Revista Leite - Edição 06 - Ano II {preview}

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R$ 10,90

Garanta pasto de qualidade Qualidade das sementes, boa densidade de plantas por metro quadrado e o manejo correto do rebanho ajudam no desenvolvimento das pastagens.

Edição 06 - Ano II MAIO/JUNHO 2012

Reprodução eficiente, produção garantida A eficiência reprodutiva do rebanho é requisito para a vaca produzir leite de qualidade e bezerros saudáveis, garantindo a lucratividade do produtor. Especialistas recomendam: ao lado da sanidade, o manejo nutricional adequado resulta em vacas sadias e boas reprodutoras.

Elton Weber: Fetag, em defesa do produtor

Família Fell: avô semeia o futuro

Balde cheio na propriedade

Receitas: o leite à mesa


Sumário Ao leitor Um ano de Revista Leite

Capa 14

Vacas que reproduzem bem, produzem melhor

Gastronomia 24

Receitas à base de leite de dar água na boca

Feiras e Eventos 26

Avisulat com inscrições abertas

Entrevista 06

Presidente da Fetag fala da luta pelo pequeno produtor

Considerado um dos alimentos mais completos do mundo, o leite é ingrediente fundamental na nutrição humana e para a economia do país. Faz girar uma cadeia que começa na propriedade, cruza estradas, passa pela indústria, para nas gôndolas do supermercado e acaba na mesa do consumidor. Isto sem falar no retorno por meio de impostos e social que a cultura traz para as comunidades onde está inserida. Com o produtor forte, as indústrias surgem, o comércio vende, o emprego aparece, a prosperidade brota. Prova da importância do segmento para o país é a quarta posição que o Brasil ocupa no ranking mundial de produção de leite - atrás da União Europeia, dos Estados Unidos e da Índia. E a perspectiva é ainda mais positiva. O preço atrativo pago ao produtor, que no ano passado ficou na média de R$ 0,80 o litro, serve de incentivo para a busca por aprimoramento. A cena do produtor ordenhando a vaca de maneira manual, sem qual qualquer preocupação com higiene, está cada vez mais em desuso. Sanidade, qualidade e produtividade são mantras para qualquer produtor que deseja se manter num segmento cada vez mais competitivo. Tudo para dar conta do aumento da demanda, que, apesar de ainda não superar a média de 163 litros por pessoa, segundo a Associação Brasileira dos Produtores de Leite, agrega novos consumidores a cada dia. E foi com o intuito de servir como ferramenta na busca de conhecimento a um produtor cada vez mais conectado com o seu negócio, que a Editora Agros teve a audácia de lançar um ano atrás a Revista Leite. Neste último ano, estamparam as páginas da revista bons exemplos e boas ideias. O dia a dia do produtor, dicas úteis para serem aplicadas na rotina produtiva, os desafios da cadeia leiteira, feiras, negócios, o leite lá fora, tudo o que interessa a quem vive do leite nos interessa. Por isso que este é o primeiro de muitos anos da Revista Leite. Boa leitura!

Associativismo 11

Pequenos produtores têm espaço na Revista Leite

Qualidade do leite 18

Especialistas dão dicas para garantir pasto de qualidade

20

Programa Balde Cheio melhora produtividade

4 | Revista Leite | Maio/Junho

Ermilo Drews Editor

www.revistaleite.com.br Twitter: www.twitter.com/revistaleite A Revista Leite é uma publicação técnica da Editora Agros Ltda - CNPJ 13.495.345/0001-05 Gerente comercial: Caciano Forti Designer: Filipe Stacke Editor e jornalista responsável: Ermilo Drews Atendimento ao leitor: leitor@revistaleite.com.br Redação: conteudo@revistaleite.com.br Comercial: comercial@revistaleite.com.br Telefones: 51 3714.7017 - 51 9509.6229

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51 3714.5500


Reprodução

O cio entra pela boca Ao lado da sanidade, bom manejo nutricional garante vacas sadias, eficientes na produção de leite e na reprodução. Especialistas entrevistados pela Revista Leite dão dicas de como alcançar a fórmula do sucesso

fotos germano wojahn

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P

rodutor de leite sabe. O lucro da propriedade está diretamente ligado à eficiência reprodutiva do rebanho, porque parir é requisito para a vaca produzir leite e bezerros, as duas principais fontes de renda de quem trabalha no setor. Mas a boa eficiência reprodutiva só garante lucro quando obtida de maneira econômica, o que é possível quando se utiliza de forma racional o alimento disponível e se adotam práticas de manejo, inclusive reprodutivo, que resultem na produção de leite a baixo custo. Pesquisador da Embrapa Gado de Leite, o doutor em Ciência Animal Bruno Campos de Carvalho diz que uma das principais falhas cometidas pelo produtor é o manejo incorreto do escore da condição corporal do animal, com vacas que parem com condição corporal muito abaixo ou muito acima do ideal. “É muito comum produtor achar que a vaca seca só traz prejuízo, pois não está em produção. Esse pensamento vem mudando e os produtores estão passando a ver a vaca seca como investimento.” O especialista explica que ao alimentá-la bem durante o período seco e, especialmente no pré-parto, se investe no animal, que terá condição de expressar todo o seu potencial de produção de leite e fertilidade. “Um bom

manejo nutricional no pré-parto permite que as vacas sejam mais resistentes a doenças infecciosas e metabólicas e, assim, produzirem mais”, aconselha. “A vaca prioriza a produção de leite no início da lactação. Apenas depois que as exigências nutricionais para produção são atendidas é que o animal irá direcionar os nutrientes necessários à função reprodutiva”, detalha. Um dos maiores especialistas em reprodução animal do país, o médico veterinário Ademir de Moraes Ferreira observa que a deficiência nutricional é a causa do principal problema reprodutivo constatado no Brasil: o anestro (falta de cio). “O país poderia produzir cerca de 10 bilhões de litros de leite a mais, com os mesmos animais existentes atualmente, se o problema de anestro fosse eliminado de nossos rebanhos”, estima. “O cio entra pela boca. A vaca dá cio quando tem boa condição corporal, mas esta é resultado da alimentação passada e não da atual. Se o produtor deixar a vaca emagrecer, parar de dar cio e só então começar a alimentá-la bem, a vaca vai ter de ganhar de 20% a 30% de seu peso, e quanto mais tempo ela permanecer magra e com os ovários parados, mais peso ela terá de ganhar para voltar a dar cio”, ensina.


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