Making off na suíte de luxo Sou uma espécie do que chamam de “Lulu da Pomerânia”. Em outras palavras, cachorro de madame. No entanto, neste caso, a madame sou eu! Não gosto de ser chamada de “cadela” ou “cachorra”, prefiro que me chamem de “cã”, acho que soa mais francês, sabe? Bom, todos os dias, meu bairro é enfestado de telespectadores, “ops”, quero dizer, frequentadores da Igreja mais rica e congratulada que Ouro Preto acolhe: a Igreja do Pilar. Por incrível que pareça ela é mais famosa do que eu. Eu que não sou boba, apoderei-me de sua fama e finjo-me de zeladora da dita cuja. Assim, quando os turistas brasileiros ou “gringos” resolvem ver aquele tanto de ouro, acabam é se deparando com meu brilho ainda mais chamativo na porta da Igreja. #beijos Não poderia deixar de falar da dona que me ajudou. Todo artista/famoso/estrela/ popstar tem um passado de cão, né? Pois eu ainda continuo com um presente canino, porém luxuoso. Ivana Bandeira é uma senhorita aposentada que montou meu quarto no hall de entrada da
sua casa no endereço que já lhes passei. Minha cama é modelo King Size e meu travesseiro mais confortável que o da Nasa. Isso mesmo, recalque, é assim que eu moro hoje. Um dia na rua, outro no Castor. Dona Ivana me acolheu com carinho e cafuné. Deume uma bacia cor de rosa para beber água fresca o tempo todo, e toda a infraestrutura que uma “cã” elegante como eu, sempre quis. É no cantar dos pássaros que acordo todos os dias. Minha rua é uma calmaria! Os vizinhos? Aposentados simpáticos e tradicionais moradores de Ouro Preto (MG) que ajudam a divulgar minha história sem eu sequer precisar olhar para os visitantes. O lado bom desses “assessores de imprensa” é que quando tenho sono, nem preciso me esforçar para ser simpática. Agora, se tem uma coisa que me deixa irritada é quando dizem que eu sou velha e obesa. Gente, toda senhora como eu tem umas gordurinhas a mais, não? São poucas as que ainda conseguem chegar nessa idade com meu carisma e sem rugas. O que
comprova meu esforço na busca pela beleza é minha caminhada dominical, da Igreja do Pilar até a Igreja Bom Jesus, no Bairro Cabeças, um morro bom para fazer exercício, menina! A verdade é que, por incrível que pareça, eu cansei desse trajeto e há dois meses só pego o rumo da Praça Tiradentes. Lá, eu encontro movimentação, jovens, turistas fotografando, pessoas sorrindo e muita energia positiva. De quebra, ganhei um novo amigo. Seu nome? Não me pergunte porque não lembro. Só sei que ele é taxista, seu carro tem airbags e bancos de couro beges nos quais eu ando todos os domingos quando encerro meu passeio na Praça. Sim pessoal, ele me coloca em seu carro e me deixa na porta de casa! Olha que luxo? Bem, queridos, essa sou eu. Um pouquinho de mim vocês souberam. Minha casa está de portas abertas para recebê-los lá no Pilar. Ah, claro, meu nome? Branquinha! Os mais carinhosos me chamam assim. Um beijo carinhoso a todos e autógrafos depois da coletiva, ok?
Nossa equipe foi à casa da madame! Confir-
mamos que seu nome é Branquinha e seus
sobrenomes, requin-
te e luxo. Sua cama é
coberta por colchas
floridas e cor-de-rosa.
A “cã” vive em um lugar onde a tranquilidade nos leva à “finésse”.
Acreditem se quiser,
mas não encontramos “cheiro de cachorro”. seu “puxadinho”, Bem
planejado, tem espaço
dimensionado para que ela possa beber água
enquanto está deitada. são todas essas minú-
cias que nos fazem crer que visitar a Branqui-
nha é mais que uma simples visita, chega a ser
um evento noticiado em colunas sociais da High Society ouro-pretana.
Foi fantástico, luxuoso e inesquecível.
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