Revista Deco Stop 36

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[ NAUFRÁGIO: O COMANDANTE MANOEL LOURENÇO

REVISTA TRIMESTRAL | ANO 9 | Nº 36 | JULHO, AGOSTO E SETEMBRO/2012 | R$ 18,25

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Surpreendente

nda de vento em popa o acesso as edições digitais da

Revista DecoStop - R$ 18,25

Deco Stop. Os tablets e smartphones se propagam mais e mais a cada dia e o interesse por publicações eletrônicas segue o mesmo ritmo. O fácil acesso e visualização são

ferramentas poderosas para o aumento de pessoas interessadas e o

número de downloads cresce a cada dia.

E ainda existem muitas outras vantagens da revista digital: as cores e o design ficam mais bonitos; não existe extravio muito menos atraso na entrega por parte dos Correios; estamos livres de problemas

Diretor Rodrigo Coluccini Jornalista Responsável André Moreira Junqueira - MG 10191-JP Revisores Técnicos Roberto da Luz (Bob Light) Revisão André Moreira Junqueira Foto Capa

gerados por greves e chuvas. E no momento que eu aprovo a edição

Alex Deitos e Roberto Lima

e a publico você já tem acesso a ela. Problemas de impressão e de

Projeto Gráfico

acabamento se tornam coisas do passado. É através desta ferramenta

Clovis Mello Editoração

que poderemos também manter um estoque infinito de exemplares e

Clovis Mello

seremos uma publicação que não atinge de nenhuma maneira o meio

www.clovix.com.br

ambiente.

A Deco Stop ainda vai continuar com sua versão impressa, sendo a única revista de mergulho do Brasil a oferecer versões digitais e impressas de nossas edições, mas em um futuro não muito longínquo acredito que não mais folhearemos páginas de papel para lermos revistas ou jornais.

Nossas edições digitais estão disponíveis para sistemas Android e IOS (Apple) para serem lidas em smartphones e tablets. O aplicativo, o programa que você precisa para ler a revista, é grátis, mas cada edição tem o custo de US$ 4,99 e a assinatura, US$ 19,99. Um valor irrisório para ter tão facilmente ao seu alcance a revista que você tanto gosta.

Experimente ler a Deco Stop digital. A revista, que já é bonita no papel, ficou ainda mais bonita e colorida. E agora estamos ao alcance de todos os interessados em mergulho no mundo. Basta um aparelho e uma conta no Google Play ou iTunes.

Colaboraram nesta Edição: Archimedes Garrido, Ecodive Barbados, César Gentile, João Paulo Canduro, Cristina Runino, Ricardo Marques Dias, Jefferson Bellodi, Scuba Girls Brasil, Reinaldo Alberti, Kadu Pinheiro e Gilson Junior.

A revista Deco Stop é uma publicação trimestral direcionada ao mergulhador brasileiro. Temos como objetivo suprir a necessidade constante de conhecimento que todo mergulhador necessita para realizar esta atividade.

Atenção A prática de mergulho exige a realização de um curso específico.

Não incentivamos ou recomendamos que qualquer prática/procedimento ou técnicas ligadas ao mergulho sejam realizadas sem

Deco Stop, com você aonde você estiver.

Boa leitura e bons mergulhos

que um treinamento adequado tenha sido feito previamente.

As matérias ou opiniões apresentadas na re-

Rodrigo Coluccini

vista, não refletem necessariamente a opinião do editor, sendo de total responsabilidade de seus autores.

04 | DecoStop - Edição 36

índice

número 36 | julho, agosto e setembro de 2012

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64

36 38 52 56 60 62 64 Você quer dar sugestões, tirar dúvidas, fazer comentários ou participar das seções da Deco Stop? Entre em contato conosco.

Para assinar www.decostop.com.br

Para anunciar rodrigo@decostop.com.br

DecoStop - Edição 36 | 05

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06 | DecoStop - Edição 36

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Para mais informações entre em contato com Let’s Dive pelo e-mail info@letsdive.com.br ou pelo telefone (82) 3316-5385

Deco Stop

DIGITAL

As edições da Deco Stop já estão disponíveis para download nos sites Android Market e Apple Store ao custo de US$ 4,99. A versão digital pode ser utilizada em tablets e smart phones, possibilitando aos nossos leitores ler a Deco Stop em qualquer lugar.

Livros e revistas sobre MERGULHO A Editora do Mar possui uma grande variedade de livros sobre mergulho escritos em português.

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DecoStop--Edição Edição36 35||05 07 DecoStop

36 metros sem respirar

A bela catarinense, Flávia Eberhard, divide o seu tempo entre a carreira de modelo internacional na Inglaterra e a vida de atleta de mergulho livre. Ela conheceu o esporte em 2007 e desde então treina intensamente na busca da superação de limites.

No dia 28 de setembro de 2012, Flávia conseguiu quebrar o recorde brasileiro de apneia na disciplina de Imersão Livre, onde o atleta mergulha o mais fundo que consegue apenas puxando um cabo. Ela atingiu a impressionante marca de 69 metros de profundidade sem respirar, sendo também a melhor

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marca sul americana na modalidade e a segunda melhor marca do ano no ranking mundial. Em outras palavras, é o equivalente a mergulhar do alto de um prédio de 20 andares submerso e ainda retornar à superfície num só fôlego.

O feito foi realizado durante a competição internacional AIDA Little Blue Hole, na cidade de Dahab, Egito.

Após do recorde muitas pessoas já estão acreditando que a relação de Flávia com o mar vai muito além dos simples treinos e competições de apnéia.

Foto: Rodrigo Coluccini

Modelo internacional quebra recorde brasileiro de apneia ao mergulhar

A Fun Dive deu início, no mês de julho, ao Projeto Pinguim Amigo, iniciativa idealizada pelo diretor e sócio-proprietário da empresa, Paulo da Silva, o qual tem como objetivo orientar o público em geral sobre como agir e quais medidas tomar quando encontrar um ou mais pinguins debilitados no litoral brasileiro.

O foco da iniciativa é a espécie Pinguim-de-Magalhães, que costuma chegar à costa brasileira entre os meses de março e setembro – época em que os pinguins migram da Patagônia para o norte da Argentina, do Uruguai e do Brasil em busca de águas mais quentes e de alimento. Alguns desses animais, geralmente os mais novos e inexperientes, não conseguem acompanhar o bando principal e são levados pelas correntes marítimas até o litoral, onde chegam magros, cansados e debilitados.

Ao contrário do que se pensa, nem todas as espécies de pinguim são polares ou habitam áreas de clima frio, como é o caso do Pinguim-de-Magalhães, que vive em áreas temperadas e suporta uma grande variação de temperatura. Muitas pessoas, ao tentar ajudar, expõem os animais a ambientes gelados sem saber que essa atitude é prejudicial para a espécie, que necessita de aquecimento para sobreviver. Por isso a importância de um projeto de conscientização do público para ajudar esses animais.

Segundo Paulo, a idéia para o projeto surgiu quando ele deparou-se com um pinguim que apresentava sinais de fraqueza e cansaço em uma praia em Santa Catarina,

mas não soube o que fazer para ajudar o animal. Tendo em mente os valores da empresa, os quais incluem o dar e receber, ou seja, a retribuição ao planeta por tudo que consumimos e recebemos, Paulo decidiu então desenvolver um trabalho de divulgação de informações para a população sobre a conduta correta a ser adotada

para ajudar esses animais.

O projeto Pinguim Amigo conta com o apoio do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Aves Silvestres (CEMAVE) e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e funciona em

Fun Dive

lança o Projeto

PINGUIM AMIGO

parceria com a ONG R3 Animal, cujos profissionais voluntários trabalham junto com a Polícia Militar Ambiental e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) no resgate, na reabilitação e na reintrodução de animais selvagens encontrados ou apreendidos em Santa Catarina.

Até o momento, o projeto conta com uma página no Facebook e com duas palestras agendadas para os meses de agosto e de setembro, uma delas direcionada para o público interno da Fun Dive e a outra para os alunos da escola Waldorf Anabá, em Florianópolis, SC. Na capital catarinense, quem encontrar um pinguim pode entrar em contato com a Polícia Militar Ambiental/Centro de Triagem de Animais Silvestres (CETAS) pelo telefone (48) 3665 4487.

Mais informações: Projeto Pinguim Amigo no Facebook www.facebook.com/ProjetoPinguimAmigo ONG R3 Animal: www.r3animal.org.br Cristiane Kolesnikovas (Médica Veterinária e Presidente da Associação R3 Animal: criskolesnikovas@gmail.com

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ANO DEZ DA

2012 PLANETA MERGULHO

Muitos prêmios foram distribuídos durante o evento.

Muita alegria, felicidades e reencontros com amigos, clientes e parceiros! Esse foi o tom da festa de 10 anos da escola de Porto Alegre e distribuidor da Deco Stop, Planeta Mergulho.

Cerca de 130 pessoas prestigiaram a celebração de uma década dedicada ao ensino de mergulho, venda de equipamentos e viagens que levaram mergulhadores brasileiros para os mais variados destinos.

Foram sorteados vários brindes, graças ao apoio de nossos patrocinadores, FUN DIVE, ARRIBATUR, PADI, DIVEMAG e LIVEABOARD ENTERPRISE, além de nossos parceiros SEASUB, SEADIVERS, REVISTA DECOSTOP e KS ESPORTE. Foram sorteados diversos brindes como camisetas, kits básicos de mergulho, até mesmo um computador FUN DIVE E3 e saída de três dias no LIVEABOARD ENTERPRISE. www.planetamergulho.com.br

A festa foi bem animada.

Parabéns para a Planeta Mergulho!

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Um mergulho no Vale do Paraíba Represa de Paraibuna As estruturas da cidade fazem deste mergulho muito interessante.

Mergulhador explora o cemitério.

Texto e fotos César Gentile A represa de Paraibuna vem sendo frequentada por mergulhadores técnicos já há alguns anos. Conheci o local durante alguns treinamentos realizados muitos anos atrás com meu instrutor João Paulo Pavani Franco (Johnny). Desde então utilizamos alguns pontos de lá para a realização de treinamentos de vários níveis de cursos recreativos e técnicos.

O que começamos a explorar há poucos anos são as histórias que diversos pontos da represa nos remetem. Vários bairros e municípios foram alagados em meados da década de 70 quando a represa foi concluída.

Durante as explorações conseguimos testemunhos de moradores e pudemos ver com nossos próprios olhos algumas das construções que estão sob a água. Em um dos municípios explorados pudemos filmar e fotografar, além de restos 12 | DecoStop - Edição 36

A visibilidade épequena, mas com a ajuda de uma lanterna de canister épossível ter uma boa visão.

estruturais de casas e uma igreja, parte das construções do cemitério com cruzes e mausoléu.

Em outro município próximo também submerso, a expectativa é grande quanto a obter boas imagens de uma igreja mais inteira, inclusive com sua pequena torre. Temos ainda uma usina antiga, estradas com postes de madeira e outras curiosidades. Tucunarés, lambaris e bagres são vistos principalmente de noite.

As condições do mergulho variam muito com relação aos pontos distantes um do outro. A visibilidade é cerca de três metros na superfície, sendo que aos 16 metros de profundidade começa a ausência de luz do sol. Somando a isso a temperatura mais baixa, concentram-se massas de água que raramente se misturam (superfície e fundo), estando este nível com visibilidade zero. Aos 30 metros a visibilidade começa a aumentar novamente por nova massa de água fria, sendo que por vezes podemos ter 12 me-

tros com o auxilio de iluminação por poderosas lanternas de canister.

A altitude se faz presente nos vários pontos e vale consultar todos os dados antes de entrar na água para aplicar a devida correção. A profundidade atinge em alguns locais específicos mais de 130 metros. Os mergulhos nos locais devem ser feitos com muita cautela, pois além de restos de construção, temos os agravantes de cercas com arame farpado, árvores e florestas inteiras submersas, cabeamentos, enroscos, temperatura variando dos 19 aos 14 graus.

Foram feitas várias reportagens para TV e jornais impressos sobre nosso trabalho por lá, e esperamos em breve finalizar o projeto com um livro, documentário e um mapeamento específico para divulgar os mergulhadores e público em geral.

Equipe Cesar Dive Team que realizou os mergulhos: Cesar Gentile, Edimar Barbosa, Guilherme Queiroz, Marcelo Gonçalves, Imprensa Renata Vanzeli.

maratona DE APNEIA 24horas

Archimedes Garrido, atleta Fun Dive, teve uma idéia inusitada: uma maratona de 24 horas de apneia! Ele convidou dois amigos que juntos testaram seus limites.

As regras foram as seguintes: a partir do momento que disparou o cronômetro não foi possível sair mais da água nem comer, apenas hidratar. Ninguém poderia sair para ir ao

banheiro, então para evitar esta necessidade não foi permitido comer nada sólido.

A cada três minutos Archimedes Mattias e Rherold percorriam uma distância de 25 metros e após 16 horas dentro da água começou a bater o sono e cansaço, que foram combatidos com chá de pó de guaraná. Na última hora da maratona, além

dos atletas o staff também estava cansado, pois todos ficaram a noite toda acordados.

Completada as 24 horas da maratona de apnéia os atletas comemoraram a superação dos limites. Todo o material será encaminhado para o Guinness e vamos torcer para o feito ser homologado como recorde mundial.

Archimedes agradece o patrocinador FUNDIVE e seus apoiadores: Esporte clube Barbarense, Centro Comercial Pinguim, LUITEX, MULTIWORKS BIOTC Nutrição Esportiva, SUPER Suplementos e Vitaminas, Horti frut Pérola e Fixson instalações e monitoramento 24horas.

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Alvanir Jornada Por Jefferson Bellodi O fechamento das cavernas brasileiras se deu após a publicação da Portaria no. 89, de 13 de agosto de 2001, pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), e foi considerado um capítulo negativo na história do mergulho em cavernas no Brasil.

O ponto positivo da portaria foi a criação do CEMEC (Conselho Especializado em Mergulho em Cavernas), que trabalhando junto com o CECAV (Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Cavernas) publicaram em 2006 a Instrução Normativa IBAMA 100/06.

A Instrução Normativa IBAMA 100/06 definiu critérios para a realização da atividade de mergulho diante da aprovação de documentos com os seguintes objetivos: exploração técnica, manutenção de habilidades técnicas, pesquisa cientifica, captação de imagens e treinamento com o objetivo de certificação.

Depois da divisão do IBAMA e ICMBio, alguns pareceres jurídicos contestaram a competência da IN100/06, por isso o caminho para a liberação do mergulho em cavernas ainda permanece indefinido. Mesmo assim, depois desta divisão, o CECAV tem colaborado na reabertura do mergulho nas cavernas no Brasil.

Sabendo-se que a região de Bonito-MS abriga, segundo especialistas, uma das maiores concentrações de cavernas alagadas do mundo, a caverna Buraco das Abelhas foi escolhida para fazer parte de um plano piloto.

Localizada na Fazenda Figueiras, no município de Jardim, a 80 km da cidade de Bonito-MS, a caverna é conhecida pelos mergulhadores desde 1995 por ser uma cavidade de origem freática com fluxo constante, condutos largos e boas condições durante boa parte do ano.

O Plano de Manejo da Caverna Buraco das Abelhas foi criado pelos órgãos CEMEC e CECAV com o auxílio de inúmeros profissionais com o propósito de realizar atividades como coleta de dados (biológicos, geológicos e hidrológicos), captação de imagens (terrestres e subaquáticas) e vídeo para documentação.

Além disso, o plano contempla o mapeamento cavernícola para fins de treinamento de mergulho técnico, valoriza a preservação e a conservação dos ambientes naturais e estimula a educação ambiental na comunidade Com o apoio da Prefeitura Municipal de Jardim-MS, Parque Nacional da Serra da Bodoquena e do CECAV/IBAMA, este projeto foi concebido como referência para futuros planos de manejo de cavernas alagadas de todo o Brasil. Um membros do CEMEC que montaram a expedição foi o diretor da NAUI Mercosul, o Sr. Alvanir Silveira de Oliveira, o “Jornada”.

Como consequência de um trabalho altamente qualificado, Jornada foi um dos primeiros instrutores de caverna a dar sequência em outras expedições, expandindo assim o projeto para toda a região da Serra da Bodoquena e seu entorno, denominado – o Projeto Cavernas Alagadas da Bodoquena.

Buraco das abelhas I. Foto de Jefferson Bellodi 14 | DecoStop - Edição 36

Homenageado. Foto de Jefferson Bellodi

é laureado no Mato Grosso do Sul. O projeto iniciou-se em 2007 visandopromover pesquisas, verificar a existência de novas cavernas alagadas com potencial turístico para mergulho e proporcionar fluxo turístico para a região. Nessa primeira fase, foram visitados lugares como:

Insurgência do Rio Perdido (Bonito-MS) Insurgência de um pequeno riacho dentro da Fazenda Boqueirão com possibilidade de acesso bem próximo ao ponto de mergulho. Infelizmente, a equipe não mergulhou, devido ao curto tempo da expedição. Foi constatado que na nascente existe uma grande concentração de gado, que ao pisar em suas proximidades causa grande redução na transparência da água.

Ressurgência do Rio Perdido (Bonito-MS) Pertencente ao Parque Nacional da Bodoquena com acesso difícil em aclive pela Fazenda Boqueirão. A equipe conseguiu realizar um mergulho de reconhecimento atingindo 17 metros de profundidade em 150 metros de penetração. O projeto para a nova sede do Parque da Bodoquena prevê sua construção na área da mesma Fazenda onde está localizada esta ressurgência.

Gruta das Fadas (Bodoquena-MS) A entrada da caverna é feita por uma restrição que não permite a entrada em pé, por isso contou-se com o apoio do GESB (Grupo de Espeleologia da Serra da Bodoquena) para a entrada com técnicas de rapel. A equipe seguiu pelo curso da água até um ponto onde não era mais possível continuar devido ao achatamento da passagem (teto muito baixo), o que impede a atividade de mergulho naquela ressurgência dentro da caverna.

Nascente de um dos afluentes do Rio Salobrinha (Bodoquena-MS) O acesso da nascente é feito por áreas de assentamentos do INCRA através de um declive. A entrada da caverna possui inúmeros espeleotemas e água cristalina. Abaixo da linha da água não existem espeleotemas, apenas uma fenda larga e com teto cada vez mais baixo desce em sentido diagonal.

A equipe mergulhou até a profundidade de 55 metros e en-

controu dentro da caverna peixes conhecidos como “piau”, o qual nunca havia sido descrito anteriormente dentro de uma cavidade. O local já havia sido visitado por Gilberto de Menezes, conhecido como mergulhador-explorador. Possui grande potencial para treinamento e turismo.

Poção (Bonito-MS) Com o acompanhamento do antigo Diretor do Parque Nacional da Serra da Bodoquena, Dr. Adílio Miranda, dois poços rasos com água parada foram encontrados. Através das erosões no entorno, estima-se que na época de chuvas toda água das enxurradas convergem para este ponto formando um rio perene, que pela localização é o Rio Taquaral. Uma rápida prospecção foi feita com uso de equipamento livre, onde se constatou inúmeras fendas estreitas que não permitem a passagem de uma pessoa. Local sem potencial para exploração futura.

Buraco das Antas - nascente do Rio Taquaral (Bonito-MS) Mais de mil metros de caminhada, numa trilha muito irregular, são necessários para atingir esta nascente que exige grande esforço físico para o transporte de equipamentos.

Trata-se de uma caverna freática com um grande salão na entrada e condutos largos. A profundidade máxima atingida foi de 17 metros com temperatura de 24oC. Interessante citar que a sua localização concentra-se dentro uma área regularizada pertencente ao Parque Nacional da Serra da Bodoquena, ou seja, tal área já está regularizada e dependendo apenas da realização de seu plano de manejo. Como a caverna foi descoberta nesta expedição, Jornada a batizou como “Buraco das Antas” devido a grande quantidade deste mamífero encontrada na região da nascente. Depois da descoberta, vários outros mergulhadores já visitaram a caverna.

Dos locais visitados pela equipe, este se mostrou com maior potencial de exploração.

Coronel Kamimura, Jornada, Tenente Coronel Marcos Meza e Major Adriano Rampazo. Foto de Jefferson Bellodi

Jornada recebendo a homenagem. Foto de Jefferson Bellodi

Mauro Male, Jornada, João Gomes e Rudimar Guerini durante o curso de instrutores NAUI. Foto de Jefferson Bellodi

Entre 2008 e 2011, várias equipes lideradas por Jornada e compostas por instrutores NAUI realizaram outras expedições na região. Em 2011, um grupo de mergulhadores esteve presente na Serra da Bodoquena com uma equipe de televisão.

A equipe acompanhou toda a expedição e produziu um documentário sobre o mergulho técnico na região.

Lagoa Misteriosa. Foto de Jefferson Bellodi

Heron e Jornada na caverna Ceta Core. Foto de Jefferson Bellodi DecoStop - Edição 36 | 15

Além dos mergulhos com propósitos de manutenção das habilidades técnicas, o instrutor NAUI Heron Wagner passou por treinamento com objetivo de certificação. O instrutor NAUI Jefferson Bellodi realizou exploração técnica da área externa através de levantamento fotográfico. O casal de biólogos, Lívia Cordeiro e Rodrigo Borgezan, aproveitou para dar andamento em suas pesquisas de mestrado. Essa foi a primeira expedição onde militares do Corpo de Bombeiros Militar do Mato Grosso do Sul, representados pelo Tenente Coronel e Instrutor NAUI Marcos Souza Meza, participaram de atividades de mergulho técnico naquele Estado.

No mesmo ano, os instrutores NAUI Jullior Moura e Marcos Rosa fizeram mergulhos de treinamento e certificação no Buraco das Abelhas. Jornada também treinou, qualificou e certificou o instrutor NAUI e Tenente Coronel Marcos Meza do Corpo de Bombeiros Militar do Mato Grosso do Sul como mergulhador técnico, fazendo com que

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a NAUITEC se fortalecesse ainda mais na região.

Recentemente, a NAUI credenciou sua mais nova facility e a primeira da certificadora no município de Bonito-MS: a Caiman Scuba Dive. Com o auxílio do Instrutor Trainer NAUI Mauro Silveira Maule, Jornada certificou os instrutores João Gomes e Rudimar Guerini como instrutores NAUI. A Caiman Scuba Dive recebe inúmeros turistas mensalmente, oferece mergulhos no Rio Formoso, Rio da Prata e na Lagoa Misteriosa, onde a visibilidade passa dos 40 metros. O credenciamento da empresa como falicity NAUI exige alguns critérios técnicos, resultando em um serviço de extrema qualidade.

No dia 2 de julho de 2012, durante as comemorações do Dia do Bombeiro em Campo Grande-MS, houve uma solenidade no Quartel General do Aeroporto que contou com a participação do Governador André Puccinelli, do Comandante Geral dos Bombeiros Coronel Ociel Ortiz Elias, do Se-

cretário de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) Wantuir Francisco Brasil Jacini, onde bombeiros, militares e civis foram condecorados com a medalha Dom Pedro II pelos relevantes serviços prestados a corporação.

Alvanir S. Oliveira, o “Jornada”, foi um dos homenageados. Sua indicação, publicada no Diário Oficial do Estado do Mato Grosso do Sul, por decreto do Governador do Estado, obedeceu a inúmeros critérios técnicos.

Jornada tem contribuído na formação de oficiais como instrutores do Corpo de Bombeiros Militar do Mato Grosso do Sul (CBMMS), auxiliado na difusão do mergulho técnico na Corporação proporcionando a inserção de mergulhadores no programa de exploração, estudo e manejo das cavernas alagadas na região da Serra da Bodoquena e apoiando de forma voluntária os eventos de capacitação e educação continuada dos Mergulhadores de Resgate do CBMMS.

O mergulho autônomo, assim como muitas outras atividades recreativas, depende do uso de equipamentos específicos.

Atualmente milhões de pessoas são praticantes do mergulho autônomo e uma das causas deste crescimento foi o constante investimento da indústria no sentido de produzir equipamentos de qualidade e que atendem a todos os interessados. De alguns anos para cá o público feminino foi agraciado com equipamentos desenhados exclusivamente para atender as necessidades físicas e de design inerentes ao conforto e desejo de escolha de cores e detalhes.

Romeu Dib, administrador do mergulho na Mina da Passagem em Mariana, Minas Gerais, diz que o público feminino neste famoso ponto de mergulho em caverna já representa mais de 30% do total de visitantes, um aumento enorme registrado no último ano. Em 2012 tivemos também a criação de dois grupos específicos: O Scuba Girls Brasil e o Divers Girls Club, que tem como objetivo fomentar a presença feminina no esporte. E ainda há o programa Submerso do canal Off, apresentado por três mergulhadoras que visitam os melhores points do Brasil.

Um item do equipamento de mergulho pode ser considerado essencial ou desejável, mas todos foram criados e desenvolvidos para satisfazer um objetivo e executar uma função específica. De reguladores a instrumentos, máscaras a nadadeiras, coletes equilibradores a roupas, o equipamento de mergulho é um grande contribuinte para a fascinação e atração do mergulho.

Adquirir seu próprio equipamento é um fator primordial para que haja satisfação total no esporte. Claro que você pode alugar em muitos destinos de mergulho, mas você realmente quer confiar na disponibilidade e confiabilidade de equipamentos muito utilizados para sua segurança e aproveitamento do mergulho?

Ter seu próprio equipamento traz muitas vantagens. Se você estiver começando na atividade sua velocidade de aprendizado e progresso podem ser acelerados através da familiaridade com seu equipamento. Aprender a mergulhar é muito mais do que aprender a respirar em um regulador debaixo da água.

Você aprende a controlar um colete equilibrador, como nadar adequadamente para evitar arrasto e consequente aumento de consumo de ar e muitas outras técnicas. Adaptar-se rapidamente e confortavelmente a estas técnicas tem muito a ver com o equipamento utilizado nos treinamentos.

equipamentodemergulho

VOCÊ

DEVE TER

O SEU Mesmo se o equipamento alugado lhe serve bem ele ainda pode não ser o ideal para você devido a certos detalhes, ou a falta deles. Os acessórios e o desenho do colete é o que diferencia um equipamento do outro. E quando você compra o seu próprio você avalia e escolhe o que você precisa e aprecia.

O processo é importante e faz aumentar seu conhecimento pelo mergulho. Ter seu próprio equipamento fará que você saiba a condição, onde ele esteve e quem o utilizou. Esses fatores fazem com que exista um nível alto de segurança.

Comprar equipamento de mergulho cria outro benefício importante: o relacionamento com a loja de mergulho. A loja que é seu link com o mergulho, que oferece cursos, viagens, o mantém em contato com outros mergulhadores e oferece serviço de suporte ao seu equipamento.

Veja nas próximas páginas um ensaio que a Deco Stop preparou especialmente para seus leitores. Nele, alguns dos equipamentos que irão fazer sucesso no próximo verão.

Fotos: Estúdio Retrato 3 – www.retrato3.com.br Equipamentos: Aqualung Brasil – www.aqualungbrasil.com Fun Dive – www.fundive.com.br Maiôs e biquínis – www.trisport.com.br Onde comprar: consulte em nossa seção de distribuidores os contatos das melhores lojas do Brasil para compra de equipamentos.

Agradecimentos: Rodrigo Dai, Matilde Veloso, Ana e Lívia.

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entrevista

Acqua Sub realiza CLEAN UP DAY em Guarapari No dia 14 de setembro aconteceu o Clean Up Day, um mutirão de limpeza das praias e regiões costeiras de todo o mundo.

O evento foi organizado pela Ocean Conservancy e apoiado internacionalmente pelo Project AWARE. A ACQUA SUB organizou uma limpeza na APA do Parque Paulo César Vinha, mais precisamente na Ilha Guararema, das Três Ilhas, em Guarapari – ES. Participaram deste evento 26 pessoas entre elas mergulhadores e não mergulhadores, bem como representantes do Corpo de Bombeiros Militar do ES (CBMES), Grupo de Apoio do ES – Sea Sherpherd Brasil e Grupo

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de Escoteiros do Mar Ilha de Vitória.

O local escolhido foi as Três Ilhas por se tratar de uma área protegida apenas no papel que é considerada um berçário de vários invertebrados e peixes recifais marinhos e possuir uma fauna e flora insular que precisa ser preservada.

O evento consistiu numa atividade muito divertida, pois foi feita uma gincana entre os participantes, na qual se premiou o grupo que pegasse mais lixo. Os brindes foram fornecidos pela PADI BRASIL, PINO e SEA SUB. Foram coletados mais de 46 kg de lixo, entre eles linhas e equipamentos de

pesca, garrafas pet, produtos plásticos, cacos de vidro, produtos de higiene, colchão, churrasqueira e um pneu. Muito do lixo foi coletado na ilha, onde é proibido o desembarque, bem como a pesca de rede, de arpão, jogar âncora nos corais, etc. Infelizmente o estado ainda tem uma fiscalização muito deficitária.

O importante é que o objetivo foi atingido: conscientizar as pessoas da necessidade de se consumir menos plástico e de não descartar o lixo em qualquer ambiente.

Na realidade, todo dia é dia de limpeza e de defesa de nossos oceanos. www.acquasub.com.br

Encontro de profissionais NAUI 2012

Fotos: Jefferson Bellodi

Os seis dias de eventos foram divididos em duas partes: os primeiros três dias destinados ao treinamento de Instrutores em diversas especialidades, onde muitos tiveram a oportunidade de se atualizar e agregar ao seu portfólio de cursos novos treinamentos. A segunda parte,

nos três últimos dias, foi dedicada a discussões, palestras, Work Shops, mesas redondas e exposição de equipamentos e destinos turísticos de mergulho, com intuito de atualizar os membros da NAUI no que vem acontecendo no mercado atualmente.

Aula Intro to Tech II 24 | DecoStop - Edição 36

E claro, foram dias de confraternização entre velhos e novos amigos, já que o encontro NAUI é a data para que além de gerar novos negócios entre seus membros, pessoas se reencontrem e criem novos relacionamentos A credenciadora se orgulha muito de ter um dos mais baixos índices de acidentes com seus mergulhadores. Seu lema é “Segurança através do ensino”, e por isso mesmo, neste 16º. Encontro houve dis-

cussões intensas sobre os acidentes que vêm infelizmente crescendo no mercado, incluindo com mergulhadores brasileiros, reforçando a importância do treinamento voltado totalmente para a segurança do aluno.

As ações da NAUI durante o encontro que foram direcionadas para o tema incluiu a atualização e curso de formação de novos Instrutores First Aid, atualização e formação de novos

Instrutores especialistas em Rescue, nas dependências da UniAnchieta. Além disso, completaram os cursos de formação de Mergulhadores e Instrutores especialistas nos cursos de Naufrágio Recreativo, Naufrágio com Penetração, Intro to Tech NAUITEC. Durante as palestras do sábado, dia 18 de agosto, várias foram dedicadas a segurança, reforçando o compromisso da NAUI.

Aula Intro to Tech I

Eduardo Vinhaes, palestrante

E a DAN, mais uma vez convidada para o evento, contribuiu para esta discussão com o tema “Por que estão acontecendo tantos acidentes de mergulho?”. Eduardo Vinhaes, Médico Hiperbárico e Instrutor DAN e NAUI, coordenou esta discussão baseado nos números do maior estudo realizado pela DAN, datado de 2010, sobre fatalidades de mergulho.

A NAUI no mundo todo, e no Mercosul não é diferente, é uma certificadora comprometida com várias universidades e Instituições voltadas para pesquisa científica. No encontro do ano passado, foi apresentado o programa de formação de mergulhador científico NAUI. Este ano, já mostrando os efeitos práticos do treinamento, duas palestras mostraram alguns resultados e caminhos para o este tipo de mergulho, que utiliza técnicas de mergulho recreativo e mergulho técnico no treinamento de mergulhadores envolvidos com pesquisas.

O biólogo marinho Fernando Gibran da universidade federal do ABC, e a diretora da ESEC Tupinambás, ambos mergulhadores NAUI, palestraram sobre o Projeto de Monitoramento do Arquipélago de Alcatrazes através do mergulho científico.

O arqueólogo Gilson Rambelli da universidade federal de Sergipe e o Físico Oswaldo Del Cima da universidade federal de Viçosa, ambos Instrutores NAUI, contaram suas experiências

com a aplicação do programa NAUI de mergulho científico em suas áreas de atuação.

Completaram a grade de palestras do sábado, temas relacionados com destinos, equipamentos e treinamento.

Uma das mais novas Facilities NAUI no país, a Caiman Scuba Dive, de Bonito, trouxe belas imagens, enquanto seu proprietário e Instrutor João Gomes da Silva, discorreu sobre um dos mergulhos mais intrigantes do mundo, a Lagoa Misteriosa.

Jesus Ortega, do México, e representante da marca Hollis Company para o Brasil e outros países da América Latina, contou para os participantes porque os Rebreathers estão cada vez mais acessíveis, com o desenvolvimento de novas tecnologias e atingindo um grupo cada vez maior de mergulhadores, recreativos e técnicos.

Os trabalhos de sábado foram fechados com uma discussão sobre o programa de mergulho em naufrágios como mais uma ferramenta de educação continuada para os instrutores NAUI do Brasil.

Como vêm acontecendo desde seu primeiro evento, a NAUI Mercosul conta com a participação ativa de importantes patrocinadores, fornecedores de serviços e produtos da indústria do mergulho instalados no país.

DecoStop - Edição 36 | 25

Foto oficial do evento

Jornada e equipe Deep Blue (escola do ano).

Gilberto Kallas, instrutor de primeiros socorros.

Durante o final de semana, dias 18 e 19, no mesmo espaço que ocorreram as palestras e mesas redondas, houve exposição de destinos turísticos e de equipamentos de mergulho, onde os patrocinadores “Platinum” mostraram suas novidades.

A Infinity Sports, importador das marcas Oceanic e Hollis, através de seus representantes mostraram algumas novidades, e focaram seus esforços no Rebreather Prism2, “combinando” com a palestra de Jesus Ortega, num dos espaços mais visitados da exposição.

A Sea Sub, o maior importador brasileiro, com diversas marcas de respeito, focou sua exposição principalmente nos já consagrados equipamentos Scubapro e Mares. Leandro Antonicelli, consultor técnico e vendedor da Sea Sub atendeu a todos falando sobre as vantagens da comercialização destas marcas de maior valor agregado.

A Aqualung Brasil também trouxe novidades em sua linha, expondo os produtos Aqualung e Apeks. A sexta, dia 17, 26 | DecoStop - Edição 36

Jornada, Jullio Moura (instrutor em evolução), Gilberto Kallas e Marco Martha

foi dedicada a palestras e treinamentos promovidos pelos patrocinadores, e a marca através de seu representante Walter Nunez, discorreu sobre como ser um “Aqualung Partner Center”, as vantagens e visibilidade que o Centro de Mergulho tem com esta parceria. O stand foi bem concorrido para que proprietários de Facilities NAUI entendessem bem esta proposta.

A Fun Dive mais uma vez trouxe seus lançamentos não só para exposição, mas também para “test dives” na piscina da UniAnchieta, na manhã de sexta, onde muitos Instrutores NAUI usaram alguns dos carros chefes da Importadora, entre eles os seus Veículos de Propulsão subaquática, colete Excel e as roupas Neoflex. A equipe capitaneada no evento por Santosha de Castro e Bernardo Cruz (Comercial e Marketing) também realizou uma palestra contando a história da Fun Dive, seu comprometimento com atletas de mergulho livre no país e ações socio-ambientais, e sobre a segmentação dos produtos da marca.

O turismo esteve muito bem representado, com as duas maiores operadoras do mercado brasileiro também como patrocinadores Platinum.

O stand da Adventure Travel contou com a presença dos proprietários da empresa, Amilton Diniz e Karin Siegrist. Focaram no destino Colômbia, nos programas que têm em live aboards, e na sexta 17, Amilton palestrou sobre o trabalho da Adventure, o dia-a-dia na busca pelo melhor atendimento, e sobre Saba, como um destino ainda pouquíssimo conhecido de brasileiros, mas com diferenciais no mergulho que encatam seus visitantes, discorrendo aos Instrutores e gestores de Centros de Mergulho presentes como comercializar o pacote, tanto para vendas individuais como para grupos.

Já a Arribatur trouxe a equipe liderada por Flavio Lara, para falar dos destinos internacionais e nacionais, fazer negócios com as Facilities NAUI e consolidar sua participação no evento. Na sexta 17, Reinaldo Alberti, Gerente Comercial da operadora realizou o Work Shop “O negócio turismo no seu negócio de mergulho”, para qualificação de instrutores e gestores de negócios de mergulho em boas práticas na comercialização de viagens de mergulho e na atuação do Instrutor de Mergulho como guia de viagens, com objetivo de fortalecer o Centro de Mergulho como Agência de Viagens mais eficiente.

Checkout do Curso Intro to Tech

Playa Giron

Castillo de la Real Fuerza

Programa

Submerso é um programa de tv que mistura reality show e aventura e leva o espectador numa viagem em busca dos melhores pontos de mergulho do Brasil e do mundo.

Em episódios de aproximadamente 24 minutos de duração, jovens mergulhadoras vão explorar os lugares mais exóticos e paradisíacos para a prática do mergulho.

Os perrengues enfrentados em cada mergulho, as aventuras vividas durante a viagem, o mistério por trás dos naufrágios e a ansiedade pelas condições perfeitas para o mergulho são apresentados em cada episódio.

Cada ponto de mergulho é único.

Suas características, a vida marinha, a profundidade e as condições climáticas fazem com que cada um deles seja uma experiência nova. O fôlego das jovens será colocado a prova!

A idéia do projeto surgiu depois que o instrutor de mergulho SSI Sandderson Barros, de Arraial do Cabo, propôs ao diretor de televisão Rico Zumpichiatti e a produtora Bartira Prado, ambos mergulhadores certificados, dar toda a consulto30 | DecoStop - Edição 36

ria necessária para que desenvolvessem um projeto para um programa de televisão sobre mergulho.

A partir daí deu-se início a uma pesquisa profunda sobre o mercado do mergulho no Brasil e o perfil dos mergulhadores brasileiros.

Surgiu, então, a idéia de um programa que unisse aventura ao mergulho, que servisse como entretenimento para o público mergulhador, mas principalmente, ajudasse a apresentar ao público “não mergulhador” um perfil mais sedutor desse esporte.

Para ajudar nessa apresentação, resolvemos aproximar o mergulho de outros esportes aquáticos mais populares, como o surf e o kite surf, entre outros.

O programa Submerso possui três pilares básicos: • Qualquer pessoa bem treinada e equipada pode mergulhar.

• Mergulho é divertido!

• Mergulhamos sempre!

Sub

merso APRESENTA O MERGULHO AO GRANDE PÚBLICO Durante os episódios da primeira temporada, Sofie e Marcela, se arriscaram em sessões de surf em Búzios, chegaram de kitesurf ao Arquipélago de Abrolhos, praticaram windsurfe em Guarapari e fizeram escalada em Fernando de Noronha. Tudo sem falar nos mais de 7.000 quilômetros que atravessaram pelas estradas do Brasil em apenas 21 dias. O resultado disso tudo foi o grande sucesso da primeira temporada principalmente junto ao público alvo.

Mais do que um programa para os mergulhadores, Submerso foi feito para inspirar as pessoas a mergulhar.

Os testes de elenco para selecionar as meninas para o programa foram longos, trabalhosos e exaustivos.

Depois de quatro dias de testes, cada um com cerca de 70 participantes, ainda não tínhamos achado ninguém!

A sorte começou a virar quando, por um golpe do destino, a Sofie Mentens foi com um amigo ao Multishow e o diretor artístico do canal, conversando com ela, perguntou se ela

mergulhava. Para sua surpresa ela disse que sim, desde os 12 anos com o pai. Ele a colocou em contato com a produção do programa e assim que a conheceram, souberam que ela tinha tudo a ver com o perfil que estavam procurando. Jovem, bonita, mergulhadora e esportista, a jovem ainda fala português com um sotaque super charmoso de gringa! As buscam por uma segunda menina continuaram, só que dessa vez, além de todos os quesitos, era preciso que houvesse sintonia com a Sofie.

Através de buscas pelo Facebook, a equipe chegou a Marcela Witt.

Fizemos um teste de vídeo na praia e ela foi super bem. Esportista, campeã de Kitesurf e Wakeboard, só tinha mergulhado uma vez, quando fez um batismo na Indonésia.

Mesmo assim, achamos que ela tinha o perfil e investimos em um curso básico de mergulho com o instrutor Sandderson Barros para que ela ficasse pronta para as filmagens. E deu certo! Em pouco tempo, Marcela estava mandando super bem em baixo d’água!

Pulando na água DecoStop - Edição 36 | 31

Depois da primeira temporada de muito sucesso, um dia a equipe do canal Off nos mostrou o teste de elenco da Sofia Graça Aranha. Eles estavam fazendo teste de elenco para outros programas do canal e acharam que a Sofia tinha tudo a ver com o Submerso. Depois de algumas conversas com a jovem e um dia

de mergulho filmado no Rio de Janeiro com Sofie e Marcela, vimos que elas ficaram super bem juntas! Sofia já era mergulhadora avançada, além de bióloga e veio para acrescentar ainda mais conteúdo ao programa. Partimos então para a segunda temporada!

Sofie e Marcela se equipam.

Atualmente está em exibição a segunda temporada do programa.

O projeto da segunda temporada traçou planos mais ambiciosos para as meninas, agora, mergulhadoras avançadas. Foram filmados mergulhos no Rio de Janeiro (ilhas Cagarras), Angra dos Reis, Ilha Grande, Paraty, Guarujá (AcquaMundo), Laje de Santos e Bonito (Abismo Anhumas e Lagoa Misteriosa).

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SSI realiza seu 2ª ENCONTRO NACIONAL DE PROFISSIONAIS

Aconteceu, no final de semana entre 15 e 17 de Junho de 2012, o 2º Encontro Nacional de Profissionais da SSI. O evento foi realizado na Pousada Caminho do Sol, em Arraial do Cabo – RJ e contou com a presença de vários patrocinadores, um grande grupo de profissionais e com o importante apoio da Prefeitura do Município.

Além de treinamentos de formação, o 2º Encontro SSI também proporcionou a seus profissionais, provenientes de várias regiões do país, conhecer outros colegas, trocar idéias e começar novas parcerias.

O encontro contou com a exposição dos produtos da Seasub e Dive Rite, dos operadores de turismo Adventure Travel e Arribatur, além de importantes participações como SeaShepherd, programa Submerso e Associação de Mergulho de Arraial (AMA).

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Houve também uma palestra sobre Código de Defesa do Consumidor, um importante tema para os proprietários de lojas de mergulho, tanto como prestadores de serviços, como consumidores.

Também marcaram presença os Instrutores Josualdo Moura, Rodrigo Figueiredo e Fernando Rodrigues, que falaram sobre os aspectos comerciais e institucionais da SSI e do mercado do mergulho. Ao final do segundo dia, a DAN, através de Matias Nochetto via Webnar, trouxe informações sobre as fatalidades do mergulho ao redor do mundo.

Foi um final de semana para troca de experiências, produtos, contatos, e o mais importante, comemorar a consolidação da SSI no Brasil.

Saiba mais www.divessi.com

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matériadacapa Por Rodrigo Coluccini Fotos Rodrigo Coluccini Fotos Sub EcoDiveBarbados.com Com o aumento do volume de turistas brasileiros viajando pelo mundo, incluindo mergulhadores, chegamos a um novo aspecto no mercado: a saturação de um destino. Mesmo oferecendo serviços e atrações excelentes, chega um momento em que começamos a procurar por novas opções.

E foi assim que surgiu a ilha de Barbados, destino frequente de americanos e europeus e muito pouco conhecido por brasileiros. Antigo refúgio pirata e casa da mais antiga fábrica de rum do mundo, a Mount Gay, Barbados abre suas portas para o turista brasileiro.

Inicialmente o que me chamou mais atenção foi o voo direto da Gol que, saindo de Guarulhos, chega ao seu destino após cinco hora e meia de viagem. Quem já viajou por outras ilhas do Caribe sabe como o transporte aéreo é difícil para a região.

Pousamos no aeroporto Grantley Adams as 22 horas e nosso receptivo já aguardava. A mão de trânsito é inglesa e desde o início de meus preparativos me perguntava se eu iria conseguir dirigir, sem surpresas, na ilha.

Existe uma grande variedade de hotéis com preços de acordo com o orçamento de cada viajante. Desde meu primeiro contato com os Barbadianos fiquei impressionado com a educação das pessoas, principalmente nos hotéis e restaurantes.

Surpreendente

Barbados é banhada ao oeste pelo mar do Caribe e a leste pelo oceano Atlântico. O lado caribenho é bem calmo com temperatura da água bastante agradável. Do lado oceânico, em algumas partes do ano o mar é mais pesado e a água, mais fria.

Quando comecei a pesquisar na internet sobre o mergulho na ilha, achei poucas informações, mas um delas me chamou a atenção: Carlisle Bay. Segundo o que li e reli várias vezes, neste ponto existem sete naufrágios! E dava para fazer todos eles em apenas um mergulho. Achei estranho e pesquisei em meus arquivos onde mais no mundo existia a possibilidade de fazer um mergulho como esse e a resposta foi negativa, não há nada parecido. Coloquei então este mergulho como minha prioridade na viagem. E assim foi feito. As oito da manhã cheguei a operadora The Dive Shop, onde Fatema, a simpática proprietária me recebeu e apresentou o divemaster que seria meu dupla no mergulho. Perguntei a ele: “Onde fica Carlisle Bay”? – “Você está olhando para ela”, ele respondeu. Fitei uma enorme praia com água bem calma. “Sete naufrágios em um só mergulho?”, duvidei. Sim! Vamos lá mergulhar? – Claro!

Carlisle Bay, sete naufrágios em um mergulho.

E ele me mandou equipar na porta da operadora. Perguntei se seria uma saída de praia e ele disse que poderia, mas se fossemos de barco pouparíamos uma boa natação. No barco apenas eu, ele e o mestre. O brifieng: “Bem vindo a Carlisle Bay. Nossa profundidade máxima será de 18 metros e mínima de cinco. Vamos visitar os seguintes naufrágios: o mais antigo de todos, o rebocador francês Berwyn que foi torpedeado e afundado por um submarino alemão em 1919. Do lado oeste dele está uma barca de transporte e um pouco depois o Cornwallis, um pequeno cargueiro. Em uma linha perpendicular com a praia existem mais quatro naufrágios: O Marion Wolf, um barco de pesca que foi afundado pelo furacão Janet em 1955, o CETrek um transportador de cimento que foi afundado em 1986, o Ellion, um cargueiro apreendido com drogas e que foi afundado propositalmente em 1996 e o Bajan Queen, um rebocador que foi transformado em barco para festas e afundado em 2002.

Proa do Berwyn em Carlisle Bay. EcoDiveBarbados.

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O Friars Craig

Existe muita vida marinha nos naufrágios. EcoDiveBarbados.

Após curtíssima navegação caímos na água e fomos direto para o fundo, aos 18 metros. Muitas esponjas e peixes diversos circulavam ao redor. Meu guia olhou para mim e apontou para frente fazendo o sinal manual de casco. Olhei para frente e vi a silhueta do primeiro naufrágio. A visibilidade da água era muito boa, temperatura da água agradável e eu tinha feito pouco esforço até ali. O navio, inteiro proporcionou algumas penetrações. Muita vida marinha já aderida ao casco e bem variada. Naquele momento eu já estava satisfeito e partimos para o segundo naufrágio. O fundo é de areia e algumas raias de bom tamanho transitavam por entre os naufrágios.

Chegamos ao segundo naufrágio, também inteiro e visitamos sala de máquinas, cabine de comando, porão. Sinceramente é muito difícil dizer qual é o nome de cada navio, são muito e só quem está lá com frequência sabe dizer. Seguimos a reta perpendicular para a praia e fomos visitando os outros naufrágios.

O Stavro logo após o fogo.

Proa do Berwyn em Carlisle Bay. EcoDiveBarbados.

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Um era menor, o outro, quebrado no meio, mas a cada um eu revisitava meu curso de naufrágios, identificava as peças e partes dos navios. Vários tipos e estilos de construção, motores a diesel, vapor, guinchos modernos e antigos e... Canhões!

Na areia, na parte rasa, existem diversos canhões antigos! O mergulho durava mais de uma hora e ainda havia muito ar no cilindro S80. Ainda ficamos um bom tempo apreciando a abundante vida marinha e os naufrágios mais rasos. De volta a superfície, o barco já nos esperava logo ao lado. A praia a cerca de 60 metros de onde emergimos. Sem dúvida, o mergulho mais divertido da minha vida.

De volta ao hotel recebi a visita do Gavin, proprietário da escola Hightide. Enqaunto eu narrava minha empolgação com Carlisle Bay ele me disse: “Vou te levar no Stavro”. – O que? Respondi sem entender nada. Ele explicou: “Stavro é como nos chamamos carinhosamente o SS Stavronikita, um cargueiro holandês de 122 metros e 4000 toneladas que pegou fogo em 1977. Em 1978 o governo de Barbados o comprou e afundou para fomentar a indústria do mergulho na ilha. Este é o segundo maior naufrágio do Caribe. A parte mais funda dele está a 40 metros e a mais rasa aos 6”. Podemos ir agora? Respondi.

A navegação é muito tranquila em Barbados e antes que percebesse já estava em cima do local de mergulho. Aos 6 metros encontramos o topo do mastro e continuamos nossa descida até o deck do navio, passando pela cabine de comando. A boreste encontramos os grande rombos no casco provocados pela explosão que o fez afundar. Vimos alguns compartimentos internos e fomos para a parte mais funda, onde está o enorme hélice.

Muitas esponjas de bom tamanho são vistas pelo naufrágio, assim como peixes de passagem e garoupas. O mergulho é bem tranquilo, mas pelo tamanho do navio dois mergulhos, no mínimo, são necessários para conhecê-lo.

O Pamir é nosso próximo mergulho e é outro naufrágio incrível. Um cargueiro de 60 metros de comprimento que foi deliberadamente afundado em 1985, o naufrágio ainda está em boas condições e se encontra em posição de navegação. Como em outros naufrágios já visitados, há uma abundância de corais e esponjas, assim como peixes de porte médio. A estrutura está aberta e as penetrações são fáceis e seguras. Os decks inferiores, cabine de comando e guincho são bem interessantes. Meu guia me contou sobre um submarino amarelo que ficava neste ponto e eu não acreditei. Mas está lá, a poucos metros do naufrágio...

Nosso segundo mergulho é no Friar´s Crag, também com cerca de 60 metros de comprimento que foi afundado junto com o Pamir em 1985. Ao contrário de seu irmão, que ainda está intacto, o Friar´s se partiu em três partes por estar mais exposto ao mar. Mesmo assim é um ótimo mergulho, com muitas raias e tartarugas.

Meu último mergulho em Barbados foi em Shark´s Bay, uma das centenas de locações utilizadas para quarentena em Barbados. No começo do século 19 todos os passageiros chegando do Atlântico tinham que ficar de quarentena por quatro semanas nos navios antes de serem autorizados a desembarcar na capital, Bridgetown.

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A visibilidade e a temperatura da água são muito boas. Eco Dive Barbados.

Informações Gerais

Capital: Bridgetown.

População: 281.000 pessoas.

Idioma: Inglês com eventual adição de dialetos barbadianos.

Moeda: Dólar Barbadiano – US$ 1,00 = BDS$ 1,98.

Eletricidade: 110 volts Clima: Tropical com temperaturas médias entre 24 a 28ºC. Estação chuvosa de julho a dezembro.

Requerimentos de entrada: não é cobrado visto dos brasileiros.

Para chegar lá: A Gol voa direto para Barbados todos os sábados saindo do aeroporto internacional de Guarulhos, São Paulo.

A Deco Stop agradece: Tiami Catamaran Cruises, Concorde Experience, Atlantis Submarine, Harbour Lights Barbados, Dive Product Club, Bougainvillea Beach Resort, Ocean Two, Suntours, Direct Car Rentals, Barbados Tourism Authority, DiveHightide.com, EcoDiversBarbados.com

Isso se devia a um surto de Varíola na época que poderia dizimar a população da ilha. Os marinheiros, sem ter o que fazer durante este período, bebiam muito e jogavam as garrafas no mar. Hoje, Shark´s Bay é um ponto conhecido pelo “mergulho das garrafas”. É permitido retirar as garrafas do mar, mas já trazê-las para o Brasil é outra estória.

Além do mergulho Barbados oferece uma várias opções de atrações e coisas para fazer, fazendo desta ilha um ótimo destino de férias para os mergulhadores e toda sua família. Após meu último mergulho fui até St. Nicholas Abbey. Uma belíssima mansão construída em 1658, totalmente restaurada, que abriga uma destilaria movida por um grande moinho de vento. O açúcar é plantado na propriedade e todos os outros processos de produção são feitos lá mesmo. O resultado é um rum muito suave e gostoso.

A tarde a grande pedida é Oistins, uma cidade pesqueira na costa sul. Toda sexta feira a noite a cidade se enche de vida com a presença de locais e visitantes ansiosos para experimentar a melhor comida de rua do Caribe. Peixe fresco é a especialidade que pode ser apreciada em vários formatos.

E por falar em comida, Barbados oferece restaurantes de altíssima qualidade e tempero que agrada ao paladar brasileiro. O Fish Pot é um restaurante dentro de um antigo forte inglês de frente para a praia. A comida é excelente e também o atendimento. Mais uma vez a educação dos Barbadianos me sur-

preende e me deixa bem a vontade.

De volta ao mar, fiz um mergulho com o submarino Atlantis. São quarenta e cinco minutos de passeio passando por belos corais e vendo muita vida marinha. O clímax é ver o naufrágio Lord Willoughby, que descansa em posição de navegação aos cinquenta metros de profundidade.

Outro passeio muito interessante é o do catamarã Tiami. Ele deixa o porto as 10 da manhã e navega pelo litoral caribenho. O enorme catamarã navega ao sabor do vento e sua primeira parada é em uma praia onde enormes tartarugas são alimentadas. Logo depois um delicioso almoço é servido e vamos para outra praia para andar de Jet ski e nadar.

Dois excelentes programas para a noite são o Harbour Lights e St. Lawrence Gap. O Harbour Lights é um espaço na areia com um palco onde acontece um excelente show ao vivo com músicas de diversas épocas. A banda é muito boa e não demora para o local ficar agitado. No valor da entrada está incluso churrasco e bebidas. No intervalo da banda artistas locais fazem apresentações variadas e crianças são bem vindas. O St. Lawrence Gap é uma rua de frente para o mar, que lembra muito a Rua das Pedras em Búzios. Com vários restaurantes como o excelente Pisces e muitos bares, a garantia de boa diversão é total.

O Barbados Wildlife Reserve é um zoológico com animais soltos, onde você poderá interagir com todos eles e é uma ótima

opção para uma tarde após os mergulhos.

Harrison´s Cave é uma enorme caverna com belíssimas formações e vale muito a visita.

O Barbados Concorde Experience oferece a seus visitantes a oportunidade de ver de perto um dos mais incríveis aviões já construídos, o Concorde! Instalado dentro de um grande galpão do lado do aeroporto, o Concorde de Barbados é o único do mundo em condições de voo. Durante a apresentação é explicado como ele foi concebido e desenvolvido, como ele voava, há uma exposição de itens utilizados pela tripulação e passageiros, mas o grande ápice é poder vê-lo de perto e poder sentar em uma de suas poltronas. O Concorde fazia a ligação Londres-BarbadosLondres para os endinheirados e para sua majestade, a Rainha, quando ela visitava a ilha.

Barbados possui dezenas de praias, muitas delas paradisíacas. Todas são públicas e em algumas você é abordado por vendedores ambulantes de artesanato. Eles chegam de mansinho e agem como se fossem te dar um presente, mas tudo é cobrado e não é barato.

Barbados é um destino surpreendente: muitos mergulhos em naufrágio, muita vida marinha, população agradável e educada, excelente culinária, hotéis de todos os tipos e gostos e muitas atrações pós mergulho. Sem falar no voo de apenas cinco horas e meia.

Com tantos atrativos de qualidade não duvido que esta bela ilha se tornará um destino frequente dos brasileiros muito em breve.

Piscina no Oceans.

A culinária na ilha éexcelente.

A visita ao Concorde éimperdível.

Os hotéis agradam atéos hóspedes mais exigentes.

Muitas opçoẽ s de hotéis estão disponíveis na ilha.

O submarino Atlantis visita um naufrágio a 50 metros de profundidade.

agita inverno gaúcho

As habilidades dos mergulhadores foram postas a prova.

Fotos: João Paulo Cauduro Filho Quando se ouve falar em inverno gaúcho, a gente logo pensa na possibilidade de ver neve, numa lareira, um bom vinho, chocolate quente, café-colonial e tantos outros prazeres desta estação. Mas... E os mergulhadores... O que fazem no rigor do inverno do Rio Grande do Sul?!

O destino desta galera que gosta de mergulhar é o Dive Games!

Um evento inteligente, em forma de campeonato de mergulho em piscina aquecida criado pela escola de mergulho de Porto Alegre Planeta Mergulho, visando proporcionar integração entre os amantes do mergulho e oportunidade de treinar habilidades em pleno inverno gaúcho!

Esta sexta edição do campeonato, realizada no dia 07 de julho de 2012, foi dividida em duas provas: circuito de flutuabilidade e

slalom com scooter Fun Dive.

Provas planejadas pelos instrutores da escola. O circuito de flutuabilidade e a marcação na prova de slalom foram feitos com tubos e conexões do patrocinador Krona- www.krona.com.br. Os scooters utilizados na prova de slalom foram do patrocinador FUN DIVE www.fundive.com.br.

O pré-requisito para participar da competição é ser mergulhador credenciado, independente do nível de certificação. Foram 30 mergulhadores competindo, divididos em 15 duplas.

Todos os mergulhadores estão de parabéns pela sua participação, espírito de dupla e garra no cumprimento das provas!

Agradecemos os patrocinadores deste evento: KRONA – www.krona.com.br, FUN DIVE – www.fundive.com.br, ARRIBATUR – www.arribatur.com.br, DIVEMAG – www.divemag.com.br, PADI – www.padi.com.

E os apoiadores: Revista Deco Stop, Academia Rota do Corpo, KS Esporte, Seadivers, Seasub e Sul Diver.

Os vencedores e participantes.

As habilidades dos mergulhadores foram postas a prova.

b u l C s l r i G s Diver agregando a presença feminina no mergulho

O Diver Girls Club do Brasil foi criado inicialmente no Orkut, e depois foi se expandindo para outras redes sociais como o Facebook, além de estar presente no Youtube.

A missão e o objetivo é fomentar um espaço feminino no mergulho brasileiro, que antes não existia, reunindo mergulhadoras de todo o Brasil. O DGC foi criado com o objetivo de ajudar a vida marinha e mergulhar, formando um clube de mergulhadoras brasileiras.

Durante os encontros são trocadas experiências e opiniões sobre diversos assuntos envolvendo o mergulho feminino brasileiro.

O primeiro encontro aconteceu no PADI Festival 2012 onde uma grande confraternização com diversos membros do mergulho brasileiro aconteceu. E o primeiro mergulho como as DGC (Dive Girls Club) do Brasil foi na Laje de Santos em São Paulo, com mergulhos diferenciados. A Laje ficou rosa com as DGC do Brasil.

A Ilha Grande foi o palco do segundo encontro, onde mais uma vez as mergulhadoras DGC estavam juntas, felizes, fortalecendo o grupo que não para de crescer.

O grupo vai levando os oceanos, mares e a vida marinha ao mundo das mergulhadoras, confraternizando com todas e com todos no Brasil e no mundo.

O DGC do Brasil é uma organização sem fins lucrativos com o objetivo de desenvolver o mergulho feminino, divulgar, promover e incentivar atividades das mergulhadoras, ajudando na conservação e preservação do meio ambiente e dos recursos naturais e da vida marinha.

Venha fazer parte do Diver Girls Club do Brasil.

O MAR É PARA TODOS!

Visite-nos no Facebook www.facebook.com/groups/diversgirlsclube www.facebook.com/DGCDiverGirlsClub

Você precisa mergulhar AQUI!

Um dos mais belos litorais do Brasil é também um paraíso do mergulho ainda pouco conhecido. Água quente em torno dos 27º C, visibilidade que atinge os 40 metros, diversos naufrágios e uma exuberante vida marinha são alguns atrativos que fazem de Maceió um excelente ponto de mergulho. Seu mergulho aqui será marcado por água azul, raias, tartarugas, moréias e lindos cardumes de peixes.

Para lhe apresentar este paraíso a Let’s Dive conta com uma estrutura que foi montada para oferecer todo conforto e segurança para seus mergulhos. A Let’s Dive é o único PartnerCerter Aqua Lung de Alagoas, opera com lancha rápida de 33 pés e conta com uma equipe qualificada de profissionais experientes para lhe atender do jeito que você merece.

Maceió não impressiona apenas pela riqueza de seu mar. Hoje a cidade de Maceió oferece uma ótima infraestrutura de turismo. Com um dos parques hoteleiros mais novos e modernos do Brasil, uma gastronomia incrível e rico artesanato, sua viagem ficará completa.

Junte seus amigos ou sua família e venha curtir este paraíso com mergulhos incríveis e momentos de lazer que marcarão sua viagem.

Para mais informações entre em contato com Let’s Dive pelo site www.letsdive.com.br, e-mail info@letsdive.com.br ou pelo telefone (82) 3316-5385

Por Sandro César Cadeado, plástico protetor, seguro, enfim, muitas são as formas de proteger sua bagagem que será despachada, mas será que ela está segura mesmo? Vamos ver alguns procedimentos para que você não tenha grandes problemas se algo acontecer com sua bagagem despachada.

Bem, vamos começar com o conceito de bagagem que tem normas que devemos prestar atenção na hora de fazer as malas para a viagem.

Conceito de bagagem de acordo com a receita federal: “Para fins de tributação aduaneira, entendese como bens de viajante os bens, novos ou usados, que um viajante porta consigo, no 52 | DecoStop - Edição 36

mesmo meio de transporte em que viaja, não acobertado por conhecimento de transporte, ou ainda aquele que, em função de sua viagem, chegue ao país ou dele saia, por meio de uma empresa transportadora, como remessa postal, encomenda expressa, encomenda aérea ou qualquer outro meio de transporte, amparado por conhecimento de carga ou documento equivalente. Os bens de viajante, para que se enquadrem no conceito de bagagem devem ser, necessariamente, destinados a uso ou consumo pessoal do viajante, em compatibilidade com as circunstâncias de sua viagem, inclusive aqueles para presentear, ou destinados a sua atividade profissional, e não podem permitir a presunção de importação ou exportação para fins comerciais ou industriais, devido a sua quantidade, natureza ou variedade.”

Outro órgão que fica atento a restrições e regulamentos é a vigilância sanitária.

Itens como alimentos e medicamentos sujeitos a inspeção sanitária, plantas, sementes, animais e seus produtos, entre outros, somente depois de liberados pelas agências federais responsáveis, poderão ser desembaraçados e admitidos no País. Ou seja, uma plantinha (ex. uma Tulipa) que você ganhou de sua amiga na Holanda vai ficar retida pela vigilância sanitária e se esta plantinha ou substrato tiver resquício de alguma droga perigosa ou entorpecente pode te levar para a cadeia.

Uma dica importante é nunca levar encomendas para terceiros, a não ser que conheça muito bem esta pessoa, ou você poderá ser autuado por tráfico caso algo ilegal seja encontrado com você.

A bagagem de mão tem causado muitos transtornos na hora do embarque. Ela tem dimensões e peso limitados que devem ser respeitados. Além disto, há uma lista de itens permitidos e não permitidos que deve ser checada ainda em casa, antes de ir para o aeroporto.

Recomendamos aos passageiros que remédios, jóias, dinheiro, documentos importantes, papéis negociáveis, chaves, celulares (desligados), acessórios ou outros “objetos frágeis” e “de valor” devem ser colocados na bagagem de mão, obedecendo sempre o peso e o tamanho permitidos.

Mas e o equipamento de mergulho?

Realmente não está nesta lista porem reguladores e lanternas (sem pilhas) sempre coloco na mochila e nunca tive problemas. Apesar de não ser permitido se trata de um equipamento sensível, ou seja, se enquadram em “objetos frágeis”.

Lentes de máquinas fotográficas e principalmente domos e lentes convencíveis tem cores nos raios-X que levantam suspeitas nos fiscais.

Então vamos deixar estes itens bem fáceis de retirar da mala de mão para mostrar na vistoria.

Importante Líquidos em frascos de capacidade maior que 100 ml não são permitidos na bagagem de mão. Abaixo desta quantidade o passageiro deve acondicionar o frasco adequadamente (com folga) dentro de uma embalagem plástica transparente vedada, com capacidade máxima de 1 litro e tamanho máximo de 20 cm x 20 cm.

Todos os tipos de bebidas, shampoos, cremes, perfumes, loções, cosméticos, spray de cabelo, creme dental, desodorante sem forma liquida, gel, aerossol ou creme não podem ser embarcados com o passageiro.

Líquidos adquiridos em “free shops” ou a bordo das aeronaves podem exceder o limite estipulado acima, desde que estejam dispostos em embalagens plásticas seladas e com o recibo de compra à mostra, da data do início do vôo, tanto para passageiros *Bebidas para consumo imediato (sucos, refrigerantes e etc.) adquiridas na área de embarque após a passagem pela inspeção aeroportuária devem ser ingeridas antes do embarque na aeronave.

No caso de perfumes e bebidas adquiridos no duty-free, um profissional da própria loja deverá levar as mercadorias até a aeronave quando serão entregues ao passageiro.

Outros itens proibidos conforme Portaria 676 da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC): a bagagem de mão ou a despachada não poderá conter os seguintes itens: • Armas de caça (despachada somente como autorização); • Cilindros de oxigênio cheios (eles não sabem que é ar comprimido); • Baterias com líquido corrosivo, pouco usado hoje.

que embarcam como para aqueles em conexão; tal medida não garante a aceitação da embalagem selada por outros países, no caso de conexão em seus aeroportos.

A empresa aérea deve informar ao passageiro sobre a possibilidade ou não de retenção de seu produto, por autoridades estrangeiras.

Estão isentos desta regulamentação: medicamentos com a devida prescrição médica, alimentação de bebês e líquidos de dietas especiais – desde que, estejam na quantidade a serem utilizados no período total de vôo, incluindo escalas. Lembrando que, os mesmos deverão ser apresentados no momento da inspeção. Assim como objetos pontiagudos: faca, canivete, estilete, etc. Armas de fogo ou explosivos nem pensar.

Para maior segurança das malas despachadas muitos viajantes recorrem a cadeados super-resistentes com chaves ou segredos. Isso não garante a integridade de sua mala já que em alguns países, como os Estados Unidos, o TSA está autorizado a romper seu cadeado para averiguar o conteúdo de sua bagagem.

TSA significa Transportation Security Administration, órgão do governo americano responsável pela segurança nos meios de transporte. E isso inclui aviões e aeroportos. Muitas pessoas não sabem, mas quando viajamos para os EUA, não podemos despachar nossas malas e mochilas trancadas. Todas as malas são vistoriadas eletronicamente antes de entrarem no avião ou, na chegada nos EUA, antes de serem liberadas. Mas, em alguns casos, este sistema eletrônico encontra dificuldades em identificar o que está na bagagem, e os agentes abrem a mala para

olhar. Se a mala está trancada com um cadeado comum, eles quebram o cadeado e, muitas vezes, até danificam o zíper, são as regras de segurança e não há nada que possamos fazer.

Em conjunto com alguns fabricantes, a TSA desenvolveu cadeados especiais que são abertos com uma chave-mestra, preservando seu cadeado e sua mala. Estes são os cadeados TSA. Além disso, existe um indicador informando que o cadeado foi aberto! Realmente, são mais caros que os cadeados normais, mas pelo menos você não vai ter que trocar a mala em plena viagem!

Embalar as bagagens em plástico chamadas de “Protect Bags” dá uma segurança maior, pois é mais difícil de violar, por tanto se um gatuno tiver duas malas para escolher um com Protect Bag e outro sem advinha qual ele vai preferir abrir?

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Seguro de bagagem, que normalmente acompanha um plano de assistência não repara totalmente a perda, mas ameniza. Geralmente bons planos reembolsam em 100% o mesmo valor que as cias aéreas pagam pela mala perdida. Por exemplo, se a empresa aérea te pagar US 200,00 por sua mala, o seguro paga mais US 200,00, totalizando US 400,00. Pode não ser nem o valor de sua roupa de mergulho, mas é melhor do que nada.

Extravio de bagagem

Em voos nacionais A bagagem será considerada extraviada caso não seja entregue no seu ponto de destino. Quando isso acontece, deve-se procurar o representante da companhia aérea ainda no interior do setor de desembarque. O fiscal de Aviação da ANAC, localizado na Seção de Aviação Civil (SAC) nos principais aeroportos brasileiros, deve ser acionado em caso de problemas.

Confirmado o extravio, a companhia aérea tem um prazo máximo de 30 dias para a localização e entrega da bagagem. Após esse tempo, o passageiro deve ser indenizado pela companhia. Como medida de prevenção, o passageiro pode declarar os valores atribuídos à bagagem, mediante o pagamento de uma taxa suplementar estipulada pela companhia. Neste caso, a empresa aérea tem o direito de verificar o conteúdo da bagagem – e o valor da indenização é o declarado e aceito pela empresa.

Objetos considerados de valor, como jóias, papéis negociáveis ou dinheiro devem ser carregados na bagagem de mão, ficando a companhia isenta de responsabilidade sobre a perda ou dano. Em caso de danos à bagagem, vigoram as mesmas regras. Somente serão considerados, para efeito de indenização, os objetos destruídos ou avariados que tenham sido protestados.

Em voos internacionais A Convenção de Varsóvia limita a responsabilidade da companhia aérea em U$ 20 por quilo de bagagem extraviada. O passageiro também poderá optar por efetuar o despacho de seus pertences, resguardando-se através de uma Declaração Especial de Interesse. Este documento discrimina minuciosamente o conteúdo da mala. Somente com esta declaração é possível ser indenizado integralmente, prevalecendo a responsabilidade da companhia aérea sobre os bens ali contidos.

Bons planos de assistência são ótimos para encontrar bagagem extraviada, afinal de contas se não achar é prejuízo para eles também. Vale muito a pena adquirir um bom plano de assistência de viagem, que oferece outras vantagens como valores para compra de roupas, etc. Leia com atenção as regras dos planos, pois alguns não tem rastreamentos e seguro bagagem, possuem coberturas diferentes em valores e precisam ser acionados imediatamente após ocorrido. Não adianta chegar com notas ou recibo para reembolso.

Boa viagem! o) e Excursão to (Sandrã nal São Paulo e d gulho, ascimen io N eg o R d o r em sa sm ta mer r e ri especialis este 1993, Maste Sandro C rismo, Guia de Tu e viagens tu od d lh te u em g o en er ic g A m e al, Técn d n r io to ac ru rn st e Inte os, In Nacional s de 20 an tor NAUI. or há mai ru Mergulhad DI(MI 67943) e Inst .

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Legislação de Referência • Conteúdo bagagem da mão - Resolução ANAC n.º 7, de 28 de fevereiro de 2007.

• Medidas Bagagem na mão - Portaria 676/GC-5/ 13/11/2000), (IATA PassengerServices – Recomendação 1749).

• Conceito de bagagem - Portaria MF nº 440, de 30 julho de 2010 - Instrução Normativa da RFB nº 1059, de agosto de 2010Decreto nº 6.759/09 (arts. 87, 101, 102, 155 a 168, 689, 702 e 713).

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naufrágio

Comandante

Manoel Lourenço

Muita vida marinha povoa o naufrágio.

Texto e fotos Ricardo Marques Dias Sempre que visito este naufrágio faço uma viagem no tempo. No tempo em que na Ilha Grande existiu a colônia penal Cândido Mendes, localizada na enseada de Dois Rios, uma belíssima praia com duas ilhas bem na sua frente (Ilhas da Amarração).

Além de suas ruínas, o presídio também deixou marcas no cotidiano da ilha, já que a grande maioria de seus antigos moradores são ex-funcionários ou filhos destes. Outra decorrência de sua existência pode ser vista na forma de preservação, já que o medo e as restrições impostas pelo presídio frearam o boom imobiliário e turístico na região, assim como os mergulhos neste maravilho naufrágio, que era totalmente proibido até 1994, quando o presídio foi implodido.

O cargueiro a vapor Comandante Manoel Lourenço, con56 | DecoStop - Edição 36

struído em 1889 e pertencente ao Lloyde Brasileiro, fazia linha entre o Rio de Janeiro e Santos, tendo como uma de suas escalas a enseada de Dois Rios na Ilha Grande, para onde levava presos e suprimentos para o presídio.

No dia do sinistro, 17 de março de 1927, o vapor foi pego por uma forte tempestade e arremessado entre as duas ilhas da amarração onde acabou por encalhar e afundar. O naufrágio se encontra desmantelado sobre um fundo rochoso e arenoso, dos sete aos quinze metros, bem no meio das ilhas, o que torna o mergulho oportuno tanto para mergulhadores autônomos como para praticantes de snorkeling. A visibilidade pode variar bastante, de 2 a 20 metros, dependendo das condições do mar e da quantidade de chuva, já que ele se encontra próximo a praia que como o próprio nome já diz possui dois rios que podem, no período de chuva, contribuir para uma baixa visibilidade.

Um mergulho na história da ILHA GRANDE. O eixo

Apesar do longo período em que ficou intocado pouco restou do cargueiro de 60 metros de comprimento.

O naufrágio não possui penetrações, mas sua beleza cênica e exuberante vida marinha proporcionam aos amantes da fotografia sub ótimos motivos para suas fotos.

A dificuldade de acesso, devido a longa navegação em mar aberto, é facilmente recompensada com um mergulho de longa duração, já que o naufrágio se encontra em águas rasas.

Duas grandes caldeiras tubulares e dois longos eixos ainda com seus hélices bem danificados, se destacam dos demais destroços, que estão espalhados pelo fundo. Também podem ser observados cabeços de amarração, cavernames, partes da maquina a vapor do tipo Triple Expansion Engine, turcos, correntes, o grande leme, fragmentos de louças e azulejos entre outras partes não identificáveis.

Raias prego, tartarugas, caranhas, garoupas, cardumes de olho de

cão e robalos são alguns dos inquilinos deste pedaço da história da Ilha Grande. E por falar em história, não posso deixar de comentar uma no mínimo engraçada, sobre esse naufrágio, que os antigos moradores caiçaras contam.

Logo após o naufrágio ter ocorrido, o diretor do presídio na ocasião, mandou chamar dois detentos que tinham afinidade com o mergulho, para que, a bordo de um pequeno barco a motor, retirassem do naufrágio parte de sua carga e tudo mais que ainda pudesse ser salvo. Tudo andou bem, até que em um belo dia os dois detentos fugiram com o barco a motor e nunca mais foram encontrados! O naufrágio Comandante Manoel Lourenço é um tesouro da Ilha Grande assim como da história marítima brasileira, e como tal deve ser preservado.

Vamos preservar o nosso patrimônio e resguardar este e outros tesouros para as gerações futuras e próximos mergulhos!

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O leme.

Olho de cão no Manorl Lourenço

Um dia de boa visibilidade éum presente para os visitantes do local.

O Comandante Manoel Lourenço

Mais informações sobre os naufrágios na Ilha Grande www.abudefduf.com.br 58 | DecoStop - Edição 36

SCUBA

As Scuba Girls Brasil Kátia, Roberta e Viviane se reuniram em um final de semana em julho para mergulhar em Angra dos Reis com a equipe da operadora Océan e assim celebrar o primeiro ano de existência do grupo. O encontro foi organizado com a ajuda da instrutora Flávia Fonseca, na pousada Angra Fashion.

Além de alguns amigos mergulhadores, carinhosamente batizados como “Scuba Guys”, as SGB receberam três amigas que vieram de longe para realizar o tão sonhado batismo de mergulho: Ana Paula, gaúcha, que atualmente mora em João Pessoa, Liliane e sua filha Duda de apenas 10 anos, gaúchas que vivem em Rio Grande.

“O mergulho foi sensacional, a minha filha Duda mergulhou como um peixe, praticamente não teve medo nenhum, foi perfeita! E para mim foi muito gratificante vê-la mergulhar e poder compartilhar esse momento” diz Liliane.

Duda e Ana Paula receberam o treinamento na piscina da pousada com a instrutora Flávia para se sentirem mais seguras em seu primeiro mergulho no mar. Liliane, mãe de Duda, já havia feito diversos batismos e iria acompanhar a filha em seu primeiro mergulho.

Foi um mix de sensações: superação para a Ana Paula, diversão para a mais nova “scubinha” Duda, e emoção para mãe Liliane, que pôde mergulhar pela primeira vez junto à sua filha.

Ana Paula: “Busquei no mergulho a superação de um medo, a água! Lá estava eu, disposta, receosa, inquieta, entrando no desconhecido que, diga-se de passagem, é território dos peixes e não meu! Em estado de alerta uma descarga de adrenalina percorre 60 | DecoStop - Edição 36

nosso corpo, preparando-o para a melhor saída possível: lutar ou fugir! Resolvi lutar! Passado este momento de tensão, graças a atenção da equipe da Océan (na figura da Flávia) em parceria com as Scuba Girls após o treino fui ao mar! A sensação é indescritível é uma mistura de superação, encantamento e alegria! A natureza é uma benção e o mar uma dádiva dos Deuses! Fiquei encantada com o astral, a paixão e o profissionalismo dos mergulhadores. Mergulhar é seguro e te carrega para um mundo cheio de descobertas. O mar não é um obstáculo, é um caminho.”

As novatas voltaram para o barco em êxtase, e agora fazem parte do time de mergulhadoras! E para encerrar o encontro Kátia e Roberta fizeram o último mergulho no naufrágio Pinguino, local onde se conheceram. O bom tempo colaborou para um final de semana incrível de mergulhos das Scuba Girls Brasil, acompanhadas de amigos.

As Scuba Girls Brasil contam com o apoio da Aqua Lung na utilização de equipamentos e colaboram com os testes de equipamentos novos voltados para o público feminino que ainda não foram lançados no Brasil.

Girls se reunem em Angra

O próximo encontro já está marcado, acompanhem a página do grupo para mais informações: Facebook: www.facebook.com/ScubaGirlsBrasil Email: contato@scubagirlsbrasil.com.br Operadora Océan: www.ocean.com.br

04 | DecoStop - Edição 36

out SHOOT Brasil - Curaรงao UNDERWATER

Por Reinaldo Alberti Fotos Kadu Pinheiro Aconteceu no mês de maio em Curaçao, no sul do Caribe, um grande encontro de mergulhadores para falar e praticar o melhor sobre captação de imagens subaquáticas. O nome Shootout vem de “melhor tiro”, uma definição em inglês para a captura de um grande momento embaixo d´água. Esta idéia foi uma adaptação tupiniquim do que os americanos já fazem há alguns anos, levando dezenas de fotógrafos para o Caribe para passar alguns dias falando de imagens sub e praticando muito.

A operadora de turismo Arribatur, com apoio do Curaçao Tourism Bureau, da Operadora de Mergulho Ocean Encounter e do Hotel Lions Dive & Resort, organizou a ida de três importantes Dive Centers brasileiros, a Acquanauta de Curitiba, Scuba Point de São Paulo e a Mar A Mar de Belo Horizonte.

Foram quase 40 mergulhadores envolvidos entre fotógrafos, palestrantes e guias dos Centros de Mergulho.

O evento teve apoio e cobertura das revistas Divemag e Deco Stop, que presenteou os melhores clicks com assinaturas anuais.

O Shootout Curaçao foi composto por uma série de

palestras, onde a atleta de mergulho livre e modelo de foto sub Carolina Schrappe falou sobre como se comportar como modelo sub e interagir com o fotógrafo; Kadu Pinheiro falou sobre a importância da iluminação e como tirar o máximo proveito da luz natural e artificial; Daniel Botelho falou sobre composição fotográfica e Cristian Dimitrius falou sobre filmagens subaquática com equipamentos fotográficos. Além das palestras estes quatro convidados saíram todos os dias se revezando entre os barcos dos Dive Centers, dando dicas práticas e claro, capturando muitas imagens do colorido mar de Curaçao!

E foram dias festivos. Num clima de muita descontração, todos os mergulhadores presentes se divertiram muito nos mergulhos, nos almoços, a beira da piscina e em três festas, na abertura do evento, no meio da semana e no último dia, num excelente churrasco pé na areia, com direito a grupo de Carnaval típico de Curaçao e uma queima de fogos maravilhosa.

No ano que vem tem mais, já com data marcada, no próximo Corpus Christi, com mais uma vez com apoio da Deco Stop, de todos os envolvidos na organização do evento citados acima. Agradecimentos especiais a Aqualung e a Sea Sub, que também participaram dando valiosos equipamentos para os vencedores da melhor foto e da melhor sequência de vídeo!

Em busca dos tubarões mas esses números não estão ligados diretamente a prática do mergulho.

Tirando alguns lugares bem específicos como Fernando de Noronha, são raros os casos de poder encontrá-los em mergulhos pelo Brasil. Estudos comprovaram que o Atlântico já é considerado um oceano extremamente pobre e o tubarão está no topo da cadeia alimentar. Ele sempre está em busca de alimentos e muitos deles são extremamente nômades, vivem como se não houvesse qualquer fronteira, passeando nos litorais de todos os continentes, impossibilitando com isso um ponto de encontro específico. O litoral brasileiro, apesar de ser teoricamente o lugar de dezenas de espécies de tubarões, não é um ponto privilegiado para esse tipo de mergulho, como por exemplo, o litoral equatoriano ou as Bahamas.

Muito antes de encontrar meu primeiro tubarão durante os mergulhos, eu ficava imaginando a história de um amigo mergulhador que durante um mergulho na Ilha de Âncora em Búzios-RJ, apenas viu um tubarão passar pelo fundo, não demostrando qualquer reação que fosse,

mas mesmo assim decidiu que era hora de parar definitivamente com o mergulho. Infelizmente a cultura popular fez do tubarão um monstro, o que na prática não é verdade. E como pelo Brasil eu ainda não havia tido a sorte de encontrar somente um tubarão que fosse, resolvi sair trás desse primeiro encontro em água internacionais. Com o foco exclusivo nesse interesse, o lugar escolhido foi o Mar Vermelho e o principal motivo seria o encontro com o grande tubarão galha branca oceânico, um animal de beleza ímpar. Na bagagem eu carregava alguma prática do mergulho, nenhuma vivência com os tubarões e uma ansiedade muito maior que qualquer animal que poderia encontrar naquelas águas. E a cada mergulho uma frustação maior que a outra: grandes paredões, lugares mais que perfeitos para o encontro com o grande rei daquela região, mas mesmo assim nada aconteceu. Apenas um dia, aos 37 metros de profundidade, e ainda meio que distante, um pequeno tubarão martelo resolver aparecer por apenas alguns segundos e em uma distância nada animadora. A viagem ao Mar Vermelho em busca de imagens de grandes tubarões ficou reduzida a esse breve encontro.

Tubarão Martelo em meio ao cardume de peixe menores nas águas do Arquipélago de Galápagos.

O primeiro encontro com o tubarão baleia. A sensação é de estar ao lado de um enorme trem.

Texto e fotos Gilson Junior Se fosse possível dividir os mergulhadores em duas partes, eu diria que existem os que já encontraram com os tubarões e os que ainda não tiveram este enorme prazer. Praticamente em todas as conversas com alguém que não seja mergulhador a primeira pergunta é se não temos medo de tubarões. Eu particularmente não Tenho, mas também não tem como dizer que não fico ansioso antes de cair na água sabendo que o lugar está cheio deles. Infelizmente lugares que podemos encontrar com esses grandes peixes estão acabando.

Está cada vez mais difícil poder mergulhar em meio aos grandes reis. É com este princípio que cada vez mais vou buscando lugares para poder encontrar e admirar esse animal. Das quatrocentas espécies de tubarões, somente oitenta e oito são encontradas no Brasil,

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Panorâmica com os tubarões Galha Preta

De quem seria a culpa por ele não ter aparecido? A indústria pesqueira? A nossa falta de sorte? Não sei ao certo, mas mesmo assim o simples encontro com o martelo já me proporcionou uma felicidade que só iria ser superada tempos depois nas águas do Arquipélago de Galápagos. Já no caminho de volta para o Brasil planejava onde estaria indo em busca dos tubarões.

A África do Sul parecia ser o lugar ideal: águas do oceano Índico, mergulhos em áreas de arrecifes, muita vida macro, encontro com os tubarões mangonas e a outra metade da viagem o shark feeding com os tubarões Tigres. Talvez o grande encontro que já imaginava a tempos, sem gaiola, em mar aberto, muita comida na água e os tubarões a nossa volta. E praticamente um ano depois de chegar do Egito, embarco com destino a cidade de Sodwana Bay para os mergulhos com os mangonas e os tigres.

O continente africano já carrega um charme por si só de chegar a um ponto praticamente deserto. Pousamos na capital e pegamos mais um voo indo ao sul da África e ainda teríamos mais seis horas de van até a casa onde iríamos ficar. A operadora de mergulho local ficava montada sobre a areia, uma tenda apenas com o básico para os mergulhos. O bote ficava na areia e tínhamos que empurrá-lo e colocá-lo na água antes da arrebentação, que ficava um pouco fora da margem. Assim que todos os mergulhadores estavam a bordo e os motores aquecidos, o piloto aguardava o momento exato para poder cortar as ondas que castigavam o lugar. Lá os pontos de mergulhos são nomeados baseados em suas distâncias náuticas. Fomos explorando aos poucos aquele lugar em busca de imagens dos mangonas. Mas era época de reprodução da espécie e talvez seja esse o motivo por eles não terem aparecido. O ponto ideal para o encontro com esses tubarões seria o Seven Miles, um conhecido arrecife de berçário para os tubarões, mas que felizmente é protegido

por lei e definitivamente proibido de mergulhar. Quando saímos do Brasil, já sabíamos que era a época de nascimento dos filhotes e que correríamos o risco de não encontrarmos as species, mas se por acaso o encontro acontecesse, teríamos belíssimas imagens. Havia sim a grande possibilidade desse encontro porque os lugares são muito próximos uns dos outros, não estávamos em uma área distinta e afastada. Seriam grandes fêmeas em avançado estado de gestação, já não muitos ágeis e pelo menos eu acreditei que valia muito o risco de não poder encontrá-las. Aquelas águas guardam muita beleza e mesmo não havendo o mergulho juntos dos tubarões, o Índico ainda continua sendo praticamente perfeito. E infelizmente paguei o preço, viajar até lá e não poder realizar as imagens das grandes fêmeas de uma das espécies mais exóticas de tubarões.

Mas antes que fossemos para a segunda metade da viagem, e como no encontro com o martelo no Mar Vermelho, pude fotografar um tubarão guiter ainda naquelas águas, onde deveríamos encontrar os mangonas. E mais uma vez, um simples encontro e uma foto nem tão perfeita. Hora de levantar acampamento e partir para mais algumas horas de estrada até a cidade de Rock Point.

Esse talvez seja o grande início.

Até este dia não sabia o que é mergulhar, de verdade, com tubarões. Uma operadora de mergulho com toda infraestrutura e muitas, muitas fotos de tubarões que iam aguçando ainda mais minhas expectativas. Como no outro local iríamos de bote até o ponto de mergulho. O grande detalhe desta vez era o mar, ou melhor, as suas condições. O tempo havia virado e a superfície estava muito revolta, quatorze mergulhadores em um bote inflável que mesmo sendo empurrado por dois potentes motores, sofria muito com a força das grandes ondas. Houve situações que acreditávamos que o bote não ultrapas-

Tradicional imagem de Galápagos com as silhuetas do cardume de tubarões martelos.

saria a onda. Força total avante, motores “reclamando” e por fim cortávamos a crista e a sensação de estar descendo um tobogã. E mais uma onda, mais um momento de apreensão e assim foi mais de uma hora em mar adentro até o ponto de mergulho.

Ainda dentro do bote, aguardando a chegada de mais tubarões atraídos pelo engodo, uma mistura de óleo, peixes mortos e sangue, ficamos uns 30 minutos, e gradativamente a quantidade de barbatanas para fora da água ia aumentando. A sensação neste momento era de estar participando de um filme em que os tubarões eram os grandes vilões. O bote solto na superfície ao lado do suporte para caixa de isca e, rodeando nossa pequena embarcação, os tão sonhados tubarões. As orientações eram as seguintes: cair na água e ir até os sete metros de profundidade imediatamente, onde deveríamos manter a flutuabilidade. O local apresentava uma certa corrente que estaria levando a caixa com o engodo e os mergulhadores deveriam manter-se sempre do lado direito ou esquerdo da caixa, nunca na frente, principalmente para evitar que a mistura que saía da caixa não grudasse em nossas roupas e provocasse uma mordida acidental.

A profundidade local era entre 20 até mais de 30 metros. Em meio a pouca visibilidade, sem ponto de referência e, por estar em mar aberto muito distante do litoral, o contato visual com os demais mergulhadores era de extrema importância para que o mergulho ocorresse de forma tranquila.

Aonde a palavra “tranquila” entraria nesta situação? Há algumas milhas distante do litoral, lembrei de uma situação que pude presenciar naquele dia e no mínimo digna de um atestado de loucura: exatamente neste ponto, sobre um mar extremamente alto, sem qualquer ponto de apoio que fosse e simplesmente rodeado de muitos tubarões, inclusive a possibilidade do grande tubarão tigre, aparece um rapaz sozinho em um jet ski com equipamento de mergulho.

Ele cai na água, prende o jet em seu corpo com uma corda e faz o mergulho solitário em meio aos tubarões. E se o jet quebra? E se a corda se solta do corpo e ele não percebe? E se ele se acidenta estando naquele lugar sem uma companhia para ajudar?

Enfim, o guia nos dá o “ok” e o tão sonhado momento chega. Equipamento checado e caímos na água. Um, dois, três...... Dez, vinte, trinta, quarenta, já não sei ao certo quantos tubarões eram, mas eram muitos, de dois metros e meio a três metros. Não eram mais peixes pequenos, eram grandes tubarões. Por um lado, pelo outro, por cima, por baixo e eu ainda tentando descobrir onde estaria a corrente marítima, o que seriam os lados direito e esquerdo.

Praticamente impossível nesse momento haver uma organização perfeita dos sentimentos, que estão em alta, o coração quase fora de compasso e, para completar o estado de euforia, o guia que havia ficado a bordo do bote, desce até aos sete metros em apnéia, abre a caixa de engodo com a mão, empurra alguns tubarões que estavam mais famintos, retira algumas sardinhas da caixa e volta para superfície. Assim aconteceu durante todo o mergulho. Esse vídeo está postado em meu blog, quem desejar acompanhar um pouco como foi viver esses momentos, basta acessá-lo na coluna da direita da página.

Antes de cair na água, além das orientações de costume, recebemos também as orientações de como deveríamos nos comportar juntos aos tubarões, em especial os mergulhadores que estavam com equipamento fotográfico. Quando se dispara o flash, existe um 66 | DecoStop - Edição 36

tempo para que a bateria do flash possa ficar pronta para o próximo disparo e nesse período o equipamento de flash emite um som: zummmmmmm. E é precisamente este ruído que pode despertar nos tubarões uma certa curiosidade. Já os sons das borbulhas de nossa respiração afastariam os tubarões. Segundo alguns artigos que li, não é exatamente o som das borbulhas e sim o “falso” tamanho das bolhas que somado ao mergulhador acaba se tornando algo muito maior que o próprio tubarão, e como no mar a lei da sobrevivência é determinada pelo tamanho, ele se afasta imediatamente todas as vezes que respiramos durante o mergulho. Vale lembrar que isso é apenas uma hipótese que já pude comprovar algumas vezes, mas não necessariamente pode ser considerada uma arma contra tubarões mais agressivos.

Passados os momentos de estresse inicial, é hora de aproveitar o mergulho e começar a abusar. Por várias vezes reduzi o ritmo de minha respiração para que os tubarões pudessem se aproximar cada vez mais e nessa aproximação às vezes eles passavam do limite.

Levei várias trombadas dos tubarões que passavam se esfregando me dando vários sustos. Quanto ao disparo dos flashes era evidente. Sempre que o equipamento estava se recarregando algum tubarão ficava atento com aquele barulho agudo. As Ampolas de Lorenzini dos tubarões são sensores muito sensíveis, capazes de perceber sons e vibrações praticamente imperceptíveis, imagine então esses sons que até os seres humanos percebem claramente.

E ainda havia a hora de voltar para o bote com a superfície cheia de tubarões. Normalmente sou um dos últimos a sair da água, talvez seja pela prática do mergulho em apnéia que faço frequentemente e que me faz ter um consumo menor. De volta ao bote, vejo que os tubarões estavam se aglomerando ainda mais. Isso porque o ajudante que estava a bordo ficava jogando sardinhas na água para que eles ficassem em volta do bote a pedido dos “amigos” de mergulho. Eu ainda estava na água com dezenas de tubarões galha preta e não

sei ao certo se poderia ser um pouco de medo ou receio o que estava sentindo naquele momento, sempre atento em manter as regras de ficar com o corpo todo submerse e a respiração frequente para evitar um contato mais próximo com os animais.

Fui até o oceano Índico na costa africana em busca do encontro com o grande tigre, que infelizmente não apareceu. A época do ano era ideal, o lugar o melhor possível. O cenário não poderia ser mais perfeito. Mas infelizmente a frustação pela ausência dele veio na bagagem conosco e ficaria até a próxima data de embarque em busca de um novo encontro que iria acontecer somente no final daquele ano, onde nossos interesses estariam voltados para os cardumes de tubarões martelos e o fascinante tubarão baleia.

Arquipélago de Galápagos, ponto de encontro com a perfeição, lugar de colocar a prova tudo que se deseja em um mergulho e a frustração que havia ficado na bagagem da última viagem, daria espaço a necessidade de experiência para os mergulhos em território que fica exatamente sob a linha do Equador.

Anos na prática deste esporte, centenas de mergulhos, alguns encontros já realizado com tubarões, tudo isso seria testado naquelas águas que corriam com a mesma intensidade de nossos sentimentos. A época do ano era mais que perfeita para o encontro com os tubarões baleias, não tão boa para os cardumes de martelos que iram fechar a superfície como os galhas pretas na África.

Mas isso era apenas a teoria, acho que na minha imaginação o lugar não seria tão fantástico como realmente é. Caímos na água em busca do tubarão baleia, enorme, grande, majestoso, talvez mágico pelo poder que tem de hipnotizar qualquer mergulhador. Foram apenas alguns minutos dentro da água para aquele tubarão passar exatamente na minha frente. Foi tão próximo que nem a máquina estando em grande angular não o coube em minha lente e seu poder de hipnotizar não me deixou sequer pensar em qualquer regulagem do equipamento fotográfico.

Acredito que só lembrei que havia a necessidade de respirar porque é um ato involuntário. Mas não eram só os tubarões baleias, porque ao todo foram seis encontros, mas também haviam muitos tubarões martelos.

Disseram que não seria a melhor época para essa espécie, que em fevereiro há muito mais, mas mesmo assim ficar agarrado ao fundo, sob uma correnteza fortíssima admirando eles passarem a todos os instantes é muito além de qualquer mergulho. E a tradicional imagem de Galápagos, a visão da superfície com apenas a silhueta da forma exótica daquele animal é muito mais fascinante do que qualquer outra experiência em mergulho.

Ainda havia os menos favorecidos, praticamente esquecidos, os tubarões silks e os galapenhos, que não eram os meus grandes desejos em Galápagos, mas deram um show a parte. Especificamente em um mergulho, às seis horas da manhã, as margens da ilha de Wolf, havia um leão marinho na água e já comecei a imaginar

que o mergulho seria fora do normal, com um fundo em forma de plataforma a cerca de sete metros de profundidade, algumas pedras enormes as margens e a água infestada de tubarões martelos, silks e galapenhos. Todos pareciam estar a caça do leão marinho, o ambiente não transmitia muita estavam agitados, tranquilidade, nadadeiras peitoral abaixadas, o que significa estarem prontos para o ataque. Não sei dizer ao certo em que me garanto, mas certamente sinto a necessidade de participar, fico na vontade de me embrenhar em meio deles, e por vários momentos passaram muito próximos. Não sei ao certo o fim que o leão marinho teve, mas o tempo que ficamos por perto, ninguém perdeu a batalha. Esse mergulho estava apenas começando. Ainda iríamos para o azul, tirar as garrafas pets do equipamento e ativar os sensores dos tubarões. O simples fato de amassar uma garrafa de plástico com as mãos desperta o interesse dos tubarões, que começam a chegar aos poucos e,

O estudo sobre o comportamento, as características e principalmente como devemos agir quando estamos dividindo o espaço que pertence ao grande rei é de total importância para que nossas atitudes sejam o mais condizente possíveis quando estamos juntos de um animal que é o topo da cadeia alimentar. Na próxima edição irei falar sobre o que julgo fundamental, confesso que quando participei do primeiro frenesi alimentar com os tubarões não tinha muito conhecimento sobre eles, mas tive o enorme prazer de estar fazendo dupla com uns dos grandes nomes no assunto e isto, de certa forma, trouxe muita tranquilidade. Agora, com um pouco mais de experiência, alguns cursos na área, muitas leituras e uma paixão ainda maior por esses animais, me julgo no dever de expor tudo isto aos que desejam iniciar suas buscas por esses encontros.

Foto feita pelo meu dupla, momento que eu estava cara a cara com um Galha Preta nas águas da África do Sul.

nesse momento, o grupo quase todo já havia voltado para os botes de apoio. Estávamos na água apenas o guia, meu dupla e eu, equipamento fotográfico já desligado, colete praticamente inflado e uma das imagens que jamais irei esquecer: um último tubarão baleia em meia água e alguns golfinhos em sua volta como se fossem batedores da presidência! Essa foi uma imagem que infelizmente não deu tempo de ser fotografada, mas foi a despedida daquelas águas que correm com a mesma intensidade e força do lugar.

Ainda não sei para onde será o próximo embarque em busca dos tubarões.

Não sei qual espécie estará presente, mas o meu desejo continuará sendo o de costume, participar, viver o momento, fotografar, e a vontade de sempre transmitir como é estar na água rodeado de dezenas deles. É fundamental que se conheça um pouco sobre a teoria em geral dos tubarões, apesar de haver enormes diferenças de uma espécie para outra. O estudo sobre o com

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