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5. A HOMEOPATIA A NOSSO FAVOR

HOMEOPATIA A NOSSO FAVOR

Tratamento homeopático para doenças agudas

De acordo com o Organon de Sammuel Hahnnemann, doenças agudas são processos de perturbação da força vital que causam problemas de saúde e podem evoluir tanto em direção à cura de um paciente quanto para sua morte, num intervalo de tempo determinado e rápido. Imagem: Capa da obra “Organon”/Amazon Ainda segundo Hahnnemann, doenças agudas podem ser provocadas por fatores externos físicos, alimentares e emocionais, entre outros; e também podem atacar seres humanos de forma individual ou coletiva, como acontece no caso de epidemias e pandemias, ou de maneira esporádica quando, por exemplo, várias pessoas ficam resfriadas ou gripadas depois de uma mudança súbita de temperatura. Para o terapeuta homeopata Adriano de Oliveira, formado em Homeopatia pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), pelo Instituto Flávia Barits e pela School For Human Chemistry and Homeopathic Detox do homeopata mundialmente agudos mais comuns entre seus pacientes são de alergias, inflamações, intoxicações, anemia, des-

confortos intestinais, lesões físicas e convulsões. 45conhecido Tom Jansen, os quadros de saúde

Foto: Adriano Oliveira/Arquivo pessoal

“Eu compreendo doenças agudas como manifestações mais pontuais e exacerbadas dos efeitos do adoecimento geral, ou de acometimentos inesperados que encontram ambiente propício devido à alteração da energia vital, manifestando sintomas desse abalo energético”, aponta Oliveira. “O objetivo ao tratar ocorrências crônicas é gerar conforto ao doente, diminuindo ou eliminando a frequência, a intensidade e a duração do processo agudo”, complementa o terapeuta homeopata, que trabalha na área há cerca de 15 anos.

Por sua vez, o médico veterinário Adalberto von Ancken, especialista em Homeopatia Veterinária pela Associação Médico Veterinária Homeopática Brasileira (AMVHB) e pelo Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV); mestre em Bem-Estar Animal pela Universidade de Santo Amaro (UNISA); e sócio-proprietário da HD Science, escola de Homeopatia exclusiva para ve-

terinários, destaca: quanto mais súbito e repentino, mais agudo é o quadro.

Foto: Adalberto von Ancken/Arquivo pessoal

“A Homeopatia explica como agudizações as manifestações de uma psora latente de um doente que normalmente é considerado crônico”, salienta von Ancken. “No consultório é muito comum receber animais com quadros diarreicos, respiratórios e dermatológicos, que são os sistemas mais acometidos por estas agudizações que costumam ser centrífugas”.

A Homeopatia ainda gera discussões e controvérsia entre a classe médica, que contesta sua eficácia mesmo que esta seja parte do rol de especialidades médicas brasileiras. Com isso, muitos acreditam e defendem que o tratamento homeopático não deve ser utilizado, principalmente para tratar doenças agudas.

“Essa afirmativa é incorreta, pois rompe com os exemplos históricos de uso e de sucesso”, contesta o terapeuta homeopata Adriano Oliveira. “Uma das formas mais seguras de se criar credibilidade com as pessoas é mostrar a eficiência e a suavidade com baixo custo que o uso da Homeopatia em casos agudos pode oferecer.

“[De maneira geral ao falarmos de quadros agudos], podemos usar a Homeopatia em potencias baixas e depois Vijnovsky na 6CH, em curtos espaços de tempo com repetições observadas, avaliando a redução ou o aumento de sintomas para, assim, ajustar a frequência e o intervalo de tempo das doses. Isso exige tempo de quem aplica, acompanhamento e boa comunicação de quem recomenda. Talvez seja esse o motivo de muitos serem contrários, é diferente de passar uma receita e dizer até logo”, analisa Oliveira.

Adalberto von Ancken também opina:

“O desconhecimento e a falta de informação são as principais ferramentas do ignorante que defende esta tese”, assinala. “Estamos falando de uma especialidade terapêutica reconhecida que foi amplamente estudada tanto em relação aos seus efeitos, cujos estudos iniciaram nas próprias experimentações pelos indivíduos sadios, como no modo de ação, exemplificado pelo grande número de publicações científicas. Além disso, existem evidências históricas do êxito da Homeopatia no tratamento de surtos de cólera e gripes, em uma época que a medicina não dispunha de recursos diagnósticos e tampouco de terapêuticos”, esclarece o médico.

Ainda de acordo com von Ancken, os preparados homeopáticos mais comuns para tratar doenças agudas em animais são os de baixas potências: “Sabe-se que eles possuem tropismo por determinados tecidos. Assim, é muito comum lançar mão de medicamentos como Podophylum, Mercurius solubilis, e China officinalis. Robinea pseudo-acacea e Nux-vomica [são indicados] para gastroenterites; Ipeca, Arsenicum album e Antimonium tartaricum para traqueobronquites; e Sulphur, o principal anti-psórico, para a pele, sem associação alguma com alopatia.”

“Em doenças agudas renais, Cantharis e Berberis vulgaris são muito utilizados, assim como os remédios do chamado “modo reacional psórico”, muito úteis em tratar a exoneração de sintomas após a tomada do Simillimum pelo paciente, como Natrum sulphuricum e Hepar sulphur, destinados a quadros de otorrinolaringologia.”

“Há também um complex mundialmente conhecido destinado ao tratamento de sintomas relacionados a dores articulares, que é a associação de Arnica monta, Rhus-toxicodendron e Ruta graveolens e na homeopatia dentro da medicina veterinária também não é diferente. Lembrando que em doenças agudas, a frequência de administração dos medicamentos é menor, podendo chegar a várias vezes ao dia ou mesmo em um método chamado “plus”. 46

Cecília Costa, 32 anos, moradora de Taguatinga, no Distrito Federal, recorreu à Homeopatia como tratamento de emergência para seus animais de estimação. Um deles, uma cadela chamada Sansa, teve gravidez psicológica; e a outra, Babyliss, passou pelo risco de perder um dos olhos depois de levar uma mordida que ocasionou uma inflamação.

Sansa e Babyliss/Foto: Thaís Oliveira

“A Babyliss tomou Calêndula para cicatrizar e evitar uma infecção. No dia seguinte, a ferida já estava bem melhor”, relata Costa. “[Já] a Sansa adotou um brinquedo e ninguém podia chegar perto dele porque ela ficava arisca, então eu dei o Sulphur para ela. Dentro de dois dias ela já estava melhor e depois de uma semana de tratamento ela já estava agindo normalmente”.

Já no caso de Katiane Sousa, 42 anos, moradora da Feira de Santana, na Bahia, os motivos pelos quais ela procurou tratamento homeopático foram vários: dores no quadril e nas pernas, enxaqueca, dor de dente, cólicas intestinais, enjoo e vômitos. “O meu filho é alérgico alimentar grave e a medicina convencional não resolveu o problema dele”, explica Sousa. “Então, desde os 5 anos de idade - hoje ele tem 11 - eu procuro alternativas para que ele possa ter uma melhor qualidade de vida”.

Desde então, Katiane Sousa tem contato direto com a Homeopatia e a utiliza de maneira recorrente, assim como seus amigos e familiares.

Para tratar seus sintomas, ela fez uso de diferentes preparados homeopáticos, como Camphora 1M para tratar enxaqueca, que era constante por conta de stress e fadiga; Nux Vomica, Carbo Vegetabillis 6CH, Lycopodium Clavatum 6CH, Arsenicum Album 6CH e Colocynthis 6CH para conter a cólica intestinal, o enjoo e os vômitos devido ao processo de desparasitação homeopática*; e Mercurius Sollubilis 6CH, Belladonna 6CH, Symphytum combinado com Rhus tox e Arnica Montana 6CH - complexo ãã, além da Camphora 1M para diminuir a dor de dente, consequência de uma cirurgia.

“Na cirurgia dentária que realizei pela segunda vez eu não senti nada, pois tomei os (preparados homeopáticos) indicados para pré e pós cirurgia”, lembra Sousa. “A cicatrização foi maravilhosa. Com sete dias eu já estava mastigando normalmente. (Mas)

dois meses antes eu havia realizado esse mesmo procedimento em outro dente e utilizei (somente) alopáticos. Senti dor e incômodo. 15 dias depois eu ainda não conseguia mastigar e estava com um pouco de inflamação”, relembra. “Agora não existe outra opção além da Homeopatia para mim. São ‘medicações’ naturais, que procuram fortalecer o organismo para que ele seja capaz de se reestabelecer sozinho. Não tem receita pronta, mas vai tratar você com o melhor que se pode oferecer, sem agredir, sem usurpar e sem prejudicar outros órgãos. Homeopatia é vida!”, destaca Sousa.

No caso de Rita de Cássia Pereira, 55 anos, moradora de Amparo, no interior de São Paulo, foi uma dor de estômago aguda causada por nervosismo e tratada com Homeopatia quando ela tinha 24 anos que a fez seguir em frente com o tratamento Homeopático.

Foto: Rita de Cássia Pereira/Arquivo pessoal

“Desde então eu estou usando Homeopatia para cuidar de mim e de todos na minha casa, então quase tudo que eu tive, cuidei com Homeopatia”, assinala Pereira.

Levando em questão os quadros de saúde agudos, Pereira já recorreu à Homeopatia para tratar gripes e resfriados, crises de torcicolo, sinusite e cistites agudas causadas por ar-condicionado, além de reações alérgicas causadas por contato com insetos, sem mencionar contusões e estiramentos musculares.

“Eu sempre vou escolher tratar com Homeopatia pelo seguinte motivo: os resultados sempre foram e são muito rápidos e mesmo quando não se acertam os medicamentos, eles não produzem efeitos colaterais indesejados”, esclarece Pereira. “Seja o que for que eu tenha, meu homeopata sempre vai tratar a mim e não a minha doença e isto vai ajudar a resolver o problema de saúde que pode se apresentar em qualquer período. Com Homeopatia eu nunca tenho que esperar pelo estudo de uma determinada medicação ou esperar uma droga terminar de ser produzida para tratar minha doença, então eu nunca me sinto sem esperança diante de uma dificuldade. Eu vejo que quem se sente sem esperança diante de uma doença fica muito impotente e isto agrava qualquer situação. Então este é o motivo que me leva sempre a escolher a Homeopatia”, relata.

Apesar da própria história da Homeopatia já comprovar sua eficácia e também dos inúmeros relatos positivos a seu respeito, algumas pessoas ainda acreditam que os preparados homeopáticos não podem tratar casos agudos porque agem de maneira mais lenta do que remédios alopáticos. “A velocidade do tratamento [homeopático] é uma relação com o desafio da doença aguda. Quanto mais forte, menor o tempo entre as repetições. Lenta pode ser a capacidade de observação do cuidador e do homeopata”, opina. “Para termos certeza, devemos anotar e registrar tudo que o paciente sentir a cada momento e acompanhar a evolução de forma sistemática”.

Ainda de acordo com Oliveira, a Homeopatia pode, sim, agir mais rapidamente no organismo de algumas pessoas do que em outras. Dois fatores podem explicar isso: o tempo hábil que um homeopata tem para conhecer o histórico do paciente e de formular um tratamento com características mais próximas da individualização; e os níveis de toxicidade aos quais o paciente é exposto:

“Temos que levar em consideração a sensibilidade do corpo [diante da] toxidez exposta hoje em dia no mundo moderno, assim como os hábitos dela no cotidiano.”

Para Adalberto von Ancken, a crença de de a Homeopatia funciona lentamente é um engano muito comum.

“O termo ‘doses homeopáticas’ traz embutido um conceito de lentidão que, na verdade, poderia ser atribuído exclusivamente ao tratamento de doenças crônicas”, assinala o médico. “A lei de semelhança é soberana e determinante neste processo terapêutico que, não menos importante, deve considerar ainda o estado energético e velocidade das reações metabólicas do doente. Um indivíduo mais idoso, normalmente com uma fisiologia mais vagarosa, tenderá a receber medicamentos homeopáticos em potências e frequências que respeitem estas condições.”

Ele continua:

“Este fator pode ajudar no entendimento do porquê alguns indivíduos respondem mais rápido e outros nem tanto. Acertar o Simillimum (...) é tarefa árdua e requer tempo (...). Para o sucesso do tratamento, além da obviedade do tutor medicar corretamente seu paciente, é crucial o acerto na outra ponta, do prescritor. Não se trata de apenas escolher um bom medicamento, mas também acertar a potência, a dose e a frequência do mesmo, o que à primeira vista parece simples, mas não é”, conclui. 48