Edição 006 - Revista Efe

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Ricardo Amorim

Aprender é melhor do que ter razão

Vanessa Pedrosa

Como lidar melhor com a comunicação em público

Imobiliário

Refúgios no interior ganham força

NEGÓCIOS | NETWORK | IDEIAS | TENDÊNCIAS

A Revista da Folha de Alphaville

Luppa, o vendedor pitbull

De ícone nacional de vendas a criador do maior centro de neurodesenvolvimento do Brasil. Conheça a trajetória

Carlos alberto Júlio

O que os jovens esperam das empresas

João Branco

Divulgar anos de existência da empresa é relevante?

Negócios

O calendário de eventos que move os negócios na região

Collabs

O poder da colaboração entre as marcas

E mais

Entrevistas exclusivas, liderança, design, autos e vinhos

Matéria de capa

Luppa

A JORNADA DO EXECUTIVO QUE ALIOU CARREIRA, FAMÍLIA E IMPACTO REAL NA VIDA DE CRIANÇAS AUTISTAS 38

22. Branding

O poder das comunidades e collabs

32. Educação

Apresentamos a nova seção “Quem educa em Alphaville”

46. Mercado imobiliário

Refúgios de luxo no interior ganham força entre famílias que querem desacelerar sem deixar a capital

52. Arquitetura e design

Como a área externa se tornou o espaço favorito das famílias

25. Liderança

Fernanda Delboni: Diretora Executiva da Techsocial

26. Mídia

TV aberta, creators, streamers e canais digitais disputam a atenção do público

36. Entrevista

Igor Barros conta os desafios e as novidades da Ecovias Raposo Castello

60. Gastronomia

Um dia com o célebre enólogo

francês Michel Rolland no Uruguai

PUBLISHER

Cesar Foffá

DIRETOR DE NOVOS NEGÓCIOS

Marcelo Foffá

DIRETORA ADMINISTRATIVA

Lourdes Foffá

EDIÇÃO E REPORTAGEM

Gabriela Ribeiro e Thais Sant’Ana

EDITOR DE ARTE E PROJETO GRÁFICO

Fábio Tateno

ILUSTRADORES

Carol Salim

Fernando Davis

FOTOGRAFIA

Rogério Alonso

Thiago Henrique

COLABORADORES

Beatriz Bononi

Carlos Alberto Júlio

Fernando Barra

João Branco

Ricardo Amorim

Vanessa Pedrosa

CIRCULAÇÃO

Joselito Santos

FINANCEIRO

Thiago Castillo

TECNOLOGIA

Guilherme dos Reis Silva

IMPRESSÃO

Margraf

JORNALISMO jornalismo@revistaefe.com.br (11) 95595.3433 | 3811.2820

PUBLICIDADE

Marcelo Foffá

marcelo.foffa@revistaefe.com.br (11) 98890.6308

ASSINATURAS

assinaturas@revistaefe.com.br (11) 95595.3433

efe. | A Revista da Folha de Alphaville Avenida Cauaxi, 293 | Ed. Alpha Green Alphaville Barueri/SP | 06454-020 (11) 4208-1600

*Os artigos assinados não refletem, necessariamente, a opinião da revista.

COLUNISTAS

12. Ricardo Amorim

Ricardo Amorim é economista, empreendedor, comentarista, palestrante e influenciador digital brasileiro. Graduado em Economia pela Universidade de São Paulo (USP) e com pós-graduação em Administração e Finanças Internacionais pela ESSEC Business School, em Paris. Foi apresentador do programa Manhattan Connection, na GloboNews, e eleito pela revista Forbes como um dos “100 mais influentes brasileiros”.

@ricamorim

Construída a muitas mãos

Encerramos mais um ano — e, com ele, chega aquele movimento silencioso que reorganiza perspectivas, renova energia e nos impulsiona a pensar no que vem pela frente. Não se trata apenas de revisar números ou traçar metas: é também o momento em que reconhecemos trajetórias, celebramos transformações e nos conectamos ao que realmente move os negócios — as pessoas e suas histórias.

Nesta edição, isso fica evidente logo na nossa entrevista principal. Luppa, o “vendedor pitbull”, ícone absoluto das vendas no Brasil, abre uma nova página de sua vida ao contar como sua jornada o levou a se tornar fundador do maior centro de referência no tratamento de autismo em Alphaville. Um relato potente, que mostra que impacto e propósito podem, sim, caminhar juntos.

Falamos também sobre liderança sob novas lentes: conversamos com uma executiva de destaque no setor de tecnologia que compartilha visão, desafios e as competências que realmente importam em tempos de mudança acelerada.

No eixo local, mergulhamos em uma pauta essencial para nosso ecossistema: como o calendário de eventos movimenta os negócios do bairro, fortalecendo conexões, atraindo público e estimulando a economia criativa que faz Alphaville pulsar.

E, como a vida empresarial é feita de múltiplos olhares, trazemos ainda conteúdos sobre branding, cultura, vinhos, design e autos — temas que ampliam repertórios e ajudam a construir marcas e profissionais mais completos.

Que este fim de ano nos inspire a manter o olhar curioso, a ambição estratégica e, sobretudo, a capacidade de nos reinventarmos. A cada edição, buscamos acompanhar esse movimento — e é um prazer ter você conosco nessa jornada.

Boa leitura.

Thais

14. João Branco

João Branco é professor e autor do Desmarquetize-se. Ex-VP Marketing McDonald’s, eleito o profissional de Marketing mais admirado do Brasil e top 10 melhores CMOs pela Forbes.

@falajoaobranco

16. Carlos Alberto Júlio

Carlos Alberto Júlio é um executivo experiente, professor, autor e palestrante de destaque no cenário corporativo brasileiro. Tem sólida formação internacional e extensa experiência como CEO e conselheiro.

@profcarlosjulio

30. Fernando Barra

Fernando Barra é especialista em tecnologia e inovação, professor palestrante, fundador da Skillplace.com.br e autor do livro Meu Emprego Sumiu.

@ofernando.barra

34. Vanessa Pedrosa

Fonoaudióloga especialista em voz, mestre e doutora em Ciências pela Unifesp. Atua como fonoaudióloga na Record São Paulo e nos canais ESPN Disney, além de ser sócia-proprietária da Fonoevidence, consultoria especializada em performance comunicativa. Com 25 anos de experiência, atua com executivos e líderes corporativos em setores estratégicos.

@vanessapedrosafono

Briefing

O resumo de notícias que conecta você ao mercado

RIACHUELO LANÇA COLLAB COM ESTILISTA HELÔ ROCHA

>> A Riachuelo apresentou sua nova collab com a prestigiada estilista Helô Rocha, reunindo mais de 140 peças que vão do vestuário feminino, masculino e infantil a itens de moda casa. Com foco no “feito à mão”, a coleção incorpora bordados produzidos por artesãs de Timbaúba dos Batistas (RN), ampliando o diálogo da marca com produção local e design autoral. O lançamento segue o modelo see-now-buynow e ganhou destaque após o cantor João Gomes aparecer no Grammy Latino com um look exclusivo assinado pela estilista e também produzido pelas bordadeiras. A coleção chega a lojas selecionadas, incluindo a unidade do Shopping Tamboré, uma das apostas da marca para a estreia da parceria.

Nas próximas páginas você também encontra

- Nova churrascaria em Alphaville

- Galeria Magalu abre as portas

- Disputa pela Warner Bros

- Ambev lança cerveja saborizada

GALERIA MAGALU ABRE AS PORTAS EM SÃO PAULO

>> A Magazine Luiza inaugurou oficialmente a Galeria Magalu, um novo hub físico de 4 mil metros quadrados que reúne produtos de mais de 150 marcas de seu marketplace. O espaço, que fica no mesmo imóvel onde funcionou a Livraria Cultura, na avenida Paulista, funciona como vitrine experiencial e reforça a estratégia do grupo de integrar varejo digital e físico. A companhia projeta que a iniciativa contribua para elevar o faturamento do marketplace, hoje um dos pilares de crescimento mais acelerado da empresa.

CNBC ADOTA NOVO LOGOTIPO

>> A CNBC anunciou que passará a utilizar um novo logotipo, parte de uma atualização global que começa ainda em dezembro. Especializada em negócios, mercado financeiro e economia internacional, a rede norteamericana é uma das principais referências de jornalismo econômico do mundo. A mudança foi comunicada em um vídeo que revisita momentos marcantes dos 36 anos da emissora e marca o início de um reposicionamento visual e estratégico em escala global.

FORBES LANÇA VIDEOCAST “MULHERES PODEROSAS”

>> A Forbes Brasil estreou o videocast “Mulheres Poderosas”, série que aprofunda conversas sobre liderança feminina, desafios, negócios e trajetórias de impacto. Cada episódio recebe nomes presentes na lista anual Mulheres Mais Poderosas do Brasil, reforçando o compromisso editorial da marca com diversidade e protagonismo feminino no ambiente corporativo. O programa está disponível no canal oficial Forbes Brasil no YouTube.

TENDALL INAUGURA PRIMEIRA UNIDADE PRIME EM ALPHAVILLE

>> A rede Tendall acaba de inaugurar sua primeira unidade Prime em Alphaville, na Alameda Rio Negro. Parte do Grupo Habib’s, a marca — já conhecida pelas casas Tendall Grill — estreia esse novo conceito elevando o rodízio de carnes nobres com bar de drinks autorais, carta de vinhos robusta e ambiente sofisticado pensado para experiências especiais. A nova unidade aposta em cortes exclusivos, arquitetura acolhedora, serviço de hospitalidade premium e espaço kids, reforçando a estratégia de oferecer um modelo de rodízio mais completo e voltado para ocasiões de celebração

PUBLICIDADE GLOBAL DEVE

MOVIMENTAR ATÉ US$ 1,17 TRILHÃO EM 2025

>> Relatórios recentes da indústria publicitária apontam para um ano recorde. De acordo com a Dentsu, o gasto global com publicidade deve atingir US$ 992 bilhões em 2025 — mesmo com a desaceleração econômica. Já um estudo da Warc projeta uma cifra ainda maior: US$ 1,17 trilhão, impulsionada pela transição massiva para plataformas digitais e pela crescente dominância de redes sociais, e-commerce e mídia programática. O cenário reforça a tendência de migração dos investimentos para o digital e a importância crescente das big techs como destino da publicidade global.

NETFLIX E PARAMOUNT TRAVAM DISPUTA BILIONÁRIA PELA WARNER BROS. DISCOVERY

>> O mercado global de mídia e entretenimento amanheceu em choque após a Netflix apresentar uma proposta de US$ 72 bilhões pela compra da Warner Bros. Discovery — movimento que seria o maior negócio da história do streaming. Horas depois, porém, o cenário mudou: a Paramount Global entrou na jogada com uma oferta ainda mais agressiva, na casa dos US$ 108 bilhões, elevando a disputa a um novo patamar. As duas propostas seguem em análise, e analistas apontam que o negócio pode redefinir o ecossistema de conteúdo, cinema e TV nos próximos anos, especialmente pela relevância de propriedades como HBO, Warner Bros., DC, CNN e Discovery.

LEGO E FIFA LANÇAM RÉPLICA OFICIAL DO TROFÉU DA COPA DO MUNDO

>> A LEGO e a FIFA uniram forças para lançar uma réplica oficial do troféu da Copa do Mundo feita inteiramente de blocos. O modelo, em escala real, tem 2.842 peças, utiliza a maior quantidade de elementos dourados já vista em um set da marca e mantém as dimensões do troféu original. O lançamento oficial está previsto para 1º de março de 2026, com preço sugerido de US$ 199,99, e inclui ainda uma cena “secreta” no interior do globo: uma minifigura exclusiva celebrando e uma referência especial à Copa do Mundo de 2026. A colaboração marca a primeira vez que o maior símbolo do futebol mundial ganha uma versão licenciada e colecionável pela LEGO, reforçando a aproximação da marca com o universo esportivo global.

BRIEFING - EVENTO

AMBEV E OXXO LANÇAM CERVEJA FLYING FISH EM SÃO PAULO

>> A Ambev lançou a cerveja saborizada Flying Fish em São Paulo em parceria exclusiva com a rede de mercados de proximidade OXXO. A bebida, já presente no Sul do Brasil, chega agora à capital por meio de distribuição limitada, com venda restrita às lojas da rede nos próximos meses. A ação de lançamento inclui ativação em loja-emblema, “lojas experiência” e mais de 50 unidades com comunicação dedicada — estratégia pensada para gerar curiosidade, reforçar o caráter de novidade e avaliar aceitação do produto junto ao público paulistano.

CMO SUMMIT VENCE JACARÉ DE OURO NO PRÊMIO CAIO 2025

>> Considerado um dos principais eventos de marketing do Brasil e ponto de encontro de CMOs, líderes de marca, agências e executivos do setor, o CMO Summit teve sua edição 2025 premiada com o Jacaré de Ouro do Prêmio Caio — o “Oscar dos Eventos”. Realizado no Expo Center Norte, em São Paulo, o encontro reúne centenas de palestrantes, painéis e conteúdos de ponta sobre branding, tecnologia, dados e inovações de mercado. O reconhecimento coroou a capacidade do CMO Summit de transformar marketing, estratégia e experiência em palco de alto nível no Brasil.

FAUSTO CARVALHO, O “MENZINHO”, É O NOVO EMBAIXADOR DO OCEAN CLUB ALPHAVILLE

O Ocean Club Alphaville, empreendimento da NLS, anunciou o influenciador e humorista Fausto Carvalho, conhecido nas redes como “Menzinho”, como seu novo embaixador. Criador do personagem “Jorginho da Faria Lima”, uma sátira bem-humorada aos estereótipos do mercado financeiro e lifestyle urbano, Fausto traz um perfil de entretenimento, humor e cultura digital que conversa diretamente com o público jovem e antenado. A escolha reforça a aposta do Ocean Club em transformar seu espaço em um hub de lifestyle, experiências e sociabilidade e indica a estratégia de usar influenciadores para ampliar alcance e visibilidade, além do público tradicional.

MARIANA SANTARÉM É A NOVA VP DE MARKETING E EXPERIÊNCIA DO CLIENTE DA VIBRA

>> A Vibra Energia anunciou Mariana Santarém como nova vice-presidente de Marketing e Experiência do Cliente. Com passagens por gigantes do varejo e bens de consumo, Mariana assume com foco em ampliar conexão com o consumidor, fortalecer a marca nos canais digitais e acelerar a estratégia de customer experience da empresa, especialmente na transição para energia mais limpa e serviços inteligentes.

JOÃO FONSECA FECHA COM MERCADO LIVRE E CLARO

>> A nova sensação do tênis brasileiro, João Fonseca, segue acumulando conquistas fora das quadras. O atleta anunciou dois novos patrocinadores: Mercado Livre e Claro. A chegada das marcas reforça o apelo comercial do jovem tenista, que se tornou um dos esportistas brasileiros mais procurados por empresas interessadas em performance, juventude e projeção internacional. Os acordos incluem presença em campanhas, ativações e projetos de conteúdo.

HEINEKEN ANUNCIA ALEX CARRETEIRO COMO

NOVO

PRESIDENTE PARA AS AMÉRICAS

>> A Heineken confirmou Alex Carreteiro — ex-CEO da PepsiCo Brasil & Cone Sul — como presidente da companhia para as Américas. Ele assume oficialmente em março de 2026, em um momento estratégico: a gigante quer acelerar inovação, expandir categorias e reforçar sustentabilidade na região. Carreteiro tem histórico forte em transformação de portfólio e growth, e passa a comandar os mercados da América do Norte, Central e do Sul.

FABIANA MAROSTICA ASSUME ÁREA DE MARKETING DO GRUPO 3S

>> O Grupo 3S, formado pela 3S Tecnologia e pela Autolife Blindagens, referência em soluções para gestão e segurança de frotas, acaba de anunciar Fabiana Marostica como Gerente de Marketing. Com mais de 18 anos de experiência no setor, Fabiana construiu trajetória em empresas como Claro, Vivo e Nextel, além de ter estruturado a área de Marketing da CECyber, no segmento de cibersegurança. No Grupo 3S, sua missão será ampliar a visibilidade das marcas, fortalecer o posicionamento institucional e impulsionar novas oportunidades de negócio.

Abrimos portas. Fechamos vendas _

+ de 1500 lançamentos horizontais e verticais cidades brasileiras _ Atuação em +de180

Serviços completos para o mercado imobiliário: parcerias, relacionamento e coordenação do projeto ao pós-lançamento.

Saiba mais:

Aprender sempre é muito mais importante do que ter razão

Ao longo de minha trajetória, tive o privilégio de conhecer e conviver com algumas das pessoas mais bem-sucedidas do nosso tempo, no Brasil e em todo o mundo. De presidentes americanos a gênios da tecnologia e megaempresários, passando por ícones das artes, do entretenimento, dos esportes e da ciência, esses encontros não apenas enriqueceram minha visão de mundo, mas também me permitiram observar de perto o que distingue os excepcionalmente bem-sucedidos dos demais. Surpreendentemente, na imensa maioria das vezes, a resposta não reside na inteligência superior ou em habilidades extraordinárias, mas sim em uma mentalidade distinta que, acredite, está ao alcance de todos nós: foco em aprender e se desenvolver sempre.

Essas pessoas não se destacam, principalmente, por serem superiores em QI ou habilidades, mas por olharem além do presente. Elas entendem que o sucesso demanda tempo, esforço contínuo e a paciência para ver os resultados das ações de hoje construírem um futuro muito melhor. Por isso, elas estão mais preocupadas em aprender e crescer do que estarem certas hoje. Quando erram, a maioria das pessoas busca negar o erro, jogar a responsabilidade em outra pessoa e se defender. Já os muito bem-sucedidos, que entenderam que a vida é uma maratona e que o ponto onde você está hoje não determina em nada aonde você pode chegar se você estiver evoluindo sempre, preocupam-se apenas em remediar o erro e, principalmente, aprender algo que os torne melhores no futuro do que no presente. Repetindo isso sempre, tornam-se, ao longo da vida, muito mais capazes em determinado campo do que os outros. O mais interessante é que os outros olham para eles e acham que eles já vieram ao mundo com os talentos que, cuidadosamente e com muito esforço, eles desenvolveram.

Essa mentalidade vencedora não é inata; é uma escolha de cada um. Não se trata de ter um dom especial, mas de decidir que aprender sempre é mais importante do que estar certo em qualquer situação específica. Aprendizado e persistência lapidam talento. Sem eles, talento é desperdiçado. Com eles, talentos escondidos emergem das sombras.

Minha maior lição ao interagir com pessoas de muito sucesso é que alcançar grandes objetivos e realizar sonhos não precisa ser privilégio de poucos. Basta termos a mentalidade certa. O sucesso depende mais das nossas escolhas e ações do que de habilidades inatas.

Ilustração:
Fernando Davis

Formando LÍDERES GLOBAIS

Currículo IB e Ensino Bilíngue.

Na Escola Internacional de Alphaville, cada jornada é construída para ampliar horizontes. Com currículo internacional, ensino bilíngue e o IB Continuum, a escola forma alunos globais, críticos e preparados para os desafios do futuro. Em um ambiente moderno, acolhedor e inovador, cada estudante é inspirado a ir além e transformar possibilidades em conquistas.

Prepare seu filho para o futuro global.

Um futuro brilhante começa com o primeiro passo. Matrículas abertas.

Marcas não deveriam

fazer festas de aniversário

Olhe ao seu redor e repare: todos os dias várias empresas estão fazendo um grande esforço para celebrar o seu tempo de existência. São campanhas para comunicar “50 anos de história”, posts para anunciar “originais desde 1974”, embalagens temáticas que relembram seus “37 anos de Brasil” e diversos tipos de “promoções de aniversário”. Há quem fundamente todo o seu plano de marketing do ano em uma comemoração assim e até quem chegue a mudar o seu logotipo para uma nova versão de “bodas corporativas”.

Confesso que já precisei fazer algumas dessas, mas tenho sérias dúvidas. Será que essa é uma ação de marketing que funciona?

De um lado vejo uma marca toda orgulhosa, gritando: “estamos em festa!”, mas raramente vejo do outro lado um cliente parando o que está fazendo para abrir um espumante.

Toda empresa que sobrevive por décadas no Brasil merece parabéns. Elas têm todo o direito de comemorar. Mas a pergunta é: isso muda alguma coisa na vida do consumidor?

Há casos em que isso faz todo sentido. Você prefere fazer uma cirurgia com uma médica que tem 15 anos de experiência ou uma recém-formada? Prefere voar com um piloto que tem mais de 15.000 horas de currículo ou um estreante? Da mesma forma, negócios que dependem de confiança como bancos, seguradoras, hospitais e farmacêuticas podem ver benefícios nesse tipo de mensagem. Mas, para a maioria das empresas, duvido que o número de “anos de vida” seja o melhor argumento para uma comunicação.

Tempo de mercado não é diferencial se o concorrente entrega algo mais relevante para o cliente. Na maioria dos casos, esse é um atributo que não muda a preferência do consumidor. E é aí que mora o desperdício. O orgulho interno é legítimo, só não é o marketing mais eficiente.

Se você tem dúvidas do que fazer e está pensando em pedir conselhos, lembre-se: o seu melhor consultor de marketing é o seu cliente.

É natural querer contar a sua história. O problema é que cada vez que você escolhe investir tempo, foco e recursos para divulgar os seus anos de existência, você escolhe rasgar dinheiro, porque decide não comunicar algo mais relevante.

Uma saída é usar o aniversário apenas como gancho para envolver o seu cliente em algo que ele valoriza. Mas se você for fazer campanha apenas para falar bem de si mesmo, cuidado. Clientes preferem marcas que estão olhando para eles, e não para o espelho.

A comemoração faz sentido quando gera valor para quem te deu motivo para comemorar. Aniversários são ótimos momentos para olhar para dentro. Para agradecer à equipe, reconhecer quem construiu a história e planejar o que vem pela frente. Exagerei no título desse artigo propositalmente para chamar a sua atenção. Marcas podem sim fazer festas de aniversário, mas só deveriam convidar os clientes para participar se fizer muito sentido.

Se você já entendeu que o foco do seu negócio é o seu cliente, deixo aqui meus sinceros cumprimentos: parabéns a você, nessa data querida.

Jovens no mercado de trabalho: o

que eles realmente esperam das empresas

Nas últimas décadas, o perfil dos profissionais que ingressam no mercado de trabalho mudou significativamente. A geração Z e os millennials trouxeram novas expectativas sobre o que desejam em um ambiente laboral. Com a crescente concorrência no mercado, compreender essas demandas se tornou essencial para as empresas que buscam reter e engajar talentos jovens. Neste artigo, exploraremos as principais exigências dos jovens e como as lideranças podem se adaptar a esse novo cenário.

CULTURA ORGANIZACIONAL POSITIVA

Os jovens de hoje não buscam apenas um emprego; eles desejam fazer parte de uma cultura organizacional que reflita seus valores pessoais. Isso inclui ambientes que promovem a diversidade e a inclusão, onde todas as vozes são ouvidas e respeitadas. As empresas que cultivam uma cultura positiva e alinhada com essas expectativas criam uma base sólida para o engajamento dos jovens funcionários.

OPORTUNIDADES DE CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO

Em um mundo em constante inovação, os jovens valorizam empresas que investem em seu crescimento profissional. Oportunidades claras de carreira, programas de mentoria e treinamentos são fatores que atraem e retêm talentos. Líderes que priorizam o desenvolvimento contínuo de suas equipes não apenas melhoram a performance, mas também fomentam um pertencimento que é fundamental para a satisfação no trabalho.

FLEXIBILIDADE E EQUILÍBRIO

A rigidez dos horários tradicionais tem se tornado um obstáculo para muitos jovens. A flexibilidade no trabalho, incluindo opções de home office e horários flexíveis, é vista como uma vantagem significativa. As empresas que permitem que os funcionários equilibrem suas vidas profissionais e pessoais tendem a criar um ambiente mais agradável, o que favorece a produtividade e a lealdade.

FEEDBACK CONTÍNUO E RECONHECIMENTO

A geração atual anseia por feedback constante sobre seu desempenho. Para eles, a comunicação transparente faz parte de uma boa liderança. Reconhecer os esforços e conquistas em tempo real não apenas motiva os jovens, mas também reforça o valor de seu trabalho na empresa. Isso cria um

ciclo positivo de engajamento e satisfação, onde o funcionário se sente valorizado e motivado a contribuir ainda mais.

TECNOLOGIA E INOVAÇÃO

Os jovens estão em sintonia com as novas tecnologias e esperam que suas empresas também estejam. Um ambiente que utiliza ferramentas modernas e promove a inovação é atraente. Empresas que adotam a tecnologia não somente melhoram a eficiência, como também se posicionam como locais desejáveis para a nova geração de profissionais.

PROPÓSITO E IMPACTO SOCIAL

Finalmente, os jovens de hoje buscam mais do que apenas um salário no final do mês. Eles desejam um trabalho que tenha um significado e que contribua para causas sociais e ambientais. Empresas que têm um propósito claro e que se engajam em iniciativas de responsabilidade social atraem esses jovens, que se preocupam com o impacto que suas ações podem ter no mundo. Portanto, reter e engajar jovens talentos não é uma tarefa fácil, mas as empresas que se adaptam às novas expectativas têm muito a ganhar. Criar um ambiente que valoriza a diversidade, promove o desenvolvimento profissional e oferece flexibilidade são passos essenciais para atrair a nova geração de profissionais. Ao fazer isso, as empresas não apenas garantirão que seus jovens colaboradores permaneçam, mas também se beneficiarão de um ambiente mais inovador e produtivo.

Ilustração: Fernando Davis

A informação que importa

A informação que importa é aquela que é relevante e útil para a tomada de decisões.

Ela pode ser classificada em diferentes tipos, como informação qualitativa e quantitativa, e é fundamental para a comunicação e a gestão de resultados. A forma como a informação é apresentada, através do “efeito de enquadramento”, influencia a percepção e a interpretação, tornando-se crucial para a construção de opiniões e decisões informadas.

Além disso, a relevância da informação é determinada por critérios como utilidade, atualidade e aplicabilidade, sendo essencial para o sucesso em diversas áreas, como negócios e educação.

AO CALENDÁRIO QUE MOVE ALPHAVILLE

Como datas comerciais, festas locais e eventos globais moldam a economia da região

cena se repete todos os anos, mas nunca do mesmo jeito: as luzes se acendem, o corredor principal dos shoppings ganha cheiro de panetone, crianças formam fila para o Papai Noel e adultos circulam com sacolas que denunciam compras tardias. Em Alphaville, o Natal não é só uma festa, é o ponto de partida do calendário econômico mais importante da região.

E esse movimento se espalha por todo o ecossistema de compras local: Iguatemi Alphaville, Shopping Tamboré, Alphashopping, Parque Shopping Barueri, Shopping Flamingo, Alpha Square Mall, Centro Comercial Alphaville, os centros de apoio e diversos outros hubs comerciais. Cada um, à sua maneira, captura o aumento do fluxo, das vitrines temáticas ao reforço de serviços, passando por uma agenda robusta de eventos, ativações e campanhas promocionais.

O Tamboré, por exemplo, vê as vendas atingir até o dobro de um mês regular, acompanhadas por picos de fluxo e permanência. “O Natal é historicamente o período de maior movimento. Cada dia de dezembro cresce até o 25”, diz Rodrigo Galo, superintendente do empreendimento, que investiu R$ 2 milhões na cenografia “A Marcenaria do Natal”, o maior investimento natalino da história do shopping.

Na Alameda Rio Negro, o Iguatemi Alphaville repete o fenômeno, com público fidelizado, experiências completas e uma programação que começa ainda antes da Black Friday. “Um shopping não é só um centro de compras, é um destino de lazer e conveniência”, resume Verônica Marandini, gerente de marketing. O tema Ginger Bread, o Ursão gigante, o brunch exclusivo com Papai Noel, oficinas infantis e a tradicional campanha “Compre e Ganhe” transformam o calendário em fluxo, venda e relacionamento.

Segundo a FecomercioSP, o Natal representa cerca de 30% do faturamento anual do varejo em diversos segmentos, e o comércio paulista deve registrar crescimento real de 4% a 6% neste período. Em polos consolidados como Alphaville, onde renda, infraestrutura e consumo convivem em alta intensidade, esse efeito é ainda mais perceptível. “O Natal concentra um volume expressivo de consumo porque une presente, alimentação, serviços e eventos. É uma data que movimenta toda a cadeia do varejo”, explica Thiago Carvalho, economista da FecomercioSP.

Mas o que acontece dentro dos shoppings é apenas o primeiro capítulo de uma engrenagem maior que movimenta toda a economia local — de comerciantes independentes às prefeituras, passando por produtores de serviço, síndicos, organizadores de eventos e até o turismo de fim de ano.

O Natal do Iguatemi Alphaville traz o tema Ginger Bread, além do ursão gigante, árvore principal e outras atrações

O CALENDÁRIO COMO MOTOR ECONÔMICO

Se dezembro concentra o ápice das vendas, as datas comemorativas como um todo representam o verdadeiro motor do comércio local. Segundo a FecomercioSP, determinadas datas podem elevar entre 30% e 50% o faturamento de segmentos específicos — de chocolates na Páscoa a vestuário no Dia das Mães. Em São Paulo, novembro saltou para o segundo mês mais forte do ano graças à Black Friday, o que mostra como as dinâmicas do varejo têm se transformado. “As datas comemorativas são, hoje, um dos pilares do varejo brasileiro”, explica Thiago Carvalho. “Elas não apenas elevam o faturamento, mas também aceleram inovação, ampliam ofertas de serviços e influenciam o comportamento do consumidor ao longo do ano.”

Em Alphaville, esse efeito é multiplicado por características próprias da região: renda média elevada, grande concentração de famílias, presença de escolas e escritórios, forte cultura de lazer integrado a centros comerciais e um ecossistema de condomínios que cria, por si só, um calendário paralelo de celebrações. É um mercado onde consumo, serviços e entretenimento se retroalimentam.

A Prefeitura de Santana de Parnaíba reforça esse impacto: o comércio local registra crescimento de até 50% em épocas festivas, resultado visível no recolhimento de ISS e ICMS. Eventos religiosos e culturais, como o Drama da Paixão, Corpus Christi e o Natal de Luz, atraem de 30 a 100 mil visitantes, movimentando restaurantes, lojas e serviços, e justificando investimentos significativos em segurança, trânsito e infraestrutura. “Um calendário robusto

“UM SHOPPING NÃO É SÓ UM CENTRO DE COMPRAS, É UM DESTINO DE LAZER E CONVENIÊNCIA”, VERÔNICA MARANDINI, GERENTE DE MARKETING DO IGUATEMI ALPHAVILLE

fortalece a identidade cultural da cidade, atrai visitantes e valoriza tradições locais”, destaca a administração municipal.

Já Barueri opera alguns dos maiores espetáculos e programações sazonais da região metropolitana. O município, eleito a 2ª melhor cidade do país para fazer negócios em comércio e serviços e 1º lugar em Economia no ranking Connected Smart Cities, transforma grandes datas em eventos de massa. Um exemplo recente: o Arraiá Barueri 2025 reuniu cerca de 300 mil pessoas em dez noites, mobilizando gastronomia, hospedagem, pequenos comerciantes e prestadores de serviço. Esse reforço de fluxo se espalha pelas avenidas centrais, hotéis, centros gastronômicos e comércio de bairro, ampliando o alcance econômico das celebrações públicas.

O COMÉRCIO LOCAL

Nas pequenas operações independentes o calendário é ainda mais determinante. Sandra Veras, proprietária da

boutique de flores À Flor da Pele, sente as curvas da demanda quase como um gráfico emocional. Para ela, o ano “começa para valer” em 14 de fevereiro, no Valentine’s Day — uma data até então distante da cultura brasileira, mas já plenamente incorporada ao público de Alphaville. Depois vêm o Dia da Mulher, a Páscoa e, então, o Everest do setor: Dia das Mães e Dia dos Namorados, que formam seu maior pico de faturamento.

“Os clientes deixam tudo para a última hora”, conta. “Parece que muitos só lembram da data quando ganham o próprio presente.” Mas, ao contrário de lojas tradicionais, Sandra não pode estocar seu produto. Cada ciclo exige cálculos milimétricos: câmara fria, riscos de perda, compra diária de flores, fretes, fornecedores e uma equipe reforçada de freelancers. “Com flor não dá para apostar no volume: se eu compro demais, perco. Se compro de menos, deixo de atender.”

Foto: Shutterstock/ Ben Houdijk
Seu Jorge é uma das atrações do Natal de Barueri e se apresenta no dia 21 de dezembro
Verônica Marandini, gerente de marketing do Iguatemi Alphaville
Foto: Divulgação

A pandemia virou esse modelo de cabeça para baixo. Com shoppings fechados e encontros suspensos, as flores viraram gesto, saudade e comunicação. A demanda explodiu, mas a oferta despencou. “Cheguei a pagar dez reais por uma haste que normalmente custa cinquenta centavos”, lembra. “Os produtores tinham parado de plantar, porque tudo era incerto.” O resultado foi um grande aumento de preço, caso clássico da lei da oferta e da procura, já observado em estudos sobre o impacto da pandemia no agronegócio de flores.

Com o mercado estabilizado, Sandra ajustou seu posicionamento: menos volume, mais curadoria. “Hoje atendo menos clientes nas grandes datas, mas com ticket maior, com flores exóticas, mais nobres. As pessoas confiam no nosso olhar.” Ela lembra, emocionada: “Minhas flores já estiveram em despedidas, reencontros, nascimentos. Isso vale mais do que qualquer venda.”

A experiência dela reflete um movimento maior: segundo a FecomercioSP, datas como Dia das Mães, Dia dos Namorados e Dia da Mulher impulsionam categorias

específicas — flores, perfumaria, presentes premium — e podem representar parcela significativa do faturamento anual de pequenos negócios nesses segmentos.

E se os comércios independentes ajustam sua operação ao calendário, os condomínios de Alphaville ajudam a expandi-lo. É dentro dos muros que se formam microtradições capazes de movimentar cadeias inteiras do entorno. No Residencial 12, a diretora presidente Giselle Nogueira Baccin lista uma agenda que começa no Carnaval e vai até o Natal, passando por Páscoa, Dia da Mulher, Festa Junina, Dia das Crianças e Halloween.

“Cada evento demanda fornecedores locais: cenografia, recreação, música, segurança, gastronomia”, explica. “Sempre que possível, priorizamos comércios e serviços da região. Isso fortalece todo o entorno do condomínio.” O impacto é sentido também na operação: reforço de segurança, ajustes de circulação, aumento no fluxo de visitantes e maior movimentação nos comércios próximos.

Essas festas internas ajudam a impulsionar, sobretudo, segmentos que já vi-

nham crescendo nacionalmente — como o Halloween, que nos últimos anos ganhou força com festas infantis, decoração temática e compras em grupo, transformando outubro em um mês relevante para o varejo de doces, fantasias e itens de festa.

Já deu para perceber que Alphaville revela uma característica própria: o comércio local não vive apenas do calendário oficial, mas também das microtradições que se formam dentro dos muros dos residenciais. Um mercado pulsante, sazonal e emocional, e que responde de maneira direta a cada data que aparece no calendário.

VEM AÍ COPA DO MUNDO, ELEIÇÕES E FERIADOS

Se o comércio local responde rapidamente às datas fixas, ele também sente os movimentos do calendário mais amplo. Estudos da FecomercioSP mostram que anos com muitos feriados prolongados tendem a redistribuir o consumo: parte migra para lazer e viagens, outra permanece em polos consolidados. “Regiões com alto poder aquisitivo mantêm con-

sumo estável mesmo com feriados, mas o ticket médio e o tipo de compra se transformam”, explica o economista Thiago Carvalho. “O calendário afeta desde contratação temporária até o planejamento logístico das empresas.”

Em Alphaville, esse efeito é particular. Como a região combina moradia, escritórios, escolas e centros de compras no mesmo território, o impacto é mais amortecido. “Nos feriados prolongados percebemos uma mudança de perfil, não de volume. As pessoas continuam vindo, mas procuram mais experiências, gastronomia e serviços”, afirma Verônica Marandini, gerente de marketing do Iguatemi Alphaville. Segundo ela, grandes eventos de calendário — como Dia das Mães, Black Friday, Copa e até eleições — demandam planejamento antecipado: “Precisamos preparar operação, reforço de equipe e ativações que façam sentido para cada momento.”

A Copa do Mundo, por exemplo, modifica rotinas inteiras do varejo. De acordo com projeções da Abrasce, setores como

Um dos corredores do Shopping Tamboré que dobram de movimento nesta época do ano

gastronomia, eletrônicos e artigos esportivos registram alta relevante durante os jogos, enquanto moda e bens duráveis tendem a oscilar. “Para a Copa, nós nos estruturamos para ser ponto de encontro. O Taste Lab é nosso principal ativo para reunir torcedores e ampliar permanência”, destaca Rodrigo Galo, superintendente do Shopping Tamboré.

Eleições também mexem com o ritmo da economia. O comportamento é conhecido: consumidores adiam compras de maior valor até que o cenário econômico se estabilize. “É um movimento cíclico. A incerteza política gera maior prudência nas famílias, mas setores ligados a conveniência e serviços mantêm crescimento”, explica Thiago.

O conjunto desses elementos — feriados, Copa, eleições e datas fixas — cria um ambiente de planejamento complexo para o varejo. “Quanto mais previsível o calendário, mais eficiente é a preparação de campanhas, estoques e contratações”, resume Galo. “Em Alphaville, a sazonalidade existe, mas o consumidor é exigente e fiel. Isso muda a dinâmica.”, conclui.

O QUE TUDO ISSO SIGNIFICA

PARA 2026

Com uma combinação rara de Copa do Mundo, eleições municipais, feriados prolongados e um ciclo forte de datas comemorativas, 2026 será um ano de alto impacto para o varejo local.

Os economistas projetam estabilidade, mas reforça que, em regiões de renda elevada como Alphaville, o ticket médio tende a permanecer alto. Shoppings, condomínios e comércios especializados intensificarão campanhas e curadorias. E setores sensíveis, precisarão planejar com ainda mais precisão.

O Natal, como sempre, será o grande termômetro: se dezembro de 2025 confirmar a expectativa de recordes, o ano de 2026 começará com confiança e também com exigência. O consumidor da região quer inovação, serviço impecável e experiências marcantes.

Em Alphaville, o calendário não é só uma sequência de dias. É uma engrenagem econômica e emocional, que envolve varejo, serviços, cultura, tradição e estratégia. Entender esse movimento é compreender o ritmo que define — e impulsiona — a vida no bairro.

“O NATAL É HISTORICAMENTE O PERÍODO DE MAIOR MOVIMENTO. CADA DIA DE DEZEMBRO CRESCE ATÉ O 25”
, RODRIGO GALO, SUPERINTENDENTE DO SHOPPING TAMBORÉ
O Shopping Tamboré investiu R$ 2 milhões na cenografia “A Marcenaria do Natal”, o maior investimento natalino da história do centro de compras.
Rodrigo Galo, superintendente do Shopping Tamboré

O PODER DAS COMUNIDADES E DAS COLLABS: COMO MARCAS ESTÃO SE TORNANDO PLATAFORMAS

DE PERTENCIMENTO

Na nova economia do pertencimento, marcas deixam de vender produtos para vender identidade, estilo de vida e conexão. E as collabs — muitas vezes improváveis — se tornam a moeda cultural mais valiosa da década

A ASCENSÃO DA ECONOMIA DO PERTENCIMENTO

Se antes bastava anunciar bem, hoje as marcas precisam pertencer à vida das pessoas — e mais do que isso: precisam oferecer espaços onde elas possam pertencer umas às outras.

Nos últimos anos, a lógica de mercado mudou profundamente. Consumidores, especialmente millennials e Gen Z, buscam experiências compartilhadas, vínculos reais e causas com as quais se identifiquem. Nesse contexto, marcas deixaram de ser meras vendedoras de produtos e passaram a operar como plataformas sociais, criando comunidades e ativando colaborações estratégicas que cruzam universos culturais antes distantes.

O resultado é um cenário onde run clubs, coletivos criativos, parcerias inesperadas e eventos presenciais se tornam peças fundamentais da estratégia de negócios — independentemente do setor.

POR QUE COMUNIDADES

VIRARAM UM DIFERENCIAL COMPETITIVO

Construir comunidade é, hoje, uma das maiores vantagens competitivas. E não se trata de retórica de marketing, mas de impacto real no negócio:

• Fidelização profunda: membros de comunidade defendem espontaneamente a marca.

• Aquisição orgânica: o grupo se torna mídia, reduzindo custos de divulgação.

• Resiliência em crises: marcas com propósito e pertencimento sofrem menos oscilações.

• Novos modelos de negócio: assinaturas, eventos, produtos co-criados e experiências pagas surgem naturalmente.

• Dados valiosos: com o fim dos cookies, comunidades viram fonte de dados first-party.

Trata-se da transição de marcas transacionais para marcas relacionais. Hoje, quem detém comunidade detém relevância.

CASES GLOBAIS QUE REDEFINEM O JOGO

Nike e o fenômeno dos run clubs

A Nike transformou o ato cotidiano de correr em cultura global. Os run clubs criaram um senso de pertencimento urbano difícil de replicar por concorrentes. Não se trata de performance, mas de identidade: correr com a Nike virou estilo de vida.

Adidas, Hoka e a explosão dos crews urbanos

Marcas antes focadas em performance passaram a dialogar com moda, música e juventude. De Londres a Tóquio, crews independentes coproduzem eventos, conteúdos e até produtos exclusivos — uma forma de “terceirizar” a cultura para quem realmente a vive.

Lululemon — quando wellness vira comunidade

A marca canadense transformou yoga e bem-estar em plataforma global, com embaixadores locais e eventos gratuitos. Aqui, o produto é apenas uma peça do ecossistema emocional que ela construiu.

Red Bull — a marca que virou cultura

Mais do que bebida, Red Bull virou um universo próprio: música, esportes radicais, eventos, lifestyle. Um dos cases mais bem-sucedidos de comunidade orgânica da história.

Madhappy — o streetwear que virou movimento

A marca californiana cresceu graças a collabs com marcas de entretenimento, artistas, restaurantes e esportes — sempre com estética jovem e narrativa emocional.

O BOOM DAS COLLABS: QUANDO

1 + 1 = CULTURA

As collabs deixaram de ser ações pontuais e se tornaram motor de crescimento. Elas funcionam como atalhos para entrar em novos territórios culturais; atrair públicos diferentes; gerar buzz instantâneo; revitalizar marcas tradicionais.

MARCAS DEIXARAM DE SER MERAS VENDEDORAS DE PRODUTOS E PASSARAM A OPERAR COMO PLATAFORMAS SOCIAIS, CRIANDO COMUNIDADES E ATIVANDO COLABORAÇÕES ESTRATÉGICAS

Adidas e Moncler uniram a performance esportiva da marca alemã com o luxo e estilo de montanha da grife italiana
As artistas Anitta e Bad Gyal colaboraram em duas músicas que geraram burburinho nas redes sociais: “Bota Niña” e “Double Team”

COLLABS FUNCIONAM COMO ATALHOS PARA ENTRAR EM NOVOS TERRITÓRIOS CULTURAIS; ATRAIR PÚBLICOS DIFERENTES; GERAR BUZZ INSTANTÂNEO; E REVITALIZAR MARCAS TRADICIONAIS

Algumas das collabs mais virais de 2024–2025 mostram isso claramente:

• Urban Outfitters × Dunkin’ (2025): moda + café + cultura TikTok.

• Anitta × Bad Gyal: colaborações musicais que dominam redes sociais.

• Adidas × Moncler: performance e luxo se encontram em uma coleção de alto impacto.

• Crocs × artistas: sandálias viram telas de expressão cultural.

A nova regra é simples: collabs contam histórias que uma marca sozinha não consegue contar.

O FENÔMENO DOS RUN CLUBS E COMUNIDADES ESPORTIVAS

Se existe um símbolo dessa nova era, ele é o grupo de corrida.

Esses coletivos transformaram o esporte em uma forma de socialização e autocuidado. Para as marcas, representam a oportunidade perfeita de: aproximar-se da cultura jovem; estar presente nas ruas e não apenas nas lojas; gerar conteúdo orgânico em grande volume; fomentar microcomunidades altamente engajadas.

A impressão é clara: a fronteira entre esporte, moda, gastronomia e entretenimento está desaparecendo — e os run clubs são o novo “shopping center emocional” das cidades.

O MAPA BRASILEIRO DAS COMUNIDADES DE MARCA

O Brasil seguiu rápido nessa tendência. Marcas nacionais investiram pesado em estratégias comunitárias:

• Reserva / Arezzo&Co: collabs constantes com artistas e criativos.

• Farm: parcerias com festivais e marcas internacionais.

• Havaianas: colaborações em moda, arte e gastronomia.

• Ambev: eventos proprietários que misturam música, lifestyle e comportamento.

E, de forma inesperada, bares, hamburguerias e cafés começaram a criar grupos de corrida, yoga e bike, tornando-se hubs sociais — especialmente em São Paulo, Rio e Recife.

E O QUE ACONTECE FORA DOS GRANDES CENTROS? O CASO ALPHAVILLE

Alphaville, tradicionalmente conhecido como polo corporativo, vive sua própria transformação cultural. Nos últimos dois anos, a região viu surgir:

• run clubs locais apoiados por marcas esportivas;

• estúdios fitness que fazem collabs com cafés, marcas de suplementação e moda esportiva;

• bares e restaurantes organizando eventos de networking e lifestyle;

• coletivos de ciclismo que atraem patrocínios e ativações.

Embora ainda não tenha “mega cases” como capitais, Alphaville já opera como microecossistema de comunidade + wellness + lifestyle, refletindo o movimento nacional.

O FUTURO DAS MARCAS É COMUNITÁRIO

A lógica competitiva está mudando rapidamente. Se antes qualidade e preço eram suficientes, agora marcas precisam responder à pergunta:

“Por que vale a pena fazer parte disso?” Collabs e comunidades, quando bem construídas, oferecem a resposta. Elas criam vínculos emocionais, experiências culturais, redes de apoio, e, principalmente, pertencimento — o recurso mais escasso da era digital.

Em tempos de excesso de informação e escassez de conexão humana, marcas que se tornam plataformas de comunidade não apenas vendem mais: elas passam a fazer parte da vida das pessoas.

Parceria da Crocs com o artista Jacob Collier
Urban Outfitters e Dunkin lançaram uma coleção de roupas e acessórios inspirados em café e donuts

FERNANDA DELBONI: A FORÇA DA LIDERANÇA FEMININA NA

TECNOLOGIA, NA GOVERNANÇA E NA TRANSFORMAÇÃO DOS NEGÓCIOS

CEO da Nashai, investidora, conselheira e ativista no combate à violência contra a mulher, Fernanda Delboni representa uma geração de líderes que unem inovação, impacto socioambiental e profundo senso de propósito

Em um setor dominado por homens, Fernanda Delboni , moradora e com empresa em Alphaville, construiu uma trajetória que desafia estatísticas e ressignifica a liderança feminina na tecnologia. CEO e sócia da Nashai — softwarehouse especializada em transformação digital, dados e governança — ela une expertise técnica, visão sistêmica e um compromisso com ambientes de trabalho éticos e humanizados.

Sua experiência percorre consultoria, desenvolvimento de sistemas de sustentabilidade, captação de investimentos e gestão de equipes diversas, sempre orientada por propósito e responsabilidade. Além do papel corporativo, Fernanda é investidora anjo, conselheira e mentora no ecossistema Femtech, além de militante no combate à violência contra a mulher — tema que moldou sua visão de mundo e sua forma de liderar.

Nesta entrevista, ela compartilha desafios da carreira, aprendizados na tecnologia e os pilares que, para ela, definem a liderança feminina no futuro dos negócios.

efe. - Sua trajetória combina tecnologia, governança e sustentabilidade. Como essa jornada moldou a líder que você é hoje?

FD - Minha trajetória nasce da interseção entre consultoria, tecnologia e impacto socioambiental. Construí carreira implementando sistemas, liderando operações complexas e estruturando projetos de sustentabilidade. Ao conduzir a Nashai por uma rodada Série A, compreendi como pessoas, tecnologia e dados formam a espinha dorsal dos negócios. Vivi também desafios pessoais — inclusive violência moral, psicológica e financeira — que ainda atravessam a jornada de muitas mulheres. Essas dores, somadas aos desafios profissionais, determinaram minha orientação em dois princípios: consciência e sentido de vida.

efe. - Você atua em um setor historicamente masculino. Quais desafios enfrentou como mulher na tecnologia?

FD - Mulheres na tecnologia são 1 a cada 10 homens em cargos técnicos. Na mesa de investimento, isso se amplifica. Ao liderar a captação da Nashai, percebi como o ambiente financeiro ainda é pouco acostumado a ver uma mulher negociando equity, defendendo valuation e gerenciando riscos. Há 18 meses vou para mesas tipicamente masculinas e ainda não trabalhei com nenhuma mulher nessa esfera. Digo às mulheres o que digo a mim mesma: este setor não foi construído para nós, mas pode ser enriquecido por nós. Não acredito em rivalização; mulheres não devem superar os homens, mas a si mesmas.

efe. - O que caracteriza a liderança feminina — e por que ela é essencial hoje?

FD - A liderança feminina combina leitura sistêmica, coragem emocional e decisão orientada a impacto. Mulheres desenvolvem foco, aguçamento perceptivo e capacidade de navegar ambientes complexos sem perder humanidade. Os negócios 4.0 precisarão equilibrar inteligência analítica e integridade emocional — diferencial que as mulheres trazem.

efe. - Como a Nashai integra transformação digital com ESG e governança?

FD - A Nashai hoje é especializada em dados para operações financeiras, como risco sacado e crédito estruturado, dentro de supply chain finance. A plataforma coleta, organiza e interpreta informações críticas para decisões de risco, crédito, sustentabilidade e integridade. Trabalhamos com dados reais, verificáveis e auditáveis — não com ESG “cosmético”.

efe. - Que competências são fundamentais para liderar inovação sem perder o foco humano?

FD - Três pilares: conformidade técnica, transparência e capacidade de sustentar tensão sem perder a escuta. E há um elemento pouco falado: disciplina física. Quem suporta dor física controla melhor medo, ansiedade e caos. Um corpo treinado sustenta uma mente estratégica — isso faz diferença em ambientes de alta pressão.

efe. - Você defende ambientes de trabalho éticos e humanizados. Que pilares são indispensáveis?

FD - Ética é a arte do convívio: priorizar benefícios coletivos. Humanização é aceitar diversidade de pensamento e empatia — que não significa aderir à perspectiva do outro, mas aceitar diferenças. Preservar missão, visão e valores, acolhendo diversidade, é o que faz grandes líderes.

efe. - Como sua militância pelo combate à violência contra a mulher influencia sua forma de liderar?

FD - A violência contra a mulher é estrutural, silenciosa e sofisticada. A militância me deu linguagem; a experiência, profundidade. Isso se traduz em sensibilidade para perceber sistemas disfuncionais e clareza sobre poder e responsabilidade. Fomento autoconhecimento, independência emocional e financeira nas mulheres — condições determinantes para relações transformadoras.

efe. - Como investidora e mentora no ecossistema Femtech, que potencial enxerga em soluções lideradas por mulheres? O potencial é gigantesco porque mulheres resolvem problemas reais e urgentes, historicamente ignorados. Vejo potência, ciência, sofisticação técnica e verdade. Há espaço em todos os setores. Pensar nos múltiplos papéis e ciclos das mulheres orienta estratégias de negócios. Investir em compreender esses ciclos é investir no futuro do mercado.

efe. - Como equilibra seus papéis de CEO, conselheira, mãe e ativista?

FD - Eu não equilibro — aceito as escolhas e busco honrá-las. Com planejamento, disciplina e limites, alcanço performance razoável. Equilíbrio é negociação diária entre desejo e realidade. Lidero empresa em reestruturação, conduzo rodadas de investimento e mantenho treino físico rigoroso porque tenho clareza de prioridades e pratico autogoverno. Tenho um marido que me apoia e filhos que vivem com uma mãe que trabalha muito; ainda assim busco vivências familiares de qualidade.

efe. - Que mensagem deixa para mulheres que buscam posições de liderança?

FD - Tenha clareza de quem você é e quer ser, e trace um plano.

Construa musculatura emocional para conversar com o poder. No alto o ar é rarefeito.

Estude muito e aprenda rápido. Entregas bem-feitas falarão por você.

Foto: Acervo

DO CONTROLE REMOTO AO CONTROLE DO ALGORITMO

Por décadas, a televisão aberta definiu a agenda nacional. Hoje, creators, streamers e canais digitais disputam — e muitas vezes vencem — a atenção do público e dos anunciantes

Durante mais de meio século, a TV aberta ocupou uma posição central no imaginário brasileiro. A grade de programação determinava o ritmo da vida cotidiana e estabelecia os grandes debates nacionais. Esse arranjo, porém, começou a ser desafiado com a consolidação da internet móvel, a popularização das redes sociais e a explosão do streaming.

Segundo levantamento divulgado pela NaTelinha em 2025, mais de um terço dos brasileiros passou a priorizar streaming ou vídeo online em relação à TV aberta, um marco histórico na mudança de hábitos de consumo. Paralelamente, dados compilados pelo Meio & Mensagem indicam que YouTube, WhatsApp e Instagram são hoje as mídias mais consumidas no Brasil, superando a televisão linear em participação e atenção.

A migração do consumo digital para a sala de estar também se consolidou. Em 2024, a CNN Brasil reportou que, pela

primeira vez, a TV conectada ultrapassou o celular como principal dispositivo para assistir ao YouTube no país, evidenciando que o digital deixou de ser “mídia de bolso” e passou a ocupar o espaço físico que antes pertencia apenas à televisão.

DO BROADCAS

AO ON-DEMAND

A televisão tradicional sempre operou em lógica de broadcast: poucos emissores, muitos receptores, uma comunicação unidirecional. A internet rompeu esse modelo ao estabelecer um ecossistema many-to-many, no qual qualquer usuário pode produzir, distribuir e impulsionar conteúdo.

Com YouTube, TikTok, Twitch e plataformas híbridas, a lógica do “horário nobre” perdeu protagonismo. No lugar dela, emergiram a personalização, os nichos, a comunidade e o consumo sob demanda. O espectador deixou de ser passivo e passou a navegar entre múlti -

plas janelas, escolhendo o que ver, quando ver e como interagir.

O DESLOCAMENTO DA AUTORIDADE MIDIÁTICA

Historicamente, a TV concentrava o poder de definir o que era notícia, entretenimento e cultura pop. Hoje, a narrativa é construída coletivamente. O público não busca apenas a informação, mas também o ponto de vista — e, muitas vezes, prefere acompanhar criadores que oferecem uma leitura mais próxima, direta e autêntica.

Essa virada simbólica tem efeitos estruturais: a TV deixa de ser o centro e passa a ser apenas mais um ator em um ecossistema descentralizado, onde canais independentes competem por influência e diálogo. Influenciadores se tornam formadores de opinião e, em alguns casos, o novo “horário nobre” nasce de uma live transmitida de um estúdio compacto para milhões de pessoas.

Por Thais Sant’Ana
Ilustrações: Shutterstock

O CASE DO GE: QUANDO UM GIGANTE TRADICIONAL APRENDE A FALAR A LÍNGUA DA INTERNET

Entre as marcas tradicionais que conseguiram atravessar essa transição, o Globo Esporte (GE) se destaca como um dos cases mais bem-sucedidos. Antes visto apenas como um bloco obrigatório da grade esportiva da TV Globo, o GE tornou-se, na última década, um dos produtos digitais mais robustos do país. Seu portal, suas redes sociais e seus desdobramentos multiplataforma formam um ecossistema que conversa diretamente com o público de internet — com linguagem mais leve, ágil e visualmente adaptada ao ambiente digital. Hoje, o GE rivaliza com creators em formatos de vídeo curto, se adapta à lógica de memes, publica cortes em alta velocidade e cobre esportes com tom conversacional, sem abandonar o rigor jornalístico. A estratégia transformou o GE em um dos maiores players digitais do esporte brasileiro, com picos de audiência que, em determinados momentos, superam a performance de programas televisivos tradicionais da própria emissora.

Esse movimento também mostra que a descentralização da mídia não significa a morte dos veículos clássicos, mas sim sua necessidade de adaptação. O GE é, ao mesmo tempo, um produto da TV e da internet — e talvez por isso seja uma das pontes mais importantes entre o modelo antigo e o novo.

CAZÉTV: O CASO QUE MARCA A MUDANÇA DE ERA

A ascensão da CazéTV sintetiza essa transformação. Criada em 2022 pelo streamer Casimiro Miguel em parceria com a LiveMode, a plataforma tornou-se rapidamente o maior canal de esportes do YouTube no Brasil, acumulando transmissões históricas, como jogos da Copa do Mundo, torneios internacionais e campeonatos nacionais.

Segundo reportagem do Meio & Mensagem, a operação envolve mais de 150 profissionais e mais de 300 horas de conteúdo ao vivo por temporada, funcionando com qualidade técnica comparável à das grandes emissoras, porém com a agilidade e a informalidade nativa do ambiente digital.

A marca também chamou atenção pelo modelo de negócios. Grandes anunciantes

SEGUNDO LEVANTAMENTO DIVULGADO PELA NATELINHA EM 2025, MAIS DE UM TERÇO DOS BRASILEIROS PASSOU A PRIORIZAR STREAMING OU VÍDEO ONLINE EM RELAÇÃO À TV ABERTA

— como Coca-Cola, iFood, Adidas e Vivo — rapidamente passaram a integrar seu portfólio comercial, atraídos pela combinação de alcance massivo e métricas precisas. A CazéTV, ao operar em plataformas digitais, obtém dados de primeira parte sobre comportamento da audiência, algo que a televisão tradicional não é capaz de fornecer com o mesmo nível de granularidade. Além disso, a estética do canal rompe com o padrão televisivo. As transmissões apostam em espontaneidade, humor, bastidores, conversas entre amigos e interação constante com o público. Em alguns eventos esportivos, os números de espectadores simultâneos ultrapassam os de emissoras abertas — um indicativo claro de que a disputa pela atenção migrou de vez para o ambiente digital.

A DESCENTRALIZAÇÃO DA TV NÃO REPRESENTA O ENFRAQUECIMENTO DA TELEVISÃO, MAS SIM A DEMOCRATIZAÇÃO DA MÍDIA

BARREIRAS DE ENTRADA CADA

VEZ MENORES

Produzir televisão sempre exigiu infraestrutura pesada, equipes numerosas e altos custos. O panorama atual é diferente. Equipamentos mais acessíveis, softwares de transmissão mais intuitivos e plataformas gratuitas tornaram possível que pequenos times — às vezes de duas ou três pessoas — operem formatos competitivos com grandes conglomerados.

A profissionalização do mercado de creators também contribuiu para esse salto. Estúdios especializados, consultorias de conteúdo e modelos de monetização diversificados tornaram o ambiente mais maduro e sustentável para quem aposta em conteúdo digital de longo prazo.

O NOVO COMPORTAMENTO

DO PÚBLICO

O público atual não quer apenas assistir; quer participar. Lives com chat aberto, comentários em tempo real, hashtags, memes, cortes e remixagens fazem parte da experiência contemporânea de consumo. A audiência é mais fragmentada, mas também mais engajada.

Autenticidade tornou-se valor central. Criadores que se comunicam de maneira espontânea conquistam confiança e fidelidade de uma base que se identifica com sua

linguagem e visão de mundo. Essa relação direta entre creator e comunidade altera toda a dinâmica da cadeia de valor da mídia.

O FUTURO DA MÍDIA: HÍBRIDO E DISTRIBUÍDO

O que se desenha é um cenário em que televisões tradicionais, plataformas digitais e creators coexistem — mas com papéis menos definidos e fronteiras cada vez mais fluidas. Emissoras investem em streaming próprio, criadores disputam direitos de transmissão e marcas direcionam verbas crescentes para iniciativas independentes que entregam impacto real e mensuração precisa.

A TV não desaparece, mas seu domínio exclusivo já ficou para trás. O centro midiático agora é compartilhado — e volátil.

A descentralização da TV não representa o enfraquecimento da televisão, mas sim a democratização da mídia. Casos como o da CazéTV evidenciam que o poder de comunicar — e de influenciar — deixou de ser privilégio de poucos grupos e passou a circular por redes, comunidades e vozes individuais que encontram no ambiente digital seu maior potencial de escala.

Se antes o país mudava de canal, hoje muda de aba. A era do controle remoto cede espaço à era do algoritmo — e nela, quem tem narrativa, autenticidade e consistência pode, finalmente, tornar-se mídia.

O NOVO MERCADO DA ATENÇÃO NO BRASIL

Audiência e consumo

1 em cada 3 brasileiros já prioriza vídeo online ou streaming em vez de TV aberta (dados 2025).

CazéTV em números

YouTube, WhatsApp e Instagram são as três mídias mais consumidas no país, à frente da TV linear.

Maior canal de esportes no YouTube brasileiro.

• +150 profissionais na operação.

• +300 horas de conteúdo ao vivo por temporada.

• Patrocinadores: Coca-Cola, iFood, Adidas, Vivo, entre outros. Mercado de creators

Em 2024, pela primeira vez, a TV conectada superou o celular como principal dispositivo de consumo do YouTube no Brasil.

O Brasil é o segundo maior mercado de creators do mundo.

• 60% dos consumidores afirmam confiar mais em creators do que em publicidade tradicional.

• 8 em cada 10 marcas planejam aumentar investimentos em mídia digital independente nos próximos anos.

Fontes: NaTelinha, Meio & Mensagem e CNN Brasil

SEU EVENTO PODE SER

SAIBA MAIS

INTELIGÊNCIA

ARTIFICIAL OU BURRICE ASSISTIDA: VOCÊ AINDA PENSA

OU SÓ PERGUNTA

PARA O CHATGPT?

Temos nas mãos uma ferramenta poderosíssima, capaz de analisar dados, gerar ideias, escrever textos e simular diálogos. Mas a forma como usamos essa ferramenta diz muito mais sobre nós do que sobre ela

Lá nos anos 90, antes do celular e das facilidades digitais, meu pai me deu uma missão antes de eu sair sozinho na rua: “Filho, decora o número do telefone de casa. Se você se perder, procura um policial e pede para ligar para a gente”. Eu decorei, sabia direitinho. Era uma segurança que eu carregava comigo — e também uma habilidade que fazia parte do meu kit de sobrevivência.

Hoje, pergunte ao seu filho ou filha qual é o número do seu telefone. Pergunte ao seu melhor amigo qual é o seu. Duvido que ele saiba. A gente terceirizou essa capacidade para os nossos aparelhos. E tudo bem. Não tem nada de errado em transferir uma tarefa para uma máquina — desde que você esteja criando espaço para outras habilidades entrarem em cena.

Mas a grande pergunta que quero te fazer aqui é: com a chegada da inteligência artificial, estamos ficando mais inteligentes ou mais burros?

A NOVA PREGUIÇA DISFARÇADA DE PRODUTIVIDADE

Outro dia, ouvi de um colega: “Cara, o ChatGPT resolveu meu problema em dois minutos”. E eu perguntei: “Ou será que foi você que desistiu de resolvê-lo por conta própria?”

A gente vive um paradoxo interessante. Temos nas mãos uma ferramenta poderosíssima, capaz de analisar dados, gerar ideias, escrever textos e simular diálogos. Mas a forma como usamos essa ferramenta diz muito mais sobre nós do que sobre ela.

Tem gente que usa a IA como se fosse um Google vitaminado: pede algo, copia e cola, e pronto. Vira um robô operando outro robô. E o pior: começa a achar que isso é ser eficiente.

Outros, no entanto, usam a IA como extensão do próprio cérebro. Perguntam, contra-argumentam, desafiam, refinam. Transformam a IA em um laboratório de ideias. É como jogar xadrez com uma máquina: você não está só resolvendo um problema, está pensando melhor.

QUEM É VOCÊ COM SUPERPODERES?

A inteligência artificial não é um inimigo, também não é um salvador. É um espelho com amplificador embutido. Se você é curioso, ela vai te deixar mais curioso. Se é preguiçoso, ela vai te entregar tudo mastigado — e você vai mastigar cada vez menos com seu próprio cérebro.

Quando uso o ChatGPT, não é para buscar a resposta certa. É para expandir as perguntas. Uma vez precisei escrever uma palestra de última hora e pedi ajuda. A primeira resposta veio pronta, polida e absolutamente impessoal. Qualquer um poderia ter dito aquilo. Não era minha voz.

Então virei o jogo: comecei a fazer perguntas, pedi contraexemplos, explorei metáforas. Em minutos, não era mais sobre o texto. Era sobre minha forma de pensar. A ferramenta estava me ajudando a pensar melhor, não a evitar pensar.

Quer um exemplo mais básico? Quando foi a última vez que você chegou em algum lugar sem usar GPS? Quando o Waze caiu por uma hora em São Paulo, o trânsito parou. Porque as pessoas simplesmente não sabiam como se virar. O cérebro delegou essa função há muito tempo. De novo: não é um problema em si. O problema começa quando você não desenvolve nada no lugar.

A inteligência artificial vai fazer isso com cada vez mais funções cognitivas. Resumo de texto? Já faz. Análise de dados? Também. Criação de conteúdo? Sim. Tradução, programação, atendimento? Tudo.

E tudo muito bem feito, por sinal.

O ponto é: se você não estiver aprendendo nada enquanto usa a tecnologia, então você não está usando. Está sendo usado.

O VÍCIO DA SUPERFICIALIDADE

Existe uma coisa chamada obesidade cerebral. É o acúmulo de informação sem digestão. É gente que lê manchetes, assiste a vídeos de 15 segundos no TikTok, escuta podcast em velocidade 2x e acha que está absorvendo conhecimento. Mas só está criando confusão mental.

A

INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL NÃO É UM INIMIGO, TAMBÉM NÃO É UM SALVADOR. É UM ESPELHO COM AMPLIFICADOR EMBUTIDO

A IA, se usada de forma rasa, alimenta esse mesmo vício. Entrega respostas rápidas para perguntas mal formuladas. E quanto menos você se esforça, mais você se acostuma com a mediocridade.

É como fast food intelectual: parece que resolve, mas não nutre. Você sai cheio, mas segue vazio.

A IA não vai salvar ninguém, nem acabar com ninguém. Ela só escancara o que você já é. É como uma guitarra nas mãos de um músico: pode ser um instrumento de arte ou de barulho, tudo depende de quem segura.

Se você quer aprender, ela vai te mostrar um mundo novo. Se quer apenas copiar e colar, ela vai te deixar cada vez mais refém das respostas dos outros. Quem só repete não pensa, quem só cola não cresce. E quem não cresce, emburrece.

A HABILIDADE QUE NUNCA VAI

SER AUTOMATIZADA

Tem uma coisa que nenhuma IA pode substituir: propósito. A vontade de entender o mundo, de se desenvolver, de conectar com os outros de maneira humana. Isso continua sendo nosso.

Se você é um profissional que se diferencia pelo olhar, pela escuta, pela criativi-

dade, pela empatia — pode usar a IA para voar ainda mais alto. Mas se seu trabalho for repetitivo, processual e automático, cuidado. Você está se robotizando antes mesmo da máquina chegar. O mundo vai precisar de gente que pensa, não de gente que segue instruções de prompt.

NO FIM, TUDO É SOBRE ESCOLHA

Lembra do número do telefone? Aquele que eu decorava para me encontrar com meus pais? Pois é. Eu não preciso mais saber, mas aprendi que cada vez que delego algo à tecnologia, preciso me perguntar: o que estou colocando no lugar?

Se eu tiro uma habilidade, tenho que criar outra. Se eu deixo de memorizar, tenho que aprender a analisar. Se deixo de calcular, tenho que interpretar. Porque, senão, não é progresso, é retrocesso mascarado de eficiência.

A inteligência artificial pode te ajudar a ser mais criativo, mais estratégico, mais preparado ou pode te transformar num apertador de botão profissional, esperando que alguém — ou alguma coisa — pense por você. O que ela vai fazer com você... depende de quem você decide ser.

O DESAFIO DE ENSINAR EM TEMPOS DE

TRANSFORMAÇÃO

“Quem educa em Alphaville” é a nova seção da efe. para dar voz aos profissionais que constroem o futuro da educação no bairro. Carlos Maffia Neto, diretorgeral da Escola Internacional de Alphaville, inaugura a série

Educar nunca foi simples — e, no século XXI, essa missão se tornou ainda mais complexa. Em um mundo no qual a tecnologia redefine comportamentos, acelera processos e transforma relações, escolas e professores lidam diariamente com um cenário que exige reinvenção permanente. A adaptação, antes desejável, tornou-se indispensável.

Nos últimos anos, essa transformação se tornou ainda mais evidente. Segundo o Global Education Monitoring Report, da UNESCO, a pandemia acelerou em até cinco anos a adoção de tecnologias educacionais em todo o mundo, trazendo para o centro do debate temas como bem-estar emocional, convivência ética, alfabetização digital e inovação pedagógica. No Brasil, o relatório TIC Educação 2022 aponta que 92% dos professores passaram a usar tecnologia com mais intensidade após 2020, enquanto 67% afirmam precisar de formação continuada para lidar com IA, ensino híbrido e ferramentas digitais.

O MOVIMENTO TAMBÉM VEM DAS FAMÍLIAS

De acordo com pesquisa Datafolha (2022), 82% dos pais valorizam escolas que desenvolvem habilidades socioemocionais, e 71% preferem instituições com formação global e bilíngue. O interesse crescente se reflete no setor: segundo a Abebi (Associação Brasileira do Ensino Bilíngue), o ensino bilíngue cresceu 35% em três anos, alcançando mais de 1.500 escolas no país.

É nesse contexto — acelerado, exigente e repleto de novas demandas — que Alphaville se consolida como um polo educacional.

A região reúne escolas bilíngues e internacionais de referência, além de famílias que buscam um ensino globalizado, sem abrir mão da convivência ética, do bem-estar e da formação integral. Estudos do Secovi-SP (2023) mostram que, para famílias de alto padrão, educação de excelência está entre os principais fatores de decisão para escolher onde morar, reforçando Alphaville como um ecossistema educacional em expansão.

Atenta a este cenário, a revista efe. apresenta a seção “Quem educa em Alphaville”, que a cada edição dará voz aos gestores e educadores que, diariamente, moldam o futuro da educação no bairro. O objetivo é compreender como é educar hoje, quais são os desafios de gestão, as tendências que devem pautar os próximos anos e os caminhos para formar gerações mais preparadas — humana e academicamente.

O primeiro entrevistado da série é Carlos Maffia Neto, diretor-geral da Escola Internacional de Alphaville (EIA). Com ampla formação na área e mais de 20 anos de experiência em instituições bilíngues e internacionais, Carlos assumiu a liderança da EIA no início deste ano, ampliando o olhar estratégico da escola e reforçando seu compromisso com inovação, excelência e formação integral.

“A educação é o motor da transformação. Ela deve ser vista como um processo contínuo, o chamado lifelong learning, que vai além das notas”, afirma.

Confira a entrevista a seguir.

EDUCAR É GERIR O FUTURO

Em entrevista à efe., Carlos Maffia Neto, diretorgeral da Escola Internacional de Alphaville, fala sobre os desafios da educação contemporânea, a gestão estratégica de uma escola global e o papel da formação integral no futuro dos alunos

efe. - Carlos, quais são hoje os maiores desafios enfrentados pelas instituições de ensino na formação dos alunos?

Carlos. - O principal desafio é preparar os estudantes para um mundo que exige adaptabilidade e autonomia. Isso passa por ir além do conteúdo acadêmico, focando em uma formação sólida de caráter; letramento digital crítico, para que saibam validar informações e navegar com ética; e no desenvolvimento de habilidades socioemocionais para que possam encarar com sabedoria e preparo os desafios do mundo do trabalho, que é cada vez mais dinâmico e desafiador.

efe. - De que forma o avanço de tecnologias, como IA, ensino híbrido, plataformas digitais, tem impactado a formação dos estudantes?

Carlos. - O impacto é profundo e exige uma alfabetização digital crítica. A tecnologia é uma ferramenta de potencialização que deve ser usada com critério e ética. O maior impacto na formação do aluno é a necessidade de desenvolver a capacidade de pensamento crítico para contestar, validar e utilizar a informação de forma responsável, e não apenas aceitá-la passivamente como verdadeira ou correta.

efe. - O que diferencia Alphaville de outros polos educacionais da Grande São Paulo?

Carlos. - A diferença reside na alta demanda por excelência e em uma infraestrutura de suporte completa. As famílias em Alphaville buscam escolas que ofereçam uma formação globalizada, programas inovadores e, principalmente, um profundo foco no desenvolvimento socioemocional e na formação ética do aluno, indo além dos índices de performance acadêmica.

efe. - Como a Escola Internacional se posiciona estrategicamente para atender às necessidades específicas de educação do bairro?

Carlos. - Nos posicionamos através de uma proposta única: o currículo IB - International Baccalaureate, o bilinguismo aditivo, e o Núcleo de Convivência Ética, Ciência do Bem-Estar e Autorrealização. Complementamos nosso cardápio educacional com programas inovadores como o Makerspace, STEAM e educação financeira, que atendem à necessidade de formar cidadãos globais com forte senso de comunidade.

efe. - Quais tendências devem pautar a educação infantil e os ensinos fundamental e médio nos próximos anos, especialmente em regiões como Alphaville?

Carlos. - As principais tendências são: educação integral, com foco no bem-estar, saúde mental e convivência ética; inovação curricular, com a incorporação estratégica e ética da inteligência artificial; globalização prática, com bilinguismo e programas internacionais; e habilidades para o futuro, como empreendedorismo e educação financeira, preparando para a vida real.

efe. - Quais as suas principais atribuições para a Escola Internacional como negócio?

Carlos. - Minhas principais atribuições são garantir o alinhamento estratégico da visão pedagógica com a sustentabilidade e o crescimento do negócio. Isso envolve zelar pela excelência do corpo docente, manter a infraestrutura de ponta e impulsionar a inovação dos programas educacionais que nos diferenciam no mercado.

efe. - E o que é mais difícil nisso tudo?

Carlos. - O maior desafio é sustentar um patamar de excelência e inovação contínua, sem nunca perder o foco no propósito educacional. Nosso posicionamento estratégico se baseia em uma educação completa, que além de ensinar os conteúdos para que o aluno seja aprovado em uma universidade, faça dele um cidadão global. Contratar e reter talentos envolve um investimento

“NOSSO PAPEL É FORMAR INDIVÍDUOS COM VALORES, CARÁTER E A CAPACIDADE DE PENSAR CRITICAMENTE, ESTIMULANDO-OS A SEREM CIDADÃOS ÚTEIS, CONECTADOS E ATIVOS”

constante na formação continuada dos educadores, enquanto encantar os clientes é a consequência de um ambiente de aprendizado estimulante e de resultados na formação integral dos alunos.

efe. - Alphaville ainda tem potencial de crescimento no setor educacional?

Carlos. - Sim, é uma região com grande potencial de crescimento, dada a concentração de famílias que buscam serviços de alto padrão. O crescimento do setor está diretamente ligado à capacidade das instituições de oferecerem uma proposta de valor robusta, que combine uma formação completa, seja ela tradicional, bilíngue ou internacional, com uma educação que prepare o aluno para os desafios globais e locais.

efe. - Quando falamos em infraestrutura, novos cursos, tecnologia, parcerias, como a unidade está se preparando para o futuro?

Carlos. - Para 2026, a EIA oferecerá aos alunos do Ensino Fundamental II/Teens, em parceria com a Real Grana, uma experiência inovadora de educação financeira gamificada. A proposta une teoria e prática de forma envolvente, desenvolvendo nos jovens habilidades essenciais como organização financeira, consumo consciente e tomada de decisões inteligentes, preparando-os para o futuro com autonomia, responsabilidade e propósito.

efe. - Que mensagem você deixaria para pais, estudantes e empresas sobre o papel da educação na transformação da comunidade?

Carlos. - A educação é o motor da transformação. Ela deve ser vista como um processo contínuo, o chamado lifelong learning, que vai além das notas. Nosso papel é formar indivíduos com valores, caráter e a capacidade de pensar criticamente, estimulando-os a serem cidadãos úteis, conectados e ativos. Uma comunidade só se torna mais justa, próspera e humana quando seus membros são transformados pela educação.

Carlos Maffia Neto é diretor-geral da Escola Internacional de Alphaville Fotos Divulgação

Falar em público é, para muitos, um dos maiores desafios da vida profissional. É expor-se aos julgamentos incontroláveis das outras pessoas e enfrentar o medo da reprovação. A timidez, intimamente ligada à ansiedade social, pode transformar situações simples em verdadeiros obstáculos emocionais — e, principalmente, profissionais. O tímido perde a chance de expor e defender suas ideias, de mostrar seu valor. A trajetória dessas pessoas torna-se muito mais difícil.

O silêncio dos tímidos e o desafio de falar em público profissionalmente

A pessoa tímida frequentemente se vê em um estado de desconforto físico e mental: respiração acelerada, rubor, sudorese, mãos trêmulas. É como se houvesse uma lente de aumento sobre si mesma. Esse excesso de atenção ao outro — ao que o público pensa, ao que o colega faz melhor — impede que o tímido volte o olhar para si e reconheça suas próprias qualidades. É comum ouvir relatos como: “Aquela pessoa fala tão bem, eu nunca conseguiria ser igual”. O problema é que, ao se comparar, o tímido alimenta a ansiedade e reforça a sensação de incapacidade. Segundo Carl Jung, a timidez é um conflito entre o “ideal de Eu” e a realidade.

Nos treinamentos, costumo pedir que meus clientes assistam a um vídeo que gravamos juntos, mostrando-os falando em pé, e solicito que apontem pontos positivos sobre si mesmos naquela situação. Dificilmente escuto dois ou mais reconhecimentos — o que não corresponde à minha avaliação.

Não existe solução simples para um problema complexo. O melhor caminho é mapeá-lo para lidar com as questões com assertividade. O primeiro passo é parar as comparações e estabelecer uma linguagem intrapessoal mais adequada (a comunicação que o indivíduo tem consigo mesmo: pensamentos, falas negativas, comparações com outras pessoas). O segundo passo é começar a dar nome às suas características de comunicação e buscar soluções sem julgamento. A partir do

momento em que você reconhece o que faz bem e o que pode ser aprimorado, fica mais fácil lidar com essa limitação. É importante, leitor, que você saiba: em algumas situações, o acompanhamento psicológico ou psiquiátrico pode ser necessário para tornar o resultado mais consistente e robusto.

Na terapia fonoaudiológica ou no treinamento de comunicação para palco e oratória, são trabalhadas as características conscientes da comunicação com excelentes resultados e pessoas satisfeitas. Por isso, quero compartilhar com você algumas orientações para lidar melhor com sua comunicação em público e parar de perder oportunidades de se expor:

1. Estude e se prepare. Organize o conteúdo de forma clara. Jamais decore. Não leia seus slides. Use uma estrutura de vocabulário e frases que soe natural. Normalmente, os assuntos sobre os quais você será convidado a falar fazem parte da sua rotina.

2. Treine sua fala em voz alta. Faça esse treinamento em casa diversas vezes. Use um volume de voz acima do habitual durante o treino.

3. Controle a necessidade de acabar rápido. Faça o inverso: fale devagar e articule bem.

4. Mantenha a postura ereta, com os ombros abertos.

5. Esqueça a ideia de ser perfeito. Silencie a comunicação intrapessoal negativa. A timidez não é uma sentença, mas um traço que pode ser trabalhado. O tímido não precisa se tornar extrovertido para ser eficaz em público; precisa apenas aprender a valorizar sua própria voz, em vez de se perder na comparação com os outros. Falar em público é, no fundo, um ato de coragem. Coragem de tomar decisão de avançar apesar do medo. Para os tímidos, cada palavra dita diante de uma plateia é uma vitória silenciosa — e, pouco a pouco, esse silêncio se transforma em discurso.

Ilustração:
Carol Salim

QUANDO O JALECO TOCA O CORAÇÃO

UNIP Alphaville realiza cerimônia simbólica e emocionante para alunos de Medicina,

á acontecimentos que marcam a vida para sempre. Na UNIP Alphaville, um desses momentos foi vivido de forma intensa, silenciosa e profunda: a cerimônia do jaleco para os alunos do curso de Medicina que concluíram o primeiro ano de sua formação.

É difícil descrever o instante em que um aluno veste, pela primeira vez, seu jaleco branco. Basta observar os olhos marejados dos pais, os abraços longos e os sorrisos contidos para perceber que não se trata apenas de um novo uniforme, mas da materialização de um sonho coletivo.

JALECO: O TECIDO DE UM CHAMADO

O jaleco branco, que ao longo dos séculos se transformou em símbolo de ética, ciência e confiança, não é apenas uma vestimenta. Ele é passado de mãos emocionadas para ombros que carregam uma nova responsabilidade: a de cuidar, ouvir, acolher e salvar.

Na Medicina UNIP, esse gesto se transformou em um rito de passagem cheio de significado. Mais do que uma cerimônia, é um momento de escuta e reconhecimento do caminho já trilhado e do que ainda está por vir.

O professor Dr. Cristiano Schiavinato Baldan, diretor administrativo dos cursos de Medicina da UNIP, esteve presente no evento e expressou, com sensibilidade, o que tantos sentiram naquela tarde: “Viver esse momento é algo realmente especial. Quando temos a

oportunidade de presenciar a relação entre pais e filhos nesse instante tão simbólico, percebemos o quanto a entrega do jaleco representa uma verdadeira transição, um marco profundo na jornada desses alunos. É nesse momento que a ficha começa a cair sobre a grandeza do caminho que escolheram trilhar. Para nós, da equipe gestora e acadêmica da Medicina UNIP, fazer parte disso é um privilégio e uma alegria imensa.”

MEDICINA COMO MISSÃO E A UNIP

COMO CASA

A cerimônia no campus Alphaville reforça o que já se percebe nos corredores, nas salas de aula e nas conversas entre professores e alunos: o compromisso da UNIP em formar não apenas profissionais competentes, mas seres humanos conscientes da nobreza da escolha que fizeram.

A cada jaleco vestido, reafirma-se uma promessa silenciosa: servir à vida com ciência, ética e empatia. Na UNIP, a Medicina começa com técnica e se perpetua no coração de quem entende que cuidar é, antes de tudo, um ato de humanidade.

Além do campus Alphaville, a UNIP também oferece o curso de Medicina nos campi Campinas, Sorocaba e São José do Rio Pardo, sempre com o mesmo compromisso com a qualidade, a formação humana e a excelência acadêmica.

Alunos da UNIP Alphaville na cerimônia de entrega dos jalecos

A RODOVIA DO FUTURO JÁ COMEÇOU

Com novos pórticos, câmeras inteligentes e pesagem em movimento, a Ecovias Raposo Castello acelera a digitalização do sistema rodoviário. Confira a entrevista exclusiva com o diretorsuperintendente, Igor Barros

Por Gabriela Ribeiro e Thais Sant’Ana

Igor Barros, diretorsuperintendente da Ecovias Raposo Castello

Com novos pórticos, câmeras inteligentes e pesagem em movimento, a Ecovias Raposo Castello acelera a digitalização do sistema rodoviário. Confira a entrevista exclusiva com o diretor-superintendente, Igor Barros As rodovias que cortam a região, Castello Branco e Raposo Tavares, estão prestes a dar um salto tecnológico sem precedentes. À frente da Ecovias Raposo Castello, Igor Barros explica como inteligência artificial, monitoramento automático e um novo modelo de pedágio vão redesenhar o futuro da concessão, com mais eficiência operacional, mais segurança e processos de gestão inéditos no país.

efe - Como funciona a gestão de relacionamento entre concessionárias e órgãos públicos na condução de um ativo tão complexo quanto a Raposo-Castello?

Igor - Temos uma relação muito transparente, técnica e constante com a Motiva, antiga CCR ViaOeste, que ainda conduz as obras no trecho, e com a Artesp, nossa agência reguladora. Mantemos reuniões semanais para alinhar intervenções e prever impactos. A Castello e a Raposo têm uma peculiaridade: além de rodovias metropolitanas, funcionam como avenidas entre bairros. Qualquer alteração afeta diretamente o cotidiano dos moradores. Por isso, buscamos sempre soluções que equilibrem produtividade da obra e fluidez viária.

efe - Assumir a gestão enquanto outra concessionária ainda executa obras é algo incomum no setor. Como vocês administram essa transição?

Igor - É uma situação atípica: uma concessionária operando e outra executando obras. Isso naturalmente gera confusão. Temos reforçado as nossas comunicações — site, redes sociais, releases — deixando claro o pa-

pel de cada parte. Se algo é responsabilidade da Motiva, direcionamos corretamente. Mas jamais deixamos de acolher o usuário: recepcionamos demandas, esclarecemos e ajudamos no que estiver ao nosso alcance.

efe - Do ponto de vista operacional, como vocês estruturam a capacidade de atendimento para períodos de maior demanda, como férias e feriados?

Igor - O tráfego da Castelo é majoritariamente pendular, é o motorista que vai e volta de São Paulo. Nas férias, curiosamente, esse movimento diminui no trecho entre Barueri e a capital, melhorando a fluidez. Há picos concentrados de saída e retorno, mas, no período como um todo, o volume tende a cair. Já reforçamos nossa capacidade ao longo de toda a operação: aumentamos a frota de guinchos leves e pesados, temos parceria com a Bradesco e hoje nossos tempos de resposta são mais rigorosos que no contrato anterior.

efe - Em termos de gestão contratual, quais entregas e marcos operacionais estão previstos para 2026?

Igor - O ano de 2026 será técnico. Primeiro, concluímos o ciclo dos Trabalhos Iniciais — recuperação de pavimento, sinalização, drenagem, iluminação e limpeza. Em seguida entramos no desenvolvimento dos projetos de engenharia e no licenciamento ambiental das grandes obras previstas para a Castello, com entregas programadas para 2029. Também faremos a auditoria técnica das estruturas que receberemos da Motiva, garantindo que tudo esteja dentro das especificações antes da entrega final.

efe - O modelo de cobrança por pórtico altera significativamente o modelo de negócios das concessionárias. Como será essa implantação?

ATÉ SETEMBRO DE 2026, INSTALAREMOS CÂMERAS

INTELIGENTES

CAPAZES DE DETECTAR AUTOMATICAMENTE

INCIDENTES: PEDESTRES, ANIMAIS, OBJETOS, INCÊNDIOS E VEÍCULOS PARADOS. TEREMOS MONITORAMENTO DE 100% DA MALHA.

Igor - Nosso contrato prevê a conversão das praças em pórticos até março de 2027. As instalações começam em 2026, junto ao programa estadual “Sem Parar Fácil”. O motorista poderá pagar por TAG, totem nas bases, aplicativo ou site do Pedágio Digital. Quem usa TAG já tem benefícios hoje – 5% de desconto automático e, pelo uso recorrente, até 20%. O objetivo é ampliar meios de pagamento e eliminar a barreira física das praças.

efe - Em relação a governança e experiência do usuário, como vocês planejam a transição para esse novo sistema?

Igor - Por isso, os pórticos entram em operação visual cerca de 90 dias antes do início efetivo da cobrança, para educar o motorista e evitar mudanças bruscas de comportamento. É semelhante ao processo de implantação de radares: primeiro, comunicação; depois, fiscalização.

efe - A Ecovias tem um pilar forte de responsabilidade socioeconômica. Como isso se traduz no dia a dia da operação?

Igor - Temos um programa permanente de redução de acidentes, com ações para motociclistas, caminhoneiros, ciclistas e pedestres, muitas em parceria com prefeituras. Promovemos desde campanhas de uso seguro de passarelas e equipamentos refletivos até ações de saúde com caminhoneiros, que muitas vezes enfrentam jornadas longas e acabam expostos a riscos como pressão alta e diabetes. Nosso foco é o comportamento seguro e a preservação da vida.

efe - Tecnologia e dados têm papel crescente nos contratos atuais. Que avanços estão previstos para os próximos anos? Igor - Aqui está uma das maiores transformações. Até setembro de 2026, instalaremos câmeras inteligentes capazes de detectar automaticamente incidentes: pedestres, animais, objetos, incêndios e veículos parados. Teremos monitoramento de 100% da malha. Já somos integrados ao Waze e às montadoras com tecnologias embarcadas que alertam nossa central em caso de impacto ou acionamento de airbag. Além disso, em 2027 entra em operação a pesagem em movimento. Todos os caminhões serão pesados sem sair da rodovia. Isso reduz o risco de tombamentos, aumenta a segurança e cria uma concorrência mais justa no setor de cargas.

efe - Essas inovações consolidam um novo patamar de infraestrutura na região?

Igor - Sim. Os novos contratos trazem o que há de mais moderno no setor rodoviário: cobrança automática, monitoramento inteligente, pesagem em movimento, integração com veículos conectados. A infraestrutura está sendo concebida para dialogar com tecnologias futuras, incluindo carros autônomos. A tendência é clara: mais fluidez, mais transparência, mais eficiência e, sobretudo, mais segurança.

ELE DEIXOU O PITBULL PARA TRÁS E RENASCEU

ÍCONE NACIONAL DE VENDAS, EX-PRESIDENTE DE EMPRESA BILIONÁRIA E AUTOR BEST-SELLER, LUIS PAULO LUPPA ENCONTROU EM ALPHAVILLE O TERRITÓRIO ONDE TRANSFORMARIA DOR EM PROPÓSITO — E ERGUERIA O MAIOR CENTRO DE NEURODESENVOLVIMENTO DO BRASIL

Alonso

Fotos Rogério
Por Thais Sant’ Ana e Gabriela Ribeiro

Antes de sentar à mesa, Luis Paulo Luppa olha devagar para o ambiente. Observa tudo. Ele carrega o ritmo de quem já viveu mais do que muita gente viveria em cinco vidas. Há nele um contraste curioso: a intensidade que o fez ganhar o apelido de “Pitbull” no mundo corporativo e a paz quase palpável de quem finalmente encontrou seu lugar — e seu porquê — em Alphaville.

A história de Luppa é conhecida em pedaços: o vendedor lendário, o autor que bateu dois milhões de exemplares, o palestrante que lotava auditórios pelo mundo, o presidente que levou uma empresa de turismo a 1,5 bilhão em faturamento. Mas nada disso explica o homem que está à nossa frente.

Esse Luppa é outro. É o homem que decidiu mudar o destino de seu filho. E, sem perceber, o destino de centenas de famílias.

Nesta entrevista exclusiva para a EFE, ele abre seu passado, suas feridas, seus fracassos — e as vitórias que ninguém vê. Fala de Alphaville como se falasse de um porto seguro. E conta porque, aos 61 anos, depois de liderar 2.000 pessoas e vender empresas para grupos internacionais, a única coisa que importa é um menino chamado Matheus.

“ALPHAVILLE ME SALVOU. HOJE NINGUÉM ME TIRA DAQUI.”

efe. - Luppa, vou começar pelo começo: quem é você antes de todo o sucesso? Quem era o Luis Paulo antes do Pitbull? Luppa - Eu venho de uma família 100% jurídica. Procurador, desembargador, delegado, advogado, tem de tudo. Me formei, fiz pós, cheguei a atuar. Mas a justiça é lenta, e eu sou um cara intenso. Não combinou. Então, rompi com as expectativas do meu pai e eu fui o louco da família que decidiu ser vendedor. Na década de 80, ser vendedor era sinônimo de “não deu certo na vida”. Só que ali, vendendo perfume numa lojinha do Shopping Rio Sul, eu descobri quem eu era. Ali entendi que eu tinha disciplina, comunicação, obsessão por meta. E que aquela coisa de “abrir a loja, falar com gente, resolver problemas” me fazia vibrar de um jeito que o Direito nunca fez.

efe. - E quando o Pitbull nasce?

Luppa - Quando comecei a trabalhar numa empresa grande, eu batia meta atrás de meta. Era obsessivo. Enquanto todo mundo fazia 10 visitas, eu fazia 15. Onde chegavam às 8h, eu chegava às 7h. Numa reunião, o vice-presidente comercial, irritado porque ninguém batia meta, soltou: “Dá para ele. Dá pro Pitbull. Ele resolve.” Pegou. E ali começou o “Vendedor Pitbull”.

Luppa com o filho Matheus

efe. - Antes de virar presidente de empresa bilionária, você abriu a fábrica de velas. Essa parte da sua história quase ninguém conhece. O que aconteceu ali?

Luppa - Depois de chegar a presidência de uma companhia americana, resolvi pendurar a chuteira. Já tinha feito tudo que eu tinha para fazer e ganhado muitos prêmios. Aí lembrei da época em que eu morava nos Estados Unidos, e comprava uma velinha perfumada todos os dias, lá isso já era muito comum. Pensei que podia ser uma oportunidade. Comecei a olhar esse mercado até que minha esposa e eu montamos uma indústria de velas aromatizadas do Brasil. A empresa cresceu de tal forma que ficaram interessados em comprá-la. Vendemos na hora. Naquele momento eu tinha resolvido minha vida financeira, com trinta e poucos anos, cheio de energia, e pensava: ‘e agora, o que eu vou fazer?’.

efe. - E o que você fez?

Luppa - Por intermédio de um amigo, conheci a família Saad, do grupo Bandeirantes. Uma das irmãs, que são filhas do Saad, tinha um desejo gigante de ter uma editora. Eu conhecia bastante esse mercado de livros, já tinha sido diretor de uma editora, e entrei como sócio deles. Um dia, a Marcia Saad me propôs escrever meu próprio livro. E a única coisa que você não pode fazer com o vendedor é botar um desafio na frente dele. Cheguei em casa naquele dia, era umas 19h30, abri meu notebook e não conseguia parar de escrever...

efe. - Assim nasceu o livro “O Vendedor Pitbull”, que virou um best-seller de vendas. Como foi esse processo?

Luppa - Uma loucura. No fundo, a editora não acreditava no livro. Imprimiu só dois mil exemplares para “não perder dinheiro”. Antes de lançar, levei para um diretor de

“SOMOS O CENTRO QUE CUIDA DA ‘BUCHA’, DAQUELES QUE NINGUÉM QUER ATENDER.”

livraria da época, que era muito meu amigo, ele olhou a capa e disse: “Não lança isso, não”. Mas me encomendou 200, por dó. Levei para outro, esse gostou, vendi os 1.800 restantes para ele dizendo que era um sucesso. E, assim, a primeira edição esgotou em 24 horas. Ninguém esperava nada, mas o livro virou capa de revista, matéria em tudo que era jornal, programa de TV, rádio. Um fenômeno. São mais de 2 milhões de exemplares, em 30 línguas, presente em 30 países. É até hoje o livro de vendas mais vendido do Brasil.

efe. - Você virou palestrante sem querer?

Luppa - Totalmente. Um dia, do nada, o vice-presidente do Santander me ligou querendo comprar 500 livros para um evento. E perguntou: “Quanto é seu cachê pra vir dar uma palestra aqui?” Eu nem sabia que isso existia. Dei a primeira palestra e meu telefone nunca mais parou. Foram 1.047 palestras em 14 países.

efe. - Até que você vira presidente de uma empresa bilionária.

Luppa - Sim. Depois de anos rodando o mundo, eu fui chamado para dar uma consultoria para a Trend, uma gigante do turismo. Fiz o trabalho, entreguei o relatório, mas donos me queriam como presidente da empresa. Eu neguei umas dez vezes. Até que me convidaram para ser sócio. A essa altura, eu tinha TV, rádio, editora, produtora, livro, palestra. Tive que largar tudo. Eu literalmente tremi. Entrei e a empresa cresceu muito. Fui eleito Personalidade do Turismo três vezes e o primeiro sul-americano no Comitê Mundial de Turismo da ONU. Quando entrei, a empresa faturava 190 milhões, quando vendemos para a CVC, nós éramos cinco empresas no Brasil, duas nos EUA, 1.200 funcionários, com faturamento de 1,5 bilhão. Foi bonito. Mas não foi isso que me transformou.

EU CONSTRUÍ EMPRESAS GIGANTES.

MAS AQUI EU CONSTRUO VIDA. JÁ FUI EMPRESÁRIO FEROZ. HOJE, LUCRO É MEIO; PROPÓSITO É FIM.

efe. - O que fez você abandonar tudo isso?

Luppa - Meu filho. Meu filho me transformou. O Matheus nasceu em 2009. Aos dois anos, veio o diagnóstico: autismo severo. E eu descobri que tudo que eu tinha construído — dinheiro, viagens, prêmios, visibilidade — não comprava o que eu mais queria: que meu filho me entendesse. Isso virou meu mundo ao avesso. Nessa época, eu viajava como um louco. Enquanto isso, minha mulher lutava com escolas que não sabiam lidar com ele. Às vezes ele ficava jogado num canto, sujo, ignorado. Isso me destruiu por dentro.

efe. - E aí vocês foram para os EUA?

Luppa - Sim. Fomos atrás dos melhores. Levei minha família para Orlando. Três anos de tratamento intensivo. Eu ficava indo e voltando todo fim de semana. Todos, sem falhar.

Até um dia em que eu desci do avião e falei com minha esposa: “Está tudo errado. Vou vender todas as empresas.” E vendi.

efe. - Como Alphaville entra na sua vida?

Luppa - Alphaville entra como um lugar para recomeçar. Quando voltamos para o Brasil, viemos morar aqui. Eu era o único da família que não queria vir. Hoje digo: “Alphaville me salvou. Hoje, ninguém me tira daqui.” Aqui eu encontrei paz, estrutura, segurança, espaço. E encontrei o propósito da minha vida.

efe. - E é aqui que nasce o Próximo Degrau?

Luppa - Sim. E nasce de um jeito muito simples, com a pergunta “como eu garanto o futuro do meu filho?”. Visitei dezenas de centros nos EUA e Canadá, descobri o que funcionava e trouxe os protocolos. Não inventei nada. Implementei tudo, com precisão, sem atalhos. E criei a primeira clínica no Brasil com abordagem intensiva, multidisciplinar e transdisciplinar, com nove especialidades integradas. Hoje somos, a maior clínica de neurodesenvolvimento do Brasil, talvez da América do Sul. Temos 3.000 m² de área no total e protocolos internacionais. Nossa capacidade é para 80 crianças em atendimento simultâneo. Temos unidades infantil e teen (adolescentes). Somos a primeira clínica do país preparada para adolescentes severos.

efe. - Muitas famílias dizem que vocês atendem casos que ninguém quer. Por quê?

Luppa - Porque a gente não rejeita. A gente cuida da “bucha”, sim. Das crianças mais severas, aquelas rejeitadas por outras clínicas. Atendemos também síndrome de Down e paralisia cerebral. Atendemos a criança que morde, que se agride, que foge, que tem crise, que já foi expulsa de cinco escolas, dez clínicas. Aqui, em 20, 30 dias, uma criança para de se morder. Não é milagre, é protocolo, é ciência. As famílias chegam doentes, sem apoio, sem esperança. E aqui elas encontram chão. Tratamos a criança e tratamos a família.

efe. - E o Instituto Matheus Couto? Luppa - O instituto nasceu quando comecei a perceber que algumas crianças chegavam aqui sujas, com fome, usando a mesma roupa por dias. Algumas acorrentadas em casa porque os pais precisavam trabalhar. Eu pensei: “Não combina dar tratamento de primeiro mundo e virar as costas para isso.” Então criei o Instituto. Com meu dinheiro. Sem investidores. Sem glamour. Ele paga consultas, roupas, alimentação, transporte, terapias. É assistencialismo puro. É humanidade. E tem um propósito maior: garantir dignidade.

efe. - E para essas crianças e adolescentes, o que vem depois? Como garantir a vida adulta delas?

Luppa - Você sabe que o maior medo dos pais é: “E quando eu morrer?”. A Holanda tem um modelo incrível nesse sentido, de residência assistida. São ambientes estruturados, com uma rotina previsível para adultos com deficiência intelectual. Nesses lugares eles encontram pertencimento e a família vai saindo aos poucos de cena, para que, quando os pais faltarem, eles já estejam habituados nesse novo contexto. O Brasil não começou nem a discutir isso. Mas vamos chegar lá. É um dos meus próximos passos.

efe. - Luppa, você fala muito sobre propósito. Quando percebeu que seu propósito estava aqui e não nas grandes empresas?

Luppa - Quando entendi que sucesso sem paz é só barulho. Eu construí empresa bilionária. Rodei Japão, França, Argentina, Estados Unidos. Recebi prêmio na ONU.

EMPREENDER EXIGE DUAS COISAS QUE QUASE NINGUÉM

FALA: CORAGEM E CAPACIDADE DE PERDER

Dei palestra para 10 mil pessoas em Kobe. Mas nada disso chegou perto do que sinto quando uma família entra aqui desesperada e sai com esperança. O resto era vaidade. Isso aqui é vida.

efe. - Para encerrar: qual lição você gostaria que ficasse para os empresários de Alphaville?

Luppa - Pare de procurar respostas na velocidade e encontre na profundidade. Empreender exige duas coisas que quase ninguém fala: coragem e capacidade de perder. Você vai perder, sim. Várias vezes. Tem que perder mais rápido do que ganha. E, principalmente: Use seu tempo com sabedoria. O único patrimônio que ninguém pode te tirar é o seu tempo. O que você faz com ele decide a sua vida.

ENTRE A CIDADE E O CAMPO: REFÚGIOS DE ALTO PADRÃO NO INTERIOR DE SP

Famílias da região têm investido em uma segunda casa para desacelerar nos fins de semana, sem abrir mão da rotina nos grandes centros

Um condomínio com casas de alto padrão, dignas de cinema, acompanhado de clube com piscina, SPA para relaxar, espaços para a prática de diversas atividades esportivas — incluindo golfe —, hípica e, claro, um diferencial essencial: tudo isso longe da correria das grandes cidades. Esses são os chamados “refúgios” no interior de São Paulo, buscados por moradores de Alphaville e de outras regiões que desejam desacelerar nos fins de semana sem abrir mão da rotina nos grandes centros. O movimento cresce e já se destaca no mercado imobiliário.

UMA TENDÊNCIA COM CONSISTÊNCIA

O movimento dos “refúgios de alta renda” não é pontual. Ele se apoia em uma tendência sólida no mercado imobiliário de médio e alto padrão (MAP). Segundo dados recentes da ABRAINC em parceria com a FIPE, os lançamentos imobiliários cresceram em 2025, e o segmento MAP mantém um desempenho robusto tanto em novos projetos quanto em vendas. Trata-se de um público que não apenas continua comprando, como vem diversificando seus destinos.

Esse comportamento aparece com clareza em um levantamento da imobiliária de luxo MBRAS, publicado em O Estado de S. Paulo. Empresas como Fazenda Boa Vista (Porto Feliz), Quinta da Baroneza (Bragança Paulista), Fazenda da Grama (Itupeva), Terras de São José (Itu) e Haras Larissa (Monte Mor) despontam como os destinos favoritos do público de altíssimo padrão. A combinação entre exclusividade, segurança, natureza e infraestrutura de lazer completa — do golfe ao SPA, da gastronomia às atividades equestres — explica por que tantas famílias têm investido em uma segunda residência para fins de semana e feriados.

Por Beatriz Bononi

A BUSCA POR EXCLUSIVIDADE, ASSOCIADA À SEGURANÇA E À INFRAESTRUTURA DE LAZER, ESTÁ

ENTRE OS PRINCIPAIS MOTIVOS QUE LEVAM ESSAS FAMÍLIAS A INVESTIR EM UMA SEGUNDA RESIDÊNCIA

O dado se reforça em outra frente. Uma pesquisa exclusiva divulgada pela ABRAINC mostra que 56% das famílias com renda acima de R$ 15 mil por mês manifestam interesse em adquirir imóveis de alto padrão no interior de São Paulo, sobretudo em cidades com boa oferta de serviços, áreas verdes e empreendimentos planejados. É um movimento que se intensificou no pós-pandemia e que revela uma busca clara: mais espaço, privacidade e qualidade de vida, sem abrir mão da proximidade com a capital.

O interior paulista, com sua rede de cidades estruturadas, escolas de alto nível, serviços consolidados e condomínios de padrão internacional, se tornou o destino preferencial de quem deseja conciliar conforto urbano e tranquilidade de campo. É ali que a tendência dos “refúgios” se materializa não apenas como sonho, mas como uma nova lógica de morar.

EXEMPLOS DE REFÚGIOS

CONSOLIDADOS

A Fazenda Boa Vista, empreendimento da JHSF, líder no segmento de alta renda, é um exemplo desse novo conceito de moradia de fim de semana. Com mais de 12 milhões de m², sendo 3 milhões de m² de florestas nativas, lagos e jardins, o complexo conta com diferentes tipos de residências, que se adequam ao perfil de cada morador e que são projetadas para oferecer conforto imediato, com infraestrutura completa e integração ao ambiente natural.

A Fazenda Boa Vista, empreendimento da JHSF, tem mais de 12 milhões de m², sendo 3 milhões de m² de florestas nativas, lagos e jardins
Terras de São José II

O Terras de São José I e II também estão entre os queridinhos entre aqueles que buscam um refúgio. O primeiro foi inaugurado em 1975 e é considerado o primeiro loteamento residencial urbano do Brasil

“A

PROCURA POR ÁREAS MAIORES, INTEGRADAS AO MEIO AMBIENTE E COM INFRAESTRUTURA COMPLETA É UM COMPORTAMENTO QUE SE INTENSIFICOU APÓS A PANDEMIA, SOBRETUDO ENTRE CONSUMIDORES DE RENDA MAIS ALTA, QUE PODEM MANTER UMA CASA NA CIDADE E OUTRA NESSE TIPO DE REFÚGIO”, CAIO PORTUGAL, PRESIDENTE DA AELO

Entre os destaques estão o SPA, dois campos de golfe, centro equestre, quadras de tênis e futebol, uma fazendinha e o Parque dos Esportes Clubhouse, um espaço de 785 m² dedicado à prática esportiva, conectado ao maior circuito privado de triathlon da América Latina, com 3,4 km de extensão contínua.

Além disso, o complexo abriga o Hotel Fasano Boa Vista, sendo uma parte integrante e um dos principais destaques desse empreendimento de luxo, com o requinte da marca Fasano. O projeto promove a integração entre os traços arquitetônicos e os elementos da natureza proporcionando conforto e bem estar.

O Terras de São José I e II também estão entre os queridinhos entre aqueles que buscam um refúgio. O primeiro foi inaugurado em 1975 e é considerado o primeiro loteamento residencial urbano do Brasil. São 20 quadras de tênis, hípica, três campos de futebol, quadras de vôlei de areia, pista de Cooper, heliponto, capela e campo de golfe. Além disso, há lanchonetes, restaurante e loja de conveniência e, anexo ao condomínio, um hotel e um colégio. O Terras de São José II conta com terrenos de 2.300 m² e lazer completo com 20 quadras de tênis, campos de futebol, centro hípico, espaços gourmet, fitness center, entre outros.

Já o Quinta da Baroneza é considerado o maior condomínio de campo do Brasil e reúne lotes a partir de 3 mil m², mais de 4 milhões de m² de Mata Atlântica preservada, sete lagos, três clubes, Vila Hípica, lazer e esportes para todos os gostos e idades e um clube de golfe com área superior a 800 mil m².

O condomínio conta ainda com um heliponto exclusivo para associados e emergências e uma pousada com 12 suítes exclusivas para proprietários e convidados.

“O perfil das famílias de alta renda que escolhem o Quinta da Baroneza, Fazenda Boa Vista e empreendimentos similares é formado pela elite mais rica brasileira, que busca comodidade, natureza e infraestrutura de lazer para seus fins de semana. Muitos empreendimentos têm investido até em piscinas de onda para atrair esse público — e também quem deseja estar perto dele”, explica Caio Portugal, presidente da Associação das Empresas de Loteamento e Desenvolvimento Urbano (AELO).

LOTEAMENTOS FECHADOS EM ALTA

À efe., Caio Portugal destaca que há aumento no lançamento e na venda de loteamentos fechados, especialmente os de médio e alto padrão.

“A oferta e o lançamento cresceram 5,7% nos últimos 12 meses para loteamentos em geral, sendo que 40% foram de empreendimentos fechados. Essa proporção sobe ano a ano. A procura por áreas maiores, integradas ao meio ambiente e com infraestrutura completa é um comportamento que se intensificou após a pandemia, sobretudo entre consumidores de renda mais alta, que podem manter uma casa na cidade e outra nesse tipo de refúgio”, afirma.

EXPECTATIVA PARA 2026

Portugal também projeta crescimento para o setor no próximo ano. “Para 2026, com a expectativa de queda da Selic para índices mais adequados, abaixo de 12% ao ano, é provável que os empreendedores ampliem a oferta de loteamentos em todas as faixas. Mas os empreendimentos de padrão médio e alto devem puxar o ritmo. Além de movimentarem a economia local, geram emprego, renda e novos tributos. Aqueles empreendimentos voltados às

O Quinta da Baroneza é considerado o maior condomínio de campo do Brasil, com lotes a partir de 3 mil m² e mais de 4 milhões de m² de Mata Atlântica preservada, além de lazer completo

rendas média e alta, trazem um impulso maior, pois geram efeitos mais fortes indiretos à economia local, impactando serviços e atividades periféricas”, completa.

Para incorporadoras e investidores, esse cenário acende um alerta estratégico: o mercado de luxo e alto padrão não está apenas se mantendo, ele está se expandindo para fora dos eixos tradicionais, atingindo o interior e redefinindo o conceito de moradia de fim de semana ou segunda residência.

Os “refúgios de alto padrão” no interior paulista não são mais nicho, tornaram-se segmento real, com demanda crescente, respaldados por dados e por um perfil de consumidor em busca de qualidade de vida, liberdade e bem-estar. Para quem vive nas grandes cidades, eles oferecem a chance de conciliar rotina, trabalho e conforto urbano durante a semana com tranquilidade, natureza e lazer nos fins de semana.

E para o mercado imobiliário, representam uma nova fronteira de valorização, uma aposta no bem-estar, longe do concreto, próxima da liberdade.

Outros refúgios para viver o interior de SP

Condomínios planejados que apresentam propostas distintas, da vida esportiva ao convívio com a natureza, e mostram como o interior de São Paulo se tornou um dos destinos mais desejados para quem busca qualidade de vida, segurança, lazer completo e uma nova forma de viver fora da capital durante o fim de semana.

FAZENDA VILA REAL

O Vila Real, em Itu, é um loteamento fechado com mais de 40 anos, originado da Fazenda Nossa Senhora da Conceição, propriedade rural do século XVIII. Com área total de 4,6 milhões de metros quadrados, conta com 940 lotes de, no mínimo, 3.000 m² e 22% de áreas comuns compostas por matas e jardins.

Infraestrutura: quadras poliesportivas, de tênis, beach tennis, squash e paddle, campo de futebol, cinco trilhas, tirolesa, pista de cooper, piscinas e lagos para pesca e esportes aquáticos.

HARAS LARISSA

Localizado em Monte Mor, o Haras Larissa é um condomínio de luxo e centro equestre de alto padrão, fundado há mais de 40 anos, imerso em 275.000 m² de área verde e mata nativa. O espaço é conhecido por sua infraestrutura hípica completa, arquitetura integrada à natureza e por oferecer um estilo de vida que combina campo e sofisticação, com lazer, residências e eventos.

Infraestrutura: centro hípico com pistas de areia e grama, cocheiras, hotel, spa, piscinas, quadras de tênis e beach tennis, campo de polo, restaurantes e áreas verdes com trilhas, lagos e prainha natural.

QUINTA DA PRIMAVERA

Vizinha à famosa Quinta da Baroneza, a Quinta da Primavera é um empreendimento imobiliário de altíssimo padrão, localizado entre Itatiba e Bragança Paulista. Possui terrenos de 2.000 m² a 3.000 m², imersos em área verde.

Infraestrutura: complexo esportivo com vila hípica completa, picadeiros, cocheiras, Praça Primavera com lojas, restaurantes, mercado, pousada, espaços kids e de convivência, além de spas, piscinas, áreas de lazer para todas as idades e espaços para pets.

BOA VISTA VILLAGE

Localizada em uma área com mais de 3 milhões de m², cercada por paisagens exuberantes e ampla área verde, a Boa Vista Village é uma expansão da Fazenda Boa Vista, oferecendo um estilo de vida de campo sofisticado com um charmoso “Town Center” inspirado em Carmel e nos Hamptons. O projeto integra arquitetura, paisagismo e sustentabilidade, com foco no conforto, no lazer e no convívio familiar em um ambiente de natureza preservada. Infraestrutura: campo de golfe de 18 buracos, clube de tênis, centro hípico, Kids Center, spa internacional, piscina de ondas artificiais para surf, lojas, restaurantes, arte e entretenimento.

QUEM NÃO MEDE, NÃO LIDERA

Como o ESG pode ser um divisor de águas entre empresas comuns e companhias estratégicas

Imagine um processo simples da sua empresa: a elaboração de um documento, um relatório, mais especificamente. Sabia que ele pode atrair mais investidores para sua empresa e, ainda, estimular a cultura interna de melhoria contínua e inovação?

No mercado atual, em que sustentabilidade e impacto positivo deixaram de ser diferenciais e se tornaram exigências, os relatórios ESG - documentos onde as empresas deixam claras suas práticas ambientais, sociais e de governança – cumprem exatamente esse papel.

Mais do que um documento, são ferramentas estratégicas que permitem às empresas compreenderem, comunicarem e aprimorarem seus impactos, riscos e oportunidades. Consolidam informações sobre como a organização lida com questões ambientais, como consumo de recursos e emissões; sociais, como diversidade, segurança e engajamento; e de governança, como ética, transparência e gestão de riscos. Além de fortalecer a reputação e atrair investidores, o processo de elaboração de um relatório ESG estimula uma cultura interna de melhoria contínua e inovação.

A base desse trabalho é a materialidade, que identifica temas prioritários para o negócio e seus stakeholders, orientando decisões e concentrando esforços no que realmente importa — condição essencial para sustentabilidade e competitividade no longo prazo.

A pressão do mercado também cresce: Um levantamento recente mostra que quase 50% das organizações planejam trocar de fornecedores nos próximos três anos caso eles não atendam aos critérios ESG. Um sinal claro de que sustentabilidade e governança deixaram de ser diferenciais para se tornarem requisitos estratégicos.

Melhores ofertas e melhor taxas de financiamento oferecidas por bancos e instituições financeira

Mais tomadas de decisões estratégica, fortalecendo a sustentabilidade

Além de fortalecer a reputação e a competitividade, os relatórios ESG também se tornaram instrumentos financeiros importantes para bancos e instituições de crédito, que têm oferecido melhores condições e taxas de financiamento para empresas que possuem relatórios de sustentabilidade robustos e transparentes.

De acordo com Carolina Braz Pimentel, CEO da Great People ESG, investir nesses relatórios é decisivo para a gestão inteligente. “Eles dão visão clara do que gera valor e mostram onde estão as oportunidades de eficiência e redução de custos”, diz ela.

Adotar uma agenda ESG consistente transforma dados em estratégia, fortalece a confiança de investidores e posiciona empresas na vanguarda de um futuro mais sustentável.

Cases de sucesso

Mais confiança de investidores, parceiros e consumidores

Em Barueri e região, a Nava e a Mitsubishi Electric - ambas parceiras da Great People ESG, empresa do ecossistema do Great Place to Work - ilustram esse avanço.

A Nava, de tecnologia e serviços, buscou estruturar sua jornada ESG. A materialidade revelou seu forte compromisso com pessoas e permitiu transformar práticas existentes em estratégia, gerando processos mapeados e um plano de ação sólido.

A Mitsubishi Electric, focada em importação e comercialização de equipamentos elétricos, queria comprovar a investidores a solidez de sua gestão ESG.

O processo de materialidade funcionou como ferramenta de gestão de riscos, criando indicadores e evidências que reforçam credibilidade e transparência. Com objetivos distintos, ambas saíram com processos estruturados, temas materiais definidos e riscos e oportunidades mapeados — prova de que investir em relatórios ESG é uma decisão estratégica que promove eficiência, transparência e crescimento sustentável.

A pergunta que fica: o que o relatório ESG diria sobre sua empresa? Se não souber a resposta ou tiver dúvidas, não deixe de dar o primeiro passo. Converse com um especialista.

Mais investidores
Estímulo da cultura interna de melhoria contínua e inovação

Onde ideiais se tornam formas

NESTA EDIÇÃO

Áreas externas ganham destaque em projetos residenciais da região | Dicas de móveis e objetos para a sua casa

ALIVING AO AR LIVRE: O NOVO

CORAÇÃO DA CASA

Cozinhas externas completas, lareiras, piscinas aquecidas e jardins que funcionam como extensão do living. Arquitetas explicam o boom de projetos residenciais que convidam a viver fora de casa

té pouco tempo atrás, a área externa era o território das ocasiões especiais. Um espaço reservado para aniversários, churrascos de domingo, festas de fim de ano, sempre ativado “quando viessem visitas”. A piscina era usada algumas vezes por mês, a churrasqueira ficava sob uma bancada fria de granito e o jardim era mais moldura do que protagonista.

Hoje, esse cenário virou passado. A área externa se tornou extensão natural da vida cotidiana: cozinha funcional, estar integrado, lareira, lounges, som ambiente, piscina aquecida e iluminação cênica. O “quintal” virou sala de estar, cozinha social e refúgio de bem-estar, tudo ao mesmo tempo. Essa mudança aparece em números também. Segundo o portal imobiliário Loft (pesquisa 2024), 88% das famílias que migraram para casas com área externa durante a pandemia mantêm o uso do es-

paço como prioridade no cotidiano, e não apenas em fins de semana. Relatórios internacionais reforçam o movimento: o estudo “Home Remodeling Statistics 2024”, da Leads 4 Build, mostra que a busca por “outdoor living spaces” cresceu cerca de 50% desde 2020, impulsionada pela necessidade de áreas de convivência abertas e mais saudáveis. A Forbes também identificou que 63% dos proprietários passaram a priorizar o investimento em áreas externas no pós-pandemia, principalmente para receber e integrar família e amigos.

O QUE MUDOU E POR QUÊ

A pandemia foi um divisor de águas, mas o movimento continuou mesmo depois. “Antes, as pessoas viam a área externa como espaço de final de semana. Hoje, querem viver ali todos os dias”, comenta a arquiteta Annelise Pellegrino. A também arquiteta Luita Trench destaca que o novo

Fotos: Divulgação
“MINHAS SALAS SÃO SALAS-VARANDAS. ÀS VEZES O PROTAGONISTA DA CASA FICA DO LADO DE FORA”, LUITA TRENCH

Ao lado, a arquiteta Luita entregou exatamente o que a família pediu: um ambiente totalmente integrado, que fosse o coração da casa. No projeto abaixo, um jardim que rodeia toda a casa e uma piscina aquecida pensada para ter sol o ano inteiro

conceito começa pelo jardim: “Um belo paisagismo emoldurando a área externa é a premissa. Depois vem o mobiliário atemporal, a iluminação correta e o som ambiente. É isso que transforma o espaço em um verdadeiro living ao ar livre.”

Materiais mais tecnológicos ajudaram essa virada: porcelanatos que imitam pedra natural, mármores de baixa porosidade, tecidos hidrorrepelentes, decks tecnológicos, automação total e sistemas de aquecimento Inverter para as piscinas deixaram o uso diário mais simples e a manutenção mais baixa.

ALPHAVILLE ABRAÇOU ESSA

TENDÊNCIA

Em Alphaville, esse movimento ganhou força e forma — e há razões objetivas para isso. Os lotes amplos permitem jardins

generosos e projetos que integram piscina, gourmet e lounges em um único fluxo. O clima mais ameno favorece o uso constante, inclusive no inverno, especialmente com lareiras externas e piscinas aquecidas. Há ainda o estilo de vida: moradores que valorizam receber, apreciam boas mesas e tratam o encontro como parte da rotina. Soma-se a isso a presença marcante de áreas verdes, que convida naturalmente a essa integração indoor-outdoor.

As arquitetas reforçam esse comportamento. “Em Alphaville, cozinha gourmet, lounges de relaxamento, lareira externa, piscina aquecida e integração com o paisagismo são praticamente pedidos unânimes”, diz Annelise. Já Luita destaca que aqui, mais do que em outras regiões, o jardim se torna infraestrutura: “Ele traz privacidade, conforto térmico, vista e qualidade de vida.”

Fotos: João Paulo Soares de Oliveira

Neste projeto de Annelise, o paisagismo foi desenhado para acompanhar o gesto arquitetônico, trazendo fluidez e frescor à área externa e reforçando a integração entre a casa e o entorno natural do condomínio

O QUE OS MORADORES

REALMENTE QUEREM

Quando alguém inicia uma obra ou reforma em Alphaville, a conversa raramente começa pela sala de TV: começa pelo gourmet externo, pela integração das esquadrias, pela escolha do piso contínuo entre interior e exterior, pela iluminação cênica que valoriza volumes, pelo mobiliário resistente ao clima e pelo desenho do jardim como elemento estruturador do projeto. O espaço de receber, antes dentro de casa, migrou para o lado de fora, onde luz natural, vento e paisagem se tornam parte da experiência. “Minhas salas são salas-varandas”, brinca Luita. “Às vezes o protagonista da casa fica do lado de fora.”

No projeto de Luita Trench em um condomínio de Alphaville, grandes esquadrias integram totalmente o living à área externa. O piso em travertino se estende da sala até a borda da piscina, criando unidade visual e sensação de continuidade. O mobiliário em madeira maciça conversa com um jardim que abraça a casa, e a piscina aquecida com hidro acoplada se tornou um dos lugares mais usados pelos morado-

“ANTES, AS PESSOAS VIAM A ÁREA EXTERNA COMO ESPAÇO DE FINAL DE SEMANA. HOJE, QUEREM VIVER ALI TODOS OS DIAS”, ANNELISE PELLEGRINO

res, exatamente porque foi pensada para receber sol o ano inteiro.

Em outro projeto da arquiteta, para uma família com quatro filhos, o gourmet virou o coração da casa. Cozinha externa completa, mesa de jantar para 14 pessoas, revestimentos em Basaltina, tecidos tecnológicos da Artefacto Beach Country e bancada em superfície sinterizada transformam a área em um espaço que funciona tanto para festas quanto para o uso cotidiano. O bar em mármore ônix e a churrasqueira de alta performance reforçam a vocação do lugar para reunir.

Já em um projeto no Tamboré 11, assinado por Annelise Pellegrino, o ponto de partida era valorizar o balanço estrutural do espaço gourmet, criando uma sensação de leveza e amplitude sem perder a robustez necessária ao uso cotidiano. O paisagismo foi desenhado para acompanhar o gesto arquitetônico, trazendo fluidez e frescor à área externa e reforçando a integração entre a casa e o entorno natural do condomínio. O resultado é um espaço onde técnica, estética e funcionalidade se unem, uma área social externa que se torna, de fato, protagonista da vida doméstica.

A VIDA LÁ FORA E DAQUI PARA FRENTE

Se antes bastava “ter” uma área externa, hoje o desejo é vivê-la. O movimento que começou na pandemia ganhou maturidade e agora se reflete em projetos sofisticados, funcionais e sensoriais, que tratam o lado de fora não como complemento, mas como parte essencial da vida contemporânea.

Em Alphaville, onde paisagem, clima e estilo de vida se alinham, essa tendência encontrou terreno fértil, literalmente. E cada novo projeto confirma a mesma ideia: a casa do futuro é aquela em que o melhor cômodo talvez seja o único que não tem teto.

Annelise Pellegrino

PARA VIVER DO LADO DE FORA

Seleção de móveis e objetos que unem materiais duráveis, estética contemporânea e conforto para áreas externas que funcionam o ano inteiro

FIRE PIT COM BASE AÇO CORTEN - TENERIFE

Feito para uso exclusivo em área externa, tem base em aço corten pré-oxidado e queimador redondo em aço inoxidável. O material tem acabamento rústico, que continua oxidando com a exposição ao tempo. R$ 9.520 | fogoembrasa.com.br

TAÇA DE CRISTAL COM TITÂNIO FLEUR ROSA

Com uma estampa floral pintada à mão, com suaves tons de rosa e roxo, a taça em cristal com revestimento de titânio, tem capacidade de 600 ml, é versátil para drinks, água ou refrigerante, adicionando um toque romântico à mesa. R$ 195 | trousseau.com.br

PRATOS TRAMONTINA CHURRASCO RUSTIC

O jogo com 12 pratos rasos Tramontina Churrasco Rustic, de 28cm de diâmetro, é produzido em porcelana de alta qualidade e baixa porosidade, garantindo resistência e durabilidade. As estampas são sortidas com frases temáticas. R$ 526,43 | camicado.com.br

MESA DE CENTRO BOLLA – MARROM

A peça é feita artesanalmente com metal e junco e deve ser protegido dos efeitos do sol e chuva. R$ 2.591,10 | westwing.com.br

CADEIRA ISLA AZUL

MARINHO E MESCLA

Inspirada nas antigas cadeiras de varanda do interior do país, este item tem materiais nobres em sua composição, estrutura em alumínio de grau marítimo e trançado em corda náutica de poliéster.

R$ 3.005,10 | westwing.com.br

ALABAMA BALANÇO

O balanço Alabama feito pela Green House Móveis tem estrutura em alumínio com pintura eletrostática, braço e assento em corda. Além disso, conta com almofada no assento, encosto e apoio em espuma e capa em tecido. Preço sob consulta | greenhousemoveis.com.br

CHAISE LONGUE FLUFE

Confeccionado com enchimento em esferas de isopor de alta densidade com retardante a chamas, forro interno em poliamida impermeável e revestimento em tecido 100% polipropileno com tratamento hidrorrepelente, proteção UV e costuras triplas; matérias-primas e acabamentos que conferem maior resistência e durabilidade aos produtos. R$ 1.999 | tokstok.com.br

O SALÃO DO AUTOMÓVEL

VOLTOU E TROUXE UM NOVO MAPA

ODO MERCADO GLOBAL

Após sete anos, evento retorna a São Paulo com protagonismo chinês, tecnologia e lançamentos que apontam para o futuro da mobilidade

Salão Internacional do Automóvel voltou a São Paulo depois de longos sete anos. Realizado no fim de novembro, o evento só confirmou o que dava para observar por alto: a indústria está mudando. A ausência de marcas tradicionais, como Volkswagen e Chevrolet, abriu espaço para fabricantes emergentes disputarem atenção com gigantes consolidadas. E quem assumiu esse protagonismo foram as marcas chinesas, hoje líderes globais em eletrificação e conectividade.

UMA EDIÇÃO FUTURISTA

A sensação, ao entrar nos pavilhões do Distrito Anhembi, era de que o Salão não se tratava apenas de expor carros, as novidades do próximo ano, mas de projetar a próxima década. Telas gigantes ocupavam o lugar de painéis convencionais, sistemas de inteligência artificial monitoravam o comportamento do motorista, e vários veículos exibiam softwares atualizáveis como smartphones sobre rodas.

Essa atmosfera high-tech se materializou nos lançamentos mais comentados. A Fiat roubou boa parte dos holofotes com o Dolce

Camper, conceito que reimagina o motorhome compacto para o lazer urbano. A Honda, por sua vez, reacendeu o entusiasmo ao confirmar o retorno do icônico Prelude — agora híbrido, com vendas previstas para 2026. A Hyundai expandiu seu portfólio elétrico com o imponente Ioniq 9, um SUV de sete lugares, enquanto a Renault chamou atenção com a picape híbrida Niagara, desenvolvida com forte participação de engenheiros brasileiros, além do renovado Koleos.

O público também se impressionou com a chegada oficial de marcas como Leapmotor, que apresentou o SUV C10, e com o movimento das linhas premium. A Denza, divisão de luxo da BYD, exibiu o B5, equipado com câmera interna capaz de monitorar sinais de fadiga. A Peugeot levou um dos modelos mais aguardados do ano, o novo 3008 em versão SUV cupê, totalmente redesenhado. Já a Jeep apostou no Avenger, compacto elétrico que já faz sucesso na Europa. Marcas emergentes como Jaecoo, Omoda e Caoa Chery completaram o cenário, mostrando que a disputa por espaço no Brasil será mais acirrada e muito mais globalizada daqui para frente.

TELAS GIGANTES OCUPAVAM O LUGAR DE PAINÉIS

CONVENCIONAIS, SISTEMAS DE INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL

MONITORAVAM O COMPORTAMENTO DO MOTORISTA E VÁRIOS VEÍCULOS EXIBIAM SOFTWARES ATUALIZÁVEIS

COMO SMARTPHONES SOBRE RODAS

MODERNIDADE X CLÁSSICOS

Apesar do tom futurista, o salão também reservou espaço para os clássicos e tradicionais. Em um lounge exclusivo, modelos da Lamborghini, Ferrari e Porsche fizeram muita gente desviar do roteiro high-tech para revisitar uma paixão visceral: o ronco do motor.

De tempos em tempos, uma das máquinas era ligada. E bastava o som ecoar pelo pavilhão para a multidão correr de qualquer estande em direção ao espaço. O contraste não poderia ser mais simbólico: enquanto telas gigantes prometiam a era do carro silencioso e elétrico, ali, naquele canto, o público celebrava o barulho que moldou a cultura automobilística no século 20. A nostalgia dividia a feira com o futuro, cada uma com seu próprio público — e ambas tão vivas quanto sempre foram.

Tendências que dominaram a feira

As marcas chinesas que dominaram o evento

BYD / Denza

Linha premium e tecnologia avançada.

Leapmotor

Estreia sólida e foco em competitividade.

Omoda e Jaecoo

SUVs com foco em design e custobenefício.

Xpeng e Zeekr (demonstrações conceituais)

Mostraram tecnologias experimentais e propostas futuras.

com “super telas”

Painéis inteiros substituindo botões e comandos físicos.

2. Monitoramento do motorista

Câmeras internas que detectam fadiga, distração e microexpressões.

3. Hibridização como etapa de transição

Muitas marcas apostando em sistemas híbridos para preparar a base para a eletrificação total.

4. SUVs de todos os tamanhos

O segmento segue líder absoluto em preferência do público.

5. Carros como “plataformas digitais”

Atualizações remotas, IA embarcada e integração com smartphones.

O QUE O SALÃO DO AUTOMÓVEL

REVELA SOBRE O MERCADO DE 2026 EM DIANTE

O conjunto da feira deixa claro que o Brasil entra numa fase definitiva de transição. O consumidor está mais disposto a conhecer e comprar carros elétricos e híbridos, a demanda por tecnologia embarcada cresce a cada ano e as fabricantes chinesas consolidam um papel que antes pertencia às europeias e americanas. O país deve viver, nos próximos anos, uma convivência entre três mundos: o elétrico que avança, o híbrido que faz a ponte e os fãs dos motores tradicionais que, longe de desaparecer, continuam mobilizando paixões.

A volta do Salão do Automóvel não foi apenas a retomada de um evento. Foi o retrato de um mercado em mutação, dividido entre nostalgia e inovação, mas certo de que a próxima década será guiada por conectividade, eficiência e uma disputa global cada vez mais intensa.

1. Cockpits
Ronco do motor da Lamborghini fez sucesso no evento

10 DESTAQUES DO SALÃO 2025

1) Honda Prelude (2026) – a volta de um ícone em versão híbrida; 2) Fiat Dolce Camper – conceito que mistura mobilidade e camping; 3) Hyundai Ioniq 9 – SUV elétrico para 7 pessoas; 4) Jeep Avenger –compacto elétrico para o mercado global; 5) Peugeot 3008
renovado; 6) Denza B5
da BYD; 7) Leapmotor C10
estreia oficial da marca no Brasil; 8) Jaecoo 8 – SUV que reforça a onda chinesa; 9) Renault Niagara – picape híbrida com engenharia brasileira; 10) Caoa Chery Avatr 11 – conceito de mobilidade avançada

ALPHAVILLE ILUMINADA

AREA acende o Natal no Centro Empresarial

Há tempos, visitar decorações de Natal deixou de ser exclusividade de destinos turísticos e se transformou em um programa familiar esperado em várias cidades. Espetáculos como o Natal Luz de Gramado, a iluminação natalina da Avenida Paulista, ou mesmo o presépio de Barueri ajudaram esse fenômeno a se espalhar por todo o Brasil — mas, nem sempre é preciso sair de casa para entrar no clima natalino.

Em Alphaville, a tradicional ornamentação das casas em condomínios dá lugar há anos a concursos de decoração natalina — com premiação em dinheiro para as casas mais bem decoradas. E, como já virou tradição, a Associação Residencial e Empresarial Alphaville (AREA) prepara também, todos os anos, uma decoração especial para as áreas públicas do Centro Empresarial.

As luzes natalinas já estão nos jardins da Alameda Rio Negro, na fonte da Praça Oiapoque, na passarela, na pista de cooper e nas portarias dos Residenciais 1 e 2.

O resultado: toda a região está especialmente bonita — um convite à contemplação para quem passa. As luzes natalinas transformam o cotidiano em um passeio agradável, reforçando o clima festivo do fim de ano.

Vale lembrar que o cuidado da AREA com o Centro Empresarial vai muito além das datas festivas. Ao longo de todo o ano, a associação mantém a infraestrutura urbana, vigilância, segurança e manutenção dos espaços comuns — um dos alicerces da ocupação planejada de Alphaville.

Mas, com o fim do ano, o trabalho ganha um brilho extra. Neste período, o departa-

mento de manutenção intensifica as ações: limpeza completa das áreas comuns, jardinagem, revisão de equipamentos, manutenção elétrica — e, claro, instalação das luzes e enfeites natalinos. A Praça Yojiro Takaoka, tradicionalmente iluminada nesta época, por exemplo, recebe atenção especial.

O resultado é um Centro Empresarial impecável, vibrante e pronto para receber as celebrações do fim de ano com o charme e a qualidade que moradores, trabalhadores e visitantes reconhecem em Alphaville — oferecendo durante semanas uma atmosfera acolhedora, festiva e bonita para quem passa por lá.

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Divulgação

MICHEL ROLLAND, O “ENÓLOGO VOADOR”

A Revista Efe acompanhou, por um dia, o trabalho do célebre enólogo francês Michel Rolland, em uma de suas viagens à Los Cerros de San Juan, a mais antiga vinícola do Uruguai.

Por Johnny Mazilli

Apelidado de “enólogo voador”, devido as suas incessantes viagens pelo mundo, Rolland nasceu em 1947, no coração da célebre Bordeaux, na França, em uma família de viticultores. Cresceu entre os vinhedos da propriedade familiar e, em 1972, formou-se em Enologia na Universidade de Bordeaux, influenciado por enólogos lendários como Pierre Sudraud, Pascal Ribéreau-Gayon e Émile Peynaud.

Com vasta experiência, Michel é hoje um dos maiores nomes da enologia mundial. Além de produzir vinhos em Bordeaux, já trabalhou com mais de 600 vinícolas em 23 países. “O vinho tem que ser bom para o consumidor, não para o enólogo”, diz ele. Há quatro anos, Michel Rolland iniciou um trabalho consistente junto a renomada vinícola uruguaia Los Cerros de San Juan, situada nas proximidades de Colonia del Sacramento, onde as vinhas são cultivadas em solos pedregosos nas colinas de San Juan. Com 170 anos de história – a mais antiga do país, a vinícola encontra-se no sul do Uruguai, em uma região cobiçada para a produção de vinhos de qualidade. Com tradição e modernas técnicas de vinificação, produzem vinhos com surpre-

endente expressão de território. A grande amplitude térmica (diferença de temperaturas ao longo do dia), com dias longos e quentes e noites frias, é fator decisivo para o amadurecimento das uvas, resultando em brancos de grande frescor e mineralidade e tintos de notável elegância.

Encontramos Michel em uma manhã quente e ensolarada em Buenos Aires e embarcamos com ele no ferry boat que atravessou o Rio da Prata e nos levou à linda Colônia del Sacramento, uma histórica cidade uruguaia às margens do vasto Rio da Prata e capital do Departamento de Colônia. Antigamente denominada Colônia do Santíssimo Sacramento, a cidade foi fundada em 1680 por Manuel Lobo, governador da Capitania Real do Rio de Janeiro, a mando do Império português, no século 17. Por quase um século, foi intensamente disputada por portugueses e espanhóis, por conta de sua localização estratégica a margem do Rio da Prata. Passou de um país a outro sucessivas vezes, até ser definitivamente tomada pela Espanha em 1777, resultando em uma arquitetura única que mescla os estilos dos dois povos. Seu centro histórico é hoje reconhecido pela UNESCO como Patrimônio da Humanidade.

Foto: Johnny Mazilli
O charmoso restaurante da vinícola funciona num antigo armazém de secos e molhados
Michel degustando a safra 2025 para definição dos blends

Durante a travessia no ferry boat, Michel Rolland nos concedeu uma breve entrevista. Piadista e bem-humorado, logo perguntou: “-vamos falar em que idioma? Inglês? Espanhol? Ou francês? Quando falei: “pode ser inglês ou espanhol”, ele emendou, maroto: “você não fala francês?” Ao responder que não, deu um sorriso, balançou a cabeça e disse, em espanhol: “que lástima...”. Confira a seguir a entrevista completa.

efe. - O senhor disse certa vez que a Merlot, uma das uvas com a qual o senhor mais trabalhou, é uma variedade de difícil cultivo. Por quê?

MR - existem alguns motivos e eu diria que o principal é porque é uma uva de difícil adaptação a diferentes solos. A Cabernet Sauvignon, por exemplo, se adapta a muitos lugares e se espalhou pelo mundo. Com a Merlot isso é impossível. Outro motivo é a sua grande sensibilidade a certas condições climáticas.

efe. - É possível obter vinhos de grande qualidade com uso mínimo de barricas ou mesmo sem usar barricas?

MR - (com certa expressão de tédio pela pergunta). Acho que é uma questão de gosto. Claro que há bons vinhos sem carvalho - mas você conhece um grande vinho feito sem barrica? Não falo de bons vinhos e sim de grandes vinhos. Você conhece algum? Oras... (e completou, rindo com ironia): “Isso é coisa de periodista...”

efe. - O senhor começou há uns anos um trabalho na Armênia. Como vai esse projeto?

MR - Começamos por volta de 2008, a primeira colheita foi lá por 2012 e, hoje, pouco mais de uma década, a qualidade vem melhorando consistentemente. Eles enfrentam os mesmos desafios do resto do mundo, mercado complicado e grande competição. Por sorte, há uma grande comunidade armênia pelo mundo que

ajuda a propagar o vinho armênio. A história diz que a vinha e o vinho tiveram início no lugar onde hoje é a Armênia. Havia boa qualidade antigamente, caiu muito no tempo do comunismo, mas isso vem mudando rapidamente.

efe. - Que conselho o senhor daria a jovens enólogos?

MR - Eu daria três conselhos. O primeiro: trabalhar muito. O segundo: trabalhar muito e, o terceiro: trabalhar muito!

efe. - Que regiões do mundo chamam hoje a sua atenção pela qualidade dos vinhos?

MR - eu não mencionaria um lugar específico: vejo uma evolução significativa em muitos lugares. Quando cheguei a Argentina, os vinhos não me agradavam. Hoje, há rótulos excelentes no país. A mesma coisa no Uruguai, que experimenta uma melhora sem precedentes. É preciso muito trabalho.

VISTA AÉREA DOS VINHEDOS DE LOS CERROS DE SAN JUAN. NOS ARREDORES DE COLONIA DEL SACRAMENTO, NO SUDOESTE DO PAÍS, ENCONTRAM-SE OS TERROIRS MAIS PRIVILEGIADOS DO URUGUAI

efe. - Que mudanças o senhor vê nos últimos dez anos no cenário mundial do vinho?

MR - Nos últimos 30 anos, assistimos uma melhora geral dos vinhos no mundo. Nos últimos 20 anos, vários vinhos melhoraram pontualmente. E, nos últimos 10 anos, houve novamente uma enorme melhora qualitativa mundial.

efe. - o senhor pode citar alguma característica peculiar da enologia uruguaia ou, mais especificamente, de seu trabalho na vinícola Los Cerros de San Juan?

MR - O Uruguai tem um enorme potencial para vinhos de qualidade, mas assim como aconteceu na Argentina e em outros países, não havia grande qualidade, pois os vinhos eram somente para consumo local. Hoje, com a demanda por qualidade e as exportações, foi preciso mudar - e é por isso que estamos aqui, para mudar a ideia de viticultura, mudar a ideia de vinificação. Quanto ao nosso trabalho na vinícola Los Cerros de San Juan, o que vemos hoje é uma notável evolução qualitativa em um território privilegiado para vinhos de grande qualidade.

Adega centenária da vinícola

A CHEGADA DE LUMINISCENCE À CATEDRAL DA SÉ DE SÃO PAULO

Quando luz, história e tecnologia se encontram

Por Thais Sant’Ana

Aproposta é transformar a própria arquitetura — paredes, abóbodas e vitrais — em tela viva, projetando sobre ela sequências visuais que contam a história do edifício, da cidade e de seu passado, ao som de trilha sinfônica ao vivo.

Assim é o Luminiscence, um espetáculo imersivo de luzes, projeções 360°, vídeo-mapping e música (orquestra + coro), realizado dentro de monumentos históricos: catedrais e basílicas em várias cidades da Europa, dos Estados Unidos e, agora, do Brasil.

POR QUE A CATEDRAL DA SÉ?

Por aqui, a escolhida não poderia ser outra: Catedral da Sé de São Paulo, um ícone da cidade e marco histórico. Com seus 111 metros de comprimento, 46 metros de largura e 65 metros de altura (sem contar as torres), ela possui mosaicos de artistas italianos, vitrais, um carrilhão com 61 sinos — ingredientes de peso para uma experiência imersiva.

Por sua grandiosidade, valor simbólico e posição central na capital paulista, o local oferece o cenário ideal para a ambiciosa proposta de Luminiscence: unir patrimônio, arte e tecnologia.

A EXPERIÊNCIA

O espetáculo tem duas etapas: primeiro, o público percorre livremente a nave central da Catedral enquanto projeções e trilha musical criam uma ambientação sensorial, com duração estimada: 20 minutos. Depois, ao se acomodar nos bancos, vivencia o show principal com projeções 360° e coros ao vivo, com duração de aproximadamente 45–50 minutos.

A música ao vivo será regida pelo maestro Delphim Rezende Porto, com participação do coral S.Paulo Schola Cantorum, tirando proveito da acústica natural da nave: som, arquitetura e luz se fundem para criar uma experiência imersiva singular.

O espetáculo promete despertar uma nova percepção sobre o lugar: mais do que visitar uma igreja, o público “vive” sua história — suas transformações, seu simbolismo, sua alma.

IMPACTO NO MERCADO DE ENTRETENIMENTO E VALORIZAÇÃO DE PATRIMÔNIO

Do ponto de vista de negócios e cultura, Luminiscence representa um modelo híbrido: mistura turismo cultural, espetáculo ao vivo e tecnologia de ponta.

Segundo os organizadores (Banijay Americas e Endemol Shine Brasil), o evento é parte de uma estratégia de expansão no segmento de entretenimento ao vivo. Luminiscence não é apenas show: é “uma oportunidade para marcas estarem presentes em momentos que criam conexões genuínas com o público, transformando espaços históricos em palcos de luz e emoção”, segundo a Banijay.

A chegada do formato ao Brasil — especialmente em São Paulo, metrópole com forte apelo cultural e turístico — sinaliza o potencial de eventos imersivos no mercado latino-americano. A combinação de patrimônio + espetáculo + tecnologia atende a um público que busca experiências culturais diferenciadas, sofisticadas e instagramáveis.

Para o setor de turismo e cultura, há um apelo forte em ressaltar a revalorização de monumentos históricos. Através da projeção artística, espaços tradicionais ganham nova vida, atraindo interesse de moradores, turistas e também investidores em cultura e entretenimento.

DESAFIOS E EXPECTATIVAS

A demanda é grande: os ingressos já estão sendo disputados — há limitação de vagas e capacidade máxima (676 pessoas por sessão). A pré-venda começou em 8 de dezembro de 2025, com início da compra geral em 9 de dezembro. A primeira sessão está marcada para 16 de janeiro de 2026.

UM ESPETÁCULO IMERSIVO DE LUZES, PROJEÇÕES 360°, VÍDEO-MAPPING E MÚSICA, REALIZADO DENTRO DE MONUMENTOS HISTÓRICOS

A Catedral da Sé foi escolhida por sua grandiosidade, valor simbólico e posição central na capital paulista, o cenário ideal para a ambiciosa proposta de Luminiscence

Há ainda o desafio de manter o equilíbrio entre espetáculo e respeito ao valor histórico, religioso e arquitetônico da igreja — especialmente num país de forte tradição religiosa. Que tipo de recepção o público dará? Como será a convivência entre fé, turismo e espetacularidade?

Mas, se bem-sucedido, o modelo pode se tornar um piloto para experiências semelhantes em outras cidades brasileiras — um novo capítulo na relação entre patrimônio histórico e entretenimento moderno.

UMA APOSTA NA “ECONOMIA DA EXPERIÊNCIA”

Luminiscence na Catedral da Sé emerge como um caso paradigmático sobre como o patrimônio, a arte e a tecnologia podem se unir para criar valor — não só cultural, mas econômico. Para investidores, produtores culturais e gestores de turismo, representa uma “experiência de valor agregado”: o produto não é apenas um espetáculo, mas uma imersão, um encontro com história, emoção e design.

Se o público embarcar — e os sinais iniciais indicam que sim —, Luminiscence pode inaugurar uma nova fase para eventos de alto impacto no Brasil: mais do que ver, vivenciar; mais do que turismo, envolvimento; mais do que espetáculo, memória.

RITUAL EXPRESSIVO

Autodidata, negra, ligada ao movimento de arte popular e profundamente conectada às vivências cotidianas de seu entorno, Maria Auxiliadora destacou-se por representar, com cores vibrantes e texturas espessas, temas ligados à religiosidade, às festas, aos rituais e às comunidades afrobrasileiras. Sua produção tem sido amplamente reconhecida por revelar perspectivas marginalizadas e por ampliar o entendimento do que constitui a arte brasileira. Nessa pintura, a cena do velório ganha dramaticidade e afeto, transformando o luto em um momento de forte expressão comunitária, típica da linguagem poética da artista. A obra faz parte do acervo permanente do MASP, reforçando a importância de Maria Auxiliadora no panorama da arte nacional e garantindo que seu legado permaneça acessível e visível ao público.

“Velório da noiva” (1974), de Maria Auxiliadora da Silva.

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