Crane Brasil - Edição 29

Page 34

E Agor

a

Camilo

Dicas

???

E se pintar um clima? Por C amilo Filho*

A

s condições climáticas podem afetar adversamente as atividades de içamento e precisam ser plenamente consideradas durante o planejamento e a execução do trabalho. Devemos dispor de recursos capazes de alertar-nos e precaver-nos, por exemplo, de uma tempestade repentina ou de ventos ou rajadas fortes que possam ocorrer em meio a um içamento importante ou de grande magnitude.

BRASIL

Vento

CRANE

34

Uma grande dose de bom senso e conhecimento técnico é necessária quando avaliamos se a velocidade do vento está muito forte ou não, para decidirmos se continuamos operando com o guindaste. A maioria dos fabricantes tem algumas recomendações com relação à velocidade máxima permitida do vento/rajada ou sobre a redução da tabela de carga sob essas condições. É preciso, no entanto, que essas informações sejam de fácil acesso ao operador. As máquinas alemãs, por exemplo, tem sua carga de vento calculada pela norma européia EN 13000. Se não há informação na tabela de carga nem no manual de operações, o fabricante do guindaste deve ser consultado Nota: Na ausência de recomendações escritas específicas, considere de maneira séria a possibilidade de postergar o içamento se o vento/rajada chegar a 9 m/s. Acima de 11m/s, eu realmente aconselho cancelar os trabalhos com guindastes. Quando as operações de içamento forem canceladas devido a ventos fortes ou rajadas, as cargas devem ser baixadas e presas, a lança (no caso de guindastes telescópicos) deve ser recolhida, se possível, e as seguintes

diretrizes devem ser seguidas antes de reiniciarmos o trabalho: • Monitorar as condições de vento (podemos consultar vários sites pela internet); • Certificar-se de que não há perigo imediato (devemos ter tempo suficiente – entre 30 a 45 minutos - para prender todas as cargas, recolher a lança e, dependendo do caso, até evacuar a máquina), de ventos alcançando cerca de 40 km/h; • Realizar a medição dos ventos a 10m de altura em campo aberto. Algumas questões a considerar quando nos deparamos com condições de ventos fortes são: A geometria e a forma da peça

1. A carga possui uma área grande de exposição ao vento? 2. Qual a dificuldade de controlar a carga se ocorrer uma a rajada de vento? 3. Quantos cabos guia são necessários? Onde posicioná-los? Em casos especiais, como o de um rotor de gerador eólico, por exemplo, o vento pode ter o efeito de reduzir o peso da carga devido à forma do rotor. Talvez essa seja uma das razões para tantos acidentes na montagem desses equipamentos. A combinação de cargas pesadas em alturas elevadas e Cw da carga com valores altos (em torno de 1,4) traz um risco extra a esse tipo de operação. A que altura içaremos nossa carga?

A velocidade do vento geralmente aumenta com a altura. Vento frontal ao guindaste

A estabilidade traseira pode ser um problema quando o vento é frontal

à lança e, principalmente, quando a lança é longa e seu ângulo é grande (acima de 70°). Trata-se de um caso crítico porque o LMI do guindaste “sente” uma diminuição do momento e só bloqueará o equipamento com uma carga maior do que a máxima permitida. Vento pela traseira do guindaste

O vento vindo pela traseira do guindaste pode fazer com que a carga mova-se para a frente e, em conseqüência, aumente seu raio, diminuindo sua ca-


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.