Revista Frigorífico Jun13

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editorial made in brasil Foram necessários sete anos de negociações para o Japão – maior importador de carne suína in natura do mundo – abrir o mercado para o Brasil. E ainda que a habilitação de Santa Catarina tenha ocorrido quase que simultaneamente à notícia da suspensão das importações à Ucrânia, então segundo maior comprador da carne suína brasileira, a notícia há que ser comemorada. E muito! E não é para menos. Muito além de ter sido o primeiro país a se beneficiar do reconhecimento de zona livre de febre aftosa para exportar carne suína para a ‘Terra do Sol Nascente’, o próprio secretário de Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Célio Porto, reconheceu que “a conclusão de todo o processo terá impacto muito positivo para a economia regional”. E deixando de lado os limites territoriais e a regionalidade da questão, demonstrando ainda mais entusiasmo, o vice-presidente de Assuntos Corporativos da BRF, Wilson de Mello Neto, tratou de afirmar que o novo cenário dará “tranquilidade” ao mercado de carne suína brasileira. Opinião corroborada pelo hoje ex-presidente da Abipecs, Pedro de Camargo Neto, que acredita que a abertura do mercado japonês “muda a suinocultura no país”. E olha que como bem lembrou Mário Lanznaster, presidente de uma das maiores processadoras do produto no Brasil, a Coopercentral Aurora, os japoneses têm gosto refinado: pretendem comprar cortes nobres de carne suína, como pernil, paleta e carré. Ao todo, oito unidades frigoríficas foram habilitadas a exportar carne suína ao Japão, conforme lista divulgada em 10 de junho pela Secretaria de Defesa Agropecuária, sendo elas BRF (de Campos Novos e Herval D’Oeste), Seara (Seara e Itapiranga), Pamplona (Rio do Sul e Presidente Getúlio), Aurora (Chapecó) e Sul Valle (São Miguel do Oeste). No mesmo dia, outra notícia de igual relevância ao setor veio a público, quando a presente edição da Nova Revista Frigorífico já se encontrava, por sinal, em fase de pré-impressão na gráfica. E se não houve tempo hábil de preencher as páginas que merecia no interior do material, merece menção de destaque neste editorial, reescrito aos 46 minutos do segundo tempo: a JBS, que já é a maior produtora de carne bovina do mundo, acaba de se tornar líder global na produção de carne de frango após a aquisição da Seara Brasil, divisão de aves, suínos e processados do grupo Marfrig. Segundo anúncio oficial da companhia, que também dá um salto no segmento de alimentos processados, de maior valor agregado, e passa a ocupar a posição de segunda maior empresa do Brasil nesse segmento (atrás apenas da BRF, dona das marcas Sadia e Perdigão), a expansão impactará igualmente o seu faturamento, ao passo que a Seara deve adicionar R$ 10 bilhões à receita global da JBS. Tenha uma excelente leitura!

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