo. Momento Espírito Santo

@momento_es

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VIVER BEM

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O poder do otimismo Texto Laiz Fidalgo

A capacidade de ver o “copo meio cheio” nos ajuda a viver de forma mais plena e feliz e ainda faz bem para a saúde. Você já pensou em como pode desenvolver essa característica e se tornar mais positivo?

A

diferença entre o otimista e o pessimista está na forma de eles explicarem a causa de eventos ruins ou bons que lhes

acontecem no cotidiano, ou seja, como é seu ‘estilo explicativo’. “Ser otimista não se reduz a pensamentos positivos, para o neurocientista americano Richard Davidson, autor de O Estilo Emocional do Cérebro, seu fundamento se encontra na maneira como se pensa sobre causas. Se você tem dificuldades para enxergar o que

Não que essas perguntas sejam o problema em

há de positivo nas situações que vive, se se

si. A questão é que quem tem pouca resiliência

concentra mais nos problemas que nas soluções,

tem dificuldade em se livrar de sentimentos de

pode ser que seu estilo emocional seja pouco

raiva, tristeza, ou qualquer emoção negativa

resiliente (capacidade de se recuperar), como

após perdas, adversidades, reveses ou outros

define o neurocientista. Ou seja, você tem

tipos de aborrecimento. Além de se recuperar

dificuldades para se recuperar das adversidades.

mais rápido de adversidades, os otimistas têm a

Por exemplo: você pode achar que nunca vai

capacidade de manter sensações positivas por

conseguir entregar um trabalho que esteja à

períodos prolongados de tempo. Para Davidson,

altura do que gostaria. Você vai se concentrar

isso se traduz numa dimensão das emoções

no que considera serem as falhas do processo:

chamada de atitude: “Pessoas normalmente

será que pesquisei o suficiente? Será que eu não

bem-humoradas tendem a ser otimistas; pessoas

deveria ter seguido outra ideologia?

cujos momentos de alegria podem ser medidos Ed 33 | MOMENTO ES 9


ViVER bEm

em

microssegundos

costumam

se

sentir

cronicamente tristes ou ser pessimistas”. Precisamos entender, em primeiro lugar, que ser otimista não é sinônimo de ignorar a realidade e sim de conhecer a si mesmo e as variáveis que controlam o comportamento, ou seja, conhecer também os limites e entender que existem problemas no mundo. O pessimista é visto como alguém mais pé no chão, mas essa não é toda a verdade. É possível enxergar a realidade com bons olhos e, ao mesmo tempo, sem fantasias. “Se a gente for absolutamente lógico e racional (vai se perguntar): a gente está vivo para quê? Para que se esforçar para fazer qualquer coisa, se no final a gente morre mesmo?”. Como, então, mudar de atitude? É possível? Todo mundo se levanta da cama porque nosso cérebro tem a capacidade de formar esse conceito, de

Mais importante ainda, aponta o cientista, é que

que o esforço vale a pena, de que coisas boas

podemos alterar esses padrões. Para que isso

vão acontecer se você se esforçar e isso está

ocorra, é necessário recorrer a exercícios mentais

ancorado em pesquisas científicas que mostram

que estimulem certas partes do órgão, de acordo

ser possível mudar certos aspectos do “estilo

com o resultado que se quer. Por exemplo,

emocional”, como define Richard Davidson, de

quem é resiliente (recupera-se facilmente das

forma que consigamos exercitar o otimismo.

adversidades) tem uma forte conexão entre o

“O estilo emocional que se formou na vida

córtex pré-frontal e a amígdala. Nesse caso, a

adulta não precisa se manter inalterado para

primeira estrutura trata de mandar sinais para

sempre”, escreve o cientista. “O cérebro tem uma

a amígdala, que é responsável por sentimentos

propriedade chamada neuroplasticidade, que é

como medo e nojo. Os pessimistas têm poucas

a capacidade de modificar de forma considerável

dessas conexões, o que quer dizer que a

sua estrutura e seus padrões de atividade, não só

amígdala fica mais ativa e envia sinais negativos

na infância, mas durante a vida adulta”.

para o cérebro.

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O poder do otimismo >> COMO PRATICAR O OTIMISMO? A saída, diz Davidson, é treinar os “circuitos neuronais” (as conexões que nosso cérebro ativa quando recebe alguma informação) para tomar outros caminhos. E isso é possível. Alguns métodos conseguem criar esse círculo virtuoso. TERAPIA COGNITIVA *A terapia cognitiva, uma forma de treinamento da mente, é uma delas. Aprende-se a entender como os pensamentos fluem e a lidar com as ideias negativas.

MEDITAÇÃO *Outro método é a meditação, tema de vários

Por isso, é importante entender que, seja com a

estudos para Davidson. Ele percebeu que

meditação, seja com a terapia cognitiva, chegar

ela consegue ativar setores do cérebro que

mais perto do otimismo é uma questão de

equilibram os pensamentos de pessoas muito

prática, e não só de vontade. Para ter controle

ansiosas ou muito pessimistas. Algumas horas

dos pensamentos é necessário ter técnica e

semanais de prática são suficientes para mudar

paciência. Um rio não muda de curso de uma

o padrão dos circuitos neuronais e incentivar

semana para outra e nós não conseguimos

pensamentos

a

passar do espectro pessimista ao otimista tão

meditação nos faz lidar melhor com o estresse e

rapidamente. As dificuldades, porém, não

isso “faz com que consigamos nos recuperar mais

devem nos deter, e sim servir de incentivo para

rapidamente de uma adversidade, enxergando o

que comecemos a acostumar nossos olhos a

mundo com olhos mais otimistas”.

enxergar um lado mais iluminado da vida.

positivos.

Segundo

ele,

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Simples Mentes

O

s Toltecas foram uma civilização que habitou a parte central das América cerca de 500 anos antes de Colombo chegar por ali. É válido salientar que, assim como as terras tupiniquins, a mesma América era descoberta aos que aqui viviam e desenvolviam suas vidas pessoais e sociais. Construíram basicamente quatro acordos de convivência que os auxiliou no desenvolvimento relacional intra e extra-psíquico, ou seja, consigo mesmo e com o mundo relacional a partir disso. Os dois primeiros, dos quais falei na edição anterior são: “Sejas impecável com tuas palavras” e “Não leve nada para o pessoal”. E agora falarei sucinta e complementarmente sobre o 3º e 4º acordos:

“Não faças suposições” Minha mãe me disse certo dia: “Meu filho, te liguei e você não me atendeu”. Perguntei a ela: “Você tem certeza disso? Você acredita mesmo que eu rejeitaria a ligação de minha querida mãezinha?”. “Eu acho que ela (ele) não queria me atender...”; “talvez ele (ou ela) não queira falar comigo...”; “bem que naquele dia eu percebi que...”. Falas semelhantes a essas expressam a realidade de que não poucas vezes estabelecemos uma conexão com os outros baseados numa imagem mental que nos ocorreu no momento. Isto é comum e até mesmo “natural”, mas a questão é se isto é funcional? Ensinando seus alunos a manejarem suas emoções, Jesus os instrui a buscarem aqueles com que tiveram algum 12 MOMENTO ES | Ed 37

desafeto e estabelecerem um diálogo a sós. Oportunidade ótima para sanar as malfadadas “achologias”, transformando-as em aceitação e crescimento. Nossa capacidade imaginativa, que tanto nos enriquece e diferencia enquanto espécie humana, também nos prega algumas peças. O problema não está em imaginar, mas em fixar-se nisso. Ou seja, estabelecer uma conexão com os outros à partir de ideias construídas solitariamente é razão para muitos problemas, mesmo em tempos de celulares, internet e vasta rede social. Onde estão os problemas também estão as soluções. Logo, treinar a redução de minha “achologia”, suposições e construções de pensamentos unilaterais; pensar positivamente sobre eventuais ruídos comunicativos, transformar a ocorrência destes em diálogo franco,


Os Toltecas e eu (parte 2). Por Erlon V. Borges

capacita-nos a extrair maior vitalidade e alegria de nossas relações interpessoais. Outro conceito: quem “acha”, ainda não encontrou e quem “encontra” não ficará na achologia. Transformemos o que não sabemos numa expectativa positiva de preencher as lacunas deixando as suposições de lado. Se ligar para alguém e não tiver êxito, transformemos dúvidas em perguntas. É mais saudável que transformá-las em acusação. Os Toltecas entenderam que estes são comportamentos sociais que só existem a partir

de acordos consigo e com o outro. Entenderam que seus acordos trariam equilíbrio das saúdes emocional e física de si e sustentabilidade da vida comunitária. Isso é experimentar uma nova dimensão relacional com resultados transformadores. Seguramente tropeçaremos em nossos costumes cristalizados, mas será com persistência e esforço que conseguiremos abrir novos caminhos neuronais e alterar comportamentos. Quando falhar, aceite o fato de que o Criador te aceita a despeito das falhas e recomece.

“Faças sempre o melhor de si.” Nem sempre estou bem. Dores físicas e emocionais associadas ou não a condições agudas ou crônicas podem muitas vezes minar minha pulsão de vida. Como dizia um amigo, “tem dia que parece noite”. Mas mesmo assim, e em meio a isso, posso extrair meu melhor. Fazer o melhor de si está para além de moldar-se a algum padrão midiático onde o ser está ligado ao ter, explorando o vazio existencial humano e retroalimentando-o. É saber conscienciosamente que estou realizando aquilo que é para ser feito, com as forças que tenho para fazê-lo e cujos resultados serão consequências naturais deste modo de vida. É amar o que faz e fazer o que ama. Este melhor de mim passará por variações nas fases da vida, contudo é possível manter em qualquer delas um espírito animado e intenção consciente de realização. Fazer o meu melhor representa testemunhar para mim mesmo que estou empreendendo o que é possível com as forças que possuo. Isto é uma verdadeira injeção de ânimo e remedia frustrações, ansiedade e depressão.

Significa perceber minha humanidade limitada, oscilante e falha, mas que carrega também um potencial de vida com significado. Salomão, conhecido por seus provérbios, adverte seu filho dizendo: “O que chegar as suas mãos, desenvolve-o conforme as suas forças”. Família, amigos, trabalho, saúde, desenvolve-o conforme suas forças! Yeshua (Jesus) proclamou que a razão de sua encarnação foi para que o ser humano pudesse gozar vida e vida com abundância. Para aprendermos dia a dia a manejar a emoção, realizar nosso melhor e extrair vida até da morte. Este tipo de vida transcende o tempo/ espaço e adentra as vias da eternidade. Creio que a síntese da sabedoria dos Toltecas repousa sobre suas palavras quando diz: “ame seu Criador sobre tudo e as pessoas como ama a si mesmo”. Façamos nosso melhor, amemos! Fraterno abraço, Erlon

Dr. Erlon Valadares Borges é Fisioterapeuta, especialista em Terapia Manual, Fisiologia do Exercício e Psicanálise. Atua com uma terapêutica física e emotiva visando a qualidade de vida de seus pacientes.” Contatos: erlonborges@hotmail.com - (27) 3033-5869 / (27) 99801-6898


CUL

TU RA


Caboclo Bernardo:

condecorado por ato de bravura Texto Sérgio Coelho Fotos Zanete Dadalto

A

pacata vila de Regência, no litoral de Linhares, vibrou ao som dos tambores e das casacas. A Festa de Caboclo Bernardo, uma das maiores mostras do folclore do Estado, atraiu cerca de 10 mil pessoas para Vila em três dias de evento este ano. Realizado pela Prefeitura de Linhares, por meio das secretarias de Cultura e Turismo, alguns destaques do evento foram à conclusão da revitalização do Farol de Regência, o resgate da réplica da medalha imperial recebida por Bernardo, além do tradicional encontro de bandas de congos, com a participação de mais de 44 bandas de todo o Estado. De acordo com o secretário Municipal de Cultura, Roberto Cordeiro, foram reproduzidas 100 cópias da réplica da medalha. Com estas cópias, o município homenageou algumas entidades como o Governo do Estado, Assembleia Legislativa do Espírito Santo, comunidade de Regência, Câmara Municipal de Linhares e Capitania dos Portos. “Agradeço ao prefeito a oportunidade de resgatar a história de um herói linharense. O Bernardo foi condecorado pelo seu ato de bravura. Nosso objetivo é manter viva a memória de uma figura que tanto representa ao município”, diz o secretário Roberto.

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CULTURA

Segundo o secretário, as bandas de Congo que participaram dos festejos em comemoração ao centenário também foram homenageadas com uma medalha. As cópias restantes ficaram em posse da Secretaria de Cultura e serão utilizadas para presentear futuros prestadores de serviços relevantes à cultura do município. O comandante da Capitania dos Portos do Espírito Santo, Jayme Tavares Alves Filho, disse que a cerimônia foi uma oportunidade de reviver a história. “É um grande orgulho representar a Marinha na entrega da medalha. Na história do Brasil, o feito de Bernardo é um dos poucos com tanta magnitude. Estamos muito felizes por, mais uma vez, contribuirmos com a construção da história de Linhares”, destaca. O prefeito Nozinho Correa ressaltou a importância do trabalho desenvolvido pela Secretaria de Cultura. “Vivemos um momento histórico em Linhares. Estou feliz pelo resgate da cultura e pela valorização de um herói que salvou vidas”, pontuou.

“Tenho certeza que foi uma das festas mais bonitas e que conseguimos cumprir o nosso objetivo de alavancar o nome do Caboclo Bernardo”, avalia Fábio Gama, presidente da Associação de Moradores de Regência.


Caboclo Bernardo:

condecorado por ato de bravura

O naufrágio do “Imperial Marinheiro”. Nascido no ano de 1855, em Regência Augusta, Bernardo José dos Santos, o Caboclo Bernardo, aprendeu desde criança os segredos do rio e do mar, de onde tirava seu sustento como pescador e catraieiro. Exímio navegador, Bernardo entrou para a história no ano de 1887 após arriscar sua vida para salvar uma tripulação náufraga no Pontal do Rio Doce. Era madrugada do dia sete de setembro, uma noite de tempestade, quando o Cruzador Imperial Marinheiro, que se dirigia em comissão de sondagem a Abrolhos, chocou-se contra o pontal sul da barra do Rio Doce, aproximadamente há 120 metros da praia do povoado de Regência. A população se mobilizou para tentar salvar a tripulação, mas pouco se podia fazer por conta do mar violento. Foi quando, ao amanhecer do dia, Bernardo se dispôs a nadar até o navio levando uma corda por onde os tripulantes poderiam vir, um a um, pendurados até à praia. Dos 142 tripulantes, 128 conseguiram se salvar. Bernardo foi condecorado pela Princesa Isabel e recebeu uma medalha de ouro pelo ato de bravura. O herói morreu em 3 de junho de 1914. Ed 37 | MOMENTO ES 17


Caboclo Bernardo:

CULTURA

condecorado por ato de bravura

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Medalha Caboclo Bernardo recebeu uma medalha humanitária de 1ª classe do Império Brasileiro, a pedido da Marinha Nacional, após salvar 128 dos mais de 140 tripulantes do navio Imperial Marinheiro que caminhava para o naufrágio no dia 7 de setembro de 1859. A condecoração aconteceu no dia 6 de outubro do mesmo ano. A medalha era de ouro maciço, medindo 2,5 centímetros de diâmetro e 3 de espessura. Veio gravada com a data “8 de setembro de 1887”.

A medalha original desapareceu ao longo dos anos. Uma réplica foi cunhada em ouro maciço e elaborada com a ajuda do Departamento de Patrimônio Histórico e Acervo da Marinha.




ABSTRATO

N

o séc.VII a.C. viveu, onde fica Irã/Afeganistão, o profeta Zoroastro ou Zaratustra. Por inspiração divina compôs o Avesta, conjunto dos livros sagrados persas. Ele propunha um Deus único, a conquista do céu por boas ações e não com o sacrifício de animais no templo. Contrariou os sacerdotes que o mataram a pauladas, aos 77 anos. Coerente, não permitiu o culto à sua personalidade, nem buscou a unanimidade. Humanista pioneiro ensinou que “a oportunidade de praticar o mal aparece cem vezes por dia e a de praticar o bem uma vez por ano; que é melhor correr o risco de libertar um culpado que condenar um inocente”. Conhecendo a natureza humana, atento ao crescimento da burocracia que afasta o governo do povo, observou que “as boas ações dos cidadãos costumam ficar na ante-sala dos governantes, enquanto as suspeitas entram; a primeira suspeita é repelida, a segunda roça a pele, a terceira fere, a quarta mata”. Desejoso em fazer brilhar as luzes da razão, reformou costumes milenares consagrados entre árabes (holocausto de viúvas), mostrando que a razão era mais antiga do que eles. Zoroastro recomendava a cautela e condenava a vaidade dos governantes, alertando que ela é como “uma bexiga cheia de ar, de onde saem ventos tempestuosos quando alfinetada”. Mil anos antes de Montaigne, sustentou que o bom senso, a tolerância e o diálogo são indispensáveis ao governo dos povos: “Quando comer alimente os cães, ainda que o mordam”. Após Zoroastro, Confúcio, Buda, filósofos gregos e romanos, Jesus, Maomé, filósofos renascentistas, iluministas, modernos e contemporâneos, confirmaram seus ensinamentos. Nietzsche, com seu livro: “Assim falou Zaratustra” (1883), popularizou Zoroastro em nosso tempo.

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Assim ensinou Zaratustra Por Kléber Galvêas

Embora todos esses sábios, ora por inspiração divina, ora observando a natureza, buscando referências históricas, ou deduzindo com o exercício da razão, chegassem a conclusões semelhantes quanto à importância da dialética (tese - antítese - síntese), ainda hoje elegemos governantes primários que buscam, a qualquer preço, a unanimidade. Soberbos, dispensam contrapontos criativos do trabalho em grupo heterogêneo, julgando ser favorável (aos seus propósitos) controlar a informação e cooptar todos. Esse autoritarismo os leva à ruína. Egoístas e vaidosos, sustentados nas alturas por bajuladores, só enxergam o poder e, quando o conquistam, querem conservá-lo a qualquer custo. Perdem o senso da realidade democrática, da riqueza criativa na discussão e a força de uma nova síntese, da renovação. No primeiro vacilo os mais espertos lhes tomam o poder e os condenam ao ostracismo. Não raro protagonizam tragédias. Governantes egocêntricos lembram os castores do Oregon (USA) fazendo seus ninhos. Esses, algumas vezes, represavam a água do riacho formando um lago, prejudicando o abastecimento de quem estava à jusante e colocando em risco casas e plantações. A barreira feita de troncos e ramos, fixados com a mesma habilidade dos pássaros que constroem ninhos, poderia se romper. Assim, no velho oeste americano, quando iniciadas em área de risco iminente para os colonos, eram logo destruídas.

Erros administrativos e desvios éticos, produzidos com mais frequência por governos sem oposição, representam risco de revolução. Estes, assim como os troncos da represa do castor, não os podemos deixar acumular. Quase sempre basta deslocar uma peça para todo o sistema ruir, destruindo o que encontra pela frente. Nosso descuido é perigoso. Nossa arma é o voto.

A Momento ES leva até você o universo de conceitos diferenciados do pintor capixaba Kleber Galvêas. Conheça a sua obra em: www.galveas.com.


Há rumores

Por Caê Guimarães caeguimaraes7@gmail.com

Há rumores de tempestades solares de intempestivos rancores

Há rumores, há rumores

de texturas ásperas

há rumores de vento na sala

na superfície das cores

de louças quebradas

e em tudo que se fala e se grafa

de loucas danadas

assinala e contradiz

de poucas badaladas nos sinos das torres

Há rumores, há rumores há rumores

Há rumores, há rumores

de afazias e escaras

há rumores de fogo nas palhas

de analogias vazias

de traças nas páginas

de corroídos valores

de troças nas falas

e daquilo que se especula e pondera

nos tintos amargores

analisa e confirma

e em tudo que respira volatiza e incinera

ASTROLÁBIO

Há rumores, há rumores

Há quatro anos nosso colunista, Caê Guimarães, vem desenvolvendo um trabalho de interface da poesia com música e artes plásticas. Por Baixo da Pele Fria”, primeiro livro do poeta, escritor e roteirista capixaba, foi publicado na Catalunha pela Cobert Edicions, em edição bilíngue português / catalão em 2013. 24 MOMENTO ES | Ed 37



arte 26 MOMENTO ES | Ed 37


A magia da vida Texto Sérgio Coelho Fotos Vicentini

O que está em jogo é a realização de um ato de amor com a vida. O olhar de quem fotografa mergulha na alma e a magia se faz no parar o tempo.


A magia da vida

N

arte

uanças cromáticas são utilizadas para gerar um sentimento que está além do documental para uma família determinada e em um único clic o instante é congelado para a eternidade. Por vezes, o detalhe de um pé ou de uma pequena mão vale muito mais que um retrato inteiro. Cada bebe recém-nascido surge como uma continuidade divina da raça humana e, nesse sentido, perde a sua individualidade para integrar uma universalidade, que nos torna humanos pela capacidade de poder nos emocionar perante o belo e de ter a competência de reproduzi-lo e comunicá-lo às gerações futuras.


A fotografia de Recém-nascidos é uma tendência que cresce bem depressa no Brasil. Quando se trata de imagens em estilo Newborn, ou recém-nascidos retratados em delicadas posições, Vicentini é referência nesse estilo no Espírito Santo. Já são mais de 250 bebês que passaram por suas lentes nos últimos dois anos. “É uma sensação indescritível, fazer parte de um momento tão especial é muito gratificante, é o que nos incentiva a oferecer sempre o melhor,” pontua Vicentini. SOBRE VICENTINI Desde 2000 fotografa profissionalmente. Suas lentes sempre estiveram focadas em fotografias de paisagens e natureza, trabalhos que se encontram expostos por vários pontos turísticos na grande Vitória. Mas ao lidar somente com gestantes por sete anos em parceria com um dos estúdios mais renomados do estado - o Studio Cypriano -, após o nascimento de sua sobrinha e a descoberta que se tornaria pai, suas lentes mudaram o foco. Com o apoio e sensibilidade da esposa Joyce Vicentini, a chegada da primogênita veio trazer a certeza que se dedicariam à fotografia de bebês, e assim iniciaram os trabalhos com recém-nascidos.

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A magia da vida Atento aos detalhes, suas imagens remetem sempre a uma expressão simples que se destaca por utilizar a luz natural e pouco flash. Muitas poses remetem ao bebê ainda dentro do útero, numa suave combinação de luz, acessórios e a magia espontânea que ocorre a cada vez que um novo bebê é fotografado. Para realizar os ensaios, Vicentini conta com um estúdio na Enseada do Suá, em Vitória, ES, projetado exclusivamente para receber os pequenos, onde conta com a luz natural ideal, todos os acessórios e aquecimento entre 26 a 29 graus, em um ambiente totalmente higienizado, garantindo o conforto dos bebês e a tranquilidade das mães.

arte

Ter um registro deste momento é algo único na vida e que deve ser feito exclusivamente por profissionais treinados e com comprovada experiência para isso. “Minha prioridade é sempre o conforto e a segurança total do bebê. Até porque só é possível transmitir essa paz e as emoções desses primeiros dias se o bebê estiver bem e houver muita tranquilidade no ambiente”, diz Vicentini.

Uma fotografia é um instante de vida capturado para a eternidade.


ESTILO NEWBORN As fotografias de Vicentini sobre bebês e principalmente recém-nascidos podem ser interpretadas como um ato de amor à existência humana. Existe ali a expressão de uma poética de extremo carinho e generosidade. Hoje um dos especialistas deste estilo no Estado, ao ver e sentir a beleza da fotografia desses pequenos seres teve a certeza de que estava no rumo certo: capturar os instantes mais incríveis do começo da vida é uma dádiva de acordo com o fotógrafo. O profissional desenvolve um trabalho único e especial com os recém-nascidos e normalmente os acompanham até o 1º aninho. Com a paixão de fotografar bebês e o comprometimento com a fotografia, tornou-se membro da ABFRN (Associação Brasileira de Fotógrafos de Recém-Nascido), com a missão de promover e apoiar, a arte, a integridade e a segurança de fotografar recém-nascidos, além de se especializar para aprimorar o seu trabalho, ao participar de palestras, workshops e congressos com os profissionais renomados.

“A câmera não faz diferença nenhuma. Todas elas gravam o que você está vendo. Mas você precisa VER!” (Ernst Haas) Atendimento:

www.vicentinifotografias.com.br Bairro Enseada do Suá, próximo ao Shopping Vitória, em frente ao Pelourinho. Endereço: Rua professor Almeida Cousin, 125, 16º andar, sala 1614, Ed. Enseada Trade Center – Enseada do Suá - Vitória. Tel: (27) 3317-0872 | 9 9820-8040. E-mail: contato@vicentinifotografias.com.br Fanpage: www.facebook.com.br/vicentinifotografias Ed 37 | MOMENTO ES 31


ESPORTE Repetindo escalada de Itabira, 12 anos ap贸s ter sido conquistada. Foto: Sandro Souza


Sem limites Texto Arleson Schneider Fotos Oswaldo Baldin

U

m esporte que pode ser considerado uma atividade até ancestral, subir montanhas e rochas. Desde a época em que o homem era nômade, quando se deparava com uma montanha em seu caminho, nada podia fazer a não ser escalar para continuar sua trajetória. A escalada como esporte teve origem na Alemanha e Inglaterra no séc. XI. Aqui no Espírito Santo quando se conversa sobre o assunto, logo surge o nome de Oswaldo Baldin, montanhista há 18 anos. São mais de 100 novas vias conquistadas em variados estilos no Estado. Já na escalada tradicional um de seus feitos foi abrir a maior via já conquistada: “Nada é o que parece ser” possui 800 metros de extensão e fica localizada na Pedra Paulista, município de Itaguaçú. “Além dos benefícios físicos e psicológicos, acredito que a prática do esporte beneficia também o turismo. Como Guia e Instrutor de Escalada também é possível realizar o trabalho de captação de imagens e produção de vídeo reportagens sobre o assunto, sempre divulgando as potencialidades do Espírito Santo,” pontua o profissional.

Visalização de uma nova conquista. Foto: André Luiz

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Sem limites Escalada no Espírito Santo O Espírito Santo possui uma geografia e geologia propícias para a escalada em rocha de acordo com Baldin. “De uma forma geral o Estado apresenta desde vias curtas e difíceis que estão presentes na modalidade da Escalada Esportiva, até as longas vias em paredões da Escalada Tradicional,” afirma. Para a escalada esportiva, os principais locais no Estado apontados pelo profissional são: o Calogi localizado na Serra, o Complexo de Escaladas de Viana, a Falésia de Apeninos em Castelo, e o Morro do Moreno em Vila Velha, que é o mais antigo campo escola da escalada capixaba. Cada um desses setores abriga mais de 40 vias (rotas), e dos mais variados graus, que atendem desde quem está iniciando no esporte, até os escaladores veteranos, o que proporciona socializar gerações nesses ambientes.

Na Escalada Tradicional o Espírito Santo tem uma grande história, e é reconhecido nacionalmente, por apresentar vias clássicas conquistadas entre as décadas de 40 à 70, como os Cinco Pontões, O Frade e a Freira, Pico do Itabira, Pedra do Lagarto, Três Pontões, Pedra da Agulha, dentre outras conquistas. De acordo com Baldin, o Estado possui um enorme potencial para a prática do esporte e apresenta grandes paredes, o que proporciona que a cada dia mais vias de grande porte sejam conquistadas. “Hoje podemos destacar uma maior concentração destas vias longas presentes no sul do Estado, como no Complexo do Itabira em Cachoeiro de Itapemirim, e no noroeste do Estado, no Monumento Natural dos Pontões Capixaba, onde inúmeras montanhas estão dispostas entre os municípios de Pancas e Águia Branca,” explica.

ESPORTE

Conquista de Big Wall na Serra. Foto: Marcos Palhares


Associação Capixaba de Escalada – ACE Criada no ano de 2003, essa é a entidade representativa do esporte no Espírito Santo, sendo filiada à Confederação Brasileira de Montanhismo e Escalada - CBME. A ACE tem o objetivo de promover o esporte para o seu crescimento de forma organizada, segura e ética. Possibilita aos associados um meio comum de diálogo com as entidades ligadas ao esporte e órgãos do governo. Ao unirem esforços, os atletas conseguem com mais facilidade promover cursos, palestras, oficinas, eventos, ou qualquer outra atividade relacionada à escalada. Oswaldo Baldin no Morro do Moreno. Foto: Fabio Ivan

Modalidades

Dias na parede, para realizar uma nova conquista em Pancas. Foto Sandro Souza.

Existem algumas modalidades de escalada: O estilo Tradicional, Esportiva, Boulder e Big Wall. Na modalidade Boulder pode-se citar como referência para esta prática a Praia dos Padres, no município de Guarapari e o Mestre Álvaro, na Serra. No estilo Big Wall - que são escaladas em que os praticantes têm que passar dias na parede para conseguir concluir a empreitada – destacam-se vias no Itabira, Pedra do Vilante, Pontões de Mimoso e Pedra do Garrafão. Baldin deixa claro que em todas as modalidades, certas condutas em relação ao meio ambiente devem ser praticadas por todos os escaladores, como levar o seu lixo para casa. “Portanto respeito, ética e mínimo de impacto, são lemas essências para a prática deste esporte”, pondera.

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Sem limites Benefícios A Escalada desenvolve no indivíduo aptidões físicas e psicológicas. Antes de se movimentar com o corpo em uma parede rochosa, primeiro é necessário à mente raciocinar o que deverá ser feito. Os praticantes estão, na sua grande maioria, sempre atentos e dispostos a usufruírem desses ambientes de forma a minimizar ao máximo os impactos de sua passagem por ali, assim como atuam voluntariamente em

ESPORTE

Conquista da Pedra do Pontilhão em Domingos Martins. Foto: Sarah Abner

ações que objetivam sempre a manutenção e preservação das montanhas. A escalada desenvolve uma enorme cumplicidade entre os praticantes, pois para escalar, a segurança de um está na mão do outro, a do seu parceiro. É necessário uma grande confiança entre os praticantes. Sempre lembrando que: a credibilidade de quem ministra este curso e o currículo do instrutor são de importância vital.


Baldin ministrando curso em Pancas. Foto: Arquivo Planeta Vertical

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Baldin na produção de filmes de montanha. Foto: André Luiz

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NEWS

Dica Cult com Tiago Alencar – Cine, ler e ouvir

Cine: O lobo atrás da porta Nesse excelente filme dirigido pelo competente e jovem diretor Vinícius Coimbra, vemos o desenrolar da história de um trágico triângulo amoroso. Rosa é uma jovem desequilibrada que conhece o rústico, porém conquistador, Bernardo. Rosa e Bernardo desenvolvem um relacionamento baseado em encontros furtivos, recheados de tensão e loucura, principalmente no que diz respeito à Rosa. Quando a moça descobre que Bernardo é casado, e que não pensa em oficializar seu relacionamento com a mesma, ela começa a usar de diversos artifícios para se aproximar da mulher e da filha do amante, criando assim, uma suposta amizade com Sylvia, a esposa, e Clarinha, a filha. Tendo ganhado a confiança de Sylvia, Rosa começa a fazer cada vez mais parte da vida da mulher de Bernardo, o que faz com que o mesmo viva com medo de ser descoberto. Baseado em fatos reais, este quebra-cabeça montado por Coimbra, tem um final chocante, revelando o lado sombrio, ou melhor, o lobo que cada um esconde dentro de si. O elenco, composto por Leandra Leal, Milhem Cortaz e Fabíula Nascimento corresponde ao brilhan40 MOMENTO ES | Ed 37

tismo do roteiro. O longa levou para casa os prêmios de melhor filme e melhor direção no Festival de Miami, de melhor filme e melhor atriz no Festival do Rio e melhor filme na categoria Horizontes Latinos no Festival de San Sebástian, na Espanha. A autobiografia de Alice B. Toklas

Filme: O lobo atrás da Porta Direção: Vinícius Coimbra Elenco: Leandra Leal, Milhem Cortaz e Fabíula Nascimento


Ler: Da minha Terra à Terra Nessa excelente biografia do fotógrafo Sebastião Salgado, fica evidente a paixão com que Sebastião trata seu ofício, sempre respeitando as culturas e os ambientes que fotografa. Além da relação de Sebastião com seu trabalho, é possível conhecer mais sobre a trajetória, os principais trabalhos e o engajamento que o fotógrafo e a sua mulher, Lélia, têm em causas humanitárias. O jovem, que saiu de Aimorés (MG), para estudar economia em Vitória, tornou-se maior do que podia imaginar. Premiado pela coragem de trocar uma promissora carreira de economista pela fotografia, Sebastião, hoje figura entre os principais fotojornalistas do mundo, tendo seu trabalho reconhecido pelo forte envolvimento em causas humanitárias. Seus ensaios Êxodo (onde registra a peregrinação dos refugiados de guerras), Trabalhadores (registro sobre as formas mais desumanas de trabalho, vide o ensaio sobre “Serra Pelada”) e Gênesis (onde Sebastião refaz os caminhos de Darwin e fotografa a natureza em sua totalidade) exemplificam o porquê desse reconhecimento. Leitura obrigatória para quem pretende trabalhar com fotojornalismo, ou fotografia artística, esse livro, é antes de tudo, um tratado sobre a paixão pelo que se faz, não importando a vertente escolhida. Outra dica que fica, é o respeito demonstrado por Sebastião no que diz respeito às etnias e culturas por ele registradas. Sempre sabendo seu limite e até onde poderia ir dentro de determinado grupo, sem jamais deixar que sua presença influenciasse na rotina do ambiente.

Editora: Paralela Autora: Isabelle Francq Valor: R$ 24, 90

Ouvir: Gabriel Coimbra O cantor e compositor capixaba Gabriel Coimbra, está lançando o seu primeiro disco “I, pra q pingo?”. Gabriel que tem em seu trabalho algo de autobiográfico nos presenteia com um disco totalmente surpreendente e agradável, mesclando diversos ritmos e temas. O cantor que tem como referências todo o romantismo de Roberto Carlos, o samba irreverente de Martinho da Vila e vários outros grandes cantores (as) da música popular brasileira, nos permite apreciar um trabalho que embora soe sútil, é de uma ousadia imensa, pois lançar-se em um mercado que não está muito aberto para experimentalismo não é uma tarefa muito fácil, principalmente em Vitória, onde os artistas que fogem do convencionalismo não encontram o apoio merecido. Vale muito a pena conferir o trabalho de Gabriel, como disse no início, “I, pra q pingo?” é um disco surpreendente, traz toda a inquietude de seu “criador”, não nos deixando em nenhum momento indiferentes ao que Gabriel tem a nos dizer (cantar). Ed 37 | MOMENTO ES 41


Arte Site é fonte de pesquisa sobre a ‘Arte Pública Capixaba’

NEWS

O site “Arte Pública Capixaba” foi idealizado pelos artistas e pesquisadores Marcela Belo, Ciliani Celante e José Cirillo com a proposta de oportunizar o acesso às obras de artes plásticas presentes no espaço urbano capixaba, através de um ambiente eletrônico voltado exclusivamente para divulgar e resgatar a produção artística nas diversas modalidades, tais como: monumentos, esculturas, mosaicos, azulejos, grafites, intervenções e arquitetura. O internauta também poderá ter acesso a imagens de obras, artigos de pesquisadores voltados ao tema, bem como ver on line os catálogos produzidos pelos pesquisadores. A expectativa é que este portal seja uma fonte de pesquisa para alunos, professores e a comunidade capixaba em geral. O site está no ar, mas à medida que a pesquisa for avançando passará por constantes atualizações.

Capa do livro Raphael Samú e os Mosaicos Murais: Experiências em Arte Pública

Capa do livro Marian Rabello e os Azulejos Murais: Experiências em Arte Pública

Obra: Não Identificado Artistas: Ficore, Ren e Pontello Local: Centro de Vitória Foto: Pontello 42 MOMENTO ES | Ed 37


Meio - ambiente Iema lança sistema que permite emissão de licenças online O Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema) lançou o primeiro módulo do Sistema e Licenciamento Ambiental Online, o Iema Online. Por meio deste sistema, será possível solicitar e emitir licenças ambientais simplificadas pelo site www.meioambiente.es.gov.br para empreendimentos de pequeno porte, além de autorizações, certidões, dispensas, entre outros documentos. O lançamento do Iema Online faz parte de uma série de iniciativas do órgão para a sua modernização.

Obra: Mural da UFES Artista: Raphael Samú Ano de Execução: 1975 - 1977 Técnica: Mosaico Mural Local: Universidade Federal do Espírito Santo Foto: Marcela Belo

Obra: Monumento a Dona Domingas Artista: Carlo Crepaz Ano de Execução: Década de 1970 Técnica: Escultura Local: Praça Presidente Roosevelt / Centro de Vitória Foto: Marcela Belo

Obra: Ciclos do Café Artista: Marian Rabello Ano de Execução: 1972 Técnica: Pintura sobre Azulejo Local: Realcafé Solúvel do Brasil - Viana Foto: Marcela Belo

www.artepublicacapixaba.com.br www.facebook.com/artepublicacapixaba artepublicacapixaba@gmail.com Ed 37 | MOMENTO ES 43


NEWS

Versalitilidade Paulo DePaula tem extenso currículo de atividades culturais e artísticas, aqui no Espírito Santo e no exterior. Fundou como Diretor do Centro de Estudos Brasileiros do Itamaraty, em Washington, EUA, uma galeria brasileira de arte naquela capital. Lá apresentou vários artistas nacionais, e em 1964 levou a pintora capixaba Nice para sua primeira exposição nos Estados Unidos. Como Adido Cultural da nossa Embaixada em Georgetown, Guiana, criou o primeiro Centro de Estudos Brasileiros no Caribe, e também uma para exposições de Arte. Hoje, aos 82 anos, aposentado pela Ufes, reside em Barra do Jucu próximo ao ateliê, que sempre visita. Mantém no primeiro andar do seu sobrado, aberto a visitação, um mini museu do Teatro da Barra, que fundou em 1974, quando veio morar aqui.

Versalitilidade em um ATELIE Por Paulo DePaula Um dos recantos mais encantadores e visitados na Barra do Jucu é uma velha casa – a última primitiva da região, então, aldeia de pescadores: o Ateliê Kleber Galvèas. Passando-se pelo portão de entrada o visitante caminha por um pequeno passeio entre árvores e flores, que o ladeiam e se encontram ou se entrelaçam sobre suas cabeças. É uma natureza rica e preservada, e nela, flores locais, que o artista mantém ao vivo e também as apresenta em suas telas, como as pequenas flores cor-de-rosa, que crescem em cachos, e se chamam amor agarradinho. Esse Ateliê foi, na verdade, o primeiro lar do artista após se casar com Anita Bonadiman, e ali constituírem sua família. Com a vinda dos filhos, o casal construiu uma casa no quintal (sem destruir sua vegetação ou o pequeno lago, rodeado por árvores), e a antiga casa passou então a ser a realização do sonho de Kleber de ter seu Ateliê, fechando então a Galeria Atual, que funcionava na Prainha, parte da frente da residência de sua mãe, D. Esther de Sá Oliveira Galvêas, que 44 MOMENTO ES | Ed 37


foi na realidade a primeira pessoa a fazer Kleber se interessar pela pintura. Aluna de pintura da Irmã Tereza, Colégio do Carmo. Kleber e Anita mantém suas telas “naturezas mortas”, na sala de jantar, e no jardim da entrada do Ateliê há uma placa em sua homenagem. Seu interesse e inclinação para a pintura levou-o a aprender a arte com Homero Massena, pintor impressionista, e vizinho, que recebeu do governo mineiro o Prêmio Viagem e, em 1912, foi para Paris onde frequentou a Academia Julien e conviveu e participou da vida artística de Paris.

Curioso, inquisidor e empreendedor, Kleber, continuou seu caminho de pesquisa e estudo. Após formar-se em Economia e obter licenciatura em Ciências pela Ufes, viajou pela África e Europa, estudou medicina por um ano em Lisboa, e voltou-se novamente para a arte. Matriculou-se na Sociedade Nacional de Gravadores, e participou de uma exposição de gravura em metal ao final de um ano. Em Lisboa estudou também com o pintor tachista Peniche Galvêas. Pesquisador, o artista segue então para Londres onde participa com um grupo da restauração de uma casa em estilo Georgiano. Seu interesse pela restauração continua e ele a pratica tendo, como exemplo, A Partida de Araribóia, de Levino Fanzeres, e todo o acervo artístico da Assembléia Legislativa do ES e inúmeras telas de particulares. Esse trabalho pode ser visto em seu site www.galveas.com Cronista e escritor, ele é autor dos livro Identidade Capixaba, Demolindo a Identidade Capixaba e Homero Massena, para a coleção “Grandes Nomes do Espírito Santo”. Sua versatilidade, como vemos, abrange também diferentes estilos de pintura: impressionismo, expressionismo e abstracionismo. A forma em sua obra está sempre a serviço do conteúdo. Sua arte já o levou a expor em Brasília, São Paulo, além de outros estados,várias cidades do ES e do exterior, como em Oregon, EUA, e Barbados, onde numa exposição de um dia, na nossa Embaixada, com o apoio do Clube de Colecionadores de Artes de Barbados – de uma exposição que abrangia paisagismo local e abstracionismo, vendeu quase todos os quadros, tendo os poucos restantes permanecido para venda em uma Galeria de Bridgetown. Sua dedicação pelo meio ambiente fez dele um pioneiro nas lutas ecológicas no Estado (pela preservação de Jussará, Jacaranema, entre outras) e anualmente expõe quadros feitos com o pó de minério que coleta, durante 50 dias, em uma tela deixada ao ar livre em sua varanda. Visitar o Ateliê Kleber Galvêas é vivenciar a natureza, arte e cultura capixaba. É partilhar de sua rica experiência, pois o artista, dedicadamente nos recebe e nos leva a sentir o que vemos em suas telas e vivemos em nosso ambiente. Venha! A porta está sempre aberta, todos os dias, das 9 às 18 horas. Ed 37 | MOMENTO ES 45


AUTO

Exclusivo:

BMW M4 Cabrio será lançado no Brasil Fotos BMW/Divulgação

Com belo visual e desempenho de arrepiar, modelo chega no fim do ano ao País. Modelo conversível

auto

pode ir de 0 a 100 km/h em 4,4 segundos.

E

m nova geração, a linha M3, nas versões cupê e conversível, passou a se chamar M4. Os dois modelos da BMW serão lançados no Brasil até o fim deste ano com motor de 431 cv, muita eletrônica embarcada e belo desenho. Os preços não foram divulgados. O teto rígido se abre ou fecha em operação simples, de três etapas, que leva 20 segundos para ser concluída e pode ser feita com o conversível rodando a até 18 km/h. O motor de seis cilindros em linha é sobrealimentado por duas turbinas. Cada uma é responsável por dar conta de três cilindros.

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Ao pisar fundo no acelerador e girar o volante para a esquerda, o conversível responde de pronto, os ponteiros do conta-giros e velocímetro sobem rapidamente a as ultrapassagens são feitas sem sustos – bem antes de a próxima curva chegar. Nos trechos sem limite de velocidade nas rodovias alemãs, a pista da esquerda é o “hábitat” do M4 Cabrio.

>>VISUAL O capô longo típico dos modelos da marca, o para-choque dianteiro encorpado, as saídas de escapamento duplas, as rodas pretas de 19” e o logotipo “M” na traseira formam um conjunto impossível de ser ignorado. Por dentro, os bancos são esportivos, com ótimo suporte lateral, e o volante fino e redondo é revestido de couro, com costura aparente nas cores da divisão “M”, azul e vermelha. A configuração do “head up display” usada no M4 Cabrio privilegia a esportividade.

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rê-conexão natural

Saudações aos leitores da revista Momento Espírito Santo! Venho a este espaço de palavras, partilhar uma reunião de palavras na tentativa de transmitir os resultados de minha experiência de vida. Meu nome é Thiago Teles, mas sou também conhecido como Gavião Marrom, um novo nome que adquiri após anos de busca no caminho do conhecimento. Minha existência foi conduzida desde pequeno a esse contato com a natureza através de meus ancestrais, aos quais rendo gratidão por simplesmente existir e por suas lições e ensinamentos que me fizeram ir em direção ao trabalho com terapias naturais e vivências dos conhecimentos ancestrais, o que hoje é comumente conhecido como xamanismo. Atualmente desenvolvo palestras, workshops, cursos e vivências de reconexão com a natureza interior através desse conhecimento xamânico em todo o Brasil. Agradeço profundamente a preciosa atenção de vocês, pois a atenção é sem sombra de dúvidas o bem mais precioso de um ser vivente. 48 MOMENTO ES | Ed 37


Nossas Relações:

A Teia da Consciência

V

iver é um grande presente e o tempo presente nos oferta a cada instante a oportunidade de relacionarmo-nos. Estamos nos relacionando constantemente, e à medida que experienciamos essas relações crescemos em consciência. Se encararmos que somos nós numa grande teia, perceberemos que estamos interligados e que tudo o que fazemos influencia diretamente no que nos rodeia. Essa compreensão nos traz responsabilidade, mas não com o peso que costumamos dar à palavra “responsabilidade”, pois trata simplesmente de aprendermos a ouvir nosso coração para saber que nossos atos podem ser conduzidos para o crescimento ou para o desastre em nossas próprias vidas ou até mesmo na de outros nós que nos circundam na teia de consciência. Quando nos permitimos ser esse sentir de nossos corações passamos a caminhar num caminho onde procuramos causar o mínimo impacto e com isso despertamos a consciência de ecologia profunda. Por ecologia profunda podemos encarar um tipo de relação que trata o bom viver consigo mesmo e consequentemente com o meio ambiente em que vivemos, incluindo as pessoas, animais, vegetais e minerais, elevando nossos atos ao estado de harmonia interna e externa. Desta forma aprendemos a caminhar no caminho de nossos corações, onde nossa mente se aquieta e deixa de ser o

predador voraz que nos devora com preocupações exacerbadas fazendo-nos temer o futuro, e liberta-nos das crenças limitantes adquiridas no passado, nos promovendo a oportunidade de vivenciar o presente momento, onde realmente acontecem nossas relações verdadeiras. Que possamos reconhecer a importância de sermos nós nessa teia de consciência ao exemplo da expressão indígena Mitakuye Oyasin, que rende gratidão por todas as nossas relações, pois ao sermos gratos por elas vibramos na própria teia a gratidão por simplesmente existirmos.

Thiago Teles (Gavião Marrom) é Terapeuta Holístico e Xamânico, facilita vivências, workshops e cursos de reconexão com a natureza interior e resgate da ancestralidade. Contato: www.facebook.com/gaviao.marrom ou gaviaointento@gmail.com Ed 33 37 | MOMENTO ES 49


diรกriode BORDO

Caminhada em Barra Grande

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Stand Up Paddle por Barra Grande Texto Luciano Guarnieri Fotos Tico Fonseca

C

omo muitas pequenas Vilas de pescadores presentes em todo Brasil, Barra Grande, situada na Península de Maraú – BA possui toda uma magia. A energia do lugar é quase que inexplicável e faz com que os visitantes fiquem extasiados sem querer ir embora. Alguns tentam até fixar suas raízes por alí. De um lado as águas ferozes do Atlântico, do outro, as entranhas do Rio Carapitangui. Ambos de beleza exu-

berante. O lado do mar proporciona uma caminhada espetacular de 9 km, da Vila às piscinas naturais de Taipu de Fora, outra pequena Vila de pescadores. O horário da caminhada quem dita é a maré. O mergulho é uma prática constante e dos meses de agosto a outubro é possível apreciar as baleias Jubarte passando pela região. No caminho para se chegar as piscinas naturais encontram-se opções de bares e restaurantes para passar o dia.

Luciano Guarnieri desbravando de stand up o Rio Carapitangui

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DIÁRIO DE BORDO

Já no lado do rio, além de opções de bares e restaurantes estão os passeios para a cachoeira de Tremembé e outras pequenas ilhas, mas o que mais aguça o espírito aventureiro são as remadas de Stand Up. Quilômetros e quilômetros a serem expedicionados em um cenário de manguezais e pequenas ilhas. As águas calmas e rasas proporcionam mais equilíbrio e são ideais para o aperfeiçoamento de técnicas de remada. O por do sol no mar é um espetáculo a parte. Os passeios atualmente são realizados pela empresa Barra Grande Stand Up Paddle localizada no bar Macunaíma, na Ponta do Mutá.

Passeio de lancha na cachoeira de Tremembé

A Península de Maraú atrai um público diversificado principalmente no verão. Desde casais, a famílias, atletas e estrangeiros de toda a parte do mundo. No centrinho as opções gastronômicas são variadas. Tem pastelaria, tapiocaria, pizzaria, creperia, cafeteria, restaurantes italianos, regionais e naturais. As opções de hospedagem variam desde casas humildes às mansões. Pousadas e hotéis também variam em simplicidade e luxúria, se igualando no carisma e hospitalidade local.

Uma das diversas ilhas da Península de Maraú

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Stand Up Paddle por Barra Grande

Como chegar: A PENÍNSULA DE MARAÚ está localizada na Costa do Dendê, no Estado da Bahia, 200 km ao sul de Salvador e 150 km ao norte de Ilhéus. Distância de Vitória: 12 h 49 (872,6 km) via BR-101. >>VIA AÉREA O aeroporto mais perto de Maraú fica em Ilhéus (IOS). O aeroporto internacional mais próximo é o de Salvador (SSA). Transfer: É possível reservar um traslado entre o aeroporto e qualquer praia da Península de Maraú. >>VIA TERRESTRE Carro: Para quem vem de Salvador, a melhor opção é pegar o ferry-boat para Bom Despacho, na Ilha de Itaparica, e seguir pela BA-001 até Camamu. Daí duas escolhas são possíveis: contornar a Baía de Camamu continuando pela BA-001 e a BR-030 (estrada de terra) ou deixar o carro num estacionamento vigiado em Camamu e pegar um barco para Barra Grande (mais rápido). Para quem vem de Ilhéus, o melhor caminho é pela rodovia BA-001 em direção a Itacaré e Camamu. O cruzamento com a BR-030 (estrada de terra) fica a 19 km depois de Itacaré. Ônibus: Várias empresas de ônibus operam de hora em hora entre o terminal do ferry-boat de Bom Despacho e o porto de Camamu. O tempo de viagem é de aproximadamente 5 horas.

Caminhada espetacular de 9km, da Vila às piscinas naturais de Taipu de Fora

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Stand Up Paddle por Barra Grande Vista aérea da Península de Maraú

Dicas: DIÁRIO DE BORDO

Leve dinheiro em espécie, pois não há caixas eletrônicos;

Mas, como nem tudo são flores no Brasil, no Paraíso, assim como é denominada a Península pelo povo local, questões sanitárias, de segurança e educação ainda são precárias. Você copnsegue chegar a Península por terra ou por mar, mas é interessante já ir com dinheiro, pois o local não possui caixas eletrônicos. O sinal de telefone também só pega em certos lugares. Em relação à questão ambiental falta comprometimento tanto dos moradores como de turistas e visitantes que ignoram 54 MOMENTO ES | Ed 37

O sinal de telefone também só pega em certos lugares, neste caso resolva possíveis pendências antes de se direcionar para Península.

a Lei que proíbe o tráfego de veículos nas areias da praia. Decorrente destas questões, a comunidade se organiza em grupos e associações para sensibilizar moradores e turistas sobre o quanto este paraíso é frágil e necessita ser preservado. Um destino que vale a pena conhecer!






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