Revista Deco Stop 25

PARA QUEM GOSTA DE MERGULHAR REVISTA TRIMESTRAL

ANO 6

Nº 25

AGOSTO / SETEMBRO / OUTUBRO 2009

R$ 12,00

Tubarões!

Contatos imediatos em Jardines

de la Reina

Karol Meyer

Mergulhamos no

Conquista o Caribe Vamos mergulhar em Bonaire?

Groix: a ilha francesa que te transporta para as Guerras Mundiais

navio “Da Lata”

Indonésia: o arquipélago do mundo

Seção Treinamento: mergulho de praia

2 - DecoStop - Outubro 2009

C

hegamos ao nosso sexto aniversário comemorando nossa maioridade. Após todos estes anos trazendo artigos feitos por mergulhadores para mergulhadores e de ter conquistado um espaço de honra no mercado de mergulho brasileiro, conseguimos o nosso diploma de graduação, a prova concreta de que a Deco Stop é muito mais que uma revista de mergulho. Este grande momento aconteceu em agosto, na ilha de Bonaire, onde foi realizado o Freediving Bonaire 2009. Fomos um dos pilares base deste evento idealizado pela atleta brasileira Karol Meyer, que a cada dia que passa merece mais a admiração de todos nós. Com uma extensa e invejável lista de recordes e realizações na apnéia, Karol tinha mais um objetivo: um projeto de mergulho livre aliado a tentativas de recordes de profundidade. E foi assim que aparecemos, lançando o nome da ilha de Bonaire para o local e iniciando os contatos entre as partes para que o sonho se tornasse realidade.

No principio a proposta enfrentou resistência, já que a famosa ilha vive de mergulho autônomo. Mas com um pouco de insistência e alguns meses de conversa, as coisas começaram a ficar mais atraentes para os empresários e para a turma responsável pela divulgação do turismo de Bonaire.

O currículo de Karol, seu profissionalismo e seriedade alavancaram o projeto que movimentou, como nunca antes, esta ilha que tem trazido ao longo dos últimos anos, nomes de peso como: Jan e Alexandra Cousteau, Paul DeLoach, Dra. Sylvia Earle, entre outros.

Pouco tempo antes de embarcar, Karol me escreveu dizendo que seria ótimo ter o lendário Patrick Musimu como treinador. De cara imaginei que ele a daria muito mais confiança e corri atrás para tentar encaixá-lo no esquema. E poucas horas depois e uns cinqüenta e-mails, conseguíamos garantir a presença deste atleta sensacional que só abrilhantou o projeto.

Chegando à ilha, fui recepcionado no aeroporto pelo “homem forte” do Buddy Dive Resort, Paul Coolen. Era sinal de que algo estava muito mal ou muito bem. Para meu alívio, tudo estava indo maravilhosamente bem! Como eu era o último a chegar e algumas partes do Freediving já tinham acontecido, a ilha estava muito movimentada e a repercussão era enorme. Karol tinha se transformado em uma estrela! E andando pela ilha na semana das tentativas de recorde comprovamos isso! Por onde eu ia as pessoas perguntavam: Como está Karol? Amanhã ela tenta de novo? God bless Karol!

A bandeira brasileira tremulou lá em cima e da melhor maneira possível. Nossa representante deu shows diários de profissionalismo, seriedade, humanidade e carinho a todos na ilha de Bonaire. A prova de que tudo o que estou falando é verdade é que mal o evento terminou e Buddy Dive, Karol e Patrick confirmaram a edição de 2010.

PARA QUEM GOSTA DE MERGULHAR

Diretor Rodrigo Coluccini Jornalista Responsável André Moreira Junqueira - MG 10191-JP Revisores Técnicos Roberto da Luz (Bob Light) Romeu Dib Revisão André Moreira Junqueira Foto Capa Gilberto Gaberdo Neto Editoração Andréia Alvarez Edwaldo Ferreira Impressão e CTP RC Gráfica | 31 3388-6463

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FOTO: www.antoniohusadel.com.br www.fotomundo.com.br

Editorial

Já tenho mais de duas décadas de mergulho, mas um evento como esse eu nunca tinha presenciado. Minha dica é que todos tentem participar no ano que vem.

E assim me enchi de orgulho por ter colocado uma pequena, mas resistente pedra na fundação de um evento tão espetacular, um evento de mergulho! E nós, da Deco Stop, amamos o mergulho!

A internet é uma ferramenta excepcional, todos nós sabemos disto.

Mas de alguns anos para cá ela se tornou um problema sério por causa de certos e-mails. São correntes, vírus, SPAM´s, sem falar nos falsos especialistas que propagam informações erradas e questionáveis que podem colocar em risco a segurança de nossa atividade.

O resultado desta sopa de ingredientes podres foi a criação de diversas políticas contra o uso de e-mails. Começou nas empresas e mais tarde acabaram sendo adotadas por todas as pessoas que possuem um endereço para uso pessoal. O que acontece é que no meio disto tudo também há material bom, mas que acaba sendo tragado para a lixeira. É o famoso ditado que diz que “os bons acabam pagando pelos maus”.

A Deco Stop é uma revista impressa e, apesar de não sermos perfeitos e nem termos esta pretensão, temos um baixíssimo registro de erratas em nossa história. Estamos aumentando nossa circulação gradativamente e agradecemos a você, nosso leitor, que nos indica aos amigos.

Se você precisa de informação sobre mergulho, com qualidade, aqui é o seu lugar e este é o nosso objetivo! Leia a Deco Stop!

Parabéns a todos que colaboraram com a revista, seja dando dicas, opiniões, críticas, matérias e imagens. Obrigado a todos. Nossa maioridade é bem vinda e é fruto de toda a comunidade do mergulho no Brasil!

Boa leitura e bons mergulhos!

Rodrigo Coluccini rodrigo@decostop.com.br

Colaboraram Nesta Edição: Antonio Husadel, Aline Zapp, Suellen Rodrigues, Renata Carvalho, Archimedes Garrido, Karol Meyer, Noeli Ribeiro, José Marques Meireles Jr., Paulo Dias, Gianni Beiral, László Mocsári, Reinaldo Alberti, Avalon Dive Center, Silvia Hidalgo, Raphael Fuganti, Jean-Louis Maurette, Christophe Moriceau, Sandro Cesar, Martin Cicilia, Celso Pontes.

A revista Deco Stop é uma publicação trimestral direcionada ao mergulhador brasileiro. Temos como objetivo suprir a necessidade constante de conhecimento que todo mergulhador necessita para realizar essa atividade.

Atenção: A prática de mergulho exige a realização de um curso específico.

Não incentivamos ou recomendamos que qualquer prática/procedimento ou técnicas ligadas ao mergulho sejam realizadas sem que um treinamento adequado tenha sido feito previamente.

As matérias ou opiniões apresentadas na revista, não refletem necessariamente a opinião do editor, sendo de total responsabilidade de seus autores.

www.decostop.com.br

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FOTO GILBERTO GABARDO

Sumário

12 FREEDIVING BONAIRE/2009

O projeto que pediu BIS

Por Renata carvalho Fotos Renata Carvalho, Rodrigo Coluccini, Karol Meyer, Gilberto Gabardo Neto e Archimedes Garrido

18 Seção Treinamento

44 Cinderela de Neoprene

Por Gianni Loures

não existe mais

Texto e fotos Paulo Dias

Por Sandro César

Por Paulo Dias Fotos Gianni Beiral

46 DA HORA II: o naufrágio que 48 Turismo

50 TUNAMAR: O Navio da Lata 54 Em busca de novos naufrágios

em Arraial do Cabo Por Letícia Santos

Por Reinaldo Alberti

Rafael Fuganti

24 Encantadores de tubarões

de Arraial do Cabo

nos Jardins da Rainha

Texto Paulo Dias Fotos Celso Pontes

Por Reinaldo Alberti Fotos Avalon Dive Center

30 Indonésia: o Arquipélago

o uso dos Rebreathers

Texto e fotos László Mocsári

do Mundo

Texto e fotos Noeli Ribeiro

Por Romeu Dib

Bonaire?

Por Rodrigo Coluccini Fotos Renata e Rodrigo Coluccini

Texto Jean-Louis Maurette e Christophe Moriceau, integrantes do Expédition Scyllias Fotos Jean-Louis Maurette Croquis por Olivier Brichet

20 Leitor Colaborador:

36 Vamos mergulhar em

Fale com a gente!

Você quer dar sugestões, tirar dúvidas, fazer comentários ou participar das seções da Deco Stop? Entre em contato conosco. Tel.: 31-3388 6463 - Segunda a sexta de 10 hs as 16 hs.

Fax.: 31-33886463 - Carta: Revista Deco Stop - Rua João Batista Vieira, 855 – Bairro Camargos - CEP 30525-395 – Belo Horizonte – MG E-mail: rodrigo@decostop.com.br - Site: www.decostop.com.br Para contato, não esqueça de colocar seu nome completo, endereço com cidade e estado, telefone e data de nascimento.

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56 O naufrágio da moréia verde 58 Restrição de Carboidratos e 64 Equipamentos

68 Groix, a ilha dos naufrágios

Para assinar, acesse o site www.decostop.com.br e clique em Assine já. O processo é rápido e fácil.

Se você tem interesse em adquirir exemplares anteriores, acesse o link www.decostop.com.br/edicoes/index.shtml para conferir os exemplares em estoque e www.decostop.com.br/atrasados.shtml para adquiri-los ao preço do exemplar de capa atual.

Para anunciar entre em contato via e-mail através do endereço rodrigo@decostop.com.br

Clean Up Day

é realizado em Guarapari Os mergulhadores são os guardiões de nossos ambientes subaquáticos

N

o dia dezenove de setembro de 2009 a operadora Acqua Sub fez a diferença nas águas de Guara-

pari.

O staff e vários voluntários participaram desta ação de limpeza que ocorre em mais de cento e vinte países e coordenado pelo projeto AWARE.

É claro que os problemas da poluição de Guarapari não foram resolvidos, mas o objetivo foi aumentar a consciência do público para os problemas e impactos que jogar lixo causa ao ambiente; coletar dados e criar soluções para os problemas e fornecer informações para governantes locais e comunidades.

Com uma visão única do mundo subaquático, mergulhadores vêem em primeira-mão os efeitos de nosso descuido. Assim, retiramos diversos tipos de objetos poluentes à vida marinha como baterias/pilhas, fraldas descartáveis, colchões, linhas de pesca, anzóis, plásticos e uma enorme gaiola usada como presa no naufrágio Victory 8B (maior recife artificial da América Latina).

Contamos com o apoio da TV Local e do IEMA (Instituto Estadual de Meio Ambiente).

Saiba mais, acesse www.acquasub.com.br

Mergulhando na inclusão social Por Aline Zapp e Suellen Rodrigues

ONG leva portadores de deficiência para mergulho na Ilha dos Papagaios, em Cabo Frio, litoral do RJ

S

e até São Pedro - conhecido popularmente como o “porteiro” do reino dos céus colaborou com um dia de sol que contrastava com o mar paradisíaco, ninguém mais impediria que esse dia entrasse para a história do mergulho e da vida de pessoas com deficiência.

Do canal do Itajuru, saíram dois barcos com destino à Ilha dos Papagaios. Um lugar com águas claras e muito frequentado por mergulhadores. Lá, uma equipe com mais de cinquenta pessoas entre professores de educação física, fisioterapeutas, mergulhadores, profissionais da Guarda Marítima e Ambiental, do Corpo de Bombeiros e da Marinha do Brasil, entraram em ação.

Pela primeira vez, vinte pessoas com deficiência tiveram a oportunidade de conhecer o universo subaquático e se emocionar com uma mistura de sensações e percepções nunca antes experimentadas. Eram deficientes visuais, auditivos, mentais, portadores de Síndrome de Down e cadeirantes.

De dois em dois eles esqueciam suas limitações físicas e desciam do barco para conhecer o fundo do mar. Silvonete de Azevedo Batista, deficiente visual, aguardava ansiosa pelo mergulho. “É uma sensação maravilhosa. A gente se sente livre. Lá embaixo a gente pode tudo. Há tempos que não mergulho, quando vou à praia só molho os pés. Poder mergulhar é fantástico, eu pude sentir cada pedacinho do mar”, confessou.

Do outro lado do barco, era a vez de Gregório de Negreiros Caldas. Vestindo traje completo de mergulho

e acompanhado pela mãe, o rapaz de vinte e sete anos saía da cadeira de rodas e, aos poucos, entrava no mar. A superação comoveu aqueles que assistiam à cena. No rosto do rapaz era possível observar a expressão de êxtase e encantamento. Gregório tem uma doença chamada Encefalopatia Crônica da Infância, conhecida popularmente como Paralisia Cerebral. A lesão aconteceu durante o parto, devido a um erro médico. Um trauma que não pode ser revertido, apenas amenizado.

Ruth Fernandes Negreiros, mãe de Gregório, sempre fez questão de que o filho levasse uma vida ativa e para entender melhor a doença e poder ajudá-lo, cursou fisioterapia. Aos três anos de idade, Gregório já fazia natação e alguns anos depois começou a praticar apnéia. Para Ruth, o Abene Mergulha é muito mais que um evento de estímulo ao esporte e lazer, pois resgata a cidadania e dá as pessoas com deficiência o direito de se divertir, sair e trocar experiências. “Muitas pessoas com necessidades especiais ainda vivem isoladas e são tratados com preconceito. A Abene contribui para essa inclusão social e também para chamar atenção das autoridades para o cumprimento das leis”, concluiu Ruth.

Proposta inovadora A Abene (Associação Brasileira de Estudos e Necessidades Especiais) nasceu da necessidade de romper com as barreiras encontradas pelas pessoas com deficiência para ter acesso a atividades de lazer, esporte, recreação e turismo, promovendo a inclusão dessas pessoas. A ONG surge num momento em

que muito se fala em igualdade de direitos e socialização dos desiguais, porém, na prática pouco se vê. “Precisávamos fazer alguma coisa para mudar a situação das pessoas com deficiência na Região dos Lagos e demos o primeiro passo”, afirmou Flávio Barreto, um dos fundadores da entidade.

A Abene tem como proposta não só incluir as pessoas com deficiência no mercado de trabalho, nas universidades, cursos de idiomas, eventos culturais e esportivos, mas também alertar a sociedade sobre o preconceito. “É preciso mudar essa visão de que as pessoas com deficiência são inúteis e só ficam em casa. Muitas estão no mercado de trabalho, dirigem seus carros, frequentam faculdades, vão à praia, bares, cinemas, praticam esportes, ou seja, levam uma vida como qualquer cidadão, mas quando alguém percebe isso se espanta e diz: Nossa, você dirige? É esse tipo de pensamento que devemos mudar. Digo isso porque estou paraplégico há dezessete anos”, ressaltou Flávio.

ABENE mergulha Segundo Marcelo Vassalli, presidente da ONG, o projeto Abene Mergulha foi o primeiro passo para a consolidação de um sonho. “Nossa ONG não é assistencialista. Temos uma visão de inclusão muito mais abrangente do que se pratica hoje”, esclarece.

Ainda de acordo com Vassalli, a Abene tem previsão de lançar projetos surpreendentes este ano.

Números alarmantes De acordo com o último censo do IBGE, 24,5 milhões de brasileiros possuem algum tipo de deficiência. Este número representa o equivalente a 14,5% da população do país. Em Cabo Frio - RJ (sede da Abene), não é diferente. De acordo com dados da Prefeitura, o município possui aproximadamente 166 mil habitantes, dentre os quais se estimam 24.000 pessoas portadoras de algum tipo de deficiência. A maioria não tem acessibilidade e faltam políticas públicas que possam incluí-las na sociedade. A Abene pretende chamar atenção das autoridades, contribuindo para que as pessoas com deficiência sejam incluídas ao convívio social.

A operadora Litoral Sub colaborou com as operações de mergulho - www.litoralsub.com.br

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Grande festa de inauguração do novo escritório Naui Mercosul

A

partir de Agosto a NAUI MERCOSUL estará atendendo seus membros no novo escritório, na Cidade de Jundiaí.

A Inauguração aconteceu no dia vinte e oito de Agosto com um grande coquetel e a presença de mais de duzentos convidados. O coquetel foi patrocinado pela operadora Arribatur e Governo de Bonaire e demonstra confiança e apoio à NAUI MERCOSUL. Segundo Alvanir S. Oliveira, o Jornada, o novo escritório tem uma área cinco vezes maior e sua localização privilegia os instrutores da capital e do interior de São Paulo, além de estar a apenas trinta

minutos do Aeroporto Internacional de Viracopos. Mais amplo, moderno e melhor equipado, o novo escritório oferece um atendimento rápido e desburocratizado, o que facilita a vida dos Instrutores e dos Dive Centers, tornando-os mais competitivos em suas respectivas áreas de atuação.

NAUI SERVICE CENTER MERCOSUL Av. Pedro Blanco da Silva 681 , conj 3 JUNDIAÍ SP (011) 4491-0031 (011) 4491-1962 atendimento@naui.com.br www.naui.com.br

Importadores, operadores de turismo, imprensa especializada, autoridades, instrutores de mergulho e proprietários de centros de mergulho prestigiaram o evento e não pouparam elogios ao novo projeto, solidificando ainda mais a NAUI como uma das mais respeitadas certificadoras no bloco do MERCOSUL.

FIELO - I Feira Integrativa

de Empresas Ligadas à Oceanografia Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo 25 a 28 de agosto de 2009

A

DIVE BUDDY, escola paulista de mergulho participou de mais um evento importante relacionado ao mergulho, a FIELO: Feira do Instituto de Oceanografia da USP. A FIELO foi idealizada, principalmente, para alunos de oceanografia e outros alunos de ciências do mar e áreas correlatas como geologia, biologia, física e química, mas foi aberta a todos os alunos de outros cursos, além de empresários, funcionários e ao público interessado, inclusive de fora da comunidade da universidade.

A DB, como carinhosamente é chamada, marcou presença com seu estande, di-

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vulgando o que é o mergulho e como deve ser realizado.

Com o interesse constante dos estudantes e professores, pudemos sentir o espírito da feira, onde “mentes brilhantes” passavam pelos corredores e nos faziam perguntas mais do que pertinentes sobre a atividade, com diversas dúvidas esclarecidas e muita, mas muita conversa sobre como deve ser tratado o nosso planeta água.

A Course Director Silvia Hidalgo ministrou uma palestra no auditório de Oceanografia da USP para estudantes e professores sobre como o mergulho recreativo pode ser usado como fonte de

contemplação e ferramenta de trabalho.

Foi citada a importância do desenvolvimento pessoal de cada mergulhador que pretende utilizar o mergulho como uma ferramenta de campo, os passos a serem seguidos e os equipamentos que devem ser utilizados para uma prática segura e proveitosa.

Novamente sentimos que a atividade do mergulho marcou um “gol” de placa!

Saiba mais, acesse www.divebuddy.com.br

Outubro 2009 - DecoStop - 9

10 - DecoStop - Outubro 2009

Nina e a Tartaruga

Um livro para os futuros mergulhadores

O

encontro de uma menina de sete anos com uma tartaruga marinha recém-nascida é o ponto de partida do livro infantil “Nina e a Tartaruga” obra de estréia da jornalista Cláudia Prosini. Nesta história de amizade e proteção à natureza, a relação entre a pequena Nina e a tartaruguinha serve de mote para apresentar às crianças a difícil luta pela sobrevivência da espécie Chelonia mydas, ameaçada de extinção.

Desde seu nascimento, no Arquipélago de Fernando de Noronha, a tartaruga marinha encontra muitos obstáculos para conseguir chegar à fase adulta. Ao conhecê-la melhor, Nina se envolve de tal forma com sua nova amiga que passa a se sentir responsável por ela. É isso o que pretende o livro Nina e a Tartaruga: fazer que as crianças de todas as idades se sintam parte importante na luta pela preservação da natureza.

O projeto O livro é uma produção independente, que surgiu de um encontro de amigos.

A autora conheceu Nina em Fernando de Noronha, quando ela ainda estava na barriga da mãe. Logo que Nina nasceu, Cláudia se encantou com a menina de cachinhos longos e dourados, que gostava de ouvir histórias e prestava muita atenção em tudo o que “tia” Cláudia lhe contava – muitas vezes em forma de desenhos, que viravam pequenos livros improvisados. Incentivada a transformar aquela brincadeira em um projeto de verdade, Cláudia decidiu colocar sua história no papel.

Foi em um encontro com outros dois amigos, Thiago e Flávio, que também conheciam o Arquipélago e a pequena Nina, que a idéia do livro ganhou forma.

Flávio Costa contribuiu com a experiência de diagramação de livros e projetos gráficos de sua Z-dizain Comunicação, em Recife. Thiago Lyra, designer e ilustrador, fizeram os desenhos.

Nina e a Tartaruga agora é realidade. E não se espante se, em breve, Nina conhecer novos amiguinhos por aí.

Serviço Público: o livro é recomendado para crianças de 4 a 8 anos.

Preço do livro (no lançamento): R$15,00 Dados: Impresso em policromia, com 28 páginas, em papel reciclado.

Contatos: (11) 8282-8074 (Thiago Lyra) e (81) 9954-3435 (Cláudia Prosini) ninaeatartaruga@gmail.com

Deco Gourmet Por Meireles Jr. FILÉ BARBOTECO (Medalhões de Filé com Arroz Piemontês e Legumes Salteados)

Arroz Piemontês Aquecer 100 ml de óleo em uma panela. Refogar em seguida, repicado, 2 gramas de alho e 50 gramas de cebola. Acrescentar ½ kg de arroz ao refogado de alho e cebola.

Adicionar 1 litro de água, deixar o arroz cozinhar em fogo brando com a panela semi-aberta até ficar cozido e solto. Se necessário acrescente um pouco mais de água. Reservar.

Em outra panela, refogar 100 gramas de cebola em 35 gramas de manteiga até murchar. Acrescentar 200 gramas de champignon ao refogado de cebola e 150 ml de vinho branco, deixando o álcool evaporar. Coloque ½ litro de creme de leite fresco até ferver e depois acrescente o arroz, misturando.

Finalizar com 150 gramas de parmesão ralado. Se necessário acrescente sal a gosto.

Medalhões de Filé Cortar os medalhões de filé com 100 gramas cada um. Envolver os medalhões com tiras de bacon, temperá-los com sal e pimenta do reino na proporção de 20 gramas de sal para cada kg de filé.

Em uma frigideira, grelhar os medalhões selando-os dos dois lados e nas laterais. Depois de selados, eles devem ser regados com o molho madeira.

Molho Madeira Esquentar 50 ml de óleo dentro de uma panela funda. Refogar 2 kg de aparas de carne até dourar bem. Acrescentar 500 gramas de MIREPOIX (cebola, cenoura, salsão e alho porró) na panela até corar levemente.

Acrescente 100 gramas de massa de tomate.

Quando uma “crosta” estiver se formando no fundo da panela, deglaçar com 200 ml de vinho madeira. Acrescentar 2 litros de líquido (água ou fundo de carne). Temperar com sal e deixar cozinhar lentamente por 3 horas. Coar em chinoix, engrossar com roux escuro (40 gramas de manteiga para 40 gramas de farinha de trigo).

Deixar reduzir e acrescentar os champignons laminados Legumes Salteados na Mateiga Em uma frigideira, aquecer 100 gramas de manteiga. Acrescentar ervilhas e palmitos, uma pitada de pimenta do reino e uma pitada de sal, saltear os legumes e reservar.

Arroz Piemontez, Medalhão e Legumes

SORVETE A LA MANSSUR (Calda de banana e maracujá com sorvete de creme)

Cortar 1000 gramas de banana comum em rodelas e colocá-las em uma panela com 250 gramas de açúcar refinado. Acrescentar 100 ml de suco de limão e deixar cozinhar até começar a dourar acrescentando água aos poucos. Finalizar com 100 ml de polpa de maracujá com as sementes e deixar ferver.

Acrescentar 5 gramas de pimenta do reino moída e um cálice de licor de Cassis.

Servir com sorvete de creme e enfeitar com folhas de hortelã.

BOM APETITE !!!

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Sorvete de Creme com molho de Maracujá

FOTO GILBERTO GABARDO NETO

FREEDIVING BONAIRE/2009 O projeto que pediu BIS

O

ano de 2009 foi de muitos desafios e realizações para a apneísta Karol Meyer, mais conhecida como Karol “Peixe” devido à sua paixão não só pela água, mas por toda a vida marinha.

Como se não bastasse, ela conquistou este ano um novo recorde mundial de permanência submersa, o quinto de sua carreira, se tornando o ser humano com a maior apnéia do mundo, com exatos 18 minutos e 32 segundos, que lhe garantiu a entrada no Guiness TM! Mas Karol não iria parar por aí. Ela queria mais.

O Projeto O projeto, que acabou denominado “Freediving Bonaire 2009”, teve seu início há dois anos. Sonho e idéia de Karol Meyer, que queria bater o recorde dos cem metros em lastro variável. Mas faltava definir local e conseguir apoio para a sua viabilidade. “É preciso muito investimento para uma viagem e toda a logística e segurança em profundidade.” diz Karol 12 - DecoStop - Outubro 2009

Mas quando esteve ministrando um curso de mergulho livre em Belo Horizonte, Karol comentou com Rodrigo Coluccini sobre esse tão planejado e sonhado projeto e das suas dificuldades.

E Rodrigo estava certo: ele e Karol correram atrás, fizeram seus contatos e toda a estrutura necessária foi conseguida no exterior. O sonho começou a se transformar em realidade: chegar aos cem metros!

Rodrigo quis ajudar e sabia bem onde buscar o apoio: Bonaire.

E tudo partindo e utilizando do maior trunfo e chamariz de todos: a própria Karol Meyer. A mais conceituada mergulhadora em apnéia do mundo se uniu a pessoas e empresas que acreditaram. E quando

“Estive em Bonaire em 2008 e pude perceber o verdadeiro interesse da Ilha no mergulho e também o empenho e mente aberta das empresas e responsáveis pelo turismo em ouvir e apoiar. Conheci pessoas fascinantes e interessadas em inovar, por isso pensei nelas. Entrei em contato com Yasmim Perez da Corporação de Turismo de Bonaire, com o Buddy Dive resort e Sun Rentals, que, em minha opinião, são empresas que não só acreditam, mas investem muito no mergulho em si e também no mercado brasileiro. Pensei também nas companhias aéreas Avianca e Insel Air, que também estão sempre dispostas a ajudar”. Afirma Rodrigo Coluccini.

Karol Meyer do Brasil!

FOTO ARQUIVO KAROL MEYER

Por Renata carvalho Fotos Renata Carvalho, Rodrigo Coluccini, Karol Meyer, Gilberto Gabardo Neto e Archimedes Garrido.

FOTO GILBERTO GABARDO NETO

forças e crenças se unem desta forma, tudo tende a dar muito certo.

“Amigos especiais fizeram com que eu não desistisse do projeto. Em meio às dificuldades, sempre me enviavam uma palavra de motivação, uma ajuda, uma idéia, um contato; dentre eles destaco o incansável Rodrigo Coluccini e também, Clécio Mayrink, minha família e amigos do mar.” conta Karol.

Patrick Musimu O projeto ainda contou com a participação especial do maior campeão de todos os tempos na modalidade No Limits: Patrick Musimu. Atuando como técnico de Karol, sua presença foi um dos pilares da estrutura do evento, que primou pela segurança e profissionalismo. Para quem não sabe, Patrick atingiu a incrível marca de 209,6 metros de profundidade em apnéia, na categoria No Limits.

De grande importância para o sucesso do projeto destacamos também a presença de Gilberto Gabardo Neto, o Giba, marido e safety diver de Karol.

A Primeira etapa A primeira etapa do “Freediving Bonaire 2009” teve início no Brasil, através de meses de treinamento realizados em Florianópolis junto à Academia Racer, ao Lira Tênis Clube, ao Yogashala e à operadora de mergulho Cultura Subaquática.

E foi dentro desta etapa que foi alcançado o recorde mundial de permanência submersa.

Logo após conquistar o recorde, a atleta seguiu para a famosa ilha de Bonaire, no Caribe, para treinar em busca de novas marcas internacionais.

A apnéia bem feita garante bons momentos debaixo dágua

O Transporte O Freedive Bonaire 2009 contou com o apoio da Avianca e Insel Air. “Cheguei na ilha Caribenha via Avianca e Insel Air, duas companhias de tradição aérea que fizeram milagres para transportar todo o meu equipamento, com um atendimento inacreditável. Cheguei a Bonaire descansada para os treinos que estavam por vir e segura de que toda a minha bagagem com equipamentos foi bem cuidada. Qualquer falha neste aspecto poderia levar o projeto ao insucesso.” conta Karol.

Segunda etapa: Bonaire A atleta e seu marido ficaram hospedados no Buddy Dive Resort, um dos principais patrocinadores, que forneceu toda a infra-estrutura, que é gigantesca e muito cara, para os sonhados mergulhos. O Buddy é um dive resort completo, com três excelentes barcos de mergulho, operadora de mergulho completa e equipe de mergulhadores técnicos qualificada para fazer os mergulhos de treinamento e as tentativas de recorde. Lá também são preparadas todas as misturas como Nitrox e Trimix.

Os treinos Os treinos foram realizados em frente ao hotel, no Buddy Dive Reef, sendo que os primeiros dias foram de aclimatação e mergulhos mais rasos.

Na seqüência, o “sled” (máquina desenvolvida pela atleta para as descidas) foi colocado na água para teste.

“Nesta disciplina você precisa desenvolver o seu próprio veículo para ir para o fundo. Como um carro de

Outubro 2009 - DecoStop - 13

Na superfície, juízes oficiais AIDA, câmeras, mídia especialmente convidada, Revista Deco Stop e Brasil Mergulho, apoiadores, os médicos especialistas Dr. Richard van der Vaart e Dr. Fransson com equipamentos de reanimação e primeiros socorros, o coach Patrick Musimu, o marido Gilberto Gabardo Neto e mais uma lancha rápida a disposição, além de ambulância e hospital com câmara hiperbárica preparados para qualquer necessidade!

Três novas marcas e seis novos recordes!

Horas antes de embarcar Karol realiza exercicios e alongamentos

FOTO RODRIGO COLUCCINI

A atleta realizou três novas marcas sul-americanas, atingindo as seguintes marcas:

corrida, precisei dar ajustes, fazer consertos e me adaptar à velocidade ideal. No fundo você abandona a máquina e volta com esforço próprio.”

“Durante uma parte do mergulho os alarmes (avisos de profundidades dados pelos mergulhadores de segurança) ajudam depois o silêncio e a concentração tomam o controle da descida.”

“O lastro variável exige muita técnica de compensação, relaxamento e adaptação do corpo a grandes profundidades” (conta Karol) Para a realização dos treinos em profundidade, uma bóia foi colocada na profundidade de cento e cinquenta metros com a autorização do Parque Marinho de Bonaire, para que a atleta pudesse ter um ponto fixo de treino.

Para lá seguia a embarcação “Sport Diver II” levando a atleta e toda a equipe.

A evolução foi rápida graças ao trabalho do técnico Musimu, da preparação física e mental realizada no Brasil e a toda segurança colocada à disposição pelo Buddy Dive Resort. Condições necessárias para que a atleta pudesse se sentir tranquila para avançar na profundidade.

Antes de entrar no barco Karol se concentra, medita e faz uma sessão de Yoga.

Dentro do barco faz mais exercícios de respiração e meditação e só então cai na água para o aquecimento. Após o aquecimento a atleta dá um sinal para o técnico, que informa à equipe e juntos prosseguem na contagem regressiva de dez minutos, onde os mergulhadores técnicos seguem para profundidades pré-estabelecidas para acompanhar todo o mergulho e intervir se necessário. É um momento de tensão para todo o grupo.

“Os aquecimentos antes do mergulho profundo são essenciais para uma excelente viagem submarina. Neles encontro a paz e a concentração para partir!”(Karol) 14 - DecoStop - Outubro 2009

84, 87, e 93 metros de profundidade. Todas na disciplina lastro variável (atleta desce com sled e sobe com esforço próprio), que também é válida como marca para o No Limits (atleta sobe com o lift bag) quando superior e requisitada pelo atleta à entidade.

Com estas marcas, Karol registrou seis novos recordes sul-americanos e também alcançou a posição de terceira melhor no mundo no lastro variável.

Karol Meyer atinge a incrível profundidade de cem metros!

Os dias de treino seguiram e a tão sonhada profundidade dos cem metros também foi alcançada! Entretanto, os dois dias seguintes de tentativas foram cancelados, pois o clima mudou com o furacão Bill que passava pelo Caribe, tornando o mergulho arriscado demais.

“Foi como uma viagem à lua em uma nave que você mesma construiu. Fiquei muito feliz em chegar à marca histórica de Jacques Mayol. Pouquíssimos atletas chegaram lá. O que me deixou ainda mais feliz foi o fato de eu ter tocado os cem metros com tranquilidade e total controle da técnica de compensação. Quando isto aconteceu, eu realmente percebi que tinha “aberto a porta” para um novo mundo.

O fato de receber a aprovação do Musimu de que eu estava preparada para um recorde mundial, também não poderia ser mais gratificante!”conta Karol.

Outras atrações do evento Palestras Durante toda a sua estadia em Bonaire, o Buddy Dive Resort ofereceu palestras ministrada por Karol e também por Musimu, onde os atletas puderam dividir com o público sua história, trajetória, objetivos e sonhos. O público interagiu e fez muitas perguntas. O mergulho livre despertou bastante interesse.

A Clínica Mesmo atolada em treinos, reuniões, decisões e planilhas, Karol encontrou forças para ensinar. O cansaço dava lugar a um entusiasmo contagiante, daqueles vistos apenas em pessoas que fazem o que realmente amam.

Pude participar de algumas fases da clínica e o que vi foram alunos extasiados com as novas experiências, com o contato com Karol, Musimu e com as diversas possibilidades e modalidades que o mergulho livre oferece.

FOTO GILBERTO GABARDO NETO

A descida para o recorde

Foi muito gratificante ver a satisfação com que Karol observa seus alunos e suas evoluções. Ela respeita os limites de cada um e se diverte muito com eles.

Houve três momentos marcantes, dois deles denominados por Karol como “Freediving Adventures”: 1-Sessão Freedive no naufrágio do Hilma Hooker Os alunos puderam testar o que aprenderam em um dos mergulhos mais lindos da ilha, que normalmente é feito com cilindro. Poder visitar o navio no fundo só no pulmão já valeu o curso. Foi diferente de tudo.

2- Saída de barco para apnéia em Jefrey Reef: Experimentar esta saída para um mergulho em apnéia foi empolgante.

Em duplas, mas também em grupo, caímos na água e fizemos um passeio muito divertido. Curtimos o mergulho livre na sua forma mais pura, cada um apontando tudo que via aos outros do grupo. Voltamos ao barco extasiados e felizes.

Freediving Adventures é um programa de mergulhos de aventura desenvolvido por Karol em points especiais. São os momentos de aventura, que ficam gravados em nossa memória.

“Permitir que os alunos experimentem a sensação de um verdadeiro Free Dive (mergulho livre), o não competitivo, em completa contemplação da natureza em apnéia, é também uma missão para mim.”

O mergulho livre (em apnéia) é uma vitória da vontade sobre a necessidade, do espírito sobre o corpo.

Exige muito mais coração do que pulmão, numa completa alquimia entre não respirar, estabilizar a mente e movimentar-se suavemente na água. Isso nos leva a encontrar paz interior, nos desligando do mundo estressante que normalmente criamos ao nosso redor.

Somente desta forma é possível, realmente, observar Outubro 2009 - DecoStop - 15

3- Mergulho no sled do Patrick: Todos os alunos tiveram a oportunidade de experimentar o sled do próprio Musimu! Experiência que foi pura adrenalina. Puderam ir a dez e depois quinze metros.

Claro que fui também. E foi uma sensação única. O sled te leva para o fundo em uma velocidade muito tranquila e o que você deve fazer é se concentrar na compensação dos ouvidos, com as mãos sempre na trava.

Depois o Patrick ou a Karol enchem o lift bag com o ar do cilindro preso ao sled e inicia-se a subida, no começo devagar e segundos depois feito um foguete para a superfície.

Maravilhoso!

Homenagem A atleta recebeu uma homenagem diferente e especial: o ponto onde treinou e realizou recordes será batizado com o seu nome “Karol Meyer’s Buoy” que servirá como um recife artificial para auxiliar no desenvolvimento do ecossistema, bem como para prática de mergulhos técnicos profundos.

Por seu notável empreendedorismo a atleta foi homenageada pelo Rotary Clube e também recebeu, juntamente com os apoiadores do evento, uma linda recordação da Secretaria de Turismo de Bonaire: uma estrela prata lembrando as marcas alcançadas.

Patrick e Karol criaram o “KAPA Team” e juntos treinarão para recordes mundiais!

Durante a comemoração uma surpresa imensa: a nobre visita da Dra. Sylvia Earle, oceanógrafa mundialmente reconhecida por suas pesquisas e atividades em defesa dos oceanos, com a qual trocou muitas informações e recebeu a missão de levar a mensagem de proteção dos oceanos em frente, tarefa que foi aceita com muito orgulho!

O Freediving Bonaire foi um sucesso e terminou em bis. Ano que vem tem mais!

“Fiquei muito honrada em conhecer Dra. Sylvia e sua luta incansável pelos oceanos e poder partilhar de preciosos momentos em sua companhia. Suas palavras são motivadoras e tenho certeza de que ainda há tempo para fazermos mudanças e permitirmos uma completa recuperação dos oceanos, basta darmos uma chance para a natureza!” Karol Meyer

Graças à incansável Karol Meyer, que mesmo com as tantas dificuldades que o esporte enfrenta, se empenha com todas as suas forças sem se deixar abater. E graças a todos aqueles que apoiaram este evento e que apóiam o mergulho livre de alguma forma.

Após os recordes, nova parceria, mais treinos e objetivos

FOTO RODRIGO COLUCCINI

Patrick e Karol começam a se preparar

Além de ser as iniciais dos nomes dos atletas, Kapa, na linguagem do povo nativo da Nova Zelândia, significa linha, um elo.

O mergulho livre ainda é muito pouco entendido pela maioria. Mas isto está mudando visivelmente e tudo indica que o esporte tende a crescer. O sucesso desse evento foi tão grande que no ano que vem tem mais.

Agradecimentos Para a concretização do Projeto Freediving Bonaire 2009, a atleta contou com importantes parceiros internacionais:

O briefing da equipe de segurança

FOTO RODRIGO COLUCCINI

as belezas do mundo do fundo do mar e, ao mesmo tempo, encontrarse como parte desta natureza!” Karol Meyer

16 - DecoStop - Outubro 2009

FOTO RODRIGO COLUCCINI

FOTO RODRIGO COLUCCINI

Archimedes Garrido dá o cartão branco a Karol, validando o recorde

Contagem regressiva

No Brasil: o patrocínio da Mormaii e apoios da Academia Racer, Yogashala, Lira Tênis Clube, caixas estanques especiais da CROMA para grandes profundidades, bem como cobertura especial da Revista Deco Stop e Brasil Mergulho fizeram um time perfeito para que o projeto fosse um sucesso.

FOTO RENATA CARVALHO

Buddy Dive Resort, os mergulhadores técnicos do Buddy Dive Center e Walter Stark, imagens extras de John e Susie Wall, Sunrentals, Avianca Aerolinhas Colombia, Insel Air,Corporação de Turismo de Bonaire, Fundação Bonaire Câmara Hiperbárica, Dr. Richard van der Vaart e Dr. Fransson e Bonaire Marine Park.

Alunos durante a estática

FREEDIVING BONAIRE 2010: Seja como apoiador, ou participante, você já está convidado para mergulhar no próximo Freediving Bonaire com o Kapa Team! Não perca.

FOTO GILBERTO GABARDO NETO

Entre já em contato para reservar sua vaga: karol@karolmeyer.com Visite o site da apnéista e saiba mais sobre o seu trabalho: www.karolmeyer.com.br

Conheça mais das empresas que patrocinaram o Freediving Bonaire 2009:

FOTO RENATA CARVALHO

No ultimo dia da clinica Karol levou os alunos para mergulhar no Hilma Hooker

O Atleta e juiz AIDA Archimedes Garrido validou os tempos conseguidos durante a clinica

FOTO ARQUIVO KAROL MEYER

Buddy Dive Resort, um super resort para mergulhadores: www.buddydive.com Sunrentals Bonaire, casas e apartamentos para alugar para todos os gostos e bolsos: www.sunrentalsbonaire.com Avianca, companhia aérea que nos leva ao paraíso do mergulho: www.avianca.com.br Insel Air, que realiza as conexões aéreas entre as ilhas ABC (Aruba, Bonaire e Curaçao): www.fly-inselair. com Corporação de turismo de Bonaire, informações diversas desta linda ilha do Caribe: www.tourismbonaire. com Parque Marinho de Bonaire, muitas informações sobre a proteção da vida marinha e a biodiversidade da região: www.bmp.org Mormaii: www.mormaii.com.br Croma, caixas estanques especiais e feitas no Brasil: www.croma.com.br Lira Tênis Clube: www.liratenisclube.com.br Academia Racer: www.raceracademia.com.br Yogashala: www.yogashala.com.br Brasil Mergulho, o maior e melhor site sobre mergulho do Brasil, talvez do mundo: www.brasilmergulho. com.br Patrick Musimu: www.patrickmusimu.com.br Cultura Subaquática: www.culturasubaquatica.com. br Arribatur: www.arribatur.com.br

Karol e o staff

Outubro 2009 - DecoStop - 17

Seção Treinamento Por Reinaldo Alberti *

Mergulho de Praia

C

ontinuando na mesma linha que concluímos a edição anterior, entrar e sair da água pode e deve ser absolutamente fácil para qualquer mergulhador, mas sem orientação pode ficar difícil. Vimos que o comportamento e as atitudes baseadas no bom senso facilitarão as entradas e saídas de qualquer tipo de embarcação. Agora nosso papo será sobre entradas e saídas de praia.

Primeiramente, por que mergulhar em uma praia?

São muitas as respostas e uma delas é a possibilidade de fazer mergulhos mais baratos, pois você não terá os custos com embarcação. Mas não é só isso: poderá mergulhar perto da sua casa, mesmo em represas, lagos, pedreiras alagadas, entre outras (pois as condições são similares) e se manter praticando. Essa possibilidade, especialmente para quem mora longe do mar, ou, por exemplo, aqui no sul, onde as condições de mar impossibilitam o mergulho quase o inverno todo, é uma opção excelente para treinamentos técnicos, de resgate, avançados ou mesmo, manter-se praticando. Sem falar nos grandes destinos, o qual os brasileiros mais conhecem é Bonaire. Mas as opções não ficam por aí. Há também o Mar Vermelho (Dahab), San Andrés, Aruba, Curaçao, Cozumel, Cayman e muitos outros que, além das saídas embarcadas, prometem (e cumprem) excelentes mergulhos de praia.

Novamente, como dissemos anteriormente, boa parte do que temos que fazer é seguir o bom senso. Vamos às dicas principais:

Finalmente, adicione um ou dois quilos a mais no cinto de lastro para os mergulhos de praia, pois terminam sempre em baixas profundidades onde é difícil se manter no fundo.

O MERGULHO Após a entrada sua vida fica bem mais fácil, mas em locais onde a costa é muito parecida, ou praias com grandes extensões, a orientação, e, portanto, sair no mesmo local que entrou, requer um pouco mais de atenção. Caso não seja um mergulhador com treinamento em orientação com bússola, procure mergulhar com quem saiba usá-la, pois é o local ideal para mergulhos triangulares ou retangulares. Caso seja treinado, escolha um destes tipos de perfis que irão conjugar sua capacidade de observação do fundo com o uso da bússola. Em locais onde haja correntes laterais, acrescente ou diminua ângulos a sua navegação. Já em lugares como Bonaire e outros que o acesso pela praia te leva até uma parede de corais, nade perpendicular as marcas da ondulação na areia em relação ao fundo até encontrar os corais, visualize e memorize alguma formação. Se existente, como em Bonaire, siga a sinalização colocada pelo parque marinho.

Dica final: experimente um mergulho noturno numa praia que tenha mergulhado de dia, principalmente se o fundo for coralíneo ou mesmo encontrar parcéis ou paredes rochosas.

ENTRADA E SAÍDA DA ÁGUA Em represas, lagos e afins o processo é relativamente fácil, pois normalmente não temos a presença de ondas ou correntes.

No mar, alguns fenômenos que podem prejudicar o mergulho cobram mais atenção e compreensão por parte dos mergulhadores. Devemos estar sempre muito atentos a presença de ondas e ABORTAR o mergulho se elas existirem. Mesmo mergulhadores bem preparados fisicamente podem ter problemas ao enfrentá-las.

A entrada deve ser cautelosa, com máscara no rosto e regulador na boca. O colete se houver distância para uma caminhada, deve estar vazio. Olhe bem antes de entrar e faça-o de costas. Com água na altura do joelho é hora de virar e começar a submergir.

Na próxima vamos falar do mergulho noturno. Agora, vai mergulhar. Você merece!

No retorno devemos ir nadando até a água possibilitar que você se levante com segurança, tirar as nadadeiras e seguir andando. Apesar de parecer (e é) cômico um mergulhador sair da praia de “quatro”, engatinhando, não desconsidere esta possibilidade, pois é melhor sair assim sem se machucar que tentar bancar o esperto e tomar tombos com todo equipamento.

* Reinaldo Alberti é Instructor Trainer IANTD, com MBA em Turismo e possui uma agência especializada em levar mergulhadores para se divertir e fazer cursos em vários destinos do planeta - www.acquanauta.com.br. Tem sugestões para a Seção Treinamento? então entre em contato com a Deco Stop.

Você irá se surpreender com a diferença de cores e vida.

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Que vontade de mergulhar!

FOTO RODRIGO COLUCCINI

FOTO MARTIN CICILIA

ANTES DE COMEÇAR O acesso a boa parte das praias é simples.

Muitas vezes encostamos o carro quase dentro da água. Bonaire é o paraíso da atividade. Lá montamos nosso equipamento na caçamba da pick-up, usamos sua porta para nos sentarmos, vestirmos o

equipamento e pronto: dois passos depois estamos na água.

Mas nem sempre esta opção é tão simples.

Aonde há areia, montar o equipamento e se equipar pode ser um pouco incômodo, e o pior, areia é sem dúvida o maior inimigo de um regulador. Então devemos procurar uma área onde haja calçamento, ou mesmo pedras próximas para este procedimento. Quando não é possível, a saída é levar um pedaço de plástico (que pode ser estes pretos de construção - o famoso bom, bonito e barato). Desta forma garantimos a não presença de areia em nossos equipamentos durante a montagem, equipagem e desmontagem e ainda desfrutamos de um pouco de conforto, que não faz mal a ninguém. Outra dica é levar um guarda-sol, sem esquecer da água potável e algo para comer.

Bonaire é a capital mundial do mergulho de praia

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Tartarugas marinhas não são tão frequentes no Mar Vermelho

Leitor Colaborador Leitor Colaborador da edição de outubro: Rafael Fuganti

Mar Vermelho – Rota Sul – St. Johns e Deadalus Reefs

M

uito se fala em como a região de Sharm El Sheik, na península do Sinai, sofreu com a exploração turística dos últimos quinze anos. Além de famosa para mergulho, com naufrágios muito visitados, conta ainda com muitas opções de resorts e um fluxo constante de turistas, principalmente europeus. O resultado é que esta região já não apresenta o brilho e a diversidade marinha de antigamente e muita gente que vai pra lá volta um tanto quanto decepcionado com a falta de peixes em suas imersões.

Foi com o intuito de conhecer o Mar Vermelho em sua pureza selvagem e de encontrar vida marinha em abundância que me juntei a uma expedição organizada pela Nautilus Dive (www.nautilusdive.com.br), operadora da Laje de Santos, em direção à chamada Rota Sul do Mar Vermelho.

St. Johns reef e Deadalus reef são áreas acessadas a partir de Marsa Alam, que vem crescendo muito com a abertura de um novo aeroporto internacional. Na viagem de ônibus até o porto de embarque, vemos que a costa está sendo pontilhada por vários resorts em construção,

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Baiacu Mascarado, fotografado em mergulho noturno

o que nos faz pensar se a vida por lá não vai estar em situação igual à do Sinai em alguns anos.

Nosso live aboard foi o MY Aldebaran, um moderno yatch de trinta e cinco metros de comprimento equipado com dez suítes e capacidade de vinte passageiros, sendo a grande maioria de brasileiros do mesmo grupo.

O barco é extremamente confortável, possui um deck de mergulho espaçoso e organizado e conta com Zodiacs para apoio aos mergulhos além de uma equipe extremamente profissional.

Os mergulhos começaram nos recifes próximos a Marsa Alam, aonde fizemos um check dive que de cara mostrou o que vinha pela frente. A temperatura da água gira em torno de 30oC, mas recomenda-se usar proteção (neoprene ou lycra) por causa da quantidade de corais-de-fogo na região. A visibilidade sempre acima dos quarenta metros, sem suspensão ou termoclinas. O ecosistema marinho também não deixa a desejar: corais moles de todas as cores, pináculos, túneis de passagem e muita, muita vida marinha. O interessante é que este ponto de mergulho conta com um naufrágio de madeira, já bem deteriorado, de um live aboard que naufragou no local. Nele, muitos peixes-crocodilo, raias pintadas, um cardume de bicudas e belos peixe-anjo imperiais fazem dele sua moradia e um excelente cenário para fotografias.

Seguimos, nos dois dias seguintes, para Deadalus Reef, que se provaria o ponto alto da viagem com belos mergulhos em paredes que chegam aos oitenta metros de profundidade e onde pudemos encontrar tubarões Galha Branca Oceânicos, Silvertips e até um Tubarão Martelo solitário, além de grandes barracudas, xaréus e tartarugas. Os mergulhos aqui foram bem fundos, exigindo experiência e controle dos mergulhadores. O recolhimento dos mesmos é feito por Zodiacs em mar aberto. Radicais, para dizer o mínimo. Um porém é que em Deadalus os mergulhos noturnos são proibidos, por causa da grande incidência de Galha Branca Oceânicos.

Sha’ab Marsa Alam - um live aboard afundado neste recife apresenta ótimas oportunidades de fotografias

os peixes leão em comportamento predatório, peixes escorpião e pequeninos crustáceos que, no meio dos corais duros, saem da toca para se alimentar.

Já no caminho de casa, na região de Dolphin reef, demos uma paradinha em um ponto chamado Sha’ab Claudio.

Este ponto de mergulho consiste em um recife cheio de cavernas e passagens com aberturas no topo, que dão ao local um visual impressionante. É como se mergulhássemos em uma catedral com a luz que entra pelo teto proporcionando oportunidades de fotografia desafiadoras e muito bonitas.

Por fim, ainda em Dolphin reef fizemos uma sessão de mergulho livre com os habitantes que dão o nome ao local. Grandes grupos de golfinhos brincavam livremente

Na região de St. Johns, os destaques foram os pináculos de corais, mergulhos drifts em paredes e, como sempre, a vida marinha em abundância. Peixes napoleão, peixes leão, moréias “saradas” e muitos jardins de anêmona com seus sempre presentes peixes-palhaço. Além disso, o Mar Vermelho conta com uma variedade incontável de peixes borboleta com cores exóticas, fazendo de cada mergulho um festival quase lisérgico de cores. Aqui fizemos também mergulhos noturnos onde se destacam

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Sha’ab Claudio, em Dolphin reef, com suas grutas e túneis um espetáculo de luz !

O snorkeling com golfinhos em Dolphin reef foi um dos pontos altos da viagem

conosco, posando para fotos e fazendo seus sons embaixo da água. Um grupo especificamente nos impressionou com suas evoluções, o que foi identificado posteriormente como um possível ritual de acasalamento.

Depois de mergulhos espetaculares ainda passamos por Luxor, Cairo e Roma para um turismo seco, mas isso é coisa para outro papo. Fica aqui a dica de conhecer essa região do Mar Vermelho, que ainda não é completamente explorada, antes que o turismo tome conta da região. Vale a pena!

Texto e fotos por Rafael S. Fuganti (http://rafaelfuganti. shuttefly.com), Rescue Diver / Nitrox Diver PADI. O MY Adebaran descansa ao lado de Deadalus Reef moradia aos operadores do farol ali existente

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A maioria dos mergulhos é feita a partir dos Zodiacs, infláveis que nos levam ao ponto de mergulho

Peixes Borboleta de todas as cores habitam o Mar Vermelho

Outubro 2009 - DecoStop - 23

O guia não está pegando carona no bicho, e sim o deixando em imobilidade tônica

Encantadores de tubarões nos Jardins da Rainha Por Reinaldo Alberti* Fotos Avalon Dive Center**

P

arece o título de algum documentário, ou “filme americano”, psicodélico e insólito demais... Mas não é. São instrutores de mergulho, guias, segurando tubarões de até dois metros pelo rabo, deixando-os em “imobilidade tônica” e passando o bichano para nossos mergulhadores segurar, “só um pouquinho”, mesmo, mas tem-

Principalmente badejos,

os mergulhadores 24 - DecoStop - Outubroacompanham 2009

durante todos os trajetos

po suficiente para deixar profundo sentimento de que foi uma das melhores aventuras da sua vida.

Gostou?

Essa história começou em outubro do ano passado, com uma ligação de um amigo dono de uma operadora de turismo: Reinaldo, você tem aí um grupo de mergulhadores interessados em mergulhar num lugar próximo, mas virgem, pouquíssimo explorado, exclusivo mesmo, cheio de tubarões, e dispostos a segurar uns bichos destes pelo rabo? Ri, já pensando: lá vem mais um lugar manjado com outra “roupagem”. Que lugar, perguntei? Cuba! Respondeu entusiasmado, tendo acabado de voltar de lá. Disse-lhe eu: Marcelo...

Cuba, apesar de ser um lugar realmente diferenciado no Caribe, é bem conhecido. Já estive na Ilha da Juventude mais de uma vez, em Maria La Gorda, em Cayo Largo e Varadero. Que lugar seria este?

Jardines de La Reina, me respondeu. Opa! Nunca ouvi falar.

E assim começou o planejamento para esta viagem que aconteceu em junho deste ano.

Jardines de La Reina é um Parque Marinho que fica a quatro horas de navegação ao sul do meio da Ilha de Cuba, partindo de Jucaro, uma vila de pescadores que por sua vez fica a mais de seis horas de ônibus de Havana (não há vôos para lá). Ou seja, mais de dez horas de transfer até chegar ao local (ótimo, pois é assim que se chega a lugares realmente exclusivos).

Criado há pouco mais de dezessete anos, a área é o paraíso da pesca esportiva (aquela que se pesca o peixe, fotografa e solta na água novamente), regulamentada dentro do parque desde sua criação e há menos de dois anos liberado e preparado para o mergulho. São em torno de trezentos visitantes por ano, a maioria absoluta de

pescadores, ou seja, poucos mergulhadores para explorar quase 320 km de corais. Na semana que lá estivemos foram apenas dezoito Brasucas e um italiano na água, divididos em três barcos que faziam pontos diferentes. Entendeu a exclusividade?

Ficamos hospedados no Hotel Flutuante La Tortuga, um empreendimento de um grupo italiano chamado Avalon, que é, na verdade, uma balsa no meio do banco de corais com excelentes cabines e um serviço de bordo diferenciado. Do tipo: ser acordado todos os dias com alguém batendo a sua porta, mas já com uma caneca de café ou suco de laranja na mão, além da melhor comida que eu já experimentei em qualquer live aboard – um ponto excepcional numa ilha que não tem lá a melhor comida do planeta. E uma equipe de instrutores de mergulho, como sempre em Cuba, com um carinho especial por nós brasileiros. Tudo novinho: cilindros, equipamentos, compressor e grande esmero para atender bem.

E não economizam nos pontos de mergulho! Sabe aquela de te levarem primeiro nos lugares mais simples e ir melhorando, deixando o “filé” para o final? Lá não precisa disso em um país ainda bem fechado, num lugar tão distante da ilha principal, em uma Área de Proteção há muitos anos, inabitado, lixo zero, com pouquíssima gente mergulhando há apenas duas dezenas de meses.

Resultado: um banco de corais realmente preservadíssimo como não encontrei ainda no Caribe, com todo o tipo de vida que se achava no México, Antilhas Holandesas, Bahamas e demais points caribenhos há trinta ou quarenta anos atrás. Não sou biólogo marinho ou oceanógrafo, mas com experiência suficiente para dizer sem medo que lá encontramos pelo menos o dobro de vida de que outros lugares do “Mar das Caraíbas”. Badejos gigantescos o tempo todo, como cães labradores acompanhando seus “donos”, meros e garoupas, muitos cardumes de peixes pequenos e médios, moréias, raias manteiga e prego, tartarugas e sempre tocas com muitas lagostas.

Enfim, uma quantidade, que segundo o biólogo marinho e chefe do parque, chega a quase duzentas espécies de peixes recifais, sessenta de esponjas, mais de setenta tipos de corais e mais de cento e cinquenta espécies de invertebrados marinhos.

Isso tudo somado a uma formação maravilhosa de fundo, com paredões, bancos de corais, algumas grutas marinhas e vários pontos com verdadeiros cânions submersos. Um espetáculo.

Encantando Tubarões Agora, um dos mais importantes indicadores de integridade e preservação de um ambiente marinho é a quantidade e diversidade de tubarões. E lá em Jardines, entendi quão espontâneo e não exagerado

Apesar dos tubarões serem os grandes astros destes mergulhos, vale a pena um olhar macro

Outubro 2009 - DecoStop - 25

Proximidade, como dito várias vezes neste artigo, é PROXIMIDADE mesmo!

foi meu amigo naquela primeira ligação no ano passado. Só lembro de dois mergulhos, entre os quinze que fizemos, sem a presença de tubarões.

O que vimos na época em que visitamos Jardines foram três espécies. A primeira, figurinha carimbada em quase todos os lugares que já estive no nordeste brasileiro e no Caribe e frequente também em outros pontos do planeta, o tubarão lixa, sempre calmo e encostado no fundo. Mas as estrelas do show cubano são outras duas espécies.

A primeira delas é o tubarão cinza de recife, um peixe grande chegando facilmente a 2,5m de comprimento.

Foram vários mergulhos com a presença constante destes bichos, atraídos no início do mergulho por uma técnica simples: um dos guias leva meio peixe congelado e o esconde no meio dos corais. Os mergulhadores se postam por perto e a exibição começa com todos admirando uma quantidade que chegava a trinta animais juntos, por pelo menos quinze ou vinte minutos, seguido de um mergulho pela parede de corais, ou entre cânions e pequenas grutas sempre acompanhado de um número menor destes imponentes nadadores. A técnica não é a do “shark feeding”, como praticada nas Bahamas, na Polinésia Francesa ou em Honolulu, onde os mergulhadores ficam parados enquanto alguém alimenta verdadeiramente, com muito peixe, alguns tubarões. Apesar de também não ser algo natural, a quantidade de “comida” trazida da superfície é absolutamente menor, basicamente para atrair os bichos e após alguns minutos de observação saímos para continuar o mergulho. Quem foi para lá e para Bahamas, por exemplo, confirmou não parecer nada artificial, como no “feeding”.

A segunda espécie que pudemos apreciar e que dei-xou a todos extasiados é a do tubarão seda, ou “Silky Shark”. Extasiados porque os guias, e quando adquirimos “confiança”, alguns de nós, pegavam os tubarões – e bichos com dois metros – pelo rabo, deixando-os em “imobilidade tônica”, acariciavam sua barriga, e depois de inacreditáveis cinco a dez segundos os soltavam para que saíssem calmamente, nadando para o fundo, mas que logo em seguida, voltavam para muito próximo dos mergulhadores, como se gostassem daquilo! Em pontos de mergulho diferentes dos que avistamos os cinzentos a coisa funcionava assim: chegávamos ao ponto de mergulho no meio do azul, descíamos normalmente por um cabo para um mergulho próximo dos trinta metros de profundidade com boa parte da vida que descrevi anteriormente e, na volta, a mesma técnica de colocar um ou dois pedaços de peixe na água, mas agora pelo capitão da nossa lancha. Ao nos aproximarmos do barco, já aos cinco metros de profundidade, feita a parada de segurança, já estavam-nos “esperando” algo entre vinte a vinte e cinco tubarões seda. Então, os “encantadores” de tubarões, os guias locais, esperam um passar por cima da sua cabeça, pegando-o pelo rabo.

Imediatamente o tubarão para, como se fingindo de morto, e fica ali imóvel enquanto o cidadão o estiver segurando, o que normalmente dura poucos segundos.

Perguntei ao chefe do parque quem teve a idéia “insana”de ficar segurando tubarões pelo rabo, ao que me respondeu que alguns guias locais começaram a se aproximar dos silkies e acariciá-los, até que um deles, um pouco mais corajoso, segurou um, que respondeu desta forma, na tal “imobilidade tônica”, e a partir daí começaram a fazer com mais freqüência, inclusive usando dados para trocas de experiências com outros pesquisadores que tentam o mesmo mundo afora. A estatística de acidentes é zero, pelo menos por enquanto, e todos ficam impressionados com a

Pontos de mergulho do local 26 - DecoStop - Outubro 2009

possibilidade de um contato tão íntimo com estes seres maravilhosos, tantas vezes mal compreendidos e por uma frenética e desenfreada questão comercial, quase em extinção.

NOTA IMPORTANTE Não recomendamos tocar ou manipular qualquer ser subaquático. Se há manipulação, na maioria absoluta das vezes é condenável, sim. Mas o que vimos não pareceu aborrecer estes silkies neste ponto de mergulho, até porque voltavam para bem próximo dos mergulhadores, como se não estivessem preocupados conosco.

Vai lá Cuba é bom sempre! É bom ir logo!

Não podemos saber, caso haja abertura política e comercial, se terão o mesmo empenho em proteger determinados lugares. Havana é um espetáculo a parte com seu centro histórico, bares e povo extremamente feliz!

Agora, para ir a Jardines de La Reina, é preciso reservar com boa antecedência. Não esqueça que o local tem um rigoroso controle do número de visitantes, o que é óti-

Nossa casa em Jardines é o La Tortuga, hotel flutuante com bom conforto para seus hóspedes

mo e propicia toda esta exclusividade e, principalmente, natureza preservada. Outro detalhe: se você é do tipo que reclama de viagem demorada, vá para outro lugar, mas não se esqueça que este é um pequeno preço que se paga para tanta preservação e exclusividade!

Poucos Dive Centers no Brasil vendem este ponto – o nosso foi o primeiro grupo de mergulhadores brasileiros a visitar o Parque, segundo seu chefe.

A Squallo Dive Expeditions, de São Paulo vende este produto, procure seu Centro de Mergulho e dê a dica para um grupo, ou peça para que contatem a agência para organizar a viagem.

No mais é muito simples, passaporte válido, vacina contra a febre amarela, disposição e reservas com antecedência. Não escolha os meses de agosto e setembro – furacões passam por ali – e tente outubro, ou de março a abril, pois além dos cinzentos e sedas,

O bom observador recebe sempre belos presentes visuais em Jardines

Outubro 2009 - DecoStop - 27

Banco de Corais e Esponjas com um grau de preservação impressionante

sempre há possibilidade de encontrar o tubarão tigre, o martelo, e até mesmo de fazer um snorkel com um filhote de tubarão baleia! Adivinha quando voltaremos para lá?

Boa Viagem! Bons Mergulhos! Você merece! *Reinaldo Alberti tem MBA em Turismo, é Instrutor de Mergulho e proprietário da Agência especializada em Turismo Subaquático – www.acquanauta.com. br – e conduz grupos de mergulhadores aos melhores pontos do planeta. ** Fotos de Carlos Soares, gentilmente cedidas pela Avalon Dive Center, Cuba.

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Outubro 2009 - DecoStop - 29

Casal de peixes mandarim namoram

Indonésia:

o Arquipélago do Mundo

Texto e fotos Noeli Ribeiro

A

Indonésia é o maior arquipélago do mundo sendo mais de 18 mil ilhas, das quais 6 mil são inabitadas. Está localizada no sudeste do continente asiático estendendo-se desde o Oceano Índico até o Pacífico. Em geral as ilhas apresentam planícies costeiras e montanhas no interior. Densas florestas estão presentes em dois terços do território Indonésio. Sua população atual gira em torno de 242 milhões, sendo o lar da maior população muçulmana do mundo.

Mapa de Localização de Bali

30 - DecoStop - Outubro 2009

Viajamos quase três dias para chegarmos na tão sonhada Ilha de Siladen situada em North Sulawesi. Nosso local de descanso foi o Siladen Resort and Spa, dentro do Parque Nacional Marinho de Bunaken. A ilha é pequena e possui uma população aproximada de 400 habitantes.

Nativo e o vulcão ao fundo

Os mergulhos na Ilha de Siladen foram feitos basicamente na região de Bunaken, com média de profundidade em torno de quinze a vinte metros. A ilha não oferece a opção de nitrox, mas para os amantes da fotografia sub Siladen é um verdadeiro paraíso, principalmente para fotos macro.

O naufrágio está completamente coberto de concreções

Peixe Palhaço

Alguns pontos têm forte correnteza e, por isso, é necessário certo nível de experiência do mergulhador. Drifts são comuns e os mergulhos são guiados por um dive master, que foi o nosso principal dupla desta viagem. Sem ele não seria possível achar metade da variedade de espécies minúsculas que lá habitam. As embarcações de mergulho ainda são um pouco desconfortáveis, pois foram adaptadas. Esta falha era facilmente compensada pelo atendimento “vip full time” de todo o staff do Dive Center assim como de todos os funcionários do hotel.

Pouco se sabia sobre a região, seus costumes e tradições e a cada dia que passava os mergulhos iam surpreendendo pela riqueza de fauna e flora.

A diversidade da vida macro imperava em quase todos os mergulhos, seres nunca antes fotografados pela minha lente iam enchendo meus olhos a cada click.

Com tantas ilhas assim e com a diversidade da vida marinha que é muito abundante fica difícil eleger qual point de mergulho era o melhor.

Imagine então como fica difícil eleger qual dos nudibrânquios ou peixes palhaços são mais bonitos. É devido as diversas formas, cores e tamanhos de seres totalmente endêmicos, que estes são considerados uns dos melhores locais Outubro 2009 - DecoStop - 31

O USAT Liberty

Croqui do USAT Liberty

no mundo por especialistas e fotógrafos reconhecidos. Eles dispõem da melhor estrutura para fotógrafos sub que eu já vi. A procura por peixes grandes é inútil, o negócio é fotografar seres minúsculos mesmo.

Dois mergulhos foram inesquecíveis: o primeiro foi a tentativa de achar o tão famoso e minúsculo cavalo marinho pigmeu de aproximadamente um centímetro de comprimento e, o segundo, o mergulho noturno para ver o namoro do peixes mandarins que parecem que foram pintados a mão.

Após cinco dias de incríveis e memoráveis mergulhos era hora de partir daquele paraíso, mas o que nos esperava em matéria de passeios e visitas foi um verdadeiro “banho de cultura oriental”. Em nossa estadia na cidade de Yogyakarta pudemos visitar alguns templos, entre eles destaco o Templo Borobudur, patrimônio da humanidade, e Olhal de proa do naufrágio Liberty

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também o templo Prambanam. A indonésia é o berço do Batik, forma de expressão artística que consiste em desenhar com cera quente sobre o tecido e em seguida tingí-lo com cores variadas, que lhe confere uma impressionante beleza. Vale a pena uma visita aos ateliês da região! Em alguns templos é necessário vestir um Batik, inclusive os homens.

Bali é outro destino imperdível ao visitar a Indonésia. É com certeza o lugar mais badalado da região e fácil de achar as melhores grifes do mundo, bons bares e restaurantes. A balada rola solta por lá. A praia mais famosa de Bali é Kuta, o local mais procurado por surfista do mundo todo.

Quem chega a Tulamben desavisado pode se perguntar: “que diabos estou fazendo aqui?”. Aos pés do vulcão Agung, no nordeste de Bali, a praia é formada por rochas vulcânicas pretas como carvão. Por causa da cor do solo, o mar também

Templo Prambanan

parece petróleo. A temperatura da água beira os trinta graus.

Como nosso papo é o mergulho, destaco lugares como Nusa Penida e Tulambem. Mas vamos falar de Tulambem pois é lá que descansa em águas rasas o famoso naufrágio americano USAT LIBERTY. O acesso é muito fácil e por isso é possível visitar o naufrágio até mesmo de snorkel para uma visualização a distância até um mergulho mais fundo, aos vinte e seis metros de profundidade.

O navio Liberty estava carregado com armamentos e foi bombardeado pelos japoneses durante a Segunda Guerra Mundial na costa de Lombok, ilha vizinha a Bali. Num tremendo esforço para salvar o que restou da carga, o navio foi arrastado até Tulamben, onde ficou por alguns anos jogado na praia e acabou sendo totalmente saqueado. Em 1963, o vulcão Agung entrou em erupção e empurrou aquele monte de ferro para dentro do mar.

Templo Borobudur

Encalhado em uma ladeira, o navio de 120 metros de comprimento foi totalmente tomado por corais, anêmonas e mais um sem fim de animais marinhos formando um visual inesquecível!

Mergulhadores, fotógrafos e jornalistas especializados peregrinam a Tulamben em busca dos mais incríveis panoramas. Não é para menos: cardumes de barracudas nadam calmamente, os raros e venenosos peixes-leão estão por todos os lados, moréias saem de tudo quanto é buraco, corais das Show típico Indonésio

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O Liberty é garantia de um belo mergulho em Bali

mais diversas cores e formas se exibem sem timidez. E a visibilidade quase nunca é inferior a vinte metros.

O mergulho é fácil e sem grandes correntezas e por ser saída de praia ele se torna muito barato. O mais difícil e cansativo é o deslocamento de quase três horas de carro de Bali a Tulambem, mas vale a pena todo o esforço!

A Indonésia é um destino imperdível para os amantes do mergulho e de belas paisagens. Vale a pena anotá-lo como um dos locais a serem visitados pelo menos uma vez na vida! Mas, pensando bem, com tantas ilhas assim, fica difícil fazer uma visita só não é mesmo?

Por do Sol de Siladen

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De madrugada, de dia, de tarde e de noite

Vamos mergulhar Por Rodrigo Coluccini Fotos Renata e Rodrigo Coluccini

em Bonaire?

N

ossa viagem, nosso período de descanso, é muito importante. E quando optamos por um destino de férias, principalmente quando falamos em viagem de mergulho, é vital observarmos alguns aspectos para que tenhamos aproveitamento total do dinheiro e tempo gasto, além de ver todas as nossas expectativas alcançadas.

Viagens de mergulho não são baratas e nós, que temos condições de pagar por este serviço, queremos algo em troca: satisfação! Ter o sentimento que o gasto valeu a pena.

Bonaire é o paraíso dos mergulhadores!

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No mundo de hoje, totalmente globalizado e conectado, recebemos frequentemente notícias de diversos destinos paradisíacos, com atrativos específicos e a promessa de uma estada maravilhosa.

Este ano, pela segunda vez, retornei a Bonaire, uma das ilhas que compõem as Antilhas Holandesas. As outras duas são Aruba e Curaçao.

Juntas elas são conhecidas por ilhas ABC. Para nós, brasileiros, o mergulho de praia é pouco compreendido e pouco praticado em nosso litoral e é isso que chama a atenção quando temos contato, pela primeira vez, com um pacote para Bonaire: aéreo, hospedagem com café da manhã, aluguel de carro e mergulho de PRAIA ilimitado. Quem não conhece, desconfia.

Mas o que é esse mergulho de praia?

Será que presta? Pensamos assim porque em nossa rotina acostumamos a andar pelo menos uma hora de barco para chegar a um ponto de mergulho.

Mas a verdade é que este mergulho de praia surpreende e agrada a todos os mergulhadores. Ele funciona assim: no seu pacote está incluso o aluguel de uma caminhonete cabine dupla. De um resort como o Buddy Dive, por exemplo, você sai de seu quarto, pega seu equipamento e entra no carro. Depois é só seguir para o drive-thru de cilindros. É você quem escolhe se vai usar Nitrox ou Ar e quantos mergulhos irá fazer naquela saída. Dentro do carro, com todo o equipamento a bordo e curtindo um ar condicionado, você pega o mapa de pontos de mergulho da ilha e escolhe aonde vai. A ilha é pequena e muito fácil de dirigir. Encontrar os locais de mergulho, que são marcados por pedras amarelas, é muito fácil.

Chegando ao local escolhido é hora de estacionar e começar a equipagem. Sem pressa e sem medo de enjoar com o balanço do barco, alguns já começam a entender porque Bonaire é chamada de Divers Paradise.

Prontos para entrar, a caminhada é curta até a água, com poucas exceções. No primeiro contato sentimos mais uma atração do Mar do Caribe: água quente! Conforto térmico é muito bom!

Em seguida, terminamos a equipagem colocando as nadadeiras e... olha como a visibilidade é excelente! Para mergulhar no naufrágio do Hilma Hooker, por exemplo, você nada por cerca de cem metros sob um fundo de areia muito branca até chegar onde o recife começa.

Tudo lá é muito bem sinalizado e para chegar aos pontos basta você seguir as bóias.

A vida marinha é muito variada e o mergulho sempre agradável. O Hilma Hooker, naufrágio famoso mundialmente por sua beleza e história, está deitado sobre seu lado direito e nossa primeira visão é de seu imponente casco. Virando para a direita seguimos em direção a popa do navio e não demora a vermos o hélice e o leme do navio, uma dupla de respeito que atrai muitos flashes e olhares. Presença constante são os Tarpões, peixes que atingem um metro e oitenta de comprimento e nos acompanham enquanto exploramos o belo navio.

Cerca de cinquenta minutos depois estamos finalizando a exploração e indo para a praia. De volta ao carro, o ar condicionado é acionado e voltamos nossa atenção para o mapa dos pontos para escolher nosso próximo destino. O tempo que economizamos por não utilizar um barco é muito grande. Andar de carro é rápido e você não precisa esperar vinte ou trinta mergulhadores se equiparem ou retornarem ao barco. É mais ou menos se você pegasse uma estrada com uma Ferrari ao invés de um ônibus!

Com tantas facilidades é fácil fazer muitos mergulhos por dia, fazendo valer o dinheiro investido. Quer mais moleza? O Buddy Dive resort tem uma marina própria e um dive shop super equipado. Sem falar na equipe comandada pelo Augusto, que tem como desejo te ver mergulhar o dia inteiro. É muito comum ver os hóspedes saírem dos quartos com roupas de neoprene e o resto do equipamento na mão, para pegar o cilindro e aproveitar as belezas do Buddy Reef. O mar calmo e a escada dão a ilusão de estarmos entrando em uma piscina. Você pode escolher ir para a esquerda ou direita definindo a profundidade que desejar. Bons mergulhos são garantidos.

No retorno, você sobe a escada, toma uma ducha de água doce, guarda seu equipamento em um escaninho e vai para o Pool Bar, para um almoço delicioso, drink ou jantar. É tudo muito fácil e bom!

Outro resort muito interessante neste sentido é o Harbour Village. Conhecido por suas luxuosas instalações e beleza, esta propriedade possui uma linda praia particular, cheia de Palmeiras e com um naufrágio a poucos metros da areia. Trata-se de um antigo rebocador que em minha última visita já estava desmantelado. Mas conhecê-lo vale a pena e o recife é muito bonito. O La Balandra, localizado na praia, é um restaurante construído com partes reais de um antigo veleiro espanhol, por isto o nome. Novamente boa comida e excelentes drinks.

O mar do caribe!

Sendo tão fácil mergulhar, será que não poderíamos aproveitar a viagem de mergulho e transformá-la em uma viagem familiar? Claro que sim! Pela grande agilidade, o mergulhador(a) pode sair para explorar as belezas submersas da ilha enquanto o resto da família curte a piscina do resort ou o mar logo em frente. Mas é só isso que há para fazer? Negativo! Bonaire tem diversas opções de atividades para todos.

Um passeio muito bacana é o parque Washington onde, de carro, você percorre uma extensa área protegida, povoada por diversas espécies de animais, aves e plantas e que culmina na visita a uma antiga casa holandesa em frente a praia.

Este ano, juntamente com Clécio Mayrink do site Brasil Mergulho, visitei as cavernas alagadas de Bonaire. Uma curta caminhada e uma breve descida em estilo rapel nos colocam próximos a água. A visita é guiada e utilizamos apenas máscara, snorkel e uma lanterna. Nosso guia nos leva para o interior da caverna que é enorme e a água, cristalina. É a prova final de que a ilha de Bonaire possui, com certeza, um enorme sistema de cavernas alagadas. Mas, infelizmente para os caverneiros, a prática do cave diving não é permitida.

De volta ao mergulho, a ilha de Bonaire também possui atrativos e estrutura para os mergulhadores técnicos, incluindo equipe médica e câmara hiperbárica. Encontrar profundidades para a prática da atividade é fácil e as misturas gasosas necessárias estão disponíveis. O Buddy Dive tem uma equipe de guias de mergulho técnico e oferecem várias opções além do lindíssimo naufrágio do Windjammer.

E por falar neste lindo naufrágio, pude conhecer René, seu descobridor. Um senhor muito simpático que se apresenta, em seu cartão de visitas, como “President

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A praia de Sorobon é garantia de descanso em um cenário paradisíaco

and CEO of Absolutely Nothing”. Ele nos convidou para ir até sua casa, em frente ao mar e conhecer um pouco mais da história de Bonaire e sua rica cultura submersa. René teve o prazer de mergulhar com o astronauta Buzz Aldrin, o segundo homem a pisar na Lua, que teve a curiosidade de visitar o Windjammer há algumas décadas atrás.

Provavelmente uma experiência muito parecida com a espacial visto que naquela época não tínhamos acesso a misturas gasosas e equipamentos específicos. Nosso anfitrião também teve o prazer de conhecer nosso eterno “chefe”, o Comandante Cousteau, quando ele esteve na região. Sobre o encontro, René disse que foi bastante impressionante.

Um momento que ele nunca esquecerá.

E por falar em encontros, em Bonaire você pode encontrar pessoas muito expressivas do mergulho mundial.

Este ano, a apnéista brasileira Karol Meyer esteve na ilha batendo recordes juntamente com Patrick Musimu, detentor da incrível marca de 209,6 metros de profundidade em apnéia.

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Alem dos mergulhos de praia, muitos pontos são atingidos via barcos de mergulho

Outra surpresa foi a presença da oceanógrafa Dra. Sylvia Earle, a qual pude entrevistar para o site Brasil Mergulho. Quando fala, você sente que ela ama o mar e suas criaturas e que se preocupa com as gerações futuras.

Mesmo sendo a capital mundial do mergulho de praia, Bonaire também possui muita saída de barco. Os barcos são velozes e bem equipados e conseguem realizar as operações em tempo hábil, de forma que você consiga mergulhar embarcado e voltar para curtir a família e a ilha.

Ainda para os mais experientes que buscam mergulhos exclusivos, há a opção de visitar o “Wild Side”. É o lado desprotegido da ilha que é atendido por uma operadora que utiliza botes infláveis. Os mergulhos são recheados de espécies maiores e, em algumas ocasiões, até tubarões. Descobrimos, através deles, a existência de pelo menos três naufrágios que não recebem visitantes com frequência. Todos desmantelados, mas que nos atiçam a curiosidade.

Outra opção de hospedagem é o aluguel de casas e apartamentos.

Os pontos de mergulho de praia são assinalados com uma pedra amarela de fácil visualização

Com preços e tipos para todos os gostos e bolsos, eles são uma opção de personalização de sua viagem.

Você pode fazer um supermercado e cozinhar em sua própria casa se quiser.

Aluguéis de bicicletas, quadriciclos e até motos Harley Davidson estão disponíveis na ilha aumentando o leque de opções de atividades.

Os recifes de Coral de Bonaire estão entre os mais bem preservados do mundo. Há muita vida macro que, quando não são disputadas pelos fotógrafos, são alvos de exercícios de visualização por parte dos mergulhadores. É um ambiente muito rico, mas que exige sua concentração para que toda a beleza e variedade seja contemplada.

E assim é Bonaire, um excelente custo x benefício. Concorda?

Bonaire, visão de mãe e esposa sobre uma ilha que atende maravilhosamente o turista que não mergulha: Ouve-se muito falar que Bonaire é perfeita para mergulhadores e eu como mergulhadora não dis-

Tivemos o prazer de conhecer René Hakkenberg, o descobridor do naufrágio Windjammer e muitos outros

Um pequeno trajeto até as cavernas

cuto esta questão. Amo Bonaire, seu clima, seu mar azul e quente e as pessoas que nos recebem com tanto carinho e cordialidade. E claro, a facilidade dos mergulhos ilimitados de praia e a presença quase constante dos maravilhosos tarpões.

Mas também é dito que Bonaire é apenas para quem mergulha. E é bem diferente dizer “apenas para” de “perfeito para”. Várias namoradas e esposas de amigos e mesmo amigos que não mergulham já deixaram de ir à ilha por causa deste estereótipo.

Estive pela segunda vez em Bonaire para o evento Freediving Bonaire 2009. Sendo que desta vez me empenhei em interagir com a ilha mais como esposa de mergulhador e mãe. Também é a segunda vez que minha filha visita a ilha conosco.

Impossível uma criança não adorar Bonaire. A ilha é sinônimo de liberdade e, liberdade e crianças caminham juntas. Sempre vejo mulheres com filhos de todas as idades por lá.

Ficamos hospedados no Buddy Dive Resort. Local perfeito para estar em família e são várias as razões: - Atendimento: staff treinado e pronto para te atender com extrema simpatia e carinho. Fazem-nos sentir cuidados e “em casa”; - Apartamentos amplos, arejados e novos. O resort está investindo em obras de renovação dos quartos; - Várias piscinas, uma inclusive de frente para o mar; - Centro de atividades: oferece diversas opções de diversão; Sylvia Earle, Rodrigo Coluccini e Karol Meyer

Uma corda é utilizada na descida

- Kids sea club: neste programa um monitor fica por conta de instruir as crianças com diversas atividades ligadas ao mar e ao mergulho; - Restaurante em frente à praia; - Dive shop com diversas opções de presentes e equipamentos; - Eventos diferentes a cada noite para a garantia de uma estadia repleta de novidades.

Hospedagem em Bonaire Bonaire oferece diversas opções de estadias, para todo tipo de bolso e interesse particular. Hospedagem apenas para casal, grupos ou família. Uma característica presente nos estabelecimentos são as cozinhas A beleza e facilidade dos mergulhos atrai muitas mulheres para Bonaire

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Praia particular do Harbour Village

de sol. Pizza, sanduíches, peixes... Você encontra de tudo com facilidade. E para quem quer curtir um pouco mais de requinte sem gastar tanto, sugiro o It´s Rains Fishes, onde podemos apreciar pratos maravilhosos, sendo de peixe ou não, acompanhados de vinho gelado e um creme Brulê com sorvete caseiro de comer ajoelhado.

O Buddy Dive Resort

totalmente equipadas. Perfeitas para se economizar e fazer alguma coisa em “casa” e atender aos pedidos das crianças. Existem vários supermercados com preços muito acessíveis.

Saúde Quem viaja com crianças quer estar tranquilo sobre o atendimento médico no local. É preciso estar preparado para qualquer adversidade. E nesse caso, Bonaire possui toda estrutura médica necessária tanto para os adultos e mergulhadores (possui até câmara hiperbárica), mas também para crianças.

Bonaire e suas diversas opções além do mergulho Uma semana é pouco para ver e fazer tudo que a ilha oferece. Mesmo nesta segunda vez, ainda não fiz e vi tudo que queria. Para adorar estar em Bonaire são necessários apenas dois pré-requisitos: gostar de calor e de água azul e quente. De resto, Bonaire tem muito a oferecer.

No primeiro dia o ideal é optar por uma programação mais leve, talvez na piscina de frente para o mar para descansar da viagem e garantir o bom humor, principalmente dos pequenos. No final da tarde, aprecie com a família um maravilhoso por do sol tomando uma Marguerita. Não é um perfeito início de férias?

Restaurantes Bons restaurantes são o que não faltam em Bonaire. E é a escolha perfeita para unir a família após um delicioso dia

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Sorobon Praia ideal para ir com as crianças e descansar. Possui boa infra-estrutura com banheiros, chuveiros, bares e até espreguiçadeiras. O mar é raso e por isso mais quente que o normal. É, na verdade, uma praia de Windsurf que, inclusive, oferece aulas para quem quiser se aventurar um pouquinho no esporte. A baixa profundidade do mar, até no máximo a cintura, segue por uma longa extensão.

Boa opção para as piscinas e o mar de Sorobon, principalmente, é comprar bóias enormes em formas de jacaré, golfinhos e baleias, que são mais baratas que no Brasil, e diversos brinquedos de água que você encontra em todas as lojas da cidade.

Kaiaque Num final de tarde ou numa manhã, passear de kaiaque no mar ou nos mangues é uma excelente e refrescante escolha.

Snorkeling Atividade universal que pode ser realizada em quase todos os cenários da ilha. Destaque para os mangues, durante os passeios de kaiaque e nas cavernas alagadas.

Casas holandesas no Washington Park

It Rains fishes é uma ótima opção de restaurante na ilha

Passeio de cavalo A beleza da ilha de Bonaire é um cenário perfeito para um passeio a cavalo. O tour termina com um banho de mar. Imperdível.

Aluguel de barcos Existem vários tipos de barcos para aluguel, em particular um veleiro maravilhoso com o fundo de vidro onde os passageiros passeiam observando a vida marinha e as formações de coral. Há também a opção de passear pela costa a bordo de um veleiro típico holandês.

Compras Bonaire me impressionou. Vários produtos são mais baratos do que no próprio free shop.

Fazendinha de animais Uma fazendinha onde as crianças vão encontrar pequenos animais, porquinhos, pôneis, porquinhos da índia, patos e vaquinhas e poderão alimentá-los.

SPA No Harbour Village Resort é possível agendar massagens relaxantes, aromatizantes, pedicure, serviços de salão de beleza e diversos outros deliciosos cuidados.

Eu testei e recomendo. É preciso agendar com antecedência, pois a preferência é dos hóspedes. Além deste spa do Harbour Village, um outro está sendo construído perto do Buddy Dive.

O Nitrox, ferramenta indispensável para a maratona de mergulhos em Bonaire, está disponivel.

Saiba mais: www.tourismbonaire.com www.buddydive.com www.sunrentals.com www.harbourvillage.com

Quer mais, vai lá conferir, aposto que ainda existem mais coisas que ainda não pude experimentar. Mães e não mergulhadores: chega de perder a chance de conhecer um lugar tão especial e maravilhoso.

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O encontro foi um show de profissionalismo

Encontro de Instrutores da Certificadora NAUI prima pelo profissionalismo

A

conteceu o XIII Encontro Internacional da NAUI MERCOSUL, desta vez na Cidade de Jundiaí, local da nova sede da certificadora.

Durante os três primeiros dias aconteceram as clínicas, cursos de especialização e workshops nas instalações da ESEF - Escola Superior de Educação Física em Jundiaí.

Foram realizados os cursos de Instrutor de Primeiros Socorros, Instrutor de UNDERWATER ENVIROMENT e Mergulhador Intro to Tech.

As clínicas de “Reparo em Neoprene” organizada pela PINO Mergulho, “Manutenção de Reguladores” organizada pela FUN DIVE , e as atividades práticas em piscina “Full Face Ocean Reef” organizada pela FUN DIVE e “Roupas Seca DUI e Máscara Full Face OTS” organizada pela SEA SUB, completaram as atividades na ESEF. O ponto alto destes três primeiros dias foi a participação do GRUMEC - Grupamento de Mergulhadores de Combate da MARINHA DO BRASIL, com seus rebreathers. Os instrutores NAUI presentes tiveram a oportunidade de experimentar o equipamento que não solta bolhas, usado nas incursões em territórios inimigos.

No final de semana o evento continuou no Hotel Serra Jundiaí, onde aconteceu a Exposição dos Equipamentos pelos importadores, apresentando os lançamentos e novidades. As palestras foram ministradas durante o final de semana e os temas direcionados para resgatar os verdadeiros valores que importam aos Instrutores de Mergulho NAUI, contemplando sempre o aspecto Qualitativo.

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A Foto Sub teve um grande destaque com as palestras de Kadu Pinheiro e Sandro César, Instrutores NAUI que estão desenvolvendo o material de FOTO SUB NAUI. O Capitão da Marinha, responsável pelo adestramento do Grumec e Instrutor NAUI Elígio Moura, conduziu uma apresentação sobre as atividades do GRUMEC, tema que atraiu um grande número de ouvintes.

Test dive de roupa seca

Jornada, Carlos Rodriguez do governo da Colombia e Sandro Cesar, da Arribatur

Randal Fonseca, um dos fundadores da Operadora Águas Claras em Fernando de Noronha, contou sua saga desde o início no Rio de Janeiro, onde teve escola com o lendário Arduíno Colassanti, até sua chegada a Ilha de Fernando de Noronha, onde proporcionou um grande avanço nas áreas de turismo e de mergulho.

Sua palestra foi uma das mais aplaudidas.

O Dr. Márcio Monteiro falou sobre estatísticas e análises de acidentes de mergulho. O meio ambiente também recebeu um destaque especial com o lançamento do material para ensino de UNDERWATER ENVIROMENT, e ainda com uma palestra proferida pelo oceanógrafo e instrutor NAUI Marcelo Skaff.

Time de feras, instrutores NAUI e integrantes do Grumec

O resultado final não poderia ter sido melhor, com um alto índice de satisfação entre os inscritos e também entre os patrocinadores.

Para 2010 a data já foi definida, e XIV Encontro NAUI acontecerá no terceiro final de semana de Agosto.

Saiba mais, acesse www.naui.com.br e www.nauitec. com.br

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Cinderela de Neoprene Por Gianni Loures*

Detalhes tão pequenos de nós dois Bem-vinda a bordo!

S

e você não é da turma dos que fazem xixi em pé, então este espaço é seu. Assim como para você, banheiro também pode ser um problema pra mim. Afinal, que mulher nunca se viu num happy hour, tomando umas cervejinhas e se divertindo com os amigos, até que chega a hora fatídica em que descobre que aquele barzinho todo bem decorado não prima pela limpeza do banheiro feminino? Ou que nunca enfrentou uma longa e cansativa viagem, com paradas no meio do nada, e os banheiros nada convidativos dos postos de gasolina de beira de estrada? Na grande maioria das vezes... Sem papel higiênico!

Só mesmo outra mulher pra entender o que é isso.

Agora se imagine depois de uma semana cansativa e desgastante de trabalho. Você resolve que é mais que merecido, naquele que promete ser um lindo sábado, relaxar e curtir a vida. E, pra isso, nada melhor que uma saída de mergulho. Você liga para a operadora um dia antes, reserva seu lugar no barco, prepara seu equipamento e dorme sonhando com peixinhos. No dia, acorda bem disposta e animada, chega cedo ao local de embarque, reencontra amigos que não via há algum tempo, conhece novas pessoas. E vai se integrando ao ambiente gostoso dos barcos de mergulho.

O responsável pela operação se apre-

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senta e começa o briefing da embarcação: área molhada, o local que cada mergulhador vai ocupar, área seca para guardar objetos pessoais, banheiro. Todos já estão a bordo, equipamentos vão sendo montados, o clima é de descontração e o barco zarpa em direção ao ponto de mergulho. A movimentação é grande no trajeto, os mergulhadores começam a se vestir e você decide que é melhor ir ao banheiro antes de colocar a roupa de mergulho. Entra no banheiro do barco: apesar de único, até que está limpinho. Mas o papel higiênico está quase no fim. E não tem água pra lavar as mãos. Fazer o quê? Vamos mergulhar, você pensa.

Logo a embarcação chega ao ponto e o grupo vai para a água. Planejamento de mergulho combinado previamente, sistema de duplas ok, cheque de bolhas e o tão esperado sinal com o polegar para baixo é finalmente dado. Você, então, mergulha naquele mundo à parte, onde o azul domina e encanta. Que paz!

Nada como mergulhar para ver peixinho... Uma tartaruga verde passa ao lado, preguiçosa, e vai se alimentar nas pedras ali perto. Você curte o momento e continua na direção, acompanhando sua dupla. Vai apreciando os peixes, procurando moréias entocadas, observando os corais.

Mas a água está um pouco fria. E você começa a ficar apertada. Checa o tempo no computador e percebe que já se passaram quarenta minutos. Tão rápido... Você segue adiante

e, aos cinqüenta e cinco minutos, sua dupla sinaliza para subir. Já era hora mesmo, que esse papo de fazer xixi na roupa pra esquentar não lhe agrada nem um pouco. No barco, você repara que a maioria dos mergulhadores já voltou – parece que aquela história de que mulher consome o ar mais lentamente que os homens se confirma. Você vai para seu lugar, se desequipa e corre pro banheiro.

Só que agora o cenário é outro: o papel higiênico acabou, o lugar está todo respingado, sujo e ninguém se lembrou de jogar um balde d’água no sanitário. De novo, fazer o quê?

Melhor trocar o cilindro e lanchar.

Você conversa sobre o que viu no fundo, relaxa e volta ao clima gostoso. Desce para o segundo mergulho.

Mais peixinhos, corais, esponjas... E a vontade inevitável de fazer xixi. Volta para o barco, pensando em como encontrará o banheiro agora. Pelo menos dessa vez alguém descobriu para que serve o balde. Pena não ter água doce pra lavar as mãos e tirar o sal do rosto. Você coloca uma roupa seca e penteia os cabelos – é, não tem espelho, mas você improvisa. No saldo final, o mergulho foi ótimo, os staffs eram atenciosos e o pessoal, divertido. Mas ainda podia ter sido melhor.

Que fique claro que nós não estamos nem pedindo aos homens para

abaixar a tampa do vaso depois de usá-lo. E tão pouco esperamos encontrar um spa dentro do barco.

Basta um rolo extra de papel higiênico, água doce, sabonete, toalha de mão, espelho. E um banheiro limpo, sem respingos de xixi por todo lado. Passa da hora das operadoras de mergulho despertarem para as necessidades femininas a bordo.

Nós, mulheres, já representamos uma grande fatia desse mercado.

Viemos para ficar. E entramos com tudo no mundo do mergulho: força,

disposição, dinheiro e – por que não?

– charme!

Bons banheiros fazem falta em um barco de mergulho

Águas claras e até a próxima saída! * Gianni Loures é AOW pela PDIC e EAN e EFR pela PADI, atua como staff para a Deep Trip, de Arraial do Cabo, e nunca se esquece de jogar um balde d’água depois de utilizar o banheiro.

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DA HORA II

o naufrágio que não existe mais Texto e fotos Paulo Dias

“Tudo que é bom dura pouco”, diz o ditado popular.

U

m desperdício de oportunidade para todos!

Um naufrágio aconteceu e nada dele sobrou.

Acontece que, por normas da lei, o proprietário da embarcação, além do enorme prejuízo avaliado em R$ 3.000.000,00 (três milhões de reais) pela perda do barco, ainda teve de arcar com as custas do desmonte da embarcação por a mesma oferecer risco aos banhistas.

Infelizmente, faltou interação entre a Secretaria de Turismo, Operadoras de Mergulho, Capitania dos Portos, Ibama e o proprietário do barco para que este se tornasse um recife artificial que iria trazer mais vida marinha para o local, como também um novo e excelente ponto de mergulho.

Que ao menos a perda deste naufrágio sirva de alerta a todos para que isso não mais ocorra! Às vinte e três horas do dia trinta de Abril de 2009 a embarcação Da Hora II veio a colidir com a Ilha do Breu (Cabo Frio). A colisão abriu um rombo no casco e consequente alagamento do porão e casa de máquinas. Duas outras embarcações que estavam por perto atenderam ao pedido de socorro e conseguiram trazer a embarcação até a Praia do Peró (Cabo Frio). Mas todos os esforços foram em vão e a embarcação veio a naufragar às duas horas da manhã do dia primeiro de maio a uma profundidade de seis metros.

Era noite e a Da Hora II rumava sob o comando do Piloto Automático e, embora o sonar tenha detectado a Ilha se aproximando e disparado o sinal de alarme “algo a frente e/ou ao redor”, nada foi feito a tempo para impedir a colisão.

No desespero do desastre, a tripulação optou por encalhar o barco na Praia do Peró para salvar os equipamentos eletrônicos e de pesca. Realmente, como o calado do barco era de cinco metros, o barco assentou46 - DecoStop - Outubro 2009

se aos seis metros e tudo foi resgatado. Porém, como o barco ficou praticamente na linha d’água se tornou vulnerável às forças das marés e ressacas, ficando impossibilitado um trabalho de resgate submarino para reparo do casco e posterior flutuação do mesmo.

E a cada mudança de maré a embarcação era jogada para a beira mar e seu casco danificando-se ainda mais a cada dia. Constatado então da total inviabilidade em salvar o pesqueiro, foi iniciado o trabalho de desmonte.

Acompanhei toda a operação dia-a-dia e lamentava ao ver a dilaceração deste grande guerreiro do mar, que um dia, certamente, já havia enfrentado valente e corajoso, grandes tempestades e trazendo sempre, com segurança, seus tripulantes. Mas agora, ferido e precisando de ajuda, parecia implorar para que impedissem aquela crueldade.

Ele lutou bravamente contra a vontade do homem e somente se deu por vencido quando da chegada de um trator que rasgou-lhe ao meio expondo suas costelas e seu coração.

Incrédulo com o que se passava diante de meus olhos, fiquei pasmo quando soube que todo o madeirame que estava sendo arrancado para nada serviria, pois

o gasto de transporte, tratamento e remodelagem das peças sairia mais caro do que encomendar peças para a construção de um novo barco. Isso mesmo, aquilo que poderia se tornar um lindo recife artificial, atraindo vida marinha para aquela praia, viraria lenha de fogueira.

Comentando sobre este naufrágio com alguns amigos fui ironizado com a alegação de que não havia mais naufrágio algum para que alguém pudesse ver. Discordo veemente sobre isso. O que fazer então com celebres naufrágios como o Wizard, Galeão da Rasa, Carolina e tantos outros que hoje estão praticamente desintegrados devido ao efeito do tempo?

Vamos tirá-los dos registros? Ou guardamos as informações para valorizarmos nossa História?

Um fato ocorre para ser registrado e não para ser apagado.

Ficha Técnica: Embarcação: DA HORA II Naufrágio: 01/05/2009 Posição: 22.51’50” S / 41.59’03” W Ano fabricação: 1977 Comprimento: 26m Boca: 6,5 m Calado: 5m Tipo: Pesqueiro de alto mar Condições atuais: Não existe mais

Para maiores esclarecimentos, favor entrar em contato com: Paulo Dias (0xx21)9416-2267 mergulho@divetur.com.br

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Turismo

Por Sandro César* Dicas para o momento mais precioso do seu mergulho

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á tempos tenho conversado com o Rodrigo sobre esta coluna que se inicia na Deco Stop. Tenho colaborado com matérias sobre alguns destinos de mergulho como Mar Vermelho, Cozumel, Curaçao e San Andrés e sempre procurado mostrar alguns aspectos históricos e culturais além de descrever as suas belezas naturais dentro e fora da água. Registro com minha câmera imagens que mostram um pouquinho do que podemos encontrar nos diversos points que temos no planeta.

Agora tenho mais uma missão e garanto que vocês gostarão. Nesta nova coluna, dedicada ao turismo, irei passar dicas e sugestões de viagens para ajudar você leitor a escolher e poder aproveitar ao máximo a sua tão sonhada viagem.

Prepare-se, pois além de falar de um destino específico também darei dicas que servirão para qualquer viagem, até mesmo para quando você for passar um final de semana na casa da sua tia-avó.

Vai que ela mora numa casa em frente a uma praia maravilhosa!

Então vamos mergulhar nessa viagem!

Acredito que o primeiro passo para uma viagem bem sucedida é a escolha do destino. Muitas vezes vejo o destino escolher o passageiro. Eu explico. Com a correria que vivemos tirar férias longas se tornou um luxo para poucas pessoas. É muito comum o passageiro falar: Eu só tenho a semana do dia x ao dia y, o que você tem para me oferecer? Pronto, o destino disponível acaba sendo a viagem escolhida. Então vai a minha primeira dica de viagem.

“Planeje sua viagem com antecedência” E isso não envolve somente a escolha de um destino, o planejamento vai muito além disso.

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Para começar, precisamos nos preparar.

Muitas vezes entramos numa rotina tão louca, que esquecemos nossos sonhos e do que realmente queremos fazer. É preciso parar para pensar na qualidade de vida e uma viagem tem tudo a ver com isso. Portanto mãos a obra. Qual é o seu sonho?

Se você não faz idéia de para onde ir, comece a pesquisar sobre os destinos de mergulho que a Deco Stop já publicou nas edições anteriores. A revista é uma fonte muito respeitada no setor. A internet, neste momento de descobertas, é uma ótima ferramenta para se informar sobre os seus possíveis destinos.

O período é muito importante. Algumas regiões são excelentes numa época do ano, mas em outras são horríveis. Informe-se a água é muito fria, se chove muito (ou pior, se venta muito) ou se o local está sujeito a correntes fortes em certos períodos. A aparição de certas espécies como: raias, baleias, tubarões e outros animais específicos também ser sazonal. Cuidado com a temporada de furacões ou tufões. Porem, não é incomum que todas estas variações mudem de um ano para o outro devido ao clima atual que anda bem desregulado.

Para você não embarcar numa furada, não deixe de falar com pessoas que já estiveram ou tem um bom conhecimento sobre o destino. Um bom lugar para encontrar mergulhadores e informações confiáveis é nas escolas de mergulho.

Atualmente as escolas de mergulho tem trabalhado muito bem com turismo de mergulho e ajudado muitos mergulhadores a tomar decisões seguras em relação a viagem que pretendem realizar. Seja em saídas próprias ou em saídas agenciadas por operadoras com destinos nacionais e internacionais.

Evite agências de viagens convencionais, pois é comum os funcionários não terem a menor idéia se o hotel tem operadora de mergulho em suas dependências e muito menos se oferecem cilindros de Nitrox. “Neutrox? Acho melhor o senhor levar para lavar os cabelos”. Nas escolas você terá muito mais informações sobre a atividade de mergulho dos destinos e um “Personal Diver Travel Instructor” lhe ajudará no planejamento de roteiros individuais ou em grupo e poderá ajudá-lo a definir que viagem irá te proporcionar uma experiência extraordinária.

Uma dica dos especialistas de viagem de mergulho da PADI Travel Network é que o planejamento da viagem naturalmente começe com considerações como Quando e Onde. Ou seja, quando viajar? Neste fim de semana? Nas férias? etc. E, onde vou? Ubatuba? Recife? Ou Tahiti?

Mas temos que pensar também em Quem e O que. Enquanto a maioria dos mergulhadores apreciará uma viagem de Live-Aboard no nordeste, uma família de quatro pessoas com duas crianças que NÃO mergulham ainda vão preferir diferentes recursos e atividades que um

resort pode oferecer. A estrutura do resort fará uma grande diferença para as crianças e, consequentemente para os pais. Viu como a escolha do destino pode influenciar no sucesso da sua viagem?

destinos específicos. Envie sua sugestão. Sobre qual destino você gostaria que eu desse dicas? Envie um email para rodrigo@decostop.com.br com sugestões de destinos para as próxima edições da Deco Stop.

Decidir qual é o melhor destino para você já é um grande passo. Nas próximas edições, além de dicas de como arrumar as malas de mergulho, documentos, alfândega e outras sugestões, também teremos dicas sobre alguns

BOA VIAGEM. * Sandro Cesar do Nascimento - Técnico em turismo, Guia de Turismo Regional São Paulo e de Excursão Nacional e Internacional. Agente de viagens espe-

Sandro César, nosso guia oficial

cialista em mergulho, Mergulhador há mais de 20 anos, Instrutor de mergulho desde 1993 (Master Instructor Padi MI 67943), Instrutor Especialista em Foto-sub Digital. - Site: www.pbase. com/sandrao, Colaborador da Revista Deco Stop.

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REPRODUÇÃO

Eduardo Davidovich e seu rebreather

TUNAMAR:

O Navio da Lata

Por Paulo Dias Fotos Gianni Beiral

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udo começou em 1973 em um Estaleiro no Japão.

Foi lançado ao Mar o Foo Lang III que, em 1980, seria rebatizado como Geraldtown Endeavour e, em 1986 passaria a se chamar Solana Star para depois, em 1990, ser chamado de Charles Henri e, finalmente em 1994 ser novamente rebatizado como TUNAMAR. Mas não existe uma lenda entre os navegantes que diz que não se deve trocar o nome de uma embarcação, pois a mesma fica fadada a naufragar? E foi justamente isso o que aconteceu! E olha que insistiram ao desafiar a lenda. Mas a tragédia veio a seu tempo, vitimando nove dos trinta e um tripulantes.

Desde seu lançamento nenhum evento em especial marcou a trajetória do navio, mas pelo menos para os cariocas, o verão de 1987 seria especialíssimo devido a ele. O acontecimento ficou conhecido como o VERÃO DA LATA! O Solana Star havia zarpado da Austrália com destino aos Esta50 - DecoStop - Outubro 2009

dos Unidos carregando em seus porões 20.000 latas (22 toneladas) de maconha de primeiríssima qualidade. Porém, devido a avarias no motor teve de entrar em águas brasileiras para efetuar reparos. Ao perceberem que seriam abordados pela polícia, a tripulação jogou a carga ao mar para fugir de um flagrante e essas latas foram parar nas praias da Cidade Maravilhosa. Para terem uma idéia de como se fumou maconha naquele verão, das 20.000 latas somente 2.493 foram resgatadas pela polícia. O resto...

Com isso, aquele verão carioca seria batizado e eternizado como o Verão da Lata, onde algumas pessoas enriqueceram com a preciosa carga e ainda hoje há quem guarde como recordação a lata vazia. Aproveitando o momento vários artistas compuseram músicas em alusão ao fato, como Gilberto Gil que, em sua música “Metáfora”, dizia: “Uma lata existe para conter algo, mas quando o poeta diz lata, pode estar querendo dizer o incontível”.

Também Lenile rimou: “Ta lá, ta lá, as latas que vem do mar, são presente de Iemanjá para este ano que inicia” e nossa querida Fernanda Abreu lançou a música Verão da Lata. Naquele ano até fantasias de Carnaval foram confeccionadas em referência a este pitoresco episódio que só poderia mesmo ter ocorrido na cidade mais feliz do mundo!

O Cargueiro Solana Star foi apreendido pela polícia, leiloado e transformado no mais moderno pesqueiro atuneiro da época, mas em sua saída comercial inaugural em 11/10/1994, já rebatizado como TUNAMAR, as condições de mar não estavam boas e, ao cruzarem pelo lado de fora da Ilha de Cabo Frio (Arraial do Cabo), a embarcação foi atingida por grandes ondas em seu través, causando o alagamento da praça de máquinas deixando-o a deriva.

Foi o suficiente para que ele emborcasse. Boa parte da tripulação que naquele momento dormia na praça das redes e equipamentos, conseguiu sair do interior do navio e permane-

cer no casco aguardando por socorro, porém nove tripulantes ficaram presos na proa da embarcação em uma bolha de ar por seis horas, crédulos de resgate até a hora em que a embarcação não mais conseguiu sustentar-se na superfície e afundou como uma flecha ao encontro do leito arenoso a 65 metros de profundidade.

Os primeiros mergulhos que fiz no Tunamar a fim de tentar um resgate dos corpos e emissão de laudos técnicos me causavam um tremendo mal estar, pois durante meses ele continuava com sua proa meio que suspensa, apontada para cima devido a enorme bolha de ar que havia em seu interior. Eu ficava imaginando por quanto tempo as vítimas ainda teriam sobrevivido buscando desesperadamente uma saída enquanto havia oxigênio. E por um longo tempo, sempre que eu chegava à área de mergulho, avistava as bolhas de ar na superfície que lentamente iam escapando do navio.

Até que um dia ele deitou-se por completo em seu eterno descanso, pois certamente as bolhas de ar não tinham mais o poder de sustentabilidade da sua pesada proa.

O mar chapado ajudou na reunião dos mergulhadores na superfície

Eu tinha uma certa fama de “maluco” e a empresa proprietária da embarcação havia contratado uma equipe com ROV (robô) para conseguir imagens do naufrágio com o objetivo de emissão de laudos técnicos, mas como o ROV não conseguiu alcançar o objetivo, pois ficou preso nas redes e cabos, restou somente a opção deste trabalho ser feito por humano e não máquina. Então, a empresa me procurou por recomendação e indagou: _ Informaram que você é suficiente maluco e o único capaz de realizar um mergulho no Tunamar, É verdade? _ Capaz eu não sei, mas maluco sou sim. Quando quer que eu vá?

Mergulhar no TUNAMAR não é para qualquer um. Muito além dos certificados e equipamentos é exigido de você e o Tunamar requer respeito aos mortos, olhar aguçado como uma águia para evitar os cabos e redes, um deslocamento suave como a brisa para não levantar sedimentos e uma respiração plácida como uma oração aos eternos guardiões daquele barco. Emocionante, recompensador e motivo de muito orgulho são as recompensas que este naufrágio deixa a todos que já tiveram o prazer de compartilhar este raro momento comigo no fundo do mar.

Os primeiros mergulhos realizados no Tunamar seriam de causar perplexidade aos olhares atuais, mas era o que se tinha no Brasil na época: mergulho a ar com dois cilindros S80 amarrados um ao outro com barbantes e fitas adesivas e tudo o mais que se podia imaginar de adaptações (jeitinho brasileiro).

Se nos dias de hoje, com todo um suporte de equipamentos e misturas gasosas adequadas, nesta profundidade ainda é complicado realizar este mergulho, imagina naquela época as diversas confusões que eu aprontei lá embaixo, acompanhado da minha grande dupla, a narcose!

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Os rebreathers estão a cada dia mais presentes em operações de mergulho técnico

Então, não tardou e lá estava eu com meus cilindros amarrados com barbantes rumo ao encontro com o Tunamar. Meu grande amigo Célio acompanhou este primeiro mergulho dentre tantos. Aos quarenta e cinco metros nos deparamos com uma enorme parede de redes e cabos suspensos por suas bóias que bailavam ao sabor do mar. Olhei para meu dupla e sinalizei o problema, ele sinalizou de volta para abortarmos o mergulho e eu então sinalizei o mundialmente conhecido sinal de “banana / tchau” e prossegui a descida. Célio ficou para trás e eu comecei a dançar com as redes cada vez mais enquanto continuava a descida.

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Só que: No que eu desci, as redes resolveram me abraçar! O meu mundo fechou! Meus olhos ficaram vesgos. Eu olhava as redes e as redes olhavam para mim! Eu tentava desviar delas, mas elas me seguiam cada vez mais! As bolhas que eu soltava resolveram dançar também e ao invés de subir resolveram descer! Que loucura! Às vezes uma ou outra saia correndo para o lado, mas nunca subiam!

Ou eu é que estava de cabeça para baixo? Os cabos rodavam em volta de mim e eu em volta deles! Decidi que iria pegar a faca e cortar todo mundo, inclusive as redes! Depois de muito cutucar meu calcanhar pen-

sando ser o botão de liberação da faca, consegui empunhá-la!

Mas para que mesmo eu queria a faca? Aliás, para que serve uma faca? Já que não tinha serventia joguei fora a coisa cortante! Afinal, aquilo poderia acabar cortando alguém ou alguma coisa! Nisso, minha máquina fotográfica, que só resistia a quarenta e cinco metros, resolveu enlouquecer de vez e começou a disparar flashes continuamente. Aproveitei e parei tudo que estava fazendo e posei para as fotos com um grande sorriso, eu não iria perder aquela oportunidade. Mas as luzes dos flashes me chamaram a razão e, espera aí! Faca serve para cortar e eu preciso de algo para cortar essa rede e poder voltar para a superfície!

Isso, isso, isso!

Por sorte resgatei a faca, cortei as redes e comecei meu retorno. Já aos trinta metros, livre da narcose reencontrei meu dupla. Eu, com os ombros caídos, queixo no peito e um olhar de “rabo de olho” arrisquei um Oi! Tudo bem? E fui fuzilado com um olhar de pai repressor pelo meu dupla! Além das quase duas horas de descompressão sobre aquele olhar furioso ainda tive de ouvir outras tantas palavras de repreensão pelo o que eu havia feito. Mas no fundo ele também estava orgulhoso de termos encarado aquele desafio que se repetiu por diversas outras vezes.

Foi então pelo Tunamar que o TRIMIX foi lançado no Brasil e o Mergulho Técnico começou a engatinhar. E, em novembro de 1996 O CIMA (Centro de Instrutores de Mergulho Autônomo) realizou a primeira operação TRIMIX no Brasil, levando os mergulhadores Célio Durães, Antonio Libertino e eu (Paulo Dias) a alcançarem o Tunamar sem o efeito da narcose.

Aí hoje você me pergunta: é melhor ir lá a Ar ou com TRIMIX?

Com TRIMIX, é claro! Muito mais seguro!

Atualmente, o CIMA, juntamente com a Deep Trip, operadora de Arraial do Cabo, realizam operações de mergulho naquele que protagonizou o Verão da Lata, meu amigo, O TUNAMAR !

INFORMAÇÕES BÁSICAS DO NAUFRÁGIO Nome: TUNAMAR Data do Naufrágio: 11/10/1994 Posição: 22°59,565’ S / 41°57, 440’ W (oito milhas de Arraial) Prof.: Min. 56m / Max. 65m Tamanho: 65m comp. / 3,5m boca Tipo: Pesqueiro Atuneiro Fabricado: Estaleiro Japonês em 1973 Condições do Naufrágio: inteiro, intacto e com redes bloqueando alguns acessos.

Há cadáveres no interior do naufrágio!

Para maiores esclarecimentos, favor entrar em contato com: Paulo Dias (0xx21)9416-2267 mergulho@divetur.com.br

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Em busca de novos naufrágios em Arraial do Cabo

Por Letícia Santos

O

projeto da operadora PL Divers de investigação de novos naufrágios finalmente teve seu início no dia dois de setembro com a chegada do sonar.

Nosso amigo Sjoert Wielen trouxe o equipamento para ser testado. A equipe da PL não perdeu tempo e foram para o mar e viram imediatamente que o projeto não seria assim tão fácil como pensavam.

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Logo na primeira tentativa de ligar o sonar, perceberam que havia um problema de conexão no software do laptop com o com o equipamento que vai na água. Consertado o problema do software, surgiu outro, o GPS não funcionava. Após consertar o GPS, o software novamente falhou e perceberam que estava havendo um conflito entre os dois programas.

A equipe retornou para a operadora, trocou o computador, alterou as configurações e tudo ficou resolvido. Voltaram novamente para o mar e fizeram uma varredura para ver o fundo. Percebeu-se que ainda há muito que aprender, pois as imagens mostradas pelo sonar eram confusas e suas vistas destreinadas. Havia muitas sombras (figuras que não correspondem ao real tamanho e formato do obje-

to na tela). Brincando com o software, tentaram melhorar a imagens dos objetos que iam aparecendo na tela.

Muitos problemas foram detectados nessa primeira experiência, como a necessidade de novas adaptações em nossa embarcação para acomodar o sonar, já que na primeira tentativa, o “peixe” como é chamado o aparelho que submerge, ficou na popa e sofreu distúrbios por causa da movimentação da hélice da embarcação.

Como o projeto pretende averiguar lugares mais distantes, perceberam que não será possível o planejamento em apenas um dia. Serão necessários mais dias no mar e para esse tipo de expedição, novas alterações deverão ser feitas na embarcação para segurança, assim como um longo planejamento de toda a operação.

Enquanto as alterações não são feitas, a PL Divers vai fazer uma segunda expedição para verificar os naufrágios já conhecidos, como o Teixeirinha e o Harlingen e o novo naufrágio descoberto pela PL Divers e ainda sem identificação.

Veja ao lado a imagem do sonar do Teixeirinha.

Saiba mais, acesse www.pldivers.com.br

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O naufrágio da moréia verde de Arraial do Cabo

Texto Paulo Dias Fotos Celso Pontes

A

paixonado que sou por naufrágios e considerando que não há naufrágio que não mereça ser visitado ao menos uma vez, parti para a pesquisa de campo para descobrir a marca. Assim que comecei a colher informações sobre a sua localização, recebi a advertência de que lá morava uma moréia enorme e invocada!

Trata-se de uma traineira de médio porte que afundou em meados de 2007 nas proximidades do píer de embarque de Arraial do Cabo. Não tem nada de valor histórico para se pesquisar nela. É só mais um naufrágio de um barco de pesca.

Convencer o Antonio, proprietário da Deep Trip, a fazer uma manobra complicada com seu barco para me deixar próximo do suposto local e convencer pelo menos mais dois mergulhadores a participarem da busca a um naufrágio aparentemente sem atrativo algum era minha prioridade naquele dia.

Foi me dito também que exatamente em baixo do píer, na vaga do barco Cidade do Cabo havia um outro “naufrágio” e que a tal moréia também costuma passear por lá. Só que meu “informante” avisou também que este barco, na verdade, era um caiaque bem pequeno.

Perfeito então! Eu estava prestes a mergulhar em um naufrágio que servia de

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morada para uma moréia enorme e depois iria mergulhar no menor naufrágio do mundo (1m x 1,5m)!

Chegando ao píer, uma visão que eu nunca havia visto: um misto de explosão de natureza com poluição visual. Cardumes de sardinhas, tartarugas, corais, esponjas, mariscos, ouriços, baiacus, coiós, polvos, moréias e diversas outras espécies interagiam em meio aos pilares de sustentação com sacos plásticos, redes, anzóis, linhas de pesca, cabos de nylon, garrafas e pneus... Muitos pneus! Não dá para ver se o fundo é de areia, cascalho ou lama porque o fundo é de pneu. Eles eram utilizados como defensa para os barcos não baterem no píer, mas quando caem no mar e afundam, tornaram-se abrigo para milhares de espécies.

Eu, Celso e Pedro rapidamente encontramos o naufrágio e curtimos muito fazer as penetrações que, apesar de pequenas, tinham uma dose extra de adrenalina em imaginar dar de cara com a Moréia.

Desta vez ela não estava lá e partimos em direção ao píer utilizando técnicas de navegação subaquáticas.

Encontramos então o “Menor Naufrágio do Mundo” e vimos de relance a famosa e enorme moréia, que entocou e não deu o ar da graça novamente. Infelizmente pou-

ca imagem foi captada deste momento, pois a bateria da filmadora chegou ao fim justamente naquele momento.

O mergulho chegara ao fim e, ao emergimos bem ao lado do píer, havia uma certa aglomeração de curiosos que estavam acompanhando as bolhas de ar que surgiam do fundo. Imediatamente perguntei: _ Aqui é o Cais de Búzios? _ Não! Aqui é o Cais de Arraial do Cabo.

Respondeu alguém.

Olhei então para meus parceiros e gritei: _ Eu não falei que você havia errado o rumo! Agora vamos ter de nadar tudo de volta!

E então simulamos que estávamos submergindo novamente para o espanto geral dos espectadores.

Foi um mergulho muito emocionante, bonito e divertidíssimo como todo mergulho deveria ser. E tudo isso aconteceu por causa de um naufrágio sem valor histórico e uma moréia verde que carinhosamente apelidei de “Marciana”.

O nome do pesqueiro, para aqueles que gostam de registrar, é Mizoneide.

Paulo Dias – Tel.: (0xx21) 9416-2267 e.mail.: mergulho@divetur.com.br

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Restrição de Carboidratos e o uso dos Rebreathers

Texto e fotos László Mocsári

N

o mundo em que vivemos há um grande paradoxo, talvez o maior de todos: metade das pessoas luta contra a fome e a outra metade contra o sobrepeso e obesidade. Estima-se que em nosso planeta cerca de 300 milhões de pessoas são obesas1. Nos EUA, 35% da população é obesa e 32% tem sobrepeso, totalizando 67% com problemas desta ordem2. No Brasil estas cifras são menores, cerca de 35% para os portadores de sobrepeso e obesidade3. Parece não haver ainda um senso que indique qual a prevalência destas entidades nos mergulhadores, mas provavelmente seja algo menor do que estes valores expressos acima, porem certamente, uma boa parte deles fazem alguma dieta para combater esta situação.

Há muito se sabe que as dietas influenciam na produção de CO2 pelo organismo. Para a obtenção de energia o organismo oxida preferencialmente carboidratos e, para cada 10 moléculas de O2 usadas neste processo, 10 de CO2 são produzidas4. Dietas pobres em carboidratos fazem com que o organismo oxide 58 - DecoStop - Outubro 2009

gorduras, reduzindo a produção de CO2 para a proporção de cada 10 moléculas de O2 usadas neste processo para 7 de CO2.

A relação de CO2 produzido (VCO2) sobre O2 (VO2) consumido é conhecida como quociente respiratório (R). Isto é, VCO2 R= VO2 Para uma pessoa com dieta normal, consumindo quantidades médias de carboidratos, proteínas e gorduras, o valor de R é considerado 0,825. 4 Em 1972, o Dr. Robert C. Atkins introduziu uma nova abordagem nutricional para o combate da obesidade publicada em seu livro intitulado “A Dieta Revolucionária do Dr. Atkins” que foi e continua sendo um dos mais vendidos no mundo. Apesar de ser criticada por muitos é comprovadamente a dieta mais eficaz para se perder peso, sendo adotada por milhares de pessoas pelo mundo.

Ela consiste em restringir carboidratos, que são o principal substrato para a obtenção de energia do cor-

po. Sendo assim, o organismo passa a obter energia a partir das gorduras e proteínas. Com esta dieta, a glicose, que é o principal carboidrato utilizado pelo organismo, é produzida a partir das proteínas e gorduras pelo processo conhecido como gliconeogênese. Com isso se gasta mais energia para produzir glicose se comparado pela rota metabólica habitual. Dentre outros, este é um dos fatores que faz perder peso.

Outras dietas como South Beach, dieta da semana e outras, também usam a restrição de carboidratos. A American Heart Association, apesar de condenar a dieta de Atkins, recomenda a restrição de carboidratos como forma de combate a obesidade, diabetes e dislipidemia.

Na realidade, o homem moderno tem uma ingestão muito rica em carboidratos que está fortemente presente nas farinhas, pão, massas, doces, cereais não integrais e outros que são ingeridos de forma abusiva por muitos de nós.

O uso de rebreather no curso de dietas com baixa ingestão de carboidratos pode ter algumas impli-

cações. Uma delas é que elas reduzem a produção de CO2, baixando o R para algo em torno de 0,7, ou seja, reduz cerca de 15% a VCO2 do mergulhador, que reflete em aumento de 15% no tempo do absorvente. Em um mergulho de baixo esforço físico (VO2 em torno de 1 – 1,2L/min) teoricamente não haveria problemas. Porém, nos mergulhos com grande esforço físico (VO2 > 1,5L/ min) durante tempo prolongado, pode haver queda da glicemia, pois nestes indivíduos o glicogênio (reserva de carboidrato do organismo) encontra-se depletado.

Esta dieta está associada também a dores musculares, fadiga e câimbras que certamente ficam bem mais pronunciadas sob o exercício extenuante.

A hipoglicemia causa ansiedade, fome intensa, tremor, náuseas, fraqueza, sudorese, tontura, palpitação, desorientação e até mesmo convulsão. Sintomas que podem se confundir com os da intoxicação pelo oxigênio.

Apesar de não se ter descrito que a hipoglicemia predisponha a intoxicação pelo oxigênio não quer dizer que isto não ocorra.

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cientes com pneumopatias retentoras de CO2.

Caso deseje passar mais tempo de fundo com o seu rebreather esta técnica jamais seria a primeira a ser empregada. A troca do seu scrubber por outro maior causaria bem menos repercussão metabólica do que o imposto por uma dieta restritiva em carboidratos.

Relato de Caso No dia 5/9/2009 fiz um mergulho repetitivo de 24m/120min e 24m/80min com intervalo de superfície de 20min, SP de 1.0.

Foi um serviço de mergulho para a inspeção de um trecho de efluente industrial.

Planejei mergulhar uma distância de 4000m com scooter por cerca de 5 horas com uma profundidade decrescente que ia dos 24 aos 7m, subida quase que constante mergulho sem descompressão.

Combinei com o marinheiro da embarcação para que seguisse a minha bóia de superfície, pois, iria cair em um local e nadar até outro, onde subiria para trocar a bateria do scooter, descansar, beber algum líquido e prosseguir na inspeção.

A insulina elevada (hormônio que faz baixar a glicemia), predispõe a intoxicação pelo oxigênio6, 7, porém, nos usuários destas dietas há uma importante redução da insulina endógena. Seria este um fator protetor?

Talvez não... Não se tem descrito que a hipoinsulinemia seja um fator protetor contra a toxicidade pelo O2.

Por outro lado, em um indivíduo que tem uma ingestão exclusivamente de carboidratos, o R aumenta podendo chegar a 1, ou seja, cada molécula de O2 produzirá uma molécula de CO2 que representa um aumento da ordem de 20% na produção de CO2 se comparado com um individuo que faz uma dieta balanceada normal.

Após uma refeição normal, o indivíduo tem um R em torno de 1, 60 - DecoStop - Outubro 2009

porém 8 a 10 horas após, quando o organismo já se utilizou da maior parte destes carboidratos, passa a metabolizar gorduras, o R então cai, se aproximando de 0,75 . Ou seja, dependendo do momento e do tipo da refeição que o mergulhador faça poderá produzir uma variação de até 30% na produção de CO2 durante o mergulho. Com rebreathers isto pode ser significativo.

Apesar disto, muitos atletas ingerem carboidratos antes e após a atividade física, para evitar a depleção e repor os estoques de glicogênio, mas isto não é uma recomendação amplamente aceita.

Muitas pessoas não se sentem bem o fazendo.

Dietas com restrição de carboidratos são indicadas também para pa-

Caí na água, desci e comecei a minha jornada. Inspecionei 12 juntas, tirei fotos por 120 min, me desloquei por cerca de 1000m do ponto inicial, quando a bateria do scooter começou a ficar fraca. Acabei gastando bem mais tempo do que o previsto. Durante este mergulho me preocupei, pois não ouvi em momento algum o barulho da embarcação. Amarrei o cabo da minha bóia ao efluente e iniciei a subida. Fiz 7 minutos de descompressão a 6m. Na superfície não vi sombra do barco!

Fiquei seguro a bóia, Inflei o meu decomarker e tentei avistar a embarcação. Avistei-a bem longe. Pensei que o marinheiro estivesse a minha procura. Foi um local de águas abertas e o mar não estava calmo, com ondas de 2 metros, vento de cerca de 10 a 15 nós com carneirinhos. Fiquei esperando por 20 minutos. Notei que a embarcação não havia saído do lugar e parecia estar parada no mesmo local onde iniciei o mergulho.

Resolvi voltar pelo fundo. Nadei de volta arrastando a bóia, o decomarker, o scooter e outras tralhas por cerca de 1000 metros.

Estou fazendo dieta de baixa ingestão de carboidratos para emagrecer, pois minha coluna sofre com o sobrepeso.

Nadei exatamente 1000 metros em 60 minutos (15m/ min), mantive o meu SP em 1,0, apesar de teoricamente poder aumentá-lo para até 1,2, mas preferi não devido a retenção pelo CO2 própria do exercício e a previsível hipoglicemia. Fiz duas paradas para descanso. Vim arrastando as bóias, scooter e outras tralhas. Fiquei cansado e só fui estabilizar a taquipnéia do exercício no final dos 20 minutos da descompressão.

Senti câimbras por duas vezes e mais nada neste trajeto de volta.

Calculei a minha VO2 média do mergulho que foi de 1,6L/ min. Considerando que a minha VO2 média no mergulho é em torno de 1L/min e que tenha utilizado esta nos 2/3 iniciais de tempo do mergulho, durante aqueles 60 minutos de nado ela deveria estar entre 2,5 e 3 L/min.

Obs: O marinheiro perdeu a minha da bóia de vista!

Estava usando um Megalodon APECS 2.5 com absorvente Atrasorb médica, com scrubber axial. Foram 3 horas com 1,6 de média de VO2 o que equivale a quase 5 horas com VO2 de 1L/min (o que já fiz algumas vezes), Certamente neste mergulho a minha VCO2 média tenha sido em torno de 1,12L/min, diferente de 1,6 ou 1,32 L/ min se tivesse ingerido muito carboidrato previamente ou tivesse com dieta normal.

2. Organização Mundial da Saúde. https://apps.who.int/ infobase/reportviewer.aspx?rptcode=ALL&uncode=840 &dm=5&surveycode=102913a1. Retirado em 6/9/2009.

Referências 1. http://www.iuns.org/features/obesity/obesity.htm. Retirado em 6/9/2009.

3. Organização Mundial da Saúde. https://apps.who.int/ infobase/reportviewer.aspx?rptcode=ALL&uncode=76& dm=5&surveycode=102314f13 . Retirado em 6/9/2009.

4. Guyton AC, Transporte de Oxigênio e de Dióxido de

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Carbono no Sangue e Líquidos Corporais. Tratado de Fisiologia Médica. Guanabara Coogan,1991, Cap 40, 381388.

5. Guyton AC, Equilíbrios Dietéticos; Regulação da Alimentação; Obesidade e Inanição; Vitaminas e Sais Minerais. Tratado de Fisiologia Médica. Guanabara Coogan,1991, Cap 71, 682-692.

6. Clark JM, Thom SR. Toxicity of Oxygen, Carbon Doxide, and Carbon Monoxide. Bove and Davis Diving Medicine 4th Edition, Sauders, 2004, p241- 259.

7. Lowry C. Oxygen Toxicity. Diving and Subaquatic Medicine 4th Edition, Edward Arnold Publisher Ltd. 2002. Cap 17. 207-222

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A ATRASORB potencializa a absorção de seu produto

H

á mais de 55 anos, o Grupo HB investe em pesquisas e novas tecnologias, e tem como maior preocupação inovar e aperfeiçoar seus produtos, equipamentos e serviços.

A Atrasorb, uma das empresas do grupo HB, atua há mais de 25 anos como única fabricante nacional de absorvedores de gás carbônico conquistou mais uma grande vitória, o Produto Cal Sodada atrasorb Super, é o único produto que absorve 225 L. Em pouquíssimo tempo a ATRASORB tornouse líder no mercado brasileiro sulamericano e referência mundial em absorção de CO2. Hoje fornece absorvedores de CO2 para 90% do mercado nacional na área médica (anestesia) e 100% na área sub-aquática.

A Cal Sodada ATRASORB em 2008 já absorvia 10% a mais do que nosso concorrente europeu.

Não satisfeitos com esta marca, investimos numa nova técnica de secagem que consiste em aproveitar a própria cal sodada para absorver a pouquíssima formação de CO2 que é gerada dentro da estufa que é á gás. A Cal Sodada

Atrasorb passou a absorver 210L de CO2 em 2008, e agora no segundo semestre de 2009 a ATRASORB se superou e desenvolveu seu próprio trocador de calor no processo e secagem e a Nova Cal Sodada Atrasorb Super passou absorver 225L de CO2.

Agora nos tamanhos 4,2 mm, 3,2 mm e 2,2 mm. É O MELHOR ABSORVEDOR DO MUNDO, sendo FEITO NO BRASIL, COM TECNOLOGIA BRASILEIRA E PARCEIROS BRASILEIROS como a Marinha do Brasil.

A função da cal sodada é absorver Gás Carbônico. Num circuito aberto, inspiramos o ar atmosférico (ar com 21% de oxigênio e 79% de nitrogênio) e o exalamos mais pobre em oxigênio e, como resultado do processo metabólico, com um teor de dióxido de carbono ou gás carbono (CO2) em torno de 4%. Num circuito fechado, onde há a necessidade do ar ser reaproveitado, o gás carbônico tem que ser removido. Para isso utiliza-se a cal sodada, que funciona como um “filtro químico”, absorvendo o CO2 e tornando as condições do ar regenerado ideais para a respiração.

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Equipamentos Por Romeu Dib

Reguladores de Mergulho

O

regulador é provavelmente a peça mais importante do equipamento de qualquer mergulhador. Sua invenção, ocorrida em 1943 por méritos de Jacques Custeau e Emile Gagnan, representou o marco principal na história do mergulho.

A partir desse momento os mergulhadores dispunham de uma válvula de demanda, capaz de lhes fornecer o precioso ar comprimido à pressão ambiente e no momento necessário, sem perdas de gás devido a fluxos contínuos, característica marcante dos predecessores à invenção da dupla francesa.

Os primeiros reguladores de demanda tinham apenas um estágio. Isso significa que a redução da pressão do cilindro de mergulho para a pressão ambiente ocorria de uma vez só. Como a válvula se localizava presa ao cilindro, nas costas do mergulhador, a pequena diferença na pressão da água entre suas costas e pulmões era suficiente para deixar pesada a tarefa de respirar. Essa tarefa se tornava ainda mais pesada à medida que a pressão do cilindro diminuía.

Equipamentos mais modernos, lançados no mercado em meados dos anos 60, começaram a efetuar a redução da pressão em dois estágios. A pressão do cilindro se reduzia no primeiro estágio (acoplado ao cilindro) para uma pressão intermediária (cerca de 9 a 10 Bar acima da pressão ambiente) que por sua vez era reduzida para a pressão ambiente no segundo estágio (acoplado à boca do mergulhador). Esse arranjo engenhoso diminuiu o esforço inalatório de forma extraordinária, e é usado até hoje em todos os reguladores modernos.

Os reguladores atuais usam diversos materiais em sua construção: bronze e latão com acabamento niquelado, aço inoxidável, borracha e diversos outros tecno-polímeros de última geração. Os projetos mais modernos buscam aliar as duas mais importantes carac-terísticas de um regulador: a performance e a confiabilidade.

Regulador sem regulagem

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De nada adianta um regulador com uma performance fantástica, se este vaza e estraga o tempo todo. Por outro lado um equipamento altamente confiável que forneça uma vazão baixa é de pouca utilidade ao mergulhador.

PERFORMANCE Quando se avalia a performance do regulador verificamse as seguintes características indispensáveis aos bons produtos: • Balanceamento: característica presente em um regulador que mantém a pressão intermediária constante, mesmo quando a pressão do cilindro diminui ou em maiores profundidades. Mecanismos equilibram a menor pressão do cilindro e a maior densidade do gás na profundidade, deixando o fluxo

Regulador Pistão Balanceado

de gás para o mergulhador praticamente constante. Bons reguladores são bi-balanceados: isso significa que o primeiro e o segundo estágio têm projetos que garantem as características supracitadas.

Geralmente os segundos estágios balanceados possuem um botão giratório que regula o fluxo de ar; • Capacidade de Fluxo: ajuda a compensar o aumento da densidade do gás respirado à medida que a profundidade aumenta. É garantida através de um projeto minucioso do tamanho e formato das câmaras internas, e dos orifícios, válvulas e mangueiras do regulador; • Cracking effort: medida do esforço necessário para abrir o mecanismo e iniciar o fluxo de ar no segundo estágio do regulador;

Regulador Pistão Simples

• Esforço inalatório: medida do esforço necessário para, uma vez aberto o mecanismo, mantê-lo aberto e com gás fluindo através dele. Dois sistemas são geralmente usados para melhorar essa característica. O sistema VENTURI tem uma aleta interna no regulador segundo estágio, que pode ser movimentada por um botão giratório no lado externo, de forma a aumentar e diminuir o esforço de inalação (em caso de free-flow ou fluxo contínuo indesejado). Já o sistema VAD é marcado pela presença de um tubo by-pass externo na lateral do regulador segundo estágio. Ambos os sistemas criam uma área de sobre pressão interna no regulador, que mantém o diafragma pressionado, e que por sua vez garante a continuidade do fluxo de ar, facilitando a respiração.

• Esforço expiratório: medida do esforço necessário para, ao fim da etapa de inalação, fechar a entrada dos gases provenientes do cilindro e abrir a saída dos gases provenientes da exalação;

• Esforço respiratório: medida do esforço respiratório total das etapas de inalação e exalação; CONFIABILIDADE Ao se avaliar a confiabilidade de um regulador são levadas em conta a qualidade do seu projeto, o processo de fabricação e testes, além da qualidade dos materiais utilizados.

Reguladores com alta confiabilidade podem ser usados por longos períodos de tempo sem apresentar problemas (dificuldade respiratória, vazamentos, entre outras) e sem necessidade de manutenção.

Os reguladores primeiro estágio se enquadram em três categorias distintas: Pistão Simples Reguladores não-balanceados com características construtivas bastante simples. São extremamente confiáveis e robustos, com poucas peças, baixo custo e grande simplicidade de funcionamento e manutenção. Geralmente são usados por escolas e operaOutubro 2009 - DecoStop - 65

doras para uso em profundidades até 18 metros, onde não se exige grande desempenho do regulador.

Regulador Diafragma

Pistão balanceado

Diafragma

Reguladores balanceados que aliam uma relativa simplicidade e baixa quantidade de componentes (garantindo assim uma alta confiabilidade) com características construtivas que garantem uma alta performance no funcionamento. São os mais utilizados em mergulhos técnicos (naufrágios, profundos e cavernas), pois se configuram muito bem em cilindros duplos e aliam boas características de desempenho e confiabilidade;

Reguladores balanceados que possuem as melhores características de alto desempenho.

Seu funcionamento exige uma maior quantidade de peças móveis, o que diminui sensivelmente sua confiabilidade.

Entretanto os modelos mais modernos dos melhores fabricantes já conseguem manter um alto grau de confiabilidade aliada ao alto desempenho.

São a escolha ideal para mergulhos em águas muito frias, pois alguns modelos possuem vedações que impedem que

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a água de entre no regulador, evitando assim o seu congelamento.

Seja qual for a marca ou o modelo do regulador que o mergulhador escolha para comprar, é importante que se avalie o uso a que se destina.

Quanto mais se mergulha, mais importante a qualidade e confiabilidade. Lembrando que os cuidados com a limpeza e manutenção dos reguladores podem aumentar sua vida útil de forma considerável.

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Croqui do Guido Mohring por Olivier Brichet

Groix,

a ilha dos naufrágios

Texto Jean-Louis Maurette e Christophe Moriceau, integrantes do Expédition Scyllias.

Fotos Jean-Louis Maurette Croquis por Olivier Brichet

I

lhas mexem com o imaginário das pessoas. Sua imagem mais frequentemente divulgada é a de um lugar especial, um pedaço do paraíso. Tais lugares se tornam ainda mais interessantes quando sua beleza se estende para seus arredores submersos. E fica perfeito quando, por diversos motivos, navios afundam próximos a ela.

A Bretanha, que possui em seu litoral mais de oitocentas ilhas e enseadas, oferece as melhores opções deste tipo na França metropolitana. A Ilha de Groix, por exemplo, é um exemplo a parte. É um destino muito procurado por amantes de belas paisagens e mergulhadores. Localizada a poucas milhas náuticas da cidade de Lorient, possui oito km de extensão por quatro de largura. É a segunda maior ilha da Bretanha e muito conhecida por sua linda praia convexa de areias brancas, única na Europa. Carros não existem lá, apenas bicicletas. O número de

residentes é de 2.266 pessoas, que são chamadas “Groisillons”. Claro que no verão a população aumenta muito e, por este motivo a melhor época para visitar Groix é entre junho e setembro, mas mesmo na alta temporada há um ponto de mergulho bem tranquilo a sua espera. Muitos naufrágios interessantes estão na região, fazendo deste um local especial para todos aqueles que amam a atividade.

um pesqueiro até 1939 quando foi requisitado pela marinha alemão sendo renomeado V709. Foi reclassificado como um Vorpostendboot, um barco patrulha. Começou sua carreira militar em abril de 1940 nas geladas águas da Noruega até se tornar parte da sétima flotilha de barcos-patrulha baseada no porto de Kiel. Sua área de atuação era o Mar Báltico. Algumas semanas após a derrota da França para os nazistas, o V 709 foi enviado para Brest.

V 709 Guido Mohring Vamos começar com a parte norte da ilha que é protegida dos ventos de oeste e sudoeste. O V 709 Guido Mohring foi chamado erroneamente, por muitos anos, de M 10, nos antigos registros da marinha francesa. Popularmente ele é conhecido como o “naufrágio do canhão”. Possui quarenta e cinco metros de extensão e foi construído como um Trawler em 1928 na cidade de Cuxhaven na Alemanha. Atuou como

Em dezoito de abril de 1941, alguns inquietos pescadores franceses “pescaram” um torpedo britânico com a rede de seu barco. O 709 estava na área patrulhando e foi chamado para ajudar a neutralizar a arma. Sem demoras, um mergulhador fixou o torpedo a um guincho e ele foi cuidadosamente colocado no deck, mas sem aviso, o torpedo explodiu. Era meio dia e dez.

Muitos marinheiros foram mortos instantaneamente e a popa do barco

O Guido Mohring no inicio de sua carreira militar

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A proa do Guido Mohring

A âncora

patrulha ficou bastante danificada. O navio é rapidamente rebocado para o porto de Lorient, que não estava muito longe. Mas o mar não ajudou. Todos os sobreviventes, feridos ou não, são transferidos para um barco de resgate. Às sete horas da manhã o comboio está cruzando a entrada do canal quando o V709 aderna rapidamente de bombordo e desaparece da superfície após alguns minutos.

A principal característica do “naufrágio do canhão”, como é popularmente chamado, é seu belíssimo canhão de 88 milímetros, localizado no meio da proa, ainda mirando para cima, como se um inimigo estive atacando-o. O Guido Mohring é um belo naufrágio mas sofreu bastante com os fatores do ambiente a qual se encontra exposto a tanto tempo. Atualmente é um ponto de mergulho bastante popular apesar da baixa visibilidade. Aos trinta metros de profundidade e apoiado em sua quilha, além de sua famosa arma, uma bela âncora, ainda montada em seu olhal e seu guincho de operação são sempre alvos de muita admiração. A superestrutura já desapareceu, mas navegando sob o deck da embarcação o visitante pode facilmente reconhecer a caldeira ainda posicionada sobre seu berço, mas coberta de vários pedaços de metal, fruto da explosão do torpedo. Esta área é um habitat de moréias e outros moradores.

A popa está completamente destruída e o hélice desapareceu, mas ainda é possível identificar o leme. De volta a proa, uma enorme corrente chama atenção e é nela que seguimos até uma enorme âncora cravada no leito do mar, dando a impressão de que o próprio naufrágio não quer sair dali, perpetuando-se na memória de seus visitantes para sempre.

Sperrbrecher 134 A viagem segue para próximo da ilha de Groix onde descansa o Sperrbrecher 134 a cerca de um terço de milha náutica de Port Tudy, o porto principal da ilha.

Com mais de setenta e dois metros de comprimento e dez de boca, este navio mercante de mil toneladas de deslocamento foi construído em 1909 no famoso estaleiro Bremer Vulkan, na Alemanha, sendo lançado no dia trinta e um de julho. Duas caldeiras abasteciam de vapor seu motor de tripla expansão que proporcionava uma velocidade máxima de dez nós. No início de sua carreira ele foi chamado de SS Toreador pela companhia J. D. Sturken de Bre-

men. Trocou de nome e proprietário por quatro vezes até 1939 quando foi requisitado pela marinha alemã. Foi remodelado, armado e recebeu o nome de Sperrbrecher 34 em primeiro de outubro de 1940. Em 1941 foi transferido para a base de Lorient e chamado de Sperrbrecher 134.

Este navio civil foi mais um entre vários mercantes de carga ou trawlers solicitados pela marinha alemã para servir ao esforço de guerra de Hitler. Eles foram reformados e preparados para auxiliar na proteção dos submarinos alemães, os temíveis u-boats, removendo minas aliadas e outras ameaças das redondezas das principais bases como Lorient, que eram sempre visadas. A RAF, Royal Air force da Inglaterra, fazia constantes ataques aéreos a região e eram estes navios que também faziam parte da defesa aérea. Mas em oito de agosto de 1944 a poderosa artilharia do Sperrbrecher 134 e outras armas a bordo de mais dois navios que estavam ancorados ao largo de Port Tudy não conseguiram evitar que aviões bombardeiros o afundassem. Milagrosamente não houve vítimas já que toda a tripulação conseguiu nadar para a praia e ser socorrido por pescadores franceses que foram testemunhas do ocorrido. Um dia triste para a marinha alemã, mas um dia muito feliz para os mergulhadores de naufrágio!

Apesar de estar muito desmantelado a meia nau, o naufrágio merece uma longa visita. O Sperrbrecher 134 está em posição de navegação aos vinte metros de profundidade em fundo de areia que, às vezes, é decorado por estrelasdo-mar pretas. O local, bem protegido dos ventos de oeste e sudoeste, é um dos melhores pontos de mergulho da parte sul da Bretanha por causa de seu fácil acesso. Aqueles que preferem mergulhar com pouca gente na água só precisam chegar um pouco mais cedo de manhã para evitar o forte movimento do verão. Mesmo assim o naufrágio é grande o bastante para receber muitos mergulhadores de uma só vez sem parecer que está cheio. Embora a presença de correntes fortes seja bem difícil, é recomendado que o mergulho seja feito na maré baixa para a garantia de um mergulho seguro e com boa visibilidade. A proa é a parte mais interessante do naufrágio. Existem fáceis penetrações com muitos pontos de luz.

Claro que os interessados em conhecer um pouco mais da região devem tomar cuidado e não levantar suspensão.

Croqui do Sperrbrecher 134 por Olivier Brichet O Sperrbrecher 134

O navio ainda mostra uma boa forma

Algumas penetrações são possiveis

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Linda ancora!

(U-171)

Um dos hélices (U-171)

Parte da carga do Tasso

Da proa nade em direção a popa. No caminho você encontrará estruturas muito diferentes, como uma enorme chaparia de seis metros de altura e o pólo de fixação do GBT, um equipamento feito para pegar e explodir minas bem longe do navio. Este aparato se encontra no fundo arenoso e é fácil identificá-lo. De volta a parte principal você verá que os ferros destorcidos se tornaram perfeitos para abrigar as mais diversas espécies de peixes e moluscos.

A exploração continua na direção das caldeiras e do motor que está destruído. Ao lado você encontrará uma enorme roda, que era o assento de um dos canhões antiaéreos. É inútil tentar localizar a arma, pois todos os armamentos, após o final da guerra foram retirados por um comerciante de sucata. O mesmo vale para o hélice. Que vergonha! Mas o mergulho não está terminado. Por bombordo você encontrará os locais mais danificados, mas também interessantes. A baixa profundidade irá permitir que seu tempo de fundo seja um pouco mais extenso, proporcionando um final de exploração bastante aproveitável. Ao retornar para o inflável tenha em mente que muitos barcos circulam pela área do naufrágio e por isso suba sempre olhando para a superfície.

U-171 Após um belo dia explorando duas interessantes relíquias da segunda guerra mundial, chega a hora de visitar um naufrágio que mexe com o imaginário dos mergulhadores de naufrágio. É hora de conhecermos o submarino alemão U-171, a principal atração submersa de Groix.

O belo hélice do Tapir

O U-171 era um submarino tipo IX-C construído pelo estaleiro Deschimag AG Wesser e comissionado em vinte e cinco de outubro de 1941. Foi absorvido pela quarta flotilha e enviado para a base de Lorient.

Algumas semanas depois, o U-171 foi enviado para as águas do Golfo do México para sua primeira patrulha. Mas as condições haviam mudado. Após diversas patrulhas com muitos sucessos nesta região, os Aliados começavam a se organizar e lutar contra a ameaça submarina alemã. Uma das ações Aliadas que representaram muito sucesso era a formação de comboios, tornando escasso o número de navios sozinhos, alvos prediletos dos u-boats. Demorou

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quase um mês para o 171 mandar sua primeira vítima para o fundo do mar, o cargueiro mexicano Oaxaca. No dia treze de agosto foi a vez do navio tanque R.M. Parker Jr. e, em quatro de setembro outro cargueiro mexicano, o Amatlan.

Devido a escassez de carburante, o submarino encerrou sua patrulha e navegou de volta para a base. No dia nove de outubro de 1942 o 171 estava a cinqüenta milhas de Lorient e, apesar da presença de diversos aviões alemães na área, o navio escolta estava atrasado. O Comandante Pfeffer decidiu seguir sem a escolta e, por volta das uma e trinta da manhã, uma enorme explosão foi ouvida e todo submarino havia tremido: era uma mina britânica!

A tripulação tentou manter a embarcação flutuando, mas o mar foi mais forte e o U-171 começou a afundar pela proa. Alguns de seus tripulantes não conseguiram escapar e o submarino lentamente atingiu o leito do mar, aos trinta e oito metros de profundidade.

Na casa das máquinas todos morreram afogados, mas na sala de torpedos de proa um drama começava. Os que estavam lá conseguiram fechar as escotilhas e permanecer vivos. Dezesseis homens bem treinados e cada um com uma unidade de rebreather “Drager Tauchretter”. Era a última oportunidade de escapar com vida daquele caixão metálico. A água do mar, vagarosamente começava a entrar no compartimento. Os tímpanos estavam doloridos, o vapor das baterias irritava os olhos e pulmões. Uma hora mais tarde o compartimento estava quase todo inundado e as pressões internas e externas equalizadas. Um dos tripulantes conseguiu abrir uma das escotilhas dos torpedos e quinze homens chegaram vivos a superfície. Todos os sobreviventes foram resgatados pelos navios-patrulha Sperrbrecher 4 e 134.

Dos quarenta e nove tripulantes, vinte e dois não conseguiram sobreviver.

Localizar os destroços do U-171 não é tarefa muito fácil. Primeiro por causa de sua profundidade, trinta e oito metros, e pela presença de blocos de granito no local, que atrapalham as leituras de sonar na área. Então, a utilização de um equipamento de boa qualidade é recomendável para evitar a perda de tempo e garantir o sucesso da operação.

A parte mais alta do naufrágio se eleva a sete metros do leito do mar e, como os outros dois naufrágios já apresenta-

Mapa de localização dos náufragos

dos nesta reportagem, também se encontra em posição de navegação. Praticamente nada resta da proa. Ela parece ter sido cirurgicamente cortada, mas ninguém na região sabe contar o que realmente aconteceu. Assim, a primeira impressão que temos chegando ao naufrágio é de surpresa total por não vermos uma parte tão característica deste tipo de embarcação. A torre ainda mantém boa integridade e rapidamente nos transporta no tempo, de volta aos dias sombrios da guerra. O periscópio de ataque e sua lente ainda são facilmente identificáveis. O periscópio de superfície foi levado embora e o “jardim de inverno”, um deck que ficava logo atrás da torre e acomodava uma metralhadora antiaérea também. A escotilha de acesso para o interior do submarino está aberta. Poucos metros abaixo você chega à entrada principal da ponte de comando que hoje tem a entrada proibida devido a protestos do Governo Alemão. O U-171 é classificado como um túmulo de guerra, mas mesmo assim, por todos os lados, podem ser vistos sinais de que peças e partes foram removidas.

De qualquer maneira, penetrar no submarino é um exercício perigoso e deve ser evitado. Mas nada o impede de iluminar o interior e conhecer um pouco mais desta máquina de guerra.

Em direção a popa, o casco de pressão encontra-se em bom estado apesar dos mais de sessenta anos no fundo do mar. Os tubos de admissão de ar que alimentavam os motores a diesel chamam nossa atenção. Logo ao lado está o pedestal da arma de trinta e sete milímetros, há muito retirada. Mais a frente uma escotilha aberta, que era utilizada para colocar os torpedos dentro do submarino. A popa está levemente desmantelada. A extremidade dos tubos lança torpedos está cortada e caída no fundo arenoso. Um dos hélices está exposto parcialmente. Finalizando a exploração da popa não fique achando que o mergulho terminou. A proa, apesar de ter sido removida, ainda possui alguns atrativos. É lá que você encontra o canhão de proa, muitas caixas de munição, algumas outras cápsulas, parte do casco de pressão e o que restou dos tubos de torpedo de proa. E a surpresa continua! Encontrando o guincho você chega a corrente e a belíssima âncora Almirantado do U-171. Muitos tanques de ar podem ser vistos por toda a extensão da proa. Eles eram utilizados para retirar a água dos tanques de lastro, fazendo o submarino emergir. Em meio a todos estes destroços é possível reconhecer outras estruturas como os hidroplanos.

Tasso e Tapir Ainda com as imagens do “Lobo Cinzento” em sua memória e margem de segurança para realizar mais um mergulho a tarde, aos vinte e seis metros de profundidade, é hora de conhecer o Tasso e o Tapir. Isso mesmo, dois naufrágios em um só mergulho!

Lançado em 1904, o Tasso, um moderno navio a vapor de propriedade da Campbelltowm Steam Boat Company, tinha oitenta e três metros de comprimento. Em 1914 foi recrutado pelo governo britânico e em 1916 colocado a

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disposição dos franceses. A primeira guerra mundial estava no auge e os oceanos e mares se tingiam de vermelho. A ameaça principal aos navios era a frota de submarinos alemães.

A pintura original ainda pode ser vista na cabine de comando (Plein Ceiil)

No casco ainda é possivel ler o porto de registro SM Saint Malo (Plein Ceiil)

Participando de um comboio com doze navios, em quatorze de março de 1917, que seguia próximo a costa para deixar exposto apenas um dos bordos, o Tasso, assim como outros, havia sido armado com armas para sua proteção. Claro que o comboio também contava com a escolta de diversos navios de guerra.

O litoral de Groix já estava visível e a tripulação de vinte e quatro homens a bordo do Tasso já se sentia aliviada pela proximidade do destino. Nos porões do navio cargas valiosas para o esforço de guerra: aço e algodão. Às duas e quinze da manhã, a cerca de duas milhas náuticas da ilha de Groix, o timoneiro vê uma forma negra na água.

Depois, tubos verticais apareceram na superfície. O oficial de vigia é imediatamente avisado e ele conclui que um submarino os aguarda mais a frente! O capitão vira o barco para cima do u-boat, na tentativa de tentar atropelá-lo, mas é tarde demais, um torpedo já se dirigia contra eles. A explosão acordou a tripulação que mal saía de suas camas e já sentia a fria água do mar em seus pés, inundando todos os quartos.

Nem foi preciso dar a ordem de abandonar navio. Todos pularam ao mar e o Tasso desapareceu rapidamente da superfície. O Océan, um navio de escolta, chegou rapidamente ao local e alguns gritos de socorro foram ouvidos dando a falsa impressão de que havia esperança de resgatar a todos, mas apenas seis foram localizados. Dezoito homens, incluindo o Capitão Owen, morreram.

O Tapir, sob o comando do oficial Andre, fora enviado a área para tentar resgatar o Tasso e rebocá-lo até a praia mais próxima. O naufrágio foi encontrado no dia seguinte, mas o reboque não foi possível. Após algumas tentativas e análises, foi dada a ordem ao Tapir para que tentasse um novo reboque, desta vez tirando proveito da maré de primavera.

Caso o reboque não fosse bem sucedido a ordem era para destruir o Tasso, deixando livre de perigos a entrada para o porto.

Alguns dias depois, em dezoito de março, a paisagem matinal de Groix é modificada pela visão de um naufrágio com apenas os mastros para fora sendo rebocado e uma enorme mancha de óleo saindo dele.

Croqui do Cyrano por Olivier Brichet

Mergulhador encontra a bota de um marinheiro alemão (Cyrano)

Mas o destino decidiu agir de forma abrupta e, por volta das onze e trinta da manhã uma enorme explosão foi ouvida na área de trabalho do Tapir. O naufrágio e o poderoso rebocador tinham desaparecido. Dois navios de guerra foram imediatamente para o local, mas nada encontraram além de mapas, madeiras, bandeiras, bóias do Tapir, muitos peixes mortos, mas nenhum sobrevivente. Por volta de uma da tarde um corpo foi localizado e no dia seguinte quatro minas foram avistadas e explodidas com tiros de espingarda. Isso confirma que o Tapir foi afundado por uma mina que vitimou a embarcação e toda sua tripulação. Era um rebocador de duzentas toneladas, construído em 1907 e utilizado em serviços diários dentro do porto de Lorient.

O esqueleto do Tasso é fácil de localizar com a ajuda de um GPS e uma sonda. As caldeiras são as maiores estruturas do naufrágio que já se encontra totalmente desmatelado. É importante que você fixe seu cabo guia em uma delas já que é um bom local para iniciar seu mergulho. Em direção a proa

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você não encontrará muitos restos já que boa parte do casco se encontra soterrado. Uma âncora pode ser facilmente visualizada. A parte central e a popa são as mais interessantes. A carga ainda está lá, sendo que o metal já se fundiu com outras partes do navio. Na região das caldeiras você perceberá que o motor foi retirado, fato comum nesta região onde comerciantes de sucata agiram bastante. Vá em direção a popa e investigue o enorme hélice e leme que apontam em direção a superfície. A bombordo você encontrará o canhão do Tasso, caído na areia.

Agora, como um sonho para os amantes de naufrágios, você irá visitar o segundo navio deste mergulho. Nadando alguns metros a partir do leme do Tasso você encontra o eixo do hélice do Tapir e muitos artefatos a sua volta.

Os dois naufrágios atraíram muita vida marinha para perto deles e não é incomum encontrar golfinhos no caminho de volta para a superfície. Sem dúvida uma charmosa volta ao presente, direto da primeira guerra mundial.

Plein Ceil Agora que você já está familiar com as condições de mergulho, vamos visitar um naufrágio mais contemporâneo e um pouco mais fundo.

O Plein Ceil, um trawler de casco de aço afundado propositalmente em quatorze de dezembro de 1992 por mergulhadores do famoso grupo “Commando Hubert”, foi construído em 1965 na cidade de Saint-Malo. Um magnífico barco de pesca oceânico, preparado para puxar pesadas redes de arrasto. Mares tempestuosos e ventos fortes faziam parte da rotina de trabalho do Plein Ceil, já que ele realizava sua pescaria no temível Mar do Norte. Sempre que possível cedia seu tempo em prol dos estudos das marés e clima, que tinham como objetivo uma maior segurança a todos que levam a vida no mar.

Após muitos anos de serviço ele foi vendido, desequipado e preparado para se tornar mais uma atração submarina da região.

Hoje ele se encontra a cinqüenta metros de profundidade e com uma inclinação de quarenta e cinco graus sobre bombordo. Facilmente localizado com uma sonda Fish-finder já que se a eleva seis metros do fundo de areia. A região é conhecida pela presença de fortes correntes e é sempre importante deixar

Mergulhador e o motor do Cyrano

alguém preparado na superfície para o caso de necessidade. O naufrágio ainda mantém boa parte de sua pintura, o que dá um efeito interessante quando acionamos as lanternas. No meio da escuridão o navio se ilumina. A cabine de comando ainda está inteira e uma penetração é bem vinda sem esquecer dos procedimentos de segurança. Ainda semi-inteiro, o naufrágio possui muitos pontos de interesse e o design dos anos sessenta agrada bastante aos olhos.

O tempo de fundo é pequeno e logo temos que subir para encarar alguns minutos de parada de descompressão.

Mas o Plein Ceil não vai a lugar nenhum e você poderá retornar em breve.

Cyrano Após o mergulho profundo do Plein Ciel é hora de enfrentar a força de Morfeu ou o chamado de Bacus, mas conseguindo resistir ao deus do sono e do vinho é hora de um mergulho no Cyrano.

Uma das pás do helice emergindo do fundo arenoso (Cyrano)

Parte do casco do Edouard de Cougy

Em 1926, a Union Normande de Rouen, companhia especializada em comércio fluvial, comprou quatro rebocadores na Holanda, entre eles o Cyrano. Com trinta e quatro metros de extensão, sua excelente motorização permitia que ele se aventurasse em mar aberto apesar de ter sido construído para rios.

Após 1930 ele foi enviado ao porto de Le Havre onde rebocaria barcas de hidrocarbonetos.

Mas, com a chegada da segunda guerra e a invasão alemã em Paris, ele foi levado, junto com outros diversos barcos, para as entranhas do Rio Sena para que não fosse confiscado pela Wehrmacht, a marinha de Hitler. Comandados por um homem além do extraordinário, Capitão Joseph Jacq, o estranho comboio se dirigiu para a cidade de Honfleur, depois Ouistreham para

Tubos de torpedo da popa (U-171)

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FOTO GUIDO NOHRING

Mergulhadores exploram o naufrágio

finalmente chegar a Cherbourg em doze de junho. No dia quatorze eles seguiram para Saint-Malo e descobriram que uma tempestade se aproximava. A todo vapor eles seguiram para o próximo porto, em Morlaix. Lá, ficaram surpresos com a atitude do chefe do porto, que os proibiu de entrar. A eles foi sugerido que fugissem em direção da costa sul da Bretanha, mesmo com a enorme tempestade chegando. Finalmente, após muitos apelos, foi permitido que eles ancorassem em segurança.

Algumas semanas depois os nazistas chegaram e tomaram todas as embarcações presentes. O Cyrano se tornou um caça-minas e tinha como objetivo limpar o canal de acesso para Lorient, uma famosa base de u-boats. Em vinte e oito de janeiro de 1944 ele tocou em uma mina e afundou sem vítimas.

Mais conhecido como “O rebocador”, este naufrágio é bastante festejado devido ao seu charme e a baixa profundidade, dezoito metros. Próximo e protegido pela ilha de Groix, o Cyrano é figurinha fácil no log book daqueles que visitam a região. Chegar cedo é importante para evitar o grande número de mergulhadores no local que possui boa luminosidade, visibilidade e quase corrente nenhuma. Muita vida marinha pode ser apreciada. Nadando por bombordo é fácil encontrar um grande rombo no casco onde acreditamos que a mina tenha explodido. A caldeira e o motor são as partes mais interessantes do naufrágio. Uma enorme moréia fez dali sua morada. A proa cedeu devido a baixa profundidade, que deixa o naufrágio mais exposto ao mau humor do mar e o conjunto hélice e leme já se encontram parcialmente enterrados na areia. É considerado um bom segundo mergulho do dia.

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Edouard de Cougy Outro naufrágio em águas rasas muito visitado é o Edouard de Cougy. Completamente desmantelado ele se encontra a dez metros de profundidade em fundo de areia. Este antigo trawler francês naufragou em dezessete de junho de 1943. Embora bastante destruído você poderá encontrar muitos artefatos pela área. A proa, de cabeça para baixo, assemelha-se a uma tenda metálica onde podemos entrar e explorar.

Investigar o local não demanda muito tempo, mas aproveite a presença dos raios de sol e procure por objetos debaixo das chaparias. Com certeza você encontrará algo.

O Expedition Scyllias Contando com a colaboração de diversos mergulhadores apaixonados, criamos a alguns anos atrás, uma organização sem fins lucrativos baseada na Bretanha. L´Expedition Scyllias, que tem como objetivo mergulhar, explorar, fotografar e reconstruir as histórias de nosso patrimônio submerso através da publicação de artigos em revistas especializadas. Já possuímos artigos publicados na França, Bélgica, Rússia, Hungria, Polônia, Itália, República Tcheca, Inglaterra, Estados Unidos, Nova Zelândia, Brasil, Austrália e Espanha. Você pode visitar nosso website e conhecer um pouco de nosso trabalho: http:// pagesperso-orange.fr/scyllias

Ilha de Groix Vindo até a Ilha de Groix tenha certeza de que você irá encontrar o que procura. Além destes belos naufrágios, mergulhos em rochas, paredões e cavernas estão disponíveis. Porque não mergulhar em um naufrágio de manhã e explorar uma caverna a tarde? Lorient e Groix, juntos, possuem mais de trinta excelentes naufrágios em profundidades de dez a sessenta metros.

Estamos convidando pessoas do mundo inteiro que gostam de mergulhar e de exploração submarina, a participar desta incrível e excitante aventura e entrar em contato com a gente. Possuímos diversos projetos interessantes apenas esperando por patrocinadores.

Escreva para nosso presidente e fotógrafo Jean-Louis Maurette

Tourist information office of Ile de Groix Port Tudy - 56590 GROIX Tel. (33) 2.97.86.53.08 Fax. (33) 2.97.86.54.96 Website: www.groix.fr e-mail: ile-de-groix@fnotsi.net Tourist information office of Lorient Maison de la mer quai de Rohan – 56100 LORIENT Tel. (33) 2.97.21.07.84 Fax. (33) 2.97.21.99.44 Website: www.lorient-tourisme.com e-mail: contact@lorint-tourisme.com

Jean-louis.maurette@libertysurf.fr Após o sucesso dos livros de Jean-Louis Maurette com a colaboração de Paul Veillon: “Les Messagères de l´Histoire”, sobre mais de cinqüenta naufrágios excepcionais que repousam ao largo de Lorient e “Les Gardiens du Silence”, sobre naufrágios de submarinos no litoral europeu, publicamos, a alguns meses atrás, um pequeno livro sobre o navio escola Armorique, “L´Armorique, lê fantôme de Landevennec” e estamos em fase de finalização de nosso quarto livro descrevendo nossas pesquisas e expedições.

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