Revista do Pioneiro - Ano 2 - N 3

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Diversidade garante lugar no pódio gastronômico

gastronomia

por Alline Martins

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Os dados não são, de fato, oficiais, mas muitas características apontam Brasília como o terceiro polo gastronômico do Brasil. Segundo o presidente do Sindicato dos Hotéis, Bares e Restaurantes do DF (Sindhobar), Clayton Machado, esse título foi dado, inicialmente, baseado em informações de cartões de crédito. “Segundo informações, as praças que mais demandam são Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília. Com isso, deduzimos, por analogia, que somos o terceiro. Mas, não é só isso. A qualidade e a diversidade que temos na Capital Federal nos dão essa convicção”, explica Machado. Ele lembra que há dez anos era preciso pensar muito antes de escolher um lugar para comer, diferentemente de agora, quando há muitas boas opções. Os festivais gastronômicos realizados na cidade são outro fator colaborador para o lugar no pódio. Um deles é o Sabor Brasil – realizado há seis anos e feito inicialmente só em Brasília; a partir da quarta edição partiu para outras capitais –, promovido pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel). “O Sabor Brasil surgiu da necessidade de colocar na vitrine a boa culinária com preços mais acessíveis, dando a possibilidade de mais pessoas conhecerem nossa comida. Inicialmente era um evento político, pois queríamos apresentar tudo isso às lideranças. Mas depois ampliou. Este ano o evento serviu mais para movimentar o setor de bares e restaurantes, tentando fortalecê-lo, devido a queda ocasionada pela crise e pela Lei Seca”, explica a presidente da Abrasel-DF, Lisandre Werner. Sob o tema “Todos os sabores, uma só arte”, cerca de 90 restaurantes venderam 43 mil pratos, durante um mês de evento (entre os dias 29 de abril e 31 de maio), a preços convidativos (a partir de R$ 16,10). “É interessante isso tanto na questão financeira quanto na evolução culinária, pois gera integração da clientela com as casas, compromisso maior da equipe com a comunidade e uma série de outros itens que acabam sendo ‘puxados para cima’, de modo a atender essa demanda que cresce a cada ano”, comenta Cleyton Machado. Segundo Lisandre, o ponto mais forte de Brasília é a diversidade gastronômica, facilitada pela presença das embaixadas e pelo fato de reunir pessoas de vários estados brasileiros. Dentre os eventos que movimentaram a cidade, também esteve o Brasília Gourmet, que lançou, este ano, sua primeira edição. Organizado pelo jornal Correio Braziliense, o Brasília Gourmet reuniu 1,5 mil pessoas em três dias de evento. Segundo os organizadores e participantes do festival, um evento como esse incentiva o surgimento de novos chefs. Afinal, foi promovido um concurso entre novos talentos, o qual exigia

Fotos: Divulgação

Brasília está em terceiro lugar como polo gastronômico do País, atrás apenas de São Paulo e Rio de Janeiro. Festivais gastronômicos reforçam a categoria

Há seis anos o “Brasil Sabor Brasília” une a boa culinária feita por grandes chefs e restaurantes de Brasília a pessoas apaixonadas por comidas de qualidade.

conhecimento das técnicas francesas no preparo das receitas e criatividade dos concorrentes. Todos tiveram que criar receitas com produtos típicos do cerrado, como o araticum, a banana e o surubim de água doce, ingredientes obrigatórios. O vencedor da categoria entrada foi o chef Alex Takahashi. No quesito prato principal, Pedro Moraes Valladades Melo Coe, um chef de apenas 18 anos de idade, ganhou o primeiro lugar. A campeã da categoria sobremesa foi a chef Andrea Martins Cardoso, que criou o souflé glacé de banana, araticum e pistache. Quem não teve a oportunidade de ir ao evento pode conferir todas as receitas em uma publicação feita pelo Correio Braziliense, a Revista Gourmet, lançada logo após o evento.


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