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Luiz Carlos Busato
Presidente do União Brasil-RS
Introdução: Lucio Vaz Entrevista: Lucio Vaz e Voltaire Santos
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Poucos são os políticos que contribuíram tanto para as melhorias da infraestrutura do RS, como Luiz Carlos Busato. Sua formação em Arquitetura e sua atuação como empresário no ramo de construção civil foram a base de sua carreira política e o qualificaram para desempenhar uma das mais invejáveis trajetórias da vida pública em nosso estado. Foi vereador, deputado federal, prefeito de Canoas e por duas vezes atuou como secretário de Estado. Em ambas, seu gabinete foi referência para os prefeitos, que encontraram soluções às demandas históricas em seus respectivos municípios. Sua
competência técnica aliada à sua prudência política o credenciaram a ser convidado para fundar o União Brasil no Rio Grande do Sul. Em poucos dias, Busato já arrebatou nomes de peso para o partido, tornando o União Brasil umas das peças mais desejadas no tabuleiro das eleições deste ano. O programa Em Evidência na TV entrevistou Luiz Carlos Busato, que revelou como andam as articulações políticas de seu partido no RS. Confira
Conte-nos sobre o papel da Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Metropolitano no auxílio aos municípios.
A Famurs é uma entidade que tem uma relação muito grande, em função até da Secretaria, que tinha o nome de Secretaria de Apoio aos Municípios, mas por causa da minha entrada, mudou um pouco o foco. Sou arquiteto e urbanista, na minha conversa com o ex-governador Eduardo Leite, nós nos propomos a fazer um trabalho diferente do que até então a Secretaria havia feito. Iniciamos obras em 406 municípios, praticamente a totalidade. No programa Pavimenta, que é o carro-chefe da Secretaria, se inscreveram 413 Prefeituras, todas foram contempladas, 11 delas foram contempladas com projetos, onde será dada a assessoria necessária, e as demais com obras efetivamente. As cidades com população de até 20 mil habitantes vão receber do Estado um investimento a fundo perdido, em torno de um milhão de reais, tem uma contrapartida da prefeitura também. Os municípios que possuem entre 20 mil e 200 mil habitantes, dois milhões de reais, acima de 200 mil habitantes, quatro milhões de reais. Nós sabemos das dificuldades das prefeituras pequenas de terem quadros técnicos. Então nós colocamos todo o quadro técnico da Secretaria ajudando os prefeitos. Cem por cento das prefeituras foram contempladas, só não levou quem não pediu. Outro viés da Secretaria muito forte é a questão do transporte metropolitano, a Metroplan faz parte da Secretaria e está agora numa fase de rearranjo e de organização do transporte público, tanto fluvial, como rodoviário, organizando no estado inteiro. Ainda haverá uma reunião com os prefeitos da Região Metropolitana para fazer essa integração do transporte metropolitano.
Quais são as principais demandas dos gestores no projeto Pavimenta?
Isso depende da região, para os prefeitos do interior do estado, a grande demanda é o investimento dentro da cidade. Os governos ao longo do tempo sempre priorizaram a questão das estradas estaduais, rodovias e acessos. O programa Pavimenta não contempla isso, ele realiza aquela obra que passa na frente da casa das pessoas. O grande diferencial do projeto Pavimenta é que são obras que não são escolhidas pelo Estado, é o prefeito ou a prefeita que define qual a obra que vai ser feita dentro do município. Nós tiramos da cartola desejos de muitos anos e eu tenho vários depoimentos de prefeitos que essa obra, é a grande obra da gestão dele. O projeto Pavimenta começou com 60 milhões de reais, mas em função da demanda, dos prefeitos irem lá e apresentarem projetos bons, o ex-governador sensibilizado aumentou para 372 milhões de reais, com as contrapartidas, nós vamos investir, no estado, mais de 600 milhões de reais em obras. Vai faltar mão-de-obra e empreiteiro para fazer essas obras todas.
O município que ainda tem interesse em ver como funciona o Pavimenta pode passar na Secretaria, ou o projeto já fechou?
A primeira fase está encerrada, os convênios já foram assinados com os 406 municípios e estão na fase de licitações, repassando a primeira parcela do recurso, mas a Secretaria está cadastrando para a fase dois, que deve abrir em maio ou junho. Então a Secretaria está resolvendo as inscrições, orientando os prefeitos novamente. Eu acho que agora vai ter cem por cento de adesão, aqueles que não entraram vão comparecer.
Como ajudar os municípios que sofrem com a seca?
É uma questão muito delicada e isso não é um assunto novo, pois vem de longa data. Quando eu fui deputado federal, por dez anos, em Brasília, a cada ocorrência desses fenômenos climáticos, que nós temos aqui no Sul. O fenômeno da seca é recorrente, nós precisamos estar preparados. Nós só nos lembramos que há seca no RS quando para de chover, mas é um estado que possui abundância de água. Se nós guardássemos toda a água que chove no Rio Grande do Sul, nós teríamos uma lâmina de 1,80 metro de altura. O problema é guardar toda essa água que chove no período do inverno para ser usada no verão. Então, nós precisamos realizar obras que são fundamentais, que é a Barragem do Taquarembó e a do Jaguari, que são duas obras que nós demos continuidade, quando eu fui secretário de Obras, no governo Tarso Genro. Elas iniciaram no governo da Yeda Crusius, com o secretário Rogério Porto. O governo José Ivo Sartori depois teve dificuldades no encaminhamento dessas barragens e o ex-governador Eduardo Leite, retomou as obras dessas duas barragens. A conclusão delas vai solucionar de uma maneira bastante efetiva esse fenômeno nos próximos anos. Para o auxílio aos municípios em situação de calamidade tem que haver uma agilidade maior do governo federal, na liberação dos recursos, via-de-regra esses recursos acabam chegando, quando já estamos quase morrendo afogados com chuva aqui novamente. Nós precisamos dos nossos deputados, em Brasília, para nos ajudar nessas liberações junto ao Ministério da Integração, que faz essas liberações.
O senhor é presidente do partido União
Brasil no estado, que é a fusão do PSL com o DEM, como se deu esse movimento? Quem são os grandes nomes e qual o cenário para 2022?
Nessas estradas da vida, acabam surgindo desafios importantes na frente de nós. Um deles foi quando fui presidente do PTB, fiquei sete anos na presidência do Partido dos Trabalhadores do Brasil, fizemos um trabalho muito interessante. Quando saí da presidência, entregamos o partido como um dos quatro maiores partidos do RS, tanto é que nós tivemos um ano de presidência na ALRS e por essas coisas da vida acabou tendo um desentendimento dentro do PTB, com o presidente Roberto Jefferson e os deputados do RS. Eu resolvi não me meter nessa briga, porque não gosto de discussão, acabei saindo do partido. Surgiu o convite em função da minha experiência para presidir aqui no RS, esse novo partido que surge da fusão do Democratas com o PSL. Um partido que hoje tem no Brasil inteiro deputados federais, centenas de prefeitos, governadores e senadores. Eu assumi em novembro a presidência no estado, um partido que brigavam muito entre si. Nós entramos e pedimos que o diálogo fosse a maior virtude da sigla, fomos ouvidos, acalmamos os ânimos, nos organizamos e estamos fazendo a nominata para as próximas eleições. A nossa pretensão é audaciosa de fazer uma das maiores bancadas estaduais e federais do RS. O Fortunati foi uma grande conquista que nós trouxemos, é o presidente metropolitano de Porto Alegre. Ele deixou a presidência do PROS, em função do nosso convite, analisou e percebeu que teríamos uma grande caminhada. Nós estamos com uma nominata muito forte e nomes importantes priorizando principalmente mulheres. Nós queremos que o União Brasil seja onde as mulheres encontrem um partido que valorize a atuação delas. Nós temos feito vários encontros no estado com mulheres empreendedoras, que têm sofrido violência doméstica, que é uma bandeira que nós vamos lutar muito contra e nós temos nomes importantes que fazem parte dessa caminhada, que

UNIÃO BRASIL-RS Em poucos dias, Busato já arrebatou nomes de peso para o partido, tornando o União Brasil umas das peças mais desejadas no tabuleiro das eleições deste ano

TRAJETÓRIA Sua formação em arquitetura e sua atuação como empresário no ramo de construção civil foram a base de sua carreira política e o qualificaram para desempenhar uma das mais invejáveis trajetórias da vida pública em nosso estado. Na foto, com o apresentador, Voltaire Santos defendem causas importantes. Essa é uma das pautas importantes do partido, a defesa dos direitos e a participação da mulher na política, porque ainda há um preconceito nesse sentido. O partido tem no seu DNA a valorização da propriedade, do empreendedorismo, da livre iniciativa e da família. São valores que nós prezamos muito e vamos levar a minha experiência nessa caminhada nos próximos meses.
Qual a sua análise do governo Bolsonaro?
O presidente Bolsonaro é uma pessoa que tem boas intenções, se não surgir um nome na terceira via que seja viável, eu via o Eduardo Leite assim, não enxergo outra terceira via das que estão postas. Se nós tivermos um segundo turno entre o presidente Bolsonaro e a esquerda, com certeza nós estaremos do lado do Bolsonaro. Eu acho que é a melhor alternativa entre essas duas opções, torço para que haja uma alternativa de uma opção mais sensata. O presidente tem alguns momentos em que perdeu a oportunidade de não opinar, acho que seria a melhor alternativa. Ainda falta ao governo federal projetos importantes, um plano de governo claro, que dê tranquilidade ao mercado, porque esse é o grande desafio que nós teremos agora, a reabilitação do Brasil, por isso precisamos estar todos unidos.
Em 2022, o senhor pavimenta a sua candidatura a deputado federal?
Visitar todos os prefeitos e os companheiros dos Democratas e do PSL que serão já do União Brasil, para que nós possamos montar uma candidatura de todos e para que tornemos o partido em um partido forte e justo, com uma cara nova. De um Brasil voltado para o progresso, trabalhador e honesto.