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“O grande objetivo do Estado é promover desenvolvimento econômico e social, para que as pessoas tenham bem-estar e dignidade”
Guilherme Pasin, ex-prefeito de Bento Gonçalves
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Jennifer Nunes
Em 2012, aos 29 anos, o bacharel em Direito Guilherme Pasin (PP) disputou e venceu, pela primeira vez, a eleição para prefeito de Bento Gonçalves. A margem foi apertada: 383 votos de vantagem sobre o então prefeito, Roberto Lunelli (PT).
Em 2016, após quatro anos de uma administração exitosa e bem avaliada, a reeleição veio sem sofrimentos: 65% dos votos válidos, em um pleito com outros três candidatos. Quatro anos mais tarde, em 2020, Pasin emplacou o sucessor, Diogo Siqueira (PSDB).
Lá se vai quase uma década desde que o senhor assumiu a prefeitura pela primeira vez. Qual era o cenário da época?
A prefeitura tinha uma dívida considerada alta, os servidores públicos estavam desmotivados, os escândalos e confusões eram notícias frequentes. A gestão municipal estava desorganizada. E sabemos que isso tudo respinga na qualidade dos serviços prestados à população. Como todo gringo, baixamos a cabeça e trabalhamos. Inovamos em diferentes processos, para que as coisas começassem a andar mais rápido. E foi isso que ocorreu. Após oito anos, nós entregamos uma gestão moderna, eficiente, superavitária, que oferece serviços de qualidade ao cidadão. Bento cresceu como cidade! E o mais importante, fizemos isso sem aumentar impostos, apenas aplicando os critérios da justiça tributária. Qual foi o legado do Governo Pasin? Nosso governo, ao lado da comunidade, teve muitas entregas expressivas, em diversas áreas. Se falarmos em saúde, teve a abertura da UPA Botafogo e de outras nove unidades de atendimento. Teve a construção do Complexo Hospitalar, com Centro de Especialidades Odontológicas, Laboratório de Patologia e Análises Clínicas, Laboratório de Imagens Raio X
Digital, além de leitos de internação e mini-UTIs que foram fundamentais Agora, com a experiência de ter para enfrentar a pandemia. Também governado por oito anos uma das principais cidades do estado, Pasin se prepara para um novo inauguramos o Pronto Atendimento 24h na Zona Norte e o Laboratório de Oftalmologia, em parceria com nossa sociedade. Se falarmos em educação, desafio: a busca por uma das 55 nosso governo fez a maior ampliação vagas na Assembleia Legislativa. de vagas na educação infantil da his-
Nesta conversa com a Revista Em Evidência, o progressista recorda os principais desafios e conquistas como gestor, projetanado o futuro da Serra e do Rio Grande do Sul pós-pandemia.
DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO COMO FERRAMENTA SOCIAL Durante a gestão em Bento Gonçalves, Pasin focou na Lei de Incentivo ao Desenvolvimento que, entre 2015 e 2020 teve 30 projetos aprovados, com uma projeção de R$ 450 milhões de faturamento, 853 empregos diretos, investimentos de infraestrutura de R$ 158 milhões e R$ 25 milhões em geração de impostos

tória, com incremento de 75%, por meio da construção de escolas e da compra de vagas na rede privada. Na segurança, criamos a Guarda Civil Municipal, implantamos sistema de videomonitoramento nas principais ruas e, por meio de parceria com o governo do Estado, viabilizamos a construção da Penitenciária Estadual de Bento Gonçalves, desativando o antigo presídio do Centro, o que era uma grande demanda da população. Se falarmos em turismo, Bento registrou durante o nosso governo um crescimento de 150% no número de visitantes. Foi muita coisa, em todas as áreas!
Teve uma ação muito focada na geração de empregos, também…
Exatamente. No nosso governo, aprovamos a Lei de Incentivo ao Desenvolvimento, que entre 2015 e 2020 teve 30 projetos aprovados, com uma projeção de R$ 450 milhões de faturamento, 853 empregos diretos, investimentos de infraestrutura de
UM BRINDE AO FUTURO Pasin é pré-candidato a ALRS pelo Progressistas

R$ 158 milhões e R$ 25 milhões em geração de impostos. A implementação da Lei da Liberdade Econômica e da Sala do Empreendedor, enfim, um conjunto de medidas que melhorou o ambiente de negócios e permitiu o aumento de 64% no número de empresas na cidade durante os nossos dois governos.
E dentre tudo isso, o que mais lhe orgulha?
É olhar para tudo isso e recordar que a população estava feliz. Pesquisas de opinião da época mostravam que 100% da população afirmava ter orgulho de viver em Bento. Era um sinal de que as pessoas estavam satisfeitas com a cidade. Tinham, e têm, bem-estar e qualidade de vida.
E agora, que desafios te movem?
Os oito anos como prefeito me deram uma visão muito clara sobre as prioridades da população e os desafios regionais e estaduais. Além disso, desde que transmiti o cargo ao meu sucessor, Diogo Siqueira, passei a circular mais pela região e a conversar com as pessoas. Hoje, a população da Serra percebe a necessidade de reforçar a sua representatividade, tanto na Assembleia Legislativa, quanto na Câmara dos Deputados. Essa demanda, aliada à experiência que acumulei nesses anos todos de vida pública, fizeram com que eu aceitasse o desafio apresentado pelo meu partido, o Progressistas, para ser pré-candidato a deputado estadual. Estou feliz, motivado e pronto para voltar a servir os cidadãos da região e de todo o Estado. E a recuperação econômica pós-pandemia?
Qual a sua avaliação sobre o momento político que vive o Rio Grande do Sul e quais as prioridades do pós-pandemia? Quando observamos o momento político do Rio Grande do Sul, os avanços são muito claros. Deixamos para trás uma era de descontrole no uso do dinheiro público e tivemos dois
governos com senso de responsabilidade fiscal. O Progressistas apoiou essas agendas de reformas por entender a necessidade de reorganizar as finanças do Estado para entregar melhores serviços à população. Hoje, temos um Estado mais sustentável, que já consegue planejar investimentos em infraestrutura, em educação, no fomento de novos negócios, entre outras áreas. Ter feito essa tarefa de casa, no entanto, não significa que podemos relaxar. O próximo governo precisa manter a responsabilidade com as contas públicas e focar em investimentos que propiciem a redução das desigualdades e o desenvolvimento social. Além das milhares de vidas perdidas durante a pandemia O Estado, enquanto agente — as quais evidentemente todos nós indutor do desenvolvimento, lamentamos —, o fe chamento dos seto precisa olhar para as potencialidades de cada res produtivos aprofundou uma crise econômica da qual região. Na Serra, por exemplo, o país recém se pre parava para supe somos extremamente carentes rar. Hoje, temos um triste cenário de dede uma política pública de incentivo à vitivinicultura — semprego, aliado à inflação que corroeu o poder de compra semelhante àquelas que já das famílias. Só existe uma chance de existem para outras culturas reverter isso: com trabalho. Trabalho do agronegócio do setor público, que deve perseguir a redução da burocracia e a solução dos gargalos de infraestrutura que afetam a nossa competitividade. E trabalho do setor privado, que precisa inovar nos processos e investir em tecnologia para manter-se atualizado e sobreviver em meio a uma economia globalizada que se transforma a cada dia. O senhor percebe a necessidade de um olhar regional? Evidente que sim. O Estado, enquanto agente indutor do desenvolvimento, precisa olhar para as potencialidades de cada região. Na Serra, por exemplo, somos extremamente carentes de uma política pública de incentivo à vitivinicultura — semelhante àquelas que já existem para outras culturas do agronegócio. Outra grande prioridade da região da Serra e das demais regiões com vocação para o turismo é uma política pública de formação profissional para a atuação no setor. A mesma coisa em relação à infraestrutura. Somos uma região que, além de produzir riqueza, atrai turistas de todo o país. Somos a vitrine do Rio Grande do Sul, logo, precisamos de uma malha de transporte à altura, sobretudo rodoviária.
E ampliando a realidade para o Rio Grande do Sul? Quais prioridades o senhor elenca?
Não há como pensar o futuro do Rio Grande do Sul sem mirar a Nova Economia. O setor da inovação, hoje, é o que tem maior capacidade de geração de riqueza. Precisamos não só preparar os nossos jovens para esses desafios do futuro, mas também encontrar formas de reter no Estado mentes privilegiadas. Não podemos exportar nossos talentos! Também precisamos olhar a cadeia produtiva de cada região, identificar os gargalos, e resolvê-los. Ter uma política de incentivo à economia de cada região.
Isso é papel só do Estado?
É papel de cada um de nós. É do Estado, mas também das prefeituras, das empresas, das entidades representativas. Cada um precisa fazer a sua parte. O grande objetivo do Estado é promover desenvolvimento econômico e social, para que as pessoas tenham bem-estar e dignidade. O governo deve liderar esse processo! Caminhar ao lado da sociedade rumo a um Estado mais próspero e desenvolvido.