Vivemos um tempo em que o futuro já se anuncia em cada traço, textura e escolha de material. O agora é o novo campo de experimentação, um espaço onde a tecnologia encontra o afeto, o design revisita suas origens e a arquitetura traduz modos de vida em constante transformação.
Na edição 167 da Decorar, o presente é o ponto de partida para imaginar o que vem adiante. Em nossa matéria de capa, o arquiteto Emanuel Lorençon revela um projeto que traduz leveza, fluidez e elegância. Cada ambiente é pensado como uma extensão da vida, onde a luz e os materiais naturais constroem uma narrativa de harmonia entre estética e conforto.
No especial “Redesign”, refletimos sobre o futuro da arquitetura e do design de interiores no agora: como as ideias se transformam em projetos que inspiram novos modos de habitar. A arquiteta Daniela Funari nos convida a revisitar o conceito de reforma, mostrando que renovar é também um gesto de recomeço. E em Xangri-Lá, o escritório Mayresse Arquitetura revela uma casa de praia com inspiração modernista, onde vidro e estrutura bruta se unem em harmonia com a paisagem.
O design nacional ganha destaque nesta edição, com lançamentos que reafirmam a força criativa brasileira. E na entrevista com Pedro Torres, da Artefacto, descobrimos o Altitude Jardins, novo empreendimento imobiliário da marca que une sofisticação, bem-estar e uma visão contemporânea de morar nas alturas. E isso é só uma parte do que você vai encontrar nesta edição: páginas repletas de inspiração, projetos surpreendentes e ideias que fazem da arquitetura e do design um convite constante para viver o presente e sonhar com o futuro.
diretor de arte e diagramação Pedro Candaten arte@cidad3.com.br
marketing
Jonas Ferreira marketing@cidad3.com.br comercial
Sandra Leise sandra@cidad3.com.br
Sugestões de pautas jornalismo@cidad3.com.br
Colaboradores
Darren Bradley
Edson Ferreira
Erika Silva
Fernando Guerra
Giovanna Renzetti
Graziella Giraldelli
Guilherme Jordani
Júlia Ribeiro
Laurian Ghinitoiu
Luana Czucman
Marcelo Donadussi
Mariana Camargo
Ruy Teixeira
Silvia Grilli
Victor Megido
Vitor Augusto
de•cor•ar é uma publicação de Cidad3
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COLUNISTAS
GIOVANNA RENZETTI
Arquiteta pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná, é mestre em Arquitetura e Urbanismo pelo Programa Associado de Pós-Graduação da Universidade Estadual de Maringá e Universidade Estadual de Londrina. Pós-graduada em Projeto Arquitetônico: Composição e Tecnologia do Ambiente Construído também pela Universidade Estadual de Londrina. Atualmente é doutoranda do Programa de PósGraduação em Arquitetura e Urbanismo da Universidade Presbiteriana Mackenzie, com foco em historiografia e crítica da arquitetura.
SILVIA GRILLI
Designer formada em Desenho Industrial, com especialização em Design de Interiores na Scuola Lorenzo de Médici, em Florença, construiu uma trajetória marcada por mais de 30 anos de inovação. Atuou em empresas e estúdios no Brasil e na Itália, onde estagiou com Enzo Mari. Fundadora de seu próprio estúdio de design, acumula prêmios e coleções de móveis presentes nas principais lojas do país. Hoje se dedica a pesquisas, curadoria, palestras e ao desenvolvimento de linhas autorais, além de lecionar como professora convidada no Senac e no IED.
VICTOR MEGIDO
Formado em Comunicação pela Università La Sapienza, de Roma, com especialização em Marketing e Sales pela SDA Bocconi, de Milão, e pela Esade Business School, de Barcelona. Foi diretor geral do Instituto Europeo di Design - IED Brasil, e Managing Director da agência de marketing e comunicação Armosia Brasil. Apoiou e colaborou com as entidades ABEDESIGN, ABIT, ADP, ABD, ABIESVP, RDI, ADESP, ABICALÇADOS, Instituto Italiano de Cultura, entre outras. É consultor e organizador do livro “A Revolução do Design - Conexões para o século XXI (Editora Gente), e escreve sobre design sob a ótica do mercado.
arquitetura | Emanuel Lorençon
REFÚGIO ENTRE ÁRVORES
ARQUITETO EMANUEL LORENÇON ASSINA PROJETO DE 400M² QUE CELEBRA O ACONCHEGO E A CONEXÃO COM A NATUREZA EM JUNDIAÍ
Por entre as árvores da Serra do Japi, em Jundiaí, a apenas 60km de São Paulo, ergue-se um projeto que vai além da arquitetura convencional para se tornar uma verdadeira extensão da personalidade de seus moradores. A Casa Petúnia, assinada pelo arquiteto Emanuel Lorençon, é uma ode ao conceito dinamarquês de hygge — aquela sensação de aconchego, bem-estar e prazer nas coisas simples da vida.
O projeto nasceu em uma tarde de outono, quando Emanuel visitou pela primeira vez a chácara onde um casal vivia há 30 anos. O pedido inicial era singelo: revitalizar a área de lazer, com espaço gourmet, piscina, spa e jardins. “De uma maneira muito natural, vimos o potencial em desenvolver um projeto com características bucólicas e uma atmosfera tranquila”, relembra o arquiteto.
A primeira fase foi tão bem-sucedida que, um ano depois, veio o convite para a segunda etapa: reformar completamente a casa principal, datada da década de 70. O projeto ganhou o nome carinhoso de Casa Petúnia, em homenagem à pastora alemã da família, os cães do casal, inclusive, nortearam eixos e caminhos do projeto, sendo parte integrante desta arquitetura pensada para o bem-viver.
A Serra do Japi, com sua mata atlântica preservada e fauna abundante, especialmente pássaros, foi a principal fonte de inspiração. “O paisagismo já adulto, a luz solar filtrada pelas árvores e a quantidade de vida que existe nesta região guiaram nossas decisões”, explica Emanuel. Os pilares do projeto foram claros desde o início: maximizar a luz natural, promover ventilação cruzada de•cor•ar
e utilizar materiais simples e naturais. Cada ângulo foi pensado para se trans-formar em uma grande janela para a natureza.
A escolha cromática privilegiou tons pastéis, beges e cinzas suaves pontuados por madeiras em diferentes tonalidades, preto e caramelo. “Pensamos em texturas diversas mesmo dentro da mesma paleta, imitando a natureza”, conta o arquiteto. Tecidos macios como algodão, lã e couro adicionam calor e volumetria aos espaços.
Voltado para a contemplação da paisagem, o espaço gourmet combina materiais foscos, madeira natural e cimento queimado. Bancadas em granito ditaram a composição cromática, abrigando churrasqueira, champanheira embutida e linha completa de eletrodomésticos. A piscina mantém bordas em travertino romano com revestimento interno em azul royal. O pergolado completa o espaço de convivência.
Com pé-direito amplo e espaços generosos, a integração total entre cozinha, sala de jantar, estar e lareira cria um ambiente vibrante e acolhedor. O mármore Roma Imperialle e pastilhas de ardósia nas paredes da cozinha definem a paleta. A marcenaria da Fabrilis abriga cristaleira e adega/bar funcionais.
O projeto consumiu aproximadamente três meses em sua fase de concepção, enquanto as obras se estenderam por 18 meses, somadas as duas fases. O resultado é um refúgio de bem-estar que promove paz e tranquilidade através de uma estética funcional.
Fotos: Graziella Giraldelli
A reforma assinada por Emanuel Lorençon valoriza as vistas para o jardim e a piscina, que se integra ao paisagismo colorido. Com bordas em travertino romano e revestimento azul royal, o conjunto forma um refúgio de bem-estar aos pés da Serra do Japi
arquitetura | Emanuel Lorençon
Sob o pergolado, uma área de estar com lareira convida à convivência entre a vegetação madura. Bancos embutidos com almofadas verdes e travesseiros coloridos criam um ambiente vibrante, totalmente imerso na natureza de•cor•ar
arquitetura | Emanuel Lorençon
Com teto em madeira e pendentes de inspiração marroquina, o espaço gourmet exala conforto e descontração. A marcenaria em tons naturais e o piso em cimento queimado reforçam a atmosfera serena, enquanto as amplas aberturas integram o ambiente à piscina e aos jardins
Na cozinha, o revestimento em ardósia no padrão chevron dialoga com as bancadas de granito e a marcenaria em cinza fosco. A ilha funcional e os acabamentos criam um espaço perfeito para receber, mantendo a harmonia visual com toda a casa
de•cor•ar
Fotos: Graziella Giraldelli
arquitetura | Emanuel Lorençon
O living revela uma vista cinematográfica da área de lazer através das grandes janelas de peitoril baixo. O teto em madeira escura contrasta com as paredes claras, trazendo volumetria e uma sensação de acolhimento
Com pé-direito duplo e lareira moderna, a sala de estar traduz o conceito hygge. O pendente geométrico em LED e o painel amadeirado com TV formam o ponto focal, enquanto o mobiliário em tons neutros e texturas naturais reforça o conforto visual
Na sala de jantar, o lustre sputnik se destaca sobre a mesa de base escultórica. Painéis com galhos decorativos e cadeiras em tom caramelo complementam a paleta terrosa, enquanto as amplas janelas reforçam a conexão com a paisagem
Fotos: Graziella Giraldelli de•cor•ar
Com cristaleira iluminada, adega/bar funcional e marcenaria sob medida, a cozinha reflete o cuidado com cada detalhe, aliando elegância e praticidade
A ilha central revestida em mármore Roma Imperiale transforma-se em peça de destaque. Seus veios dourados e brancos elevam o elemento funcional à categoria de obra de arte
Com vista para a área de lazer, a suíte se abre para a natureza. O painel de madeira natural, da cabeceira ao teto, cria continuidade visual, enquanto a iluminação suave reforça a atmosfera acolhedora e contemplativa
A suíte conta ainda com banheira de imersão e revestimento texturizado em tons de cinza. Nichos embutidos, iluminação focal e metais pretos criam um cenário de relaxamento que prolonga a sensação de bem-estar do projeto
Arquitetura | Emanuel Lorençon
Fotos: Graziella Giraldelli
A iluminação noturna valoriza os platôs em diferentes níveis, criando um percurso visual entre o jardim e a área de lazer. Cada degrau recebe luz pontual que destaca a integração entre arquitetura e paisagismo
ONDE ESTÁ O DESIGN INDUSTRIAL BRASILEIRO?
Você, leitor, já fez um Google Lens com a frase “design brasileiro”? O resultado é um desfile de similaridades, reduzido ao mobiliário. No início, a pesquisa exibe os modelos clássicos do modernismo brasileiro (e suas muitas cópias canibalizadas); na sequência, aparecem centenas de modelos de móveis “autorais” que, no fundo, são releituras dos originais. Desde o mobiliário “alto padrão” até os modelos populares vendidos em magazines e lojas de bairro, praticamente a mesma fórmula estética está presente em tudo: madeira, palhinha, couro, formas orgânicas, raízes escandinavas etc., em proporções mais ou menos generosas, com níveis de conforto e aplicação de materiais mais ou menos nobres de acordo com o mercado pretendido. É evidente que estou resumindo o panorama e não fazendo juízo de valor sobre as peças, mas a verdade é que ouço arquitetos e designers de interiores reclamando muito de tantos produtos similares nas lojas de Sul a Norte, de Oeste a Leste do Brasil.
Ainda dentro da pesquisa Google Lens sobre “design brasileiro”, encontramos milhares de móveis “inspirados” no design italiano das marcas globais Minotti, Porro, DePadova, Giorgetti, Ceccotti Colezioni e por aí vai. Tudo isso, junto e misturado, com o design de mobiliário colecionável, produzido em pequena escala ou em séries limitadas por seus próprios criadores.
Agora, refinemos a busca usando o termo “design industrial brasileiro”. O que aparece? Móveis em “estilo industrial”, matérias sobre a indústria brasileira de diversos setores e uma miscelânea de informações que prioriza a palavra “industrial” na escala de importância. Tanto no primeiro quanto no segundo caso, o resultado da pesquisa é raso, viciado e nem de longe revela o que é de verdade design brasileiro. Culpa do Google? Lógico que não. O Google apenas compila e reflete o volume de informações e imagens geradas sobre determinado assunto.
O setor econômico de produtos para casa (móveis, objetos decorativos, revestimentos, iluminação etc.) é o que mais faz uso do termo DESIGN. Isso, somado à produção de conteúdo por blogueiros e influenciadores sem repertório, que desconhecem absolutamente o que de fato significa DESIGN, reduz o termo a um mero sinônimo de estilo.
Na minha busca de imagens sobre o Design Industrial Brasileiro, não encontrei máquinas de lavar roupas ou utilidades domésticas, nem louças, maçanetas, gadgets de autocuidado ou equipamentos médicos, nem embalagens de alimentos ou de maquiagem, e nem mesmo a premiada embalagem do perfume Malbec Signature, de O Boticário, que levou o iF Design Awards em 2019. E olha que o design industrial brasileiro acumula muitos prêmios para além do mobiliário!
Minha conclusão é que, nestes tempos de histeria por diferenciação e exclusividade, a palavra “industrial” soa quase como uma ofensa. Se é produzido em larga escala, perde o valor; então, é melhor não mencionar que aquele porcelanato caríssimo saiu de uma… fábrica. Quando desconectamos
o “industrial” do “design”, perdemos a oportunidade de celebrar a potência da indústria nacional e dos milhares de designers que trabalham arduamente (mesmo não estando sob os holofotes) para desenvolver e viabilizar produtos inteligentes, belos, competitivos e acessíveis.
Mais uma vez, vou recorrer ao bom e velho exemplo italiano. Como um dos pilares da economia daquele país, o design industrial italiano é também um patrimônio cultural. Os italianos se orgulham imensamente de marcas como Kartell, Alessi, Guzzini e outras, cujos produtos são fabricados em larga escala e distribuídos nos quatro cantos do mundo. Nas revistas de design, arquitetura, engenharia, moda etc., a autoria do industrial designer é sempre mencionada, seja ele famoso ou não.
Então, que tal mudar a perspectiva? Que tal olharmos para o design industrial brasileiro como uma declaração de criatividade e competência, como um ativo econômico potente e muito além das bolhas de influenciadores mal informados que entopem o Google com o mais-do-mesmo?
coluna | Silvia Grilli
design
DESIGN EM FOCO
Memória, matéria e movimento se entrelaçam nas criações que compõem esta seleção de recentes lançamentos em design. Do deserto mexicano ao Recôncavo Baiano, da impressão 3D às resinas de alta performance, a produção brasileira revela sua diversidade em peças que equilibram inovação e experimentação.
ECOS DO SOL E MAR
A coleção Baja Califórnia da 6f Decorações integra o projeto Carnet de Voyage, que transforma memórias de viagem em curadoria de objetos. Inspirada na península mexicana, a linha captura a atmosfera entre deserto e mar, com luz intensa e cores vibrantes que misturam o rústico e o sofisticado. Produzida em porcelana de alta qualidade, traz formas irregulares e orgânicas em tons de azul e vermelho que evocam
mar e pôr do sol.
Foto: 6f baja
CORPOS CIRCULARES
O Banco Orbe, criado pela OHMA em parceria com a NOBBE, foi inspirado na ideia de órbita, apresenta volumes curvos e pro-porções generosas. A série traz duas versões: em madeira Tauari, produzida a partir de resíduos reaproveitados da indústria moveleira, e em Jesmonite®, resina de alta performance reconhecida internacionalmente — marco por ser o primeiro móvel brasileiro desenvolvido com esse material.
PASSADO E FUTURO
Completando uma década como designer de mobiliário, Vinícius Siega apresenta a coleção Arcadia, que revisita peças de três séries anteriores e as adapta ao presente sem perder sua essência. As criações funcionam como um arquivo vivo onde memórias se transformam em criação, unindo longevidade e inovação em formas atemporais.
Foto: Guilherme Jordani
Foto: Luana Czucman
ESSÊNCIA BAIANA
A Coleção Recôncavo, do Estúdio Dendê, destaca o Sofá Acordeon e a Luminária Mandú, peças que unem memória afetiva e design. Inspirado no instrumento das festas nordestinas, o Sofá Acordeon é modular e remete ao fole da sanfona em sua forma e movimento. A Luminária Mandú revisita a figura carnavalesca do Recôncavo Baiano, com coluna alta e foco rebaixado que cria iluminação acolhedora e intimista.
CONFIGURAÇÕES INFINITAS
A Carbono apresenta SHIFT, coleção para ambientes residenciais, corporativos e hotéis de alto padrão. O destaque é o Sofá C108, um sistema modular com composições personalizadas em diferentes configurações e cores, que combina geometria pura, volumes generosos e conforto com flexibilidade para projetos de diversas escalas.
VAZIO IMPRESSO
A Coleção Desamparo, de Anna Machado, transforma o abandono e a solidão em arte através da impressão 3D. Resultado de dois anos de pesquisa, a coleção apresenta modelos de vasos funcionais em PLA, polímero renovável, que exploram diferentes aspectos do desamparo, que três trazem fios suspensos que simbolizam queda e leveza.
DESCANSO GENEROSO
A Poltrona Bag do estudiobola une estrutura em madeira maciça e estofado generoso em uma proposta que equilibra leveza e conforto. Com design atemporal, a peça apresenta uma base estruturada que sustenta almofadas volumosas que criam um abraço acolhedor sem abrir mão da simplicidade formal.
redesign | por Attos Henrique
O AMANHÃ É AGORA
TECNOLOGIA, SUSTENTABILIDADE E BEM-ESTAR REDESENHAM OS ESPAÇOS DO FUTURO
Ofuturo da arquitetura e do design de interiores se desenha na confluência entre tecnologia, sustentabilidade e uma nova sensibilidade voltada às necessidades humanas. Em diferentes
partes do mundo, profissionais têm repensado a maneira como os espaços se revelam, não apenas na forma, mas como acolhem, emocionam e nos conectam ao entorno. No fluxo das transformações
desta década, o ato de habitar ganha novos significados: morar torna-se sentir, e o espaço se transforma em extensão da própria experiência de viver.
O museu The Twist, projetado pelo BIG – Bjarke Ingels Group, se dobra em um giro de 90 graus sobre o rio Randselva, em Jevnaker, na Noruega. Um exemplo marcante de como é possível unir sustentabilidade, arte e inovação
A revolução sustentável
A sustentabilidade deixou de ser uma tendência para se tornar um imperativo. Arquitetos como Bjarke Ingels, do BIG (Bjarke Ingels Group), têm liderado projetos que incorporam tecnologias verdes de forma orgânica e esteticamente impressionante.
Foto: Laurian-Ghinitoiu
Seu conceito de “arquitetura hedonista sustentável” prova que é possível criar edifícios ecológicos sem sacrificar o prazer visual ou funcional. No Brasil, profissionais como Isay Weinfeld demonstram como a integração entre natureza e construção pode criar espaços contemporâneos sofisticados. Seus projetos
residenciais frequentemente incorporam jardins verticais, materiais locais e sistemas de ventilação natural que reduzem drasticamente o consumo energético.
Biofilia: reconexão com a natureza
O design biofílico, que busca conectar os ocupantes de um espaço com a natureza, está se tornando central no planejamento de interiores. Patricia Urquiola, designer espanhola renomada internacionalmente, tem explorado essa conexão através de mobiliários com formas orgânicas e texturas que evocam elementos naturais. Estudos comprovam que ambientes com elementos naturais melhoram a saúde mental, aumentam a produtividade e promovem bem-estar.
Tecnologia integrada e invisível
A casa inteligente do futuro não será repleta de gadgets visíveis, mas sim de tecnologia perfeitamente integrada ao design. Kelly Wearstler, uma das designers de interiores mais influentes dos Estados Unidos, tem trabalhado em projetos que incorporam automação residencial de forma discreta e elegante. Painéis solares que se confundem com as telhas, sistemas de iluminação que se ajustam automaticamente ao ritmo circadiano, e superfícies que podem mudar de cor ou textura com um comando de voz são
redesign | por Attos Henrique
apenas algumas das inovações que estão chegando aos lares contemporâneos.
Minimalismo funcional e maximalismo consciente
Duas correntes aparentemente opostas coexistem no futuro do design: o minimalismo funcional, exemplificado pelo trabalho de John Pawson, que elimina tudo que é supérfluo para criar espaços de contemplação; e o maximalismo consciente, defendido por designers como Jonathan Adler, que celebra
Foto: Fernando Guerra
O Edifício Oito, em São Paulo, projetado por Isay Weinfeld, apresenta jardins suspensos em cada andar, mostrando como a harmonia entre natureza e arquitetura cria espaços contemporâneos e sofisticados, reduzindo o consumo energético sem perder o estilo
redesign | por Attos Henrique
a personalidade através de cores, texturas e objetos com significado. O denominador comum? Ambas as abordagens priorizam a intencionalidade. Cada elemento em um espaço deve ter um propósito, seja funcional ou emocional.
Materiais do futuro
A inovação em materiais está redefinindo as fronteiras da criação arquitetônica. No escritório Zaha Hadid Architects, que mantém o legado visionário de sua fundadora, pesquisas e experimentações apontam para um futuro em que tecnologia e natureza caminham lado a lado. Entre as possibilidades exploradas estão o concreto translúcido, capaz de permitir a passagem da luz; plásticos biodegradáveis derivados de algas; vidros inteligentes que se tornam opacos sob demanda; tecidos de alta durabilidade produzidos a partir de garrafas PET recicladas; e tintas que purificam o ar.
O papel da cultura local
Paradoxalmente, quanto mais globalizado o mundo se torna, mais os designers valorizam a identidade cultural local. David Adjaye, arquiteto ganês-britânico, é reconhecido por criar obras que dialogam com o contexto cultural e histórico de cada lugar. No Brasil, vemos esse movimento em profissionais como Studio MK27 (Márcio Kogan), que reinterpreta o modernismo brasileiro com sensibilidade contemporânea, utilizando elementos como brises, cobogós e grandes aberturas que respondem ao clima tropical.
Bem-estar como prioridade
O design centrado no ser humano vai muito além da ergonomia, trata-se de criar ambientes que cultivem saúde física e mental. Pioneira nessa abordagem, Ilse Crawford, fundadora do Studioilse, projeta espaços que dialogam com todos os sentidos: o tato dos materiais, a acústica que acalma, os aromas naturais e a temperatura que acolhe. Essa filosofia se traduz em projetos que integram áreas de meditação e yoga, priorizam o conforto acústico para reduzir o estresse, utilizam materiais não tóxicos e hipoalergênicos e propõem layouts que estimulam o movimento e a convivência. Um design que cuida, inspira e coloca o bem-estar no centro da experiência humana.
O National Museum of African American History and Culture, em Washington D.C., projetado por David Adjaye, se destaca pela fachada em bronze ornamentado, que dialoga com o contexto cultural e histórico. Um exemplo de como, em um mundo cada vez mais globalizado, a arquitetura valoriza identidade, memória e narrativa
O futuro é colaborativo!
Talvez a maior mudança no campo seja a abordagem cada vez mais colaborativa. Grandes nomes como Norman Foster têm trabalhado em equipes multidisciplinares que incluem cientistas, engenheiros ambientais, sociólogos e artistas, reconhecendo que os desafios do futuro exigem soluções integradas.
O futuro da arquitetura e do design de interiores não é uma questão de estilo, mas de valores. Estamos caminhando para espaços que respeitam o planeta, celebram a diversidade cultural, priorizam o bemestar humano e abraçam a tecnologia de forma consciente e integrada. Como disse Bjarke Ingels: “A sustentabilidade não deve ser sobre fazer menos do que costumávamos
fazer, mas sobre fazer mais com menos.”
Este é o espírito que guiará os ambientes das próximas décadas, o futuro dos nossos espaços está sendo desenhado agora, e nunca foi tão empolgante fazer parte desta transformação.
Foto: Darren Bradley
O ADEUS A RUTH VERDE ZEIN (1955-2025)
Há quase dois meses o mundo acadêmico da arquitetura e urbanismo se silenciou com a perda de uma de suas maiores historiadoras e críticas da arquitetura e urbanismo –ouso dizer - a maior historiadora e crítica nacional da contemporaneidade, a Professora Ruth Verde Zein. Paulistana, graduada pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP e mestre e doutora pelo Programa de Pós-Graduação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Ruth causava impacto por onde passava, fosse por sua postura atenta, seu raciocínio afiado e/ou suas palavras certeiras.
Autora de centenas de artigos e mais de dez livros, participava ativamente de eventos, congressos e seminários nacionais e internacionais (como organizadora e oradora), mas afirmo dizer que seus debates preferidos aconteciam dentro de sala de aula, com os alunos, onde as ideias entravam em ebulição sem amarras e o pensamento e crítica ecoavam livre. Foi e continua sendo referência quando o assunto é arquitetura moderna na américa-latina e a grande expoente no tópico da arquitetura brutalista paulista, porém era capaz de discorrer dos mais diversos assuntos com maestria, dona de um conhecimento inigualável e pouco reconhecido em vida, se permitem falar.
A Professora Ruth me deu o prazer de ser sua aluna e orientanda de doutorado na Universidade Presbiteriana Mackenzie, onde lecionou por 28 anos quando finalizou sua contribuição como colaboradora e editora da Revista Projeto (1982-1997). Convivíamos diariamente não apenas desenvolvendo estudos e aulas, mas também compartilha-ndo pensamentos sobre a arquitetura, a docência e a vida. Ruth me ensinou muito
além para o mundo da crítica e historiografia da arquitetura, me auxiliando em como ser uma pesquisadora mais atenta, a me comportar com postura crítica e a superar minhas inseguranças. Ter sua amizade foi uma das grandes conquistas da minha vida pessoal e profissional.
Em 2026 será reconhecida em enciclopédia internacional de dois volumes “The Bloomsbury global encyclopedia of women in architecture 1960-2020” que relata as mulheres mais influentes no projeto, planejamento, design, paisagismo, história e ativismo da arquitetura e urbanismo entre as décadas de 1960-2020 estando ao lado de nomes nacionais como Lina Bo Bardi e Carmen Portinho.
Professora, mãe e avó, Ruth nos deixou muito cedo e o mundo da arquitetura ainda
permanece silencioso, atônito e caminhando em passos lentos após tamanha perda. Porém seu legado segue vivo e está ao alcance de todos em livrarias, bibliotecas e plataformas digitais, e assim, por meio de suas palavras, ela viverá para sempre. Em mim, pelo menos, ela permanece e sempre estará viva.
Com carinho e eternas saudades, Giovanna
coluna | Giovanna Renzetti
Com a colaboração de Renata Fragoso Coradin e Mariana Alves Barbosa, foi organizada uma seleção de textos, entrevistas, palestras e aulas de Ruth Verde Zein que pode ser acessada através do QR Code
arquitetura | Mayresse Arquitetura
EQUILÍBRIO SUSPENSO
CONCRETO APARENTE E RIPADOS DE ALUMÍNIO DEFINEM RESIDÊNCIA DE 480 M² QUE PRIVILEGIA A INTEGRAÇÃO ENTRE ÁREAS SOCIAIS E EXTERNAS, CONCEBIDA PARA OS MESES DE VERÃO À BEIRA-MAR
A sala de estar conta com escada helicoidal e lareira suspensa, elementos que mantêm a leveza e amplitude do espaço. Os grandes panos de vidro proporcionam conexão visual com a paisagem e permitem a entrada generosa de luz natural
Amaresia intensa do litoral gaúcho exige escolhas precisas. Em um condomínio em Xangri-lá, a Casa Terroir projetada pelo escritório Mayresse Arquitetura responde a essa condição com materialidade crua: concreto aparente e ripados de alumínio estruturam uma arquitetura de baixa manutenção e caráter contemporâneo. A durabilidade dos materiais libera a residência de intervenções constantes, enquanto define sua expressão formal.
Logo no acesso principal, uma escada helicoidal escultural com guarda-corpo em madeira estabelece o tom da espacialidade interna. A amplitude se constrói através de
de•cor•ar
elementos soltos: lareira suspensa, mobiliário desvinculado das paredes, e uma sala de estar posicionada diante de um extenso pano de vidro que dissolve os limites entre dentro e fora.
A fluidez espacial se revela no percurso que conduz da sala de estar à sala de jantar, integrada ao espaço gourmet com churrasqueira e à varanda externa. Dali, um deck de madeira organiza o programa de lazer: piscina com prainha e espaço para fogo configuram o núcleo da área externa, voltado ao convívio dos meses de verão.
Esquadrias piso-teto de abertura total
intensificam essa integração. Painéis de vidro deslizantes ajustam ventilação e incidência solar conforme a necessidade, conferem flexibilidade ao uso dos ambientes e reforçam a continuidade visual entre interior e paisagem.
Em três das quatro faces da fachada superior, uma varanda contínua marca a volumetria e acolhe uma solução elegante: uma floreirabanco que desempenha dupla função como guarda-corpo. A estratégia dispensa estruturas metálicas ou de vidro, preserva a linguagem minimalista e reafirma a coerência conceitual do projeto.
Fotos: Marcelo Donadussi
arquitetura | Mayresse Arquitetura
A volumetria externa é marcada por ripados de alumínio que envolvem as suítes no pavimento superior. A floreira-banco nas varandas funciona como guarda-corpo, dispensa estruturas metálicas ou vidros e mantém a linguagem minimalista. O concreto aparente foi escolhido para reduzir a manutenção diante da maresia local
arquitetura | Mayresse Arquitetura
A escada helicoidal escultural em madeira é o elemento central que conecta os dois pavimentos. À esquerda, a adega climatizada com armários expositores acomoda a coleção de vinhos dos moradores. O mobiliário solto e a lareira suspensa reforçam o conceito minimalista, enquanto os ripados em alumínio definem o volume da suíte térrea que faz divisa com a área social
O deck de madeira se integra à área gourmet por meio de esquadrias retráteis, o que estabelece um espaço fluido ideal para os verões no litoral gaúcho. O balanço do pavimento superior em concreto aparente oferece proteção solar natural, enquanto os ripados definem a volumetria da fachada
Fotos: Marcelo Donadussi
arquitetura | Mayresse Arquitetura
Integração total entre sala de jantar e espaço gourmet com esquadrias piso-teto de abertura total. O teto em concreto aparente e os ripados marcam a materialidade do projeto, enquanto a conexão visual com o deck e a área da piscina reforça o conceito de amplitude desejado pelos clientes
A suíte master no pavimento superior tem marcenaria em madeira clara e acabamento minimalista. O projeto privilegia a amplitude e a luz natural, com ripados de alumínio que garantem privacidade sem comprometer a ventilação natural do ambiente
entrevista | Artefacto
ALTITUDE JARDINS: DESIGN NAS ALTURAS
COM VISTA 360º PARA A CIDADE, ASSINATURA DE GRANDES NOMES DO DESIGN E ATMOSFERA
COSMOPOLITA, NOVO MARCO RESIDENCIAL DA ARTEFACTO ELEVA O CONCEITO DE MORAR COM
ESTILO NO ENDEREÇO MAIS DESEJADO DA CAPITAL PAULISTA
Ao assinar seu sétimo empreendimento imobiliário no Brasil, a Artefacto consolida-se como referência em projetos que redefinem o conceito tradicional de moradia. No Altitude Jardins, a marca alia-se a nomes como Aflalo & Gasperini, Anastassiadis Arquitetos, Soma e Suíte Arquitetos para criar o que promete ser um marco arquitetônico e de lifestyle na capital paulista. Localizado em uma das regiões mais emblemáticas da cidade, o empreendimento destaca-se pela proposta que integra arte, natureza e design em cada detalhe. Nesta conversa, Pedro Torres, Diretor Comercial e de Marketing da marca, compartilha os bastidores de um projeto que alia precisão técnica, sensorialidade e uma visão colaborativa capaz de transformar desafios arquitetônicos em oportunidades de inovação. Do térreo ao rooftop, cada espaço foi desenhado para que morar se torne, de fato, uma experiência. Confira!
A Artefacto é referência em design de interiores e lifestyle. Como o Altitude Jardins traduz esse DNA para os futuros moradores?
Nosso propósito sempre foi transformar morar em experiência. No Altitude Jardins, esse DNA aparece na curadoria de materiais, na ergonomia precisa e no desenho autoral que valoriza o conforto sensorial. Cada ambiente foi pensado para acolher a rotina contemporânea com elegância atemporal: circulação fluida, texturas naturais e iluminação de efeito e marcenaria de alta precisão. O resultado é um conjunto de espaços que convidam à convivência, onde estética, funcionalidade e bem-estar caminham juntos.
O empreendimento reúne nomes de peso em arquitetura, interiores e paisagismo. Como foi a integração da Artefacto com
Foto: Vitor Augusto
Pedro Torres, Diretor Comercial e de Marketing da Artefacto
Um marco no skyline paulistano com a altura recorde, vistas panorâmicas de 360° e o selo Artefacto em interiores e curadoria de lifestyle, o Altitude Jardins reescreve o conceito de morar em grande estilo
esses escritórios?
A integração com esses grandes escritórios foi um processo natural, porque todos partilhamos a mesma visão: criar um ícone para a cidade que une arquitetura, interiores e paisagismo em plena harmonia. O Aflalo & Gasperini Arquitetura assinou o projeto arquitetônico, Anastassiadis Arquitetos desenvolveu o design de interiores, Soma Arquitetos ficou responsável pelo paisagismo e Suíte Arquitetos desenhou o apartamento decorado do lançamento. Desde o início, trabalhamos de forma colaborativa, respeitando a identidade de cada parceiro e trazendo a expertise da Artefacto em lifestyle e design para somar. O resultado é uma linguagem coesa, que valoriza a escala arquitetônica, potencializa as vistas panorâmicas e entrega interiores que traduzem bem-estar, sofisticação e atemporalidade.
Este é o sétimo empreendimento imobiliário assinado pela Artefacto. Quais os diferenciais em relação aos anteriores e o que ele representa para o posicionamento internacional da marca? O Altitude Jardins nasce como um verdadeiro ícone urbano. Com sua altura inédita na cidade e uma obra de arte no ponto mais alto da Avenida Paulista — iluminada 24 horas — o empreendimento se torna um novo marco arquitetônico, um farol de sofisticação para São Paulo. A vista 360° permite vivenciar tanto o nascer quanto o pôr do sol em múltiplos ângulos, trazendo a paisagem da metrópole para dentro dos interiores. Inspirados pela biofilia, buscamos criar espaços que dialogam com a luz natural e com a presença do verde, privilegiando materiais orgânicos, texturas naturais e uma paleta que acolhe a paisagem. Os interiores não disputam com o horizonte, mas o emolduram com elegância. Mais do que morar, trata-se de experimentar uma nova forma de contemplar a cidade em sua plenitude, unindo arte, arquitetura e bem-estar em um mesmo gesto.
A Artefacto costuma dizer que entrega lifestyle, não apenas mobiliário. Como isso se materializa nas áreas comuns, rooftop e espaços de bem-estar?
Traduzimos lifestyle como somatória de gestos cotidianos. No térreo e nos pavimentos de lazer, isso se revela em layouts que favorecem encontros, percursos intuitivos, acústica confortável e integração interior–exterior. No rooftop, criamos uma atmosfera de refúgio urbano: mobiliário de apoio versátil, tecidos de alta performance, iluminação cálida e elementos naturais que promovem desconexão e contemplação. Nos espaços de bem-estar, a ergonomia é protagonista — superfícies táteis, proporções corretas e desenho que convida o corpo a se mover e a relaxar com a mesma qualidade.
Foto: divulgação
design de interiores | Mouve Arquitetura
TELA EM BRANCO
PROJETO ASSINADO PELO MOUVE ARQUITETURA EM PARCERIA COM A MB ARQUITETURA TRANSFORMOU
UMA RESIDÊNCIA DE 12 ANOS NA ZONA SUL DE SÃO PAULO EM UM REFÚGIO MODERNO, EXPANDIU
ESPAÇOS E RECRIOU AMBIENTES DE CONVIVÊNCIA
“Esqueça tudo que está vendo aqui e considere como uma tela em branco, me surpreendam.” Foi com esse pedido que um casal de advogados deu início à reforma da casa onde vivia com os filhos. O imóvel, localizado em um condomínio fechado, passou de 450 m² para 650 m² após a intervenção, que ampliou a área construída e renovou completamente sua configuração. Entre as principais demandas estavam a criação de um espaço social integrado e aconchegante, perfeito para receber amigos e familiares, além da instalação de um elevador privativo para maior conforto.
A reforma contemplou desde a atualização das instalações elétricas e hidráulicas até mudanças estruturais, como o fechamento do antigo rooftop para dar lugar a duas suítes de hóspedes e o reposicionamento da cozinha e da lavanderia.
O novo projeto priorizou sustentabilidade e bem-estar. A casa recebeu placas solares fotovoltaicas e teve a área externa completamente remodelada, transformando um antigo espaço de churrasqueira em um amplo complexo de lazer.
No interior, a iluminação desempenha papel central, combina sancas com luz indireta, pontos focais e luminárias decorativas. Livre de um estilo rígido, a residência ganhou uma identidade única, marcada pela mistura de peças do acervo dos moradores — esculturas, livros e adornos — com novos revestimentos em pedra, madeira, couro e fibras naturais, conectando a arquitetura à vegetação do entorno.
design de interiores | Mouve Arquitetura
No living, a biblioteca com estante modular em madeira abriga o acervo do casal. As poltronas em couro verde e os tapetes de formas orgânicas imprimem personalidade ao ambiente, que se abre para um jardim interno
Fotos: Júlia Ribeiro
design de interiores | Mouve Arquitetura
O living se tornou um amplo espaço de convívio integrado à área externa. Poltronas em veludo verde e mobiliário em madeira compõem um cenário acolhedor, enquanto a transparência das esquadrias dissolve os limites entre interior e jardim
O teto em madeira percorre todo o living, criando continuidade visual entre os ambientes. O tapete geométrico em tons terrosos e a integração com o jardim reforçam a conexão com a natureza, essência do projeto
Ampliado sob o forro de madeira, o living estabelece uma conexão fluida entre os espaços internos e externos. Materiais naturais como madeira, couro e fibra dialogam em harmonia com a vegetação ao redor
design de interiores | Mouve Arquitetura
A sala de jantar, com teto ripado em madeira e pendentes Canoa da Itens Collection, reflete elegância e aconchego. A mesa para 12 lugares e o buffet em verde musgo reforçam a vocação do espaço para receber bem
Com amplas janelas voltadas ao jardim, a sala de TV oferece um refúgio de conforto e serenidade. O mobiliário em tons neutros e as cortinas translúcidas suavizam a luz e realçam a atmosfera sofisticada
A área de lazer integra piscina e hidromassagem revestida em pedra Hijau, com capacidade para oito pessoas. O deck em madeira Cumaru conecta os ambientes externos, criando um espaço acolhedor para relaxar e receber
Fotos: Júlia Ribeiro
Góis
AS CORES DA CASA QUE SENTE
A casa sempre foi o nosso refúgio. Mas nos últimos tempos, ela ganhou outro significado, deixou de ser apenas um espaço físico e se tornou o reflexo das nossas emoções, dos nossos ciclos e do nosso estado de espírito. Hoje, mais do que nunca, o lar é o espelho de quem somos por dentro. É onde buscamos calma, pertencimento e reconexão. E as cores são o fio condutor dessa história. Elas traduzem o que palavras não conseguem dizer, sentimentos, memórias e intenções. As tendências de 2026 apontam exatamente para isso: um novo morar mais humano, sensorial e afetivo, onde as paletas cromáticas deixam de ser modismos e passam a ser expressões da alma.
A Casa Emocional: quando o morar encontra o sentir
Durante anos, o ideal de “casa perfeita” foi sinônimo de funcionalidade, espaços otimizados, superfícies limpas, tons neutros e estética minimalista. Mas os novos tempos pedem mais alma, mais verdade, mais emoção. O lar volta a ser palco de experiências humanas. É um organismo afetivo, um abrigo que conversa com o que somos e com o que precisamos.
A neuroarquitetura nos mostra que as cores são gatilhos emocionais potentes: despertam sensações, alteram o humor e até influenciam o comportamento. Cada escolha cromática vai muito além da estética, é sobre traduzir o invisível. É nesse cenário que nasce a casa emocional, uma casa que entende que o design é apenas o meio, mas o sentir é o fim.
O comportamento por trás da cor
Toda cor nasce de uma emoção coletiva. E se os últimos anos nos ensinaram algo, é que o essencial nunca esteve do lado de fora, mas dentro da gente. O comportamento humano de agora busca abrigo, calma e autenticidade. Queremos casas que nos devolvam o sentido, mesas que nos convidem à pausa ou contemplação, e objetos que contem histórias.
Por isso, as cores de 2026 não chegam para “decorar”, mas para curar. O azul-esverdea-
A designer de interiores Tanara Góis traduz as cores Pantone Primavera/Verão 2026 em uma mesa posta vibrante, equilibrando tons cítricos, terrosos e tropicais
do (Alexandrite) traz clareza e equilíbrio. Os tons terrosos e rosados aquecem o coração e lembram a beleza das imperfeições. E os lilases suaves convidam à introspecção, ao respiro e à leveza. São cores que refletem o desejo coletivo de contemplar, respirar e viver com mais presença.
Quando a cor ganha alma na mesa posta A mesa é o coração da casa. É onde a estética e o afeto se encontram, onde o servir deixa de ser rotina e se torna gesto. Cada composição é uma narrativa emocional. Para mim, essa essência ficou ainda mais clara ao criar a Mesa Posta Primavera, celebrando o primeiro dia da estação. O ponto de partida foram as cores amarelo e roxo, cores que escolhi como base para a composição e depois ao pesquisar, vi que são cores que compõem a paleta Primavera-Verão 2026 da Pantone.
O Acacia, um amarelo esverdeado luminoso, é
inspirado na natureza viva da árvore de mesmo nome. Ele transmite frescor, renovação e vitalidade, a energia da estação que desperta a alma. O Amaranto, por sua vez, é profundo e emocional. Seu nome vem de uma flor que simboliza a imortalidade, a beleza que resiste ao tempo. Unidos, criam uma atmosfera de alegria e explosão como um convite à celebração do presente. Nessa mesa, as cores não foram escolhidas ao acaso: elas nasceram da intenção de criar um espaço que acolhe, que faz sentir, que traduz amor em forma de cor. Porque montar uma mesa é, também, um ato de cuidar de si, do outro e da casa.
As estações e o comportamento: quando a natureza inspira o viver
A natureza é o maior termômetro do comportamento humano. As estações do ano refletem nossos próprios ciclos, e as cores acompanham esse movimento com naturali-
dade. Primavera/Verão traduzem o florescer do sentir e expansão da alma. É a estação do recomeço, do brotar. É o tempo da vitalidade, da expressão, do brilho. Cores como rosa, lavanda e verde-claro traduzem leveza e esperança. Na mesa, evocam o desejo de abrir janelas, trocar afetos e celebrar o simples. Cores como coral, turquesa e amarelo queimado estimulam o riso, a convivência e o prazer de estar junto. Mesas vibrantes refletem a energia do sol e o calor das relações. Assim como as estações, nossas casas também respiram ritmos, e as cores são o fio invisível que conecta o espaço ao nosso estado de espírito.
O propósito da cor: beleza com sentido As cores de 2026 não falam apenas sobre o que é bonito, mas sobre o que é verdadeiro. Elas nos convidam a escolher com mais consciência, a decorar com mais intenção e a viver com mais presença. Na decoração, equilibram forma e emoção. Na mesa posta, transformam o servir em gesto e o gesto em vínculo. São cores que curam, acolhem e inspiram, e que nos lembram de que o belo mora no simples. Porque, no fim, a casa do futuro é aquela que fala a língua da alma, onde cada cor tem propósito e cada detalhe tem história. E talvez seja esse o maior aprendizado das tendências: que a beleza mora onde há sentido, e o sentido nasce quando a cor encontra o coração.
Arranjos florais em amarelo vibrante servem como centro focal, cercados por guardanapos verdeoliva, pratos coral e taças ametista. Castiçais torneados, limões sicilianos e sousplats em palha completam a paleta primaveril
Cores para Primavera/Verão 2026: uma paleta vibrante que equilibra tons quentes e frios, trazendo frescor e sofisticação para a próxima estação
Detalhes da composição: pratos pastel com bordas amarelas, guardanapo turquesa com anel em rattan, taça ametista trabalhada e frutas tropicais ao fundo. Cada elemento soma textura e cor à cena
reforma | Daniela Funari
MEMÓRIA RENOVADA
A ARQUITETA DANIELA FUNARI ASSINA A REFORMA DE UM APARTAMENTO NOS JARDINS, EM SÃO PAULO, ONDE INTEGRAÇÃO E ACONCHEGO SE UNEM EM UM PROJETO QUE VALORIZA A LUZ NATURAL, A FLUIDEZ DOS ESPAÇOS E O ESTILO DE VIDA DOS MORADORES
Um apartamento dos anos 1990, cheio de histórias e localizado no coração dos Jardins, em São Paulo, ganhou nova vida após a reforma conduzida pela arquiteta Daniela Funari. Com 103 m², o imóvel foi totalmente modernizado, que manteve sua essência, mas se adaptou ao morar contemporâneo. A principal diretriz do projeto foi a integração da área social, que eliminou
paredes que antes compartimentavam a planta e criou amplitude entre sala de estar, jantar e cozinha. “Com essas aberturas, adicionamos fluidez e amplitude que não existiam na arquitetura da época”, explica a profissional.
A luz natural, favorecida pelas grandes janelas, reforça a sensação de leveza, enquanto a escolha da madeira Freijó
reforma | Daniela Funari
em tom castanho aquece o décor. Durante a obra, uma viga estrutural foi transformada em pórtico e revestida com a mesma marcenaria planejada, que garantiu unidade estética. O porcelanato em grandes formatos reforça a sensação de amplitude, enquanto móveis soltos e multifuncionais, que foram desenhados de acordo com as necessidades dos moradores, se tornaram protagonistas da ambientação. A arquiteta dedicou atenção especial a duas paixões da família: música e literatura. Uma estante generosa abriga livros, objetos e um teclado retrátil, ao lado de um canto de leitura que recebe luz natural e é iluminado por LED em tons acolhedores.
Na sala de jantar, a mesa redonda organiza o espaço, enquanto um buffet em freijó dialoga com a parede em granito rústico. Próxima, uma cristaleira com adega em vidro expõe a coleção de vinhos. A cozinha se integra ao ambiente por meio de portas de madeira embutidas, que podem ser fechadas quando se deseja maior privacidade. Quando abertas, revelam a ilha em Calacatta com veios cinza, que também serve como bancada de refeições. Por meio de soluções funcionais, Daniela Funari trouxe ao projeto leveza e elegância em equilíbrio. O apartamento foi modernizado, mas mantém viva a história de seus moradores.
O rack flutuante ganhou destaque com o painel cinza escuro e acabamento ripado. O mesmo conceito foi aplicado ao buffet próximo à entrada, que valoriza o revestimento de pedra aplicado à parede
Mariana Camargo
Fotos:
reforma | Daniela Funari
Para setorizar a sala em dois ambientes, o sofá-ilha separa o estar da área de descanso. Com foco na integração e na circulação fluida, as amplas janelas favorecem a circulação de luz natural, enquanto o tapete em verde, azul e tons terrosos traz dinamismo e cor ao ambiente revestido em freijó
A marcenaria sob medida foi eficaz na organização do espaço e a cor amadeirada se completou dentro de uma paleta neutra. No estar, uma ampla estante conta com nichos que acomodam itens diversos e a seção retrátil que acomoda o teclado do morador, que é apaixonado por música
A cozinha fica ao lado da sala de jantar e pode ser integrada ou isolada por portas de madeira embutidas. Quando abertas, revelam a ilha em Calacatta com veios cinza, que funciona como bancada de refeições
Fotos: Mariana Camargo
| Daniela Funari
O granito rústico reveste a parede onde está o buffet, marcando um contraste elegante no espaço da sala de jantar. Na outra lateral, a cristaleira e adega, ambos com portas de vidro reflecta, reúne a coleção de vinhos, taças e os demais acessórios para esses momentos. A sala de jantar tem a mesa redonda como referencial para a distribuição de todo o ambiente
Marcenaria cinza e bancadas em Calacatta definem a cozinha, que equilibra praticidade e sofisticação. Detalhes em freijó nas prateleiras e painéis ripados aquecem o ambiente, com lavanderia integrada aos fundos
coluna | Victor Megido
PROJETAR É OUSAR CRIAR VALOR
Todo projeto nasce de uma primeira intenção. Esse instante inaugural é decisivo: nele se define não apenas a forma do que será criado, mas também a sua alma, a sua probabilidade de êxito e o seu impacto duradouro.
Projetar não é apenas resolver problemas funcionais. É dar sentido, criar mundos possíveis, desenhar futuros que toquem as pessoas naquilo que é essencial. E, nesse processo, a ética e a estética não são detalhes opcionais: são a própria espinha dorsal da criação. A estética revela cuidado, proporção e beleza; a ética assegura coerência, propósito e integridade.
No livro Chief Value Officer, defendemos que a criação de valor se sustenta em dois modelos complementares: os 5Es(essência, estética, ética, excelência, experiência)
de•cor•ar
e os 5Ps (pessoas, paixões, pontos de encontro, produtos cult, plataformas). Essa lógica não serve apenas ao mundo das marcas, mas a todos que projetam — arquitetos, designers, decoradores, criadores de espaços e experiências. Ela nos lembra que projetar é muito mais do que acompanhar tendências: é cultivar essência, é dar forma àquilo que realmente importa, é criar relações entre pessoas e lugares que sobrevivem ao modismo.
A tentação do nosso tempo é a superficialidade: a pressa de acompanhar movimentos efêmeros, o fascínio por tecnologias que prometem resolver tudo, o culto às aparências. Mas o trabalho profundo do projetista exige outra postura. Exige coragem de se deter, de escutar o espaço, de compreender as pessoas, de buscar harmonia entre ética e estética.
É preciso dizer sem medo: ousadia é urgente. Não a ousadia do excesso ou da extravagância, mas a ousadia de ir além do óbvio, de desafiar a mediocridade, de criar obras que tenham sentido, vitalidade e verdade.
Seja em um pequeno estúdio de design ou em um grande escritório de arquitetura, a pergunta permanece: qual é a primeira intenção que guia o seu projeto? Porque dela dependerá não apenas a forma final, mas também a capacidade de gerar valor real, prosperidade e beleza duradoura.
Projetar, afinal, é mais do que um ofício. É um ato de responsabilidade e de coragem. É reconhecer que toda empresa, todo ateliê, todo coletivo criativo é, no fundo, uma obra de arte viva.
decorar + | Denise Alves | Portobello Santo André
CORES EM SINTONIA
DENISE ALVES TRANSFORMA APARTAMENTO NO IPIRANGA, SÃO PAULO, EM REFÚGIO CONTEMPORÂNEO PARA CASAL E SUA PET
Com apenas 71m², o AP Ipiranga é prova de que metragem pequena não limita personalidade. Este é o segundo projeto que a arquiteta Denise Alves assina para o mesmo casal, e a sintonia é evidente em cada detalhe. A paleta ousada de verde e terracota surge como protagonista, criando unidade visual entre os ambientes. A integração entre cozinha, lavanderia, salas e terraço gourmet é destaque, com curvas na bancada que trazem movimento e marcenaria sob medida. Nos revestimentos Portobello, a escolha do Lombarda Viva Sabbia no piso garante neutralidade elegante, enquanto o Gouache Mer na cozinha traz personalidade ao espaço. No banheiro master, o Foggy Gray completa a atmosfera contemporânea com texturas contrastantes: seixos no box, cerâmica verde decorativa e serralheria preta.
“A Portobello Shop Santo André é parceira de longa data e de extrema confiança. A atenção no atendimento, desde a escolha até o pós-venda, é impecável. Tenho enorme orgulho em indicá-los — são profissionais dedicados que fazem toda diferença no resultado final”, enfatiza Denise.
O piso Lombarda Viva Sabbia, da Portobello, traz uma base neutra e sofisticada para a sala, enquanto os tons de verde e a marcenaria sob medida reforçam a atmosfera contemporânea e acolhedora do ambiente
A união entre sala e cozinha evidencia a bancada curva, peça central que articula os ambientes com leveza
Fotos: Edson Ferreira
Portobello Shop Santo André @portobelloshopsantoandre Rua das Esmeraldas, 334, Jardim, Santo André, SP Tel: (11) 2774-8600
No banheiro master, o piso Foggy Gray da Portobello serve de base para uma composição sensorial com cerâmica verde, serralheria preta e madeira. Os seixos no box completam o ambiente com toque de bem-estar
evento | Campos do Jordão Design Festival
FESTIVAL CONSOLIDA CAMPOS DO JORDÃO
A TERCEIRA EDIÇÃO DO CAMPOS DO JORDÃO DESIGN FESTIVAL
REUNIU CERCA DE 2.300 PESSOAS EM SETEMBRO, CONSOLIDANDO O EVENTO COMO PRINCIPAL CONECTOR DOS SETORES DE ARQUITETURA, DESIGN E HOTELARIA DA CIDADE SERRANA
Nos últimos anos, Campos do Jordão vem passando por uma série de transformações que reforçam sua vocação contemporânea para a arquitetura e o design. Espaços públicos foram revitalizados, hotéis passam por retrofit e novas obras se somam ao acervo turístico e arquitetônico local, ampliando a percepção do destino como polo criativo. “Campos do Jordão está se renovando, e o festival é um reflexo desse movimento”, afirma Carmem Alvim, idealizadora e organizadora do evento, que apresentou a cidade muito além do turismo tradicional.
A abertura aconteceu em 17 de setembro, no Hotel Quebra Noz, que também recebeu a exposição L.U.M.I.N.A, do D&D Shopping. Entre os destaques da programação, o lançamento mundial da tapeçaria e do mobiliário do arquiteto Victor Ortiz, da Leinemann + Ortiz, atraiu olhares pela expografia em taipa, desenvolvida especialmente para a
segunda edição da mostra Mobiliário Brasileiro Contemporâneo.
As visitas exclusivas às suítes suspensas “Ninhos”, do Hotel Toriba, encantaram o público ao revelar a arquitetura contemporânea premiada do arquiteto Aref Farkouh, proprietário do empreendimento. O hotel também promoveu uma atividade conduzida pela arquiteta e urbanista Flávia Rudge Ramos, dedicada aos afrescos do artista Fulvio Pennacchi.
O Hotel Ort destacou seu processo de retrofit em visita guiada pelo arquiteto Sidney Oliveira, enquanto a Pousada Figueira da Serra apresentou novas suítes assinadas por Eloah Prado, Aloha Peixoto e pelos designers Sérgio e Jack Fahrer.
Outro ponto alto da programação foi a visita ao Museu CARDE (Carro, Arte, Design e Educação), guiada pelo curador e cenógrafo
Gringo Cardia, que reforçou o compromisso do festival em conectar o design brasileiro ao cenário global.
No Espaço Cultural Dr. Além, recém-revitalizado em junho, o painel “Hotelaria x Inovação” reuniu Sandra Leise na mediação e profissionais como Sosô Vilela, Rapha Preto, Mariana Prestes e Mariana Cecchini em um debate sobre tendências e experiências de mercado.
A programação foi encerrada com a apresentação da Cor do Ano 2026 pela Tintas Coral, momento que simbolizou o diálogo do festival com as tendências globais do design. Profissionais de São Paulo, Vale do Paraíba, Sul Fluminense, Mogi das Cruzes e outras regiões do país participaram das atividades, consolidando o evento como uma plataforma de conexão e troca entre os principais nomes do mercado criativo brasileiro.
Bruno Alvim, Carmem Alvim, Carlos Eduardo Silva, Walkíria Derenze e Angelo Derenze na abertura do evento que aconteceu no Hotel Quebra Noz
O evento contou com uma visita exclusiva e guiada ao Museu CARDE (Carro, Arte, Design e Educação), conduzida pelo curador, cenógrafo e arquiteto Gringo Cardia, reafirmando o compromisso da iniciativa em conectar o design brasileiro ao cenário global
Escolhida para sediar o lançamento mundial de tapeçaria e mobiliário do arquiteto e designer Victor Ortiz, da Leinemann + Ortiz, a segunda edição da exposição Mobiliário Brasileiro Contemporâneo apresentou as peças em uma expografia toda em taipa desenvolvida especialmente para o evento
Durante a semana de design, os visitantes tiveram a oportunidade de explorar o Museu Felícia Leirner, um espaço ao ar livre onde arte e natureza se fundem, revelando a poética das formas orgânicas da escultora que dá nome ao museu
Fotos: Divulgação de•cor•ar
CONHEÇA
DANIELA FUNARI
Daniela Funari é arquiteta e comanda escritório especializado em projetos residenciais e comerciais, com foco em interiores integrados e personalizados. Seu trabalho busca criar espaços funcionais e aconchegantes que refletem a individualidade de cada cliente. Em 2024, estreou na CASACOR São Paulo e recebeu o Prêmio VEJA SP de Melhor Ambiente CASACOR na categoria “Ilha de bem-estar e lounge”.
EMANUEL LORENÇON
Arquiteto formado pela FAU-USF (2012), atuou por 12 anos em escritório próprio em Jundiaí, interior de São Paulo, até 2024. Atualmente no mercado paulistano, trabalha com projetos industriais, comerciais, corporativos e residenciais em diversas regiões do Brasil. Com experiência consolidada em gestão de projetos e coordenação técnica, oferece suporte completo desde o conceito até a execução, transformando ideias em realidade.
MAYRESSE ARQUITETURA
O Mayresse Arquitetura, escritório formado por Cadu Mayresse e Shana Lima fundado em 2016, desenvolve projetos de arquitetura contemporânea reconhecidos pelas volumetrias impactantes e pelo uso expressivo de concreto aparente e estruturas metálicas em balanço. Entre os diferenciais da dupla estão projetos que atravessam gerações, priorizando funcionalidade, eficiência energética e integração com o paisagismo.
MOUVE ARQUITETURA
Arquiteta e urbanista formada pela Belas Artes de São Paulo, Juliana Doria De Lion atua há mais de 20 anos no mercado. Em 2018, fundou a Mouve Arquitetura, com o propósito de criar espaços que unem estética, funcionalidade e bem-estar. Especialista em Arquitetura Inclusiva, desenvolve há mais de uma década projetos voltados a pessoas com TEA, promovendo autonomia e qualidade de vida.