Paulinho Salerno

Prefeito de Restinga Seca e presidente da Câmara Temática de Inovação da Famurs

Entrevista: Lucio Vaz e Voltaire Santos Introdução: Lucio Vaz | Edição: Patrícia Poitevin

Opresidente da Câmara Temática de Inovação da Famurs, e prefeito de Restinga Seca, possui uma enorme identificação com a bandeira municipalista. Já comandou um Consórcio (CIRC) e uma Associação Municipalista (Amcentro), também é considerado uma referência na região central do estado. Apresentado como um dos protagonistas nas frequentes conquistas do Hospital Regional em Santa Maria, Paulinho Salerno foi um dos entrevistados do programa Em Evidência na TV (RDCTV, sábados e domingos, 19 horas), quando falou de seus projetos para 2022, incluindo a forte tendência a presidir a maior entidade municipalista do estado. Confira a seguir, os principais momentos desta entrevista

Neste ano, o MDB tem o direito de comandar a maior instituição municipalista do estado. Chegou o momento de Paulinho Salerno presidir a Famurs?

Essa é uma construção que estamos fazendo dentro do partido, conversamos com as nossas lideranças e a nossa região, com os prefeitos da Amcentro. Há muito tempo, a Região Centro não tem um representante como presidente da Famurs. O MDB é o responsável por indicar neste ano, pelo acordo dos partidos. Eu estou colocando o meu nome a disposição do partido para ser esse representante. O presidente Bonotto faz um trabalho muito importante, não está sendo fácil conduzir, nesse período, entidades que representam o serviço público, porque ainda estamos numa pandemia. Ele implantou uma gestão que tem a marca de descentralizar as representatividades. Criou as Câmaras Temáticas, um modelo importante, que nós vamos seguir e ampliar. Tive a oportunidade, por três mandatos, de ser presidente do Consórcio Intermunicipal da Região Centro, que tem um expressivo trabalho de representatividade na área da saúde. Nós estamos expandindo, principalmente, nas compras compartilhadas, com um formato para diminuir os custos dos municípios, consequentemente, sobrando recursos para outros investimentos. Eu sou político, faço e gosto de política, tenho a minha profissão também, o meu escritório de Agronomia e propriedade rural, mas, ao mesmo tempo, adquiri esse gosto pela vida pública.

Atualmente, o senhor preside a Câmara Temática de Inovação na Famurs, de que forma a inovação será uma pauta na sua gestão, caso seja eleito presidente da entidade?

O tema chama muito a minha atenção, desde o meu primeiro mandato, quando estive à frente da Amcentro. A Universidade Federal de Santa Maria apresentou um projeto à Finep, para criar um Parque Tecnológico voltado para o Agro, baseando-se naquele tra-

A Inovação melhora a qualidade de vida, ajuda o desenvolvimento dos municípios, traz recursos e novas perspectivas

balho, que fizemos juntos aos empresários e às Universidades. O convite do presidente Bonotto, para eu assumir a Câmara Temática veio no início da gestão, porque começamos a trazer esse tema para dentro da Famurs. Nos aproximamos mais dos Hubs de Inovação, como o Instituto Caldeira, Tecnopuc, Tecnosinos, entre outros. Hoje, o estado tem uma condição de trabalho, que garante a vinda da South Summit. Os pequenos municípios, também, devem enxergar esse tema com extrema importância, porque nós precisamos inovar na nossa gestão, para aproximar cada vez mais os municípios do cidadão, facilitando o acesso, desburocratizando e comunicando melhor. Realizamos em parceria com a Câmara Temática de Inovação e a Comunicação da entidade, o Seminário de Comunicação, que foi uma experiência extraordinária. Nós temos condições de aprimorar ainda mais esse trabalho. A Inovação melhora a qualidade de vida, ajuda o desenvolvimento dos municípios, traz recursos e novas perspectivas.

Em sua opinião, como o MDB tem discutido essa questão dos candidatos ao governo do Estado?

O MDB realizou o Caminhos pelo Rio Grande, para percorrer o estado e ouvir as regionais, os prefeitos e as lideranças. O presidente do partido, Alceu Moreira, e o Diretório Estadual fizeram um trabalho muito bem consolidado, que virou inclusive uma publicação, a base para o plano de go-

verno do MDB. Nós precisamos ter um governo que ainda faça o movimento das reformas, aplique o recurso público da melhor A reservação de água é maneira possível e tenha responextremamente importante, sabilidade fiscal. O partido tem queremos avançar com uma representatividade munia legislação ambiental, cipalista muito permitindo o método em áreas forte e o nosso plano de goverde preservação. Ao mesmo no está direcionado para o que tempo, ter investimentos do os municípios pensam. O MDB poder público, na abertura de é voltado para o reservatórios diálogo, que procura construir sem radicalismo. A partir daí, escolheremos os nossos candidatos, que são dois excelentes nomes e grandes companheiros. Todo ano, nós sabemos que acontecerá a estiagem, como mudar esse cenário e amenizar esse efeito, que prejudica tanto a agricultura no RS? Nós temos ciclos de maior chuva e outros mais secos, com períodos de safras excepcionais, como foi a última. Neste ano, estamos enfrentando um período de seca prolongada. Ainda não possuímos, em determinadas regiões, a irrigação presente nas culturas de sequeiro, porque é um investimento alto. Nós enfrentamos problemas nas culturas irrigadas, também. Temos lavouras de arroz, na Região da Fronteira, que se riscar um fósforo, pega fogo. O Alto Uruguai e as Missões foram bem afetadas. Em Restinga Sêca, criamos o decreto de emergência, no dia 14 de janeiro, que já foi homologado. Nós tivemos as maiores perdas consolidadas, principalmente, na cultura da soja, em média 30 a 40 por cento da produção. Tudo isso, afeta a economia dos municípios. A reservação de água é extremamente importante, queremos avançar com a legislação ambiental, permitindo o método em áreas de preservação. Ao mesmo tempo, ter investimentos do poder público, na abertura de reservatórios. Nós precisamos ter uma política nacional de enfrentamento às questões de estiagem, que seja permanente.