Revista Geração Sustentável - edição 32

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Editorial

Diretor Executivo

Pedro Salanek Filho pedro@geracaosustentavel.com.br Diretora Administrativa e Relações Corporativas

Giovanna de Paula

giovanna@geracaosustentavel.com.br

Veículo elétrico! Quando você terá um?

Projeto Gráfico e Direção de Arte

Marcelo Winck

marcelo@geracaosustentavel.com.br Conselho Editorial

Pedro Salanek Filho, Antenor Demeterco Neto, Ivan de Melo Dutra e Lenisse Isabel Buss Colaboraram nesta edição

Jornalistas: Bruna Robassa e Letícia Ferreira redacao@geracaosustentavel.com.br Revisora

Alessandra Domingues Assinaturas

assinatura@geracaosustentavel.com.br Fale conosco

contato@geracaosustentavel.com.br Impressão Gráfica Capital ISSN nº 1984-9699 A impressão da revista é realizada dentro do conceito de desenvolvimento limpo. O sistema de revelação das chapas é feito com recirculação e tratamento de efluentes. A revista é produzida com papel certificado. O resíduo das tintas da impressora é retirado em pano industrial lavável, que é tratado por uma lavanderia especializada. As latas de tintas vazias e as aparas de papel são encaminhadas para a reciclagem. Em todas as etapas de produção existe uma preocupação com os resíduos gerados.

Revista Geração Sustentável Publicada pela PSG Editora Ltda. CNPJ nº 08.290.966/0001-12 - Rua Bortolo Gusso, 577 - Curitiba - PR - Brasil - CEP: 81.110-200 Fone: (41) 3346-4541 / Fax: (41) 3092-5141

www.geracaosustentavel.com.br A revista Geração Sustentável é uma publicação bimestral independente e não se responsabiliza pelas opiniões emitidas em artigos ou colunas assinadas por entender que estes materiais são de responsabilidade de seus autores. A utilização, reprodução, apropriação, armazenamento de banco de dados, sob qualquer forma ou meio, dos textos, fotos e outras criações intelectuais da revista GERAÇÃO SUSTENTÁVEL são terminantemente proibidos sem autorização escrita dos titulares dos direitos autorais, exceto para fins didáticos. As fotos dessa edição recebem o crédito de divulgação. Tiragem da edição: 10.000 exemplares - 32ª Edição - março/abril - Ano 7 - 2013

As matérias destacadas com o selo "Parceria Geração Sustentável" referem-se à conteúdos elaborados em parceria com empresas ou instituições que possuem projetos socioambientais. Tanto a divulgação dos projetos quanto a distribuição dos exemplares são efetuadas de forma conjunta, pela revista e pela empresa mencionada

Esta edição trata de um tema que está ganhando espaço nas discussões sobre mobilidade urbana: os veículos elétricos. Ainda longe de ser realidade nas ruas do Brasil, mas “rodando” em alta velocidade para um futuro mercado promissor. Tratando-se de mobilidade com veículos elétricos, logo imaginamos os tradicionais carros adaptados com uma tração elétrica. Esses veículos, em especial no mercado brasileiro, ainda dependem de alguns aspectos (entre eles legislação e postos de abastecimento/recarga) para que seja possível sair de uma concessionária guiado um carro que não faz barulho, não emite poluentes e com suavidade na aceleração. Apesar de alguns veículos já estarem em fase de testes ou a serviço, como os táxis em algumas cidades, ainda teremos que esperar um bom tempo para dirigir esse tipo de carro. Por enquanto, o que mais se aproxima desse mercado são os carros híbridos. Por outro lado, o mercado de veículos elétricos alternativos, como as e-bikes, os skates e as scooters, já é realidade e tem mostrado ser um mercado crescente. Apesar de algumas limitações relacionadas à infraestrutura das cidades, esses veículos têm caído no gosto dos consumidores, principalmente aqueles com perfil jovial, que desejam qualidade de vida, e que não exigem, necessariamente, um “veículo pesado” para seu deslocamento no cotidiano. São esses exemplos que serão destacados em nossa matéria de capa. Esta edição também traz, como exemplo de produtos sustentáveis, novamente uma matéria sobre a Cativa Cosméticos, agora com destaque para a sua rede de franqueados que se espalhou pelo país. No espaço Responsabilidade Social Corporativa, destaca-se a atuação voluntária dos vice-presidentes do CPCE (Conselho Paranaense de Cidadania Empresarial) junto às empresas paranaenses. Como tratamos na matéria de capa sobre veículos elétricos, o conteúdo sobre desenvolvimento local traz os exemplos de empresários associados ao WTC (World Trade Center) que atuam no mercado de energia. No espaço tecnologia e sustentabilidade, o destaque fica por conta da importância dos laboratórios na medição e aferição para processos produtivos eficientes e qualidade para o consumidor. Boa leitura! Pedro Salanek Filho

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Revista Digital

GERAÇÃO SUSTENTÁVEL

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Sumário

14 Expocer Consult Cobee Eletrobras / Eletronorte Civitas DFD Unimed PR Reciclação Ecobike Courier EBS

Anunciantes e Parcerias

02 09 13 22 e 23 29 41 47 49 51 52

03 Editorial 06 Sustentando 10 Entrevista

14 Capa

GERAÇÃO SUSTENTÁVEL

Veículos elétricos: locomoção do futuro?

24 Visão Sustentável

Expansão orgânica

30 Tecnologia e Sustentabilidade

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Osório Trentini

Na medida da sustentabilidade


24

30

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44

34 Artigo Gestão Sustentável 36 Responsabilidade Social Corporativa

Lideranças Sustentáveis

40 Artigo Talentos Voluntários 42 Desenvolvimento Local

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Rede de crescimento

46 Artigo Gestão Ambiental 48 Artigo Gestão Estratégica 50 Vitrine Sustentável GERAÇÃO SUSTENTÁVEL

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Sustentando

Prêmio elege projetos inovadores Projetos de Empreendedorismo Econômico, Ambiental, Educacional e Social foram premiados em fevereiro, na cidade de Curitiba, na 6ª edição do Prêmio Ozires Silva. Doze projetos, entre 70 analisados, de iniciativa de pessoas físicas, estudantes e empresas de micro, pequeno, médio, médiogrande e grande portes foram reconhecidos. A análise foi feita pelo ISAE-FGV, organizador do evento em parceria com o Grupo Paranaense de Comunicação (GRPCOM), a Itaipu Binacional e o SEBRAE-PR. O ex-presidente da Embraer e patrono do prêmio, Ozires Silva, disse que a intenção é reconhecer as iniciativas empreendedoras brasileiras que, para ele, sobrevivem em um ambiente desfavorável. Ele afirma que há falta de investidores dispostos a apostar em novas ideias e que é o capital de risco que traz riquezas ao país, do que há exemplos em vários outros países. Segundo o site do ISAE-FGV, no qual os vencedores estão detalhados, a premiação pretende incentivar a geração de projetos que visem ao aumento da competitividade das empresas brasileiras, além de instigar a geração de trabalhos acadêmicos técnicos e científicos, que tenham como objetivo estimular o desenvolvimento de senso crítico e novos projetos.

Luz sem perigo Na Terra, 1,3 bilhões de pessoas não têm acesso à energia elétrica. Entre essas, muitas gastam mais de 30% de sua renda diária em querosene usada em lanternas e lâmpadas improvisadas. Isso não apenas priva as famílias de seu dinheiro duramente ganho, como as expõe a perigos constantes com a inalação de gases tóxicos, queimaduras e incêndios. Além disso, a queima de querosene contribui com a poluição do ar, aquecimento global, etc. Para suprir essa lacuna, a Nokero ("no kerosene" - sem querosene) desenvolve, fabrica e distribui produtos baseados em tecnologia solar que, segundo a empresa, são seguros, acessíveis e ecologicamente corretos, como a luminária Crestone. Segundo o site Ecoproductsthawork.com, a luminária básica faz parte de uma série de luminárias práticas, leves e de qualidade. Com um bocal, custa 15 dólares e pode ser adquirida pelo site da empresa (nokero. com) ou pela Amazon. Ela funciona com pilhas AA recarregáveis e recicláveis que custam 2 dólares. A Nokero também fabrica vários modelos de bateria solar e recarregador de celular.

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Sustentando

Arquiteto Empreendedor do Paraná Empreendedorismo também é o objetivo da iniciativa do CAU/PR - Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Paraná -, o Projeto Arquiteto Empreendedor. Segundo o presidente do conselho Jeferson Dantas Navolar (à direita na foto) a ideia é ajudar profissionais de arquitetura e urbanismo do estado a montarem suas empresas e tornarem-se agentes transformadores na sociedade. O projeto é desenvolvido pelo Núcleo de Empreendedorismo e Sustentabilidade do conselho, NESC-CAU/PR, coordenado por Jucenei Gusso Monteiro (à esquerda na foto), e tem como uma das metas possibilitar que os profissionais da área deixem a informalidade e tenham acesso a fontes de financiamento, participem de licitações e tenham benefícios sociais, como aposentadoria. Além disso, para Monteiro, arquitetos podem interferir diretamente na qualidade financeira de cada município, pois há recursos do Governo Federal para administrações municipais que, muitas vezes, não são utilizados por falta de projetos. O presidente do CAU/PR destacou que o Paraná tem cerca de sete mil profissionais pessoas físicas e apenas mil empresas. Realidade que, para Navolar, precisa mudar.

Sustentável com estilo A malharia Malwee, inspirada nos seus 12 compromissos (com novas gerações, memória, qualidade, respeito às pessoas, educação, família, bem-estar, harmonia, generosidade, infância, renovação e preservação), lançou, nos dois primeiros meses deste ano, a coleção de camisetas Eu Abraço Sustentabilidade com Estilo. A atriz Thaís Araújo é a "face" da campanha da coleção que traz peças com detalhes, estampas e matérias-primas que reforçam a gestão sustentável que a empresa afirma praticar. A marca de jeans masculino BASE, por sua vez, aposta num inverno com poliéster feito 100% com garrafas de PET recicladas, algodão e elastano. As garrafas de PET são recolhidas por cooperativas e, para cada metro de tecido, três garrafas são retiradas do meio ambiente. Segundo a empresa, o resultado é uma calça com toque macio. Além disso, os corantes usados no processo de fabricação provocam reações químicas mais eficientes, reduzindo o consumo de água em 80%.

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Sustentando

Maio, mês das noivas sustentáveis A consciência ecológica chegou ao altar. A noiva quer ser a mulher mais bonita do mundo, mas não quer que o vestido mais importante da vida dela prejudique ninguém. Na coleção do ano passado do estilista curitibano Edson Eddel, foram utilizados materiais da reciclagem de plástico, lata e lona. Um vestido sustentável, no entanto, não somente é aquele que utiliza esse tipo de material, mas o que é produzido com menor impacto ao meio ambiente. Outros estilistas oferecem vestidos reformados ou feitos à mão, ou mesmo feitos de tecido de paraquedas reutilizado e tecidos orgânicos. Caso precisem de consultoria no assunto, os noivos podem contar com empresas especializadas como a Ecowedding, que aplica conceitos como convites e álbuns de papéis reciclados ou orgânicos ou "paperfree", digitais; buffets orgânicos, naturais, vegetarianos, etc.; locais com boa iluminação natural, lembrancinhas artesanais e outros.

Inverno quente O Brasil é um país quente, certo? Errado. No inverno, o sul do país pode enfrentar temperaturas abaixo de zero e as pessoas precisam recorrer a aquecedores elétricos e outras medidas para não passar frio dentro de casa ou no trabalho. Há opções individuais como calefação, aquecedores solares e a gás de água e ambiente. Na Finlândia, onde agora é primavera, mas, no inverno, as temperaturas facilmente atingem -20° Celsius, é usada a tecnologia districtheating (aquecimento distrital), termo usado para qualquer tipo de calefação gerada em um local e distribuído por tubulações para imóveis residenciais e comerciais. Na capital finlandesa, Helsinki, o aquecimento vem da sobra de calor da usina elétrica da cidade, que funciona principalmente à base de combustíveis fósseis como gás natural e carvão. Nada é perfeito, mas o uso do calor da geração de energia que seria desperdiçado ajuda a reduzir as emissões de CO2 da calefação em até 80% (fonte: Blog do Planeta). 8

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Entrevista

Energia limpa e renovável movendo o ambiente urbano Osório Trentini Engenheiro Mecânico e Civil e Criador do TRIKKE Formado em Engenharias Mecânica e Civil e pós-graduado em Física do estado sólido, na UFPR. Trentini trabalhou como pesquisador no TECPAR, onde coordenou o desenvolvimento de um implemento agrícola de plantio direto à tração animal, com alunos da UFPR e com a Fundação ABC da Batavo. Criou o TRIKKE, em conjunto com o José Gildo Beleski Jr. e Luciano Araujo, projeto considerado como um dos 10 melhores inventos nos EUA no ano de 2002. Trabalhou na VOLVO caminhões no início da implantação da ISO 14000. Depois, atuou na DENSO, em programas de redução de custos industriais e melhorias de processos fabris e redução de perdas de fabricação. Na RENAULT, como gerente de qualidade Mercosul, coordenou uma equipe transversal, Brasil, Argentina, Uruguai, para redução de casos de pane em baterias de carros novos, conseguindo um dos melhores resultados de todo o grupo RENAULT. Depois foi trabalhar na NISSAN, sendo o segundo funcionário da empresa e ajudou a diretora a estruturar o organograma geral e depois assumiu a gerência do projeto industrial e de custos, coordenando o atingimento das metas de redução de custos industriais sob a orientação da direção industrial da NISSAN. Nesta, também foi o engenheiro responsável pelas homologações dos veículos no Brasil. Na TRIKKE, ajudou a desenvolver os trikkes elétricos e desenvolveu estudos de tecnologia em controladores eletrônicos de potência em conjunto com a UTFPR. Na MOTIVA, é o diretor de Engenharia e P&D, responsável pelo desenvolvimento de novos produtos e tecnologias inovadoras. Trentini foi entrevistado com exclusividade para esta edição da GERAÇÃO SUSTENTÁVEL, em que abordou as tendências do mercado de veículos elétricos.

Qual é a tecnologia de funcionamento dos veículos elétricos? Veículo elétrico é todo aquele cuja tração é feita por um motor elétrico. Existem basicamente três tipos de tecnologia de tração elétrica e estão relacionados com as fontes de elétrons: 1) baterias químicas (chumbo-ácido, lítion, sal, zinco-ar...); 2) células combustível (hidrogênio e álcool); híbridos (MCI e gerador tipo diesel, otto, turbina a gás, steeriling...). Nos híbridos, o moto-gerador pode estar ligado em série, em paralelo, ou numa combinação deles. Como é o processo de recarga desses veículos? O Brasil tem estrutura para receber veículos alternativos elétricos como opção para diminuir a poluição do meio ambiente? A recarga realiza-se ligando um fio de extensão ao carregador de baterias e a uma tomada elétrica convencional ou especial em casa ou num posto específico de abastecimento de energia elétrica. Nos híbridos, a recarga pode ser feita durante o uso do veículo pelo moto-gerador ainda em movimento ou quando parado no sinaleiro, bem como quando estacionado na garagem por uma tomada elétrica con10

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vencional. O Brasil tem estrutura para receber muitos veículos elétricos e híbridos, pois tem uma rede de geração e distribuição bem ampla e capaz, e com geração majoritariamente hidráulica. Assim, tanto a geração da eletricidade como o uso para transportes são ambientalmente limpas e renováveis. As baterias não seriam grandes passivos ambientais? Como ocorre hoje em dia, por exemplo, com as baterias de celulares? A reciclagem da bateria de chumbo-ácido é o produto mais reciclável em todo o mundo. Cada carro tem uma bateria de chumbo, varias baterias são trocadas a cada ano na frota brasileira. Todo o profissional de coleta seletiva de lixo faz um bom negócio coletando e revendendo baterias para os remanufaturadores de baterias. As baterias de lítion dos celulares já estão sendo recicladas hoje. As baterias de lítion para veículos elétricos também são recicladas, até porque o seu custo representa a metade do valor do carro. Assim, ninguém jogaria fora a metade de seu carro e nenhuma fábrica deixaria essa boa fonte de receita, que é a reciclagem das baterias.


Quais as vantagens e as desvantagens dos veículos elétricos? Vantagens: alta economia de dinheiro no seu uso, silêncio, torque imediato em 0 RPM, suavidade nas acelerações e frenagens, melhor que veículos com caixa automática, não polui. Desvantagens: uso predominantemente urbano, receio de baixa quilometragem de percurso com uma carga. Aqui vale a pena mostrar uma experiência da BMW com seu veículo 100% elétrico. A BMW deixou alguns clientes usa-

rem o seu carro elétrico por uns quatro meses seguidos, e observou que o medo dos clientes ficarem na rua sem energia nas baterias sumiu completamente após o terceiro mês de uso. Outro dado importante é que 95% dos motoristas, hoje, rodam em torno de 50 Km por dia e seus carros ficam parados em estacionamentos durante mais de 6 horas. Assim, um pacote de baterias que garanta cerca de 50 Km de percurso já é suficiente para o uso cotidiano e urbano. GERAÇÃO SUSTENTÁVEL

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Entrevista

As estimativas feitas para depois de 2030, para uso urbano, é a predominância dos veículos elétricos sobre os de combustão interna, principalmente por questões econômicas, ambientais e de eficiência energética e de preferência do mercado Quais são as tendências de mobilidade urbana no futuro? (2020, 2025, 2030...) As estimativas feitas para depois de 2030, para uso urbano, é a predominância dos veículos elétricos sobre os de combustão interna, principalmente por questões econômicas, ambientais e de eficiência energética e de preferência do mercado. Além dos veículos de uso individual (como a bicicleta, o skate e o triciclo), que outros tipos de veículos elétricos teremos no futuro? Principalmente motocicletas, minicarros (1 ou 2 pessoas), ônibus coletivos, trens e VLT (veículo leve sobre trilhos) e VLP (veículo leve sobre pneus), caminhões de entregas urbanas, aviões pequenos e grandes e carros de passeio. Em sua opinião, será possível uma correlação entre modais diferentes para melhoria de mobilidade em áreas centrais de grandes cidades? Sim, com certeza. Não tem sentido prático ir deslocar-se de carro para o centro de uma cidade. Todos concordam com isso. Quando tivermos alternativas de mobilidade atraente nas áreas centrais, os motoristas deixarão seus carros em bairros e mover-se-ão com veículos pequenos, econômicos e limpos para o centro da cidade. Veja o conceito do "Dock-Dock", proposto pelo urbanista Jaime Lerner. Com relação aos aspectos de trânsito e mobilidade urbana, que melhorias serão necessárias para um novo modelo ser viável? Serão necessários rearranjos urbanísticos que promovam e facilitem as mobilidades inteligentes,e

não se incentivem as mobilidades insensatas. Ou seja, evitar que carros com uma pessoa entrem nas áreas centrais das cidades. Os arquitetos e engenheiros urbanos devem usar de criatividade e inovação para darem aos cidadãos uma cidade agradável para viver. Quais incentivos governamentais, além da redução de tributação, são possíveis para a viabilidade desses novos veículos? Acho que o incentivo tributário é necessário. Outra ação é liberar dinheiro para as pesquisas tecnológicas a fim de alavancar a inovação da mobilidade do modal elétrico, de maneira a se criar uma marca brasileira de automóveis, assim como foi criada uma marca brasileira de aviões, a EMBRAER.

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Qual é o cenário atual de produção e vendas de veículos elétricos no Brasil? Qual a diferença do nosso país em relação aos outros nesse quesito? O mercado brasileiro de veículos elétricos (híbridos e 100% elétricos) está iniciando agora. Em 2012, foram emplacados uns 120 carros elétricos e a taxa de crescimento dos emplacamentos está crescendo rapidamente. Com as ações governamentais em curso, os veículos elétricos no Brasil serão bem aceitos. As bicicletas elétricas estão ganhando mercado com vendas crescentes. No mundo, são vendidos 1 milhão de carros elétricos e híbridos por ano. Que mensagem gostaria de deixar para os leitores da revista Geração Sustentável? Gostaria de incentivar esse público seleto, que já é bem consciente ambientalmente, a comprarem veículos elétricos, pois não devem se arrepender dessa escolha.

Quando tivermos alternativas de mobilidade atraente nas áreas centrais, os motoristas deixarão seus carros em bairros e mover-se-ão com veículos pequenos, econômicos e limpos para o centro da cidade 12

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Capa

Veículos elétricos: locomoção do futuro? Enquanto os carros ainda não são comercialmente viáveis, aparelhos como bikes, scooters, skates, além dos veículos híbridos, ganham cada vez mais adeptos Bruna Robassa

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pesar da comercialização de carros elétricos no Brasil ainda não ser uma realidade, os testes, pesquisas e iniciativas de empresas apontam para viabilização desse mercado no futuro. Os poucos carros totalmente elétricos que já circulam no país são importados e estão em fase de testes ou a serviço de alguma empresa. A carga tributária para importação é muito alta e ainda falta estrutura e legislação. De outro lado, os veículos híbridos, com motor a combustão ligado a um motor elétrico, e os aparelhos como bicicletas, skates e scooters, têm se mostrado cada vez mais acessíveis, já que, além de alternativas de transporte, são muito utilizados para lazer.

Testes • Apresentado ao Brasil em 2011, o modelo 100% elétrico Nissan Leaf (folha em inglês), já está sendo testado em São Paulo, desde junho de 2012 e, no Rio de Janeiro, desde março de 2013. As duas capitais fazem parte do Programa Taxi Elétrico. A iniciativa é fruto de uma parceria firmada entre as prefeituras, a montadora, entre outras empresas e entidades, e tem o objetivo de expandir o uso desse tipo de locomoção. Tanto em São Paulo como no Rio, na primeira fase de implantação, dois veículos foram disponibilizados pela Nissan, e o número total de carros testados será de 10 em São Paulo e 15 no Rio de Janeiro. Para facilitar a recarga de bateria desses veículos, foram instalados “Quick Chargers” (carregadores rápidos) em pontos estratégicos da cidade, os quais levam apenas 30 minutos para o carregamento, enquanto a recarga caseira leva, em média, oito horas, lembrando-se de que os veículos possuem autonomia de 160 km.

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Apesar dos testes, para a Nissan, a comercialização em larga escala desse veículo parece estar longe de acontecer no Brasil. Na oportunidade da apresentação do carro no país, que aconteceu durante o Nissan Inova Show, em 2011, o então presidente da companhia no Brasil, Christian Meunier, desconsiderou as vendas do modelo tão cedo. Questões como o preço, que é influenciado pela alta carga de impostos cobrada pelo Governo para importação desse tipo de produto, além da falta de estrutura de postos de abastecimento, oficinas especializadas, sem contar a falta de incentivos fiscais e de legislação adequada, ainda são barreiras a esse avanço. Montadoras como Renault, Mitsubishi, Volkswagen e Fiat também já tem protótipos ou fabricam modelos elétricos de alguns de seus veículos.

Híbridos • Segundo a Associação Brasileira de Veículos Elétricos (ABVE), existem, aproximadamente, 4,5 milhões de carros elétricos no mundo, sendo 95% híbridos. Ainda segundo a entidade, dos cerca de 200 mil carros totalmente elétricos que já circulam por aí, uma média de 100 está emplacada no Brasil. No início de 2013, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) incluiu a categoria de veículos elétricos nas suas estatísticas sobre licenciamentos. A categoria, no entanto, não diferencia os carros puramente elétricos dos híbridos. De acordo com a associação, foram emplacados 117 carros desse tipo durante todo o ano de 2012. Apenas em janeiro de 2013, foram 45, o que mais uma vez mostra amplo crescimento do mercado.


Para Pietro Erber, diretor-presidente da ABVE, enquanto ainda falta estrutura para receber os carros totalmente elétricos, as autoridades e as indústrias deveriam focalizar nos veículos híbridos, tanto os carros quanto os ônibus e outros veículos urbanos, dado que embora utilizem combustível para gerar a energia elétrica que aciona suas rodas, consomem cerca de 30% menos combustível por km rodado, e suas emissões são proporcionalmente muito menores, contribuindo assim para a melhoria da qualidade do meio ambiente urbano. “Essa tecnologia começou a ser utilizada em escala mais significativa em carros e ônibus na década de 1990 e hoje rodam cerca de três milhões de carros e muitos milhares de ônibus urbanos que a utilizam, com a vantagem de apresentarem menores custos iniciais do que os veículos puramente elétricos e similares”, diz. Em Curitiba, circulam desde o ano passado ônibus híbridos que são produzidos pela montadora Volvo, instalada na capital paranaense. Os automóveis movidos à eletricidade e biodiesel, chamados hibribus, prometem redução de 90% na emissão de poluentes e de 35% no consumo de combustível, se comparados com os ônibus que circulam atualmente. A previsão é que a Prefeitura da cidade invista cerca de R$ 26 milhões para adquirir as primeiras 60 unidades do veículo.

Viabilização • Ainda segundo Erber, da ABVE, a difusão de meios de transporte que contribuam para a sustentabilidade da vida urbana depende de diversos fatores que tenham como foco a redução do impacto ambiental (local e global, decorrente do efeito estufa), a segurança das pessoas, o tempo despendido nos deslocamentos e a economicidade dos transportes, inclusive seu custo social. Ações como a redução de impostos, que gravam os veículos elétricos, em particular os carros e os de duas rodas, e a instalação de pontos de carregamento de baterias em vias públicas, visando à segurança dos condutores, são essenciais de acordo com o diretor-presidente da ABVE. “Todavia, a instalação de pontos de carregamento nos locais de estacionamento demorado, como em prédios residenciais e comerciais é prioritária, pois a carga rápida (cerca de 20 a 30 minutos) frequente deverá ser mais cara e pode reduzir a vida útil das baterias hoje disponíveis, o que poderá ser resolvido com a evolução tecnológica”, sugere. GERAÇÃO SUSTENTÁVEL

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Iniciativas como as sugeridas por Erber já são uma realidade em São Paulo. Em fevereiro de 2013, a Incorporadora e Construtora BKO anunciou a entrega do primeiro empreendimento residencial com carregador para veículos elétricos. Denominado iGLOO Alphaville, em Barueri (SP), o empreendimento conta com cinco vagas exclusivas destinados a carga de veículos elétricos. A Odebrecht Realizações também já comunicou a instalação de cinco pontos de carga em cada um dos 10 prédios que fazem parte da obra Parque da Cidade, também em São Paulo. A imobiliária Brasil Brokers anunciou também que no empreendimento Saint Rémy, no Rio de Janeiro, será disponibilizado pelo menos um ponto de recarga. Nos edifícios comerciais, também já há previsão de instalação desse tipo de tecnologia.

Incentivos • Ainda de acordo com informações da ABVE, alguns estados brasileiros já contam com políticas de incentivo aos veículos elétricos. Em sete unidades da Federação (Ceará, Maranhão, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e Sergipe) os proprietários dos veículos movidos a motor elétricos (ou de força motriz elétrica) são isentos do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA). Em outros três estados, os veículos elétricos têm alíquota do IPVA diferenciada. No Mato Grosso do Sul, o art. 153 da Lei nº 1.810 prevê a possibilidade do Poder Executivo reduzir em até 70% o IPVA de veículo acionado à eletricidade. No Rio de Janeiro, a Lei nº 2.877 (inciso IV do art. 10) estabelece a alíquota de 1% para veículos que utilizem energia elétrica, alíquota essa 75% inferior à dos automóveis movidos à gasolina. Já em São Paulo a Lei nº 6.606 – (inciso III do art. 7) estabelece a alíquota de 3% para automóveis de passeio, de esporte, de corrida e camionetas de uso misto, movidos à

“As pessoas desejam para a mobilidade urbana veículos mais harmônicos com a natureza, tanto em nível de design quanto em relação aos combustíveis, bem como quanto à eliminação de barulhos excessivos e fumaças” Paulo Cesar Waidzik, diretor comercial da Motiva S/A

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eletricidade, alíquota essa 25% inferior a dos automóveis à gasolina. Ainda em São Paulo, já existe lei e decreto estaduais que prevêem a não aplicabilidade do rodízio aos veículos elétricos. Ainda não aprovados, outros projetos de lei visam conceder benefícios aos usuários de veículos ecologicamente corretos, como o que prevê isenção de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para automóveis e suas peças (PL 2092/2011) do deputado federal Irajá Abreu. Em 2012, a proposta foi aprovada pela Comissão de Minas e Energia e pela Comissão de Desenvolvimento Econômico, aguardando no momento designação de relator na Comissão de Finanças e Tributação (CFT). Recentemente, no Rio de Janeiro, foi apresentado o projeto de Lei nº 1998/2013, que dispõe sobre a obrigatoriedade de percentual de carros híbridos ou elétricos em toda a frota de veículos oficiais da estrutura do poder legislativo do estado. A proposta do deputado Xandrinho torna obrigatório que 50% de toda a frota de veículos oficiais da estrutura do Poder Executivo do Estado sejam veículos híbridos ou elétricos, no prazo máximo de cinco anos, atingindo no prazo de 10 anos o percentual de 100%. A proposta, ainda, aguarda apresentação e análise em todas as comissões. No Paraná, tramita desde março, na Assembleia Legislativa (Alep), o projeto de lei que prevê a isenção de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para veículos de passageiros que possuam motores elétricos ou híbridos. Hoje, os veículos pagam uma alíquota de 12% ICMS. Para virar lei, a proposta precisa passar pelas comissões técnicas da Assembleia, para depois ser votada em plenário. Caso seja aprovada, a medida ainda deverá ser sancionada pelo governador. A principal justificativa do autor da proposta, o deputado André Bueno, é a contribuição para preservação do meio ambiente.


Visão de futuro • Iniciativas de empresários paranaenses para produção e comercialização de automóveis sustentáveis tornam o cenário de veículos elétricos ainda mais positivo. É o caso das empresas com sede em Curitiba, Motiva S/A, uma Start-Up montadora de veículos sustentáveis, e a Two Dogs, que comercializa skates, bikes e scooters elétricos produzidos na China e importados dos Estados Unidos, desde 2008. O analista de sistemas com MBA em Planejamento Estratégico e Sustentabilidade em Energia, Paulo Cesar Waidzik, diretor comercial da Motiva S/A, montadora de veículos sustentáveis, tem fundamentos para acreditar no mercado de veículos elétricos. A companhia foi criada oficialmente em 2012, mas há seis anos os profissionais envolvidos vinham se dedicando diretamente no desenvolvimento dos projetos para a criação da indústria automobilística voltada para a "mobilidade urbana limpa e agradável", conta. A equipe fundadora da Motiva é formada de engenheiros, designers, analistas de sistemas, administradores, industriais e comerciantes, com experiências no segmento automotivo, no ramo industrial e comercial. No processo de fundação

da empresa, foi feita uma pesquisa de mercado e análise de público-alvo. “A conclusão macro foi que as pessoas desejam para a mobilidade urbana veículos mais harmônicos com a natureza, tanto em nível de design quanto em relação aos combustíveis, bem como quanto à eliminação de barulhos excessivos e fumaças. E também mais otimizados em relação aos espaços que necessitam para deslocamentos e estacionamentos e convivência mais harmônica de trânsito no ambiente, entre pedestres e os diversos modais possíveis. A aceitação popular dessa tendência, especialmente as no-

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Segundo a Associação Brasileira de Veículos Elétricos (ABVE) existem, aproximadamente, 4,5 milhões de carros elétricos no mundo, sendo 95% híbridos

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vas gerações, é unânime”, concluiu a pesquisa. Sobre o mercado brasileiro para veículos elétricos, “notamos que se nossos veículos forem melhores que os convencionais, no tráfego urbano do dia a dia, o cliente brasileiro vai aceitar e usar os nossos veículos”. Ainda, segundo a Motiva, nos outros países o mercado é específico e diferente do Brasil. Após a realização da pesquisa, a conclusão foi a de que, na China, os veículos são fracos, de baixas potências. Na Europa, os clientes são mais sofisticados e exigentes com veículos de média potência. Nos EUA, os clientes são exigentes e necessitam de alta potência. No Japão, os clientes são parecidos com os europeus. “No Brasil, somos mais receptivos a novas fontes de energia e necessitamos de médias a altas potências, uma vez que nosso trânsito é mais rápido e gostamos de acelerar nas arrancadas e ultrapassagens. Mas necessitamos de custos baixos. Assim, estamos entre os americanos e os chineses”, avalia o diretor da Motiva com base na pesquisa.

Estrutura • Da mesma forma que os carros elétricos, a viabilização do mercado de bikes, skates e scooters elétricos como meios de transporte alternativos seguros, depende de estrutura urbana e legislação adequadas, além de cooperação governamental, já que os produtos importados ainda são altamente taxados. É o que pensa o empresário Tairone Passos da Two Dogs. “É preciso investir em estruturas nas cidades para haver maior flexibilização no uso”, diz. O empresário alerta que a utilização de equipamentos de segurança, assim como a adoção de espaços e vias seguros com esses aparelhos é essencial. O diretor-presidente da ABVE também defende que investimentos sejam feitos para viabilização de meios de transporte alternativos, como bicicletas, elétricas ou não. “A disponibilidade de ciclovias exclusivas (não compartilhadas) é essencial, bem como disciplinar o tráfego de veículos leves, como automóveis, e pesados, como os ônibus”, analisa. Como toda nova tecnologia fornecida ao mercado consumidor, há um prazo para maturação e evolução do ambiente para a utilização em larga escala. Já o Governo deve antecipar-se e apoiar essas tendências com a devida equalização de impostos, incentivos e organização, é a avaliação do diretor comercial da Motiva quanto a estrutura necessária para receber carros elétricos no Brasil. Ele destaca que o Governo brasileiro já iniciou sua contribuição em relação à infraestrutura. Com a Resolução Normativa nº 482 de 17 de

abril de 2012, da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANNEL), que estabelece as condições gerais para o acesso de microgeração e minigeração distribuída aos sistemas de distribuição de energia elétrica, o sistema de compensação de energia elétrica, abre caminhos para que novas iniciativas viabilizem a geração de energia nas pontas bem como a maximização do sistema. “O governo brasileiro hoje deve ser um player ativo para fazer surgir uma marca automotiva brasileira assim como o governo militar investiu na EMBRAER nos anos 70 e fez surgir a terceira maior marca de aviões do mundo, detendo tecnologia, engenharia, design, etc. Isso tudo poderá acontecer simultaneamente às marcas estrangeiras que já atuam no Brasil e das que querem se instalar”, sugere Paulo Waidzik. Ele lembra também que já existem diversas iniciativas no sentido de estabelecer soluções


abastecimento de recargas nas ruas e praças. Ou seja, o cliente poderá em casa colocar seu veículo para recarregar numa tomada convencional. Por exemplo, se o cliente for com seu veículo elétrico à casa de um amigo e houver necessidade de recarregar um pouco de energia para voltar, então basta meia hora de recarga para ele repor em torno de 30% da carga. Para que isso seja possível, os plugues das tomadas elétricas do veículo devem ser dos tipos de padrões atuais”, sugere. Outra possibilidade de viabilização desse mercado é que os atuais postos de combustíveis disponibilizem tomadas elétricas normais de 110 e 220 V para que se carregue parcialmente as baterias, e para controle de quantidade de energia carregada nas tomadas haverão dispositivos que informarão tais volumes e custos.

para disponibilização facilitada de pontos de recarga (eletropostos) em locais públicos que em breve estarão disponíveis para implantação nas cidades. “A tendência também é que os veículos sejam disponibilizados pelos fabricantes com o recurso de "troca rápida" do pack de baterias, o que permitirá que "postos de troca" sejam estabelecidos nas cidades, permitindo que a autonomia dos veículos seja perfeitamente adequada à utilização urbana desejada”, analisa.

Start-up automotiva • Atualmente, a Motiva está consolidando as parcerias estratégicas de tecnologias e de acionistas de capital, estabelecendo sua rede de fornecedores de componentes, encaminhando a implantação da primeira unidade industrial, a rede de Lojas montadoras e a rede de concessionárias para lançamento do primeiro veículo de seu portfólio de desenvolvimento.“Estamos no fim de prototipagem e início da fabricação piloto, e a previsão de lançamento do primeiro automóvel é para o início de 2014”. A Motiva produzirá em escala de fabricação seriada como qualquer outra montadora e pretende disponibilizar um portfólio variado de modelos para atender uma gama diversificada de consumidores, já nos cinco primeiros anos. Os departamentos de engenharia e design trabalham com foco nos públicos brasileiro e de outros países de tal forma que os produtos poderão ser comercializados em todos os estados brasileiros e exportados para determinadas regiões previamente selecionadas. “As vendas no Brasil se darão via concessionárias e via internet, por meio de financiamento, consórcio e à vista. O valor comercial de nossos produtos serão perfeitamente adequados à comercialização em seus pontos de venda, inclusive frente à concorrência”, diz Waidzik.

Adaptação • O entendimento particular da Motiva quanto a esse quesito refere-se ao fato de que os veículos elétricos devem estar adequados às condições de infraestruturas já existentes nas cidades e casas dos usuários. “Quanto menos alterações forem exigidas no cotidiano do cliente, melhor. Portanto, entendemos que não há necessidades imediatas de pontos especiais para

Enquanto os carros estão em fase de planejamento, os aparelhos elétricos como bicicletas, scooters e skates conquistam o público cada vez mais. Além de serem alternativas sustentáveis, são opções para se fugir do caos do transporte coletivo e do trânsito urbano, sem contar os momentos de lazer que proporcionam para os seus adeptos.

“Pudemos percebemos ao longo desses anos, trabalhando com o skate elétrico, com a scooter e agora com as bikes elétricas, que a demanda por veículos elétricos cresce de forma paralela ao de veículos, como carros e motos", Tairone Passos, diretor da TwoDogs

Enquanto isso, nos parques e ciclovias •

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Capa

Há três anos, o empresário Edinaldo Siqueira Dias, de 34 anos, descobriu que pode se deslocar ao mesmo tempo em que se diverte. Ele faz isso de uma forma muito prática, econômica e que ainda ajuda preservar o meio ambiente. Ele é um adepto dos veículos elétricos, que conquistam cada vez mais o público. Com sua scooter, além de proporcionar momentos de lazer para a filha, Edinaldo vai para o trabalho e também faz pequenos deslocamentos, como pagar contas no banco, fazer compras no mercado, na padaria, entre outras inúmeras atividades. Por ser um aparelho elétrico desmontável, mesmo quando o empresário vai ao trabalho de carro, a scooter é transportada no porta-malas do veículo, possibilitando deslocamentos práticos, rápidos e econômicos no decorrer do seu dia. “Acredito ser um veículo ecologicamente correto, além de econômico e muito prático. Não gasto com estacionamento nem combustível”, conta. Edinaldo relata que, quando teve a ideia de comprar o aparelho elétrico, pensou apenas no lazer, mas bastou que fosse a primeira vez para o trabalho com a scooter para que mudasse de ideia. “Acabei gostando, a consciência ecológica veio logo depois, quando passava ao lado de longos congestionamentos e tomei conta da poluição gerada pelos carros”, relata. Para ele, Curitiba é uma das cidades do Brasil mais bem preparadas para o uso desse tipo de transporte, pela infraestrutura de ciclovias e

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parques. Edinaldo também tem vontade de ter um carro elétrico. “Já estou pesquisando, mas acho que primeiro vou comprar moto elétrica, a qual até já fiz um test drive”, diz.

Números • A conquista do público por esse mercado pode ser constatada inclusive em número de vendas. Apesar de ainda não haver estatísticas oficiais do setor, o diretor-presidente da ABVE, Pietro Erber, diz que o mercado está em pleno crescimento. “Já estamos trabalhando para conseguir reunir informações de vendas das empresas que comercializam esses aparelhos com o objetivo de montar uma estatística oficial”, relata. Ainda segundo Tairone Passos, diretor da TwoDogs, empresa que comercializa desde 2008 aparelhos elétricos importados, a previsão é de que as vendas cresçam cerca de 30% em 2013. “É um mercado em amplo crescimento. Pudemos percebemos ao longo desses anos, trabalhando primeiro com o skate elétrico, depois com a scooter e agora com as bikes elétricas, que a demanda por veículos elétricos cresce de forma paralela ao de veículos, como carros e motos. Isso acontece em virtude de os elétricos serem usados para distâncias mais curtas e para atividades rotineiras”. O crescimento geral de vendas de 2011 para 2012 foi de 70%, com destaque para as scooters elétricas (patinetes elétricos, não as motonetas), que cresceram em 188% as vendas. Para 2013, o empresário acredita que as vendas em números alcancem 1.500 skates elétricos, 2.200 scooters elétricas e 500 bicicletas elétricas, que foi o último produto trazido pela empresa, no final de 2012, ainda em fase de consolidação. “Se observarmos países nos quais as bicicletas já são consolidadas, como a Holanda, há a


O empresário Edinaldo Siqueira Dias, de 34 anos, descobriu que pode se deslocar ao mesmo tempo em que se diverte. Ele faz isso de uma forma muito prática, econômica e que ainda ajuda preservar o meio ambiente, sendo um adepto dos veículos elétricos expectativa do aumento de vendas de bikes elétricas em 22%, principalmente com foco em pessoas com mais de 50 anos. A tecnologia e a diminuição de peso das baterias têm ajudado muito para isso. Cada produto que trazemos conquista diferentes e variados públicos”, reflete o empresário. Ele destaca que a possibilidade de utilizar esses aparelhos tanto para diversão quanto para locomoção é um dos principais fatores de sucesso e conquista junto ao público. “Com certeza se fosse apenas para lazer a saída seria menor”, diz. A TwoDogs foi pioneira em trazer o skate elétrico para o país e hoje é um dos centros de distribuição dos aparelhos para todo o Brasil, por meio de site, show room e revendedores. Hoje, já há revendedores no Rio de Janeiro, em São Paulo, em Brasília, em Santa Catarina, em Goiás, na Bahia, no Espírito Santo, no Maranhão e no Rio Grande do Sul. Os sócios Tairone dos Passos e Eduardo Reis Felix Junior, fundadores da empresa, também são proprietários do classificado de veículos www.socarrao.com.br. Eles conheceram o skate elétrico na Califórnia, berço do skate no mundo. A novidade surgiu em 2002 e já era sucesso nos Estados Unidos e na Europa. Os empresários planejam trazer todos os anos novidades nesse seguimento para atender o público crescente. “A ideia é dar cada vez mais opções para os usuários. São produtos inovadores, estamos buscando reinventá-los cada vez mais”, conta Tairone. Outra marca de veículos alternativos sustentáveis que chegou recentemente ao Brasil é a E-Leeze. Inaugurada no Shopping Mueller, em Curitiba, no final de 2012, a loja que comercializa diversos modelos de bicicletas elétricas conta com o diferencial de uma pista de 50 metros de

extensão só para os clientes testarem o produto. A marca veio para o Brasil com o conceito de que bicicletas elétricas não servem apenas para preguiçosos, destacando a possibilidade do ciclista pedalar quando desejar e se locomover com agilidade quando for preciso. A marca nasceu em Münster, considerada a capital alemã das bicicletas, onde 300 mil habitantes são proprietários de 600 mil bicicletas.

Vantagens • A redução da poluição atmosférica e a melhoria da qualidade de vida de população são apenas algumas das vantagens da popularização dos veículos elétricos no país. “Há inúmeros outros benefícios na implantação de uma matriz de veículos elétricos urbanos. Para os usuários, é uma experiência muito agradável dirigir ou deslocar-se em veículos elétricos, seja pelo silêncio, pela emissão zero de gases, pelo funcionamento imediato dos componentes e a redução de vibrações de motor”, avalia o diretor da Motiva. Ele também destaca a eficiência energética, que é muitas vezes melhor. “Por exemplo: 1 litro de gasolina tem 10KWh de energia e permite rodar uns 10 km na cidade; e 10 KWh armazenado num pacote de baterias permite rodar 60 Km na cidade com um carro popular. O custo de manutenção, por exemplo, é 10 vezes menor comparado com veículos convencionais”, analisa. Para Tairone Passos, da Two Dogs, a higiene mental e o lazer proporcionado pelos veículos elétricos são também grandes vantagens. “Proporcionam uma visualização diferente dos espaços da cidade ao mesmo tempo em que possibilitam o movimento corporal, a redução do estresse, além dos momentos de lazer em família e com amigos, principalmente para os amantes de esportes”, relata.

“A disponibilidade de ciclovias exclusivas e não compartilhadas é essencial, bem como disciplinar o tráfego de veículos leves, como automóveis, e pesados, como os ônibus", Pietro Erber, diretor-presidente da ABVE

GERAÇÃO SUSTENTÁVEL

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Hoje ĂŠ dia de quem nos inspira a buscar energia na natureza. E, mais do que isso, a conviver com ela em harmonia. 19 de abril, Dia do Ă?ndio.


www.eletronorte.gov.br

Há 25 anos, a Eletrobras Eletronorte desenvolve os programas Waimiri Atroari e Parakanã, referências mundiais na promoção da autonomia indígena. É assim que, todos os dias, transformamos desenvolvimento sustentável em energia para o Brasil. 19 de abril, Dia do Índio.


Visão Sustentável

Expansão orgânica Qualidade de vida proporcionada pelos produtos Cativa Natureza conquista estados do Sul e do Sudeste com abertura de franquias Bruna Robassa

A

empresária Rose Bezecry Oliveira nem imaginava tamanho crescimento quando abriu sua primeira loja Cativa Natureza, em 2008, no Mercado de Orgânicos em Curitiba, capital paranaense. Essa percepção durou pouco tempo, precisaram apenas três meses de funcionamento do seu negócio para se constatar que não estava conquistando o público apenas pelo tipo de insumo utilizado nos produtos oferecidos, que são orgânicos rastreados. “Cativamos, principalmente, pela qualidade de vida que o uso dos nossos produtos proporciona,especialmente nas pessoas alérgicas a formaldeídos, derivados de petróleos, fragrâncias sintéticas e sulfatos”, 24

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explica. Hoje, são oito lojas, com projeção para inauguração de mais seis franquias nas regiões sul, sudeste e norte. A Cativa Natureza tem em seu consumidor final a grande prova de qualidade e importância da filosofia impactante dos seus cosméticos. “A fidelização dos clientes ocorre em função do trabalho diário e incessante de todos os profissionais que representam a marca”, relata a empresária. Bastou apenas um ano para que a abertura da primeira franquia se tornasse viável. Apesar de hoje comemorar a expansão do seu negócio, Rose conta que na fase inicial de abertura da empresa as dificuldades foram grandes.


“A fidelização dos clientes ocorre em função do trabalho diário e incessante de todos os profissionais que representam a marca” Rose Bezecry Oliveira, empresária

Em 2008, apenas três empresas tinham produtos com insumos rastreados e com certificação. Essas marcas destinavam-se apenas à exportação e a Cativa teve que comprar grandes quantidades, de container, destinadas à exportação, para poder comercializar esses produtos no Brasil. “Essa aposta foi extremamente arriscada para a empresa, mas que, por fim, revelou que só trouxe benefícios para o consumidor, para outras marcas nacionais que seguem a mesma filosofia, além de contribuir para criar um verdadeiro e consolidado nicho de mercado”, conta.

Sustentabilidade • O tipo de insumo utilizado para a produção dos cosméticos, o modo de fabricação e o modelo de atendimento, assim como o sistema de franquia da Cativa Natureza, seguem a mesma linha de sustentabilidade, transparência e respeito ao meio ambiente e às pessoas. “O franqueado não é explorado com valores absurdos para uso da marca, proposta que integra os franqueados ao conceito da marca. Nesse sentido, a Cativa Natureza faz questão de relevar que todos os empreendedores estão cientes da atual fase de regulamentação dos cosméticos orgânicos no Brasil, e compreendem que a empresa está fazendo o que é possível para operar de maneira legal com os recursos que estão ao seu alcance, como a certificação de rastreabilidade dos insumos”, explica. Rose conta que algumas matérias-primas utilizadas ainda são importadas, mas que a produção dos cosméticos é feita em Curitiba. “A Cativa Natureza é 100% Curitibana. A maioria da

matéria-prima é da região sul, onde há a maior concentração de produtores dos insumos orgânicos certificados. Hoje, temos 12 linhas próprias, compostas por 78 produtos”, conta.

Diferenciais • Entre outros diferenciais da franquia, há o atendimento feito pelo dono da loja, que deve ficar no estabelecimento pelo menos um período do dia, com o objetivo de deixar os clientes seguros por obter informações técnicas sobre os produtos e o conceito. Para isso, além do treinamento feito para abertura de uma Cativa Natureza, Rose fornece consultoria contínua sem custo. O perfil dos proprietários das franquias Cativa Natureza também tem total influência no processo de licenciamento da marca. Assim como a fundadora da Cativa, os atuais franqueados, de alguma forma, já comungavam o conceito de sustentabilidade e qualidade de vida. Outras qualidades em comum entre esses empresários estão a vontade de ter um negócio próprio e a alegria em poder propagar para o público algo em que realmente acreditam. Cativa Batel - Curitiba • Maria Candida Sardenberg Mateus Pereira, administradora por formação e proprietária da franquia localizada no bairro Batel em Curitiba, desde dezembro de 2012, conta que sonhava em abrir uma loja Cativa há mais de cinco anos, quando teve o primeiro contato com os cosméticos. “Meio ambiente, sustentabilidade, bem-estar, responsabilidade social e produtos orgânicos sempre foram pilares

“Muito antes de ser franqueada da Cativa Natureza eu sou cliente fiel, admiradora e fã da marca há mais de cinco anos", Maria Candida Sardenberg Mateus Pereira, franquia do bairro Batel em Curitiba

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Visão Sustentável

“Hoje em dia, a preocupação com qualidade de vida e preservação do meio ambiente só aumentam. Unir os dois em um mesmo conceito é a junção perfeita", Ana Paula Cassiano franquia de Caçador/SC

da minha vida pessoal. Fui criada com tais valores e busco reforçar a cada dia tais compromissos com o próximo, com a natureza e perante minhas filhas. Muito antes de ser franqueada da Cativa Natureza eu sou cliente fiel, admiradora e fã da marca há mais de cinco anos. Além disso, consumimos apenas alimentos integrais e orgânicos em casa há mais de 12 anos”, conta. Ela conta que recebeu todo o suporte necessário desde as primeiras conversas para aquisição da franquia. “Tenho total apoio da equipe da matriz. A disponibilidade para atender nossas demandas, dúvidas ou treinamentos é total. De fato, é uma parceria, um relacionamento próximo e transparente”, relata. Maria Candida faz questão de receber e atender cada um dos clientes e conversar sobre os cosméticos, suas indicações e formas mais ade26

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quadas de utilização. “Antes mesmo de indicar qualquer produto, eu gosto de perguntar sobre os hábitos da pessoa, se utiliza alguma química nos cabelos, se a pessoa tem hábito de beber bastante água. Não adianta oferecer a melhor manteiga capilar que nós temos, embora de fato seja ótima, se a pessoa está se descuidando no início de tudo”, reflete. Outro diferencial da loja Batel é um espaço montado para oferecer serviços de acupuntura, massagem terapêutica e estética facial.

Cativa Caçador • Ana Paula Cassiano trabalhou no setor administrativo de duas grandes empresas antes de mudar da capital paranaense para Caçador, em Santa Catarina. Ela foi para a cidade por motivos familiares, quando também começou a busca por novos objetivos profissionais. Bastou uma visita ao Mercado Municipal de Curi-


tiba, onde conheceu Rose e todo o conceito da Cativa Natureza para que se convencesse de que seria uma ótima oportunidade abrir uma franquia em Caçador, por serem produtos diferenciados e por não haver ainda nenhuma loja no estado de Santa Catarina. Aberta desde agosto de 2012, a loja de Caçador tem público predominantemente feminino, pessoas que buscam uma vida mais saudável, ou então que enfrentaram algum tipo de problema de saúde, e a maioria entra no estabelecimento pela primeira vez por curiosidade. Para ela, o principal diferencial de investir em uma franquia como a Cativa é o fato de ser um mercado em expansão. “Hoje em dia, a preocupação com qualidade de vida e preservação do meio ambiente só aumentam. Unir os dois em um mesmo conceito é a junção perfeita”, resume. Ana, assim como os outros franqueados, ainda não tem funcionários, trabalham na loja ela e sua sogra. Como planos para o futuro, a empresária pensa em montar SPA oferecendo diversos serviços estéticos para agregar valor a franquia.

Cativa Porto Alegre • A franquia da Cativa Natureza já chegou à capital gaúcha graças à sociedade entre Berenice Souza Silva, sua filha Priscilla Souza Silva e seu genro Sebastián Gutierrez. “Depois que me aposentei resolvemos investir na Cativa Natureza, pois acreditamos e muito na filosofia da marca. Sempre tive essa preocupação,

procurei oferecer alimentos saudáveis aos meus filhos, bem como tratá-los com homeopatia”, relata. Ela ainda conta que conheceu a loja e a proprietária Rose ainda em 2008, em visita a uma grande amiga em Curitiba. “Fui ‘cativada’ e virei consumidora! Com minha aposentadoria e o retorno de minha filha ao Brasil, perguntamo-nos: ‘Porque não abrir uma Cativa Natureza em Porto Alegre?’ E aqui estamos há 4 meses e meio”, conta a franqueada. Para Berenice, o principal diferencial da franquia é a credibilidade da marca, a qualidade de seus produtos, a certificação e o rastreamento dos insumos, que dão tranquilidade ao consumidor. “É sustentabilidade do início até o fim do processo”, diz. Para a franqueada, o maior desafio em atuar é divulgar cada vez mais a marca, os produtos e toda nossa filosofia. A grande maioria do público ainda não conhece bem o conceito de ‘orgânico e sustentável’ e confunde com ‘natural’. Tudo isso leva seu tempo. “Nossa maior alegria é o testemunho dos clientes, felizes e satisfeitos com os produtos adquiridos, ou quando chega um novo cliente dizendo que veio por indicação”, comemora. Como projetos, os sócios têm um plano de expansão que inclui serviço de tele-entrega e a realização de tratamentos faciais e corporais. “Queremos difundir esse conceito de vida saudável, de vida sustentável, que acreditamos e que tanto nos fascina”, exclama.

“Fui ‘cativada’ e virei consumidora! Com minha aposentadoria e o retorno de minha filha ao Brasil, perguntamonos: ‘Por que não abrir uma Cativa Natureza em Porto Alegre?’ E aqui estamos há 4 meses e meio", Berenice Souza Silva franquia de Porto Alegre

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Visão Sustentável

“Com valores fortes e verdadeiros, fica muito mais fácil. A maior conquista é perceber que os clientes voltam porque comprovaram o benefício dos produtos", Pedro da Silva Magalhães e Márcia Vaz de Mello Magalhães Cativa Brasília

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Cativa Brasília • Assim como Rose, Maria Candida e Berenice, Pedro da Silva Magalhães também tinha uma carreira profissional bem estabelecida e sedimentada antes de abrir uma franquia em Brasília junto à sua esposa e sócia Márcia Vaz de Mello Magalhães (principal idealizadora da franquia). O sonho de ter o próprio negócio, no entanto, falou mais alto quando conheceu a Cativa. A preocupação com o meio ambiente também sempre esteve presente em sua vida. “Sempre nos preocupamos com a saúde e o bem-estar do planeta, agindo dentro do nosso círculo familiar e de amizade, e também no trabalho, de forma a quebrar paradigmas e construir alternativas para os hábitos cotidianos, como, por exemplo, apagar luzes, fechar torneiras, evitar descartáveis, imprimir frente e verso, reaproveitar papel, embalagens, etc.”, conta Pedro. Mas foi quando ele e sua família passaram a consumir apenas produtos orgânicos que surgiu a oportunidade de aquisição da franquia. Pedro e Márcia estão à frente da Cativa Natureza Brasília desde fevereiro deste ano, mas já conseguem perceber a satisfação do público que consome os produtos da loja. Para eles, o grande diferencial de administrar um negócio como a Cativa é a consciência de que esse modo de sobrevivência não agride o planeta, muito pelo contrário, além da oportunidade de promover e difundir esse conceito junto aos clientes. “Com valores fortes e verdadeiros, fica muito mais fácil. A maior

conquista é perceber que os clientes voltam porque comprovaram o benefício dos produtos”, comemoram. Os franqueados ainda destacam que o apoio incondicional da matriz em todos os aspectos é essencial para o sucesso do negócio.

Endereços Mercado Municipal - Matriz

End.: Rua da Paz, 608 Box 514 Curitiba Tel.: 41 3363 0905

Cabral

End.: Avenida João Gualberto , 2049 Curitiba Tel.: 41 3253 2320

Caçador

Razão social: APC cosméticos Ltda. End.: Rua Nereu Ramos, 31 Sala 01 Centro Tel.: 49 3567 4368

Curitiba

End.: Avenida do Batel, 1230 Loja 14 Curitiba Tel.: 41 3308 0850

Brasília

End.: Rua SCLN, 316 Bloco E Loja 04 Tel.: 61 3033 1869

Porto Alegre

End.: Rua Vieira de Castro 52 - Bairro Bom fim Tel.: 51 3574 5222

São Jose dos Campos

End.: Av. Nove de Julho 521 Sala 1 e 2 Bairro Vila Adyana Tel.: 12 3308 5680

São Paulo - Shopping Vila Mariana End.: Rua Pelotas, 83 loja 298 Tel.: 11 5576 9413


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Tecnologia e Sustentabilidade

Na medida da sustentabilidade Avaliações realizadas por laboratórios competentes garantem processos produtivos eficazes e demonstram qualidade ao consumidor Bruna Robassa

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armonia entre fatores econômicos, sociais e ambientais resume o objetivo das empresas que buscam a sustentabilidade corporativa, uma vez que as estratégias e os procedimentos necessários para que esse cenário se torne realidade devem ser definidos de acordo com o perfil de cada organização. O investimento em ensaios laboratoriais é uma dessas ferramentas capazes de garantir processos produtivos eficazes e de demonstrar qualidade ao consumidor, resultados que contribuem para o equilíbrio corporativo. Segundo explica Celso Romero Kloss, Diretor Superintendente da Rede Paranaense de Metrologia e Ensaios (Paraná Metrologia), os ensaios laboratoriais têm como objetivo quantificar ou qualificar determinada quantidade ou característica de um material ou produto final. “Com isso, é possível obter dados e informações para melhor trabalhar por meio de critérios objetivos em relação às questões relevantes e à manutenção das boas práticas da sustentabilidade, no âmbito econômico proporcionando melhorias nos processos, inovação dos produtos, desenvolvimento de novos processos, redução do uso de matéria-prima, ou seja, se a empresa busca qualidade e competitividade com sustentabilidade, é necessário medir para evoluir”, analisa. Já em relação à interação homem e meio ambiente, a ótica central da realização dos exames laboratoriais em determinados setores ou empresas é a saúde da sociedade com foco no ser humano e a preservação do hábitat, com a corres-

pondente proteção da fauna e da flora, conforme explica Kloss. “Nos dias atuais, os ensaios possibilitam quantificar determinadas substâncias e a interação dos materiais em determinado meio ambiente. Com isso, é possível reduzir os possíveis impactos para a saúde humana e animal e os possíveis agentes prejudiciais ao solo, à água dos rios, aos mares e às lagoas e à vegetação terrestre e aquática e, principalmente, à qualidade do ar, proporcionando meios para reduzir a emissão de gases de efeito estufa”, relata. A Rede Paranaense de Metrologia e Ensaios possui parcerias com várias instituições que realizam esse tipo de serviço, entre elas o Instituto de Pesos e Medidas do Paraná (Ipem-PR), o Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar), o Instituto de Tecnologia para o Desenvolvimento (Lactec), o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial do Paraná (Senai-PR) entre outros laboratórios do estado. Além de parcerias com instituições de grande relevância, a Rede busca trabalhar em conjunto com profissionais de diferentes áreas que procuram no tema sustentabilidade um meio para garantir o futuro das próximas gerações. Rosangela Mitiyo Handa, Engenheira Química, Interlocutora para Serviços Metrológicos da Gerência de Serviços Tecnológicos e Inovação do SENAI/PR conta que, consciente da importância da metrologia para o desenvolvimento e a competitividade da indústria, a entidade coloca à disposição das empresas industriais a Rede SENAI de Laboratórios de Metrologia, “a maior rede privada de laboratórios do país, com 208 laborató-

Acesse: www.paranametrologia.org.br

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Tecnologia e Sustentabilidade

“O atendimento às questões regulamentares e de qualidade inerente aos organismos acreditadores é o que comprova que um laboratório é confiável e eficaz", Celso Romero Kloss, Diretor Superintendente da Paraná Metrologia

rios lotados nos 25 estados e no Distrito Federal e que oferecem serviços de calibração e ensaio em mais de 16 áreas tecnológicas”. “Grande parte desses laboratórios é acreditada pela Coordenação Geral de Acreditação (CGCRE) do INMETRO, organismo de avaliação da conformidade reconhecido pelo Governo Brasileiro, contando também com laboratórios credenciados pelo MAPA, assim como laboratórios habilitados pela ANVISA”, relata. No Paraná, o SENAI disponibiliza laboratórios de calibração de equipamentos e laboratórios de ensaios nas áreas de meio ambiente, construção civil, cerâmica vermelha, minerais não metálicos, celulose e papel, madeira e mobiliário, alimentos, tecnologia de informação e prototipagem, com futura ampliação para atender também as áreas de metalmecânica e eletroquímica. Para Celso Kloss, o atendimento às questões regulamentares e de qualidade inerente aos organismos acreditadores é o que comprova que um laboratório é confiável e eficaz. No Brasil, o organismo de acreditação de laboratórios é a CGCRE por meio da sua divisão denominada como Dicla. Ele explica que a acreditação de laboratórios é realizada segundo os requisitos de duas normas, sendo a norma ABNT NBR NM ISO 15189 aplicada para laboratórios de ensaios clínicos e a ABNT.NBR.ISO/IEC 17025:2005 para laboratórios de calibração e de ensaios de materiais e produtos. “A acreditação de acordo com essas normas não descaracteriza a necessidade de atendimentos a requisitos específicos de agências e outras instituições regulamentares, a exemplo da Anvisa e da Anatel que possuem requisitos específicos”, detalha o diretor.

Motivos • Maior confiabilidade nos seus produtos por meio de informações fidedignas advindas dos ensaios laboratoriais, atendimento das exigências regulamentares, necessidade de buscar novos mercados e demonstração do desempenho dos seus produtos para a sociedade são alguns dos principais motivos que costumam levar uma empresa a buscar serviços laboratoriais. “Já para 32

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os mercados que exigem a certificação compulsória dos produtos ou materiais, o trabalho com laboratórios acreditados é um requisito para certificação do produto e para manutenção dessa certificação”, destaca o diretor da Paraná Metrologia.

Obrigatoriedade e resultados • Para determinados mercados, há exigências particulares no âmbito regulamentar e de normatização com base na avaliação da conformidade e da legalidade. Fabricantes de equipamentos relacionados à metrologia legal têm por obrigação encaminhar os seus equipamentos para o Inmetro ou instituições designadas, cujo propósito é avaliar se atende aos regulamentos técnicos metrológicos para aprovação técnica de modelo. Os fabricantes ou importadores de produtos passíveis de certificação compulsória devem passar obrigatoriamente por análise de um organismo de certificação de produto, que entre outras atividades está a prática da realização de ensaios. “Para o consumidor final, há uma percepção clara e objetiva (por meio de uma etiqueta visual) que o produto apresenta uma qualidade assegurada por uma instituição idônea e imparcial. E para as indústrias há maior confiabilidade no uso de materiais e produtos que apresentam históricos e documentos que informam dados que podem ser utilizados no processo fabril”, expõe Kloss. Confiabilidade • Para demonstrar a confiabilidade metrológica dos serviços oferecidos, os laboratórios ambientais e de madeira e mobiliário do SENAI já são acreditados pela CGCRE,e contam com a consultoria da Rede Paranaense de Metrologia para uma implantação conjunta para os demais laboratórios de suas diversas áreas de atuação, da norma ABNT.NBR.ISO/IEC 17025:2005. “Salientamos, ainda, o papel importante da Rede Paranaense de Metrologia na qualificação do corpo técnico dos laboratórios do SENAI - PR no que se refere a temas relacionados à confiabilidade metrológica”, relata Rosangela.


Ainda com relação à confiabilidade da medição, Rosangela destaca a importância da participação dos laboratórios de ensaios e calibração em programas de ensaios de proficiência, “que se constitui em uma ferramenta reconhecida internacionalmente para demonstrar o desempenho técnico do laboratório e evidenciar a confiabilidade dos resultados obtidos”.

Tecnologias empregadas • O efeito estufa e a contaminação da água estão entre as principais preocupações por parte da sociedade em relação ao meio ambiente. Conforme explica Celso Kloss, as tecnologias utilizadas por laboratórios para realizar a medição de gases de efeito estufa são essencialmente realizadas no meio rodoviário em veículos e nas fábricas de transformação especificamente nas chaminés das indústrias. Para o controle da qualidade da água várias técnicas e princípios de medição são utilizados, entre eles a cromatografia gasosa e líquida, espectrometria de massa, espectrofotometria de absorção e de emissão atômica, espectroscopia ultravioleta-visivel (UV-Vis), fluorimetria, entre outras, com as quais são quantificadas a contaminação com compostos orgânicos, metais e outras substâncias. Importante mencionar, ainda, as metodologias para avaliar a contaminação com micro-organismos patogênicos, em decorrência da grande importância da água como veículo transmissor de doenças. SENAI PR • Segundo conta Rosangela Handa, a primeira iniciativa em serviços de ensaios da Rede SENAI -PR de laboratórios foi na área am-

biental, ainda na década de 80, visando apoiar as indústrias que já tinham como objetivo o desenvolvimento sustentável, em função de ação voluntária ou por pressão legal ou comercial. “A cada dia que passa, o monitoramento e controle dos impactos ambientais causados pelos processos industriais torna-se cada vez mais importante, seja pelos prejuízos causados à imagem da empresa quando geram problemas socioambientais, seja pelo aumento da produtividade por meio do melhor aproveitamento dos recursos, redução do desperdício ou pela minimização dos custos com disposição e tratamento de resíduos”, analisa ela. A engenheira conta que, no início das atividades dos laboratórios ambientais do SENAI -PR, os ensaios mais requeridos eram os de efluente, principalmente ensaios físico-químicos, alguns metais e alguns compostos orgânicos. Atualmente, a demanda ocorre tanto para efluentes quanto para resíduos sólidos, solos contaminados, águas subterrâneas, água potável e, notadamente, para emissões atmosféricas. “Ao longo dos mais de 15 anos que estive à frente dos laboratórios ambientais do SENAI - PR, é inegável a percepção do aumento da consciência ambiental das indústrias e de suas procura por serviços metrológicos confiáveis, principalmente as empresas de médio e grande portes. Para as micro e pequenas empresas, considero fundamental o papel da Rede Paranaense de Metrologia na conscientização da importância do uso de adequadas ferramentas metrológicas, inclusive no que se refere a serviços de ensaios e calibração visando a sobrevivência nesse mercado cada vez mais competitivo”, avalia.

"Para as micro e pequenas empresas, considero fundamental o papel da Rede Paranaense de Metrologia na conscientização da importância do uso de adequadas ferramentas metrológicas, inclusive no que se refere a serviços de ensaios e calibração", Rosangela Mitiyo Handa do SENAI/PR

GERAÇÃO SUSTENTÁVEL

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GESTÃO

SUS EN ÁVEL jerÔnimo mendes Administrador, Coach Empreendedor, Escritor e Palestrante Mestre em Organizações e Desenvolvimento Local pela UNIFAE

Escassez ou abundância? Eis a questão!

E Abundância é uma palavra mais otimista do que escassez e devemos torcer para que uma combinação adequada de tecnologia, pessoas sensatas e capital seja capaz de superar qualquer obstáculo

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m todas as cidades e países do mundo, alguns poucos privilegiados – menos de 10% da população – vivem de modo que contrasta demais com o modo de viver da maioria das pessoas. No decorrer de milhares de anos, essa disparidade mantém-se constante e, ao que tudo indica, parece difícil de ser anulada. O mundo caminha para 10 bilhões de pessoas até o ano 2050. Em diferentes regiões do planeta, milhões de pessoas aguardam e algumas imploram pela ajuda de países mais abastados, considerando a máxima de que “enquanto dois terços da população mundial passa fome, um terço faz regime para emagrecer”. Isso nos leva a imaginar que a abundância existe. O que não existe é a distribuição justa e igualitária das coisas. Se o mundo dispõe de recursos, então, onde está o problema? Acabei de ler (devorar) o livro Abundância: o futuro é melhor do que você imagina, Peter H. Diamandis, empreendedor que se tornou um inovador pioneiro no Vale do Silício, e Steven Kotler, premiado jornalista e escritor de ciências. Durante uma agradável leitura, os autores documentam como o progresso nas áreas de inteligência artificial, robótica, computação infinita, redes de banda larga, manufatura digital, nanomateriais, biologia sintética e muitas tecnologias de crescimento exponencial permitirão que todo ser humano na face da Terra disponha, nas próximas duas décadas, de ganhos maiores que os ganhos obtidos nos últimos dois séculos, em termos de qualidade de vida. Em mais de quatrocentas páginas enrique-

cidas por depoimentos, pesquisas e dados inquestionáveis, os autores exploram como quatro forças emergentes – tecnologias exponenciais, inovadores que seguem a filosofia faça-você-mesmo, tecnofilantropos e o bilhão ascendente – conspiram para resolver os maiores dilemas da humanidade. Um dos principais exemplos citados pelos autores vem da cidade planejada de Masdar, nos Emirados Árabes Unidos, que está sendo construída pela Abu Dhabi Future Energy Company. Localizada na periferia de Abu Dhabi, depois da refinaria de petróleo e do aeroporto, Masdar foi projetada para abrigar 50 mil moradores, enquanto outros 40 mil trabalhadores se esforçam para colocar a cidade em pé. O interessante nesse exemplo é que nenhum carro será permitido dentro do perímetro da cidade, e nenhum combustível fóssil será consumido dentro do seu território, apesar de Abu Dhabi ser considerada o quarto maior produtor de petróleo da OPEP, com 10% das reservas conhecidas. Segundo os autores, a cidade inteira está sendo construída para um futuro pós-petróleo, ameaçado pela falta dessa matéria-prima fóssil, e pelos conflitos por água, entretanto, mesmo num mundo sem petróleo, Masdar continuará banhada por muita luz solar. A quantidade de energia solar que atinge nossa atmosfera foi calculada em 174 petawatts, com variação de 3,5% para mais ou para menos. Desse fluxo solar total, cerca de metade atinge a superfície da Terra. Como a humanidade consome atualmente cerca de 16terawatts anuais (2008), existe, portanto, mais de 5 mil vezes energia solar atingindo a superfície


do planeta do que consumimos num ano. Com base nessa constatação e em outros exemplos citados no livro, Diamandis e Kotler são enfáticos: o problema não é de escassez, mas de acessibilidade. Isso não é diferente com a água, considerando que Masdar fica no Golfo Pérsico, um grande corpo aquoso, entretanto, salgado demais para o consumo ou para a produção agrícola. Mas, e se uma nova tecnologia conseguisse dessalinizar uma pequena fração dos oceanos para resolver o problema da água, não apenas do Golfo Pérsico, mas de outros países também? O “modelo da escassez” ganhou velocidade a partir dos estudos de Thomas Robert Malthus, economista inglês do século 18, o qual percebeu que enquanto a produção de alimentos expandia-se linearmente, a população mundial crescia exponencialmente. Por conta disso, Malthus estava convencido de que chegaria o tempo em que o ser humano excederia a sua própria capacidade de se alimentar ou, como ele mesmo observou: “o poder da população é indefinidamente maior do que o poder da Terra de produzir subsistência para o homem”. Contudo, de 1800 para cá, a população mundial cresceu 7 vezes, ao ritmo de 80 milhões de pessoas por ano, em média. Apesar de a fome ser ainda uma preocupação mundial, o mundo continua produzindo alimentos suficientes para alimentar em torno de duas vezes a população da Terra todos os anos. Mais uma vez, o problema não está na escassez, mas no desperdício. O número de pessoas que vivem em pobreza extrema, com apenas USD 1,25 ao dia ou menos, caiu de 1,8 bilhões em 1990 para menos de 1,4 bilhões em 2010, entretanto, ainda é assustador. Em menos de trinta anos, a China retirou mais de 400 milhões de pessoas da miséria absoluta. Ao contrário do que pensava Malthus, os recursos continuam aparecendo, as tecnologias e a boa vontade política também. Na prática, como dizem os autores, só existe uma opção: se não é possível livrar-se das pessoas, é preciso ampliar os recursos que essas pessoas consomem. Com escassez ou abundância, construir um mundo melhor é o maior desafio da humanidade. Abundância é uma palavra mais otimista do que escassez e devemos torcer para que uma combinação adequada de tecnologia, pessoas sensatas e capital seja capaz de superar qualquer obstáculo.


Responsabilidade Social

c o r p o r a t i v a

Lideranças Sustentáveis Trabalho dos vice-presidentes do CPCE é essencial para o sucesso dos projetos de responsabilidade social corporativa Bruna Robassa

Kimiko Yoshii, Coordenadora Regional Londrina

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Conselho Paranaense de Cidadania Empresarial (CPCE), órgão consultivo da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP), tem nas regionais do estado empresários nomeados como vice-presidentes, os quais atuam de forma voluntária. Para eles, esse não é um impedimento para que realizem um trabalho de excelência e essencial para o desenvolvimento dos projetos e ações da entidade e para que contribuam com os desenvolvimentos econômico e social de suas regiões de atuação. Para cada uma dessas regionais do conselho, há um articulador contratado pelo Sesi que atua junto aos empresários voluntários a fim de pres-

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GERAÇÃO SUSTENTÁVEL

tar um apoio mais eficiente às atividades desenvolvidas. O trabalho dessas unidades, estrategicamente divididas em Campos Gerais, Maringá, Londrina e Oeste, é focado nos objetivos e necessidades dos locais em que o CPCE atua, além do foco no fator econômico e no bem-estar de toda a comunidade da região, promovendo o meio ambiente equilibrado. “O fato de ser uma atuação voluntária enobrece ainda mais a importância e o valor do trabalho desses empresários, mais do que essencial para o andamento e evolução dos projetos e ações do CPCE”, destaca Rosane Fontoura, coordenadora executiva do conselho.


Entre as ações articuladas por esses líderes da sustentabilidade, há a organização de projetos e atividades entre as empresas da região, o incentivo para que os empresários assinem o Pacto Global e trabalhem em busca da promoção de seus princípios na área dos direitos humanos, trabalhistas, ambientais e contra a corrupção e o alcance dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM). Além disso, eles trabalham para a qualificação dos gestores, a promoção de eventos para as partes interessadas da indústria (fornecedores, colaboradores, comunidade e outros stakeholders), a inspiração de boas práticas de responsabilidade social corporativa e a viabilização do desenvolvimento sustentável. O que esses quatro representantes escolhidos têm em comum é um histórico com a consciência de que as empresas devem ser responsáveis junto à sociedade e ao meio ambiente e com a manutenção de um ambiente de trabalho saudável. Para esses empresários, a troca de ideias entre os participantes do Conselho é essencial para a evolução das pessoas, das instituições, do meio ambiente e de toda a sociedade.

Londrina • Em Londrina, a regional é coordenada pela presidente do Instituto Atsushi e Kimiko Yoshii signatária do Pacto Global, Kimiko Yoshii, que atua em conjunto com a articuladora Fabiana Beatriz Dalberto Vasconcelos. Para Kimi-

ko, participar do Conselho traz a oportunidade de novos aprendizados, da partilha de ideias e da construção de soluções conjuntas. Ela conta que foi o desejo de levar para as empresas da região a nova mentalidade voltada para a prática de responsabilidade socioambiental e para a cidadania que a motivou a aceitar o convite feito pelo CPCE para ser vice-presidente em Londrina. “É uma oportunidade para levar a questionar o legado que estamos deixando para as futuras gerações, buscando as melhores soluções para a sustentabilidade, para ser agente multiplicador dos princípios do Pacto Global bem como parceiro do Movimento Nós Podemos Paraná para o alcance dos objetivos do milênio e também de mostrar ao empresariado que essa prática é possível por meio da otimização do uso do tempo em sua agenda”, relata. A empresária conta que a responsabilidade socioambiental está fortemente presente em seu cotidiano e na sua empresa. Segundo ela, o grupo A. Yoshii, por intermédio do Instituto, há mais de seis anos possui projetos focados na área de educação, cultura, cidadania, saúde e meio ambiente. Todos os projetos estão alinhados com os ODM e com os princípios do Pacto Global. Entre os projetos desenvolvidos pelo instituto, destaca-se o incentivo ao voluntariado com doação de sangue, plantio de árvores e coleta seletiva de lixo, a realização de palestras sobre

“Foi o desejo de levar para as empresas da região a nova mentalidade voltada para a prática de responsabilidade socioambiental e para a cidadania que a motivou a aceitar o convite feito pelo CPCE para ser vicepresidente em Londrina", Kimiko Yoshii

“Precisamos de ações que propiciem uma visão de longo prazo e que contribuam para uma identidade regional onde os desiquilíbrios sejam minimizados", Ney da Nóbrega Ribas

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Responsabilidade Social

c o r p o r a t i v a

Hoje, a regional conta com o Conselho em fase de expansão e com a participação de instituições importantes no município. A Unimed de Londrina e a Central das Cooperativas de Crédito do Estado do Paraná (SICOOB) assinaram recentemente o Pacto Global.

“Nestes objetivos estão contempladas as formas com as quais uma corporação pode e deve se desenvolver, tornando o capitalismo mais sustentável e equilibrado na relação próspera do capital com o meio", Sergio Luiz Baccarin

cidadania, saúde, meio ambiente e ação social, o desenvolvimento de projetos com foco na inserção digital entre outras inúmeras atividades. Também são executadas ações em parceria com o Sesi, com o Senai e com a Guarda Mirim de Londrina para educação e profissionalização de jovens e adultos. Para Kimiko, o desenvolvimento de atividades como essas pelas empresas, assim como a participação em reuniões e projetos do Conselho é fundamental. “Temos que ser agentes multiplicadores da Responsabilidade Socioambiental Corporativa em nossas instituições e, participando do Conselho, temos oportunidade de aprender uns com os outros, partilhar ideias e construir soluções conjuntas”, reflete. A vice-presidente ainda destaca que a atuação das empresas junto ao CPCE pode ser percebida em melhoria da qualidade de vida dos funcionários e da comunidade ao redor. “O foco é fazer a lição de casa dentro e fora da empresa. Tratando os colaboradores com dignidade e ética, desenvolvendo ações de saúde e prevenção, respeitando as relações de gênero e dando oportunidade de crescimento pessoal e profissional. Além disso, as empresas estão tomando consciência ao dar retorno às comunidades onde estão inseridas no cuidado e preservação do meio ambiente. Isso deve estar presente na missão da empresa, visando à própria sobrevivência e qualidade de vida para todos”, destaca. 38

GERAÇÃO SUSTENTÁVEL

Maringá • Para o vice-presidente da regional de Maringá, Sergio Luiz Baccarin, responsabilidade socioambiental é dever de todos. Bacarin é diretor administrativo da empresa signatária do Pacto Global, Plant Bem Fertilizantes e atua em conjunto com a articuladora Débora Regina Irie. Ele relata que uma de suas atuações mais representativas em prol da sociedade e do meio ambiente foi quando era presidente de uma associação regional de empresas de comércio de insumos para agricultura e pecuária. “Lá, juntamente com a indústria, estruturamos um processo de recolhimento de embalagens vazias. Hoje, 10 anos depois, esse sistema está em todo o Brasil e é um sucesso e modelo para diversos países, inclusive os mais desenvolvidos, mostrando para o mundo que ações fundamentadas em princípios éticos de responsabilidade coletiva podem transformar para melhor o meio ambiente em que vivemos”, analisa. A regional do CPCE de Maringá conseguiu, desde sua instalação, em 2010, grandes realizações e resultados importantes. Hoje, a regional conta com um conselho fortalecido e 62 instituições participantes, das quais mais de 22 assinaram o Pacto Global, que representa um comprometimento para a busca dos ODM. “Nestes objetivos estão contempladas as formas com as quais uma corporação pode e deve se desenvolver, tornando o capitalismo mais sustentável e equilibrado na relação próspera do capital com o meio”, explica. Oeste • Inaugurada há pouco mais de um ano, a regional Oeste tem como vice-presidente Guido Bresolin, presidente da Bresolin Indústria e Comércio de Madeiras Ltda., que defende o poder transformador das empresas. Além de realizar ações em sua cidade sede, Cascavel, o Comitê Gestor também atuou em municípios da região oeste por meio de ações de sensibilização e articulação de empresas, indústrias, sindicatos e organizações do Terceiro Setor. O empresário conta que a consciência sobre a importância da responsabilidade das empresas com a sociedade e o meio ambiente despertou nele quando ainda estava na faculdade. “Já pen-


sava que a dívida das empresas com os clientes e a comunidade (mercado) que elas atuam ia muito além das obrigações fiscais e trabalhistas. Por isso, senti-me muito valorizado pelo convite do CPCE, pois estar no Conselho é a oportunidade de colocar em prática esta visão do papel do empresário e da empresa em sua comunidade”, lembra. Para Bresolin, o Pacto Global e os ODM são ferramentas de mudança. “O empresário pode usar elas para gerar transformação em sua realidade, basta ele abrir seu campo de visão e incorporar essa cultura”, analisa. Para 2013 o planejamento da regional busca o fortalecimento do Conselho com a presença de mais empresas e com a realização de eventos que incentivem a assinatura do Pacto e dos ODM com o apoio da articuladora local Pamela Bortuluzzi.

Campos Gerais • Instalado em 2011, a regional dos Campos Gerais do CPCE atende toda a região e já conquistou reconhecimento com mais de 30 empresas em seu Comitê Gestor e outras no Conselho. Criado em Ponta Grossa pela localização geográfica estratégica, o Conselho de Campos Gerais tem como vice-presidente Ney da Nóbrega Ribas. Para ele, a região é um polo muito importante para a economia do estado e precisa de ações voltadas à responsabilidade socioambiental. “Precisamos de ações que propiciem visão de longo prazo e que contribuam para uma identidade regional onde os desequilíbrios sejam minimizados”, explica.

Ribas participa do CPCE desde sua fundação, em 2004, atendendo ao chamado da Fiep, que propunha uma ação integrada por parte das empresas que possuíam projetos de responsabilidade social. “Aceitei o convite para ser vice-presidente porque, além da honra em poder contribuir nesse processo, é uma oportunidade ímpar para inspirar outros líderes da região dos Campos Gerais sobre a importância de refletirmos e agirmos sobre o tema Responsabilidade Socioambiental Corporativa”, avalia. Segundo ele, o Conselho é o fórum onde todos compartilham seus projetos e inspiram os demais por meio de suas boas práticas. “A troca de experiências facilita a implantação, amplia e integra os programas de cada organização. Numa outra perspectiva, esse ambiente nos motiva a agir em parceria”, conclui. Ribas atua junto à articuladora Glaucia Wesselovicz.

Plano 2013 • A missão, a visão, as oportunidades, os objetivos estratégicos de cada uma das regionais estão previstos no plano estratégico anual do CPCE aprovado pelo presidente, Victor Barbosa. Além de reuniões periódicas com empresários das regiões estão previstos encontros entre diversos segmentos da sociedade e com temáticas variadas em torno da sustentabilidade, além de ações que visam conscientizar pessoas e empresas da região a atuar em consonância com o que prega o CPCE, com o apoio de todo o sistema da FIEP.

“O Pacto Global e os ODM são ferramentas de mudança. O empresário pode usar elas para gerar transformação em sua realidade, basta ele abrir seu campo de visão e incorporar essa cultura", Guido Bresolin

GERAÇÃO SUSTENTÁVEL

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Rafael Giuliano

Talentos Voluntários

Voluntário e pesquisador de novas interações de aprendizagem

Às vezes, basta um empurrãozinho, um pequeno incentivo, para que cada talento humano, cada pessoa, transforme-se numa iniciativa de valor!

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Voluntariado

Desenvolvimento sustentável de pessoas e organizações

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lá! Quero falar um pouco mais sobre sustentabilidade como você, leitor, porém, a proposta desta coluna (ou destes artigos) é ir além dos conceitos, práticas e instrumentos aplicados por empresas, para dialogar um pouco mais sobre pessoas! Sim, pois, no final, estamos sempre tratando de pessoas e o potencial de gerar sustentabilidade por meio de seus talentos. Daí a proposta de trazer novas reflexões sobre nossos Talentos Voluntários, resgatando iniciativas que ganham cada vez mais espaço em organizações, envolvendo colaboradores e outros stakeholders, na disseminação de valores que impactam na vida de pessoas, comunidades e até mesmo de todo o planeta. Hoje, o voluntariado tem assumido um papel de destaque na criação dos sentimentos de pertencimento e engajamento de profissionais, influenciando, até mesmo, na retenção de alguns talentos em empresas de diferentes segmentos econômicos, chamando a atenção não apenas de áreas como Recursos Humanos e Responsabilidade Social, mas também de gestores e líderes de equipes. O que chama, particularmente, a minha atenção é o desenvolvimento de novas habilidades e competências, relacionadas ao exercício das atividades voluntárias! As pessoas aprendem, ou passam a explorar melhor, uma série de conhecimentos, com o propósito de impactar na vida de pessoas que, muitas vezes, elas não conhecem. E o que começa como uma ação altruísta se torna uma nova oportunidade de aprendizagem e crescimento, tanto pessoal quanto profissional, pois envolve habilidades de relações humanas e, muitas vezes, também de conhecimento técnico. Profissionais que atuam, ou não, nas mesmas equipes dentro da organização passam a colaborar uns com ou outros, em prol de uma mesma causa, o mesmo desafio, a meta de criar valor para outros indivíduos e grupos, dando novo sentido ao trabalho em equipe, percebendo-se parte de algo concreto e de significado. São histórias que envolvem o desejo de fa-

zer a diferença e a vontade de criar novas realidades! Porém, não se trata apenas de projetos gigantescos e caros, ou iniciativas muito complexas! Às vezes, basta um empurrãozinho, um pequeno incentivo, para que cada talento humano, cada pessoa, transforme-se numa iniciativa de valor! Foi com base nessa perspectiva, em que cada um pode fazer sua parte, que há cerca de seis meses um grupo de profissionais, de diversas áreas de atuação, reuniu-se para organizar a AprendizATO, um coletivo de pessoas com o propósito de valorizar talentos e construir cidadania, por intermédio do exercício de aconselhamento e orientação de jovens, em especial àqueles que vivem em casas abrigo, retirados do ambiente familiar por diferentes razões, e que tem o desafio de se preparar para a vida adulta, o trabalho e os estudos, de maneira autônoma. A proposta compartilha a ideia de que “quem ensina aprende em dobro”, e busca inspirar esses jovens por meio das histórias desses profissionais, nossos Conselheiros de Valor. Uma das ações para este primeiro semestre será o projeto Cartas de Valor, que envolve a realização do curso “Como escrever cartas inspiradoras”, oferecido de forma gratuita para toda pessoa que deseje contribuir com suas histórias e conselhos, por meio de cartas enviadas aos jovens, selecionados pela parceria com uma organização não governamental ligada à defesa da criança e jovens que receberam algum tipo de ameaça à vida. Cada pessoa tem o potencial para tornar seu talento numa iniciativa voluntária, transformando histórias em inspiração e seu apoio em novas experiências de aprendizagem em que ganha o voluntário, que se desenvolve, a sociedade, que vê surgir novas soluções sustentáveis, e ganham as organizações, por incentivar o pleno desenvolvimento de pessoas e iniciativas inovadoras. São histórias como essas que terei o orgulho de trazer em cada nova edição da Revista Geração Sustentável, apresentando sempre um novo Talento Voluntário!



desenvolvimento local

Rede de crescimento Empresas do setor de energia associadas ao clube de negócios WTC compartilham ações focadas no desenvolvimento da empresa, dos clientes e da sociedade Bruna Robassa

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esde 2010, CEOs, presidentes e diretores de empresas paranaenses podem se beneficiar de uma grande rede de contatos, informações e, principalmente, de crescimento proporcionada pelo clube de negócios World Trade Center (WTC). Fundado na década de 1960, pela família Rockefeller, em Nova York, o WTC está presente em mais de 100 países e conta com mais de 2.000 empresas associadas apenas no Brasil. Segundo Luiz Alberto de Paula Lenz Cesar, diretor regional do WTC Curitiba, a integração e a troca de ideias entre os executivos proporcionada pelo clube têm resultado na expansão dos negócios das empresas associadas para outros estados e países. “Proporcionamos periodicamente encontros, fóruns e debates entre esses empresários sobre as mais diversas temáticas, visando

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o enriquecimento intelectual e a geração de parcerias e novos negócios”, conta. Segundo Cesar, há casos concretos em que são fechadas novas parcerias durante os eventos de apresentação do trabalho executado por um associado. Outra vantagem de fazer parte do clube é a possibilidade de abertura de novos mercados em outras cidades ou países, visto que, a cada viagem realizada por executivos, o WTC da cidade destino proporciona o contato com clientes e fornecedores em potencial, “tornando a rede de contatos cada vez mais fortalecida e essencial para os associados”, analisa o diretor do clube. Também é um diferencial do WTC a atuação tanto com a iniciativa privada quanto com o poder público. “São empresas dos mais diversos setores que têm muito a contribuir com as outras


nas suas diversas vertentes, seja no quesito administração, recursos humanos, gestão de negócios, finanças, entre outras", relata Cesar. Segundo ele, nas grandes empresas, sejam públicas ou privadas, ações alinhadas com a sustentabilidade corporativa e com a responsabilidade socioambiental são mais constantes. Como exemplo, o diretor do WTC cita duas empresas associadas do setor de energia, uma pública, a Compagas, e outra privada, a Trade Energy. O diretor da Trade Energy, Luis Gameiro, é associado ao WTC desde o ano passado. Para ele, o network com importantes empresas é o principal benefício em fazer parte do clube. Assim como ele, o presidente da Compagas, Luciano Pizzato, acha importante a interação nos eventos organizados pelo clube.

Energia livre • Fundada em 1998, a Trade Energy foi uma das primeiras comercializadoras autorizadas pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) para atuar no mercado livre de energia e ingressar na Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). O foco da empresa sempre foi a comercialização de fontes alternativas de energia, predominantemente Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs). Esse tipo de alternativa é destinada ao consumidor livre e ao consumidor especial. Segundo a ANEEL, fábricas, shoppings e indústrias que estão enquadrados nessa categoria com contas mensais de energia acima de R$ 80 mil, podem, hoje, escolher de quem comprar energia. “Temos grande experiência no setor, o que nos capacita para gerir eficientemente o insumo, a partir da previsibilidade dos preços futuros. Isso resulta em custos menores, garantindo economia e segurança com a contratação de energia elétrica”, diz Gameiro. Além de ser provedora de um insumo essencial para que qualquer empresa exista, a Trade Energy auxilia na gerência inteligente desse recurso, de acordo com a necessidade de cada organização. “Somos duas empresas, uma comercializadora de energia e uma gestora de energia”, explica ele. Não apenas os clientes da Trade Energy contam com a ajuda da empresa para crescer com economia de até 25% em energia, como também seus colaboradores e a própria comunidade. “Nossos equipamentos de TI estão em constante evolução, o que permite a doação dos equipamentos substituídos a entidades assistenciais. Também custeamos 50% das despesas com educação dos nossos colaboradores, desde a universidade até a pós-graduação, além disso, a participação dos colaboradores nos resultados impactou em dez salários adicionais para cada um deles em 2012”, relata o diretor. Para a Trade Energy, sustentabilidade corporativa e responsabilidade socioambiental são conceitos interdependentes. “Entendemos que o sucesso empresarial está em agregar benefício econômico para todos os envolvidos e para a comunidade, provendo, para os acionistas, lucratividade, ao mesmo tempo em que preenche uma necessidade do mercado, respeitando sempre o meio ambiente e as pessoas envolvidas no processo. A percepção do empresário é de que, nos mais de 15 anos de atuação da Trade Energy, o objetivo foi atingido. “Do ponto de vista ambiental, por trabalharmos com energia proveniente de fontes renováveis, acreditamos estar contribuindo para

"Para a Compagas, é importante a participação no WTC, pois permite a ampliação da rede de contatos, auxilia na divulgação da companhia e, principalmente, possibilita novas alianças e parcerias, o que gera oportunidades de novos e bons negócios”, diretorpresidente Luciano Pizzatto

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desenvolvimento local

“Proporcionamos periodicamente encontros, fóruns e debates entre esses empresários sobre as mais diversas temáticas, visando o enriquecimento intelectual e a geração de parcerias e novos negócios”, Luiz Alberto de Paula Lenz Cesar, diretor regional do WTC Curitiba

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a solução dos problemas ecológicos. Para os clientes, nosso sucesso atesta nossa atuação comercial sustentável: o benefício e a confiança são patentes. Internamente à corporação, temos visto que a formação de uma equipe eficiente depende fortemente do envolvimento e da valorização profissional das pessoas: quando todos ganham, o comprometimento é maior”, conta. Para Gameiro, a sustentabilidade transformou-se em um requisito de competitividade, conforme a sociedade cobra essa postura das empresas. “Os incentivos regulatórios às fontes renováveis e alternativas têm sido um importante alavancador para o desenvolvimento do mercado para esse tipo de energia. O que consideramos fator negativo é a postura antagônica que o governo tem mostrado com relação ao mercado livre (quase 30% do total), que acaba reduzindo seu potencial de competição, permeabilidade e capilaridade, fatores que são a própria justificativa de sua existência”.

Energia natural • A Compagas, concessionária responsável pela distribuição de gás natural canalizado no estado do Paraná, também tem participação ativa no WTC por meio de seu diretor-presidente Luciano Pizzatto e o gerente de assessoria de governança corporativa e gestão de risco, José Bernardoni Filho, assim como atua alinhada com o desenvolvimento sustentável, tanto para seu público interno quanto externo. "Para a Compagas, é importante a participação no WTC, pois permite a ampliação da rede de contatos, auxilia na divulgação da companhia e, principalmente, possibilita novas alianças e parcerias, o que gera oportunidades de novos e bons negócios", relata Pizzatto. Entre os valores da entidade, há a preservação do meio ambiente. De acordo com Pizzatto, os objetivos estratégicos da companhia são elaborados tendo como fundamento esse valor, o que se reflete diretamente na estrutura organizacional e no desenvolvimento das competências


PARTICIPE!

Todos os associados estão convidados a participar de mais um grande evento de integração promovido pelo WTC Curitiba. Venha conhecer quem faz parte do clube e aproveite os conhecimentos e contatos adquiridos na reunião em seu negócio. Não associados também podem participar! Data: 25/04 Local: WTC Business Center Inscrições: larissa.almeida@wtcclub.com.br ou 4141-1020

dos colaboradores, “pois sempre buscamos basear nossa atuação tendo isso em mente”, diz. A conscientização do público interno é feita por alguns canais, como Intranet e ações de endomarketing, que incentivam o desenvolvimento sustentável. Para os clientes, na fatura da companhia, há uma indicação de como reduzir o consumo, estimulando o consumo consciente e responsável. Entre as ações de sucesso para o público interno nessa mesma linha, a Compagas possui um programa de gerenciamento de resíduos, no qual os colaboradores participam ativamente depositando pilhas, baterias, lâmpadas e outros materiais para destinação apropriada. Além desse programa, foram instaladas também lixeiras para coleta seletiva de materiais (metal, vidro, plástico, papel e orgânico). “Encaminhamos para a reciclagem, somente em 2012, mais de 600 kg de papel”, conta Pizzatto. Atuante desde 1998, a concessionária conta, hoje, com 600 km de rede de distribuição construídos, atendendo mais de 16 mil clientes, entre indústrias, comércios e residências, em 13 muni-

cípios do estado (Curitiba, Araucária, Balsa Nova, Campo Largo, Colombo, Londrina, Palmeira, Paranaguá, Pinhais, Ponta Grossa, Quatro Barras, São José dos Pinhais e São Mateus do Sul). Por ser uma fonte de energia livre de enxofre e de combustão mais completa, é uma energia ecológica e menos poluente. Visando o desenvolvimento da sociedade e a preservação do meio ambiente, a companhia realiza diversas ações, entre elas programas de conscientização envolvendo públicos de diversas faixas etárias, além de apoiar projetos sociais de empresas e do Governo. Segundo explica Pizzatto, o principal desafio é, sem dúvida, a conscientização das pessoas, já que a cultura da sustentabilidade ainda não está totalmente assimilado pela população. Entre as facilidades da Compagas destaca-se o fato de que o gás natural é utilizado para substituir outros combustíveis mais poluentes. “O que melhora a imagem das empresas (nossas clientes) perante a comunidade”, conclui o presidente da Compagas.

“Temos grande experiência no setor, o que nos capacita para gerir eficientemente o insumo, a partir da previsibilidade dos preços futuros. Isso resulta em custos menores, garantindo economia e segurança com a contratação de energiaelétrica”, Diretor da Trade Energy Luis Gameiro

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Clóvis Ricardo Schrappe Borges

Gestão Ambiental

Médico Veterinário e Mestre em Zoologia, é diretor executivo da SPVS e fellow da Ashoka

Não existe razão para cortar ao meio o Parque Nacional do Iguaçu,trata-se de uma situação pontual e inexpressiva, que constrange qualquer tentativa lúcida que tente explicar o movimento em curso

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GERAÇÃO SUSTENTÁVEL

Ultrapassando todos

os limites C

onservacionista ou não, para qualquer pessoa, mostra-se desafiador pensar em justificativas que fundamentem o novo ímpeto pela abertura de uma estrada com base em um significado prático mais relevante. Não existe razão para cortar ao meio o Parque Nacional do Iguaçu com base em argumentos sociais ou econômicos. Trata-se de uma situação pontual e inexpressiva, que constrange qualquer tentativa lúcida que tente explicar o movimento em curso. No entanto, as sucessivas demonstrações de arrogância e falta de bom senso do legislativo – via de regra, com amplo amparo de governos e setores empresarias – desafiando praticamente qualquer impedimento no caminho do "desenvolvimento" podem ajudar a explicar esse perigoso fenômeno de porteira escancarada que estamos vivendo em nosso país. É evidente a sensação de poder absoluto que, em especial, o Congresso Nacional vem assumindo, sem, no entanto, garantir suficiente racionalidade nas discussões que são trazidas à luz de deputados e senadores. Se por um lado a autonomia dos poderes é uma conquista de nossa sociedade e o respeito às decisões dos representantes do povo um sinal de que a democracia está plenamente efetivada, o escárnio explicitado por uma prática recorrente de troca de favores e acordos

explícitos, sem qualquer consistência técnica ou moral, não podem ser admitidos por uma sociedade que tenha uma base de princípios minimamente coerente. De governos que dividem cargos a esmo para poder dominar politicamente o legislativo, a deputados e senadores que assumem, sem qualquer constrangimento, cargos de representantes de interesses que não precisam ter apoio popular nenhum para ser validados, seguimos caminhando para uma situação que não pode resultar em boa coisa. Existe uma crise moral séria por trás de tudo isso, que se mantém velada possivelmente por conta da vacina de alienação que afeta a maioria de nós. A volta da discussão sobre a medíocre questão da Estrada do Colono coloca em pauta muito mais uma demonstração de domínio efetivo e completo de um estado de imoralidade que não pretende abrir espaços para qualquer tipo de enfrentamento, do que, efetivamente, uma causa com algum valor social. As alegações demagógicas e recorrentes em pauta são um insulto à inteligência e uma pá de cal na luta pelo bem comum no campo da conservação. Seremos capazes de manter nossa boa energia em prol do interesse público em nossas atividades diárias assimilando situações recorrentes dessa natureza? Ou estamos frente a uma questão inegociável?


Tel.: 41 3219.1500 | SAC 0800 41 4554 | Deficientes auditivos 0800 642 2009 | www.unimed.coop.br/parana


Hugo Weber Jr. Consultor em Gestão Verde. Diretor da AGRESSOR ZERO – Sustentabilidade Corporativa

Reciclagem de Vidro

Um mercado a descoberto

Gestão Estratégica

"Lixo é o único recurso em expansão no planeta”

O vidro por suas características é matéria-prima sem igual. Com vantagens de reaproveitamento em 100%, ainda permite economia de matérias-primas naturais, como a areia, barrilha, calcário e outras tantas

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Buckminster Fuller (1895- 1983), Designer, arquiteto e visionário

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sse setor experimenta um crescente desenvolvimento tecnológico e mercadológico, vivendo momento de considerável expansão, impulsionado pela economia do país e atualizado pelas necessidades sociais. A evolução desse comércio no Brasil é espantosa. Em pouco tempo, a indústria videira alcançou posição de destaque no mercado e no desenvolvimento industrial com a produção de 3.600 t/dia de vidros planos e mais a importação de 1.800 t/dia. O futuro do mercado de vidros no Brasil é promissor. Em contraponto a esse crescente mercado está a sua reciclagem. Material que pode ser totalmente reciclado, indefinidas vezes, esse vidro, está sendo reaproveitado, com a reciclagem, em somente 30% de seu potencial. Esse vazio existe por falta de materiais que não chegam a ser capturados e enviados de volta para a indústria para serem reciclados, compondo novos produtos, a famosa Logística Reversa e sua reciclagem ativa. O que significa que a diferença está toda ficando no meio ambiente, para sempre, além, é claro, do contínuo aumento da extração de matéria-prima. Com um kg de vidro se faz outro kg de vidro, com perda zero e sem poluição ao meio ambiente, consumindo menor quantidade de energia e emitindo menores quantidades de aerodispersóides e particulados com pouca emissão de CO2, contribuindo assim para a saúde ambiental. O vidro por suas características é matéria-prima sem igual. Com vantagens de reaproveitamento em 100%, ainda permite economia de matérias primas naturais, como a areia, barrilha, calcário e outras tantas. A reciclagem deverá ter grande destaque na indústria vidreira a partir da Lei nº 12305/10, instituída pelo Governo Federal e poderá ganhar mais força ainda com os grandes investimentos que serão feitos para promover e estimular o retorno do vidro descartado como matéria-prima. O fabricante e toda a sua cadeia de comerciali-

zação serão responsabilizados e terão que criar mecanismos e estímulos para a captura desse material que abundantemente degrada o meio ambiente ou serão punidos com os rigores da Lei. E bota rigor nisso. Multas altíssimas. Então, aí está uma fatia de mercado em que os recicladores, em toda sua cadeia de valor, podem e devem aproveitar essa excelente oportunidade para um crescimento da indústria da reciclagem nesse mercado a descoberto. A tonelada de vidros planos para reciclagem tem sido adquirida a US$ 100 e o vidro novo é vendido a US$ 850. Muito aquém dos valores ofertados à reciclagem de latas de alumínio e ao papel/papelão. Por aí pode ser observado o “gap” de valor existente e o porquê da pouca atividade nesse segmento de mercado. A construção de parcerias com o setor público, empresas e organizações do terceiro setor para implantação da Logística Reversa e da reciclagem ativa com profundos programas de educação ambiental e cidadania resultará em ganhos para todos – sociedade, meio ambiente, indústria e também para o setor artístico que se utilizam desse material produzindo excelentes e criativos novos produtos. Um mercado de reciclagem dinâmico e economicamente compensador, exclusivamente dedicado a esse nicho, sanearia esse grave o problema e tornar-se-ia uma ativa e rendosa atividade, contribuindo consideravelmente para mitigar essegrave problema ambiental. Outro aspecto também importante será o seu menor descarte, reduzindo custos de coleta urbana, eliminando ou diminuindo a incidência desses produtos nos aterros sanitários, aumentando-lhes sua capacidade e sua vida útil. Será preciso que toda a sociedade e todos os atores envolvidos se conscientizem dos benefícios da reciclagem do vidro, reaproveitando totalmente suas embalagens e os demais vidros, com os enormes benefícios ambientais, econômicos e sociais.



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gestão para a sustentabilidade Julis orácio felipe editora clube dos autoresEditora atlas

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Sustentabilidade planetária, onde eu entro nisso? Fabio Feldmann terra Virgem Editora

CIÊNCIA AMBIENTAL Terra, um Planeta Vivo daniel b. botkin e edward a. keller ltc editora

José Carlos Barbieri Jorge Emanuel Reis Cajazeira

Responsabilidade social, empresarial e empresa sustentável

fio porque ainda não existe um consenso universal sobre o real significado do termo e os assuntos que estão inseridos no conceito ainda estão em construção. De fato, nós da ISO temos dado uma contribuição a este debate por meio do grupo de trabalho sobre Responsabilidade Social que desenvolve a futura norma ISO 26000 para orientar esse tema tão variado, complexo e quase sempre controverso.

• A L A N B RY D E N

Secretário-geral da ISO – International Organization for Standardization

Conheça o site do livro e as demais novidades do nosso catálogo no endereço:

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Responsabilidade social, empresarial e empresa sustentável

Se a abordagem usada pelos autores é muito abrangente, na intenção de refletir sua complexidade, corre-se o risco de tratar o tema com superficialidade. Se os autores focam demais em uma questão ou em um grupo pequeno de temas, fica difícil transmitir uma visão geral da ampla gama de conceitos envolvidos. Entretanto, os autores deste livro foram hábeis em evitar essas duas armadilhas e conseguiram comunicar toda a riqueza que o verdadeiro entendimento do conceito de responsabilidade social requer, tanto na profundidade quanto na abrangência.

José Carlos Barbieri Jorge Emanuel Reis Cajazeira

Escrever sobre Responsabilidade Social é um verdadeiro desa-

Responsabilidade Social Empresarial e Empresa Sustentável Da teoria à prática

José Carlos Barbieri é mestre e doutor em Administração, é professor do Departamento de Administração da Produção e Operações da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (FGV/EAESP-POI) desde 1992. Foi professor em renomadas instituições de ensino superior, como a Universidade Federal do Mato Grosso do Sul e a Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Foi pesquisador do Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT). É professor do programa de pós-graduação stricto sensu da EAESP, da linha de pesquisa em gestão ética, socioambiental e de saúde. Pesquisador e coordenador de diversos projetos de pesquisa nas áreas de gestão da inovação, do meio ambiente e da responsabilidade social. Coordenador do Centro de Estudos de Gestão Empresarial e Meio Ambiente da FGV/EAESP. Membro do Fórum de Inovação da FGV/EAESP. Participou da comissão do INMETRO para criação de normas sobre certificação de sistemas de responsabilidade social. Participa de comitês científicos de diversas revistas e congressos científicos, nacionais e internacionais, e de várias agências de fomento. CONTATO COM O AUTOR:

RESPONSABILIDADE SOCIAL EMPRESARIAL E EMPRESA SUSTENTÁVEL José Carlos Barbieri e Jorge Emanuel Reis Cajazeira

barbieri@editorasaraiva.com.br

Jorge Emanuel dos Reis Cajazeira. Engenheiro mecânico pela Universidade Federal da Bahia,mestre e doutor pela FGV/EAESP. Executivo da área de competitividade da Suzano Papel e Celulose, onde trabalha desde 1992. Eleito pela revista Exame, em 2005, como um dos quatro executivos mais inovadores do Brasil. Foi expert nomeado pela ABNT para a redação das normas ISO 9001 e ISO 14001 (1995-2004), coordenou os trabalhos para a criação da norma NBR 16001 – Responsabilidade Social e presidiu a comissão do INMETRO para criação de um sistema nacional para certificação socioambiental. Em 2004, foi eleito o primeiro brasileiro a presidir um comitê internacional da ISO, o Working Group on Social Responsibility (ISO 26000). É membro do comitê de critérios da Fundação Nacional da Qualidade (FNQ), coordenador do comitê de inovação e ativos intangíveis (FNQ) e ex-presidente do Compromisso Empresarial para a Reciclagem (Cempre). CONTATO COM O AUTOR:

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