Revista Laços n.º 2/2011

fevereiro-maio de 2011 – Preço avulso: 3.00, gratuito para as sócias

Revista da Associação das Antigas Alunas do Instituto de Odivelas

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Homenageada a década de oitenta

LAÇOS Revista Quadrimestral Preço avulso: 3,00 Assinatura anual: 8,00 Gratuita para sócias Propriedade, edição e administração da Associação das Antigas Alunas do Instituto de Odivelas Anexo à Casa do Capelão/IO Largo D. Dinis 2675-336 Odivelas • Tel.: 21 711 92 20 www.aaaio.pt • E-mail: redaccao@aaaio.pt Fundada em 1988 Directora Joaquina Maria Seara Marques Cadete n.º 193/1960 Chefe de Redacção Maria Margarida Alves Pereira-Müller n.º 244/1967 Corpo Redactorial Ana Maria de Ataíde Pinto Soares Hoeppner n.° 318/1952 Fernanda Ruth Jacobetty Vieira n.º 152/1955 Maria Antónia Figueiredo Paixão n.º 234/1951 Maria Eduarda Agostinho de Sousa Caixeiro n.º 176/1972 Maria Helena Caixeiro Arjones n.º 177/1964

A LAÇOS não se responsabiliza pela opinião expressa pelos seus colaboradores A LAÇOS reserva-se o direito de encurtar os textos quando necessário Parcerias: CMO e JFO

Corpos sociais da ASSOCIAÇÃO DAS ANTIGAS ALUNAS DO INSTITUTO DE ODIVELAS Assembleia Geral Joaquina Maria Seara Marques Cadete n.º 193/1960 Maria Leonor Leão Correia Viegas Tavares n.º 332/1952 Luísa Alice Tavares Santos Pereira n.º 319/1952 Direcção Ana Maria de Ataíde Pinto Soares Hoeppner n.° 318/1952 Maria Margarida Branco Alves Pereira-Müller n.º 244/1967 Maria Isabel Ferreira Braga Gomes n.º 137/1953 Maria Antónia Serpa Soares Figueiredo Paixão n.º 234/1951 Leonor Ornelas de Medeiros Tavares n.º 16/1954 Suplentes Maria Madalena Carvalhosa Pessoa n.º 146/1953 Maria Emília Canelhas Pinhão n.º 82/1951 Maria do Carmo Tovar Faro n.º 106/1951 Elsa Sofia Portela Ribeiro n.º 7/1948 Maria Teresa Amado Araújo Brazão Farinha n.º 115/1971 Conselho Fiscal Maria Fernanda Rico Vidal n.º 261/1950 Cesaltina do Nascimento Silva n.º 229/1939 Maria Isabel de Andrade Figueira Freire n.º 120/1960 Suplentes Maria Eduarda Agostinho de Sousa Caixeiro n.º 176/1972 Maria Helena Passos e Sousa Cavaco n.º 218/1954 Maria Teresa Teixeira da Silva Bagorro n.º 53/1955 A Nossa Casa Quartel da Formação Largo da Luz 1600-498 Lisboa

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Tiragem: 750 exemplares Depósito Legal n.º 56731/92 Nota: Isenta de Registo na E.R.C. ao abrigo do nº 1 - Art. 12, Dec. Regulamentar de 8/99 de 9 de Junho ISSN: 0874 - 811X

CAPA: Rosete Milheiro e Miquelina Baeta no Dia da Antiga Aluna Fotografia: Leonor Claro, AA Nº 198/1967

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LAÇOS Número 2/11 – fevereiro-maio de 2011 2 Editorial 2 Texto impresso ou em suporte digital? por Joaquina Cadete 4 4 5 6 7 7 8 9 11 15 20 21 26 31 33 35 35 36 38 39 41 43

Atividades da AAAIO e suas sócias Recital de piano por Ana Maria Pinto Soares Hoeppner Lançamento de livro “Ervas de cheiro” por Joaquina Cadete Dia da Mulher na Nova Casa por Ana Maria Pinto Soares Hoeppner Entrudo na Nova Casa por Ana Maria Pinto Soares Hoeppner Alunos da Escola Secundária de Odivelas na AAAIO Aniversário da AAAIO: Missa de Ação de Graças por Ana Maria Pinto Soares Hoeppner 9 de março, Dia da Antiga Aluna por M. Margarida Pereira-Müller AAAIO: um elo entre o passado e o futuro por Joaquina Cadete Homenagem à década de 1988/1998 por Ana Maria Pinto Soares Hoeppner Assembleia Geral por M. Margarida Pereira-Müller Relatório da Direção por Ana Maria Pinto Soares Hoeppner Relatório de contas por Renato Cordeiro Parecer do Conselho Fiscal Visita ao Museu do Azulejo por Maria Helena Cavaco Comemoração do Centenário do IPE por Fernanda Ruth Jacobety Vieira Mudança de instalações do BACF por Ana Maria Pinto Soares Hoeppner Visita ao Museu do Fado por Maria Helena Cavaco Homenagem a Isabel Gago por Ana Maria Pinto Soares Hoeppner 50 anos do curso 1960/67 por Joaquina Cadete Visita ao Museu da Música por Maria Helena Cavaco Odivelas, capital da lusofonia por M. Margarida Pereira-Müller

44 Agenda 45 O que é feito de ti, AA? 45 Isménia Estríbio com carreira internacional por M. Margarida Pereira-Müller 48 Isabel Afreixo, a mulher dos sete ofícios por Joaquina Cadete

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53 In Memoriam 54 54 57 58 59 59 60 61 62 63

Notícias do IO Idade da Sabedoria Gym for life Semana das Línguas Culturas e Artes 2011 Momento musical no IO Biblioteca do IO Noite de fados organizada pelas finalistas do IO Workshop de haiku Sarau EME Aluna do IO ganha 1º Prémio da Editora Caminho

64 À Conversa Com...

64 Elizabeth Allen por Joaquina Cadete 67 67 69 70

Ideias Soltas Pequenas grandes coisas por Maria de Lourdes Sant’Anna Os olhos amarelos do crocodilo por M. Margarida Pereira-Müller Fallas de Valência por Eduarda Caixeiro LAÇOS Número 2/11 – fevereiro-maio 2011

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EDITORIAL

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Joaquina Cadet e - AA Nº 193/1960

Texto impresso ou em suporte digital?

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ste é o primeiro editorial que escrevo para a Laços, na qualidade de Diretora, e as minhas primeiras palavras são, naturalmente, para a minha antecessora, Maria Noémia Leitão que durante vários anos não só escreveu o editorial como nos brindou com excelentes artigos. Obrigada, Amiga e Irmã, e esperamos poder continuar a contar com a sua colaboração.

Confesso que hesitei um pouco quanto ao tema a abordar, mas decidi que, num momento em que há alguma discussão entre se o primado da leitura vai para o texto impresso, em livro ou revista, ou para o suporte digital, poderia refletir sobre o porquê da manutenção da revista Laços, versão impressa, concomitantemente com a sua disponibilização através do portal da AAAIO.

Esta escolha prende-se com as opiniões que fui ouvindo aqui e ali, defendendo, umas, só o suporte digital (quantas árvores se poupariam…), Versão impressa outras, que poucas AA acediam ao e digital portal, havendo naturalmente as que advogavam a manutenção das duas – uma coabitação realidades.

vantajosa

Um estudo recente do dinamarquês Jakob Nielsen concluiu que a leitura de um texto impresso é mais rápida do que a leitura do mesmo texto em suporte digital, seja em Ipad ou Kindle 2 e, muito mais ainda, se for através do que ele chama o velhinho PC. Voltando à Laços, penso que há mesmo espaço para as duas versões.

Aquelas de nós mais ligadas ao digital, tê-la-ão sempre à distância de um clique mais ou menos rápido, segundo o suporte em que a leiam,

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EDITORIAL

mas outras haverá que não dispensarão o cheiro e o toque do papel e a possibilidade de a trazer na carteira e de a ler quando e onde lhes for mais conveniente.

Mal sabia Gutenberg que, cinco séculos passados sobre a sua invenção, haveria lugar a nova discussão, à roda do tema, embora com objetivos diferentes. Para o comprovar, realiza-se anualmente, nos EUA, o “Festival Gutenberg”, uma espécie de feira de demonstrações e inovações nas áreas do desenho gráfico, da impressão digital, da publicação e da conversão de texto, que comprova que a invenção do mestre consegue, ainda hoje, encontrar seguidores que tentam superar o invento e adaptar as tecnologias modernas às exigentes necessidades do mundo atual.

Por último, como guardar os vários números da Laços, sem que se tornem um empecilho? Pois mais uma vez temos a hipótese de ter dois tipos de arquivo, o físico e o digital. Quanto a este último, nada a opinar. Cada uma organizará o seu como entender. Quanto ao físico, talvez num arquivador com o logo respetivo e que, decerto, não ficará mal na nossa casa ou no nosso escritório.

Resta-me desejar a Todas boas leituras da Laços, no suporte da vossa eleição e esperar por sempre muito bem vindos contributos.

VOLUNTARIADO A Nova Casa precisa de voluntários/voluntárias.

Vem. Ajuda-nos na tua área profissional ou nos teus interesses.

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ATIVIDADES

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Ana Maria Pinto Soares Hoeppner – AA Nº 318/1952

Recital de piano

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a última Laços (1/11, página 33) divulgou-se a doação dum piano da marca C. Klinger por uma antiga aluna que veio enriquecer o recheio da Nova Casa.

A afinação e restauro do piano (custeada pela mesma AA) foi executada pela firma Dinâmica, nomeadamente pelo afinador Pedro Coelho, que acabou por se tornar mais um amigo da nossa associação. Sensibilizado pela nossa ação social, fez questão em oferecer o primeiro concerto na Nova Casa e assim, no dia 11 de fevereiro, realizou-se na Sala Jardim um concerto com obras de Stravinsky (Suite Italiana), Prokofiev (Five pieces) e Ravel (Sonata) todas obras para violino e piano. O virtuos i s m o, t é c n i c a , sensibilidade e elegância das protagonistas, Joana Gama ao piano e Lilia Donkova ao violino foi muito apreciado pela assistência que encheu a sala.

Muito aplaudidas e motivadas pela atmosfera sublime que nos transmitiram, dedicaram mais dois extras às residentes e AA presentes demonstrando assim um carinho especial pela plateia enleada pela sua atuação.

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Joaquina Cadete – AA Nº 193/1960

Lendas das Ervas de Cheiros

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o dia 25 de fevereiro de 2011, na sala do Conventinho, na Nova Casa, quase podíamos, sem grande esforço, aspirar aromas tão diversos quantas as ervas de cheiro que se sucedem ao longo das 53 páginas do livro, nessa data lançado com o apoio da AAAIO.

«Lendas das Ervas-de-Cheiro» é uma compilação da AA Antonieta Nunes Cabanas e ainda de Isabel Moreira e Suzet Coutinho, numa edição da Confraria das Ervas-de-Cheiro. As ervas aromáticas entraram definitivamente no dia a dia de todos nós e não há chef famoso ou quem cozinhe apenas para a família que não as use. Por isso, não é de estranhar a profusão de obras mais ou menos exaustivas sobre esta temática.

Porém, «Lendas das Ervas-de-Cheiro», apesar de ter como protagonistas estas amigas milagrosas, não aborda o tema da forma habitual, ligando à sua utilização à culinária. Neste livro, podemos, outrossim, encontrar a razão da sua popularidade por motivos que se prendem com os poderes mágicos que lhes são atribuídos, desde a Antiguidade. Ficámos a saber que a doce erva cidreira, a que os gregos chamavam «erva do mel de abelha», já era usada há mais de dois mil anos, que o semiverde hipericão terá, segundo a lenda, nascido perto da cabeça de São João Batista, donde «ser boa para o tratamento de (…) doenças mentais» e ainda aquela que está ligada a uma das minhas histórias preferidas, a arruda de folhas bifurcadas.

As mais antigas referências a esta erva santa dizem que é uma erva protetora contra as forças do mal quer seja a inveja, o mau olhado ou até a peste. A história a que acho graça refere-se aos ladrões que, durante a peste negra, não deixavam de roubar os doentes e mortos, quais saqueadores modernos, mas pareciam imunes ao flagelo. Rezam as crónicas de então que se protegiam com uma mistura onde a arruda seria o elemento principal. Ainda hoje, podemos encontrar, no Brasil, por exemplo, em algumas comunidades, quem não dispense um raminho de arruda atrás da orelha…

Se gostas de lendas, então aconselho este livro que alia uma boa história a uma apresentação cuidada e apelativa e até nos pode deixar a pensar em alguns prodígios, como por que razão, no meu jardim de ervas de cheiro, só a arruda se perdeu!!

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Ana Maria Pinto Soares Hoeppner – AA Nº 318/1952

Dia da Mulher – 8 de maio

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Dia da Mulher foi assinalado na Nova Casa com a distribuição de lembranças às residentes e funcionárias do lar. A diretora Técnica do Lar, Paula Santos, e a estagiária Andreia Martins organizaram os saborosos “mimos” com um cartãozinho alusivo à data, que foram entregues à hora do almoço, animando assim o dia festivo.

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Ana Maria Pinto Soares Hoeppner – AA Nº 318/1952

O Entrudo também visitou a Nova Casa

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Entrudo traz a suas surpresas e não poupou a nossa Casa.

Fomos surpreendidas por um casal simpático que se apresentou como “futuros residentes” e, garantindo estar no seu pleno gozo de faculdades físicas e mentais, pretendia instalar-se no novo lar da AAAIO do qual tinham ouvido já grandes elogios. Passearam-se por todo o lado, conversando e gracejando com todos os que os interpelavam, tendo também encontrado uma “concorrente” de brincadeiras de Entrudo (uma funcionária também mascarada) que se associou ao passeio carnavalesco.

Alunos da Escola Secundária de Odivelas na AAAIO

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os dias 5 e 20 de abril os residentes da Nova Casa receberam a visita de três alunos da Escola Secundária de Odivelas, no âmbito da disciplina Área de Projeto. O objetivo deste projeto é dar a conhecer a realidade do envelhecimento num blogue criado pelos três jovens e realizar uma pequena reportagem sobre os lares visitados.

Os alunos ofereceram um almoço aos nossos residentes composto por salgadinhos, que foram confecionados pelas cozinheiras da instituição, além de uma deliciosa aletria para sobremesa e um bolo para o lanche (confecionado pela mãe de uma das alunas). A tarde foi preenchida por jogos e foram oferecidos vários presentes à base de trabalhos manuais, especificamente argolas para guardanapos, leques e coelhinhos da Páscoa recheados de amêndoas e chocolates, que adoçaram o dia dos residentes do Lar da AAAIO.

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Ana Maria Pinto Soares Hoeppner – AA Nº 318/1952

Missa de Ação de Graças

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data oficial da fundação da AAAIO foi comemorada na Nova Casa com a celebração duma missa de Ação de Graças pelo padre Teixeira, em substituição do nosso capelão Borges e que teve lugar na Sala do Conventinho. A preparação foi feita pelo capelão do IO que, dias antes, com a ajuda da AA Cesaltina Silva, organizou a logística e a liturgia própria do dia.

Como a bênção da Nova Casa ainda não fora feita, apesar da Casa ter sido inaugurada em janeiro de 2010 aproveitou-se para tal o aniversário da AAAIO. Além de grande parte das residentes, estiveram presentes muitas AA que se associaram a esta celebração festiva de Ação de Graças.

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M . M a r g a r i d a Pe r e i r a - M ü l l e r – A A N º 2 4 4 / 1 9 6 7

AAAIO festejou o 92º aniversário no IO

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eguindo a tradição, a Associação das Antigas Alunas do Instituto de Odivelas (AAAIO) festejou o aniversário da sua fundação no IO, com uma sessão comemorativa do Dia da Antiga Aluna. A AAAIO foi fundada no dia 9 de março de 1919 pelo então diretor do IO, Coronel Ferreira Simas, para apoiar antigas alunas.

Como este ano, o dia da fundação da AAAIO caiu num dia de férias, estando o colégio fechado, as comemorações tiveram que ser adiadas um dia.

Assim, no dia 10 de março às 17 h, começaram a chegar ao antigo refeitório das monjas, a chamada Sala do Teto Bonito, as personalidades civis e militares, as professoras e as alunas do IO e antigas alunas e amigos da AAAIO. A subdiretora do IO, Isabel Maria Caetano, abriu a sessão solene lendo uma mensagem da diretora, Graça Martins, que por razões de saúde não pôde estar presente, na qual reafirmou os laços que unem as antigas alunas à sua casa-escola onde são sempre bem vindas.

Joaquina Cadete, a recém-eleita Presidente da Mesa da Assembleia Geral da AAAIO, falou sobre a efeméride, realçando a importância “de uma associação como a nossa (…) por estabelecer o elo entre o que foi ser aluna do IO no passado, remoto ou recente, e garantir que outras jovens possam continuar a vivenciar esta experiência única, no futuro”. A Presidente da Mesa da Assembleia Geral da AAAIO debateu “a pertinência da existência de estabelecimentos militares de ensino em Portugal”. O LAÇOS Número 2/11 – fevereiro-maio 2011

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“desígnio do IO, como estabelecimento de ensino, deverá ser pioneiro, entre outros aspetos, no que se refere à educação por género já que, no presente e certamente ainda mais no futuro, se espera que as Mulheres saibam conciliar vários papéis durante a sua vida e os caminhos para o sucesso vão exigir liderança, confiança, independência, integridade e um instinto para o conseguir (http://www.gsa.uk.com).O IO deverá ser uma escola íman que aposta no desenvolvimento de um currículo centrado numa dada área do conhecimento e/ou na excelência do desempenho dos seus alunos e que faça com que as alunas de hoje “sejam amanhã mulheres ética, cultural e tecnicamente preparadas para fazerem a diferença para um mundo melhor”.

Ana Maria Pinto Soares Hoeppner, Presidente da Direção da AAAIO, discorreu sobre a “Consolidação das raízes de 1919”, tendo homenageado a direção da década de 1988/98, nas pessoas da sua Presidente e da sua Tesoureira,

Margarida Trindade Marques (6º Ano), Nível 5

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nomeadamente Maria Rosete Milheiro e Maria Miquelina Baeta, tendo-lhes sido entregue a medalha comemorativa e Diploma de Mérito.

Seguiu-se um excelente momento musical com a pianista Elizabeth Allen e seu discípulo Tomás Frazer que tocaram Consolation nº 3, de Franz Liszt, Intermezzo op.117 nº 1, de Johannes Brahms, e Sonnetto del Petrarca nº 104, de Franz Liszt.

A sessão terminou com a entrega dos prémios Maria das Neves Rebelo de Sousa que o seu neto Miguel Rebelo de Sousa entregou às alunas dos 6º, 9º e 12º anos com melhor classificação no ano letivo de 2009/10.

Catarina Isabel F. Gens Rebelo (9º Ano) Nível 5

Catarina Luís Carvalho Moura (12º Ano) 18 valores

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Joaquina Cadete – AA Nº 193/1960

AAAIO: um elo entre o passado e o futuro*

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este 92º ano da AAAIO, é a minha vez de, enquanto recém-eleita presidente da Mesa da Assembleia Geral e, por inerência, porta voz de todas as antigas alunas do Instituto, dar as boas vindas a Todas e a Todos os que se quiseram associar a mais uma comemoração do dia da Antiga Aluna DO e NO Instituto de Odivelas.

Suceder a Noémia Leitão, que, por coincidência também faz 92 anos este ano, traz-me uma enorme responsabilidade porquanto foi uma presidente da Mesa da AG sempre atenta e que assumiu um papel incontornável na ligação entre os órgãos sociais tendo apoiado incondicionalmente a Direção, em momentos muito importantes da vida da associação, como a construção da Nova Casa e consequente mudança de instalações.

Relendo as suas intervenções, verifico, em especial nas do último ano, um apelo que cito: “De mãos dadas, corações unidos por uma cadeia de emoções que fortalecem a nossa camaradagem, continuemos a obra de solidariedade e reencontremos a imagem das alunas que fomos.”

E é exatamente sobre este ponto que me vou debruçar, hoje. Desde que saí do Colégio, no ano de 1967 que me tornei sócia da AAAIO e era sempre com emoção que voltava a esta Casa, em cada 14 de janeiro.

O “ato de educar é entender a doação, o tempo, a reflexão e as mediações várias existentes”

Com efeito, penso que o maior desígnio de uma associação como a nossa é o de, no presente, estabelecer o elo entre o que foi ser aluna do IO no passado, remoto ou recente, e garantir que outras jovens possam continuar a vivenciar esta experiência única, no futuro.

Num momento em que se perfilam críticas e se lançam perguntas sobre a pertinência da existência de estabelecimentos militares de ensino em Portugal, entre os quais * Discurso proferido no Dia da Antiga Aluna.

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o Instituto de Odivelas, proponho uma reflexão que me surgiu na sequência da conferência na Sociedade de Geografia sobre o assunto e cujo título “Na profundidade do tempo futuro. A continuidade histórica dos estabelecimentos Militares de Ensino das Forças Armadas”, reflete bem, a meu ver, como um futuro que

der a doação, o tempo, a reflexão e as mediações várias existentes”.

Daí que, economistas e sociólogos afirmem que uma sociedade desenvolvida não é a que tem muitos recursos mas o melhor dos recursos que é o de aprender.

Este deverá ser o desígnio do IO, estabelecimento de ensino, pioneiro, entre outros aspetos, no que se refere à educação por género já que, no presente e certamente ainda mais no futuro, “se espera que as Mulheres saibam conciliar vários papéis durante a sua vida e os caminhos para o sucesso vão exigir liderança, confiança, independência, integridade e um instinto para o conseguir” (http://www.gsa.uk.com).

O IO, tal como o CM e o IPE, pertence a uma rede independente no âmbito das escolas estatais e, embora sendo instituições estatais, não são escolas públicas.

se quer sólido ganha em estar alicerçado sobre um passado também ele consistente evocando, de algum modo, as palavras de Santo Agostinho quando nos fala dos três presentes. Assim “no presente não podemos esquecer o que recebemos nas gerações anteriores e devemos enriquecer o conhecimento para o transmitir às gerações futuras”.

Deste modo o “ato de educar é enten12

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São escolas estatais porque são apoiadas pelo Estado, no caso concreto, pelo Ministério da Defesa que é tutela e estão ligados ainda ao Ministério da Educação, através da figura de requisição de parte do corpo docente, já que o quadro próprio do Instituto não é suficiente, como acontece nas escolas públicas, para responder às necessidades e ainda do currículo com componentes específicas do IO. Porém, não são escolas públicas porque se regem por algumas normas diferentes das da escola pública, nomeadamente no que se refere ao pagamento de

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propinas e às regras para a admissão de alunas.

Como poderemos então classificar, no Portugal de hoje, este tipo de estabelecimento de ensino e avaliar da pertinência da sua manutenção?

Alguns estudiosos das matérias de educação, não muitos, devemos dizer, já se pronunciaram comparando o IO, o CM e o IPE ao que, nos EUA, se designam por magnet schools ou escolas íman em tradução portuguesa.

O que se entende então por escolas íman?

Paulo Guinote, no seu blogue escreve: “Mais do que um modelo alternativo de gestão financeira e administrativa … as magnet schools representam uma abordagem diferente da gestão pedagógica. Na sua origem, nos EUA, tiveram também importantes preocupações ao nível da integração de minorias, mas são na atualidade, principalmente, projetos pedagógicos dirigidos para um perfil específico de estudante, podendo apostar no desenvolvimento de um currículo centrado numa dada área do conhecimento e/ou na excelência do desempenho dos seus alunos… …Pelas suas características, têm um recrutamento de alunos que não obedece a regras de tipo geográfico e, para além disso, são muitas as que evoluíram para um sistema muito competitivo de admissões. O que significa que deixaram tanto de ser uma experiência destinada à integração para serem um nicho mais vocacionado para a excelência. Estão

mais próximas de uma escola profissional de topo do que de uma qualquer escola pública ou privada portuguesa que siga o currículo geral.”

Também Ramiro Marques, no seu blogue, refere ainda que “…os estudos mostram que os alunos que frequentam as magnet schools são, regra geral, oriundos de famílias …que valorizam muito a educação… Este tipo de escola… faz ainda aumentar o poder de escolha dos pais e conseguem melhor resultados do que as escolas estatais regulares, não só porque se especializam em oferecer determinados cursos mas também porque, sendo escolhidas pelos pais, conseguem maiores níveis de motivação dos estudantes.”

Ora, este parece ser também o entendimento da associação de pais do IO a avaliar pelas palavras da sua presidente que a seguir transcrevemos: “E é como pais e encarregados de educação empenhados que escolhemos entregar as nossas filhas nas mãos do Instituto de Odivelas.

Entregar é a palavra certa. Mais de metade das alunas vive nele em regime de internato. O Instituto de Odivelas é a sua segunda casa, a sua segunda família.

Porque nós, pais, continuamos a acreditar naquilo que este estabelecimento (bem como os seus congéneres) tão bem tem representado ao longo dos tempos: uma educação baseada no esforço e no mérito, na autonomia e na solidariedade, na lealdade e no respeito.

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A necessidade de criar condições de excelência, não só académica – que é já uma realidade – mas também de formação de caráter e de competências sociais que permitam às alunas de hoje serem, amanhã, mulheres ética, cultural e tecnicamente preparadas para fazerem a diferença para um mundo melhor.”

O Instituto de Odivelas, nas pessoas da sua tutela, das suas dirigentes, professoras, encarregados de educação, associação de antigas alunas e, claro, alunas atuais tem o dever de não deixar morrer este que foi e tem de continuar a ser um nicho de excelência na educação da Mulher em Portugal.

Parece óbvio que há matéria para um amplo debate sobre o papel destes estabelecimentos de ensino, enquanto escolas íman e, se o motivo contra for o financeiro, faço minhas as palavras de um antigo aluno dos Pupilos no final da conferência já citada acima: “Estou certo que estes Estabelecimentos que lideram pelo exemplo e ensinam pela e para a excelência” … são capazes de atrair, (o tal íman) e, no nosso caso, para o IO, as filhas de emigrantes espalhados pela diáspora e as jovens oriundas dos países da CPLP, e dos PALOP em particular, cujas famílias apostam na excelência da formação e enfatizo os dados que nos foram disponibilizados pelo General Gonçalves Ribeiro que, hoje em dia, a maioria dos alunos oriundos dos PALOP que frequenta estes estabelecimentos de ensino já paga as suas propinas, sendo cada vez mais residual as e os que beneficiam de bolsas do Estado português.

E termino com algumas palavras de antigas e atuais alunas, expressas em blogues, redes sociais e conferências sobre a sua Escola, o seu Instituto:

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“O amor ao trabalho; a consciência do dever cumprido; a alegria da partilha; a defesa da verdade; a lealdade; a interajuda – tudo são princípios inabaláveis de uma sã convivência e de uma educação exigente, mas conducente à alegria e à liberdade”…leva-nos a viver…” Vidas amplas, diversificadas, contra o marasmo do deixa andar” e “…só quem anda numa escola destas sabe o quanto nos marca…” e compreende o verdadeiro sentido da palavra fraternidade.

09.03.2011 (que soma 7, número que é considerado um número planetário, o número da plenitude, da ordem perfeita…)

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Ana Maria Pinto Soares Hoeppner – AA Nº 318/1952

Década de 1988/1998 Consolidação das raízes de 1919*

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énesis é o primeiro livro do Antigo Testamento que trata da formação do Mundo, sendo assim, a primeira História do Mundo.

A História da evolução das espécies e do Ser Humano, das civilizações, das culturas bem como as histórias paralelas dos pesquisadores e cientistas que avivam e apimentam a própria História com as suas interpretações infinitas e excitantes, chega até aos nossos dias como uma galáxia de aventuras fantásticas e surrealistas que nos fascinam.

Hoje a História é ensinada nas escolas em estilo de banda desenhada tornando-a mais atrativa e aliciante ao ensino e às mentalidades modernas.

Histórias, ouvimos logo nos primeiros anos de tenra idade – as nossas mães, avós e tias contaram-nos muitos contos, fábulas e lendas, dando-nos alguns ensinamentos através das metáforas e incentivando a nossa imaginação.

Mais tarde, ensinam-nos a nossa própria História – a do nosso país – civilizações e culturas Este ano queremos anteriores a D. Afonso Henriques até aos nossos homenagear dias dos 100 anos da República Portuguesa. E apercebemo-nos como é fantástica a cascata de uma década feitos heróicos, acontecimentos extraordinários muito especial de coragem, abnegação e sacrifício mas também de momentos dramáticos, decisões terríveis e confrangedoras ou atos de barbárie registados no desenrolar da História universal e milenar desta ponta da Europa que é Portugal. É a História das raízes e da continuidade da nossa própria terra.

Padre António Vieira pregava que “o sermão tem raiz, tronco, ramos, hastes, folha, frutos e sementes e daí, novamente a Vida”.

* Discurso proferido no Dia da Antiga Aluna.

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AT I V I D A D E S D A A A A I O E S U A S S Ó C I A S

Neste cantinho de Odivelas, onde hoje nos encontramos, com a sua própria História fascinante e atribulada, desde o Rei D. Dinis, fundador deste Real Mosteiro em honra de São Dinis, no século XIII, começa a História e vida da semente e da raiz duma enorme ár vore com ramos frondosos e de glicínias que deleitaram com a sua sombra e os seus perfumes tantas e tantas gerações.

A construção do Real Mosteiro, as histórias das monjas, das princesas e donzelas, passando pela destruição parcial do convento em 1755, às narrativas sobre a Abadessa Madre Paula e de D. João V, a fundação do Instituto Infante D. Afonso, pelo irmão do Rei D. Carlos, em 1900 – mais tarde Instituto Feminino de Educação e Trabalho, hoje o nosso IO – a fundação da AAAIO pelo então Diretor do Colégio, Coronel Ferreira de Simas em 1919, todos estes acontecimentos estão descritos no nosso Génesis.

Nós temos, também, um pequeno Génesis.

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Este magnífico espaço histórico que nos toca particularmente tem o seu registo na obra minuciosa, exaustiva e cativante nos dois livros da autoria da AA Virgínia Paccetti, a 4ª Presidente da Direção da AAAIO entre os anos de 1974 e 1987.

Neles, relata-se a História Moderna deste Real Convento de Odivelas.

A AAAIO conseguiu com a singela semente e raiz de 1919, transformar-se na árvore majestosa, que num canto deste Convento deu ramos viçosos, flores cheirosas e delicadas e os frutos desejados.

Muitas flores floriram, outras murcharam no percurso do seu crescimento.

Mas a seiva, a força da natureza e a mão do Homem, aliás, das Mulheres determinadas e empreendedoras desta associação, nunca as deixaram morrer.

Antes pelo contrário.

Fortaleceram-nas, incutindo-lhes o vigor e a vitalidade necessárias que garantiram a sua sobrevivência e continuidade de 1919 até 2011.

Hoje, homenageamos uma década muito especial.

De 1988 a 1998 algumas AA perceberam que a nossa árvore precisava dum tratamento distinto. Uma nova Direção dinâmica e atualizada traçou logo as estratégias e cuidados para revigorar a vitalidade dos ramos, das hastes e das folhas já existentes na árvore plantada nestes claustros.

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Nas prioridades estavam inúmeras legalizações e ações imperativas que dessem à associação visibilidade, consistência e identidade própria.

Quais foram?

• Regularização da situação da AAAIO junto das Finanças tendo-lhe sido atribuído um n.º de contribuinte • Revisão dos Estatutos instituídos em 1919 e a consequente escritura da constituição da associação como IPSS registada no Diário da República em 1989 e reconhecimento como Pessoa Coletiva de Utilidade Pública em 1990. Com estes registos a AAAIO ganha personalidade jurídica, passa a ter uma identidade e vida oficial que lhe irá garantir, a partir daí, uma posição legal, sólida e idónea • Assinatura dum acordo de cooperação com o ISS para a valência de Lar abrangendo 25 utentes que foi assinado em 1990 • Organização das estruturas logísticas realizando melhorias nas instalações da sede/lar com incidência nas zonas sanitárias, quadros elétricos, telhado, conservação do logradouro e adequados apoios técnicos • Reestruturação de recursos humanos e de assistência médico-medicamentosa com a instalação duma enfermaria e montagem duma plataforma elevatória para acesso de deficientes ao 1º piso • Aquisição duma carrinha de 9 lugares através do apoio do ISS • Organização de passeios, convívios, concertos instrumentais e corais envolvendo AA e seus familiares e abertos à Comunidade de Odivelas

• Realização de exposições de trabalhos manuais, pintura, artes plásticas entre outras, da autoria de AA projetando assim as suas atividades artísticas e profissionais • Publicação em 1990 de um anuário designado “O Amarelo” onde pela primeira vez se registaram os nomes, endereços e profissões de cerca de 1100 AA facilitando o contacto entre si • Lançamento da revista LAÇOS em 1988 criando, assim, um elo de ligação entre as sócias no intuito de divulgar as atividades associativas, promover encontros e intercâmbios, aliciar troca de ideias e experiências e participação ativa das AA com artigos de interesse cultural ou informativo • Criação da bandeira da AAAIO resultante de um concurso ao qual concorreram três AA • Instalação de uma pequena biblioteca após levantamento e registo do acervo documental e dos livros existentes, constituído por legados e donativos de AA e/ou pessoas ligadas à AAAIO • Relacionamento estreito com as Direções do IO em programas intergeracionais e de interesse mútuo para ambas instituições e com a respetiva Tutela no âmbito de ajudas financeiras ou outras de caráter social (IASFA) • Classificação pelo então IPPAR de um dos ex-líbris de Odivelas o pavilhão de caça do início do século XIX como “imóvel de interesse concelhio” onde a AAAIO tinha a sua CASA (sede e lar) desde março de 1971, salvando-a, assim, da ganância especulativa da construção selvagem que grassava em Odivelas nos anos 70 LAÇOS Número 2/11 – fevereiro-maio 2011

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• Apresentação duma candidatura ao Programa PILAR do ISS que viabilizasse a compra do imóvel onde a AAAIO exercia as suas atividades sociais e com a possibilidade de ampliação das mesmas • Registo da AAAIO como membro da CIDM, hoje CIG (Comissão para a Igualdade do Género) mantendo duas representantes permanentes no conselho executivo • Estreitamento dos elos de amizade com as associações congéneres do CM e IMPE promovendo a organização de exposições como exemplo a preparação da feira “Sucesso 91” que visava a divulgação de atividades dos respetivos associados.

exigiam uma presença e atenção constantes. Mesmo assim, conseguiram organizar-se de modo a que as tarefas associativas se distribuíssem entre os membros da Direção e outras sócias a nível de voluntariado.

Muitas outras ações se desenvolveram nesses 10 anos.

Entrou no IO em 1952 e terminou o liceu em 1959, permanecendo até 1965 como monitora, enquanto frequentava a Faculdade de Letras de Lisboa onde se licenciou em Geografia. A sua pós-graduação em Gestão de Recursos Humanos deu-lhe a oportunidade de exercer várias funções na TAP, até se reformar em 2001 como Diretora do Serviço de Formação Profissional.

Enunciei as mais significativas, as que projetaram a AAAIO pelas suas constantes atividades na senda da preservação histórico-cultural, na prática da Solidariedade e da Ação Social que começava a tomar contornos definidos e prementes em Odivelas.

A Presidente da Mesa da Assembleia Geral a entregar a medalha de mérito a Rosete Milheiro

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Devemos esta tarefa arrojada e desafiadora a alguns membros dos Corpos Sociais que estavam ainda no auge das suas ocupações profissionais e compromissos familiares que também lhes

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De 1919, até aos nossos dias, todo o trabalho e as horas dedicadas à associação, foram sempre prestados na base do altruísmo e mecenato. Os próprios Estatutos definem “ser gratuito este trabalho associativo por parte de todos os Membros dos Corpos Sociais”.

Maria Rosete Fernandes Milheiro foi eleita Presidente da Direção em 1988.

Rodeada de colegas solidárias, esclarecidas e dinâmicas (Felismina Osório, Domingas Cruz, Miquelina Baeta, Maria de Lourdes Santana, Maria Salete Barreto Tereno, Maria Emília Canelhas, Maria Filomena Cordeiro e Isabel Braga), a Maria Rosete conseguiu com firmeza e habilidade dirigir a CASA da AAAIO. Contou, também, com a participação de outras sócias na revista Laços, da qual é uma das mentoras, tais como a Virgínia Paccetti, Maria de Lourdes Eleutério,

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Maria Noémia de Melo Leitão, Joaquina Cadete, Rosa Lobato Faria, Fernanda Rute Jacobety, entre tantas outras, lançando os laços de solidariedade que viriam mais tarde consolidar uma teia que se entrançou na nossa árvore.

Maria Rosete Milheiro, casada e mãe de duas meninas, conseguiu administrar o tempo de modo a que o seu compromisso associativo fosse salvaguardado.

A larga experiência adquirida na TAP, principalmente no setor dos Recursos Humanos, além de outras experiências profissionais, contribuiu para que a sua atuação na AAAIO fosse incisiva e determinante na chefia e gestão do lar, no relacionamento com o nosso Instituto e com as entidades civis e militares com quem teve de contatar durante a vigência dos seus quatro mandatos.

Maria Miquelina Borges Baeta, Tesoureira da Direção até ao final de 1998, foi a sua imprescindível companheira e a pessoa certa no lugar certo.

Fez o curso de Comércio no IO entre 1953 e 1960 que lhe deu conhecimentos suficientes para ingressar na vida laboral. Foi logo admitida na secção nos Serviços Administrativos do Hospital Militar da Estrela, tendo mais tarde ingressado no departamento de Contabilidade da TAP, chegando à chefia do Departamento do “Free Shop” que dirigiu até à sua reforma.

O seu trajeto de vida pessoal foi grandemente condicionado por grave problema de saúde na família a quem teve de se dedicar de alma e coração.

A Micas, como é conhecida por todas nós, é uma mulher de personalidade afirmada, segura, determinada e de fortes convições. Atenta e generosa, sensível aos mais fracos e carentes, pautou sempre pela ajuda ao A Presidente da Direção próximo com a a entregar o diploma de mérito sua presença a Miquelina Baeta simpática e sorridente resolvendo as situações mais delicadas. Como Tesoureira da AAAIO exerceu com calma, eficácia, rigor e segurança os problemas que tinha de enfrentar, continuando, até hoje, a ser muito estimada e respeitada por todas as suas colegas.

Homenageamos hoje estas duas AA, pilares duma década que poderíamos apelidar “a florescência da nossa árvore”. Elas representam também, as suas “Amigas e Irmãs” da década de 1988/98.

Conseguiram que a árvore com os seus ramos frondosos e revigorados proporcionem hoje às suas herdeiras, as atuais responsáveis pelos destinos da AAAIO, uma sombra amena e o deleite da profusão das maravilhosas flores com o seu perfume inebriante.

BEM-HAJAM POR TUDO O QUE NOS LEGARAM.

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Assembleia geral ordinária

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o passado dia 26 de março, reuniu-se, em sessão ordinária, a Assembleia Geral (AG) da Associação das Antigas Alunas do Instituto de Odivelas (AAAIO), na Nova Casa, cujo Aviso da Convocatória foi publicado em dois jornais diários, “Público” e “Diário de Notícias”, afixado na entrada da Nova Casa e na Sede da AAAIO. Estiveram presentes 34 associadas.

Após as boas vindas dadas pela Presidente da Mesa da AG, Joaquina Cadete, seguiu-se a leitura da ata da AG anterior e a apresentação do Relatório e Contas da Gerência do ano 2010 que foi aprovado. No ponto Diversos foram dadas algumas informações. Por intervenção da AAAIO, a AA Catarina Moura que estava impedida pela Direção do IO de comparecer, no Colégio, para receber o prémio Maria das Neves Rebelo de Sousa pôde afinal estar presente na cerimónia.

Esta informação foi aplaudida por toda a Assembleia.

Uma das associadas presentes referiu o seu agrado por ter sido homenageada a Direção da década de 88/98 nas pessoas da Presidente Maria Rosete Milheiro e Tesoureira Maria Miquelina Baeta. Seguem-se as intervenções de fundo.

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Ana Maria Pinto Soares Hoeppner – AA Nº 318/1952

Relatório do Programa de Ação de 2010

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programa de Ação para 2010 apresentado na AG de 19 de dezembro de 2009 enunciava uma série de medidas e ações que dum modo geral se cumpriram salvo algumas exceções.

Na rúbrica Da Associação registamos as seguintes: As comemorações do 14 de janeiro – dia do Instituto – foram assinaladas por duas cerimónias, a realizada de manhã no IO com a presença do Presidente da República e a da tarde na Nova Casa da AAAIO, tendo sido esta sessão de abertura realizada no Teatro D. Luis Filipe (da tutela da AAACM e disponibilizada para o efeito) para homenagear a equipa Técnica do projeto e Mecenas envolvidos, seguindo-se uma visita oficial às instalações do novo Lar. Dadas as restrições de convites para a inauguração oficial no dia 14 de janeiro, na semana seguinte, as portas da Nova Casa abriram-se a todas as sócias que acorreram em grande número para a visitar.

O encerramento do 90º aniversário da AAAIO foi celebrado no dia 9 de março (dia da Antiga Aluna) com a sessão solene realizada no IO, no antigo refeitório das freiras, onde se homenageou a equipa dos Técnicos responsáveis pelo projecto da Nova Casa e se fez a entrega da medalha de prata da Associação, datada e assinalada no verso Ao Altruísmo.

A inauguração da Nova Casa foi sem dúvida a ação mais importante em 2010

A estes Mecenas devemos a maior gratidão pelo seu trabalho qualificado, empenho, altruísmo e dedicação à nossa causa.

As medidas tomadas para angariação de fundos, no intuito de colmatar as despesas da obra extra empreitada, traduziram-se em várias ações e encontros, exposições, cursos de gastronomia, convívios, reuniões de curso e campanhas (a Campanha Futuro) que, embora não demonstrassem os resultados ansiados, revelaram uma LAÇOS Número 2/11 – fevereiro-maio 2011

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consciencialização, por parte das sócias, da necessidade de uma premente ajuda financeira para a Nova Casa.

A promoção do Voluntariado para apoio nas várias áreas da vida associativa teve um impato muito positivo com a aderência de mais sócias em alguns setores, nomeadamente, a nível administrativo, informático, de ajuda personalizada às AA mais debilitadas e colaboração na revista Laços.

A revista Laços sofreu um impulso muito positivo não só na gráfica e layout como no conteúdo dos seus artigos, alargando a informação do universo da vida associativa da AAAIO e demonstrando melhor qualidade nos artigos das suas colaboradoras.

Intensificaram-se os contactos com a comunicação social dando a conhecer as atividades socioculturais, das quais se ressaltam algumas entrevistas a programas de rádio e televisão, especialmente logo após a inauguração oficial da Nova Casa, e durante o ano, pelas constantes notícias transmitidas através do portal da AAAIO, Twitter e Facebook da responsabilidade dum membro da Direção responsável por este pelouro.

Estas fontes de comunicação relatam e transmitem às sócias e ao mundo dos cibernautas as nossas atividades, o mundo por onde as AA se movimentam e atuam, bem como a saudade que fica de algumas estimadas sócias quando partem cedo de mais, nomeadamente a Margarida Miguéns, Maria Alcinda Esteves da Fonseca e Rosa Lobato Faria entre outras.

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O estreitamento das relações com as associações congéneres demonstrou que as três Associações dos Estabelecimentos Militares de Ensino deverão trabalhar cada vez mais em uníssono, firmes e determinadas no apoio a dar aos respetivos colégios.

Organizou-se um ciclo de conferências na Cooperativa Militar com uma exposição ilustrativa da História dos EME, apoiada da nossa parte, por uma sócia, ex-professora do IO, do qual sobressaiu a importância e necessidade da existência dos colégios perante o panorama da Educação em Portugal.

Também a nível de outras instituições se incentivou uma colaboração estreita, nomeadamente, com a SHIP (mantendo-se o ciclo de conferências acordadas com a mesma) da responsabilidade de um membro da Mesa da Assembleia Geral com a participação de professores universitários de renome que atraiu uma assistência muito heterogénea.

As ações socioculturais existentes entre a AAAIO e o Município e Junta de Freguesia de Odivelas foram mantidas com especial incidência na nossa ação social no bairro da Arroja em Odivelas onde se apoiam 246 famílias carenciadas com a ajuda do BACF e Entrajuda.

Não foi possível a reedição do livro da Virgínia Pacetti com a 2ª fase da história da AAAIO por motivos de ordem financeira e por esta edição exigir um aspecto gráfico condigno que requer uma atenção e cuidado especiais.

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O apoio jurídico prestado pela Dra. Gisela Rocha foi intensificado dada a complexidade das novas contratações laborais além de resolução de outros problemas relacionados com as atividades associativas.

Passando ao capítulo da Nova Casa – Lar – devemos assinalar a realização de várias ações importantes consideradas no plano para 2010.

A divulgação do Lar, com as novas instalações e oferta de serviços, foi feita a vários níveis, muito especificamente, através das associações congéneres dado que a partir de 2010 as inscrições estavam abertas também a sócios das respectivas associações.

Elaborou-se um folheto explicativo da oferta de serviços e um cartaz concebido e elaborado por uma sócia que está exposto no átrio do Lar. A reestruturação dos Recursos Humanos foi imperativa, pelo aumento da capacidade de camas e área das instalações atuais traduzindo-se na contratação de mais pessoal de Ação Direta e dos Serviços Administrativos.

A necessidade de mais apoio no campo dos cuidados pessoais prestados aos utentes deve-se ao facto de mais de 50% dos mesmos serem dependentes a todos os níveis. Este setor foi o mais problemático, o mais difícil de gerir e o mais dispendioso dado o elevado absentismo, a falta de formação profissional e ética laboral, aliás, atualmente comum a vários níveis.

Os Serviços Administrativos, ainda a cargo da Tesoureira da associação, beneficiaram da contratação de um funcionário que a nível informático e não só, tem dado toda a assistência técnica necessária em sintonia com a empresa de contabilidade Contamadora.

O novo lar foi alvo de acompanhamento e averiguações por parte de Técnicas do Serviço Social do ISS durante o ano de 2010, resultando daí, a reorganização do sistema documental e burocrático atualizando-o segundo os novos Decretos normativos e as exigências a nível de Segurança e Higiene no Trabalho.

Foram feitas sessões de formação a nível de Auxiliares de Ação Direta com o apoio do ISS. Desenvolveu-se e ampliou-se a programação das atividades lúdicas nomeadamente passeios, trabalhos manuais, sessões de leitura, cinema e jogos, participação e atuação de escolas incluindo as alunas do IO, grupos corais (Metro-Auditae Nova), visitas a museus entre outras, elaborado pela estagiária admitida através do programa INOV a qual tem demonstrado ter sido uma boa aquisição e de manter no quadro de pessoal. Todo este espetro de atividades foi sempre conseguido com êxito graças à preciosa ajuda das voluntárias que fazem parte do núcleo fixo de assistentes no acompanhamento das utentes.

As festas tradicionais – Chá da Primavera, Três Santos e Magusto – tiveram a participação de muitas AA a nível organizativo, de animação e financeiro.

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A coordenação deste setor foi com grande empenho e zelo conseguida pela Vice-Presidente até 2010 que, além desta tarefa, era também responsável pela organização do planeamento do pessoal.

Deixamos-lhe aqui um agradecimento especial pela sua abnegada participação profissional e pessoal.

Os Encontros com a Gastronomia realizados periodicamente nas instalações da cozinha do lar vieram, não só manter um convívio saudável e alegre entre as AA participantes, mas também despertar a curiosidade das utentes e empregadas pelas ementas variadas e exóticas de cada “aula”.

A aquisição de equipamento no setor médico/medicamentoso foi-se conseguindo gradualmente, em parte através de mecenato de algumas sócias beneméritas ou por firmas ligadas a equipamentos geriátricos.

As valências de Centro de Dia e Apoio Domiciliário ainda não foram implementadas.

A valência de ATL situada no bairro da Arroja esteve a funcionar até julho de 2010, tendo-se rescindido o Acordo existente com o ISS, uma vez que as crianças abrangidas passaram a ser assistidas pelas escolas.

Manteve-se a distribuição do BACF às 246 famílias carenciadas com a comparticipação da Junta de Freguesia de Odivelas mas sem o apoio da Câmara Municipal apesar da intenção expressa 24

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em julho de 2010 de um Acordo de Comodato para novas instalações e uma ajuda financeira para manutenção das mesmas que não se chegou a concretizar.

As relações entre a Direção do Instituto de Odivelas e a AAAIO decorreram com certas reservas e constrangimentos dada a pouca abertura e flexibilidade que impera no sistema actual do colégio.

A ajuda e colaboração entre atuais alunas, professoras e a nossa associação tem sido mais eficiente em sintonia com a Associação de Pais e Encarregados de Educação com quem se tem mantido uma linha de pensamento e de orientação no intuito de melhorar e alertar a Tutela da situação atual.

A AAAIO apenas esteve representada nas sessões do 14 de janeiro, dos Coros e Educação Física realizada no Estádio do Benfica e Abertura Solene das Aulas.

Para as habituais sessões internas de graduadas, apresentação da exposição de Natal e trabalhos finais do ano letivo, não houve qualquer informação ou convite.

As habituais férias no Forte de Santo António do Estoril, em agosto, não se realizaram por falta de inscrições e devido à debilitada condição física dos utentes do lar.

Analisando o programa proposto em dezembro de 2009 e a sua realização em 2010, concluimos que o plano estabelecido se cumpriu, ultrapassando mesmo em alguns casos as nossas expetativas.

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Foi um ano especialmente difícil de adaptação às novas instalações, aumento de recursos humanos, reorganização de serviços e estruturas e de exigência em todos os campos abrangidos pelas nossas atividades, quer associativas quer a nível de valências sociais. É evidente que foi fator primordial o constante apoio físico e psicológico das nossas sócias, especificamente, das assíduas e dedicadas voluntárias nos vários setores, sem as quais grande parte do estatuto de “qualidade” agora exigido pelo ISS não teria sido possível.

A AAAIO com a Nova Casa tornou-se uma realidade, conseguida por todas as que lutaram por ela direta ou indiretamente.

Terminado o triénio em 2010 como Presidente da Direcção devo salientar que tive todo o apoio e gozei da confiança

dos membros dos outros órgãos dos Corpos Sociais com principal incidência nas pessoas da Presidente da Mesa da AG, Maria Noémia de Melo Leitão e da Presidente do Conselho Fiscal, Maria Fernanda Vidal que me aconselharam e encorajaram nos momentos mais difíceis.

Tudo o que acabou de ser aqui enunciado vem relatado e documentado na revista Laços – nosso elo informativo e de ligação – nos números de 1/10 a 1/11 com a vantagem do registo fotográfico.

A todas as sócias ativas, colaboradores, amigos e mecenas que embarcaram na nossa nau, atravessaram estoicamente as tormentas e nos deram a força para nunca parar, mais ainda, nos animaram a nunca desistir mas antes, continuar até levar a nossa nau a bom porto, dirijo o meu BEM HAJAM.

Atividades da AAAIO Atualizamos regularmente o nosso calendário de atividades tanto no portal, como nas nossas páginas do Facebook e Twitter, enviando ainda alertas por email. Se ainda não nos deste o teu email, fá-lo quanto antes para te manteres atualizada.

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Renato Cordeiro*

Relatório e contas do exercício de 2010

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os termos legais e estatutários, a Direção da Associação das Antigas Alunas do Instituto de Odivelas, vem submeter à apreciação da presente Assembleia, o Relatório e Contas referente ao exercício de 2010.

Os objetivos propostos para 2010 foram alcançados na sua maioria, devido ao enorme trabalho e dedicação, provando ser cada vez mais necessária a união de todos os que acreditam nos objetivos desta Associação.

No primeiro ano de funcionamento nas instalações da Nova Casa, verificou-se o grande esforço feito para atingir as elevadas melhorias na qualidade dos serviços prestados aos nossos utentes.

Estas melhorias apuradas no ano transato, refletiram-se no setor administrativo, na gestão de recursos humanos e na prestação de serviços mas, noutros setores, deverão ser ainda organizadas e reorganizadas medidas com vista à otimização de todos os recursos existentes.

Assim, é com muito agrado, que apresentamos as contas de mais um ano da existência desta Associação.

Os valores aqui apresentados representam de forma quantitativa a atividade desenvolvida, retratando fielmente o que se registou.

Atividade financeira No ano de 2010, o total dos proveitos atingiu um valor histórico para a Associação, alcançando os 743.843,44 o que retrata uma variação positiva de 35,83% em relação ao ano anterior.

Todos sabíamos que iria ser um projeto arrojado, a construção de um edifício novo, mas não havia muitas hipóteses se não avançar. Hoje é uma realidade e a realidade tem sido alcançada a cada dia.

* Contabilista da AAAIO.

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As receitas operacionais cifraram-se nos 564.626,18 tendo crescido 37,32%, em período homólogo. Os proveitos financeiros este ano não têm qualquer significado. No que respeita à rubrica de proveitos extraordinários, verificou-se um crescimento de 32,09%, atingindo os 179.217,26 que se repartem de acordo com o quadro.

De uma forma generalizada, apresentamos abaixo os valores de 2010, comparando-se com os valores do ano anterior.

çamentado demonstrando um impato percentual de 12,11%.

Nos custos, a evolução registada ascendeu aos 91.133,92 , variando na casa dos 12,27%.

O objetivo deste documento é relatar sucintamente os demais acontecimentos que refletem os valores anualmente registados, bem como transmitir a boa aplicação das verbas que nos foram confiadas para alcançar a satisfação dos objetivos que ao longo dos anos nos temos proposto.

No que respeita aos gastos, houve um acréscimo de 274.419,75 representando um crescimento de 36,95% em relação ao ano anterior, sendo que o valor com maior relevo é o custo com pessoal, com um acréscimo de 137.701,45 alcançando os 341.735,33 .

1. Associadas A razão de ser da nossa Associação está no elo de ligação que une as Antigas Alunas do Instituto de Odivelas, e contribuem com quotas e donativos com o objetivo de fazer face às múltiplas despesas da Associação.

Atualmente, a ocupação máxima durante um ano é de 504 períodos (42 x 12) períodos, que corresponde à ocupação de uma cama durante um mês.

A receita originada pelas quotas e ações de apoio atingiu os 23.042,00 . Tendo um custo associado a esta receita de 18.631,90 .

Em termos médios registou-se uma ocupação de 396 períodos, podendo desta forma alcançar resultados superiores.

Em resumo, os resultados do trabalho realizado, culminaram num resultado positivo de 1.204,48 .

2. Lar Os valores de receitas das mensalidades cresceram 30,50% face ao ano anterior, atingindo os 276.099,18 . Também foi conseguido este ano um apoio extra de diversos particulares, que alcançou os 113.051,27 .

Aos valores acima referidos, devemos salientar também alguns desvios verificados ao orçamento de 2010. Neste contexto, os proveitos gerados durante o exercício que findou, representaram um aumento de 90.088,40 do or-

De realçar que a Associação fornece alimentação aos seus funcionários e de acordo com a experiência em anos anteriores, o não reconhecimento da parcela correspondente ao subsídio de alimentação como custo de pessoal LAÇOS Número 2/11 – fevereiro-maio 2011

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poderá ter consequências dispendiosas.

Nesse sentido, encontra-se registado como proveito o valor de 25.565,35 , que está diretamente relacionado com o registo do custo do subsídio de alimentação dos funcionários na devida rubrica de custos, o qual não deve ser registado duas vezes.

Na Rubrica de comparticipações e Subsídios de Exploração, foi registado um valor de 32.798,03 que é a quota-parte dos donativos e comparticipações da construção do Edifício, que só deve ser reconhecido como proveito à medida que o ativo está a gerar benefícios económicos, sendo esta parcela que determina a evolução de 23,54% desta rubrica.

Na área Financeira, como já era de esperar, não refletiu qualquer benefício, até pelo contrário, foi necessário recorrer a entidades bancárias para suprir algumas necessidades imediatas, que gerou custos financeiros no valor de 24.846,25 .

Tal como em anos anteriores, tem-se vindo a realizar, campanhas de solidariedade, como por exemplo o Banco Alimentar contra a Fome, Entreajuda gerando uma movimentação não monetária.

No entanto, para fazer cumprir algumas obrigações fiscais, nos últimos anos, tem-se vindo a quantificar estes valores, que este ano atingiu os 138.028,40 .

O restante valor para os 175.150,00 que se encontra na rubrica de proveitos extraordinários, diz respeito à cam28

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panha “Futuro”, donativos, fraldas e pequenas atividades.

Os custos totais do Lar alcançaram os 692.888,95 , sendo que os custos com o pessoal ascenderam os 312.516,80 .

Em relação ao ano anterior esta rubrica teve um incremento 40,53%, originado pelos frequentes ajustes do pessoal às crescentes necessidades sentidas.

De salientar que a estimativa orçamental efetuada para custos com o pessoal, apenas teve um desvio de 0,73%.

Os géneros alimentares utilizados nas refeições servidas tiveram um acréscimo de 32,85%, ascendendo os 52.669,56 .

Também uma componente importante para o funcionamento desta instituição, são os serviços contratados a terceiros e registados na rubrica de F.S.E., que totalizaram um valor de 118.354,68 , onde se encontra registado, entre outros, eletricidade, água, combustíveis, comunicações, despesas com reparações, contabilidade, médicos, advogada, enfermagem e outros prestadores de serviços.

Este foi o primeiro ano a registar o custo da obra, assim o valor a imputar ao exercício de 2010 ascendeu aos 45.708,32 .

3. ATL Em julho, o espaço onde se realizava o “projeto” sofreu alguns ajustamentos que acabou por se transformar num

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armazém do Banco Alimentar contra a Fome e consequentemente num encargo para a Associação, estando refletido assim um resultado negativo de 15.511,62 . Este valor é originado pela cessação, a meio do ano, por parte da Segurança Social do acordo até então negociado.

Despesas de capital Em termos estruturais do balanço, as contas sofreram pequenas alterações.

No ano de 2009, o valor de construção do edifício encontrava-se numa rubrica de ativos em curso e presentemente em edifícios e outras construções com um valor de 1.464.030,53 .

A grande despesa que este projeto tem é com o pessoal, que ascendeu aos 17.683,19 e ainda de serviços prestados em 5.320,00 .

Há que salientar, que era política da Associação só reconhecer como proveito os valores efetivamente recebidos, o que não daria lugar a valores a receber por parte dos utentes de um mês para o outro. Este ano já se começou a proceder à faturação mensal e registá-la no período a que respeita. Nesse sentido a 31 de dezembro de 2010 encontrava-se por receber a quantia de 10.688,98 dos utentes.

4. Banco Alimentar e campanhas de solidariedade Continua-se a prestar apoio a um conjunto de famílias, que todas as semanas recorrem a nós para receber géneros alimentares de primeira necessidade, totalizando um contributo em 125.630,09 .

Este ano a intervenção da nossa Associação, em algumas campanhas de solidariedade representou em termos de valor quantitativo o valor de 12.398,31 .

Em termos de responsabilidades, o quadro seguinte demonstra o efeito positivo na redução dos valores a pagar, que em grande parte por conseguido com aplicação dos valores reembolsáveis da construção.

Quotas Para não teres de te preocupar com o pagamento da tua quota, entrega no banco uma carta pedindo o pagamento por transferência direta. É muito mais fácil e cómodo.

LAÇOS Número 2/11 – fevereiro-maio 2011

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ASSOCIAÇÃO DAS ANTIGAS ALUNAS DO INSTITUTO DE ODIVELAS

DEMONSTRAÇÃO DOS RESULTADOS POR NATUREZAS Exercícios POC

CUSTOS E PERDAS

61

Custo das merc. vendidas e das mat. consumidas:

35.368,27

Fornecimentos e serviços externos .......................

124.969,96

62

2009

2010 53.846,14 160.338,23

137.710,79

191.556,93

Custos com o pessoal: 641+642

Remunerações .........................................

170.876,35

643 a 648

Encargos sociais ......................................

33.157,53

66

Amortizações e ajustamentos do exercício ............

1.643,58

67

Provisões ..............................................................

0,00

63

Impostos ..............................................................

21,72

65

Outros custos e perdas operacionais ....................

120,00

(A) 68

Juros e custos similares .......................................

1.128,84

Custos e perdas extraordinários............................

Impostos sobre o rendimento do exercício.............

(G)

88

1.643,58

Resultado liquido do exercício ...............................

341.735,33

0,00

47.284,36

2.405,46 141,72

45,00

1.128,84

2.450,46 583.027,08

24.846,25

367.286,25

(E) 86

51.856,06 47.284,36

366.157,41

(C) 69

289.879,27 204.033,88

24.846,25 607.873,33

100.934,17

134.766,84

468.220,42

742.640,17

0,00

0,00

468.220,42

742.640,17

9.093,79

1.204,48

477.314,21

743.844,65 276.099,18

PROVEITOS E GANHOS 71+72 75

Vendas e prestações de serviços ..........................

192.985,00

Variação da produção ...........................................

0,00

0,00

Trabalhos para a própria empresa ........................

0,00

0,00

74

Subsídios à exploração .........................................

134.544,73

77

Reversões de amortizações e ajustamentos ..........

0,00

73+76

Outros proveitos e ganhos operacionais ................

26.400,00

(B) 7812 + 7815 + 7816 + Rendimentos de títulos negociáveis e outras 783 aplicações financeiras: .........................................

7811 + 7813 + 7814 + + 7818 + 785 + 786 + 787+ 788+ 789 +784

Outros juros e proveitos similares .........................

0,00

1.669,18

(F) Resultados Operacionais: (B) – (A)..................................................................

Resultados Financeiros: ( D-B ) – (C-A) ..........................................................

Resultados Correntes: (D) – (C)......................................................................

Resultados Antes de Impostos: (F-E) ...............................................................

Resultados Líquidos: (F) – (G) ........................................................................

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LAÇOS Número 2/11 – fevereiro-maio 2011

136.093,27

288.527,00 564.626,18

0,00

1.669,18

1,21

355.598,91

Proveitos e ganhos extraordinários .......................

Resumo:

0,00 160.944,73 353.929,73

(D) 79

152.433,73

1,21 564.627,39

121.715,30

179.217,26

477.314,21

743.844,65

2009

2010 -12.227,68 540,34 -11.687,34 9.093,79 9.093,79

-18.400,90 -24.845,04 -43.245,94 1.204,48 1.204,48

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Parecer do Conselho Fiscal

N

os termos da lei e dos Estatutos o Conselho Fiscal desta Associação vem submeter à apreciação da Assembleia de Sócias o seu parecer sobre as contas e sobre o Relatório da Direção relativos ao exercício de 2010.

A Direção Ao longo do ano findo foi-nos possível observar o esforço desenvolvido pela Direção para boa resolução de todos os múltiplos problemas inerentes à mudança para a nova casa, sua adequada e honrosa inauguração bem como para o desenvolvimento e normalização do seu funcionamento. O Conselho Fiscal está hoje convicto que se caminha para a consolidação de uma atividade de qualidade, com o valioso contributo das prestimosas voluntárias que, sem o devido reconhecimento, continuam a contribuir incansavelmente para este objetivo. Por outro lado continuamos a registar com alguma preocupação a realidade que por vezes escapa aos mais entusiastas. A realidade de que o Lar não é nem provavelmente será viável apenas com a exploração económica da sua atividade principal: a prestação de serviços de acolhimento a pessoas de terceira idade com recursos limitados. O Lar, tal como se encontra concebido e instalado, estará sempre dependente de fatores exógenos, tais como donativos, Banco Alimentar e muito principalmente trabalho gratuito de algumas dezenas de antigas alunas, voluntárias na assistência aos idosos ou membros dos órgãos sociais, etc. Temos de reconhecer quão difícil se torna gerir uma organização de tal modo dependente de fatores externos, que nenhuma direção conseguirá, em rigor, controlar. O “objetivo último” desta associação deveria ser pois estabelecer o equilíbrio entre as receitas e as despesas resultantes do exercício da sua atividade principal. Na situação atual, se retirarmos ao funcionamento aqueles fatores externos não totalmente controláveis, o Lar daria um prejuízo brutal e seria totalmente inviável. No entendimento deste Conselho Fiscal é pois para aquele “OBJETIVO ÚLTIMO” que a gestão da Direção deverá caminhar, com vista a reduzir a dependência dos referidos fatores exógenos.

As contas Mais uma vez tivemos oportunidade de observar o cuidado colocado na elaboração das contas do exercício de 2010. O Conselho Fiscal está convicto do rigor exercido na contabilização de todas as despesas e receitas do funcionamento do Lar, do ATL e das Sócias. Verificamos que na conta global, embora com alguma LAÇOS Número 2/11 – fevereiro-maio 2011

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redução, continua elevado o montante do passivo, ainda superior a 50% do total das receitas. Verificamos também com apreensão que os custos com pessoal aumentaram mais do que proporcionalmente ao aumento das receitas o que, embora compreensível no ano de mudança que terminou, não é ainda assim de bom presságio para o futuro difícil que se aproxima. O Conselho Fiscal não recomenda a redução das despesas com pessoal, mas sim o aumento das receitas do exercício da atividade principal.

Não podemos deixar de registar com imenso agrado a melhoria de qualidade na apresentação das contas, agora muito bem complementadas com boa e útil análise financeira, bem como com o completo relatório sobre a atividade financeira do ano em análise. É no entanto de registar que aquilo que se descreve como “aumento de receitas em relação ao ano findo” está no fundo eivado de alguma artificialidade pois uma boa parcela desse aumento é devida aos donativos do Banco Alimentar, e outros, não tendo diretamente a ver com a referida atividade principal. Trata-se de um dos fatores exógenos que um dia poderá falhar.

Tal como no ano findo queremos chamar a atenção da Direção para a ur-

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LAÇOS Número 2/11 – fevereiro-maio 2011

gência na redução do passivo (banca e fornecedores), para a necessidade de aumentar receitas com mensalidades e com subsídios, substancialmente e sem correspondente aumento de custos de funcionamento e ainda para a necessidade de intensificação das melhorias de produtividade do pessoal, já em curso.

Terminamos declarando que, pela observação que nos foi possível desenvolver, o Conselho Fiscal acredita que o Balanço e a Demonstração de Resultados, bem como o correspondente Relatório, refletem a realidade atual desta Associação.

Parecer final Pelas razões sucintamente expostas o Conselho Fiscal é de parecer que 1) sejam aprovadas as contas relativas a 2010.

2) seja aprovado o Relatório da Direção.

Pelo Conselho Fiscal Presidente Maria Fernanda Rico Vidal (Economista)

1ª Vogal Cesaltina do Nascimento Silva 2ª Vogal Maria Isabel Figueira Freire

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Q

Maria Helena Cavaco – AA Nº 218/1954

Museu Nacional do Azulejo

N

a continuação de passeios/visitas em Lisboa, um grupo de Residentes do Lar acompanhado por duas Voluntárias visitaram o Museu Nacional do Azulejo no mês de fevereiro.

O Museu Nacional do Azulejo está instalado no antigo Convento da Madre de Deus, fundado em 1509 pela Rainha D. Leonor de Lencastre, viúva de D. João II e irmã de D. Manuel I. O Convento destinava-se a acolher religiosas da Ordem de Santa Clara. Durante os reinados de D. João III, D. João V e D. José I o Convento foi ampliado e engrandecido com importantes obras de arte e decoração.

Em 1867, o Convento tornou-se propriedade do Estado e em 1872 encerrou definitivamente.

A Fundação Calouste Gulbenkian para comemorar os 500 anos do nascimento da Rainha D. Leonor, organizou uma exposição sobre a sua vida e nessa altura, o edifício recebeu Todo o grupo grandes melhoramentos, tendo sido para aqui se manifestou satisfeito transferidas as coleções de azulejo do Museu Nacional de Arte Antiga e surgiu então a ideia com este passeio de criar um museu, dedicado ao azulejo.

A visita foi orientada pela Drª Dora Fernandes, do Museu do Azulejo, que proporcionou uma visita adequada à idade das residentes mostrando, todavia, os pontos principais do museu.

Começámos pelo processo de manufatura de azulejo por técnicas arcaicas e foi também explicada a origem da palavra azulejo – tem origem no árabe azzelij (ou al zuleycha, al zuléija, al zulaiju, al zulaco) que significa pequena pedra polida e era usada para designar o mosaico bizantino do Próximo Oriente.

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Seguiu-se o painel de Nossa Senhora da Vida, do século XVI em faiança policromada, proveniente da Igreja de Santo André em Lisboa. Destruído o templo de Santo André dado que o terramoto de 1755 o tornara irreparável, o conjunto cerâmico passou por diversas vicissitudes e foi remontado (em 1861) num corredor da Biblioteca Nacional de Lisboa, instalada então no extinto convento de São Francisco da Cidade; mais de um século volvido, em 1969, o Museu Nacional de Arte Antiga decidiu que fosse transferido para o Museu Nacional do Azulejo, na Madre de Deus.

Posteriormente visitou-se uma capela da igreja que em tempos serviu de Capela Mortuária, com azulejos policromados e altares em talha dourada, onde as explicações da Guia prenderam a atenção deste grupo.

Visitámos no fim a Sala da Grande Vista de Lisboa, onde está colocado um grande painel de azulejos

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Painel do palácio dos Condes de Tentúgal

(115 x 2247 cm), proveniente do antigo palácio dos condes de Tentúgal.

Foi explicado todo este painel, que retrata Lisboa antes do terramoto e a localização dos diferentes monumentos em relação ao Tejo, bem diferente do atual.

Finda a visita, regressámos à carrinha e todo o grupo se manifestou satisfeito com este passeio.

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Fe r n a n d a Ru t h J a c o b e t t y V i e i r a – A A N º 1 5 2 / 1 9 5 5

Comemoração do centenário do IPE

I

ncluído nas iniciativas da Comemoração do Centenário do Instituto dos Pupilos do Exército, e num trabalho de colaboração entre AA dos três EME, está a ser elaborado um CD com a História e imagens de aspetos dessas instituições e de seu ambiente.

Planeia-se que cada um dos hinos possa ser ouvido no registo sonoro do CD. À semelhança da exposição apresentada no Museu Militar, pelos três EME e respetivas associações de AA na sequência dos trabalhos da 6.ª Conferência do Núcleo Impulsionador das Conferências da Cooperativa Militar, terão lugar na Cordoaria Nacional e no Quartel do Carmo novas exposições elucidativas.

As AA Ana Maria Vilela (Doutorada em História sobre o então IMPE), e Fernanda Ruth Jacobetty Vieira, ex-professora do IO, foram convidadas a dar a sua colaboração.

Já anteriormente, o convívio proporcionado aos AA pelo trabalho em prol das suas instituições afins, permitira a criação de amizades, não só por semelhança de passado e da elevada qualidade do ensino que lhes fora ministrado, como pela formação moral e ética, tal como pelas tradições semelhantes.

Esperemos que tais ações sirvam para estreitar mais os laços que unem os três EME e seus AA.

Banco Alimentar Contra a Fome (BACF)

A

nossa atividade em Odivelas no bairro da Arroja tem tido uma ação cada vez maior dada a procura de mais famílias carenciadas à ajuda alimentar. Muito em breve a distribuição dos produtos alimentares será feita noutras instalações, perto do local das atuais, uma vez que já foi assinado um Protocolo de Cedência de Lojas com a Câmara Municipal de Odivelas para esse efeito.

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Maria Helena Cavaco – AA Nº 218/1954

Museu do Fado

N

o mês de março acompanhei com auxílio do nosso motorista, Sr. Carlos, alguns residentes a visitar o Museu do Fado, inaugurado em 1998, localiza-se na zona de Alfama, perto do Museu Militar.

A visita foi guiada por uma técnica do museu que nos iniciou na história do fado desde a sua origem, no séc. XIX, até à atualidade e simultaneamente com a utilização de um sistema de guias áudio pudemos ouvir trechos de vários fados ao longo do percurso.

O fado encontra-se inicialmente, ligado a uma certa marginalidade e marialvismo, é cantado nas vielas, tabernas, nas esperas de touros e também nos portos e só uma certa classe social adere.

A guitarra utilizada como acompanhamento em serões literários, nos salões da alta burguesia urbana do século XIX vai sendo progressivamente difundida para as zonas rurais, onde se definirá em acompanhamento do fado.

Em meados do século XIX o teatro de revista começa a integrar o fado nos seus quadros musicais. Também em festas de caráter popular, associações de recreio o fado é apreciado. O aparecimento de fadistas profissionais ocorre a partir dos anos 30 do século XX onde se destaca a fadista Hermínia Silva, atingindo assim uma outra camada da população e começando a aparecer as Casas de Fado. Também as diferentes rádios, Rádio Clube, Rádio Graça, etc. foram importantes na divulgação do fado. As apresentações de fadistas promovidos pela FNAT (Fundação Nacional para Alegria no Trabalho), os chamados Serões para Trabalhadores, realizadas no Coliseu tinham a cobertura da Emissora

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Nacional e lançaram vários fadistas e deram destaque a outros como a Amália Rodrigues. Começou a época da internacionalização do Fado com as digressões de fadistas de várias gerações a África, Europa e América.

Encontravam-se também expostas três tipos de guitarra portuguesa que servem para acompanhamento do fado a de Lisboa, a do Porto e a de Coimbra, com diferentes tradições de fabrico. A de Lisboa é a mais pequena das três, com caixa baixa arredondada e é a que possui o som mais “brilhante”. A de Coimbra é maior, com o corpo assumindo uma forma mais aguçada. A do Porto é semelhante à de Lisboa. Uma das principais diferenças destas guitarras reside na cabeça da guitarra: a de Coimbra possui uma lágrima incrustada,

enquanto que a de Lisboa apresenta um caracol. É de salientar o importante acervo discográfico existente e de fotografias de diferentes intérpretes do fado, com especial destaque para Amália Rodrigues. Posters de espetáculos de revista e de espetáculos de fado em diferentes teatros nacionais e internacionais com fadistas de várias gerações estão patentes neste museu.

Na sede da UNESCO, em Paris, o Museu do Fado em colaboração com o departamento de Cultura da Câmara Municipal de Lisboa promove uma exposição “Fado”, de 28 de março a 20 de abril de 2011, destacando assim a Candidatura do Fado a Património Imaterial da Humanidade.

Sala do Conventinho A Sala do Conventinho na Nova Casa está à disposição das AA para aí realizarem não só convívios como também lançamento de livros, exposições, palestras, etc.

Informa-te junto da AAAIO, pelo telefone 21-7119220 ou pelo email geral@aaaio.pt

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Ana Maria Pinto Soares Hoeppner – AA Nº 318/1952

Isabel Gago, AA Nº 81/1922, homenageada pelo IST

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sabel Gago foi já em 2008 alvo de uma longa entrevista na Laços 3/08. Nessa época, como agora, procurámos dar a conhecer às nossas sócias o que fazem e por onde andam as AA para que os percursos de vida de cada uma delas possam, de certo modo, avivar as nossas memórias mas também, não só por curiosidade, nos sirvam talvez de exemplo pela forma de enfrentar os trilhos e as vicissitudes da vida de cada uma.

Isabel Gago foi agora, finalmente, reconhecida pela Faculdade onde se formou e foi docente como uma das mulheres pioneiras numa profissão que, até então, apenas tinham acesso os homens da nossa sociedade. No dia 23 de Isabel Gago março foi homenageada pelo Instituentre amigas to Superior Técnico de Lisboa numa da AAAIO sessão solene juntamente com mais duas colegas.

Ainda hoje Isabel revela ser uma mulher convicta, coerente, ciente da luta que teve de enfrentar mas duma singeleza que lhe é peculiar e duma maneira de estar na vida discreta e sóbria, muito humana e sensível à evolução dos tempos e das mentalidades.

Não quis dar entrevistas a ninguém mas dedicou uns largos minutos às suas antigas colegas do IO (Ana Maria Pinto Soares, sobrinha da sua grande amiga AA Vera Monteiro Torres, Maria Antónia Paixão, Ana Maria Lobo, entre outras) a quem transmitiu o seu grande interesse por tudo o que a AAAIO tem feito e pela obra social que se tem desenvolvido.

Parabéns, Isabel, o nosso colégio e todas nós temos um enorme orgulho por seres uma “Amiga e Irmã”.

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Joaquina Cadete – AA Nº 193/1960

50 anos depois / Já 50 anos?

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uando entrámos na portaria do IO, 50 anos depois de lá ter entrado pela primeira vez, como alunas, somos o que a vida fez de nós. Movemo-nos e continuaremos certamente a mover-nos em círculos profissionais, sociais, políticos e culturais diversos, o que provavelmente explica o afastamento, nalguns casos, de quase 50 anos.

Franqueada a portaria, passado o átrio que dá acesso à antiga cozinha do convento, sem esquecer a vénia à Rainha Santa Isabel e aberta a porta que dá para os claustros que nos viram brincar, passear e, às vezes, chorar enquanto Meninas e depois Mulheres tudo muda, fazendo-nos recuar no tempo e reviver os anos ali passados. “…Quando entrei no claustro lembrei-me de ali jogar à macaca…mas também da procissão das velas, no mês de maio e do fogo propositadamente pegado aos véus das meninas da frente e ainda de carregar o andor, no nosso ano de finalistas…”

Não foi diferente para o curso de 1960-67 Demos as mãos, TODAS, que voltou ao IO para celebrar os 50 anos de para descerrar a placa entrada no Colégio, corria o mês de outubro de 1960. Decidimos fazê-lo, no passado dia comemorativa 1 de abril e, se algumas de nós falharam poucos 14 de janeiro, outras havia que não iam ao Colégio, desde que tinham saído, qualquer que fosse o ano em que tal tivesse acontecido.

O programa constava da Missa, do descerramento de uma placa alusiva à efeméride, seguido do almoço no refeitório em que cada uma de nós estaria acompanhada pela sua “homóloga” de número.

Na Igreja, a que chamávamos Capela, (“…ah como gosto daquela Capela, onde se está tão bem…”) e durante a Missa celebrada pelo Padre Borges, Capelão do IO e de partida para o Afeganistão, recordámos os Capelães e Padres confessores do nosso tempo que nos marcaram mais ou menos positivamente e pedimos por todas as pessoas, ainda vivas ou que já partiram, com quem convivemos durante LAÇOS Número 2/11 – fevereiro-maio 2011

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aqueles anos quer fossem da direção, professoras, do pessoal não docente ou colegas.

De volta ao claustro, demos as mãos para descerrarmos, TODAS, a placa e tivemos o gosto de ter connosco as nossas Professoras, Maria Cândida Balcão Reis e Maria Dulce Sá Nogueira e ainda Ilda Vieira e, pelo IO, a Subdiretora.

não esquecemos as 31, ou seriam 40, bolas com feijão que a Mitó uma vez comeu…O arroz doce estava delicioso como sempre.

Rumámos, depois, para a Nova Casa, o Lar onde algumas AA encontraram um porto seguro, na fase mais adiantada da vida, e onde a Ana Maria Hoeppner, em nome da AAAIO, nos ofereceu um Porto e as já famosas areias. Nesse dia, atualizaram-se quotas e ficou a vontade de algumas se tornarem AA voluntárias junto das AA residentes. “…Saí em 1965 e nunca mais tinha ido ao IO, nem às festas de aniversário, que sempre me cheiraram a mofo, mas foi bem divertida esta reunião. Rever-vos e, a pouco e pouco, ir reconhecendo cada uma...GOSTEI!” “…A nossa festa foi linda, foi bom ver meninas que já não víamos há uma camada de tempo e de, entre aquelas paredes, com a experiência dos 60 anos, poder fazer uma viagem ao nosso passado e percorrer diferentes fases da nossa adolescência…”

À entrada do refeitório, as alunas, nossas “homólogas” de número, aguardavam ordeiramente, como seria de esperar no IO, que as convidássemos a acompanhar-nos na mesa que nos estava destinada.

Saboreámos a “piscina”, por ser uma sexta feira da Quaresma, como se fosse o amarelo e, claro, 40

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M a r i a Helena Cavaco – AA Nº 218/1954

Museu da Música

N

a primeira terça-feira de abril, duas voluntárias acompanharam um grupo de residentes ao Museu da Música.

Juntamente com os nossos residentes da Nova Casa esteve também um grupo de alunos do segundo ciclo acompanhados por professoras de Educação Musical.

Todos ouviram atentamente as explicações dadas por duas técnicas do Museu sobre a música nos diferentes contextos históricos.

Este museu encontra-se temporariamente nas instalações duma estação de metropolitano de Lisboa (Alto dos Moinhos) e foi inaugurado em 1994. A sua criação deve-se a vários musicólogos com destaque para Michel’angelo Lambertini que começou com a recolha de instrumentos em instituições civis e religiosas.

O acervo deste museu é oriundo principalmente da Europa, existindo no entanto também exemplares de África e Ásia, todos eles de grande valor e enquadram-se temporalmente no período que vai dos séculos XVIII ao XX e são representantes das grandes famílias de instrumentos musicais: • cordas em que o som é produzido pela vibração de cordas esticadas entre dois pontos fixos: harpas, cravo, piano, violino, viola, violoncelo, guitarra são alguns exemplos, • sopro em que o som é produzido pela vibração de uma massa de ar: órgão (o maior instrumento musical), flautas, saxofone, trompete, trompas, clarinete, fagote, oboé, etc., LAÇOS Número 2/11 – fevereiro-maio 2011

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• Percussão, que podem ser classificados de duas formas: – membranofones cujo som é produzido pelo vibrar de uma membrana esticada: tambor, pandeireta e timbalão.

– Idiofones onde é o próprio corpo do instrumento que vibra para produzir o som: pratos, triângulo ou maracas.

Em exposição tínhamos vários clavicórdios populares principalmente nos séculos XVI a XVIII, em que Carl Philipp Emanuel Bach se destacou como compositor para este instrumento; vários violinos e violoncelos Stradivarius, onde tocou o Rei D. Luís e um Henry Lockey Hill tocado pela célebre violoncelista Guilhermina Suggia. Será interessante referir que foi da escola de Cremona fundada por Andrea Amati no século XVI que saíram os famosos construtores de violino e violoncelo Stradivarius e Guarneri nos séculos XVII-XVIII. Foi-nos d a d o também obser var pianos verticais e de cauda e como se vê na figu-

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ra temos quatro medalhões pintados por José Malhoa dedicados a Bach, Mozart, Schumann e Brahms. Encontra-se também no museu o primeiro piano de cauda a ser tocado em Lisboa, oferecido por Franz Liszt à Rainha D. Maria II, quando passou por Portugal.

Em serões musicais, no século XVIII, um dos instrumentos que era tocado com frequência era o violino como os que observámos neste museu, “violinos de bolso” ricamente decorados possuíam três ou quatro cordas.

Em exposição havia trompas com estandartes do tempo da monarquia emprestados pelo Museu dos Coches.

Um precursor do “gira discos” um polyphone utilizava discos com 50 centímetros de diâmetro e na parte inferior do móvel guardava-se os discos.

O museu tem também um auditório, onde se realizam com regularidade concertos e a sua programação pode encontrar-se no portal do museu.

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M . M a r g a r i d a Pe r e i r a - M ü l l e r – AA Nº 244/1967

Odivelas, capital da lusofonia

A

Câmara Municipal de Odivelas, através do seu serviço de bibliotecas, lançou no início deste ano uma inicitiva abrangente a todos os países lusófonos: uma Feira do Livro de Autores de Países Lusófonos, subordinada à literatura de sete dos oito Estados-membros da CPLP, marcando presença, a angolana, a brasileira, a cabo-verdiana, a guineense, a moçambicana, a portuguesa, a são-tomense e a timorense, e espalhada ao longo de cinco meses. Assim, entre janeiro e maio, teve lugar na Biblioteca Municipal D. Dinis, uma feira do livro dedicada quinzenalmente a um dos países lusófonos. A AA M.Margarida Pereira-Müller foi convidada para estar presente e ler alguns dos seus contos na Feira do Livro de Autores de Timor-Leste, em abril, e no Encontro de Escritores Lusófonos, em maio.

A iniciativa realça a produção literária, destacando os autores lusófonos e promove o livro e a leitura no seio das comunidades, e que culminou com a Grande Feira do Livro de Autores Lusófonos que decorreu, em maio, na Biblioteca Municipal D. Dinis.

O Município de Odivelas promoveu ainda, no primeiro semestre de 2011, a 3ª Bienal de Culturas Lusófonas, evento de relevo que enaltece e dissemina a produção artística dos oito Estados-membros da Comunidade dos Países da Língua Portuguesa, nos domínios da dança, cinema, teatro e música.

LAÇOS Número 2/11 – fevereiro-maio 2011

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Q Q Q

AGENDA

Pa r a f i c a r i n f o r m a d o s o b r e t o d a s a s a t i v i d a d e s d a A A A I O p a r a 2 0 1 1

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Agenda Data

Hora

Atividade

Local

17h30

Conferência “A Biblioteca: um olhar para o futuro” Dr. Jorge Couto (Biblioteca Nacional)

Palácio da Independência, Largo de São Domingos, Lisboa

14 de maio de 2011

14h30

Encontro com a Gastronomia… saladas

Nova Casa

21 de maio de 2011

16h00

Chá da primavera com tômbola

Nova Casa

17h30

Conferência “Que livro para o século XXI?” José Afonso Furtado (Fundação Calouste Gulbenkian ïFLUL)

Palácio da Independência, Largo de São Domingos, Lisboa

10 de maio de 2011

7 de junho de 2011

25 de junho de 2011

14h

1 a 31 de agosto de 2011 1 a 30 de setembro de 2011

Festa dos Santos

Nova Casa

Férias no Forte de Santo António

Estoril

Feira da Luz

Largo da Luz

24 de setembro de 2011

14h30

Encontro com a Gastronomia…pratos com forno… e sem forno

Nova Casa

15 de outubro de 2011

14h30

Encontro com… cozinha italiana

Nova Casa

12 de novembro de 2011

16h

Magusto

Nova Casa

19 de novembro de 2011

14h30

Encontro com… batatas

Nova Casa

26 de novembro de 2011

14h30

Assembleia Geral Ordinária

Nova Casa

17 de dezembro de 2011

16h

Festa de Natal

Nova Casa

LAÇOS Número 2/11 – fevereiro-maio 2011

Isménia Estríbio com carreira internacional

E

studo e trabalho poderiam ser as palavras usadas para descrever a vida de Isménia Estríbio, AA Nº 269/1981. Faltaria porém acrescentar também prazer e bom humor. Desde que saiu do colégio, Isménia não tem parado de aprofundar os seus conhecimentos, ao mesmo tempo que aposta na sua carreira internacional, que começou logo enquanto estudava.

Segundo Sandra Cardoso, que trabalhou com ela na MECI, ela é uma “profissional que vai diretamente ao assunto e com grande capacidade de trabalhar sob pressão. Trabalha com grande autonomia, sabendo no entanto trabalhar em equipa”. Aliás, são muito idênticas as opiniões de quem já trabalhou com ela. As suas capacidades de relações interpessoais são realçadas por todos que com ela se cruzam.

Ao ler tais opiniões, ficámos com curiosidade de a conhecer melhor e entrevistámo-la para a LAÇOS.

Estudei. Aprendi.

E quis sempre saber mais.

O teu trabalho resume-se a...

O meu trabalho resume-se a garantir que os pequenos eletrodomésticos que são lançados no mercado pela empresa em que trabalho têm a sua estrutura de custos otimizada e que, ao mesmo tempo, constituem soluções sustentáveis ao longo dos anos e com um exigente padrão de qualidade. Trabalho na Holanda no maior centro de desenvolvimento de produto da minha empresa na Europa, rodeada de pessoas e equipas que exigem o melhor de cada colaborador, o que como desafio não poderia ser melhor!

ANTIGA ALUNA

M . M a r g a r i d a Pe r e i r a - M ü l l e r – A A N º 2 4 4 / 1 9 6 7

Q Q Q

O QUE É FEITO DE TI, AA?

LAÇOS Número 2/11 – fevereiro-maio 2011

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O QUE É FEITO DE TI, AA?

O que é que realmente fazes?

Eu pertenço a uma equipa de projeto em que várias áreas de conhecimento estão representadas, Engenharia de Desenvolvimento, Qualidade do Produto e dos Fornecedores, Industrialização, Engenharia de Custos e Cadeia de Fornecimento Estratégico, que é a minha.

Neste momento estou envolvida em dois projetos, um em que estamos a trabalhar arduamente para lançar um Isménia é a que tem a camisola sobre a cabeça

o ambiente de trabalho é muitíssimo dinâmico e interessante.

Qual é a formação básica para exercer essa profissão?

Engenharia ou Gestão. Mas acredito que, mesmo sem a formação básica ideal, com trabalho, muito trabalho, se pode fazê-lo. O domínio do Inglês é indispensável! Diria mais, quantos mais idiomas se dominarem, maior será a vantagem competitiva – num mundo global como o de hoje, quanto maior for a capacidade para se fazer entender e comunicar, mais se apreende sobre tudo o que nos rodeia.

Sempre fizeste isto ou só exerces esta profissão há pouco tempo?

Nos meus 15 anos de vida profissional, já passei pela Grande Distribuição, Construção e Desenvolvimento para Energias Renováveis e sempre ligada à área de Fornecimento/Compras, com mais ou menos responsabilidade. Na área de Desenvolvimento de Produto propriamente dita, trabalho há cerca de 3 anos e meio, primeiro em Madrid durante 2 anos e agora na Holanda.

produto completamente novo, com uma tecnologia nova, no mercado, em setembro 2011 e outro, mais tradicional, que trabalha com materiais reciclados.

Como são os teus dias?

Longos. Começo a trabalhar às 8h e entre reuniões, trabalho autónomo e muita discussão positiva, termino o meu dia de trabalho cerca das 6h da tarde. Como trabalho num ambiente de criadores, em que se criam produtos novos e/ou upgrades do que já existe, 46

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O que fizeste antes?

Estudei. Aprendi. E quis sempre saber mais. Terminei o meu curso em 1994, em 1995 fiz uma Pós-Graduação e em 2004 voltei à escola e fiz um MBA na Universidade Católica. Efetivamente o “saber” é um vício maravilhoso, pois quanto mais aprendemos, mais nos apercebemos que existe um mundo desconhecido do qual não sabemos nada.

O MBA deu-me ferramentas preciosas para, profissionalmente, eu ser o que

O QUE É FEITO DE TI, AA?

sou hoje: conhecimento, autoestima profissional e desejo de evoluir.

O que há de mais “excitante” nessa profissão?

As viagens. Como o meu trabalho envolve bastante o contacto com fornecedores, muitas vezes tenho que visitá-los nos seus países e cidades para reuniões de trabalho. Sempre que tal é possível, aproveito e fico para o fim de semana na cidade mais perto. Desta forma, este ano já tive a oportunidade de rever Praga e Paris.

E o de menos?

Dias de trabalho de 8 horas com reuniões, umas atrás das outras; por mais sensatas e úteis que sejam as decisões que se tomam nestas reuniões, fica sempre a sensação que (com um dia tão ocupado) falta o tempo para as pôr em prática.

Imaginas-te a fazer o que fazes para sempre ou irás mudar de atividade?

Boa pergunta! Honestamente não sei: se por um lado a minha área de atividade é bastante dinâmica e há sempre muito por fazer, não ponho de lado a hipótese de experimentar outras áreas de conhecimento. Daqui a cerca de um ano terei de decidir, prometo ter a resposta na ponta da língua nessa altura ...

Para qual? Áreas de conhecimento que me chamam são o Marketing de Consumidor e as Finanças Corporativas; a primeira devido à proximidade ao consumidor final que, no fundo, é o que decide se o trabalho que foi feito a montante é bom ou não. A segunda porque desde que fiz o MBA nasceu o meu grande interesse pela avaliação de negócios e/ou empresas.

Como ocupas o teu tempo livre?

Leitura, muita leitura. Viajo, caminho, estou com a minha família sempre que possível (apesar da distância ser longa), escuto.

Como recordas o tempo que passaste no colégio?

Foi bom! Eu não sou, nem nunca fui, do tipo saudosista, mas o colégio foi enriquecedor. Como em todas as opções que se fazem na vida, há coisas que se perdem, outras que se ganham por estudar num colégio com um ambiente protegido, e (sem dúvida) privilegiado na parte académica. Mas fazendo as contas do deve e do haver, o saldo foi positivo! Mantenho ainda o contacto com muitas das minhas companheiras e há amizades que ficaram para a vida – mesmo que só tivesse sido isso, como recompensa vale ouro.

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O QUE É FEITO DE TI, AA?

Q

J oaquina Cadet e - AA Nº 19 3/ 1960

Isabel Afreixo, a mulher dos sete ofícios

V

ou dar-vos a conhecer, para quem ainda não a conhece, a minha Amiga e Colega do IO, onde, nos dois últimos anos, éramos só as duas a enfrentar as Professoras de Francês, de Latim e de Grego e, ainda, os célebres planos de Dalton…

Maria Isabel (de Medeiros Vasconcelos) Afreixo, AA Nº 343/1960, cidadã do mundo, mas com porto seguro em Portugal, é a entrevistada que se segue. Frontal, não manda recados quando tem alguma coisa a dizer. Di-lo ela mesmo, no seu jeito próprio, a quem quer que seja…e não se tem saído nada mal.

E a

Como é que uma licenciada em Filologia Românica “acaba” no Ministério das Finanças?

Tem calma, que ainda não me reformei! E não sei onde vou acabar! Aliás, há muito que não estava tanto tempo no mesmo sítio!

O melhor é começar no “como entrei”. Entrei, em janeiro de 74, não para o Ministério das Finanças mas para o das Obras Públicas, com a minha licenciatura em Filologia Românica e o meu diploma de Bibliotecária, Arquivista e Documentalista, debaixo do braço. Gostar, gostar, gostaria de ter sido arqueóloga, mas nem o Colégio tinha a alínea de História nem o mercado de trabalho estava preparado para essas esquisitices. eu continuava Apesar da limpeza com que eu lia as bulas em estudar... latim, a Torre do Tombo não precisava de mim naquela altura e eu precisava de trabalhar. Se não tinha a Carta de Pêro Vaz de Caminha ou as Ordenações Manuelinas, tinha toda a documentação relativa à reconstrução da Lisboa Pombalina.

Mais tarde, fui trabalhar, também como bibliotecária, para o Gabinete para a Cooperação Económica Externa.

Ah, então foi aí o teu turning point…

Pois foi, aqui, minha Amiga, que fui parar ao Ministério das Finanças! Nesse Gabinete, concentravam-se as relações financeiras bi e multilaterais com países e instituições financeiras que apoiavam Portugal, na sequência da primeira intervenção do FMI e, um pouco mais tarde, na preparação para a adesão de Portugal à CEE. Essa

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O QUE É FEITO DE TI, AA?

foi uma extraordinária experiência de trabalho! Apesar de ser um organismo do Estado, a Diretora-Geral do Gabinete entendia que os nossos clientes eram maioritariamente estrangeiros e, como tal, a nossa postura deveria ser em conformidade, o que significava uma forma de trabalhar completamente diferente da praticada, à época, na Administração Pública. Acresce que éramos poucos, andávamos todos pelos 30 anos e havia um espírito de entreajuda fabuloso! Foi aí que, a pouco e pouco, me transformei numa “técnica especializada em coisa nenhuma”. Continuava a dirigir a biblioteca, mas os documentos, que chegavam às pazadas, obrigavam-me, não apenas a tratá-los, mas, sobretudo, a estudá-los. Aos poucos, comecei a dominar o funcionamento das instituições financeiras internacionais (IFI), as respetivas políticas e formas de atuação mas, também, a perceber que tinha uma sala repleta de documentos que fariam as delícias dos nossos empresários que, habituados a ter como mercados certos as antigas colónias, andavam, agora, aos papéis para conquistar novos mercados. Em conjunto com uma colega economista, montámos um serviço de informação às empresas portuguesas, que lhes permitia saber quais os setores que as IFI estavam a estudar e que dariam origem a novos projetos, por esse mundo de Deus, a que poderiam concorrer, caso tivessem unhas para tal. Às tantas, tinha 250 empresários a solicitarem os meus serviços e 500 projetos para acompanhar.

Estudei, estudei, estudei. Dei por mim a servir de interface entre as IFI e as empresas portuguesas, a organizar e acompanhar missões a Portugal dessas

instituições. À medida que ia dando boa conta do recado, começaram a ser despachados para mim outros assuntos que iam muito além da biblioteca. E eu continuava a estudar porque, não só não gosto de fazer feio, como me chateava, fortemente, a boca “aquela é de Letras!”. Agora, remato uma afirmação com “digo eu, que sou de Letras”!

Participei, nessa altura, em aspetos relacionados com a adesão de Portugal à CEE, já que desde 1983, vínhamos a ter formação diária sobre o funcionamento das instituições comunitárias, trabalho que acumulávamos também com algum apoio ao Gabinete do Ministro das Finanças no Isabel Afreixo (de óculos), que respeitava à na Viagem de Finalistas segunda visita do à Madeira FMI. Integrada na Direção-Geral do Tesouro em 1986, mantive as mesmas funções até que, em 1990, fui remetida novamente para a Biblioteca, onde já me sentia emprateleirada.

Como assim?

Como há “males” que vêm por bem, tirei partido da situação, e fiz-me sócia da SEDES – Associação para o Desenvolvimento Económico e Social, criada em 1970, aquando da Primavera Marcelista. Tenho o privilégio de conhecer e conviver com um conjunto de personalidades que constituíram e constituem a elite intelectual portuguesa LAÇOS Número 2/11 – fevereiro-maio 2011

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O QUE É FEITO DE TI, AA?

e que me têm ensinado muitíssimo.

Para uma cusca como eu, aquilo era e é um pratinho cheio de informação e de matéria para reflexão e estudo. Acresce que a SEDES era, até 2001, também uma ONG de Desenvolvimento, com assento na Plataforma das ONGD, uma espécie de federação de associações de voluntariado para o desenvolvimento, existente em todos os países da União Europeia, a cuja Assembleia Geral presidi, tornando-me, mais tarde, a representante dessa Plataforma junto da União Europeia.

Esse foi o meu primeiro contacto com corredores comunitários, representando a sociedade civil, o que dá uma liberdade de ação bem diferente da representação do Estado. Desses anos de voluntariado mais fervilhante, não esqueço o trabalho feito pelas ONGD aquando da guerra na Guiné-Bissau e da consulta e posterior conflito em Timor-Leste e, ainda, a organização, pela primeira vez, em 2000, de uma Presidência Portuguesa da UE dirigida às ONGD europeias.

Mas deixemos isso, porque deves querer chegar ao fim da minha vida de saltimbanco.

Mesmo nada. Adoro as tuas histórias…

Fartinha de estar emprateleirada, aceitei um convite para integrar uma instituição de tutela dupla Ministério das Finanças e Ministério dos Negócios Estrangeiros, cujo objetivo era a concessão de apoio a empresas portuguesas para elaboração de estudos, assistência técnica e formação e, ainda, concessão de crédito bonificado para projetos destinados, preferencialmente, aos PALOP. No dia seguinte à 50

LAÇOS Número 2/11 – fevereiro-maio 2011

minha chegada, tinha aterrado, na minha secretária, uma resma de projetos para analisar. Solução? Estudar, estudar, estudar! Acresce que os meus colegas eram economistas e eu de Românicas.

Devo confessar que a velha regra de três simples nunca me deixou ficar mal.

As tuas Professoras de Matemática devem ficar felizes…

Foram anos de trabalho intenso e gratificante, que me permitiram aprender coisas novas, andar de mala de caixeiro-viajante a explicar o que fazíamos e conhecer África.

No início de 95, a minha filha Mariana começou a dar alguns sinais de adolescentite aguda, o que obrigava a uma maior presença da minha parte. Aceitei um convite para a Inspeção-Geral das Atividades Económicas cuja porta era em frente à do Colégio da Mariana. Passámos a entrar juntas, a almoçar juntas e a sair juntas. Acho que a rapariga se enjoou de tanta mãe e tudo voltou à normalidade. (risos) Pude assim aceitar o convite de Guilherme d’Oliveira Martins para ser sua Adjunta e deixar uma casa onde a minha passagem foi breve mas que me tornou mais consciente quanto aos meus direitos de consumidora. E põe exigente nisso!

No final do Governo do Eng.º Guterres regressei, naturalmente, à minha casa de origem, a Direção-Geral do Tesouro (DGT), já que era bem claro, para todos, que o facto de estarmos num Gabinete não era passaporte para um “tacho”.

Sentiste alguma diferença, ao voltar ao “sossego” de uma DG?

O QUE É FEITO DE TI, AA?

Quando regressei à DGT, achei que tinha efetivamente direito a algum sossego e que ia ficar por ali, até ver! Mas foi sol de pouca dura! Colocaram-me num serviço em que as Finanças eram mesmo à séria e lá voltei a estudar como uma doida. Aprendi a olhar para os números de outra maneira. Sobretudo aqueles de que a Comunicação Social gosta muito de citar. Em 2006, em pleno programa de reestruturação da Administração Pública, por trás dos vidros da janela do meu gabinete, dizia ao pedinte que tinha estaminé montado no portal manuelino da Igreja da Conceição Velha, “Bom dia, Colega, como sabes sou de Letras e não tarda nada estou aí! Mas vais ver-te negro comigo – chego cedo, espero pelos turistas da hora do almoço, sei História de Arte e falo línguas!”

Tu no teu melhor (risos)…

Mas nos primeiros dias de 2007, mudei para o Departamento que tinha uma Presidência para fazer, cujo core business eram apoios financeiros, sendo fundamental o conhecimento das regras comunitárias e das disciplinas da OCDE, no âmbito do Comércio e da Cooperação para o Desenvolvimento, ter alguma sensibilidade política internacional e estar disposta a estudar, estudar, estudar. Aqui tens o que tenho feito nestes 37 anos. Mas não juro que acabo nas Finanças, apesar de adorar o que faço e com quem faço!

Que balanço fazes da tua incursão na política como assessora e depois adjunta de um membro do Governo?

Quando Guilherme d’Oliveira Martins me convidou para Adjunta do seu Gabinete, respondi-lhe, com a lata

Numa reunião da OCDE

que Deus me deu, que aceitava mas que punha duas condições “vir-me-ia embora no dia em que ele tomasse alguma decisão que fosse contra os meus princípios e que não seria sócia de mais coisa nenhuma além daquilo que já era!”. Acompanhei-o durante todo o tempo que esteve no Governo, sinal que nada houve contra os meus princípios e, daquela altura para cá, só me fiz sócia da AAAIO! E muito bem!

O meu trabalho no Gabinete era técnico e lá dentro não havia qualquer componente partidária a não ser a relativa ao cumprimento do Programa do Governo.

O que não queria dizer que não faltassem as tentativas externas.

Foi uma experiência marcante. Mudou a minha perspetiva do que é governar e passei a ter uma visão mais abrangente do “funcionamento” de um país, de um Governo, da Administração Pública, da Oposição e dos Sindicatos. Apercebi-me, também, do peso dos aparelhos partidários e de quão hábil se tem de ser para lidar com eles.

Há, depois, um lado magnífico que é participar em decisões que podem melhorar a vida das pessoas. E tive essa LAÇOS Número 2/11 – fevereiro-maio 2011

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O QUE É FEITO DE TI, AA?

experiência quer na Educação, quer na Presidência do Conselho de Ministros e nas Finanças.

Achas que as aprendizagens trazidas do IO te ajudaram em alguma das várias funções que desempenhaste?

Tudo o que aprendi no Instituto teve importância na minha vida. A começar pelos cinco anos de Latim que me deu vantagens na Faculdade e que me deu a fama de ser do tempo em que o Latim era língua viva! Brincadeira à parte, saíamos do Colégio com uma educação muito mais completa que a disponibilizada, ao tempo, numa escola pública, quer do ponto de vista curricular, quer cultural quer, ainda, de forma de estar na vida. A ética, a disciplina, o rigor, a capacidade de trabalho, a resiliência, o olhar para o outro (a manteiga tem que chegar para as nove!) fazem parte do meu dia a dia. Por outro lado, nunca costurei uma peça de roupa, nunca fiz pinha de maçapão e nunca lavei espelhos com cebolas! (risos).

Como vês, na atualidade, a pertinência de um colégio como o IO? Quando chegámos ao Instituto, o paradigma era “educar meninas para serem mulheres de militares”. E aí vinham a Costura, os Bordados, a Culinária ou a Economia Doméstica.

Penso que o paradigma atual é “preparar meninas para serem elas próprias militares” – e aí a equitação (que inveja!), a esgrima e a instrução militar! Mas, de acordo com estudos que vêm sendo feitos, a Europa está a reduzir as suas Forças Armadas e Portugal segue as pisadas. Já não temos um Império Colonial, como no tempo do Infante Dom Afonso, saído do Ultimato Inglês e a caminho da I Guerra 52

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Mundial, ou como, no nosso tempo, com o eclodir da uma “Guerra do Ultramar”. E a natalidade continua a baixar….

Todas as sociedades necessitam de elites que a possam liderar, cidadãos que detenham, simultaneamente competências profissionais, sociais e éticas.

Assim, escolas que dêem uma formação abrangente são precisas como pãozinho para a boca. Quando falas “num colégio como o IO”, referes-te a um colégio nos moldes do atual? Para filhas de militares, como até aqui? Com as Forças Armadas a diminuírem? Com o Estado a financiar um colégio cujo acesso será sempre limitado a alguns e com um projeto educativo que poderá estar em contradição com o artigo 43º da Constituição da República?

Privatiza-se o Instituto Dom Afonso, que passa a concorrer com o Planalto, o Mira Rio, o São João de Brito ou o Pedro Arrupe, todos confessionais e católicos?

O Instituto Dom Afonso, privado, passa a ser plural no que respeita a diversidade cultural e religiosa?

E mantém-se o “menino não entra”, quando os famosos colégios suíços são já mistos mesmo em regime de internato?

Não tenho uma ideia clara a esse respeito. Precisava de estudar um pouco mais, de ver melhor o que se faz lá fora! Vou ter que pensar nisso, a sério, e depois voltamos ao assunto.

Obrigada e voltaremos sim, Isabel, e não deixaremos de confrontar a tua opinião com outras como a hipótese do IO poder ser uma escola imã, (magnet school) que atraia as ou as e os melhores porque todos os países precisam de elites e o nosso Colégio já forma várias jovens dos PALOP que podem vir a fazer a diferença nos seus países.

Q

Maria Margarida Pessoa Amorim Fortes Marques AA Nº 33/1948 A 10/06/2010

Q

Maria da Piedade Pereira da Costa e Silva Pereira Residente da Nova Casa A 26/01/2011

Q

Fernanda Alves Barbosa Leite Perry AA Nº 45/1929 A 27/01/2011

Q

Irma Maria Viana Freire de Andrade AA Nº 128/1932 A 06/02/2011

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Domingos da Câmara Stone Residente da Nova Casa A 08/02/2011

Q

Paulo Jorge Roldão Residente da Nova Casa A 14/03/2011

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Maria de Lurdes Nascimento Silva Pinto Teixeira AA Nº 113/1937 A 13/04/2011

Q

Anita Queimado AA

Q

Maria Rita Correia Veiga Freire Residente da Nova Casa A 22/04/2011

Q Q Q

Infelizmente não somos eternos e é sempre com pesar que dizemos adeus a colegas e residentes

IN MEMORIAM

I N ME MO R I AM

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Q Q Q

NOTÍCIAS DO IO

NO T Í C I A S D O I O

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Q

Andreia Mar tins*

Idade da Sabedoria

N

um programa extracurricular de voluntariado, um grupo de alunas finalistas do IO esteve na Nova Casa, entre fevereiro e maio deste ano, a fazer uma série de atividades semanais com os residentes.

Em primeiro lugar, as alunas realizaram algumas entrevistas aos idosos residentes no lar para avaliar a situação e o interesse. Começaram então por atividades musicais, Karaoke, tendo trazido todo o material necessário: computador, data-show e viola.

A atividade foi realizada na Sala-Jardim, na área da televisão, para facilitar a participação de um maior número de residentes. Foram passadas músicas portuguesas escolhidas pelas alunas, reproduzindo as letras das músicas na tela.

Houve alguma dificuldade em entusiasmar os residentes a cantarem também as músicas, pois essa era a principal finalidade desta atividade, que preferiram ouvir as músicas e ver as alunas cantar, cantarolando de quando em quando. Mesmo assim, o resultado final foi positivo.

Constatando o desapontamento das alunas, foi-lhes explicado que a mobilização/incentivo dos idosos em relação a determinado tipo de atividades é sempre algo difícil. Por vezes, atribuímos determinados objetivos e expectativas às atividades que dirigimos à população sénior mas que depois não se concretizam. Contudo ao longo da realização dessas atividades surgem outros aspetos positivos, e que são de extrema importância para os idosos, tal como a companhia que lhes proporcionamos, a atenção e carinho que procuram em nós, a alegria de conviver com a juventude, etc. A mobilização de esforços para o desenvolvimento de atividades lúdicas e sociais para idosos é, por vezes, difícil. Esta dificuldade é o resultado de um conjunto

* Assistente Social da AAAIO.

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NO T Í CI AS D O I O

de fatores sociais e psicológicos inerentes ao envelhecimento. De facto, a pessoa idosa revela um sentimento de menoridade e de desinteresse. Felizmente não é a generalidade, como podemos constatar na realidade da Nova Casa em que a maioria dos residentes mantém a vontade de fazer coisas novas e o interesse pelas atividades desenvolvidas.

no interior do Lar, na Sala do Conventinho.

Estiveram presentes sete residentes, que desempenharam todos os exercícios com grande entusiasmo. Sentados em cadeiras, efetuaram exercícios faciais e foi-lhes solicitado que mexessem braços e pernas. Os exercícios foram acompanhados de música e utilização de bolas.

Atividades Musicais

Na sessão de trabalhos manuais houve a elaboração de marcadores de livros. As alunas do IO trouxeram flores em origami, que eram coladas no marcador pelas idosas.

Em abril, organizou-se um torneio de jogos. O dia estava muito agradável, pelo que os jogos de mesa se realizaram no exterior, junto ao jardim.

Colocaram-se as mesas e cadeiras à sombra, organizando-se cinco grupos por jogo: xadrez, cartas, jogo da pulga,

Seguiram-se atividades no âmbito dos trabalhos manuais e ginástica.

A atividade de Ginástica revelou-se uma surpresa.

As duas alunas vieram acompanhadas por uma professora de Educação Física. Inicialmente, a professora e alunas pretendiam realizar os exercícios de ginástica no jardim do Lar. No entanto, como estava vento optou-se por realizar a atividade

Ginástica

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NO T Í C I A S D O I O

Trabalhos Manuais

dominó e damas. As alunas do IO acompanharam cada um dos grupos, sobretudo o grupo do Jogo da Pulga, pelo desconhecimento das regras do jogo por parte das participantes. Mais autonomamente jogaram os grupos de xadrez e cartas. Esta atividade decorreu de forma extremamente positiva.

As alunas proporcionaram aos nossos residentes uma tarde bastante agradável que beneficiou de um belo dia de primavera no exterior do Lar.

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As atividades desenvolvidas pelas alunas Ana Luísa Nascimento, Beatriz Gil, Inês Lopes e Patrícia Rebelo permitiram a concretização do trabalho escolar das alunas, mas foi mais além: possibilitou o intercâmbio de vivências e experiências entre ambas as gerações, bem como o romper dos sentimentos de isolamento e solidão dos idosos.

Para os idosos, mais importante que tudo é a companhia, conversa, carinho e atenção que lhes dispensamos.

Torneio de Jogos de Mesa

NO T Í CI AS D O I O

Classe Especial de Ginástica – Gym for Life

D

ecorreu no passado dia 13 de fevereiro, o Gym for Life Nacional no Pavilhão da Associação Académica da Amadora, tendo participado nesta competição a Classe Especial de Ginástica e a Classe Especial de Ginástica Juvenil.

O Gym For Life consiste num concurso de Ginástica para Todos em que os grupos participantes apresentam os seus trabalhos com a duração máxima de cinco minutos e são observados por um grupo de experts convidados.

A observação/avaliação incide sobre as seguintes áreas: • • • •

Entretenimento; Impressão geral; Inovação, originalidade e variedade; Técnica (qualidade e segurança).

Pretende-se encontrar os grupos com a melhor apresentação no conjunto das áreas acima referidas.

Ambas as classes de ginástica do Instituto de Odivelas, Classe Especial de Ginástica e Classe Especial de Ginástica Juvenil obtiveram a MENÇÃO OURO.

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NO T Í C I A S D O I O

A Semana das Línguas

A

Semana das Línguas realizou-se de 14 a 18 de março. Este ano foi diferente do habitual.

Nesta Semana das Línguas, houve uma feira do livro com livros em Inglês, Francês e Alemão, livros para iniciados, intermédios e avançados, revistas, gramáticas e dicionários. Também se podia encomendar e reservar livros como numa livraria, mas demoravam uma semana a chegar.

Criou-se uma exposição, como todos os anos.

Estava muito elaborada, mas não esteve aberta nem para as alunas nem para os pais, o que foi uma grande pena, pois todos gosta-

vam de ter tido a oportunidade de a poder ter visto.

Alguns professores puderam vê-la. Nesta exposição podíamos encontrar trabalhos sobre a família, “My last weekend” ou seja o meu fim de semana passado...

Gostámos desta semana das línguas, mas preferimos a do ano passado. No ano passado podemos ver a exposição e podemos provar comidas de outros países. A feira do livro foi uma ideia bastante original.

Beatriz Santos, nº 6, 6º 3ª Filipa Ferreirinha, nº 296, 6º 3ª

Essa semana que todas nós, alunas, tanto ansiávamos, foi uma desilusão pela falta de atividades.

Portuguesa, as únicas atividades aproveitáveis, pois a feira do livro não tinha preços acessíveis.

As atividades em relação ao ano passado, desapareceram totalmente como por exemplo o karaoke alemão, teatro inglês e a comida típica inglesa, alemã e francesa.

Esperemos que para o ano nos dêem a conhecer um pouco mais dos hábitos das outras nacionalidades (alemã, inglesa e francesa) e também muitas mais atividades.

A única atividade, para além da feira do livro, foi o workshop de arte criativa e da Língua

Sara Passagem, Vitória Coimbra e Mafalda Correia, 7º 1ª

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NO T Í CI AS D O I O

Momento musical no IO

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eve lugar no passado dia 11 de março na Sala do Teto Bonito no IO um Momento Musical organizado pelas alunas finalistas durante o qual foram tocadas peças para piano e flauta no âmbito da angariação de fundos para a viagem de finalistas.

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Biblioteca do IO om entrada pelo Claustro da Moura, cenário magnífico das diferentes estações do ano, a Biblioteca é um local onde o silêncio convida à pesquisa, à leitura e ao estudo.

Aberta de 2ª a 6ª feira, das 9.00 às 12.15 horas e das 13.15 às 17.00 horas, a Biblioteca está ao dispor de alunas, professores e outros funcionários.

leitura, têm sido organizadas diversas atividades, tais como: feiras do livro, concursos relacionados com a leitura e a escrita, e ainda, exposições de trabalhos elaborados pelas alunas.

As “novidades da Biblioteca” e as atividades a realizar, são publicadas no site e, através das folhas de informação, afixadas nos locais apropriados.

Aqui é possível consultar ou requisitar obras, pesquisar na internet assuntos relacionados com a aquisição ou o aprofundamento dos conhecimentos ou, ainda, elaborar trabalhos no computador.

Com o objetivo de motivar para a descoberta de livros e autores, e incentivar o gosto pela LAÇOS Número 2/11 – fevereiro-maio 2011

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NO T Í C I A S D O I O

Noite de Fados no Teatro D. Luis Filipe

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uma campanha de angariação de fundos para ajuda do financiamento da viagem de fim de curso, as finalistas do IO pediram a colaboração da AAAIO na realização dum espetáculo no teatro D. Luis Filipe.

Confirmada a participação dos fadistas Pinto Basto (pai e filhos) e do ex-aluno do IPE, João

Filipe, conseguiu-se articular, entre a AAACM e a atual empresa, um dia de março para a realização dessa noite cultural.

Os fadistas e guitarristas deram o seu melhor numa panóplia de fados castiços, mais populares ou sentimentais conforme a noite ia passando, contagiando a plateia animada e participativa numa alegria contagiante.

Estiveram presentes muitos residentes do lar, AA que se disponibilizaram para apoiar e acompanhar os residentes mais dependentes, além de muitos membros dos Corpos Sociais da AAAIO, Direção do IO, professoras e encarregados de Educação das atuais alunas.

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NO T Í CI AS D O I O

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Haiku no IO ealizou-se uma oficina de trabalho sobre haiku (uma forma de poesia japonesa) no Instituto de Odivelas durante a Semana das Línguas e no qual participaram as alunas do 8º ano.

Esta atividade foi orientada pelo Professor David Rodrigues, que no seu blogue faz precisamente referência a esta atividade, tendo igualmente publicado alguns poemas inspirados na nossa escola e na atividade aí realizada.

O grupo das alunas revelou-se interessadíssimo e, convidadas a escrever um haiku, só nos presentearam com excelentes textos. A Professora Carmo Dias foi a desencadeadora do processo que teve também a presença de outros professores.

Para saber mais sobre haiku basta visitar a página http://haikuportugal.blogspot.com/.

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NO T Í C I A S D O I O

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J oaquina Cadet e - AA Nº 193/1960

Festival dos EME

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omo já é tradição, realizou-se, no passado dia 8 de abril, no pavilhão do Sport Lisboa e Benfica, mais um festival dos Estabelecimentos Militares de Ensino (EME), desta vez organizado, com brilhantismo, pelo Instituto dos Pupilos do Exército (IPE) que aproveitou para anunciar as comemorações do seu 100º aniversário, no dia 25 de maio deste ano.

O programa constou de um encontro de coros dos três EME e de um sarau

gímnico e proporcionou a todos os presentes um excelente espetáculo para o qual a AAAIO foi convidada.

O Diretor do IPE, Major General Alves Rosa, cumprimentou todos os presentes, dando início ao festival de que destacamos a retrospetiva dos 100 anos do IPE, a atuação conjunta dos Coros dos três EME e da Banda do Exército e das fantásticas classes de ginástica do SLB, do GCP e, claro, dos três EME. Uma palavra de muito apreço para a classe especial de ginástica do IO, composta por 30 alunas, que participou no Gym for Life, onde ganhou menções de ouro na classe especial de ginástica e na classe especial de ginástica júnior.

De salientar os fatos de extremo bom gosto que muito favoreceram os números executados pelas ginastas.

A classe de ginástica de manutenção dos BVA trouxe ainda uma nota de humor muito aplaudida.

Os Gritos dos três Colégios e o entoar do

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NO T Í CI AS D O I O

Hino Nacional ao som da Banda do Exército remataram uma noite memorável.

Obrigada aos três EME e ao IPE, em particular, a quem damos os parabéns pela organização deste evento e pelos seus 100 anos de existência que bem provam que «QUERER É PODER».

Aluna do IO ganha 1º Prémio da Editora Caminho

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ais um prémio conquistado por uma das alunas do IO. A Maria João Leite venceu o 1º Prémio de Texto Original Individual do 2.º Ciclo do Concurso “Uma Aventura” da Editora Caminho. Mais um motivo para dizer: Cada vez mais alto, cada vez mais alto, cada vez mais alto!

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À CONVERSA COM...

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J oaquina Cadet e - AA Nº 193/1960

Elizabeth Allen, uma apaixonada por Portugal

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omo ela própria costuma dizer, Elizabeth Ann Allen nasceu a tocar piano, pois a família tinha uma paixão pela música e, em particular, pelo piano.

Tive o privilégio de conhecer a minha entrevistada, em circunstâncias particulares. Era minha vizinha, quando ambas vivíamos no Estoril, e imaginem o que é estar a ler ou até a executar triviais tarefas domésticas, deliciada com a música maravilhosa que vinha da casa ao lado.

Quando começou verdadeiramente a estudar piano?

Comecei os estudos de piano aos seis anos e dei o meu primeiro recital aos oito. Aliás, em criança, atuei no Texas e no México. Nas férias de verão, frequentava a Academia de Artes Interlochen e tive aulas particulares com Ilona Kabos, em Londres.

Fui ainda bolseira da Universidade do Texas, Nasci em Austin, onde obtive os graus de Bachelor and Master of Music e onde também era asa tocar piano sistente. Estudei com Claude Frank e fui solista no festival de música de Aspen, durante cinco verãos, sendo assistente de John Perry. Fiz uma pós-graduação em música de câmara com Felix Galimir no Lincoln Center’s Juilliard School em Nova Iorque e mais tarde fiz parte do próprio elenco de música de câmara.

Como foi “o salto” para uma carreira internacional?

Desde que me tornei conhecida do grande público de Nova Iorque com atuações regulares no Lincoln Center, a minha carreira nunca mais parou quer em atuações ao vivo quer em transmissões radiofónicas regulares de concertos. Durante muitos anos trabalhei com Leonard Bernstein, Aaron Copland, George Crumb, Donald Keats e

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À CONVERSA COM...

A Europa tem uma longa história de cultura e gosto pelas artes, não preciso de dizer mais nada, pois não? Quanto ao público, raramente tenho oportunidade de o conhecer e realmente só o “sinto” Quando veio para Portugal e por que quando estou em palco. razão ficou?

Hoje em dia, dou concertos por toda Como sabe, cheguei ao Estoril em a Europa e tenho tocado como solista 1984. Tinha uma carreira em Paris, com as principais orquestras de França, mas o meu então Marido (Max RaItália, Suíça e, claro, Portugal. Participei binovitsj) tinha sido convidado pela nos principais festivais europeus: Canorquestra Gulbenkian como concertino nes, Nice, Menton, Sceaux, Alghero, e maestro residente. Pensei que o “lar” Tartinni, Pádua, Sintra, Algarve, Coimpodia ser em qualquer lado, desde que bra, Porto, Madeira, estivesse perto de um Com Tomás Frazer na Sala do Teto Figueira da Foz. aeroporto permitindoBonito do IO, no Dia da Antiga Também fui fundado-me ir rapidamente Aluna ra, diretora artística para os meus concere principal angariatos. E…apaixonei-me dora de fundos dos por Portugal, pela sua festivais de Chateau cultura pela sua gend’Entrecasteaux, te, pelo mar, pelas lin(França 1980-86), das paisagens e pela Nestlé em Sintra, vida tranquila que (1986-89), Da Vinci se respirava. Percebi no Palácio de Queluz que as crianças, aqui, (1989-90), do Festieram uns príncipes e val Clássico de Évora que seria fácil educá(1991-2000) e do -las num ambiente Festival de Tânger tão amigável, muito (1998-99). diferente do que senti Atualmente, sou diem França. retora dos Festivais do Perigord (França) e da Quinta da Tem a certeza de que não está a falar Encosta (Portugal). de Inglaterra? (risos) Provavelmente se tivesse ficado em Sei que também dá aulas…

França ou em Nova Iorque não teria tido Sim, fui, até há pouco tempo, professora filhos. Os meus dois filhos nasceram na Universidade de Évora, onde criei em Portugal. o programa para pianistas de música de câmara e ensembles com a duraAcha mais fácil trabalhar na Europa ção de cinco anos. Sou uma dos três do que nos EUA e nota diferenças professores que criaram a Orquestra substanciais entre o público americano Universitária de Évora. e o europeu? ainda com os laureados da Filarmónica de Nova Iorque Michael Colgrass, Jacob Druckman e David Amram.

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À CONVERSA COM...

Neste momento, tenho uma Academia de Música, na Quinta da Encosta, em Carcavelos, para jovens profissionais ou que tentam singrar como tal. No dia do 92º aniversário da AAAIO, tiveram oportunidade de ouvir um deles, Tomás Frazer, que ganhou um concurso para representar Portugal em Madrid, onde obteve o segundo prémio.

A lindíssima sala (do Teto Bonito) tinha uma acústica agradável assim como o eram as pessoas que nela estavam e como gosto particularmente de dizer umas palavras ao público, num concerto, também o fiz naquela tarde da qual guardo uma simpática recordação. Senti uma longa tradição de grandes coisas nas paredes e nos corredores e ainda de tudo estar muito bem planeado.

Obrigada.

Foi esta pianista, detentora deste impressionante currículo, que se dispôs a tocar pro bono na nossa linda sala do Teto Bonito, transformando o final desta cerimónia num momento mágico.

…e ainda teve uma incursão no cinema, não foi? (risos) Pois foi. Tive o enorme gosto de trabalhar com o realizador Peter Brook num filme sobre Katherine Mansfield com Sir John Gilgud e Jane Birkin (Leave all fair – 1985) Teve a gentileza de aceitar o convite da AAAIO para tocar na comemoração do nosso 92º aniversário. Quais as suas impressões daquela tarde?

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Despedimo-nos de Elizabeth Allen, não sem antes a ter convidado para o nosso chá da primavera, na Nova Casa da AAAIO e podemos sempre ter o gosto de a ouvir em nossas casas já que tem vários discos gravados de que cito, a título de exemplo, Trio da Vinci, Piano Trios of Brahms and Dvorak, Adda Records-Paris e Kurt Weil, Orchestra Gulbenkian, Maestro Michel Swierczewski, Nimbus-London.

Obrigada, Elizabeth, por ter partilhado connosco o seu imenso talento e generosidade e consideramo-la já uma das nossas.

Pequenas e grandes coisas

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equenos episódios retidos na memória, uns evidentes, outros menos, alguns forçados, outros simplesmente guardados em qualquer canto, mas todos agradáveis de lembrar com um sorriso, com uma mágoa.

Na planície alentejana a tarde quente exalava da terra uma respiração que nos oprimia num abraço de fogo. A paisagem árida que o verão queimava fazia abrir pequenos sulcos entre os torrões castanhos enquanto os quilómetros se sucediam num silêncio pesado, uns atrás dos outros.

Finalmente o inferno de fogo abrandou quando algumas casas térreas bordaram a estrada e Gavião surgiu com um aspeto acolhedor, tipicamente alentejano. Pertencente ao distrito de Portalegre com as suas José Régio, casas simples alegradas por jardins um espírito aberto floridos, torres de pequenas capelas, um pelourinho, além de vestígios de a todos os quadrantes outros templos como cantarias deseque ao longo da nhadas com saliências brasonadas. vida abraçou Trabalhando a agricultura, a madeira e o comércio, fica valorizada em relação às suas cinco freguesias conferindo-lhe este desenvolvimento um certo estatuto de qualidade.

Na casa do turismo foi-nos dito que a “pernoita” poderia ser feita “logo ali adiante” e mais nos foi feito o convite para tomarmos parte na reunião gastronómica que mensalmente tinha lugar em cada uma das freguesias e que nesse dia se realizava ali – a velha hospitalidade tão falada das regiões do interior a surgir assim com tanta simplicidade.

IDEIAS SOLTAS

Maria de Lourdes Sant’Anna – AA Nº 278/1936

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Várias dezenas de pessoas todas elas rodeando os “de fora” com grande simpatia e os pratos bem servidos com caldeirada de peixe do rio e lebre com feijão branco.

A culminar a noite o concerto pela banda da terra com uma “Rapsódia de Música Portuguesa” e trechos de Vivaldi e de Mozart.

Nas conversas trocadas muito se falou de Florbela Espanca e de José Régio, dois grandes nomes da poesia e da prosa e que ali são mantidos em permanente vivência.

E foi para Portalegre que seguimos, a cidade onde José Régio viveu desde 1929 até 1967 e ao torná-la assim a cidade de sua eleição, a ela legou da sua obra a grandeza do seu poema tão belo que nos canta a cidade “Em Portalegre, cidade/ Do Alto Alentejo cercada/ De serras, ventos, penhascos, oliveiras e sobreiros/ Morei numa casa velha .../ Cheia dos bons e maus cheiros/ Das casas que têm história/ Cheia de sol nas vidraças/ E de escuro nos recantos/ Quis-lhe bem como se fora/ Tão feita ao gosto de outrora/ Como as do meu aconchego/ ... Ao vento suão queimada/( Lá vem o vento suão)/ Que enche o sono de pavores/ Faz febre, esfarela os ossos.../ ....

Poema enorme, sem dúvida – mas que eu de tanto ler cheguei a decorar

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por inteiro – e que tão bem descreve a cidade onde o poeta escolheu viver grande parte da sua vida, deixando-lhe de forma exuberante as linhas de um pensamento constante consigo próprio e com todos aqueles a quem transmitiu a musicalidade e a grandeza dos seus magníficos trabalhos, quer em romances, poemas, contos, novelas, teatro, e que no entanto foram considerados por muitos também polémicos.

Do seu primeiro livro “Poemas de Deus e do Diabo”, o “Cântico Negro” define bem a intensidade dramática que emprestou a quanto escreveu. A obra de José Régio é vasta, de incalculável valor e que merecia uma maior amplitude de apreciação, tivesse eu o número de páginas da Laços que mo permitisse.

Como não podia deixar de ser, fomos visitar a casa de José Régio, hoje Museu da Cidade e que mantém inalterável o espírito de quem a habitou com tanto amor.

Terminarei dizendo de José Régio que, além de organizador de antologias e articulista em revistas e jornais, as suas intervenções na vida pública e na vida política conferem-lhe um imenso prestígio como um espírito aberto a todos os quadrantes que ao longo da vida abraçou.

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M . M a r g a r i d a Pe r e i r a - M ü l l e r – A A N º 2 4 4 / 1 9 6 7

Os Olhos Amarelos dos Crocodilos

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e que cor são os olhos dos crocodilos? Nunca tinha pensado nesta questão até ao dia em que recebi pelo correio um livro intitulado «Os Olhos Amarelos dos Crocodilos» de Katherine Pancol (Esfera dos Livros). Folheei o livro e comecei a perceber como é que esta obra seduziu os franceses, onde vendeu mais de um milhão de exemplares. Será que agora também conquistou Portugal?

Katherine Pancol nasceu em Casablanca (Marrocos), só tendo ido para França aos cinco anos.

Após o seu primeiro livro, “Moi d’abord”, em 1979, muitos outros se seguiram. Em 2006, Katherine Pancol publica “Os Olhos Amarelos dos Crocodilos” que chegou a Portugal pela mão da Esfera dos Livros. Este romance passa-se em Paris. E dos crocodilos que aí habitam.

Fala de homens e de mulheres. As que nós somos, as que gostaríamos de ser, as que nunca seremos, as que nunca poderemos ser. Este romance é a história duma mentira, mas também uma história de amores, de amizades, de traições, de dinheiro, de sonhos. Um romance cheio de risos e de lágrimas.

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Eduarda Caixeiro – AA Nº 176/1971

As Fallas de Valência

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ara quem, como eu, até há alguns anos, nunca tinha ouvido falar das Fallas de Valência, foi surpreendente descobrir mais uma faceta do rico e ainda desconhecido ambiente cultural do nosso país vizinho, pesando talvez ainda nas nossas mentes o antigo aforismo “de Espanha, nem bom vento nem bom casamento”, do qual discordo totalmente.

Talvez a mais original forma de celebrar o Dia do Pai, dado que o apogeu da comemoração é no dia de S. José, 19 de março, estas festividades são dedicadas a este santo, patrono dos carpinteiros. Misto de festa religiosa e pagã, competição de artes e atração turística, celebra-se na L’Hemisfèric Comunidade Valenciana com particular destaque para a cidade de Valência, que me seduziu particularmente pelo seu contraste entre a cidade antiga e a moderna.

A cidade de Valência é, por si só, merecedora de uma visita mais prolongada. A sua luz mediterrânica, o vanguardismo da zona construída ao longo do rio Túria, que enriqueceu a cidade com estruturas culturais e de lazer, como La Ciutat de les Arts i de les Ciències de València, constituída por diversos edifícios como o Palácio das Artes Rainha Sofia, o Museu das Ciências, o Planetário (L’ Hemisfèric) e o Oceanário (L’Oceanogràfic), fazem-nos querer voltar, para desfrutar com mais tempo e mais sossego dos reflexos na água, dos repuxos comandados ao som da música nos jardins do Palau de la Música e de toda a atmosfera da cidade.

O antigo leito do rio, cujas cheias provocavam, ainda no século passado, tragédias com numerosas perdas de vidas, tornou-se um longo jardim entre margens, alternando parques com recintos desportivos e zonas de lazer. É atravessado por 70

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Palau de la Música

inúmeras pontes que nos permitem ainda efetuar uma viagem no tempo através da arquitetura.

A opção de integrar uma viagem programada numa agência, veio a verificar-se uma medida inteligente devido à total ausência de acomodação que se assinala na cidade e arredores, entre 15 e 19 de março, os dias em que decorrem as Fallas. Segundo nos informaram, mais de um milhão de visitantes toma posse da cidade durante esses dias.

As versões sobre a sua origem não são coincidentes e embora as festas já existissem anteriormente, a primeira menção escrita surge apenas na segunda metade do século XVIII, em leis municipais que as regulamentavam. Alguns autores referem que a sua origem se encontra num ritual pagão de purificação pelo fogo, à chegada da primavera, mas a indicação mais comum é que foi originada pela associação de carpinteiros que em honra do seu patrono, no dia que lhe era dedicado, queimava os desperdícios do seu mister.

Na atualidade, cada bairro tem pelo menos uma comissão fallera, associação dedicada à preparação da festa e que elege, cada ano, um presidente e uma representante chamada fallera mayor. Esta, conjuntamente com as

A palavra falla deriva do latim e nomeaCatarina Isabel F. Gens Rebelo va os archotes colocados torres As falleras (9º Ano),nas Nível 5 de vigilância. Provavelmente deriva daí a desfilarem com os filhos a sua conexão com o fogo e com os rituais pirotécnicos que caracterizam

As falleras a desfilarem

grande parte das festividades. Não é possível passear pelas ruas sem se ser sobressaltado a cada passo pela atroada da mascletà.

suas congéneres, deve desfilar, vestida a preceito, nas várias cerimónias que decorrem nestes dias, sendo a principal o cortejo de oferendas à Nossa Senhora dos Desamparados em que também participam os homens, igualmente vestidos tradicionalmente. É emocionante ver o orgulho e a comoção com que percorrem as ruas, com os seus bouquets LAÇOS Número 2/11 – fevereiro-maio 2011

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de flores e, simultaneamente, as que são mães transportam os seus bebés para os apresentar à Senhora.

nada ao público infantil. As fallas são depois sujeitas a concurso e existe uma cerrada competição pelos prémios.

Estes ramos de flores brancas e vermelhas vão ser utilizados, para compor, ao longo dos dias, com um padrão diferente todos os anos, o manto da imagem da Nossa Senhora colocada no cimo de uma estrutura de madeira, onde homens encavalitados os vão dispondo à medida que o desfile vai chegando ao local.

O próprio município manda levantar na praça principal uma das mais espetaculares fallas, que não participa no concurso.

Nossa Senhora dos Desamparados

Existem perto de quatro centenas de comissões falleras e cada uma é responsável pela criação de uma falla grande, construção feita de Uma falla cartãoantes de ser queimada -pedra ou outro material combustível, que habitualmente representa cenas satíricas sobre temas da atualidade ou de humor picante. Também constroem uma falla mais pequena direcio72

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Milhares de pessoas cruzam-se ao longo do dia e da noite, percorrendo as animadas ruas da cidade, procurando ver o maior número de fallas, que tanto podem estar num cruzamento de ruas, como em praças antigas rodeadas de prédios que pouco superam a altura das efémeras construções. Todas elas irão arder na última noite, no auge da festa, na chamada nit del foc (noite do fogo).

Devido ao perigo elevado de incêndio e à quantidade de fallas existentes, não podem arder todas à meia-noite como era tradição e devem ser escalonadas ao longo da noite, de forma a permitir que os bombeiros estejam presentes e possam acorrer, caso seja necessário.

O espetáculo termina e à semelhança do Carnaval, o dia seguinte é para limpar as ruas e começar a preparar a festa do ano seguinte.

Uma falla a ser queimada

Festa dos Três Santos Vamos fazer uma grande sardinhada/convívio no sábado, dia 25 de junho, a partir das 14h.

Inscreve-te através do telefone 217 119 220 ou por email geral@aaaio.pt