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O GAROTO DO VALE

Aos 13 anos, Daniel Singer é o novo Zuckerberg? SETEMBRO 2013

info.abril.com.br

A CASA DO FUTURO HOJE Como ter uma casa tech sem gastar muito

O EXEMPLO QUE VEM DE MINAS

NOSSO VALE DO SILÍCIO PASSA POR BELO HORIZONTE

QUEM QUER DINHEIRO? / O GAROTO DO VALE / A CASA DO FUTURO HOJE / O EXEMPLO QUE VEM DE MINAS

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@_INFO

Nº 333

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R$ 13,90 / ED. 333 / SETEMBRO 2013

QUEM QUER DINHEIRO? o, ste an Só ne ões serão h il b is US$ 3 os aos ma seu doad rojetos. O s p os e ele divers estar entr e d o p

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/ Setembro de 2013 31.

AMOR 3.0 No novo filme de Spike Jonze, um cara solitário se apaixona pelo sistema operacional de seu computador

8. cARTA DO EDITOR 11. WWW 14. cARTAS

ENTER 16.

GTA 3 EM 1 Na nova versão do game, um trio de anti-heróis age em conjunto

18.

AFETO bINÁRIO Pesquisadores da USP criam o primeiro robô brasileiro sensível a emoções

19.

O FUTURO cONTRATA Conheça quatro profissões que devem surgir do rápido avanço da tecnologia

20.

AO MEU FILHO, DEIXO OS E-bOOKS… O que acontece com o acervo digital quando seu dono morre?

32.

UM PASSO ADIANTE O novo Classe S da Mercedes-Benz ficou ainda mais tecnológico

IDEIAS 36.

ALESSANDRA LARIU Twitter é plataforma de crucificação

6 5

38.

MANOEL LEMOS Por que é impossível ter segurança total

40.

DAGOMIR MARQUEZI Passagem para o Hyperloop

42.

PREPARE-SE PARA A cOLAbORAçãO Beni Kuhn, líder do Google Business Group, mostra como as empresas devem estimular o trabalho colaborativo

22.

“O cORPO SERÁ UM DISPOSITIVO cONEcTADO” Criador do protocolo que permitiu a invenção da internet, Vint Cerf conta a INFO como imagina o futuro da rede

QUEM QUER DINHEIRO?

26.

APPS DO MÊS Uma seleção de aplicativos para iOS, Android, Windows Phone e BlackBerry

28.

VAI cHOVER AMANHã? Novo supercomputador permite descobrir até se vai cair um toró no seu bairro

30.

EScAMbO VIRTUAL Designer brasileiro cria aplicativo para a troca de objetos e experiências

FINANCIAMENTO

A banda Raimundos, do baixista Canisso, vai gravar o disco novo com a ajuda dos fãs

Eles tiraram suas ideias do papel com doações em sites de crowdfunding. Criaram jogos, apps, quadrinhos, shows e até ações sociais. Entenda como conseguiram

FOTO THOMAS SUSEMIHL

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TesTe 84. O que o INFOlab analisou neste mês

84. CoNTroLe Para gameS aSUS XTioN

85. SmarTPHoNe moToroLa moTo X

44 UM GRANDE GAROTO Filho de brasileira, Daniel Singer lançou, aos 13 anos, o Backdoor, um app para bate-papo anônimo que está dando o que falar

86. ULTraBooK LeNoVo THiNKPad HeLiX

87. CÂmera SamSUNg gaLaXY S4 Zoom

88. BiCiCLeTa eLÉTriCa eaSY SeNSe

89. CÂmera NiKoN CooLPiX a

90. Ferro PHiLiPS WaLiTa PerFeCTCare

92. deSKToP Lg V320

94. RADAR Outros produtos testados pelo INFOlab

sTarTup-se

Inovação

110.

50.

FURA-FILA

A ERA PÓS-TOUCH

74.

UM JEITO INTELIGENTE DE RECICLAR

As telas sensíveis ao toque tomaram conta do cotidiano. Mas novos aparelhos controlados por gestos podem mudar a nossa relação com o computador

Robô usa inteligência artificial para reconhecer e separar lixo de construção

68.

FORNADA MINEIRA

SUA CASA INTELIGENTE

Fora do eixo Rio-São Paulo, uma comunidade de jovens inovadores fundou o movimento San Pedro Valley, que está transformando Belo Horizonte em polo de empreendedorismo no país

Que tal controlar com o smartphone as luzes, as cortinas e o home theater? Isso já é possível sem quebra-quebra. Veja como automatizar sua casa

Serviço quer acabar de vez com as filas de espera em restaurantes e lojas

76.

/ Tiragem da edição:

115 236 exemplares

FOTO GREGORY BOJORQUE

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/

STARTUPS, IDEIAS E iPAD VOCÊ QUE ACOMPANHA A INFO DE perto sabe que, além da revista e do site, temos uma série de iniciativas bacanas, como o INFOtrends, nosso evento de tendências que aconteceu em agosto, e o Prêmio INFO, em que os leitores votam nos melhores produtos e serviços do ano. Mas uma das iniciativas que mais movimentam a redação é o INFO Start, nosso prêmio voltado para as startups. Há um interesse crescente dos jovens por montar o próprio negócio, e a intenção do prêmio INFO Start é incentivar esse movimento e reconhecer o trabalho criativo dos empreendedores digitais. Abrimos as inscrições para o prêmio em agosto, e as startups podem concorrer em duas categorias: 8 bits, para as empresas iniciantes; e 16 bits, para aquelas mais desenvolvi-

das, que podem até já ter passado por rodadas de investimento. As startups serão avaliadas por um júri e as finalistas defenderão seus projetos em pitchs (apresentações curtas) para profissionais do mercado e investidores. As vencedoras serão tema de uma reportagem especial na edição da INFO de dezembro. Até o dia 16 de setembro ainda dá para se inscrever pelo nosso site (info.abril.com.br/infostart). Ideias criativas têm outra forma inovadora de sair do papel, como mostra a reportagem de capa desta edição. O editor Rodrigo Brancatelli mergulhou nos sites de crowdfunding e conta histórias de pessoas que conseguiram doações para financiar os mais variados projetos. Com exemplos que vão de bandas como Raimundos, que deve gravar um disco financiado

pelos fãs, a uma estudante de 18 anos que levantou mais de 50 mil reais para cursar física na universidade Yale, nos Estados Unidos, provamos que os sites de financiamento coletivo começam a ser uma excelente opção para bancar qualquer tipo de sonho. Mas alguns truques são fundamentais para o sucesso de uma campanha de crowdfunding. Um deles é a realização de um vídeo instigante para divulgar o projeto e, assim, convencer um bom número de doadores. Não perca a matéria, que começa na página 56. Se você é nosso leitor no iPad ou nos tablets com Android, já se acostumou a ver, no aplicativo, a atualização diária das matérias da edição. Agora, demos um passo ainda mais ousado. Criamos um painel que vai mostrar as principais notícias do dia para que o leitor tenha, em um só lugar, tudo o que acontece de importante no mundo da tecnologia. Sua revista digital vai permanecer viva e atraente. Espero que o novo painel de notícias seja útil para você. Baixe a INFO de setembro e depois me escreva para dizer o que achou. Boa leitura e até outubro!

/ katiam@abril.com.br 8 / INFO Setembro 2013

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Fundada em 1950

VICTOR CIVITA (1907-1990)

ROBERTO CIVITA (1936-2013)

Conselho Editorial: Victor Civita Neto (Presidente), Thomaz Souto Corrêa (Vice-Presidente), Elda Müller, Fábio Colletti Barbosa, Jairo Mendes Leal, José Roberto Guzzo

Presidente: Fábio Colletti Barbosa Vice-Presidente de Operações e Gestão: Marcelo Vaz Bonini Diretor-Superintendente de Assinaturas: Fernando Costa Diretora de Recursos Humanos: Cibele Castro Diretora-Superintendente: Cláudia Vassallo

Diretora de Redação: Katia

Militello

Editores: Airton Lopes, Maria Isabel Moreira, Rodrigo Brancatelli Editor Assistente: Marcus Vinícius Brasil Repórter: Paula Rothman Estagiário: Gabriel Garcia Colaboradores: Alessandra Lariu, Dagomir Marquezi, Manoel Lemos INFOlab: Luiz Cruz (engenheiro-chefe), Leonardo Veras (analista de qualidade) Estagiários: Thiago Brito, Murilo Manhas INFO Online Editor: Felipe Zmoginski Editor Assistente: Fabiano Candido Repórteres: Cauã Taborda, Monica Campi, Thiago Tanji, Vanessa Daraya Estagiários: Gustavo Gusmão, Marcelo Venceslau Desenvolvedores Web: Maurício Pilão, Silvio Donegá Produtor Multimídia: Cadu Silva Núcleo de Revisão: Ivana Traversim (chefe), Eduardo Teixeira Gonzaga (coordenador), Gilberto Nunes,

Maurício José de Oliveira, Raquel Siqueira, Regina Pereira, Rosana Tanus

Diretor de Arte: Rafael Costa Editores de Arte: Oga Mendonça, Thiago Bolotta Designer: Wagner Rodrigues www.info.abril.com.br PUBLICIDADE EXAME – Diretor de Publicidade UN EXAME: Marcos Gomez Diretoras: Ana Paula Teixeira, Eliani Prado Gerentes: Jussara Costa, Leda Costa, Renata Carvalho Executivos de Negócios: Amanda

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/ Extras

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NO SITE

O Kite Patch deixa a pessoa invisível para mosquitos por 48 horas

ADESIVO ESPANTA MOSQUITO Esqueça repelentes, chinelos e venenos contra insetos. A Olfactor Laboratories, startup americana, criou uma maneira eficiente de evitar as indesejáveis picadas: um adesivo chamado Kite Patch. Quando colado ao corpo, ele desencadeia uma reação química que afasta os mosquitos. A startup planeja testar o adesivo em locais onde esses insetos espalham doenças como a malária e a dengue. Num futuro próximo, poderá vender o produto em farmácias e supermercados.

APPS PARA ECONOMIZAR Que tal poupar uma bela grana no dia a dia? Instale um conjunto de programas em seu iOS, Android ou Windows Phone e controle as finanças, encontre descontos em supermercados e descubra os lugares que vendem com o melhor preço. Veja a relação de apps em abr.ai/12ElKnm

Assista aos vídeos da edição

1 Abra o leitor QR Code em seu celular. 2 Foque o código com a câmera. 3 Clique em Ler Código para acessar os conteúdos. Não tem o leitor? Acesse www.leitor.abril.com.br Caso seu celular não seja compatível, digite abr.ai/infomotox

Triciclo para levar na mala Alunos da Escola Politécnica da USP estão desenvolvendo um triciclo elétrico que poderá ser carregado na mochila. Criado em parceria com universidades dos Estados Unidos, do México e da China, o triciclo suporta pessoas com até 100 quilos e tem autonomia para 20 quilômetros com uma carga. O triciclo foi projetado para enfrentar as características da cidade de São Paulo, com muitas subidas, descidas e ruas esburacadas.

CONHEÇA SIEBRAND DIJKSTRA, HOLANDÊS QUE FUNDOU A APPMACHINE, UMA PLATAFORMA PARA CRIAR APPS DE FORMA SIMPLES

Setembro 2013 INFO

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/ O que os leitores falam no site e nas redes sociais

FACEBOOK Achei genial a ideia de colocar aquelas páginas lacradas na reportagem sobre a deep web. Rodrigo Ribeiro Neto / São Paulo [SP]

O LADO SOMBRIO DA WEB

Sou assinante da INFO há muitos anos e me orgulho disso. A revista sempre me põe a par das novas tecnologias e das tendências . Luiz Paulo Senna / Rio de Janeiro [RJ]

Cristiano Santos Pinto / Rio de Janeiro (RJ)

Quer uma dica de antivírus eficiente? A consciência do usuário que faz o uso correto do equipamento. Pedro Aguiar / Parnaíba [PI]

O tráfico na web está em grande crescimento. Sabia que existia, mas não dessa forma que mostrou a INFO. Muito interessante o acesso pela deep web, que se esconde do algoritmo de busca do Google.

Excelente a reportagem O Lado Sombrio da Web, porque mostra que existem coisas na internet que nem imaginamos e aonde nem a polícia consegue chegar. Legal a ideia de lacrar as páginas. Carlos Eduardo Souto / São Paulo (SP)

COLUNISTAS Gostei dos colunistas Manoel Lemos e Dagomir Marquezi na edição de agosto. Incrível como os textos se fundem. A vigilância virtual não existe mais, porque nós mesmos construímos o volume maçante de informações que postamos no Facebook diariamente. Conteúdos de primeira na INFO. Anderson Delesposti / São Paulo (SP) Rápida, objetiva e excelente a coluna O Último Post no Facebook, na seção Ideias. Combina perfeitamente com o artigo da página anterior, sobre vigilância e segurança virtual. Nossa

vida tem se tornado muito superficial e exposta. Precisamos evoluir como sociedade. E não nos tornar escravos do que é para ser entretenimento. Matheus Alberti Rocha / Anápolis (GO)

TWITTER @Gabriel_Lecomte

Gostei da coluna de Manoel Lemos (Uma Silenciosa Revolução Industrial, julho/2013). Um bom tutorial sobre Arduíno pode ser encontrado em youtube.com/cursoarduino. O link do site do Arduíno é http://arduino.cc. Renato Aloi / São Paulo (SP)

GOLPE DE SORTE Será que nos concursos, em vez de captcha, não seria mais efetivo usar o CPF do concorrente, limitando a um voto por CPF? Esse abandono do captcha deveria inclusive ser pensado pelos bancos, que usam captchas muitas vezes ininteligíveis. Henrique Pimentel / Rio de Janeiro (RJ)

Muito boa a matéria de capa da @_INFO deste mês com dicas para começar sua startup.

@WeslleyBrunoCG Passar a madrugada lendo a revista @_INFO é de Deus. Compartilho no Twitter os principais assuntos da revista. Isso me faz bem.

@cenatosouza Muito boa a matéria da @_INFO deste mês sobre o submundo da web.

GOOGLE PLUS Fiquei até nervoso quando abri as páginas amarelas... Eduardo Jr / São Paulo (SP)

14 / INFO Setembro 2013

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BRONCAS DO MÊS PagSeguro falha

Tablet desaparecido

Iniciei um negócio de vendas na internet e escolhi o PagSeguro, do UOL. Ao fazer os primeiros testes, todos os cartões de crédito usados tiveram a compra cancelada, mesmo com limite disponível. O atendimento do UOL afirmou que não poderia informar o motivo. Não consegui utilizar o serviço e estou migrando para outro, mas gostaria de receber o valor pago ao PagSeguro. Marcel Inhauser / São Bernardo do Campo (SP)

Dois meses depois de comprar dois tablets CCE, modelo Motion 101, os aparelhos apresentaram problemas. Em um deles, o display ficou defeituoso, tornando impossível a utilização. Enviei para a assistência técnica da CCE, mas há 40 dias não consigo contato com a empresa. No outro tablet, o problema é a bateria, que não carrega. A assistência não dá resposta alguma. Márcio Barbosa / São Paulo (SP)

RESPOSTA DO UOL O PagSeguro diz ter prestado todos os esclarecimentos. Contudo, o cliente optou por encerrar os serviços. Comentário do leitor O UOL entrou em contato para confirmar o cancelamento e o estorno das duas mensalidades pagas. Acho pouco, considerando o que gastei com estoque, além do desgaste pessoal. Não indico o PagSeguro, pois o serviço não oferece o que divulga.

LÍDERES DA BRONCA

As empresas mais citadas pelos leitores em agosto Samsung 10% HP 10%

Sony 10% UOL 10%

RESPOSTA DA CCE A CCE informa que contatou o leitor e firmou acordo de troca dos equipamentos. A empresa diz que mantém uma política de atendimento para levar serviços e produtos de qualidade aos consumidores. Comentário do leitor A CCE enviou dois tablets novos para substituir os defeituosos. Compro produtos CCE desde os anos 1980 e eles nunca deram problema. Fiquei surpreso que os tablets tenham falhado em tão pouco tempo.

Fale com a Redação Comentários sobre o conteúdo editorial da INFO e reclamações para Broncas do Mês: contateinfo@abril.com.br. A correspondência pode ser publicada de forma reduzida. Envie seu nome completo e a cidade onde mora. Comunidades Facebook / facebook.com/revistainfo Twitter / twitter.com/_INFO Google+/ google.com/+info Pinterest/ pinterest.com/revistainfo Instagram/ @revista_info Assinaturas assineabril.com (11) 3347-2121 Grande São Paulo 0800-775-2828 Demais localidades Serviço de Atendimento ao Cliente abrilsac.com (11) 5087-2112 Grande São Paulo 0800-775-2112 Demais localidades Loja INFO info.abril.com.br/loja / (11) 4003-8877 lojaabril@vendapontocom.com.br Publicidade Para anunciar na INFO, ligue: (11) 3037-2302 São Paulo (21) 2546-8100 Rio de Janeiro (11) 3037-5759 Outras praças (11) 3037-5679 Internacional (11) 3037-2300 Fax publiabril.com.br Permissões da INFO Para usar selos, logos e citar qualquer avaliação editorial da INFO, envie um e-mail para permissoesinfo@abril.com.br. Nenhum material pode ser reproduzido sem autorização por escrito. Venda de conteúdo Para licenciar o conteúdo editorial da INFO em qualquer mídia: atendimento@ conteudoexpresso.com.br / Para solicitar reprints das páginas: reprint.info@abril.com.br Saiba que /A INFO não aceita doações de hardware e software nem viagens patrocinadas por fornecedores de tecnologia. Todos os produtos testados no INFOlab são devolvidos aos fabricantes. / Os artigos dos colunistas não expressam necessariamente a opinião da INFO.

POR QUE LEIO INFO “Em um momento em que podemos encontrar informação a todo instante, em qualquer lugar, a INFO traz algo que se tornou escasso: profundidade” Pedro Ivo Resende /

Outras 60%

diretor executivo da agência Riot

Ops! Erramos / Na reportagem Golpe de Sorte, o nome correto da criadora do blog Baú da Promoção é Aline Dulce. Como

mostra a reportagem, o bancário Leonardo Jardim de Lima participa de promoções por hobby e não usa meios ilícitos para vencer.

FOTO RAFAEL EVANGELISTA

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GTA 3 EM 1

Na nova versão do game, um trio de anti-heróis age em conjunto Ação Cenas do GTA V, que chega no dia 19 de setembro

≥ POR CHRISTIAN COSTA

Fãs de jogos de ação não têm do que reclamar. Após God of War, Tomb Raider e Metal Gear, faltam poucos dias para a chegada do aguardado GTA V. Nessa versão, o game ataca com um trio de anti-heróis, algo que promete impactar tanto a narrativa quanto a mecânica do jogo. Os protagonistas, Franklin, Michael e Trevor, poderão ser usados pelo jogador seguindo tramas individuais ou atuando juntos. Será possível controlar os três em uma mesma cena, recurso demonstrado pela produtora do jogo, a Rockstar, no primeiro trailer de jogabilidade. O vídeo apresentou a alternância dinâmica entre um personagem pilotando um helicóptero, outro sequestrando um executivo e um terceiro auxiliando a operação dando tiros com um fuzil de precisão. Tudo em segundos. Mesmo quando os anti-heróis não estão juntos, os outros dois podem ter a vida acompanhada a qualquer momento, caso o jogador queira. O Grand Theft Auto V chega ao Brasil em 19 de setembro, para PS3 e Xbox 360, com o modo multiplayer GTA Online e legendas em português.

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/ Computação afetiva

POR FORA E POR DENTRO Minerva é um robô que carrega na memória 50 mil sequências de diálogos

AFETO BINÁRIO Pesquisadores da USP criam o primeiro robô brasileiro sensível a emoções ≥

POR GABRIEL GARCIA

Minerva vive em uma sala da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. Compreensiva, ela está sempre disposta a conversar e, na maioria das vezes, entende o que o interlocutor fala e sente. Um detalhe importante: Minerva é um robô. Criado em um projeto coordenado pelo professor de mecatrônica Marcos Pereira Barreto, o robô com rosto feminino é uma das primeiras iniciativas brasileiras no campo da computação afetiva. Esse ramo da robótica se dedica a estudar como a inteligência artificial pode entender e, principalmente, auxiliar os seres humanos. 18 / INFO Setembro 2013

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Após seis anos de estudos, Minerva consegue compreender o sentido de algumas palavras pela inflexão e pelo tom de voz. “Palavras como ‘homem’, por exemplo, têm dezenas de significados. Nosso desafio é fazer o robô entender o sentido”, diz Barreto. Minerva carrega na memória 50 mil sequências de diálogos predefinidos. O projeto é embrionário, mas tem potencial. “Cada estudo é uma peça no quebra-cabeça gigante que é a tecnologia afetiva”, diz Barreto. “Queremos criar uma assistente pessoal, um robô que faça companhia às pessoas ou que indique o momento de um idoso tomar um remédio.” ↙

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/ Profissões

O futurO cOntrata Conheça quatro profissões que devem surgir do rápido avanço da tecnologia ≥ POR MARCUS VINICIUS BRASIL

analista de bancOs de dadOs genéticOs Iniciativas pioneiras no Brasil já fazem a coleta de material genético de pacientes com predisposição para doenças cardíacas. Esses estudos pretendem prevenir o infarto antes que a pessoa sinta qualquer sintoma. Com o aumento no volume de material coletado, serão necessários profissionais especializados em organizar e interpretar esses dados genéticos.

ILUSTRAÇÕES BEL ANDRADE LIMA

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guia turísticO espacial

pesquisadOr de cOmida de labOratóriO

A empresa Virgin Galactic, do bilionário inglês Richard Branson, planeja começar seus voos turísticos pela órbita da Terra ainda em 2013. Com esse evento, inaugura-se a era do turismo espacial. Não vai demorar a surgir profissionais especializados em garantir passeios agradáveis e educativos em gravidade zero, com direito a explicações sobre a curvatura do planeta e a posição de estrelas no céu.

Um hambúrguer feito de carne de laboratório, produzida com célulastronco de um bovino, chamou a atenção do mundo. A criação aponta para uma tendência: o crescimento do número de cientistas especializados em produzir alimentos sem que animais sejam abatidos. O processo é complexo e vive dias de experimentação, mas já recebeu investimento de grandes nomes da tecnologia, como Sergey Brin, do Google.

faz-tudO cOm impressOra 3d

Sabe aquele cara que arruma tudo em casa? Da instalação elétrica ao cano quebrado da pia? Munido de uma impressora 3D, ele poderá transformar sua habilidade em profissão e ficará ainda mais expert na arte das reformas personalizadas. Quer um chuveiro diferente? É só imprimir e instalar na hora.

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/ Herança digital

Ao meu filho, deixo os e-books... o que acontece com o acervo digital quando seu dono morre? Pela lei, é Possível Passá-lo Para os herdeiros, mesmo que os serviços digam que é intransferível ≥ Por CAUÃ TABORDA

O empresário e bibliógrafo José Mindlin acumulou, em seus 95 anos, uma coleção de livros com mais de 40 mil volumes, com raridades como um exemplar da primeira edição de O Guarani, clássico da literatura brasileira, de José de Alencar. Antes de morrer, em 2010, Mindlin doou suas obras para a criação de um acervo público, a Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin, inaugurada em março deste ano, na Universidade de São Paulo. Mas o que aconteceria com o acervo de José Mindlin se fosse composto de e-books e PDFs? Provavelmente, a maioria dos brasileiros nunca se perguntou o que será feito com seus livros,

20 / INFO Setembro 2013

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filmes e músicas comprados em formato digital depois de bater as botas. Para os perfis em redes sociais, há muitas soluções: de serviços que apagam automaticamente os dados a sistemas para continuar enviando mensagens do além. Mas e para o acervo digital? O boato envolvendo o ator americano Bruce Willis, que teria dito que pretende processar a Apple para garantir o acesso de seu filho à sua biblioteca do iTunes, jogou luzes na discussão e serviu para alertar o usuário de que não é o dono do conteúdo que compra na Apple. Pelos termos de uso, é como se as músicas adquiridas para o iPod ou os aplicativos do iPhone e do iPad fossem alugados

por tempo indeterminado, o que impede a transferência para outro usuário. Poucas empresas estão preparadas para lidar com a questão. Até mesmo o Google, que oferece um recurso para dar destino a seus dados post mortem, não esclarece a questão sobre livros, filmes e músicas adquiridos em sua loja, a Google Play. Mas à luz da legislação brasileira, parece que temos os direitos garantidos, embora o sistema judiciário ainda não tenha criado dispositivos legais específicos para o tema. Consultada por INFO, a advogada Ana Luísa Fagundes Rovai Hieaux, do escritório Mattos Filho, disse o seguinte: “Do ponto de vista da legislação sucessória, não há impedimentos para que os chamados ‘bens digitais’ sejam transmitidos aos herdeiros após a morte do titular”. Presente na maioria dos termos de uso dos serviços online, a palavra “intransferível” deve ser interpretada de duas formas distintas. A primeira seria a de resguardar os direitos autorais da obra, evitando a pirataria e a transferência em vida dos bens adquiridos. A falta de clareza sobre a transferência para um herdeiro, após a morte do titular, abre uma brecha para que os tribunais considerem essa possibilidade viável. O mesmo se repete na interpretação do Código de Defesa do Consumidor. Os contratos de adesão de serviços online são impostos aos consumidores. Por isso, estão sujeitos a revisão e a anulação quando cláusulas são consideradas abusivas. Assim, não haveria impedimentos para que um herdeiro solicitasse o acesso e a transferência de um acervo digital. Mas a questão ainda deve ser muito discutida, já que há um claro despreparo das empresas, da legislação e também dos consumidores. ↙

ilustração ALPHADOG

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/ Entrevista

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FOTO DAVID S. HOLLOWAY/GETTYIMAGES

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“O corpo será um dispositivo conectado” Vint Cerf Criou o protoColo que permitiu a inVenção da internet. hoje ViCe-presidente e eVangelista-Chefe do google, Cerf falou a INFO sobre o futuro da web e de Como ViVeremos totalmente ConeCtados ≥ por FELIPE ZMOGINSKI

O CRIADOR. É assim que os colegas do americano Vinton Gray Cerf, 70 anos, referem-se a ele no escritório do Google, em Washington, onde dá expediente quando está nos Estados Unidos. Matemático formado por Stanford, mesma universidade onde décadas depois Larry Page e Sergey Brin formariam o Google, Cerf criou, em 1974, um protocolo capaz de fazer múltiplos computadores trocar dados em rede, o IP, que permitiu a invenção da internet. “Nunca poderia imaginar que aquele estudo terminaria onde estamos”, diz Vint Cerf a INFO, em entrevista feita pela plataforma de vídeos Google Hangout, em Londres, uma das cidades que Cerf, hoje vice-presidente e evangelista-chefe do Google, visita todos os anos para falar sobre a disseminação da web e os produtos do Google. Desde que concluiu um engenhoso projeto de internet interplanetária,

em 2010, que permite a espaçonaves, estações espaciais e dispositivos na Terra ou na órbita de Marte trocar dados por meio de protocolos simples, Cerf dedica-se a projetos de educação. Ajudou a implementar, na Malásia e na Indonésia, uma rede para conectar escolas em grandes cidades e zonas rurais. A seguir, sua entrevista a INFO.

para milhões de estudantes e professores. Esses alunos podem usar a plataforma gratuita Google Apps para hospedar material didático e consultas online. Só na Malásia, mais de 10 milhões de jovens usam essa plataforma, o que permite às escolas dar um enorme salto em termos de qualidade de ensino e acesso ao conhecimento.

Seus projetos mais recentes estão rela-

O Chromebook foi criado para funcionar

cionados à adoção de notebooks conec-

com aplicativos online. Não é um pro-

tados em escolas no mundo. Uma ideia si-

blema adotar um produto que pode ter

milar foi proposta em 2005, por Nicholas

pouco uso se a conexão à web for ruim?

Negroponte, do MIT, mas não decolou. O

A falta de conectividade é um problema real, pois os estudantes precisam da web para acessar fontes de conhecimento. O Google trabalha com diferentes iniciativas para ampliar o acesso à internet, como o Google Fiber, que oferece conexão de 1 Gbps em algumas cidades americanas. Em regiões remotas, estreamos, há algumas semanas, o projeto Loon, que espalha balões que levarão o sinal de internet a bilhões de pessoas que vivem em áreas pobres ou afetadas por desastres naturais.

que será diferente agora? Negroponte

foi muito corajoso ao propor que todas as crianças deveriam ter um computador com acesso à web para estudar. O problema central foi acreditar que seria possível criar um notebook de 100 dólares, patamar nunca alcançado. Há oito anos, os custos dos componentes eram mais altos do que hoje. O que o Google está fazendo em países como a Malásia e a Indonésia é fornecer notebooks de baixo custo, os Chromebooks,

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WEB NO CÉU O projeto Loon, do Google, espalha balões que levarão o sinal de internet para áreas remotas do mundo

Nos últimos meses, a descoberta de que o governo americano espionava usuários de internet em todo o mundo colocou em dúvida a segurança de vários serviços online. É possível usar a web sem

Em que estágio está o projeto dos balões? A ideia pode parecer um pou-

co maluca, mas tem uma sólida base científica. Lançamos na estratosfera da Terra balões que voam em uma altitude que é o dobro da utilizada pelas rotas de aviões. Nessa altura, é possível explorar a luz do Sol e as correntes de ar como fontes de energia e controlar o deslocamento dos balões sem causar impacto no transporte aéreo ou na migração de aves. Já há alguns desses balões sobrevoando a Nova Zelândia e também áreas no sul do Chile e da Argentina. No futuro, as pessoas poderão usar celulares para captar o sinal dos balões e, com isso, conectar seus computadores à web em velocidades similares às registradas por conexões 3G, o que é bem razoável para fins educacionais. Ainda há 3 bilhões de pessoas sem acesso à internet no mundo, e nos preocupamos com isso. Desde que o senhor criou o protocolo IP, o uso da internet transformou-se rapidamente. É possível prever como usaremos a rede mundial no futuro? Quando criei

o protocolo IP, não imaginava que bilhões de pessoas se conectariam usando a invenção. Isso depõe um pouco contra minha capacidade de prever o

futuro. O que posso afirmar é que a web ganhou mobilidade nos últimos anos. O PC saiu das mesas, virou um smartphone, e agora estamos vestindo os computadores. Equipamentos como o Google Glass são um bom indício de como a internet está se transformando. Há projetos de relógios, pulseiras e outros dispositivos vestíveis que devem se massificar nos próximos anos. Nos centros de pesquisa, existem muitos projetos de implantes que permitirão tornar o corpo humano um dispositivo permanentemente conectado à rede. Minha mulher está usando um implante dentro do ouvido para melhorar a audição. Isso gerou um salto imenso em sua qualidade de vida. Quanto tempo levaremos para tornar esse implante capaz de conectar-se à internet e transmitir informações em seu ouvido? No futuro, uma pessoa paraplégica talvez possa instalar um chip em sua espinha para fazer a conexão com o cérebro e recobrar os movimentos.

ser monitorado? Posso afirmar que o Google protege a privacidade de seus usuários e tem ferramentas de segurança fortes o suficiente para impedir o acesso de terceiros a dados particulares. Quando o usuário manda um e-mail que sai de nossas fronteiras, no entanto, está sujeito a riscos variados e a interceptações que não podemos prever. Defendo que os usuários protejam suas informações, encriptando os dados. Uma falha que considero grave nos serviços online é o sistema de login e senha, que permite a qualquer um descobrir sua senha. Eu uso um token USB para acessar meu computador. O token é uma ferramenta adicional e efetiva de proteção contra crackers. O senhor criou uma tecnologia que mudou radicalmente a forma como as pessoas se relacionam, o que levou o ex-presidente do Google Eric Schmidt a afirmar que o senhor é um dos homens mais importantes da história da humanidade. Como isso afetou sua vida? Tenho um sentimento

de humildade em relação ao sucesso da internet. É claro que o crescimento dessa tecnologia me deixa muito feliz, pois nenhum engenheiro sonha em criar um produto que ninguém usa. O que nós cientistas queremos é criar algo que, de fato, beneficie a vida das pessoas. Meu trabalho, no entanto, não fez de mim um pop star. Sou uma pessoa comum, que vai ao supermercado e ao shopping sem que ninguém pare para tirar uma foto ou pedir um autógrafo. ↙

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/ Apps que valem a pena

APLICATIVOS DO MÊS

≥ POR FABIANO CANDIDO

iPHONE

iPAD

ANDROID / TABLET

OUTLOOK WEB APP App para acessar o serviço de e-mail da Microsoft. Com visual estiloso, oferece busca de mensagens por voz e acesso à agenda de compromissos. Para iOS 6.0 ou superior / Grátis

IBRAINSTORM Descomplica o trabalho em grupo, ao oferecer ferramentas para que uma equipe com até quatro pessoas anote ideias e discuta o rumo de projetos corporativos ou escolares. Para iOS 6.0 ou superior / Grátis

HUNGRY SHARK Controle um tubarão no fundo do mar e o ajude a comer o maior número possível de peixes. Ataques a mergulhadores garantem bônus para passar fases. Para Android 1.5 ou superior / 5 dólares

MIXBIT Grava e edita vídeos com até 15 segundos de duração, que podem ser compartilhados na web. Feito pelos criadores do YouTube, o app grava filminhos com até 256 cenas. Para iOS 6.0 ou superior / Grátis PILI POP Ensina inglês para crianças usando animações coloridas. Inclui aulas para exercitar a audição e testes para a pronúncia. Para iOS 4.3 / 5 dólares BLACKBERRY DOMAIL Aplicativo desenvolvido para quem não gosta de usar o Gmail pelo navegador do celular, acessa o serviço do Google e seus recursos, como a busca de mensagens e os marcadores. Para BlackBerry 5 ou superior / Grátis NEUTRON Melhora a qualidade das músicas digitais com a ajuda de um algoritmo. Com um visual sofisticado, oferece recursos para equalizar o som ao estilo da música. Para BlackBerry 5 ou superior / Grátis

PARK ME

XCOM: ENEMY UNKNOWN Game de estratégia cuja missão é controlar um grupo de soldados. Escolha as armas certas e elabore um plano para expulsar alienígenas da Terra. Para iOS 5.0 ou superior / 20 dólares ANDROID / CELULAR WORD LENS Vai para o exterior? Leve este aplicativo no celular. Ele fotografa letreiros, menus de restaurante e até placas de trânsito e traduz o texto, em tempo real, para o português. Para Android 2.2 ou superior / 5 dólares PET FIRST AID Donos de cães podem usar esse aplicativo para prestar os primeiros socorros a animais doentes. Vídeos explicativos mostram como salvar bichos que são vítimas de acidentes, por exemplo. Para Android 1.6 ou superior / 3 dólares

DROID NA NUVEM Crie uma conexão entre o PC e o Android sem cabos. Facilita a troca de dados e o envio de músicas para o celular. Para Android 2.2 ou superior / Grátis

WINDOWS PHONE CONTADORES Controla o uso do 3G e sugere configurações para economizar no plano mensal de dados. O app calcula ainda os gastos com telefonemas. Para Windows Phone 7.5 ou superior / Grátis GDRIVE Usa a nuvem para acessar e guardar documentos, como fotos e vídeos. Os dados ficam armazenados no Drive, o serviço de backup do Google. Para WP 7.5 ou superior / Grátis

CHEAPCAST Transforma o smartphone antigo numa espécie de Chromecast, o novo gadget do Google, e realiza streaming de vídeos direto para a TV sem a necessidade de cabos. Para Android 2.2 ou superior / Grátis

ANDROID / IOS Nas grandes capitais do país, os motoristas perdem um bom tempo procurando um local seguro para estacionar. A proposta do app Park Me é acabar com o problema. Com a ajuda do recurso de GPS do smartphone ou do tablet, o aplicativo localiza os estacionamentos próximos e informa o preço cobrado pelo estabelecimento. Inclui um cronômetro, que registra o tempo que o veículo ficou parado no estacionamento / Grátis

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/ Previsão do tempo

Afinal, vai chover amanhã? Com um novo supercomputador, o Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos do Inpe quadruplica sua capacidade para previsão meteorológica. Agora é possível saber se vai cair um toró no seu bairro. Veja aqui como os boletins são feitos

/ POR RODRIGO BRANCATELLI

1 COMO OS SATÉLITES FAZEM AS MEDIÇÕES As principais variáveis meteorológicas são temperatura, pressão atmosférica, direção e intensidade dos ventos, umidade do ar e chuva. Seis satélites geoestacionários e cinco de órbita polar analisam as nuvens e ajudam a entender a dinâmica de chuvas e temperaturas. Para o Brasil, dois satélites chamados Goes monitoram o território

2 DADOS, DADOS E MAIS DADOS

GOES 12_ Lançado em 2001, o satélite está a 35,8 mil km de altitude. Atualmente, funciona em estado de espera por problemas operacionais

GOES 13_ Lançado em 2006, está na mesma altitude do Goes 12. Faz o monitoramento do continente e fornece imagens a cada 3 horas

Além dos satélites, uma rede de 11 mil estações meteorológicas que faz parte da Organização Meteorológica Mundial (OMM) mede dados próximos da superfície, do nível do solo e até cerca de 10 metros de altura. Em geral, esses instrumentos são alimentados por painéis de energia solar

Ainda existem miniestações em lugares como os aeroportos. Elas medem ventos, pressão, chuva e umidade do ar

A HISTÓRIA DA METEOROLOGIA _ DOS CHINESES AOS SATÉLITES ⟶ Os chineses foram os primeiros a desenvolver métodos quase científcos para estudar o clima. Eles pesavam um punhado de carvão e então o deixavam ao ar livre. Em uma segunda pesagem, se o carvão estivesse mais pesado, era porque havia absorvido umidade. E, assim, uma chuva podia estar a caminho

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⟶ No século 4 a.C., Aristóteles escreveu Meteorologica, um tratado considerado o mais antigo sobre o assunto. O flósofo grego concluiu que o ar quente tende a subir para as altas camadas atmosféricas e que a evaporação é causada pelo calor do sol. Foi o pontapé inicial para toda uma ciência

⟶ Os gregos usaram os primeiros pluviômetros da história, recipientes para medir a quantidade de chuva por certo período de tempo. O anemômetro, que mede a velocidade do vento, data do século 15. Já o primeiro termômetro, de pouquíssima precisão, foi criado por Galileu Galilei nos anos 1590

ILUSTRAÇÕES EVANDRO BERTOL

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PARA ONDE VAI TANTA INFORMAÇÃO?

O QUE MUDOU? TUPÃ ENTRA NO JOGO

A OMM compila e disponibiliza dados na forma de gráficos, tabelas e mapas incompreensíveis para leigos

Três centrais da OMM processam os dados vindos de 180 países. Elas ficam em Melbourne, Washington e Moscou

TERAFLOP 1 TRILHÃO DE CÁLCULOS POR SEGUNDO

Com o nome do deus do trovão em tupi-guarani, o supercomputador Tupã entrou em funcionamento no ano passado e passou a ser considerado o terceiro maior do mundo para meteorologia. Assim, foi possível refazer o modelo que prevê o tempo QUAL É O TAMANHO DO TUPÃ?

O TUPÃ É CAPAZ DE PROCESSAR...

capacidade de

258

TERAFLOPS

Ocupa 100 metros quadrados

em 1 minuto um conjunto de dados que um computador convencional demoraria mais de uma semana para completar

205 trilhões de operações de cálculo por segundo QUEM PAGOU?

ESPAÇO DE ARMAZENAMENTO R$ 35 milhões Governo federal

3,84

R$ 15 milhões Fapesp

PETABYTES

ou mais de 3 milhões de giga

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4

PREVISÃO POR BAIRRO

COMO AS INFORMAÇÕES CHEGAM AQUI

No novo modelo, o território brasileiro foi dividido como em um jogo de batalha naval, com 1 360 por 1 480 quadrados. O computador analisa áreas de 5 km2, quatro vezes menores do que no passado. Para efeito de comparação, o centro de previsão americano tem resolução de 4 km2. Como agora é possível analisar o tempo por bairros ou distritos, a previsão ficará ainda mais precisa e personalizável

O Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) é o órgão brasileiro que recebe as informações da OMM. Também são usadas medições feitas por aqui, em pequenas estações. As variáveis coletadas são aplicadas a equações matemáticas e físicas em computadores específicos para esses cálculos. A solução dessas diversas equações complexas é o que chamamos de “previsão do tempo”

⟶ A partir de 1860, os leitores do jornal britânico The Times puderam acompanhar diariamente a previsão do tempo. O jornal foi o pioneiro na divulgação de dados meteorológicos. Quem organizava a seção era o navegador e cientista Robert Fitzroy, que viajou pelo mundo com seu amigo Charles Darwin

⟶ Até o fm da Segunda Guerra Mundial, as informações meteorológicas tinham fns basicamente militares. Com a criação da Organização das Nações Unidas, os países começaram a trabalhar em conjunto e surgiu a Organização Meteorológica Mundial, em 1950

⟶ Em 1960, a Nasa revolucionou a meteorologia ao lançar o primeiro satélite para estudar o clima, chamado Tiros I. Funcionou somente por 78 dias, mas mesmo assim conseguiu fotografar uma tempestade, o sistema de nuvens de ciclone e as condições da calota de gelo no leste do Canadá

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/ Aplicativo

ESCAMBO VIRTUAL Designer brasileiro que mora em Nova York cria aplicativo para a troca de objetos e experiências ≥

Quando o designer Diego Zambrano mudou-se do Rio de Janeiro para Nova York, em 2007, decidiu não levar nada. Postou, em seu perfil do Flickr, fotos dos objetos dos quais queria se livrar. “Meus amigos compartilharam a página com os amigos deles, que me ofereceram, como pagamento, coisas diferentes, como jantares e até passeios”, afirma Zambrano. Surgiu daí a ideia de criar o Bondsy, um aplicativo para iOS que possibilita aos usuários compartilhar fotos dos objetos que queiram trocar por outras coisas ou por experiências. Ou até mesmo por dinheiro, mas essa não é a intenção do app. “Apesar de a natureza dessas transações ser material, acredito que podemos fazer isso de uma forma mais humana e até divertida”, diz Zambrano. O usuário também é estimulado a compartilhar a história por trás do objeto oferecido. “É uma forma descontraída de descobrir um pouco mais sobre a pessoa.” As trocas mais comuns são de eletrônicos, roupas, móveis e livros. Mas também entram no escambo artigos menos usuais, como cartas escritas a mão, aulas de dança, comida caseira ou alimentos produzidos em fazendas. A equipe de quatro pessoas do Bondsy trabalha em um apartamento no Brooklyn, em Nova York, mas não divulga números, como a base de usuários ou os investimentos recebidos. “Iremos monetizar o aplicativo no momento certo”, afirma Zambrano.

POR gAbriel gArciA

SOBROU COMIDA. QUEM QUER? O app Bondsy permite compartilhar fotos e as histórias das coisas a serem substituídas. Ligue os pontos do troca-troca abaixo

1

A

3 kg de bacon

Game

2

B

Câmera fotográfica

Garrafa de uísque

3

C

Passeio com um chiuaua

Caixa de picolés

4

D

Guarda-roupa

Jantar em restaurante estrelado

5

E

Tigela de açaí

7 kg de café

6 PlayStation

F Pacote de salame importado

respostAs: 1-e; 2-d; 3-f; 4-b; 5-A e 6-c

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/ Cinema

SINAIS DE INCLUSÃO Em 2009, três alunos de

PAIXÃO DIGITAL O ator Joaquin Phoenix em cena do filme Her

AMOR 3.0 NO NOVO FILME DE SPIKE JONZE, UM CARA SOLITÁRIO SE APAIXONA PELO SISTEMA OPERACIONAL DE SEU COMPUTADOR

engenharia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) queriam ajudar um colega com deficiência auditiva que tinha dificuldade para falar. Eles criaram o ProDeaf, um aplicativo no qual um avatar traduz frases do português para libras, a linguagem de sinais. O projeto transformou-se em uma startup, que hoje conta com 13 funcionários. Segundo o diretor de operações, Flávio Almeida, 26 anos, o objetivo da ProDeaf é tornar independentes os deficientes auditivos. O app chegou ao público em abril, em versões para iOS e Android. Hoje, tem mais de 50 mil usuários e 600 mil traduções.

≥ POR GABRIEL GARCIA

É bem capaz que seu smartphone de última geração já consiga responder a perguntas triviais como “Vai chover amanhã?” ou “Qual o melhor caminho para chegar em casa?” Mas e se um dia seu computador pessoal puder realmente interagir e responder a uma questão do tipo “Oi, como você está hoje?” Essa é a premissa de Her, filme dirigido por Spike Jonze, de Quero Ser John Malkovich, uma análise um tanto melancólica sobre as relações humanas em um mundo cada vez mais digital e interativo. Ambientado em um futuro próximo, Her conta a história de Theodore, vivido pelo ator Joaquin Phoenix,

um sujeito recluso que se apaixona por Samantha, o sistema operacional de seu computador, que tem inteligência artificial e a voz de Scarlett Johansson. Esqueça HAL 9000 e todas as versões cinematográficas de computadores oniscientes e homicidas. Samantha é sexy, falante e divertida. “Boa parte de minha interação com outras pessoas é mediada por aparelhos eletrônicos, o que gera um vínculo emocional”, afirma Spike Jonze. “Acima de tudo, é um filme sobre amor e sobre a nossa necessidade de nos conectar.” O filme será lançado em 18 de dezembro nos Estados Unidos, mas ainda não tem previsão de estreia no Brasil.

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/ Bit no Carro

Um passo adiante Carro supersofsticado da alemã Mercedes-Benz, o novo Classe S fcou ainda mais tecnológico

A meio caminho entre um automóvel de luxo e um computador sobre rodas, o Mercedes Classe S é recheado com câmeras e sensores, o que faz dele um dos carros mais sofisticados de seu tempo. Recém-lançado na Europa e nos Estados Unidos, o sedã chegará ao Brasil no fim de setembro. Com 5,24 metros de comprimento, vasto espaço interno e muita tecnologia, custará aproximadamente 290 mil dólares. INFO avaliou o modelo em sua versão completa. ↙

Massagem pelo caminho Bancos traseiros reclinam até 43,5 graus. Há duas telas de 30,7 cm. Um sistema com 14 bolsas de ar oferece seis formas de relaxar, como vibração e calor.

Som poderoso O sistema de áudio tem 24 alto-falantes e 1 540 watts de potência. O sistema de navegação pode ser ativado por voz.

Perfume no ar Instalado no porta-luvas, um difusor espalha quatro fragrâncias no interior do Classe S. Filtros eliminam odores e equilibram o ar.

Adeus, lâmpadas O Classe S tem cerca de 500 lâmpadas de LED (56 em cada farol dianteiro). A vantagem é que iluminam melhor e são mais duráveis.

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Olho de gato O sistema que combina radar e raios infravermelhos distingue pedestres e animais a 100 metros do carro, durante a noite. As imagens são projetadas no velocímetro, ao mesmo tempo que o carro freia sozinho, se o condutor não tomar a iniciativa. As pessoas são iluminadas, para alertar sobre a aproximação do automóvel. Os bichos, não, pois podem se assustar.

Suspensão inteligente Câmeras e nove sensores vasculham a estrada, detectam imperfeições no piso e adaptam a suspensão de cada uma das rodas. Tudo em milésimos de segundo. No teste, o Controle Mágico da Suspensão filtrou até os solavancos de lombadas.

Estacionar sem sofrimento Com sensores nos parachoques, o Parktronik é um sistema que manobra e estaciona automaticamente o Classe S, após detectar a vaga. Com o câmbio na posição Parking, o volante faz sozinho as manobras. O motorista só freia.

360 graus de visão Para ajudar nas manobras, uma câmera 3D e 12 sensores com ultrassom vigiam todos os lados do carro. Ajudou um bocado a detectar pontos cegos.

Anjos da guarda Uma rede de sensores de última geração vigia as faixas na estrada. Quando o motorista sai da faixa, o volante vibra. Se outro carro se aproxima, os sistemas eletrônicos podem frear. Por questões de legislação, esses sistemas não estarão nas versões para o Brasil.

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/ Vivendo em Beta

Twiter é plataforma de crucifcação O poder silencioso de um retuíte fora de contexto pode fazer uma pessoa perder o emprego, o crédito e até a reputação

O

restaurante americano Red Medicine, na Califórnia, tornou-se manchete quando resolveu t u it a r o s nomes das pessoas que fizeram reservas, mas nunca apareceram para jantar. No início de agosto, a polícia da cidade americana de Minneapolis resolveu publicar no Twitter os nomes dos motoristas que dirigiam embriagados ou acima do limite de velocidade. A mesma atitude foi adotada anteriormente pela polícia canadense. A vingança do restaurante contra seus fregueses caloteiros e a decisão da polícia de humilhar publicamente cidadãos que não obedecem a lei são fatos curiosos porque, até então, denúncias, na sua maioria, vêm de pessoas contra empresas e governo. E não o contrário. Seria interessante revisitar essa tendência daqui a um ano para ver sua popularidade. Será que Visa e Mastercard vão tuitar seu nome se você esquecer de pagar a fatura do cartão de crédito? E será que, no único dia em que você não usar o cinto de segurança em dez anos, seu nome vai aparecer na #listanegra da @polícia? O principal responsável por isso é o Twitter, que cada vez mais se transfor-

ma em uma plataforma de crucificação virtual. Além do restaurante e da polícia americana, aqui vão mais alguns exemplos. O @TheGrammarCunt corrige erros de inglês de qualquer pessoa que encontra no Twitter. Já o @ YesYoureRacist vasculha o Twitter pelas palavras “não sou racista, mas...” e retuíta comentários racistas. Os criadores da conta acham que, se alguém escreve essa frase, é porque já é racista. Claro que essas contas, e muitas outras espalhadas pelo mundo para denúncias, têm seus méritos. Não estamos falando aqui das redes sociais para denunciar coisas importantes, como a violação dos direitos civis na Síria. ESTAMOS FALANDO aqui de apontar o dedo para uma pessoa específica, muitas vezes divulgando sua identidade sem consultá-la e algumas vezes para acusações fora de contexto. O restaurante não tem como saber se o @mrsmith não apareceu para jantar porque não quis ou porque foi hospitalizado com apendicite. Mas o mais preocupante é tomar uma atitude sem entender as ramificações dessas atividades nas redes sociais. Na edição de maio, INFO publicou uma reportagem sobre a raiva na internet, cujo foco eram os comentá-

ALESSANDRA LARIU

rios negativos nas redes sociais. Mas comentários são menos perigosos do que o poder silencioso de um retuíte. Adicione a esse poder silencioso o nome de uma pessoa e 140 caracteres fora de contexto, e essa pessoa pode perder o emprego, o crédito e até sua reputação. ESSA TENDÊNCIA de publicar no Twitter uma lista de nomes com críticas públicas pode acabar fora de controle. O retuíte é uma arma potente porque é um conceito abstrato, ou seja, a maioria das pessoas não sabe exatamente como quantificar a repercussão que ele pode causar, ao contrário dos comentários, cujos números aparecem na tela. Além disso, por mais que você tente apagar seus traços na rede, eles nunca desaparecem completamente, um fator preocupante e presente em inúmeras atividades que fazemos na internet. Tudo bem que existam contas no Twitter destinadas a envergonhar, mas temos de agir com cautela ao segui-las. O problema é que cautela é a última coisa que pensamos enquanto navegamos nesse ritmo louco da vida online. ↙

Alessandra Lariu, 40 anos, é publicitária e cofundadora do site SheSays, que ajuda mulheres a entrar na carreira de criação digital. Empresária, ela mora em Nova York.

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/ BizTech

Por que é impossível ter segurança total Fantasmas que vigiam nossa vida sempre existiram, mas agora eles são mais reais e assustadores do que nunca

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a edição passada, escrevi sobre a importância da segurança neste mundo conectado em que vivemos (veja em http://abr.io/JAyj). Mas agora vamos falar sobre alternativas para aumentar sua segurança e sua privacidade na rede e por que, mesmo tomando todos os cuidados, é praticamente impossível ficar 100% tranquilo. O grande problema da segurança das informações é que de pouco adianta se partes de um todo estão seguras. No mundo conectado, o todo é composto de vários sistemas e serviços interligados e interdependentes. Assim, imagine que você escolheu um sistema de correio eletrônico com segurança de ponta, como vários que apareceram após o escândalo do Prism, o programa de vigilância do governo americano. Se o serviço realmente funcionar, as mensagens serão sempre armazenadas e transmitidas de maneira segura, e teoricamente ninguém no meio do caminho conseguirá bisbilhotar sua correspondência eletrônica. Porém, isso não quer dizer muito, e você pode, sim, continuar sendo observado. Para acessar o sistema de e-mail, você deve usar um aplicativo específico ou um

browser. Mas algum programa pode estar rodando em seu computador, capturando imagens de sua tela e enviando para algum lugar da grande nuvem que é a internet. Bingo, agora seu e-mail seguro pode ser lido e nem foi preciso uma grande sofisticação para isso. A máxima aqui é que a segurança de um sistema é tão boa quanto a segurança de seu elo menos seguro. ;-) Você deve estar se perguntando: “Mas como esse programa que captura a tela foi parar no meu computador?” É aí que a coisa complica (sim, estou sendo sensacionalista). O mais comum para uma infestação é, em geral, o descuido ou a irresponsabilidade do usuário. Ele mesmo acaba instalando ou permitindo a instalação de um programa malicioso. Isso acontece ao abrir um e-mail com um anexo estranho, ao visitar um site obscuro ou até mesmo pelo simples ato de conectar um pen drive. Existem vários programas que tentam evitar essas infecções, mas nenhum é 100% efetivo. O lado bom é que esse tipo de situação pode ser reduzido com um comportamento mais consciente. Porém, existe outro tipo de situação em que o usuário mal sabe o que está se passando e, o que é pior, não tem muito o que fazer para se proteger. Imagine, por exemplo, que você acabou

MANOEL LEMOS

de comprar um computador. Ele chegou com os sistemas básicos instalados e um monte de aplicativos embarcados. É de esperar que tudo seja seguro, mas a realidade é bem diferente. Nada pode garantir que, quando aquele computador foi customizado pelo fabricante, não foi infectado por um código malicioso de maneira deliberada ou por descuido. Não temos como saber se os sistemas oficiais também não têm algum tipo de dispositivo de acesso remoto ou de espionagem. Uma alternativa radical seria se desconectar totalmente e não usar nenhum dispositivo eletrônico. Mas a maioria das instituições com as quais temos contato armazena nossas informações de maneira eletrônica e depende de sistemas computacionais para funcionar. A vigilância eletrônica está tão disseminada que, mesmo desconectados, somos observados. Milhares de câmeras de segurança nos vigiam e sistemas podem nos identificar numa multidão de imagens digitais. É hora de fugir para as montanhas! ;-)↙

Manoel Lemos, 37 anos, é engenheiro da computação, especialista em supercomputação, empreendedor, investidor em tech startups e diretor-geral digital da Abril Mídia. É apaixonado por mergulho com tubarões.

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/ Cérebro Eletrônico

Passagem para o Hyperloop

Projeto de trem rápido do empreendedor Elon Musk rompe com todos os modelos de transporte e inova numa área parada no tempo

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s primeiras formas de ônibus (puxados a cavalos) surgiram em 1820. O primeiro metrô do mundo foi inaugurado em Londres, há 150 anos. O trem de passageiros é de 1870. O primeiro voo comercial aconteceu em 1919. Já o carro particular teve sua primeira patente registrada na Alemanha, em 1885. Por todo esse tempo, essa tem sido a base do transporte humano: carros, ônibus, aviões, trens e metrôs. Barcos e navios formam uma categoria à parte. No mês passado, um atrevido empreendedor americano apareceu para dizer que vai acrescentar uma nova categoria de transporte para passageiros: o Hyperloop. Se der certo, vai ser uma revolução. A primeira de verdade em quase um século. O que tivemos até agora foi evolução, e ela aconteceu de forma muito diferente para cada uma das categorias de veículos. O ônibus, por exemplo, ficou mais seguro e confortável. Mas no fundo o velho busão avançou muito pouco em termos tecnológicos. Com o carro tivemos grandes avanços, que, por outro lado, pioraram uma situação que já era ruim, especialmente no Brasil. O mau motorista de ontem agora tem um carro mais

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potente e bem equipado para praticar seus pequenos crimes. Os automóveis agora possuem câmera traseira e GPS. Mas boa parte dos motoristas ainda se nega a usar o pisca-pisca, e o Brasil exibe índices de mortos e feridos nas ruas superiores aos de uma guerra civil. Aviões e trens são cada vez mais seguros porque estão automatizados, controlados por computadores. Metrôs já são conduzidos automaticamente, até no Brasil. É nesse cená r io que su rge o Hyperloop, um projeto do empreendedor americano Elon Musk, um dos mais visionários da Califórnia. Musk criou a SpaceX, empresa privada de transporte espacial. Seu Hyperloop rompe com todos os modelos anteriores de transporte. Só é chamado de “trem” por falta de outra classificação melhor. O projeto Hyperloop é composto por cabines cilíndricas para 28 passageiros. Usando uma combinação limpa de forças motrizes (especialmente levitação magnética), ele seria disparado como uma bala dentro do cano de um fuzil. Nada interferiria na sua passagem pelos tubos, mantidos num estado de quase vácuo. A energia para o deslocamento viria principalmente de painéis solares no teto dos tubos. Seria uma viagem sem charme nem paisagem.

DAGOMIR MARQUEZI

O Hyperloop se propõe a ser o mais rápido, mais seguro e mais limpo meio de transporte já criado. E o mais barato também. Segundo Musk, o custo da implantação do Hyperloop entre Los Angeles e San Francisco, nos Estados Unidos, ficaria em 6 bilhões de dólares, um décimo do preço de um trem convencional de alta velocidade. A 1,2 mil km/hora, poderia ligar o Rio a São Paulo em 21 minutos. Muita gente desconfiou do pacote. Críticos acham o preço fantasioso e dizem que a experiência de viajar num tubo fechado a uma velocidade pouco inferior à do som vai ser aterrorizante para o passageiro. São dúvidas que só poderão ser esclarecidas e resolvidas com o tempo e com a concretização do projeto. O importante é o desafio de inovar. O conceito do Hyperloop quebra paradigmas. E, com todas as dúvidas que levanta, está no caminho correto: rápido, ecológico, barato e seguro. Elon Musk está usando esse bem precioso e tão pouco aproveitado que é a imaginação humana. ↙

Dagomir Marquezi, 60 anos, dividiu sua vida entre o jornalismo e a ficção. Escreveu novelas, musicais e roteiros de cinema. Há 15 anos acompanha a tecnologia em sua coluna na INFO.

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/ Inside Information

Prepare-se para a colaboração

Existem várias ferramentas que facilitam o trabalho colaborativo. Agora caberá às empresas estimular seu uso de forma eficaz

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lcançar o sucesso no século 21 significa inovar de forma eficiente, sustentada e em grande escala. A chave para isso está em criar um forte ecossistema colaborativo. Adotar ou não o trabalho colaborativo não é mais uma questão. Hoje, o que vale analisar é como implantá-lo da melhor forma possível, e para isso é preciso identificar os desafios, experimentar e aprender novos modelos de gestão, saber escolher e adotar novas tecnologias e explorá-las no seu potencial máximo. Todos os níveis da organização devem aceitar a cultura colaborativa. A alta gerência deve ser formada por líderes colaborativos, os sistemas tecnológicos adotados devem facilitar o compartilhamento de informações e o trabalho remoto. O ambiente interno precisa ser criativo, informal, motivador e flexível. Mas a lista de desafios é grande. Deve-se eliminar disputas de poder nas equipes, despolitizar a alta gestão, evitar debates infindáveis gerados pelo excesso de colaboração e estimular a motivação intelectual dos profissionais. O mercado já dispõe de diversas ferramentas facilitadoras, como Pódio, Dropbox, Flow, Google Apps, Evernote Business, entre outras. A rede de tra-

balho colaborativo Asana recebeu, no ano passado, de acordo com o jornal The New York Times, investimento de 28 milhões de dólares do empresário Peter Thiel, cofundador do PayPal. Novos exemplos não param de surgir e a competitividade gera constantes aprimoramentos desses serviços e a necessidade contínua de atualização. Um líder tem de saber escolher a ferramenta ideal de acordo com o porte da empresa, a verba disponível e os resultados almejados. Tão essencial quanto adotar um novo serviço é capacitar os indivíduos para bem utilizá-lo. Um erro comum de muitas organizações é investir em um novo sistema e economizar em capacitação devido à crença de que o uso da tecnologia é intuitivo. Poucos conhecem, por exemplo, o robô de tradução automática do Gmail. Ele traduz, em tempo real, a conversa de duas pessoas que falam idiomas diferentes, o que pode facilitar a negociação com um cliente estrangeiro, por exemplo. Um estudo feito no ano passado pela Citrix sobre o escritório do futuro ouviu 1,9 mil líderes seniores de TI em 19 países e revelou que, até o ano que vem, 83% das empresas devem adotar o estilo móvel de trabalho. Dessas empresas, 96% pretendem reformular o local

BENI KUHN

de trabalho e criar um ambiente mais inspirador, colaborativo e flexível, com tecnologias de última geração. Entre as vantagens estão a melhora da produtividade e a redução de custos com imóveis e administração de dispositivos. Além disso, gestores precisam aprender a gerenciar os times virtuais, o trabalho remoto e ainda monitorar resultados com precisão. Cabe a eles alinhar projetos interdependentes que podem envolver pessoas de várias equipes, tarefa muitas vezes complexa que pode ser bastante auxiliada por ferramentas de videoconferência, como Hangout e GoToMeeting. É essencial considerar também que o trabalho colaborativo funciona melhor em organizações complexas, quando inovação e criatividade são essenciais, e com equipes formadas por indivíduos não muito competitivos ou conservadores. Esses são apenas alguns caminhos possíveis, mas a cultura da confiança nas empresas ainda é recente, e é provável que surjam ainda diversos novos modelos de gestão. ↙

Beni Kuhn, 48 anos, é economista, consultor em gestão de comunidades e trabalho colaborativo, líder do Google Business Group (GBG) e empresário à frente da Setesys, empresa de tecnologia digital. Atuou no mercado financeiro.

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UM GRANDE GAROTO 44 / INFO Setembro 2013

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≥ POR PAULA ROTHMAN ≥ FOTOS GREGORY BOJORQUEZ

Aos 13 Anos, DAniel singer criou umA plAtAformA De perguntAs e respostAs com 2 milhões De usuários e lAnçou o BAckDoor, um App pArA BAte-pApo Anônimo que está DAnDo o que fAlAr. AmericAno filho De BrAsileirA, ele AgorA está nA mirA Dos investiDores Do vAle Do silício Setembro 2013 INFO

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DANIEL SINGER TEM 13 ANOS E MORA NOS ARREDORES DE LOS ANGELES, nos Estados Unidos. Ele acorda todos os dias por volta das 6 horas da manhã, veste uma camiseta larga, um par de jeans, coloca lentes de contato e pega o ônibus para ir à escola. É basicamente nesse ponto que sua rotina muda completamente em relação à de outros garotos de sua idade. No trajeto de 20 minutos até o colégio, Daniel abre um MacBook Pro e começa a programar. Enquanto a maioria dos colegas joga Candy Crush, ele está ocupado criando os próprios sucessos. No ano passado, colocou no ar a YouTell, página para fazer perguntas e dar feedbacks de forma anônima, que conta com mais de 2 milhões de usuários. Em julho, lançou o Backdoor, aplicativo para conversas que em uma semana teve mais de 100 mil downloads. A estreia na App Store rendeu dois convites para reuniões na sede do Google. “Não posso comen-

tar o assunto da conversa, mas deixo você tentar adivinhar”, diz Daniel, em inglês, com seu sorriso maroto. Filho de mãe brasileira e pai israelense, Daniel nasceu nos Estados Unidos e, como toda criança da chamada geração millenial, cresceu diante de uma tela. Mas sua relação com a tecnologia foi além. Com 11 anos, participava de maratonas de programação no Vale do Silício. “Eu me assusto com a quantidade de pessoas que ele conhece”, diz a mãe, Roseli Singer, que o acompanhou, em junho, na WWDC, conferência para desenvolvedores da Apple. Com 1,72 metro de altura, voz grave e rouca, Daniel fala sobre design e mercado como alguém que trabalha há anos no Vale do Silício. “Existem poucas pessoas, mesmo adultas, com as habilidades do Daniel”, disse a INFO o americano Jason Feffer, um

dos fundadores do MySpace e atual presidente da SodaHead, comunidade de discussão online. “Ele conhece conceitos como os de user design e user experience, sabe programar e entende de negócios. Com frequência o comparam a Mark Zuckerberg.” O INTERESSE por programação começou por acaso. Há quatro anos, o YouTube vivia o auge dos canais de games, em que jovens postavam sobre seus títulos preferidos. Viciado em jogos de estratégia, Daniel decidiu fazer os próprios vídeos. “Comecei a pesquisar o que precisava, desde a edição até a parte visual”, afirma. Fuçando tutoriais na internet, descobriu que era possível enxergar as

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linhas de código por trás de cada site e nunca mais parou de pesquisar. “A escola oferece aulas de programação em Java, mas não acho que essa seja a melhor forma de aprender nem a linguagem mais útil hoje”, afirma Daniel, que prefere trabalhar com Objective C e CSS. “Quando você entende a forma como algo foi feito, consegue criar as próprias coisas”, diz. Foi justamente para melhorar seus projetos que Daniel imaginou a plataforma YouTell. Enquanto desenvolvia, sentia necessidade de perguntar a opinião das pessoas. Daí surgiu o site que, sincronizado ao Facebook, permite mandar feedbacks anônimos. Usuários postam perguntas como “Tenho mau hálito?” ou “O que acharam deste desenho?”, e seus amigos podem dar respostas sinceras, sem constrangimentos. Com o crescimento do YouTell, que tem versão em português e mais de 2 milhões de usuários, Daniel precisou de ajuda. Por meio de contatos, encontrou três engenheiros que se tornaram sócios no projeto. “Nenhum empreendedor consegue fazer tudo sozinho”, afirma Feffer. “Daniel tem um time, mas ele entende o que precisa ser feito. Pergunto: ‘Como você pretende chegar a milhões de usuários? Como vai ganhar dinheiro?’, e ele tem as respostas.” Uma delas envolveu transformar parte da ideia do YouTell em um aplicativo para conversas. “Um dia, estávamos pensando em melhorias para o site, e vi que sentia falta de interagir com as pessoas”, diz Daniel. O adolescente abriu o Photoshop e desenhou o primeiro modelo do Backdoor. Foram três versões do design e seis meses de trabalho até que o app fosse lançado, em 24 de julho.

Bate-papo anônimo O BACKDOOR É UM APP GRATUITO DE CONVERSAS QUE MISTURA CONCEITOS DE GAME. VEJA COMO ELE FUNCIONA

Após baixar o aplicativo na App Store, é preciso se logar com a conta do Google ou a do Facebook

Alguns famosos têm conta aberta ao público no Backdoor

Ao compartilhar sobre o app em redes sociais, o usuário recebe pistas sobre quem está escrevendo

Página curtida e gênero são algumas das informações que ajudam a descobrir a identidade do usuário

O Backdoor irá usar seus contatos e listar amigos que também fizeram download do aplicativo

Quem puxa o papo sabe com quem está falando. Quem recebe a mensagem precisa adivinhar quem é

As pistas também podem ser compradas

A única forma de saber quem está escrevendo é pelas pistas. O Backdoor nunca revela ou confirma o nome das pessoas

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NO DIA A DIA Daniel Singer com taco de golfe no quintal de sua casa, em Los Angeles; no computador, aos 4 anos de idade; em apresentação no Vale do Silício; com os pais, Uri Singer e a brasileira Roseli, e os irmãos; e testando o drone que programou

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O Backdoor é uma mistura de WhatsApp com game de adivinhação. Ligado ao Facebook ou a uma conta no Google, o aplicativo permite conversas anônimas entre usuários. Quem recebe a mensagem não sabe o nome da pessoa que puxou o papo, mas pode tentar adivinhar. Quando compartilha sobre o Backdoor em redes sociais, o usuário recebe pistas como “essa pessoa curtiu a página da Shakira”, “estuda na sua escola” e “é mulher”. Se elas não forem suficientes, existe a possibilidade de comprar mais. “Só na primeira semana tivemos mais de 500 mil interações no Backdoor, mas paramos de divulgar números porque estamos avaliando propostas de investidores”, disse a INFO Uri Singer, pai e sócio de Daniel. PRODUTOR DE FILMES em Hollywood, Singer é responsável pela área de marketing dos negócios do filho. Com seus contatos, montou uma estratégia de divulgação no Brasil que envolveu várias celebridades tuitando sobre o Backdoor, como a cantora Sandy, o ator Bruno Gagliasso e o personagem Dilma Bolada. Em uma de suas atualizações, o Backdoor incluiu a possibilidade de conversar com famosos. “O Brasil é um de nossos focos. O app tem versões em inglês, português e chinês”, diz Singer. O pai de Daniel falou com a INFO por Skype, de Nova York, onde acompanhava as gravações de um longa com os atores Ethan Hawke e Marisa Tomei. Uri Singer fala e entende bem o português. Nascido em Israel, é casado há 20 anos com Roseli, mineira que conheceu quando morou no Rio de Janeiro. O casal está há 15 anos nos Estados Unidos, onde nasceram seus três filhos: Daniel, 13 anos, Rafael, 10,

e Michael, 7. A família mora em uma zona residencial afastada do centro de Los Angeles, na mesma rua que estrelas como Samuel L. Jackson, e viaja a cada dois anos para visitar parentes no Brasil. “Sei fazer churrasco de picanha e adoro pão de queijo”, diz Daniel. Na casa dos Singer, o único quarto automatizado é do filho mais velho, que programou as luzes para acenderem com um toque no seu iPhone 4S branco. Além de hackear as lâmpadas, Daniel programou um drone controlado a distância. O projeto foi feito com um amigo do clube de voo

maior polo de empreendedorismo do mundo. Nos fins de semana, Daniel costumava pedir ao pai para visitar o Vale, até começar a participar de eventos. “Conheci Daniel em maio. Mesmo muito jovem, ele tem uma visão clara de como as pessoas se comunicam em plataformas mobile”, disse a INFO Josh Elman, sócio do fundo de investimento Greylock. “Fiquei impressionado. A qualidade do app que ele construiu se equipara aos feitos por pessoas dez anos mais velhas.” Disponível para iOS, o Backdoor tem três atualizações já engatilha-

A aplicativo Backdoor é uma mistura de game com WhatsApp que permite conversas anônimas. Na primeira semana, teve 100 mil downloads

da escola, grupo que constrói aeronaves por controle remoto. “Desde pequeno ele adora Lego e aviões”, afirma Roseli. Outro projeto pessoal do adolescente foram seus computadores, montados com peças que comprou online. É nas máquinas que ele passa a maior parte do tempo livre, com fones de ouvido, programando, jogando ou pesquisando casas em São Francisco. “Ele quer se mudar para lá com toda a família”, diz Uri Singer. São Francisco faz parte da região conhecida como Vale do Silício, sede das grandes empresas de tecnologia e

das. A ideia é melhorar a experiência do usuário antes de partir para outras plataformas, como Android ou web. “Tenho muitas ideias, não só para esse app”, diz Daniel. Mas quem quer saber sobre seus planos pode ficar sem resposta. “Quero continuar nessa área, mas em cinco anos tudo vai mudar, e não sei o que fará sucesso até lá”, afirma. Melhor assim. Como todo garoto de sua idade, Daniel tem coisas mais importantes para se preocupar. Por exemplo, a chegada de seu aniversário, em 20 de setembro. “Sabia que vai faltar muito pouco para poder tirar minha habilitação de piloto? Meu sonho é voar sozinho”, diz Daniel. Cedo ou tarde, parece que é exatamente isso o que vai acontecer. ↙

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a era póstouch

AS TELAS SENSÍVEIS AO TOQUE TOMARAM CONTA DO NOSSO COTIDIANO. MAS NOVOS APARELHOS CONTROLADOS POR GESTOS AMEAÇAM SEU DOMÍNIO E PODEM MUDAR RADICALMENTE NOSSA RELAÇÃO COM O COMPUTADOR

≥ POR VANESSA DARAYA E MARCUS VINÍCIUS BRASIL

FOTOS RAONI MADDALENA

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Assim que as mãos passam por cima do pequeno retângulo de alumínio que mais parece uma caixa de fósforos criada pelo designer Jonathan Ive, da Apple, a mágica começa. Câmeras e sensores infravermelhos capturam e enviam as imagens a um programa no computador, enquanto os dedos deslizam no ar. Na tela, o resultado pode ser visto em tempo real. Ao se movimentar, as pontas dos dedos comandam lâminas digitais. Num software educativo, as entranhas de um sapo virtual dissecado podem ser exploradas de forma bem mais interativa do que se a criança usasse um mouse. O aparelho que permite toda essa interação por meio de gestos é o Leap Motion. Ele foi lançado comercialmente em julho pela empresa californiana que tem o mesmo nome e custa 80 dólares. Com dimensões de 3 por 5 polegadas, ele capta os movimentos das mãos e traduz para a linguagem dos computadores.

“Oferecemos uma boa alternativa ao touchscreen nos computadores de mesa”, disse a INFO Andy Miller, presidente da Leap Motion. “Os consumidores não adotaram a tecnologia de toque em casa com a velocidade que a indústria esperava.” O Frog Dissection é apenas uma das 75 aplicações disponíveis na Airspace Store, loja online do Leap Motion. Ali, o usuário pode baixar programas para as plataformas Windows e Mac OS. Alguns são gratuitos, outros chegam a custar 100 dólares. Existem aplicações para DJs e para modelagem em 3D, todas com base em comandos por gestos. Gadgets que detectam movimentos, como o Kinect, da Microsoft,

Segundo Andy Miller, da Leap Motion, o grande avanço tecnológico conquistado pela empresa está no software. “Nosso produto é 99% software”, diz Miller. “Os sensores e os componentes do hardware estão disponíveis há anos.” O principal responsável pela tecnologia é o matemático americano David Holz, cofundador da Leap Motion, que começou a desenhar o código em 2010. INFO testou o Leap Motion. A experiência nem de longe se equipara à de Minority Report, o filme de ficção com as famosas cenas em que o personagem de Tom Cruise usa as mãos para navegar numa interface ultraavançada. Na vida real, os primeiros gestos são desajeitados e até meio

O Leap Motion utiliza sensores infravermelhos para captar o movimento das mãos, o que torna o uso do computador uma experiência diferente

existem há anos. A diferença do Leap Motion está na sensibilidade. “Numa escala de notas, enquanto aparelhos semelhantes ganham 7 ou 8, o Leap Motion tira 10”, afirma Maurício Alegretti, diretor de tecnologia da Smyowl, empresa de Sorocaba, no interior de São Paulo, pioneira em desenvolver interfaces gestuais no Brasil. A equipe de Alegretti especializou-se em soluções publicitárias que envolvem interação com sensores. Entre seus projetos está uma casa conceitual em que as principais funções são acionadas por gestos.

constrangedores. É estranho manter as mãos suspensas e gesticular na frente da tela de um computador. Além disso, o usuário demora um tantinho para se adaptar à sensibilidade do aparelho e aplicar a velocidade certa aos movimentos. Às vezes, o cursor se move rápido demais e desaparece. Mas em poucos minutos de uso dá para imaginar as possibilidades dessa nova tecnologia.

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UMA EXPERIÊNCIA SENSORIAL INFO TESTOU O DETECTOR DE MOVIMENTOS LEAP MOTION, APARELHO QUE PERMITE NAVEGAR POR GESTOS. COM ALTA SENSIBILIDADE, ELE É DIFÍCIL DE CONTROLAR NO INÍCIO

PEQUENO Com 3 por 5 polegadas, o Leap Motion parece uma caixa de fósforos futurista

COMPATÍVEL COM WINDOWS E MAC OS PREÇO: 80 DÓLARES

PRECISÃO O Leap Motion detecta até a ponta de uma caneta com precisão, tornando-o uma boa ferramenta para quem trabalha com desenho

SENSIBILIDADE No começo, a alta sensibilidade pode atrapalhar. Se a velocidade certa não for aplicada aos movimentos das mãos, o cursor some da tela

AIRSPACE STORE Apesar de ter uma boa loja de aplicativos, ainda faltam games e programas realmente arrebatadores para o usuário comum

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NÃO É FICÇÃO Conheça três gadgets da era pós-touCh Com teCnologia de Captação de ondas Cerebrais e realidade aumentada que mais pareCem saídos de um filme de fiCção CientífiCa

LEITORES DE MENTE

Aparelhos que leem ondas cerebrais saíram dos livros de ficção para virar controle de games. É o caso da Muse, tiara que cria uma interface dos impulsos elétricos da cabeça do usuário. O projeto foi financiado pelo Kickstarter

HORIZONTE EXPANDIDO

Os óculos de realidade aumentada Meta também captam gestos de quem os usa. Com um conjunto de sensores infravermelhos, eles são capazes de projetar imagens interativas sobre o campo de visão

A EVOLUÇÃO DO CONTATO enquanto a teCnologia de Captura de gestos avança, pesquisadores inovam para extrapolar os limites das telas sensíveis ao toque

INTERFACE MUSCULAR

Preso ao braço do usuário, o bracelete Myo mede impulsos elétricos produzidos pelos músculos. Depois, os traduz em linguagem de computador. Assim, o gadget pode comandar games e apresentações

TOUCHE

Tecnologia da Disney Research permite transformar qualquer objeto em interface touch

Telas sensíveis ao toque ainda têm vida longa, apesar da chegada dos sensores que capturam gestos. Agora pesquisadores estudam como levar essa tecnologia ao próximo nível. Uma das promessas da nova geração touchscreen vem dos laboratórios da Disney Research e se chama Touché. Seu sistema conta com sensores especiais que registram diversas intensidades de toque. Além disso, pode ser instalado na superfície de objetos, tornando-os sensíveis por meio de um detector de corrente elétrica. Há várias possibilidades de aplicação. Os pesquisadores mostram, em vídeo, uma maçaneta inteligente, que mede a pressão aplicada e decide se deve ou não trancar ou abrir uma porta. Mas o Touché ainda só existe em protótipos.

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Algumas são simples. O jornal americano The New York Times tem uma aplicação para o Leap Motion que permite controlar com gestos a navegação pelas reportagens. No Brasil, a empresa Singol, de Sorocaba, trabalha em um game educativo que envolve atirar, com um movimento do polegar, em caixotes que exibem o resultado correto de uma operação matemática. Outro programa didático, disponível na loja Airspace, exibe um sistema solar tridimensional, com planetas que podem ser aproximados com o movimento das mãos. Startups de várias nacionalidades e grandes empresas preparam-se para entrar e disputar um mercado que deve se expandir rapidamente. “A interação por gestos vai decolar porque gera uma experiência intuitiva e natural, como vimos no iPhone e no iPad, anos atrás”, afirmou a INFO Tal Dagan, vice-presidente de marketing da startup israelense PrimeSense. A empresa está por trás do desenvolvimento do sensor do Kinect e é uma das responsáveis pela revolução pós-touchscreen que começou nos games. Entre os principais clientes da PrimeSense está a fabricante taiwanesa Asus, para quem desenvolveu um aparelho chamado Xtion. Equipado com câmeras e sensores, o Xtion funciona conectado a qualquer PC ou notebook e pode ser usado para controlar jogos, navegar por filmes e sites. “A revolução das interfaces começou do teclado para o mouse. Foi do mouse para o toque e, em breve, vai do toque para os gestos”, diz Dagan. A fabricante de processadores Intel também está atenta ao futuro póstouch. Em julho, comprou a startup israelense Omek, desenvolvedora do software Omek Grasp, capaz de ler 22

articulações da mão e seus movimentos. Logo o programa será incorporado aos lançamentos da companhia. A Intel trabalha ainda com a empresa belga Softkinetic no projeto Perceptual Computing, uma webcam equipada com sensores infravermelhos capazes de reconhecer gestos e até expressões faciais. “Dependemos de os desenvolvedores utilizarem a tecnologia para criar novas aplicações”, diz Juliano Alves, gerente da área de software da Intel Brasil. Com essa tecnologia, no futuro as senhas poderão ser substituídas por reconhecimento facial. INFO experimentou o Perceptual

vedores a criar programas com a tecnologia. Um dos projetos é o Unicon, criado pelo engenheiro Leonardo Cassuriaga para facilitar o atendimento médico a pacientes surdos-mudos. O software capta os gestos para ler sinais em libras e traduzi-los em formato de texto. A intenção é melhorar a comunicação entre médicos e pacientes com a deficiência. Se o Perceptual decolar, a expectativa da Intel é que a próxima geração de ultrabooks venha de fábrica com a capacidade de interação por gestos. O usuário escolherá a maneira como vai interagir com seu computador. “Da mesma forma que jogos e

A intenção dos fabricantes é deixar para o usuário a escolha da melhor maneira de interagir com seu computador. Ele poderá usar o mouse ou as mãos

Computing. O aparelho impressiona, mas ainda não exibe a mesm a pr e c i s ão do L e ap Mot ion . Suas maiores desvantagens em relação ao concorrente, entretanto, estão na falta de aplicações e de uma loja online, como a Airspace. Na tentativa de acelerar a inovação, a Intel lançou um concurso internacional, chamado Perceptual Challenge, que estimula desenvol-

aplicativos funcionam bem por reconhecimento de gestos, outras operações exigem o uso do mouse e do teclado”, diz Juliano Alves, da Intel. “Uma tecnologia não exclui a outra.” O touchscreen não deve perder espaço. Não parece nada confortável passar 100% do tempo com os braços suspensos, navegando pela internet com gestos no ar. Para alguns usos específicos, como jogos, mapas e aplicações didáticas, o comando por gestos pode ser uma solução mais intuitiva. O aumento do número de programas adaptados a esse tipo de interface é questão de tempo, dizem os especialistas. Se o mundo pós-touch vai chegar logo à sua casa é outra história. ↙

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M E QU ER QU ELES TIRARAM SUAS IDEIAS DO PAPEL PEDINDO DOAÇÕES EM SITES DE CROWDFUNDING. CRIARAM IMPRESSORA 3D, JOGOS, APLICATIVOS, HISTÓRIA EM QUADRINHOS, PEÇA DE TEATRO, SHOWS E ATÉ AÇÕES SOCIAIS. O QUE VOCÊ ESTÁ ESPERANDO PARA FINANCIAR SEU SONHO TAMBÉM?

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≥ POR RODRIGO BRANCATELLI ≥ FOTOS THOMAS SUSEMIHL

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ILUSTRADORES UNIDOS Ricardo Gimenes levantou 21 729 reais para fazer um aplicativo de design para iPad

FÃ E PATROCINADOR O guitarrista Digão e o baixista Canisso, da banda Raimundos, conseguiram 55 mil reais em uma semana para gravar um disco

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RUMO A YALE Bárbara Cruvinel, 18 anos, levantou quase 54 mil reais para cursar física na Yale University, nos Estados Unidos

HISTÓRIA EM QUADRINHOS O desenhista Marcati recebeu ajuda de 185 fãs para juntar 15 mil reais e lançar uma coletânea de seus trabalhos

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QUATRO HORAS, VINTE E OITO MINUTOS E TRINTA SEGUNDOS DA TARDE DE SÁBADO, 10 de agosto. É um bocado difícil determinar o momento exato em que o sonho se transforma em algo tangível, quando a ideia ganha forma. Mas, para o publicitário Ivan Reis, esse estranho momento teve data e hora bem definidas. Paulistano de 41 anos apaixonado por histórias em quadrinhos desde janeiro de 1985, quando comprou a edição número 7 do gibi Heróis em Ação, Reis registrou o acontecimento com uma palavra e um emoticon, num e-mail para 436 pessoas: “CONSEGUIMOS! :D” Naquele segundo tão pontual, Ivan Reis comemorava com todos os que doaram um valor de 20 a 500 reais num site de financiamento colaborativo para a confecção de um livro de 220 páginas com ilustrações de super-heróis e personagens de

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HQs. Projeto que partiu de um sonho dele, mas que aquelas 436 pessoas começaram também a partilhar com a mesma intensidade. Os 34 mil reais necessários para a empreitada foram arrecadados em pouco mais de um mês, valor é suficiente para comprar um carro Palio zero-quilômetro. “É bastante, né? Fiquei impressionado. Assumo que passei os últimos dias muito ansioso, checando quem dava dinheiro, olhando mais vezes do que era saudável”, diz Reis. “Mas é ótimo saber que o projeto no qual tanto acredito conseguiu mobilizar tanta gente.” Os 14 caracteres da mensagem de Ivan Reis resumem perfeitamente a mudança que os projetos de financiamento colaborativos pela internet, conhecidos como crowdfunding (do inglês crowd, de multidão, e funding, de financiamento), podem causar na forma como pensamos e criamos produtos, filmes, músicas, livros, peças de teatro, jogos, aplicativos, ações sociais e o que mais de criativo surgir na

cabeça das pessoas. Uma pesquisa feita pela empresa de consultoria Deloitte aponta que 3 bilhões de dólares serão arrecadados em 2013 nos mais de 300 sites de crowdfunding que existem pelo mundo, como o Kickstarter.com, o Indiegogo.com e o brasileiro Catarse.me. Em 2011, esse valor foi de 1,5 bilhão de dólares, a metade. “Chegamos a um modelo no qual todas as pessoas são de alguma forma importantes”, afirma Scott Steinberg, presidente da consultoria TechSavvy Global e autor do livro The Crowdfunding Bible. “É uma revolução na forma como tecnologias, produtos e empresários são avaliados. Não sabemos o que sairá disso daqui a cinco anos, mas é difícil imaginar agora um futuro sem o crowdfunding.”

DA CRISE GLOBAL SURGE A VAQUINHA GLOBAL A mecânica por trás do crowdfunding é até um tantinho simples. Primeiro, o autor de uma ideia criativa mostra sua proposta em uma plataforma online e diz quanto quer captar para tirar aquele projeto do papel. Internautas que se interessam fazem as doações. Cada um dá o que quer e, em troca, o dono da ideia oferece diferentes recompensas. O site fica com uma fatia do capital repassado, algo que gira na casa dos 5%, e caso o projeto não atinja a meta, o dinheiro dos que apostaram é devolvido.

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Assim, apesar de o crowdfunding ser um negócio novo, que prosperou a partir de 2009, centenas de cineastas já conseguiram produzir seus filmes, músicos gravaram discos e fizeram shows, estudantes financiaram suas graduações, cientistas bancaram projetos e designers criaram produtos. Vale tudo, desde que seja inovador ou tenha um forte apelo emocional e afetivo: um smartwatch, por exemplo, arrecadou mais de 10 milhões de dólares, enquanto um game para Android levantou 8,6 milhões de dólares e um aparentemente simples jogo de tabuleiro conseguiu 240 mil dólares.

capital de risco quebraram e as alternativas de investimento online se tornaram realmente atraentes. No Brasil, ao menos 12 milhões de reais foram levantados nos 30 sites de crowdfunding que operam por aqui. Isso coloca o país no quinto lugar entre os que mais possuem sites de financiamento colaborativo, atrás de Estados Unidos, Reino Unido, Holanda e França. “O sucesso acontece porque a ligação não é direta com a compra, com o consumo, mas com as ideias”, diz o administrador de empresas Diego Reeberg, um dos fundadores do Catarse, que já colocou de

Bárbara Cruvinel, 18 anos, sonhava em estudar fora. Gravou um vídeo com sua história e arrecadou 54 mil reais de doadores. Hoje estuda física em Yale

O crowdfunding funciona como um imenso showroom, onde as pessoas podem votar com seu cartão de crédito nos projetos que realmente desejam que deem certo. O Kickstarter, referência no assunto, já levantou 762 milhões de dólares nos últimos três anos em 47,5 mil projetos bemsucedidos. Desse total, enquanto 5 335 iniciativas pediram menos de mil dólares, exatos 44 empreendedores conseguiram arrecadar mais de 1 milhão de dólares cada, algo inimaginável até a crise global de 2008, quando fundos de

pé 637 projetos. “No ano passado, tivemos 300 mil reais de faturamento, agora devemos fechar com 800 mil reais. Ainda há muita coisa interessante para ser feita, principalmente na área social, com iniciativas que lidam com demandas da sociedade.”

DO GENOMA DO MEXILHÃO AO CURSO EM YALE Analisar os projetos que já foram financiados pelo crowdfunding ajuda a entender como é possível conseguir dinheiro na rede e até onde o financiamento colaborativo pode chegar. Levantamento feito por INFO nos cinco principais sites brasileiros mostra que 8% das iniciativas eram de cunho social, pedagógico, educacional ou

científico, como plantar mudas em uma praça de São Paulo, financiar uma ONG em Salvador ou até mesmo um biólogo do Rio de Janeiro que arrematou 40 736 reais para sequenciar o genoma do Limnoperna fortunei, nome científico do mexilhão-dourado. Apesar de ainda parecer tímidas, as iniciativas sociais foram as que mais cresceram nos últimos 12 meses, principalmente com o aparecimento de plataformas como Benfeitoria.com e Estudarfora.org.br. Enquanto você lê esta reportagem, Bárbara Cruvinel Santiago, 18 anos, está resolvendo os primeiros problemas do curso de introdução avançada à física da Yale University, uma das mais renomadas instituições de ensino dos Estados Unidos. Ela só conseguiu realizar o sonho de estudar fora graças aos 53 982 reais arrecadados pelo site da Fundação Estudar. Medalhista em torneios nacionais e internacionais de astronomia, astronáutica e matemática, Bárbara conquistou, com seu forte sotaque do interior de São Paulo, o coração (e a carteira) de seus financiadores falando em um vídeo de 1 minuto e 50 seg undos: “O son ho da minha vida é estudar física nos Estados Unidos”. Deu certo. No dia 17 de agosto, Bárbara embarcou para a cidade de New Haven, em Connecticut, enquanto sua mãe já estava sem lágrimas, de tanto chorar de orgulho. “Nos últimos dias, ela entrava todo dia no meu quarto aos prantos”, diz Bárbara. “Mas minha mãe sabe que sempre foi meu maior sonho, então é um choro feliz.”

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UM NOVO NEGÓCIO Rodrigo Rodrigues da Silva montou uma linha de produção de impressoras 3D com 30 mil reais levantados no Catarse

QUERO SER ARTISTA Estudante de audiovisual, Larissa Siriani conseguiu 7 mil reais para produzir um curta-metragem

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MERCADO DE NICHO Mateus Bagatini obteve 10 mil reais para criar uma prateleira de design para bicicletas

ROLÊ PELO MUNDO Com 25 mil arrecadados, Natália Garcia viajou para 12 cidades para estudar boas práticas de urbanismo

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A estudante faz questão de frisar que o que vem volta. Ela assinou uma espécie de compromisso moral para devolver todo o dinheiro que foi arrecadado em até 20 anos, para financiar os estudos de outros alunos. “É gratificante pensar que vou ajudar outro aluno da minha idade daqui a alguns anos. Acho que é minha obrigação”, diz Bárbara.

COMO PAGAR POR SEU FILME, PEÇA OU HQ Quase 75% dos projetos financiados até hoje no país são artísticos. E dos mais variados tipos. Larissa Siriani, 21 anos, estudante de audiovisual, usou o crowdfunding para bancar os 5,5 mil reais necessários para concluir um curta-metragem de 25 minutos chamado Isso Não É um GuardaChuva. Para isso, montou uma página no Catarse explicando a história do filme e colocou um inusitado vídeo (bota inusitado nisso), de pouco mais de 3 minutos, no qual fala sobre Mona Lisa, Romero Britto, Picasso e 300 latas de coliformes fecais do artista conceitual italiano Piero Manzoni. Resultado: 93 apoiadores doaram 7 025 reais, bem mais que o planejado. “Estudei muito antes de colocar a página no ar”, afirma Larissa, que terminou as gravações do curta-metragem no fim de agosto. “Percebi que o vídeo de abertura é essencial, porque as pessoas não têm paciência para ler tudo. Aí gastei um bom tempo bolando o roteiro, para não ser chato e didático. Ainda foi essencial pensar nas recompensas, para motivar os colaboradores. O nosso projeto tinha desde a possibilidade de colocar o nome nos créditos, por 10 reais, até um pacote de 500 reais que incluía pôster, DVD, camiseta, bloco de anotações e o direito de

participar do sorteio do bonsai personalizado utilizado nas filmagens.” Projetos audiovisuais são os mais atraentes, até por já contar com uma base de fãs ou por ser mais fácil mostrar o objetivo da ideia. Para transformar a série de TV Veronica Mars em um filme de Hollywood, por exemplo, o Kickstarter bateu todos os recordes. Em apenas 12 horas, atingiu 2 milhões de dólares. No fim, foram levantados 5,7 milhões por 91 585 pessoas de 21 países, incluindo o Brasil. “Os sites de crowd funding são perfeitos para obras artísticas autorais que demonstrem uma paixão por trás do projeto”, diz Carolina Albuquerque, que no início de julho levantou 8 mil reais para fazer uma peça de teatro chamada Maria. “Quanto mais pessoal e íntimo você for, maior a chance de chamar a atenção em meio a tanto ruído na internet.” Para bancar projetos assim, o segredo é tentar entender quem é seu público e quem poderia concretizar seu sonho. “Você precisa assumir o lado independente e autoral, sem ter pé no comercial, sem pensar no lucro, e assim procurar seu nicho”, diz Marcatti, ícone dos quadrinhos brasileiros que marcou os anos 80, com seu estilo escatológico, em revistas como Mijo, Lôdo, Chiclete com Banana e Casseta & Planeta. Há três meses, ele teve a ideia de produzir uma coletânea especial, intitulada Cropólitos, na qual pretendia resgatar 28 histórias publicadas de 1986 a 1992. A intenção era fazer apenas 500 exemplares e, para isso, seriam necessários 8 370 reais.

PARA NÃO ERRAR

QUATRO PERGUNTAS ESSENCIAIS ANTES DE COMEÇAR UM PROJETO

>> 1 _A IdeIA é mesmO bOA? Faça uma pesquisa para ver os projetos de sucesso e os que não despertaram atenção. Analise o que diferencia sua iniciativa. É bom ter algo para exibir, como um protótipo do produto ou cenas de um game que quer lançar. As melhores campanhas no Kickstarter e no Catarse são as que têm o que mostrar. >> 2 _O prOjetO pOde ser mOstrAdO de FOrmA sImples? Comunicar bem é essencial. É preciso contar uma boa história, que remeta a uma jornada e que inspire, a ponto de fazer um doador se envolver. Escolha um bom nome, um logotipo e um design diferenciado. A página de crowdfunding deve ser simples, mas com título criativo e gramática impecável. Pense num discurso de 20 segundos para vender a ideia, com o essencial na abertura. >> 3 _Quem vAI cOmprAr A IdeIA? Entenda o público. Amigos e parentes ajudam, mas, segundo o Catarse, representam no máximo 60% das doações. Se a ideia é criar um game, aposte em canais para gamers. Divulgue até o último suspiro do prazo. Boa parte das doações aparece na última semana. >> 4 _A recOmpeNsA é bOA? Vale a pena bolar diferentes recompensas para os doadores. Comece com algo para quem doa até 30 reais, como adesivos ou broches. Vá aumentando de acordo com os valores. Quanto mais exclusivo, melhor. Se o projeto é de um filme, inclua uma visita ao set. As melhores recompensas são as criativas.

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“Consegui 15 mil reais. Foi impressionante ver como há uma base de fãs de quadrinhos que estão a fim de bancar suas ideias mais malucas, desde que você demonstre como aquilo pode ser especial”, diz Marcatti. Para motivar ainda mais os possíveis doadores, Marcatti deu uma atenção redobrada às recompensas. Se por 45 reais era possível levar o livro, dois fãs desembolsaram 800 reais para ganhar um exemplar numerado e assinado, ilustrações originais a nanquim, pôster 3D emoldurado, estatueta em resina e uma página original de uma das HQs publicadas no livro, com certificado de autenticidade. “Nunca conseguiria ter esse projeto bancado por uma editora, porque ela não ganharia dinheiro”, diz Marcatti. “No crowdfunding, consigo unir pessoas que têm o mesmo gosto. E não estou só vendendo algo. Estou dizendo: ‘Eu quero fazer isso. Se você gosta, me apoie’. E dá certo.”

espécie de bote salva-vidas para uma indústria em profunda transformação. Talvez o melhor exemplo dessa revolução seja a banda Raimundos, maior grupo de rock brasileiro dos anos 90, com mais de 3 milhões de discos vendidos. O próximo álbum, no entanto, vai vender apenas 3 mil unidades. E é isso mesmo que eles queriam ao optar pelo crowdfunding. O total pedido foi 55 mil reais para gravar o disco nos Estados Unidos com o produtor Billy Graziadei, líder da banda Biohazard. Em uma semana, o grupo já havia superado a marca. Serão prensados exatamente 3 mil CDs,

“Pesquisamos muito para fazer o crowdfunding, pensamos nas contrapartidas, mas sem colocar opções demais para não confundir. O financiamento coletivo é como uma compra antecipada. E o CD é um suvenir. O fã está pagando porque quer se sentir parte, quer que a gente seja o Raimundos de sempre. É uma nova etapa, e parece excitante”, diz Digão.

CRIE UMA NOVA EMPRESA Para quem sonha em montar uma pequena empresa ou negócio, essa nova etapa também pode representar uma mudança de paradigma, já

Os sites de crowdfunding são uma boa opção para testar ideias e levantar o investimento inicial. Se aprovado, o projeto pode se transformar em empresa

EU QUERO O VINIL Até mesmo grandes projetos culturais já começam a sair do papel com o crowdfunding, principalmente quando se trata de música. O site Queremos.com.br, por exemplo, um dos pioneiros a usar o financiamento coletivo para trazer artistas internacionais para o Brasil, começou em 2010 organizando uma espécie de “vaquinha” online para shows de bandas como o LCD Soundsystem e o Vampire Weekend. Cinquenta shows depois, a empresa virou case de sucesso e rodou o mundo em eventos de tecnologia, como o TechCrunch San Francisco e o Futures of Entertainment MIT, nos Estados Unidos. Para as bandas, também é uma oportunidade de criar vínculo ainda mais direto com os fãs, uma

distribuídos aos que contribuíram. “Acabou esse negócio de gravadora. Não vale mais a pena. Agora a gente fala diretamente com o fã, como em uma conversa mesmo, e consegue ouvir o que ele tem a dizer”, diz Digão, guitarrista e vocalista da banda. Diversas recompensas foram pensadas para motivar os doadores, de 10 reais (que permitia o download antecipado do álbum) a 5 mil reais (que incluía álbum autografado, vinil exclusivo, camiseta e ingresso para shows, além de pulseirinha de backstage com direito a todos os shows do Raimundos em 2014).

que possibilita o teste de conceito e a criação de produtos que nunca seriam incentivados pelo capital de risco de grandes investidores. É o caso do game Soul Gambler, do estúdio Mgaia, de Bauru (interior de São Paulo). Em um mês no Kickstarter, obteve 5 831 dólares. O jogo já está disponível no site soulgambler.com. Ou do aplicativo Vectorlooza, criado pelo designer Ricardo Gimenes para facilitar o trabalho de ilustradores no iPad. Exatos 21 729 reais foram levantados no Catarse. “Os doadores acreditaram em mim”, diz Gimenes.

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PIMP MY VIDEO UM BOM VÍDEO É MEIO CAMINHO PARA O SUCESSO

Não é preciso ser Steven Spielberg, mas um bom vídeo é essencial para uma campanha de crowdfunding. Segundo o Kickstarter, 60% dos projetos com vídeos são bem-sucedidos. A taxa de sucesso para quem não aposta em vídeo cai para 25%. No Indiegogo, as campanhas com vídeo ganham 115% mais dinheiro. Veja aqui como fazer um bom vídeo para sua campanha.

>> 1 _Planeje Com atenção Faça um storyboard e mostre aos amigos. Os melhores vídeos no Kickstarter e no Catarse têm de 2 a 4 minutos e usam quase sempre a mesma estrutura: um resumo da vida da pessoa, a história do projeto, por que ela quer tanto realizá-lo e quais as recompensas para quem participa. >> 2 _USe o qUe tem à diSPoSição Não tem uma câmera HD ou uma ilha de edição? Use seu smartphone ou a webcam. Vários sites ensinam como tirar o máximo da câmera do celular e usar editores de vídeo online. Mas lembre-se: quanto melhor a qualidade, maior a chance de sucesso. >> 3 _moStre PerSonalidade As pessoas não estão financiando apenas o seu projeto, elas estão apostando em você. Portanto, é essencial que você apareça no vídeo. Isso ajuda a criar um elo de confiança.

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>> 4 _Sente-Se direito Postura é tudo. Não mexa demais braços e mãos e nunca imite um rapper. Fale com calma e não use gírias. Seja afetuoso. >> 5 _ComeCe bem Os 10 primeiros segundos são vitais. Seja criativo e pense em como fisgar a atenção com uma história comovente ou engraçada. Vale a dica do século 19 dada pelo escritor inglês Charles Reade: “Faça-os rir, faça-os chorar, faça-os esperar”. >> 6 _USe “nóS”, nUnCa “eU” Em vez de dizer “Eu preciso da sua ajuda”, diga “Nós podemos fazer isso”. Seja inclusivo, mostre que a pessoa do outro lado da tela é importante para o projeto. >> 7 _Prefira imagenS e gráfiCoS ColoridoS Se você já tem imagens do projeto, mostreas. Também vale criar gráficos, de preferência bem coloridos, em tons como amarelo, laranja e vermelho, que chamam mais a atenção. >> 8 _agradeça! Um muito obrigado é obrigatório. Quanto mais você mostrar apreço pela doação, maior a chance de alguém financiar o projeto. Exemplos: “Obrigado pela atenção e por ter visto meu vídeo”; “Temos apenas cinco semanas para levantar 3 mil reais, e é importante que você nos ajude. Muito obrigado por transformar nosso sonho em realidade”.

No crowdfunding dá até para sonhar mais alto. Rodrigo Rodrigues da Silva, 26 anos, formado em engenharia da computação, por exemplo, tirou do papel uma linha de produção de impressoras 3D com 30 mil reais levantados no Catarse. “Foi o pontapé inicial para abrir um negócio”, afirma. Já os designers Mateus Bagatini e Camila Dias queriam algo mais específico: uma prateleira bonita para segurar uma bicicleta na parede. Outras 134 pessoas desejavam a mesma coisa e, assim, uma boa ideia virou uma empresa. “O importante é criar vínculos, divulgar muito no Facebook, para encontrar essas pessoas que gostam das mesmas coisas que você”, diz Bagatini. “A gente já colocou dinheiro em outros projetos que têm a ver com bicicleta e cicloativistas.” Uma des s as i n ic iat ivas em que a dupla de designers investiu é o Cidades para as Pessoas, rede de conteúdo criada pela jornalista Natália Garcia para estudar soluções urbanas. Com 25 785 reais arrecadados em doações, Natália viajou para 12 destinos a fim de estudar como tornar uma cidade melhor para seus habitantes. “Do mesmo jeito que me ajudaram, eu já doei para iniciativas em que acredito”, diz Natália. “Você participa porque também divide aquele sonho. Em tempo: enquanto você lia esta reportagem, o que pode ter levado cerca de meia hora, pelo menos três novos projetos foram postados no Kickstarter, Indiegogo e Catarse, e 200 mil dólares terão sido arrecadados. Como a taxa de sucesso das iniciativas é de 44%, pelo menos um empreendedor logo deverá postar para os seus doadores mais um “CONSEGUIMOS! :D”. ↙

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SUA CASA INTELIGENTE

Que tal controlar com o smartphone as luzes, as cortinas, o home theater e os eletrodomésticos? isso já é possível sem Quebra-Quebra e com custo menor. veja aQui como automatizar sua casa ≥ POR AIRTON LOPES

ILUSTRAÇÕES EVANDRO BERTOL

Às 7 horas, junto com os primeiros acordes de uma canção de Norah Jones que sai do som ambiente, as cortinas se abrem para despertar o advogado Waldemar Mariz, 33 anos. Antes de sair para o escritório, Mariz saca o smartphone e apaga de uma só vez todas as lâmpadas de seu loft de 85 metros quadrados nos Jardins, na zona sul de São Paulo. Ao voltar para casa, no fim do dia, o clima é acolhedor. O ar-condicionado na temperatura certa é acionado ainda no caminho, pelo celular. No iPad, Mariz só precisa tocar uma vez na tela para alterar a iluminação e ativar os aparelhos de áudio e vídeo que criam o cenário para uma noite relaxante. Ele só precisa decidir que filme assistir no home theater com projetor suspenso. Assim como fez Mariz, tem sido cada vez mais comum o investimento para automatizar a casa com eletrônicos inteligentes, que gerenciam as funções e oferecem comodidade. Pesquisa da Associação Brasileira de Automação Residencial (Aureside) aponta que cresceu 35%, no último ano, o número de imóveis com algum tipo de interação para o controle de iluminação, cortinas, fechaduras eletrônicas ou câmeras de monitoramento. Esses recursos estão em 300 mil lares, número que deverá chegar a 1,5 milhão em 2015.

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Estudo da Motorola Mobility com 9 mil pessoas em 16 países reforça a tendência. Entre os brasileiros, 78% disseram ter interesse em automação residencial. Mas 37% afirmam que ainda precisam ser convencidos da boa relação entre custo e benefício antes de decidir investir em um projeto de casa inteligente. A preocupação é compreensível. O conceito de automação sempre esteve associado a altos custos. Mas isso mudou. “Nos últimos cinco anos, o custo para automatizar uma casa caiu pela metade”, diz o engenheiro José Roberto Muratori, diretor da Aureside. O valor varia de acordo com o tamanho do imóvel, as necessidades do morador e o grau de sofisticação. “Cada projeto é único”, afirma André Bicudo, diretor da Scenario, empresa de automação localizada em São Carlos, no interior de São Paulo. Há, porém, uma estimativa que parece ser consenso: o investimento na automatização total de uma residência equivale a cerca de 5% do valor do imóvel.

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“Os projetos mais procurados estão na faixa de 20 mil reais”, diz Eduardo Medeiros, diretor de automação da Disac. Com 10 mil reais e sem dor de cabeça com obras é possível levar para o smartphone ou para o tablet o comando da iluminação de salas de jantar, de estar e de TV, de duas cortinas, de ar-condicionado e de todos os equipamentos de áudio e de vídeo do home theater, além de monitorar imagens geradas por duas câmeras. Uma vantagem apontada pelos moradores de casas automatizadas é a versatilidade da iluminação. “Consigo ter uma iluminação com a intensidade adequada e monto os cenários com facilidade”, diz Eduardo Nascimento, 43 anos, administrador de empresas, que mora em um apartamento de 230 metros quadrados, em São Paulo, com a mulher e os filhos de 3 e 10 anos. “Durante uma viagem, vi pelo iPhone que tinha esquecido uma luz acesa e pude apagá-la.” Para o empresário Cassio Simões, 34 anos, uma das grandes comodidades da automação é não se preocupar com as chaves. A porta de entrada de seu apartamento em São Paulo tem fechadura com reconhecimento de impressão digital. Acima dela, uma câmera faz o papel de olho mágico. Como os equipamentos estão conectados ao sistema de automação, Simões não precisa estar em casa para abrir a porta. “Já liberei pela internet a entrada de amigos”, diz Simões. Foi o próprio empresário quem automatizou o imóvel de 130 metros quadrados que divide com a mulher e os quatro gatos. “Gastei 17 mil reais, a maior parte no sistema de iluminação.” Assim como cortinas, ar-condicionado e aparelhos de som e vídeo, a chopeira foi automatizada. “Se decido no meio do dia chamar os amigos para beber em casa à noite, consigo ligá-la remotamente e ter o chope no ponto quando as visitas chegarem”, afirma Simões. Apesar de o smartphone e o tablet ganharem o status de controle remoto universal da casa, não são eles o cérebro de uma residência tech. “O mais importante é o aparelho que integra os elementos da

ABRA O FOLDER e veja como funciona uma casa high-tech

Com 10 mil reais é possível levar para o smartphone o comando de luzes, cortinas, equipamentos de áudio e vídeo e duas câmeras casa”, diz Muratori, referindo-se à central de automação. É ela que faz o papel do controlador principal, se comunica com todos os equipamentos e armazena programações que vinculam múltiplas ações em sistemas diferentes a um único comando. A conexão da central com o roteador da casa permite exibir em aplicativos para tablet e smartphone com Android e iOS o status dos sistemas da residência e receber comandos enviados pela rede Wi-Fi local ou pela internet. A parte mais complexa é a comunicação da central com os módulos de acionamento espalhados pela casa e ligados aos equipamentos, que pode ser feita com soluções com ou sem fio. Na parte de iluminação, especialmente em imóveis em construção ou reforma, as soluções cabeadas prevalecem. Mas a integração com módulos wireless para outras tarefas é cada vez mais comum. “Os sistemas mistos são os de melhor relação entre custo e benefício”, diz Daniel Lima, diretor da Avantime. Para quem quer tornar a casa inteligente sem quebra-quebra, as soluções de automação wireless, como as da Control4 e da Fibaro, são interessantes. Pequenos módulos wireless são instalados dentro das caixas dos interruptores de luz e conectados a cortinas motorizadas, sensores e equipamentos elétricos, além de emissores de infravermelho. Os módulos se comunicam com a central e também entre si em uma arquitetura de rede ponto a ponto baseada nos protocolos ZigBee, no caso da Control4, e Z-Wave, na Fibaro. Uma vantagem da automação wireless é a portabilidade. “Ela vira um patrimônio que o morador leva para a casa nova quando muda”, diz Vinicius Bastos, diretor da Munddo, distribuidora Fibaro. Veja, nas próximas páginas, os itens que podem ser integrados a um sistema de automação residencial e uma seleção de eletrônicos para uma casa inteligente.

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É PAU? É PEDRA? Braço do robô ZRR reconhece e separa resíduos de construção

UM JEITO INTELIGENTE DE RECICLAR

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robô criado pela zenroboticS uSa inteligência artificial para reconhecer e Separar lixo de conStrução ≥ POR FERNANDO VALEIKA DE BARROS, DE HELSINQUE

m um dia de agosto deste ano, a movimentação de braços mecânicos é intensa na Baetsen, empresa de reciclagem de Eindhoven, no sul da Holanda. Ao longo da esteira, um robô de 11 toneladas vasculha detritos e, mais importante, reconhece o que vai separar. Numa cadência de 4 segundos a cada operação, o robô ZRR identifica e separa metais, madeiras e pedras, distribuindo-os, ordenadamente, em caçambas colocadas ao lado. A maior parte dos detritos pesa de 1 a 2 quilos. Mas alguns podem chegar a 10 quilos. “Apostamos em uma solução do futuro”, afirma o holandês Peter Lamers, diretor da Baetsen. A empresa processa por ano cerca de 800 mil toneladas de restos de demolição. É um trabalho tão penoso que o problema da Baetsen era a altíssima rotatividade de seus 58 operários. “Agora os robôs fazem o serviço sujo, sem cansaço, e de uma forma muito esperta, com 95% de exatidão”, diz o finlandês Tuomas Lukka, CTO e diretor de pesquisa da ZenRobotics, em uma sala totalmente branca no escritório da companhia, no centro de Helsinque. Considerando que no começo das operações, no início de

E

abril, o índice de acerto era de cerca de 40%, dá para dizer que essa máquina aprendeu bem rápido. Um cérebro mecânico muito desenvolvido coordena o trabalho dos robôs ZRR (sigla para ZenRobotics Recycler) na tarefa de apanhar metal, pedra, madeira e plástico e colocar no recipiente correspondente. O cérebro é alimentado por dados e estatísticas, que chegam por escâneres com raios infravermelhos, espectrômetros, detectores de metais e câmeras. PROGRAMADO PARA reconhecer a composição dos detritos em fração de segundo, o robô seleciona o que é útil com base em dados atualizados por seu processador. Hoje, a produtividade de um robô ZRR é de 2,5 mil objetos por hora, quase sem falhas. “Se bem programados, eles nunca esquecem nada”, diz Lamers. “Se a pinça do braço mecânico bater em um objeto errado, os sensores identificam a falha. Da mesma forma que nós aprendemos, desde pequenos, a não encostar a mão em uma vela acesa, os robôs aprendem a evitar o que provoca danos.” Essa habilidade de reagir aos impulsos explica por que, na comparação com outros robôs, o ZRR é uma máquina mais sofisticada. “Para as operações de apanhar resíduos de construção, a cada escolha o caminho percorrido pelo braço do robô é diferente. Para executar a tarefa, que muda de acordo com a forma e o tipo

de material, é necessário um sistema complexo, capaz de analisar dados trazidos por seus vários sensores.” O trunfo do ZRR é um cérebro que coordena a fusão desses sensores. Ou seja, a máquina tem capacidade não só de processar os dados como também de decidir o que fazer com os detritos que passam sobre a esteira. As opções são deixá-los seguir adiante ou apanhá-los e colocá-los nas respectivas caçambas. Para avaliar cada pedaço, esse sistema de fusão de sensores usa uma variedade de tecnologias, incluindo a análise de peso e densidade, a digitalização tridimensional, a avaliação tátil e a análise do espectrômetro, sensor que mede a quantidade de luz refletida por materiais diferentes. Reconhecido o objeto, o cérebro decide o que fazer. Comandos são, então, emitidos para o braço robótico. Na maioria dos países, o trabalho de separar lixo de construção é feito por homens, em condições de risco. Para chegar a seu robô reciclador, a ZenRobotics reuniu um time formado por gente muito inteligente. Dos 29 funcionários, um terço tem doutorado. O pulo do gato deles foi melhorar a capacidade de análise dos sensores e criar um algoritmo que imita a função do cerebelo e do córtex. “No corpo humano, eles são responsáveis pelo planejamento e pela coordenação dos movimentos. Adaptamos isso às máquinas”, afirma Lukka. “Agora vamos colocar mais inteligência artificial.” ↙ Setembro 2013 INFO

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Fora do eixo rio-São Paulo, uma comunidade de jovenS inovadoreS começa a Se deStacar. eleS Fundaram o movimento San Pedro valley, que eStá tranSFormando Belo Horizonte em um Polo PromiSSor Para o emPreendedoriSmo no PaíS

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o ditado popular que mineiro come quieto. A expressão define quem vai aos poucos conseguindo o que quer, sem fazer alarde, e encaixa-se com perfeição para descrever um grupo de Belo Horizonte que cresce ano a ano. São os empreendedores da San Pedro Valley, comunidade que começou no bairro de São Pedro, na região centro-sul, e se espalhou por toda a capital mineira. Mesmo sem os grandes investidores e os eventos que consolidaram São Paulo e Rio de Janeiro como polos importantes do empreendedorismo digital, os mineiros estão conquistando fama internacional. A revista britânica The Economist publicou, em abril, uma reportagem sobre a cidade. Em julho, uma emissora belga de TV gravou ali um especial sobre empreendedorismo. Nos últimos três anos, a San Pedro Valley foi citada em mais de uma dezena de sites especializados dos Estados Unidos. Mas, afinal, o que tem essa comunidade de tão especial? Para começar, Belo Horizonte sedia alguns dos melhores cursos de computação do Brasil, em escolas como a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e a Pontifícia

Universidade Católica (PUC/MG). O Google escolheu a cidade como sede de seu único centro de pesquisas da América Latina. Há oito anos, a empresa comprou a startup de buscas Akwan e transformou o time mineiro na base de suas operações no país. Os talentos são uma peça importante da equação. “Em Belo Horizonte, existe realmente uma comunidade empreendedora”, disse a INFO o israelense Roi Carthy, sócio da empresa de investimento Initial Capital. “No Rio e em São Paulo, as pessoas se conhecem, mas só se falam em eventos. Em Minas, o encontro acontece o tempo todo, e até nas ruas”, afirma Carthy. Ou no bar. Reuniões no boteco Ponto de Encontro, localizado na movimentada avenida do Contorno, estão se tornando comuns.

“Aqui organizamos muitos eventos por conta própria”, diz Diego Gomes, 28 anos, um dos fundadores da Rock Content. Criada há dois anos para desenvolver estratégias de marketing e conteúdo para blogs institucionais, a empresa mudou em julho para a casa vizinha ao PDE, como o boteco é conhecido. O novo imóvel é parte da expansão da startup, que recebeu 500 mil reais em duas rodadas de investimentos. Quem chega à Rock Content é recebido com guaraná e paçoca em uma sala com videogame e mesa de sinuca com tampo para pingue-pongue. “No quintal, organizamos happy hours, mas nem sempre tivemos tanto espaço”, diz Gomes. Em 2011, a Rock Content dividia uma sala de menos de 8 metros quadrados com a Hotmart, e-commerce de produtos digitais, como e-books e aulas em vídeo, que atualmente faz parte do Grupo Buscapé. A sala ficava em um prédio comercial no bairro de São Pedro, daí a origem do nome San Pedro Valley. “Começou como piada. Estávamos na padaria e vimos que algumas startups tinham se instalado aqui”, diz João Pedro Resende, 31 anos, engenheiro de computação formado pela PUC e um dos fundadores do Hotmart. O trocadilho com o Vale do Silício pegou e deu origem a um site.

Em Belo Horizonte, os empreendedores digitais formam uma comunidade unida e ativa, que se ajuda e cobra iniciativas do governo

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Aída Dias Oh!Minas

Daniel Falci Cucco

André Fonseca Dito

O publicitário Matt Montenegro, 27 anos, fundador da Beved, colocou a página no ar. “A ideia era incluir todo mundo que estivesse fazendo algo legal em BH”, diz Montenegro. O site sanpedrovalley.com foi desenhado em forma de mapa, onde startups aparecem como pontos coloridos. Hoje, são quase 100 espalhadas por toda a capital. A Beved fica no bairro Castelo, na casa de seu fundador. A plataforma que vende vagas em aulas presenciais e online é a segunda empreitada de Montenegro. Ou terceira, dependendo do ponto de vista. “Tive outra start up, mas desde pequeno tento criar meu negócio. Brinco que vendia na es-

cola a pizza que sobrava em casa”, afirma Montenegro. Com mais de 12 mil usuários cadastrados, a Beved em breve precisará de novo escritório. E a busca começará por São Pedro. ARBORIZADO E DE FÁCIL acesso, o bairro é bastante procurado não só pela combinação de prédios residenciais e comerciais com restaurantes mas pela comunidade que se formou ali. Há alguns meses, Daniel Falci e seus sócios na Cucco mudaram-se para uma sala no mesmo pré-

dio em que funcionava a Hotmart. O site de agendamento online tem mais de 3 mil usuários, que marcam de consultas médicas a horários na manicure. “É ótimo estar próximo de outras empresas. Melhoramos nossa est ratég ia de market ing durante um almoço com a Rock Content, por exemplo”, diz Falci. A maioria dos empreendedores locais tem uma história parecida para contar. “Passei meses buscando uma solução de pagamentos e encontrei em uma conversa na happy hour”, afirma Leandro Faria, da ProcureIt. A startup desenvolve sistemas para empresas gerirem suas compras e encontrar novos fornecedores.

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Mateus Lana S10i

Leandro Faria ProcureIt

Tomテ。s Duarte TrackSale

Joテ」o Drummond Gat Tecnologia

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A geografia de Belo Horizonte, cidade menor e com menos trânsito do que São Paulo ou Rio de Janeiro, ajuda a manter o contato, assim como a cultura local, que valoriza o receber em casa. “Em BH, as pessoas são mais abertas”, afirma Gustavo Caetano, 32 anos, que se tornou um dos principais nomes do empreendedorismo brasileiro. Em 2004, Caetano fundou a Sambatech, hoje a maior plataforma de gestão e distribuição de vídeos da América Latina, com clientes como a TV Globo. Com o sucesso alcançado, a startup ganhou uma empresa irmã que trabalha com anúncios, a SambaAds, e fez parceria com uma multinacional para criar a AdstreamSamba, star t up de soluções tec nológ icas para o mercado publicitário. “GUSTAVO É UMA GRANDE referência e sempre encontra tempo para conversar com os empreendedores”, diz André Fonseca, 28 anos, da Dito, empresa que desenvolve aplicativos em redes sociais e estratégias de engajamento para marcas. Para a Ingresso.com, a Dito criou um app para comprar entradas no Facebook e convidar amigos para o cinema. Com 18 funcionários, a startup tem faturamento anual estimado em 2 milhões de reais. “Belo Horizonte está virando um celeiro de boas startups, e percebemos que é mais fácil chamar a atenção para a cidade do que individualmente”, afirma Caetano. Por isso, a Sambatech está sempre aberta para quem precisa marcar uma entrevista ou reunião.

O MAPA DA INOVAÇÃO

AS STARTUPS DE SAN PEDRO VALLEY SE ESPALHARAM POR BELO HORIZONTE

UFMG

Samba Tech S10i Cidade Nova

Conj. Celso Machado Caiçaras

Concórdia

Carlos Prates Parque Eustáquio Santa Efigênia

Zahpee

Dito

Hotmart Gutierrez

Gat Tecnologia

Tracksale Cucco

O escritório da empresa tem salas grandes, sem divisórias, e mesas lotadas de bonecos e adesivos geeks. A área de descanso, com sinuca, pebolim e videogame, é disputada na hora do almoço para os já tradicionais campeonatos de Fifa. A empresa ocupa a cobertura do primeiro prédio do polo BH Tech, parque tecnológico de Belo Horizonte. O condomínio fica no terreno da UFMG e abriga empresas ligadas à inovação tecnológica. “Há um interesse cada vez maior dos alunos em startups”, disse a INFO Jussara Almeida, coordenadora da graduação no Departamento de Ciência da Computação. “É ótimo ter mais startups por perto”, diz Mateus Lana, formado em engenharia e aluno de sistemas de informação. Há dois anos, Lana, seu irmão gêmeo e outros dois sócios foram aprovados na Inova, incubadora de empresas da UFMG. Sua start-

Sympla

São Pedro Oh! Minas

up, a S10i, desenvolve soluções para o mercado financeiro. “Algoritmos comandam grande parte das operações em bolsas de valores”, diz Lana, explicando por que optou pela área. Além da S10i, ele é um dos criadores da cachaça João Andante. A produção artesanal de 200 garrafas por mês rendeu problemas com uma famosa fabricante de uísque, que viu no nome uma tentativa de plágio. “Sempre levo uma garrafa nos eventos. Ninguém esquece o cara da cachaça”, afirma Lana. A maneira mais rápida de combinar encontros na comunidade mineira é com o aplicativo WhatsApp. Ali as discussões da San Pedro Valley envolvem mais de 30 pessoas.

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Matt Montenegro Beved

Ivan Moura Campos Zahpee

“É uma troca constante de informações e problemas”, diz Rodrigo Cartacho, fundador da Sympla, plataforma de venda de ingressos e inscrição para eventos. Aos 32 anos, Cartacho passou a última década fora do Brasil. Teve sete empresas, entre elas um albergue em Barcelona, e morou em Budapeste até voltar para Minas. A startup fundada com o irmão e um sócio argentino vendeu, em 2012, mais de 1 milhão de reais em ingressos. Seu escritório ocupa duas salas de um prédio na avenida do Contorno, a alguns quarteirões da Rock Content. “Temos ainda dois desenvolvedores em Honduras e uma área de mobile na Argentina. É uma equipe internacional, mas com toque mineiro”, diz Cartacho, enquanto oferece pão de queijo. A comida é parte fundamental do ecossistema local. Além do famoso

pão de queijo, doce de leite, compotas e queijos fazem a fama do estado. Pensando nisso, um grupo de empreendedores criou o Oh!Minas, clube de assinatura e e-commerce de petiscos, bebidas e artesanato local. AO ASSINAR UM PACOTE, o cliente recebe todo mês cinco produtos variados. “Tem muita gente com vontade de empreender, mas sem saber o que fazer”, afirma Aída Dias, 22 anos, aluna da UFMG e uma das fundadoras do clube. “No nosso caso, começamos com o clube de assinatura e depois montamos a venda avulsa com a ajuda do Tomás”, diz. Tomás Duarte, 27 anos, é apontando como a pessoa mais mul-

titarefa de San Pedro Valley. Sócio do e-commerce Oh!Minas, ele estuda direito, é pai de uma garotinha de 1 ano e 7 meses e toca a TrackSale, startup que gerencia o pós-venda de lojas virtuais. “Analisamos o sentimento de clientes. As pessoas respondem a pesquisas de satisfação e ganham cupons de desconto para novas compras”, diz Duarte. Envolver-se em várias atividades é comum entre os empreendedores mineiros. Em agosto, muitos ajudaram a organizar uma maratona de programação. “O objetivo era redesenhar nosso site, com uma área de oportunidades de emprego e outra de comunicação com a imprensa”, diz João Drummond, 25 anos, da Gat Tecnologia. A startup tem 450 clientes que usam seu soft ware de gestão. Além do hackaton, em setembro ocorrerá em BH, pela primeira

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vez, o evento internacional Startup Weekend. Com toda essa movimentação, os empreendedores chamaram a atenção do governo estadual. Em julho, o governo de Minas lançou o Startups and Entrepreneurship Ecosystem Development (Seed). O programa selecionará 80 ideias, de 2013 a 2014, para receber mentoria e capital semente de 44 mil reais. “O projeto é consequência do movimento do San Pedro Valley. É uma forma de ajudar o que já está acontecendo”, disse a INFO André Barrence, presidente do Escritório de Prioridades Estratégicas, ligado ao governo estadual. Inspirado em outros programas internacionais, como o Startup Chile, o Seed aceitará inscrições de pes soas de todo o mundo. “Nosso objetivo é transformar Minas no maior polo de empreendedorismo tecnológico da América Latina”, diz. Investir em startups faz parte de um projeto maior de tentar diversificar a economia do estado, hoje baseada no agronegócio e em mineração e serviços. Neste ano, o governo fez parceria com o Media Lab do Massachusetts Institute of Technology (MIT) para aplicar no estado um projeto chamado Product Space. “Trata-se de um método desenvolvido para o cenário econômico global, que mostra o que cada país produz e o que poderia produzir”, diz Evaldo Vilela, secretário adjunto de Ciência e Tecnologia do estado. Com base no conceito de big data, o projeto utiliza enorme quantidade de informação para indicar também quais profissionais serão

PESQUISA DE PONTA O Google premiou, no mês de julho, projetos de pesquisa brasileiros com bolsas de estudos que somaram mais de 300 mil dólares. O Research Grant Program apoia alunos de doutorado e, em sua primeira edição no Brasil, selecionou cinco vencedores, três deles da Universidade Federal de Minas Gerais. “Nosso critério foi a qualidade dos trabalhos”, diz Berthier Ribeiro Neto, engenheirochefe do Google para a América Latina e um dos fundadores da Akwan, startup adquirida há oito anos pelo Google. “Há uma concentração de pesquisa com o tema web na UFMG, mas o país precisa de mais estudos nessa área”, afirma Ribeiro Neto. Conheça os três projetos mineiros selecionados pelo Google. Audiência do futuro Programa capaz de dizer quantas visualizações terá um vídeo no YouTube. Em testes, melhorou 25% a previsão de popularidade dos vídeos. Sentimentos sociais Algoritmo que analisa os sentimentos em redes sociais pela forma como as mensagens se espalham, e não pelo seu conteúdo. Avaliação da web Com parâmetros como links externos, referências e organização do texto, robôs medem a qualidade do conteúdo de qualquer site.

necessários para as mudanças e que faculdades precisam ser criadas. “O Product Space também está ligado às startups, pois pode apontar áreas estratégicas para empreendedores e investidores”, afirma Ivan Moura Campos, um dos membros da comitiva que foi Media Lab do MIT. Aos 69 anos, Moura Campos já participou de vários momentos do ecossistema digital mineiro. Como professor da UFMG, ajudou a fundar o Departamento de Ciência da Computação e foi um dos criadores da Akwan, empresa comprada pelo Google. Hoje, é conselheiro da Sambatech e fundou a Zahpee, startup de mineração de dados em redes sociais. “Tenho filhos de antigos alunos trabalhando comigo”, afirma. “BH tem um ambiente muito bom para as startups. Todo o branding do nome ajuda. Hoje, San Pedro Valley é uma marca.” Belo Horizonte segue outras cidades que usaram a analogia com o Vale do Silício para se fortalecer no empreendedorismo. É o caso do Chilicon Valley, em Santiago, no Chile, que inspirou o programa mineiro Seed. BH tem ainda tudo para se espelhar em outro grande polo de startups. “Acho que em Minas acontecerá o mesmo que se deu em Israel. A parte de pesquisa e desenvolvimento fica no país, mas os negócios são feitos em Nova York”, diz Roi Carthy, da Initial Capital. “BH ficará com a pesquisa, mas as equipes comerciais devem ir a São Paulo ou ao Rio.” A Sambatech já tem um escritório em São Paulo. Leandro Faria, da ProcureIt, e João Pedro, da Hotmart, vivem no aeroporto. Mas as sedes das empresas continuam na San Pedro Valley, que vai conquistando seu espaço no cenário nacional do empreendedorismo. Isso sem muito alarde. ↙

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NA MÃO Ao contrário do Kinect, a inclinação do sensor não é automática

2,5

metros

4,7 cm

É a distância ideal entre o Xtion e o jogador

8 cm

3,8 cm

DE BRAÇOS ABERTOS Controle reconhece gestos para comandar games no Windows 7 ≥ POR CAUÃ TABORDA CONTROLE PARA GAMES

Xtion / ASUS É inevitável comparar o controle Xtion, da Asus, com o Kinect, da Microsoft.

Além do design similar, ficam na mesma faixa de preço. A diferença é que o Asus tem um ecossistema próprio de aplicativos. Para tirar proveito dos games e do navegador comandado por gestos, o controle acompanha três jogos em CD. Há uma loja de aplicativos na qual o usuário precisa criar uma conta e vincular seu perfil ao PayPal. É necessário autorizar o serviço a realizar débitos de até mil reais em sua conta, inclusive para fazer o download de conteúdo grátis. A loja oferece 13 games e três aplicativos. O Xtion requer uma distância mínima para funcionar. Com monitores pequenos, a diversão fica prejudicada. O uso ideal é feito com o computador conectado à TV. Por causa do software que o gerencia, o gadget não é dos mais precisos e a adaptação aos comandos também não é instantânea. Depois de aprender como funciona, é só diversão.

NOTAS

Impecável 10,0 9,0 a 9,9 Ótimo

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8,0 a 8,9 7,0 a 7,9

Muito bom Bom

6,0 a 6,9 5,0 a 5,9

Médio Regular

4,0 a 4,9 3,0 a 3,9

Fraco Muito fraco

8,0 x 4,7 x 3,8 cm / Conexão: USB 2.0 / 212 g / Compatível com PCs com Windows 7 e XP AVALIAÇÃO TÉCNICA: 7,6 CUSTO/BENEFÍCIO: 6,7

/ R$ 699

2,0 a 2,9 1,0 a 1,9

Ruim Bomba

0,0 a 0,9

Lixo

Veja os critérios de avaliação em: info.abril.com.br/reviews/notas/

FOTOS RAFAEL EVANGELISTA EDIÇÃO DE IMAGEM EDSON MINORU ILUSTRAÇÕES EVANDRO BERTOL

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PERGUNTE O QUE QUISER

12,9 cm

O Moto X reconhece a voz do dono e aciona uma série de comandos e funcionalidades até mesmo quando bloqueado ≥ POR CAUÃ TABORDA

6,5 cm

DO SEU JEITO Nos Estados Unidos, o Moto X pode ser personalizado

1,1 cm

Moto X

/ MOTOROL A Sem entrar na disputa por núcleos no processador ou por quantidade de memória, o novo smar tphone da Motorola pode atrair o consumidor com um recurso que encanta. Ele entende a voz do dono e executa tarefas mesmo quando desativado. Basta dizer “Ok, Google Now! Qual é a temperatura em São Paulo?” para que o aparelho seja ativado e informe a previsão do tempo. O assistente de voz faz ligações, lê mensagens SMS, faz contas e ativa a orientação do GPS. O chip responsável por essa função reconhece o timbre do usuário. Isso faz com que os comandos sejam atendidos mesmo com barulho, além de evitar que outra pessoa use o smartphone. Nos testes do INFOlab, o recurso funcionou sem engasgos na orientação de trânsito, em ligações e para ajudar a dividir a conta do bar. A interface do Android é praticamente pura, com modificações simples, como uma barra de acesso rápido na central de notificações. A ativação da câmera é feita com um giro rápido do aparelho, ótimo para não perder nenhuma cena.

ESC O

SMARTPHONE O EDITO AD R LH

NA PONTA DA LÍNGUA NHO TAMA REAL

Respostas precisas

Para fazer ligações, o Moto X reconhece até nomes complicados

4G LTE / Android 4.2.2 / Snapdragon S4 Pro Krait 1,7 GHz dual core / 16 GB / Tela de 4,7” / Câmeras de 10 MP (1 080 p) e 2 MP (1 080 p) / 133 g / 14h08min de bateria(1) AVALIAÇÃO TÉCNICA: 8,7 CUSTO/BENEFÍCIO: 7,4

/ R$ 1 999

No trânsito, a orientação por voz evita tirar as mãos do volante

(1) Duração medida com o aparelho em chamada e com Wi-Fi e Bluetooth ativados Setembro 2013 INFO

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UM HÍBRIDO SEGURO ME L

Com bom design, o Helix tem desempenho e funcionalidades de segurança até para o ambiente corporativo ≥ POR CAUÃ TABORDA COM VELOCIDADE As duas portas USB da dock são do padrão 3.0, mas a do tablet é da geração anterior

R DESIGN HO

1,2 cm

18,7 cm

FULL HD A tela do Helix tem ótimo brilho e resolução de 1 920 por 1 080 pixels

29,8 cm

ULTRABOOK HÍBRIDO

ThinkPad Helix / LENOVO Apostar em um híbrido entre tablet e notebook pode parecer pouco produtivo para uma empresa. Mas o Helix mostra que é possível oferecer alto desempenho e conforto nos dois mundos. Feito com ligas de alumínio e de magnésio, este Lenovo é pesado para um tablet, mas, quando conectado à dock com teclado, torna-se um ultrabook interessante. Com conexões USB 3.0, saída de vídeo e uma bateria extra, a dock oferece um sistema de encaixe prático. A digitação também é confortável. Com um hardware forte, o híbrido roda Windows 8 com facilidade, mesmo em tarefas complexas, como ao carregar um programa de edição de imagem ou jogos. Para as necessidades corporativas de segurança, o Helix conta com criptografia avançada. Tanto desempenho em um espaço reduzido traz uma desvantagem: o tablet aquece com o uso prolongado. 86 / INFO Setembro 2013

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Tela de 11,6” touchscreen / Intel Core i5-3427U 1,8GHz / 4 GB / SSD de 128 GB / Vídeo onboard / 1,7 kg e 840 g (modo tablet) / Windows 8 / 2h58min e 5h48min (modo tablet) de bateria(1) AVALIAÇÃO TÉCNICA: 8,3 CUSTO/BENEFÍCIO: 6,9

/ R$ 5 999

Duração de bateria medida com o software Battery Eater e o notebook com o Wi-Fi ligado, tela com o máximo de brilho e perfil de alto desempenho no Windows, sem permitir o desligamento de componentes (modo laptop) e com a reprodução de vídeo em 720p (modo tablet).

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FOTOGRAFA E FAZ LIGAÇÃO

12,5 cm

Esta câmera empresta as características do Galaxy S4 Mini e funciona também como um smartphone ≥ POR LEONARDO VERAS

6,3 cm

2,7 cm

CÂMERA

Galaxy S4 Zoom / SAMSUNG Se o objetivo é compartilhar as fotos de uma viagem antes de voltar para casa, o Galaxy S4 Zoom é imbatível. Por um lado, ele é melhor que todos os outros celulares em qualidade de imagem e versatilidade, graças a uma lente com zoom de 10x e a um sistema de estabilização óptica. Por outro, a presença de Wi-Fi, Bluetooth, 3G e chamadas de voz garantem superioridade em comunicação sobre qualquer câmera. O S4 Zoom pode fazer boas fotos, acertar qualquer defeito com um aplicativo de edição de imagens e enviar o resultado final para a internet sem um computador. Mas para um smartphone, sua configuração com base em um chip de dois núcleos é mediana e a ausência de LTE faz falta ao lidar com imagens online. O S4 Zoom também é escorregadio demais para ser empunhado confortavelmente como uma câmera. A falta de controles manuais é outro ponto que pode decepcionar fotógrafos experientes.

3,5G (HSPA+) / Android 4.2.2 / Exynos 4112 Cortex A9 1,5 GHz dual core / 8 GB / Tela de 4,3” / Câmeras de 16 MP (1080p) e 0,9 MP (720p) / 207 g / 15h48min AVALIAÇÃO TÉCNICA: 7,7 CUSTO/BENEFÍCIO: 7,0

/ R$ 1 699

FALTA DE ESPAÇO Os botões capacitivos atrapalham na hora de segurar o Zoom como uma câmera

DIGA XIS! O aplicativo de fotografia reconhece comandos de voz em português

NOKIA 808 Este smartphone também conta com uma poderosa câmera

Com tecnologia PureView, registra imagens de até 41 megapixels, mas não oferece zoom óptico

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ESTA É PARA PESADINHOS Com aro 26 e boa potência, a Ecostart eCycle é feita de aço carbono e suporta ciclistas de até 100 quilos

LIBERANDO ESPAÇO A bateria fica alojada abaixo do compartimento de carga

SEM FOLGA A Sense requer pedaladas o tempo todo

Portátil, a bicicleta elétrica Sense é confortável ao pedalar, mas seu motor só serve para ajudar nas subidas ≥ POR CAUÃ TABORDA

110 cm

FORÇA EXTRA NOS PEDAIS BICICLETA ELÉTRICA

Sense / EASY Diferentemente de outras bicicletas elétricas testadas pelo INFOlab, a Sense

não deixa de lado sua principal função: o pedalar. O motor serve de auxílio para as subidas ou para momentos de fadiga, mas não movimenta as rodas como em uma moto. Apesar de aliviar o esforço, o motor não consegue acompanhar ciclistas mais velozes. Em uma corrida mais rápida, o esforço é totalmente físico. No guidão há um controle para alternar entre três marchas. Um indicador LED com visual simples informa a velocidade e o nível da bateria. Para facilitar o transporte em um porta-malas, a bicicleta pode ser dobrada com facilidade. Mas o peso de 22,6 quilos não a torna prática para carregar. Para segurança há dois sinalizadores LED (frontal e traseiro), retrovisores e freios V-Brake. Sua autonomia poderia ser maior. A recarga completa da bateria durou 6 horas.

156 cm

64 cm

Aro 20 / Potência da bateria: 250 W / 1h17min de bateria / 3 marchas / 22,6 kg AVALIAÇÃO TÉCNICA: 7,6 CUSTO/BENEFÍCIO: 7,2

/ R$ 2 999

88 / INFO Setembro 2013

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PARA FOTÓGRAFOS EXIGENTES 6,6 cm

Com um corpo compacto, a nova câmera Coolpix surpreende pela qualidade das imagens, mas peca nos vídeos e pela falta de zoom ≥ POR LEONARDO VERAS

CÂMERA

Coolpix A / NIKON Câmera semiprofissional que encolheu até caber no bolso, a Coolpix A tem uma qualidade de imagem surpreendente. Com controles manuais típicos de uma DSLR, ela pode agradar a fotógrafos experientes e iniciantes. As fotos feitas durante os testes no INFOlab foram as melhores já gravadas por uma câmera compacta. As imagens se destacaram pelas cores equilibradas e pelo pouco ruído. A lente da Coolpix A foi projetada para captar os menores detalhes sem interferir na mobilidade da câmera. Mas esse tratamento especial demandou alguns sacrifícios: a lente é fixa e não tem zoom. Por outro lado, o ângulo de visão amplo da objetiva é bom para fotos de paisagem. Ela não é tão boa para vídeos e cenas movimentadas, por causa do autofoco lento e da ausência de um sistema de estabilização de imagem. Ela mostra seu lado de câmera avançada também nas conexões: há espaço para acessórios como flash, GPS e Wi-Fi.

11 cm

4 cm

16,2 MP / Lente fixa (18,5 mm) / Filma em 1 080p / LCD de 3” / 297 g AVALIAÇÃO TÉCNICA: 8,4 CUSTO/BENEFÍCIO: 7,2

/ R$ 5 999

AJUSTE FINO O foco da lente pode ser alterado manualmente, com um anel de controle, mesmo quando o sistema de autofoco está ativo

TRADIÇÃO O visual retrô da Coolpix A lembra a clássica FM2

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À PROVA DE DESASTRES

27 cm

Com um novo sistema de vapor, o ferro da Philips não queima a roupa quando esquecido por alguns minutos sobre o tecido ≥ POR CAUÃ TABORDA

36 cm

22 cm

EVOLUÇÃO Os ferros de passar começam a ter alta tecnologia, mas já foram alimentados por brasa de carvão

ESPAÇO Como a base para 2,2 litros de água é pesada, o cabo comprido permite que ela fique no chão

FERRO DE PASSAR

PerfectCare Aqua / PHILIPS WALITA União entre ferro de passar e vaporizador de água, o PerfectCare Aqua não queima a roupa quando deixado sobre o tecido. O responsável por essa façanha é o vapor. Não há a opção de desativar a função vapor e passar a roupa a seco. Por estar sempre irrigada, a superfície metálica não gruda no tecido. Nos testes do INFOlab, mantivemos o ferro por 2 minutos sobre uma roupa feita de poliéster e algodão. Mesmo com esse tempo exagerado, o ferro não deixou marcas. Uma camiseta de tecido DryFit, que não deve ser passada, ficou marcada após 1 minuto. O reservatório do ferro tem capacidade para 2 litros de água e a fabricante recomenda uma limpeza a cada dez usos. Um indicador LED na superfície do ferro indica quando o produto está pronto para uso. O aquecimento do ferro leva pouco mais de 3 minutos. Potência elétrica: 2 400 W / Reservatório de 2,2 litros / Pressão máxima: 4 bar / Cabo de 1,7 m / 4,5 kg (com a base, mas sem água) AVALIAÇÃO TÉCNICA: 9,0 CUSTO/BENEFÍCIO: 6,6

/ R$ 1 199

90 / INFO Setembro 2013

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PC E TV NA MESMA TELA O desktop da LG une computador e monitor na mesma peça e funciona como uma TV full HD de 23 polegadas ≥ POR AIRTON LOPES

WINDOWS 8 MAIS FÁCIL Com cobertura de vidro e suporte a gestos, o touchpad sem fio T650 (250 reais), da Logitech, facilita o uso do novo sistema da Microsoft em desktops

PC E TV JUNTOS No modo de tela dividida, o tamanho e a posição das janelas são escolhidos pelo usuário

40,1 cm

LUGAR DIFÍCIL As posições da webcam e do microfone não são as mais indicadas para videoconferências

DESKTOP

V320 / LG Em vez de acomodar o computador atrás da tela, como faz a maioria dos desktops

tudo em um, o V320 encontrou outra maneira de manter a elegância. Os componentes e as conexões ficam na pequena caixa retangular, que serve de base para o monitor. Nos testes, o desempenho do modelo foi o de um PC intermediário. Para quem não quer rodar jogos pesados, os 500 GB de espaço do HD acabam sendo um inconveniente mais significativo do que a falta de uma placa de vídeo integrada. O que torna o V320 especial é o fato de também funcionar como uma TV de 23 polegadas com resolução full HD e entrada HDMI para a conexão de Blu-ray player ou aparelho de TV por assinatura. Para quem gosta de trabalhar com dois monitores, a saída HDMI permite conectar uma segunda tela ao computador. O teclado e o mouse funcionam sem fios. A comunicação é feita por meio de um pequeno adaptador, que deve ser conectado a uma das portas USB na lateral da base. Ao todo, o V320 oferece seis portas USB, sendo duas no padrão 3.0.

53,3 cm

19,8 cm

Tela de 23” / Intel Core i5-3210M 2,5 GHz (Ivy Bridge) / 4 GB / HD de 500 GB / Vídeo onboard / DVD-RW / Wi-Fi, Bluetooth / Sintonizador de TV / Windows 8 AVALIAÇÃO TÉCNICA: 7,8 CUSTO/BENEFÍCIO: 7,2

/ R$ 2 599

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/ Radar CONTROLES

// FLIPERAMA EM CASA O controle para jogos Atrox traz para os games de luta do Xbox e dos PCs a experiência dos fliperamas. A Razer investiu na precisão das teclas e do controle. Mas o usuário precisa realizar movimentos corretos para obter o resultado desejado no game.

Ultrabooks

// Pavilion 14-B090BR HP Para quem abre mão do gravador de DVD, este modelo oferece configuração muito boa em um corpo mais fino do que o habitual de laptops de 14 polegadas. A capacidade do HD é um diferencial. O que deixa a desejar são as dimensões reduzidas do touchpad.

Especificações Tela de 14" / Intel Core i5-3317U 1,7 GHz (Ivy Bridge) / 6 GB / SSD de 32 GB + HD de 750 GB / Vídeo onboard / 1,8 kg / Windows 8 Pro / 1h27min de bateria(1) / R$ 2 599 AVALIAÇÃO INFOLAB

7,9

// Vaio T13 Touch Sony A diferença deste Vaio para um laptop comum é o display touchscreen, recurso que oferece mais agilidade para transitar no Windows 8. O desempenho do modelo é bom, mas é fácil achar ultrabooks similares mais leves e com mais espaço para arquivos.

Especificações Tela de 13,3” touchscreen / Intel Core i5-3317U 1,7 GHz (Ivy Bridge) / 4 GB / SSD de 32 GB + HD de 320 GB / Vídeo onboard / 1,7 kg / Windows 8 / 1h32min de bateria(1) / R$ 3 499 AVALIAÇÃO INFOLAB

7,8

// IdeaPad S400U Lenovo Especificações Compatível com Xbox 360 e PCs com Windows 8 / 1 alavanca circular gate de 8 posições / 10 botões / Turbo / USB [cabo de 4 m] / Saída P2 / 3,3 kg / R$ 899 AVALIAÇÃO INFOLAB

8,5

A configuração deste ultrabook de 14 polegadas da Lenovo segue o padrão intermediário da categoria. O que o destaca são a aparência, a leveza (1,6 quilo) e a qualidade do teclado e do touchpad. Nos testes, a autonomia de bateria foi ruim. Não tem Bluetooth.

Especificações Tela de 14” / Intel Core i5-3317U 1,7 GHz (Ivy Bridge) / 4 GB / SSD de 32 GB + HD de 500 GB / Vídeo onboard / 1,6 kg / Windows 8 / 58min de bateria(1) / R$ 1 999 AVALIAÇÃO INFOLAB

7,6

Ultrabooks híbridos

// Ativ Smart PC Pro Samsung

// CURVAS REALISTAS O volante Ferrari Vibration GT Cockpit 458 Italia Edition, da Thrustmaster, eleva a emoção dos corredores que jogam no Xbox 360 e no PC. Com pedais de freio e de acelerador, esse controle tem borboletas para a troca de marchas e botões idênticos aos do volante real da escuderia italiana. Para facilitar o transporte, a haste de sustentação pode ser dobrada.

Este híbrido é o melhor que já passou pelo INFOlab para ser usado como tablet. Destacando-se o teclado, seu peso cai para 900 gramas. O LCD pode ser explorado com os dedos ou com a caneta S Pen. Tem só uma USB 3.0.

Especificações Tela de 11,6" touchscreen / Intel Core i5-3317U 1,7 GHz (Ivy Bridge) / 4 GB / SSD de 128 GB / Vídeo onboard / 1,6 kg e 900 g (modo tablet) / Windows 8 / 2h22min de bateria(1) / R$ 4 199 AVALIAÇÃO INFOLAB

8,2

// Taichi 21 Asus Em vez de uma tela que gira 360 graus ou desliza, o modelo tem dois LCDs. O display externo é sensível ao toque. A solução é prática, só que o peso (1,3 quilo) não permite segurar o híbrido de forma confortável. O desempenho como ultrabook não empolga.

Especificações Tela frontal de 11,6" e traseira de 11,6" touchscreen / Intel Core i5-3317U 1,7 GHz (Ivy Bridge) / 4 GB / SSD de 128 GB / Vídeo onboard / 1,3 kg / Windows 8 / 1h25min de bateria(1) / R$ 5 699 AVALIAÇÃO INFOLAB

7,9

// Envy x2 HP Com este híbrido, você escolhe entre o dobro da autonomia como ultrabook ou a metade do peso como tablet. Ele tem tela sensível ao toque de 11,6 polegadas e teclado destacável. O acabamento é de primeira, mas o desempenho é de uma máquina básica.

Especificações Tela de 11,6" touchscreen / Intel Atom Z2760 1,8 GHz / 2 GB / SSD de 64 GB / Vídeo onboard / 1,4 kg e 700 g (modo tablet) / Windows 8 / 5h04min de bateria(1) / R$ 3 999 AVALIAÇÃO INFOLAB

7,7

// SlidePad LG Especificações Compatível com Xbox 360 e PC / USB (cabo de 2,7 m) / 10,5 kg / R$ 1 430 AVALIAÇÃO INFOLAB

7,9

94 / INFO Setembro 2013

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O principal atrativo deste híbrido em relação a seus concorrentes é o preço. Com boa duração de bateria, o SlidePad executa as tarefas básicas de um escritório sem grandes problemas. Compacto, também é dos mais leves em sua categoria.

Especificações Tela de 11,6” touchscreen / Intel Atom Z2760 1,8 GHz / 2 GB / SSD de 64 GB / Vídeo onboard / 1 kg / Windows 8 / 4h05min e 6h11min (modo tablet) de bateria(1) / R$ 2 499 AVALIAÇÃO INFOLAB

7,4

FOTOS RAFAEL EVANGELISTA (1) Duração de bateria medida com o software Battery Eater e o notebook com o Wi-Fi ligado, tela com o máximo de brilho e perfil de alto desempenho no Windows, sem permitir o desligamento de componentes (modo laptop) e com a reprodução de vídeo em 720p (modo tablet)

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Tablets

// iPad 4a Geração Apple O modelo mais recente do tablet da Apple com tela Retina Display (2 048 por 1 536 pixels) traz um processador mais veloz e um novo conector, menor do que o anterior. Nos testes, o maior ganho foi na duração da bateria.

Especificações Tela de 9,7” / A6X Cortex A9 1,4 GHz dual-core / 32 GB / 660 g / iOS 6 / 10h59min de bateria(1) / R$ 1 999 AVALIAÇÃO INFOLAB

9,2

// Galaxy Note 8 Samsung Com tela de 8 polegadas e chip de quatro núcleos, o modelo tem força e recursos para encarar tablets de qualquer tamanho. O display de 1 200 por 800 pixels apresenta qualidade visual e sensibilidade muito boas e aceita o toque da caneta S Pen.

Especificações Tela de 8" / Exynos 4412 Cortex A9 1,4 GHz quad-core / 16 GB + microSD / 336 g / Android 4.1 / 5h06min de bateria(1) / R$ 1 299 AVALIAÇÃO INFOLAB

8,5

// Latitude 10 Dell Além de executar os aplicativos que rodam em PCs com Windows 8, tem boa autonomia de bateria e recursos de segurança avançados, como leitor de impressão digital e software de criptografia. Mas peso e medidas do tablet são acima da média.

Especificações Tela de 10,1" / Intel Atom Z2760 1,8 GHz dual-core / 2 GB / 64 GB + SD / 3G / GPS / 726 g / Windows 8 / 7h54min de bateria(1) / R$ 2 599 AVALIAÇÃO INFOLAB

8,3

// Fonepad Asus Com tela de 7 polegadas, chip da Intel e Android, o Fonepad faz o trabalho do smartphone, inclusive para telefonar, e o do tablet com ótima autonomia. Ele responde aos comandos com agilidade, só engasgando ao lidar com elementos gráficos pesados na web.

Especificações Tela de 7" / Intel Atom Z2420 1,2 GHz / 16 GB + microSD / 3,5G (HSPA+) / 316 g / Android 4.1 / 7h22min de bateria(1) / R$ 1 099 AVALIAÇÃO INFOLAB

7,9

Fones de ouvido

// ATH-W5000 Raffinato AUDIO-TECHNICA

Para os dispostos a investir, este fone reproduz os graves com força e os agudos com muita clareza, equilíbrio e sem distorção. Tem acabamento em ébano japonês e couro de cabra. A haste também é confortável.

Especificações Formato over-the-ear / Headset / Conexão P10 / Cabo de 3 m / Sensibilidade: 102 dB/mW / Resposta em frequência: 5 – 45 000 Hz / 376 g / R$ 5 000 AVALIAÇÃO INFOLAB

8,6

// K619 Blue AKG Este fone foge do visual clássico dos modelos para DJs. Ele é mais compacto e, em vez do fio em espiral, vem com um extensor. Nos testes, agradou tanto nas batidas graves como nos sons com mais variedade de timbres. Só peca por pressionar demais as orelhas.

Especificações Formato on-ear / Headset / Conexão P2 (adaptador P10) / Cabo de 1,2 m e extensor de 1 m / Resposta em frequência: 16 – 24 000 Hz / Sensibilidade: 115 dB/mW / 211 g / R$ 399 AVALIAÇÃO INFOLAB

8,3

// HPH-PRO300 Yamaha A qualidade sonora deste fone está à altura do seu belo visual, inspirado nas motos de corrida. As faixas ouvidas nos testes apresentaram um equilíbrio de frequências muito bom. Apenas fãs de hip-hop podem fazer questão de graves mais profundos.

(1) Duração medida com a exibição de vídeo em 720p e com o Wi-Fi e o Bluetooth ativados

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Especificações Formato on-ear / Headset / Conexão P2 (adaptador P10) / Cabo de 1,2 m / Sensibilidade: 107 dB/mW / Resposta em frequência: 20 – 20 000 Hz / 200 g / R$ 999 AVALIAÇÃO INFOLAB

8,0

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/ Radar Smartphones

// Galaxy S4 Samsung A configuração exuberante, com chip quad-core, 4G, tela full HD, a câmera de 13 MP com recursos surpreendentes e a boa autonomia fazem do S4 o melhor Android. Sensores permitem rolar páginas com o olhar e com gestos no ar. A tampa traseira é de plástico.

Especificações 4G (LTE) / Android 4.2 / Snapdragon 600 Krait 1,9 GHz quad-core / 16 GB + microSD / Tela de 5” / Câmeras de 13 MP (1 080p) e 2 MP (1 080p) / 130 g / 20h22min de bateria(1) / R$ 2 499 AVALIAÇÃO INFOLAB

9,1

// Optimus G LG O modelo topo de linha da LG tem processador de quatro núcleos, tela de excelente qualidade e conexão 4G. A quantidade de memória, 32 GB, é muito boa, mas não há entrada para cartão. A câmera faz o disparo por comandos de voz.

Especificações 4G (LTE) / Android 4.1 / Snapdragon S4 Pro Krait 1,5 GHz quad-core / 32 GB / Tela de 4,7" / Câmeras de 13 MP (1 080p) e 1,3 MP (720p) / 145 g / 16h20min de bateria(1) / R$ 1 999 AVALIAÇÃO INFOLAB

8,4

// Q10 Blackberry Provando que os teclados físicos ainda não morreram, esse smartphone roda o BlackBerry OS 10 em uma tela apertada de 3 polegadas. Com um processador dual-core, não sentimos nenhum engasgo nos testes. Com 8 megapixels, a câmera faz boas fotos e vídeos.

Especificações 4G (LTE) / BlackBerry OS 10.1 / Snapdragon S4 Krait 1,5 GHz dual-core / 16 GB + microSD / Tela de 3,1” / Câmeras de 8 MP (1080p) e 2 MP (720p) / 135 g / 15h07min de bateria(1) / R$ 1 938 AVALIAÇÃO INFOLAB

8,2

// Galaxy Express Samsung

Especificações

A conexão 4G e a autonomia acima da média para um aparelho intermediário são seus pontos fortes. Nos testes, aguentou 16 horas e 27 minutos em modo de chamada. A câmera faz fotos satisfatórias, mas não filma em 1 080p.

4G (LTE) / Android 4.1 / Snapdragon S4 Krait 1,5 GHz dual-core / 8 GB + microSD / Tela de 4,5" / Câmeras de 5 MP (720p) e 0,3 MP (720p) / 139 g / 16h27min de bateria(1) / R$ 1 399 AVALIAÇÃO INFOLAB

8,0

// Lumia 820 Nokia A força e a variedade de conexões deste aparelho, que inclui 4G e NFC, são as mesmas do seu irmão mais completo, o Lumia 920. As diferenças mais evidentes entre eles estão na tela e na memória interna menores. Nos testes, a bateria decepcionou.

Especificações 4G (LTE) / Windows Phone 8 / Snapdragon S4 Krait 1,5 GHz dual-core / 8 GB + microSD / Tela de 4,3" / Câmeras de 8 MP (1080p) e 0,3 MP (VGA) / 159 g / 8h12min de bateria(1) / R$ 999 AVALIAÇÃO INFOLAB

7,8

Docks

// OnBeat Micro JBL Na medida para ocupar o criado-mudo, a OnBeat Micro é a primeira dock no Brasil com o conector Lightning, presente nos iGadgets mais novos. A potência sonora é modesta, mas a qualidade é admirável para seu porte. Funciona na tomada ou com pilhas.

Especificações 4 W de potência / Entradas: P2, USB / Compatível com iPod, iPhone e iPad (com conectores Lightning e de 30 pinos) / 400 g / 4 pilhas AAA (palito) / 4h56min de bateria / R$ 459 AVALIAÇÃO INFOLAB

7,9

// Original Radio Philips Esta dock traz o visual dos rádios clássicos da década de 1950 e um som com graves encorpados, boa definição e nível de distorção reduzido. Porém, fica devendo uma porta USB ou uma opção de conexão sem fio, como Bluetooth ou Wi-Fi.

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Especificações Potência não divulgada / Entradas: P2 / Compatível com iPod e iPhone (conector de 30 pinos) / 3,4 kg / R$ 1 199 AVALIAÇÃO INFOLAB

7,8

FOTOS RAFAEL EVANGELISTA (1) Duração medida com o aparelho em chamada e com Wi-Fi e Bluetooth ativados

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Caixa de som bluetooth

// Flip JBL Com Bluetooth e entrada P2, esta pequena caixa de som proporciona até duas horas de áudio com qualidade. Para um equipamento tão compacto, há uma incrível força dos graves e qualidade dos agudos. É ideal para pequenos ambientes.

// Caixa de Som Bluetooth DAZZ A potência do áudio desta caixa de som com nome genérico é superior à oferecida em laptops, mas, no modo Bluetooth, a qualidade torna-se apenas aceitável. É suficiente para reproduzir som ambiente em uma sala pequena.

Especificações 10 W de potência / Resposta em frequência: 150 – 20 000 KHz / Bluetooth / P2 / 350 g / 2h02min (modo Bluetooth) e 2h17min (modo P2) de bateria / R$ 499 AVALIAÇÃO INFOLAB

8,2

Especificações 6 W de potência / Resposta em frequência: 20 – 20 000 Hz / Viva-voz / Bluetooth / P2 / MicroUSB / 19 x 5,2 x 6,6 cm / 360 g / 2h24min (modo Bluetooth) e 7h26min (modo P2) de bateria / R$ 299 AVALIAÇÃO INFOLAB

6,9

Câmeras

// Alpha A99 Sony Oferece recursos avançados em uma interface intuitiva e bem organizada. A Alpha 99 conta com lentes intercambiáveis e um sistema de foco mais ágil, o que é especialmente útil no modo de disparo contínuo, indicado para registrar esportes, por exemplo.

Especificações 24,3 MP / Lentes intercambiáveis (não incluídas) / Filmagem em 1 080p / LCD de 3" / 814 g / R$ 7 199 AVALIAÇÃO INFOLAB

8,7

// Galaxy Camera Samsung

Traz recursos de smartphone, como chip quad-core, tela de 4,8 polegadas, Wi-Fi, 3,5G e sistema Android, para clicar, editar e compartilhar fotos feitas em 16,3 MP. O zoom é de 21x. Nos testes, foi lenta para salvar as imagens.

Especificações 16,3 MP / Zoom de 21x (4,1 – 86,1 mm) / Filma em 1 080p / LCD de 4,8" touchscreen / 4 GB + microSD / 3,5G (HSPA+), Wi-Fi, Bluetooth, GPS / 301 g / Android 4.1 / R$ 1 979 AVALIAÇÃO INFOLAB

8,0

// D5200 Nikon Com corpo compacto e leve, esta câmera é acessível a fotógrafos não profissionais. O sensor de 24,1 MP gera imagens definidas, com fidelidade de cores e boa tolerância a ruídos. Os vídeos são gravados em full HD em até 60 quadros por segundo.

Especificações 24,1 MP / Zoom de 3x (18 – 55 mm) / Filmagem em 1 080p / LCD de 3" / 552 g / R$ 2 548 AVALIAÇÃO INFOLAB

7,9

// EOS Rebel T4i Canon Sem abrir mão dos botões para a realização de ajustes manuais com rapidez, a Rebel T4i é a primeira da categoria a adotar um display touchscreen. O nível de detalhes das fotos feitas em 18 MP é muito bom. Os vídeos são gravados em 1 080p.

Especificações 18 MP / Zoom de 3x / 18 – 55 mm (28,8 – 88 mm eq.) / Filmagem em 1 080p / LCD de 3” touchscreen / 871 g / R$ 3 226 AVALIAÇÃO INFOLAB

7,9

// DMC-GF5 Panasonic Com tela sensível ao toque, esta câmera híbrida permite que o fotógrafo selecione os pontos de foco com um simples toque. Nos testes, a qualidade da imagem ficou acima da média, mas seu estabilizador óptico não lida bem com cenas noturnas.

Especificações 12,1 MP / Zoom de 3x (14 – 44 mm) / Filmagem em 1 080p / LCD de 3” / 265 g / R$ 1 900 AVALIAÇÃO INFOLAB

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INFORME PUBLICITÁRIO CADERNO

A TECNOLOGIA pOR TRáS DA Luz A preocupação em reduzir o consumo de energia faz as lâmpadas LED conquistarem mais espaço no mercado de iluminação

A

s lâmpadas elétricas incandescentes, originárias da tecnologia criada há mais de 130 anos por Thomas Edison, estão com os dias contados. Seguindo o caminho trilhado por vários países no mundo, o Brasil deverá banir totalmente esse tipo de lâmpada das prateleiras das lojas e supermercados a partir de 2017. Em seu lugar, cresce a oferta de opções baseadas em outras tecnologias mais efcientes do ponto de vista de aproveitamento energético – em particular, as fuorescentes e LEDs (sigla de Light Emitting Diode, ou diodo emissor de luz). De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Iluminação (Abilux), o volume de lâmpadas incandescentes comercializadas no país já diminuiu: de 300 milhões, em 2011,

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para 250 milhões (previsão para 2013). As vendas de lâmpadas fuorescentes, compactas e tubulares, permaneceram estáveis nesse mesmo período – na faixa de 200 milhões e 90 milhões, respectivamente. Por outro lado, o consumo de lâmpadas LED deve dobrar, segundo a entidade, de 250 000 para 500 000 unidades em 2013. Ainda é um número pequeno, se comparado ao volume dos outros tipos de lâmpada, mas a previsão da Abilux é que a aceitação dessa tecnologia pelo mercado brasileiro continue crescendo a taxas de mais de 30% ao ano. “Com a efciência subindo e os preços caindo, os produtos com LED tornam-se mais acessíveis e convenientes, apresentando

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retorno sobre o investimento em prazos mais curtos”, afrma Isac oizenblatt, diretor técnico da entidade. “Suas vantagens energéticas, estéticas e ambientais têm motivado a transformação do mercado de iluminação no mundo”, acrescenta.

DIFERENTES TECNOLOGIAS Para entender as vantagens a que se refere o diretor da Abilux, é preciso conhecer as tecnologias utilizadas pelos diferentes tipos de lâmpada para converter a energia elétrica em luz. No caso das incandescentes, a corrente elétrica passa por um flamento, em forma de espiral, que fca dentro de um recipiente de vidro que contém um gás inerte ou vácuo. Sua função é evitar que a lâmpada pegue fogo, uma vez que a passagem da corrente elétrica pelo flamento provoca um aquecimento altíssimo (até 3 000°C). Essa temperatura elevada faz o fo brilhar, gerando a luz. O problema é que a maior parte da energia elétrica consumida pela lâmpada incandescente é transformada em calor – apenas 5% vira luz. Em outras palavras, gasta mais eletricidade para produzir a mesma quantidade de luz (ou lúmen, como é medido o fuxo luminoso) que outros tipos de lâmpada. Por isso, sua efciência é considerada baixa: entre 12 e 16 lumens por watt. Já as lâmpadas fuorescentes possuem um tubo de vidro em forma de cilindro que é preenchido com um gás – em geral, vapor de mercúrio – a baixa pressão. O tubo de vidro é coberto por uma camada de pó fuorescente à base de fósforo que, quando excitado com radiação ultravioleta gerada pela ionização dos gases, produz luz visível. Em seu interior, também há flamentos semelhantes ao da lâmpada incandescente, porém com a função de eletrodo – responsável por seu preaquecimento e redução da tensão elétrica necessária à ionização. Comparado à incandescente, esse tipo de tecnologia apresenta melhor aproveitamento da energia

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elétrica consumida. Segundo a Abilux, a efciência de uma lâmpada fuorescente compacta é de 40 a 60 lumens por watt. Sua principal desvantagem está no uso de mercúrio, um elemento nocivo ao meio ambiente – que, por isso, precisa ser descartado corretamente.

MAIOR EFICIÊNCIA Em termos de eficiência, as lâmpadas LED são imbatíveis: geram de 80 a 140 lumens por watt, de acordo com a Abilux. O LED é um componente eletrônico semicondutor, baseado na mesma tecnologia dos chips de computador, que têm a propriedade de transformar energia elétrica em luz. Essa transformação é feita na matéria; por isso, é chamada de estado sólido. O diodo emissor de luz (LED) é um componente do tipo bipolar (tem um terminal ânodo e um cátodo) e, dependendo de como é polarizado, permite ou não a passagem de corrente elétrica – e a geração de luz, ou não. “Além da redução no consumo de energia, devido à sua alta efciência, as lâmpadas LED têm vida útil muito maior, são amigáveis ao meio ambiente e permitem controle de regulagem total da luz”, diz Isac oizenblatt. Ele destaca que a duração desse tipo de produto – de 15 000 a 35 000 horas – é outro ponto forte da tecnologia LED. Nas lâmpadas incandescentes, o tempo de vida varia entre 750 e 1 000 horas e, nas fuorescentes compactas, entre 6 000 e 12 000 horas. A grande barreira para a disseminação da tecnologia LED no Brasil ainda é o preço elevado dos produtos. “Mas os custos estão diminuindo e, dentro de três a cinco anos, as lâmpadas LED deverão entrar fortemente no mercado brasileiro, como já ocorreu em outros países”, aposta o diretor da Abilux.

ALívIO NO CONSuMO DE ENERGIA A iluminaçã artifcial representa 22% d c nsum de energia elétrica n mund . P r iss , tecn l gias que permitem reduzir esse c nsum em 50% u até 80% têm enc ntrad b a aceitaçã n mercad . É cas da chamada iluminaçã em estad sólid . Segund as estimativas, a tecn l gia LED h je resp nde p r cerca de 15% d mercad mundial de iluminaçã . Mas a previsã é chegar a 50% em 2015. N Brasil, a participaçã d LED n mercad de iluminaçã ainda é pequena: 5%. A expectativa, p rém, é de rápid cresciment n s próxim s an s. Medidas c m a p rtaria d g vern que restringe a c mercializaçã de lâmpadas incandescentes n país – que já tir u d mercad s pr dut s de 150 e 200 watts – sem dúvida, deverã c ntribuir para iss .

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fura-fila

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Esperar até uma hora por uma mesa no restaurante pode estragar o almoço de domingo. Ficar horas na loja da operadora de celular acaba com uma ida ao shopping. Para resolver problemas como esses os paulistas Rafael Lohn, 30 anos, e Rafael Aflalo, 27, criaram o FilaExpress, um serviço que libera o usuário para fazer outras coisas até a hora do atendimento. “A pessoa dá o número do telefone e vai embora. Na sua vez, recebe um SMS enviado pelo estabelecimento”, afirma Aflalo. Restaurantes em Porto Alegre e bares e shopping centers no interior de São Paulo utilizam o serviço que, por enquanto, só pode ser baixado pelos estabelecimentos. Em breve, uma versão do aplicativo permitirá que o cliente saiba, antes de sair de casa, qual local está com espera menor. “Queremos nossa solução em todo lugar onde há uma fila”, diz Lohn. “Quem sabe até nas intermináveis esperas dos serviços públicos.”

110 / INFO Agosto 2013 FOTO VITOR PICKERSGILL

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como Funciona a casa high -tEch

A TECNOLOGIA INVADE O LAR

comandos poR GEstos Com o aplicativo Mplay, as smartTVs da Samsung que aceitam comandos por gestos, como as da Série F8000 (de R$ 5 999 a R$ 12 999), também transformam os acenos do usuário para a TV em ordens para o sistema de automação produzido pela empresa Neocontrol.

EquipamEntos dE 75 a 65 mil rEais dEixam a rotina doméstica mais prática E divErtida

Com um tablet na mão, não é preciso levantar do sofá para comandar todas as luzes, a temperatura do ambiente e a diversão no home theater

CenTral De aUTomaÇÃo É o cérebro da casa inteligente. O equipamento permite que o sistema de iluminação e todos os dispositivos integrados se comuniquem por cabos ou conexões sem fio.

paRa sEntaR E RElaxaR A poltrona Relax Medic Prime (R$ 17 700) tem tela sensível ao toque para programar as ações de 32 airbags e quatro mecanismos massageadores giratórios que atuam da sola dos pés ao pescoço.

a EspElhovisão Quando desligada, a TV Smart Mirror fica invisível, atrás de um espelho. Da fabricante AGT Technologies, a TV pode ter de 7 a 82 polegadas e recursos como 3D, Wi-Fi e sistema Android. Preço sob consulta.

biG bRothER doméstico A câmera Wi-Fi D-Link DSC-942L (R$ 699) se destaca pela facilidade oferecida para acessar as imagens pela internet em computadores, tablets e smartphones. Ela não filma em HD e não se movimenta, mas tem visão noturna e grava as imagens em cartão de memória.

IlUmInaÇÃo Além de monitorar e acionar todas as lâmpadas da casa, o sistema permite a criação de cenas e combinações de luzes para diferentes situações e ambientes, como festas ou uma sessão de cinema.

paRa FalaR até Embaixo d’áGua

CorTInaS Acionador motorizado controla a abertura e ajuda a compor cenas programadas. Com o agendamento pela central de automação, é possível despertar com a luz do sol.

olhos na panEla E na tv

A cabine Roca Wellsuite (R$ 65 mil) tem ducha, sauna e nove jatos de hidromassagem comandados por um painel sensível ao toque. A trilha sonora vem de FM ou MP3. Para bater papo embaixo d’água, basta parear o smartphone por Bluetooth.

Os fãs de programas de culinária conseguem acompanhar com mais facilidade as dicas de Jamie Oliver e cia. com a coifa Falmec Vision (R$ 11 119). O aparelho traz embutido um LCD de 19 polegadas com entradas para TV a cabo, DVD player e PC.

ar-ConDICIonaDo Dá para ligar e ajustar a temperatura sem sair do sofá. Mas também tornar seu uso mais racional, impedindo o funcionamento com janelas abertas, por exemplo.

CÂmeraS Mesmo a quilômetros de distância, o dono da casa pode receber imagens em alta definição, alterar o campo de visão da câmera e conversar com as pessoas no local.

GEladEiRa com qR codE

Faxina Robotizada

Ao indicar prazos de validade e criar listas de compras na interface touchscreen da Brastemp Inverse Maxi (R$ 5 999), ela se torna uma aliada no gerenciamento dos itens. Avisa quais produtos estão para vencer e permite compartilhar listas de compras por QR codes e um aplicativo para smartphone.

Os donos do iRobot Roomba 650 (R$ 1 499) podem delegar a aspiração da casa para este robô, que funciona com hora marcada. Inteligente, ele desvia de obstáculos e tem sensores que o impedem de rolar pelas escadas.

quanto custa?

o invEstimEnto dEpEndE do tamanho do imóvEl E do grau dE soFisticação dos sistEmas. vEja o quE é possívEl FazEr com

EsquEça as chavEs mEdia cEntER na nuvEm Uma alternativa para montar um servidor de mídia e reproduzir vídeo e música por Wi-Fi em tablets, smartTVs e consoles sem precisar de um PC são os storages de rede. Por 885 reais, o Iomega EZ Media & Backup Center e o Lacie CloudBox oferecem 2 TB de espaço e permitem o acesso aos arquivos até longe de casa.

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Além de senha numérica e impressão digital, o reconhecimento facial substitui a chave na fechadura Dimep FaceLock (R$ 2 850). A iHouse Touchdoor (R$ 3 500) tem leitor biométrico e interface ethernet para a integração com o sistema de automação. Uma opção mais simples com reconhecimento de impressão digital é a Samsung SHS-5230 (R$ 1 880).

cozinha intERativa

r$ 10 mIl Automatizar duas cortinas • Ar-condicionado • • Iluminação do corredor e das salas de jantar, de estar e de TV • Controle universal para TV, Blu-ray e home theater Instalação de duas câmeras •

O forno de micro-ondas Electrolux i-Kitchen (R$ 1 299) traz 60 receitas apresentadas passo a passo. O único trabalho é ir adicionando os ingredientes sugeridos a cada etapa e confirmando pela tela sensível ao toque. A potência e o tempo de cozimento são programados automaticamente.

r$ 15 mIl Cinco cortinas • Ar-condicionado • Iluminação do corredor e das salas de jantar, de estar e de TV, além de dois quartos, escritório, cozinha e área de serviço • Controle universal para TV, Blu-ray e home theater • Storage para filmes e música • Instalação e monitoramento de seis câmeras

tudo sEm Fio

os projEtos dE automação podEm sEr basEados Em soluçõEs wirElEss

Infravermelho Para que o tablet opere equipamentos de áudio e vídeo, um dispositivo recebe pela rede os comandos e os retransmite por infravermelho a TVs e home theater. WI-fI Com a central de automação ligada ao roteador, o controle de todos os

sEm touch, poR FavoR aparelhos que integram o sistema passa a ser feito pelo smartphone ou tablet. Também dá para gerenciar o sistema remotamente pela internet usando o navegador de qualquer PC. ZIgBee, Z-Wave e rf São os protocolos de comunicação que, por meio de adaptadores, fazem a comunicação sem fio entre lâmpadas, sensores e acionadores motorizados e a central de comando.

adEus, toRnEiRa Exclusiva paRa GadGEts Com a tomada USB Pial Legrand Nereya (R$ 179), não é preciso um benjamim e um par de carregadores para energizar a bateria de dois smartphones ao mesmo tempo em uma única tomada. É só plugar os cabos nas saídas USB de 5 volts.

boa noitE, nFc As Sony SmartTags (R$ 75, pacote com quatro) servem para alterar configurações ou executar ações predeterminadas em smartphones com NFC com a simples aproximação do aparelho. Ao lado da cama, a SmartTag é útil para desativar o 3G e o Wi-Fi, colocar o smartphone no modo silencioso e ativar o despertador.

dublê dE bidê O assento eletrônico com superfície aquecida Deca Conforto (R$ 4 800) tem filtragem de odores e oferece jatos de água e de ar quente para limpar, massagear e secar. São 13 funções reguladas pelo painel ou controle remoto.

No chuveiro iHouse Smartshower (R$ 6 950), o ajuste da temperatura da água não é feito por tentativa e erro. Basta indicar pelo LCD a temperatura e a vazão de água desejadas e esperar uma voz avisar que o banho está no ponto. As preferências de três moradores ficam gravadas na memória.

Há equipamentos em que o ideal é não encostar os dedos, como as lixeiras. No modelo de 12 litros da Tramontina (R$ 314), a abertura da tampa é ativada por um sensor de proximidade.

REcEitas poR Wi-Fi O fogão Brastemp Ative! Smart Cook (R$ 4 599) se conecta ao smartphone e, com um app, faz o download de receitas para o forno elétrico (também há um a gás). O usuário seleciona uma delas no LCD e a programação de pré-aquecer, assar, gratinar e desligar é automática.

lavadoRa intEliGEntE Com a Brastemp Ative (R$ 2 409), ninguém erra a dose de sabão e amaciante. Quem faz a dosagem é a máquina, depois de calcular o peso das roupas no cesto. O único trabalho é escolher os ciclos de lavagem e manter abastecidos os reservatórios para os produtos.

8/28/13 11:51 PM


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