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ENTREVISTA_

ENTREVISTA_

A televisão é

mais uma etapa Por_Aline Nunes

AE) - Depois de ser eleito o melhor ator no 21º Prêmio Shell de Teatro de São Paulo, em 2008, pelo desempenho no espetáculo “A Noite dos Palhaços Mudos”, Domingos Montagner, 49 anos, despertou a atenção da Globo. O universo televisivo, no entanto, nunca foi a ambição do artista. Por ser fundador do Circo Zanni e do grupo teatral La Mínima - há 14 anos no mercado - ele sempre teve a agenda cheia. Mesmo assim, resolveu descobrir como era fazer TV. Ainda em 2008, fez um teste de imagem para a Globo e em seguida estreou no seriado “Mothern” (GNT) e fez ponta no seriado “Força Tarefa”. E hoje, ele só dá provas de que tem potencial de virar queridinho na emissora dos Marinho. Versatilidade ele já provou que tem. Recentemente, apareceu como galã no seriado “Divã”. Agora, está na novela “Cordel Encantado”, como o cangaceiro mais temido do sertão: Herculano, pai de Jesuíno (Cauã Reymond). Ele ainda está se adaptando à rotina que a TV exige. Como mora em São Paulo, o ator se dispôs a morar num apart-hotel no Rio. À reportagem, ele fala sobre a estreia na TV, o encontro com amigos de longa data na telinha - entre eles João Miguel - e sua postura diante da fama. AE - Você se formou no circo. Como foi parar na TV? Montagner: A primeira oportunidade foi no seriado “Mothern”, do GNT. Depois, através do La

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Mínima (grupo de teatro), fui contactado pela Globo para um registro de imagem. Depois vieram o “Força Tarefa”, “A Cura”, “O Divã” e “Cordel”. AE - Não tinha ambição em TV? Montagner: Nunca tive preconceito com o meio, mas nunca tive tempo para me dedicar a outro veículo. No teatro e no circo eu faço todo o processo: criação, atuação e produção. AE - Como surgiu o circo Zanni, em 2003? Sua família é circense? Montagner: Foi um mero acaso. Minha família não tem nada a ver com o circo. Meu pai foi comerciante, dono de bar. Minha mãe era dona de casa, éramos uma família simples, de classe média baixa. Mas no final dos anos 80, quando conheci o diretor circense do Cacá (Rosset), resolvi que era ali que eu iria amarrar a minha égua. AE - As pessoas das décadas de 20 e 30 enxergavam o cangaceiro como herói. Quem você vê como o herói, hoje, no Brasil? Montagner: Sem fazer demagogia? Sério, para mim herói é quem sobrevive sob condições adversas sem precisar ser bandido. O povo que vive com alegria em meio a um conjunto de dificuldades tem esse componente heroico.

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