Revista Duo 19

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Com mãos na desde criança 20asanos degraxa experiência Hyara Cristina da Rocha, 33 anos, é formada em Sistemas de Informação e atualmente proprietária da Gold Car Mecânica. Segundo ela, as mulheres que trabalham nesta área possuem muito potencial e merecem um voto de confiança.

Revista Duo (RD): Por que trabalhar como mecânica? Hyara Cristina da Rocha (HCR): Desde criança tinha uma ligação muito forte com tudo que envolvia carros. Minha família sempre trabalhou com vendas de carros. Iniciei nesse ramo bem cedo. Meu primeiro emprego foi como auxiliar de escritório em uma revendedora de veículos, aos 14 anos. Aos 16, passei a ocupar o cargo de vendedora e aos 18 anos a gerência de uma loja de caminhões, na qual permaneci por quatro anos. Sempre que algum carro ou caminhão precisava de reparos, lá estava eu, ao lado dos mecânicos, vendo e mexendo em tudo. Em busca de aperfeiçoamento, fiz um curso de Injeção Eletrônica. O tempo passou e logo virei proprietária da Gold Car Mecânica. Gosto muito de mexer com carros, desde a parte elétrica, mecânica até a pintura automotiva. RD: Já passou por alguma história engraçada por ser mulher? HCR: Histórias engraçadas houve muitas. Certo dia, um cliente veio até a Gold Car reclamando que seu carro fervia demais. Examinei e constatei que o problema estava no sensor de temperatura da água. Sabendo do problema, troquei a peça estragada, informei ao cliente que a troca já havia sido realizada, que o concerto estava concluído e que ele já poderia levar seu veículo. Bom, ele foi embora e logo no dia seguinte, retornou questionando que após a tal peça estragada ser trocada o carro passou a apresentar outro problema, pois o ponteiro do marcador de temperatura não passava de 90° C. Expliquei pra ele que o ponteiro não passava dessa temperatura porque

o veículo estava arrumado, pois essa temperatura mostrava que o carro não fervia mais, que essa temperatura era a normal de um veículo. Na hora, começamos a rir, depois me pediu desculpas e disse que ficou com receio, pelo fato de ter sido uma mulher que havia realizado o concerto do carro. Hoje ele é meu cliente e, sempre que vem aqui, lembramos e rimos juntos dessa história. RD: É precisa muita força pra ser mecânica? HCR: Hoje, com todos os equipamentos hidráulicos e toda tecnologia disponível no mercado à disposição do profissional, não exige muita força física do mecânico. Acredito que com essas ferramentas, cada vez mais mulheres poderão entrar nessa profissão. RD: Como se sente sendo umas das poucas mulheres na cidade exercendo esta profissão? HCR: Tenho muito orgulho de mim mesma, e acima de tudo, me sinto realizada trabalhando no que realmente gosto. Talvez eu tenha um pouco mais de dificuldade para superar certos obstáculos, do que um homem (mecânico), mas sou muito determinada e esforçada. No final, sempre atinjo meus objetivos. E a melhor gratificação que tenho é um cliente sair satisfeito com meu trabalho. Isso não tem preço que pague.


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