Revista Condomínio. Edição 81

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Todo síndico lê!

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NOVAS TECNOLOGIAS a serviço da segurança Equipamento de última geração e consultoria especializada são aliados importantes dos síndicos para garantir a segurança nos condomínios

COMEMORE CONOSCO O 20OANIVERSÁRIO DA REVISTA, O DIA DO SÍNDICO E TAMBÉM OS 65 ANOS DA CIPA




Não estamos no novo Brasil que desejamos

NEWTON MENDONÇA Presidente da CIPA

Precisamos de paciência, pois estamos muito ansiosos pelas mudanças radicais necessárias para termos um Brasil melhor. A primeira promessa foi cumprida, os ministros não tiveram indicação política, foram escolhidos por capacidade técnica entre nomes reconhecidos por suas competências e tiveram inteira autonomia para compor suas equipes, diferentemente do que sempre aconteceu. Na economia, a escolha de Paulo Guedes não foi surpresa, pois era apresentado como o “posto Ipiranga” do então candidato à presidência, Jair Bolsonaro, a quem sempre recorreria em questões de economia. Um liberal declarado. Escolhido como superministro, Guedes formou, sem interferência do governo, uma equipe totalmente liberal – de reconhecido saber e destaque, seus integrantes se formaram no exterior, na famosa faculdade de economia Chicago University. Por dar apoio integral à Lava Jato, o juiz Sergio Moro, ícone no combate a corrupção, foi convidado para assumir a pasta da Justiça e Segurança Pública. Nas outras áreas também foram indicados nomes de

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reconhecida competência, que serão observados e que poderão ser trocados independentemente de injunções partidárias, uma vez que o governo não usou tal artifício para nomeá-los. É evidente que faz parte de qualquer governo democrático a negociação política, porém resguardando-se os interesses do povo e do bem comum. Com uma câmara renovada em 47%, não se consegue implantar essas negociações sem o toma lá dá cá. O presidente tem se negado a fazer diretamente essas tratativas, o que tem atrasado o início das reformas, porém creio que essa fase já foi superada. A grande realidade hoje são as redes sociais, ou seja, a internet, e foi por causa dela que Renan Calheiros, que representa a velha política há décadas, não foi eleito presidente do Senado, apesar de, na madrugada anterior ao dia da votação para escolher o presidente da casa, ter conseguido o voto fechado, que lhe daria a vitória. Os senadores, por força da pressão das redes sociais, foram obrigados a mostrar seus votos, causando a derrota total de Renan. Agora o STF sofre grande pressão popular para afastar Gilmar Mendes, por meio de um impeachment que só o Senado pode decretar, o que antes era praticamente impossível – com 87% de renovação, se pode esperar tal atitude. O corporativismo dessa Suprema Corte é evidente, de modo que eles sequer são questionados sobre seus atos. Hoje a internet nos mostra ataques frontais e acusações a esses membros intocáveis. Não sei se resistirão a prestarem contas e a explicarem acusações aparentemente inexplicáveis. Na verdade, muita coisa já mudou em muito pouco tempo. Precisamos manter a esperança e acreditar nas boas intenções

do novo presidente. Concordo que as declarações dele, às vezes, são inoportunas e que seus filhos políticos devem cuidar de suas atividades para as câmaras para as quais foram eleitos. Estou certo de que Bolsonaro escolheu militares competentes e experientes que têm todo o direito a participar da vida política do país para assessorá-lo e para que, com eles, possa analisar as melhores atitudes a serem tomadas. Eles não têm ficha suja nem são milionários como a maioria dos políticos. Tenho certeza de que o aconselharão para os melhores caminhos. Estou seguro de que estamos mudando, pois tudo é levado às redes sociais e tornado público. Por isso, é muito importante tomarmos cuidado para confirmar as notícias verdadeiras. A grande máquina de mídia Globo e suas afiliadas são contra o novo governo e vêm insistentemente querendo desestabilizá-lo. Aonde isso nos levará? Temos que apoiar as reformas e dar crédito a quem votamos. É muito cedo para julgar. As desigualdades e os privilégios não permanecerão – o chamado “povão”, bem como todas as demais classes de brasileiros, agora dispõe de recurso – o celular –, por meio do qual é possível se informar, julgar e pressionar os eleitos. A prisão de Temer e Moreira Franco pode ser questionada em sua forma jurídica, porém todos sabemos que, há décadas, praticam a chamada “velha política”, que significa corrupção. Temer tem mais de dez processos e já se tornou réu no primeiro. Já temos um ex-presidente preso, certamente teremos um segundo. Por tudo isso, acredito em nosso país e tenho certeza de que nosso Brasil está no caminho certo.


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[capa] Novas tecnologias a serviço da segurança Equipamentos de última geração e consultorias especializadas são aliados importantes dos síndicos para garantir a segurança nos condomínios. Leia a matéria e fique por dentro das novidades.

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[Legislação] Academias de ginástica nos condomínios dão dor de cabeça

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[Condomínio] Bicicleta, magrela, camelo, bike…

Acidente no Leblon chama atenção para a importância das constantes manutenções, mesmo que a autovistoria esteja em dia. Leia sobre esse assunto e veja como agir.

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[Revista 20 anos] Condomínio etc. completa 20 anos dizendo a que veio Nesta edição, completamos 20 anos de vida e, apesar de tantas edições que já foram entregues a nossos leitores, ainda temos muitas histórias para contar. Saiba um pouco mais sobre a revista nesse artigo.

Nova lei que obriga a contratação de professor de educação física nos condomínios que têm academia gera controvérsias. Se você está em dúvida sobre esse assunto leia essa matéria.

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[condomínio] Atenção para as varandas

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Não importa como você chama a sua, o que vale é cuidar bem dela. Todo condomínio deveria ter seu bicicletário, esse cuidado já ajuda muito na manutenção da bike. Veja nessa reportagem como é fácil ter o seu.

[MANUTENÇÃO] Condomínio sempre livre de baratas A eliminação dos insetos, que são superresistentes, exige disciplina e conscientização por parte de síndicos, funcionários e moradores. Veja o que deve ser feito nessa matéria.

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[condomínio] Prédios antigos e seus problemas não resolvidos Edifícios mais velhos precisam de manutenção constante e atenção do síndico. Veja como agir nessa matéria.

Uma publicação:

Rua México, 41 – 2o andar – Centro CEP 20031-905 – Rio de Janeiro – RJ Tel.: [21] 2196-5000 Fax: [21] 2533-2449 DIRETORIA Presidente Newton Mendonça Vice-presidente MARIA TERESA MENDONÇA DIAS

Redação e Edição VIVIEN BEZERRA DE MELLO Tao da Comunicação Ltda. AGO SET taodacomunicacao@gmail.com 2 010

PARA ANUNCIAR LIGUE

2196-5176

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Revisão Andrea Bivar andreabivar@gmail.com

Conceitos e opiniões em artigos assinados são de inteira responsabilidade dos autores. A reprodução parcial ou total de qualquer parte desta publicação é permitida desde que seja citada a fonte e previamente autorizada, por escrito, pela editora. A empresa reserva-se ao direito de não aceitar publicidade sem fundamentar motivação de recusa.

Fotografia Ariel Subirá FREEIMAGES.COM Marketing DANIEL QUAGLIANI marketing@cipa.com.br Colaboraram neste número Bianca Goulart Gabriela Facchinetti Gisele Facchinetti Lia Rangel Renata Fernandes STELLA MARIS C. MENDONÇA

16 mil exemplares

A Revista Condomínio etc. esclarece que: • Não se responsabiliza por qualquer dano, direto ou indireto, sofrido por usuários ou terceiros, advindos da exibição e/ou conteúdo dos anúncios publicados pelos anunciantes, incluindo a divulgação de dados, preços e imagens. • Não atesta, verifica ou inspeciona os serviços e produtos dos anunciantes, nem é responsável por qualquer dano, direto ou indireto, que o contratante possa sofrer ao realizar uma negociação com os anunciantes.

Esta publicação está em conformidade com o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, aprovado pelo Decreto Legislativo nº 54, de 18 de abril de 1995, e em vigor desde 1º de janeiro de 2009.

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informe

A CIPA faz 65 anos e comemora com virada tecnológica Em 23 de abril de 2019, a CIPA completa 65 anos, e o maior presente é para seus clientes: uma empresa em plena transformação digital. Este é, sem dúvida, um caminho sem volta. A CIPA está revolucionando o setor de administração de bens, imóveis e seguros ao implantar tecnologia de ponta em todos os seus processos. Segundo o presidente da CIPA, Newton Mendonça, “Já estamos nos transformando digitalmente há alguns anos, e, este ano, nossos clientes vão perceber muitas outras novidades. Estamos nos preparando para a próxima década, que será totalmente digital, estamos nesse caminho. Aplicativos e softwares são importantes, mas sabemos também que o que move a cadeia e faz a transformação acontecer são as pessoas e os relaciona-

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mentos, não a tecnologia. Transformação é sobre pessoas, não sobre tecnologia, até porque isso nós já consumimos há muito tempo”, ressalta. Maria Teresa Mendonça Dias, vice-presidente da CIPA, consciente de que, com o avanço da tecnologia e sua implementação em todos os processos da empresa, é possível obter aumento de eficiência e produtividade, entre outros resultados, afirma: “As organizações estão caminhando nesse processo sistêmico, integrado, baseado em dados. E a CIPA está agregando e desenvolvendo métodos incorporados em seu dia a dia. Vislumbramos muitos benefícios nesse novo modelo de negócio. Por meio de processos elaborados com base em dados, ganha-se tempo para pensar em estratégias e parcerias

internas e externas. O trabalho fica cada vez mais fluido, há uma interação maior entre os colaboradores e os processos internos. Sem falar que, com esse modelo, conseguimos minimizar e até prever possíveis desvios. Todos ganham com isso, mas o cliente final, com certeza, fica muito mais satisfeito.”. Fernando Yung, gestor de Tecnologia e Qualidade da CIPA, diz que a transformação digital de uma empresa é um processo lento e que a CIPA é pioneira no mercado nesse quesito. “O app CIPA foi apenas um dos produtos lançados – 2019 promete muito mais. Temos muitas novidades saindo do forno.” Para Yung, a empresa está proporcionando uma nova realidade digital tanto para clientes quanto para funcionários. “Estamos oferecendo a todos


“Já estamos nos transformando digitalmente há alguns anos, e, este ano, nossos clientes vão perceber muitas outras novidades..." NEWTON MENDONÇA Presidente da CIPA

uma nova jornada – saímos de um mundo tradicional para um totalmente digital. A experiência do cliente CIPA já é uma realidade nova, desde que ele entra em contato com a gente para solicitar algo até o momento em que ele é atendido”, afirma Yung, ressaltando que o investimento feito pela CIPA nesse sentido foi considerável: “A empresa investiu pesado em pessoas, infraestrutura e desenvolvimento”, finaliza. Na CIPA, os documentos já circulam de forma digital, o que garante agilidade, rastreabilidade e segurança aos processos. O cliente também pode acompanhar o fluxo de toda a movimentação, assegurando a transparência nas operações. Essa transformação pela qual a CIPA está passando também atinge os fornecedores de serviços que lidam com a empresa, pois estarão todos em contato com processos de vanguarda que são sinônimo de eficiência e alta produtividade. Aliás, qualquer empresa que estiver mais preparada tecnologicamente estará entre as que participarão das oportunidades que surgirão na próxima década.

Dia do Síndico Dia 23 de abril, além de ser aniversário da CIPA, é Dia do Síndico também. Rendemos nossas homenagens a essa pessoa que dedica parte do tempo ao condomínio. A você, síndico, parabéns pelo seu dia e continue contando com a CIPA para assessorá-lo da melhor forma nessa experiência. Toda a burocracia fica por nossa conta para que você possa usar seu tempo apenas com decisões do cotidiano de seu condomínio. Obrigada pela confiança em nossos serviços!

Nosso presidente, Newton Mendonça, arremata: “O impacto da mudança digital é imenso. Os modelos de negócios se modificam e a transição digital integra nossa empresa a outros serviços que não têm necessariamente nenhuma relação direta com nosso negócio.”. A bem da verdade, nos últimos anos, as empresas que quiseram continuar crescendo ou mesmo se mantendo tiveram que

se reinventar, e isso inclui implementação tecnológica, o que representa aumento da qualidade dos serviços, otimização do tempo e redução de desperdício. É nesse caminho que a CIPA está indo e que já surpreende positivamente seus clientes. A CIPA faz aniversário, mas o presente é seu, nosso cliente! Obrigada por confiar em nossos serviços!

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capa por Bianca Goulart

Novas tecnologias a serviço da segurança Equipamento de última geração e consultoria especializada são aliados importantes dos síndicos para garantir a segurança nos condomínios Todos os dias somos bombardeados com notícias alarmantes sobre o aumento da violência nos bairros do Rio de Janeiro e de Niterói. A preocupação com a segurança deixou de ser secundária e tornou-se prioridade nos prédios e condomínios. É muito comum ouvirmos histórias sobre quadrilhas disfarçadas de prestadores de serviço ou de moradores rendidos em seus carros no momento em que aguardavam a liberação da entrada no prédio. Para combater essas ameaças e garantir a integridade dos

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condôminos e condomínios, cada vez mais os síndicos vêm investindo em novas tecnologias e equipamentos que prometem eliminar os riscos. Outra ferramenta que pode ser importante para resguardar os moradores é a implantação de um plano de segurança, que deve ser elaborado especialmente para o empreendimento por profissionais especializados e capacitados. O Condomínio Villa Maggiore, na zona norte do Rio, optou por implementar o acesso virtual em suas instalações após

passar por algumas situações que colocaram os moradores em risco. “Estávamos buscando uma alternativa que garantisse a segurança dos condôminos e gerasse redução na taxa condominial. Há pouco menos de quatro meses, fizemos algumas mudanças e aderimos à portaria virtual, que é monitorada de forma remota”, explica a síndica Deise Campista. O condomínio possui 19 unidades e tem o acesso de moradores realizado por biometria ou tag e controle de garagem. “No caso de


visitantes, o acesso só é permitido com a autorização do morador. Temos equipamentos e câmeras que funcionam 24 horas e atendentes preparados para dar todo o suporte necessário; o monitoramento é feito por uma equipe especializada que atua de forma remota e utiliza esses recursos”, complementa Deise. Os resultados vêm sendo positivos: “Tivemos algumas questões relacionadas com a adaptação do condomínio para o novo sistema, mas elas já foram solucionadas. Como moradora, também me sinto mais segura com esse aparato”, conta ela. Quando chegam encomendas, a portaria remota faz contato com um funcionário disponível ou com o morador, que recebe seu pacote. A entrega de delivery também funciona de forma similar: cabe ao condômino descer e receber seu pedido. “Para assegurar o funcionamento contínuo do sistema, temos nobreaks instalados para o caso de interrupção de energia elétrica e também contamos com o suporte de geradores, que podem ser usados em interrupções programadas”, finaliza Deise.

Segurança em primeiro lugar Outro recurso que pode trazer tranquilidade para os condomínios é a contratação de uma consultoria de segurança. O serviço – disponibilizado

pela CIPA – conta com a parceria de profissionais e empresas especializados e altamente capacitados, com ampla experiência na área. Ele começa com um detalhado diagnóstico de segurança do empreendimento, que mapeia os pontos fracos e as oportunidades de melhoria do local, levando em consideração quesitos como a localização, o tamanho, o número de funcionários e moradores, a estrutura oferecida e o orçamento disponível para as mudanças necessárias. Com base nesse levantamento, um plano exclusivo é elaborado e, uma vez aprovado, todo o processo de implantação é acompanhado de perto pela equipe. Os funcionários também passam por um treinamento para absorverem as mudanças e se familiarizarem com as novidades. De acordo com Marcelo Henrique Castro Carneiro de Mendonça, especialista em segurança, o sistema é medido pelo elo mais fraco. “Muitas vezes, o síndico acha que o condomínio está seguro, mas mantém, sem perceber, uma fraqueza que pode comprometer a segurança. Justamente por isso o mapeamento de riscos e a análise são tão importantes”, explica ele, que tem 25 anos de experiência no desenvolvimento de projetos de segurança para grandes empresas e condomínios e é um dos parceiros da CIPA na consultoria. Membro da Associação Brasileira de

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Andréa Carloni, síndica do Condomínio Canova, foi a responsável pela implantação das mudanças no acesso às instalações do condomínio onde mora

Profissionais de Segurança (Abseg), ele defende que o tamanho do condomínio não deve ser um indicativo de que o local é mais ou menos seguro. “Um condomínio será tão seguro quanto sua capacidade de investimento. O fundamental é que o plano de segurança seja adequado a seu tamanho e necessidades específicas. Uma casa de rua pode ser mais segura que um condomínio se ela contar com recursos compatíveis com sua realidade e o empreendimento não fizer nada nesse sentido”, compara. O especialista destaca ainda que uma das principais vulnerabilidades dos condomínios está no controle de acesso. “Percebemos que muitas ocorrências vêm da falta de um controle eficiente, funcionários despreparados e sem treinamento específico, barreiras físicas frágeis ou inexistentes e a ausência de procedimentos na entrada e saída. É um ponto que merece toda a atenção por parte do síndico”, comenta. Segundo Marcelo, para que o acesso se dê de forma tranquila, agentes de segurança e porteiros devem ter suas funções bem definidas e é preciso elaborar normas compatíveis com a realidade do empreendimento, que devem ser aprovadas pelos moradores, que, aliás, são 10

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parte fundamental do planejamento de segurança. “Para garantirmos a segurança dos condôminos, eles devem fazer sua parte nesse processo. Respeitar as regras estabelecidas, garantir que os prestadores de serviço e visitantes passem pelo controle de acesso da forma correta, comunicar às equipes quaisquer anormalidades e manter as portas das unidades sempre trancadas são algumas medidas importantes. No caso de uma falha de segurança, o meliante sempre buscará o caminho mais fácil, se ele encontrar uma porta aberta ou destrancada, é por lá que passará. A segurança deve acontecer de fora para dentro e também de dentro para fora. É missão de todos”, destaca ele, que reforça que o fator humano é fundamental para a garantia de bons resultados, uma vez que as medidas tecnológicas são excelentes aliadas, mas são operadas por pessoas que precisam estar preparadas e treinadas para tal. Fernando Príncipe Martins, especialista do Grupo Solidez, há mais de 20 anos no mercado, entende como poucos o ramo e também já foi síndico. Ou seja, conhece os dois lados da história. O Grupo Solidez oferece segurança patrimonial, mas tem também um braço


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tecnológico, ou seja, está capacitado para disponibilizar ao síndico tanto profissionais especializados para atuar no condomínio quanto equipamento com tecnologia de ponta. Mas, para início de conversa, Martins explica que não basta o síndico pedir orçamento para três empresas, como é de costume: “É preciso saber se elas estão legalizadas e se são registradas, requerer a apresentação de documentos que mostrem a saúde financeira da empresa, ver a situação trabalhista e securitária dos funcionários, saber se o proprietário consta do contrato social da empresa... Aconselho também a visitar as instalações da empresa”, avalia. Somente depois de passada essa fase é que o representante do Grupo Solidez indica seguir adiante. “É preciso saber onde vai investir para não desperdiçar dinheiro e garantir a segurança do condomínio. Escolher uma empresa séria e competente exige atenção”, explica ele, que conta ainda que o Grupo Solidez está em processo para receber a certificação ISO 9001, que confere qualidade à prestação dos serviços da empresa. “Essa certificação requer processos para todas as operações, todas as tarefas devem ser padronizadas, e nosso grupo cumpre as exigências para obter o selo”, ressalta. Martins explica que para falar em segurança é preciso ter controle sobre todas as vias de acesso do condomínio, tanto de veículos como de pedestres. E há diversas possibilidades de segurança, além da contratação de vigilantes: “Temos que ter homens, mas precisamos também de outros elos para compor essa corrente. Depen-

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O consultor de segurança Marcelo Henrique Castro Carneiro de Mendonça acumula 25 anos de experiência na área e é membro da Associação Brasileira de Profissionais de Segurança

dendo da possibilidade de investimento de que o síndico possa dispor, há muitas opções a serem oferecidas. Desde sensores de presença e concertinas eletrificadas até um sistema mais elaborado. Mas qualquer que seja o sistema escolhido, é preciso ter manutenção. Não adianta investir e não ter manutenção”, alerta. No Grupo Solidez, todos os funcionários recebem curso de reciclagem semestralmente: “Temos um auditório com capacidade para 80 pessoas, além de salas menores para outros treinamentos específicos. Além disso, acreditamos que cada condomínio tem suas peculiaridades, e nesse treinamento os vigilantes de cada

prédio recebem capacitação específica para o local em que trabalham, dessa forma, conseguimos prestar o melhor serviço. O vigilante bem treinado conhece moradores, visitantes assíduos, prestadores de serviço e funcionários, além de seu dever básico, que é garantir a segurança ali. E temos muito cuidado também com a proximidade desejável entre nosso funcionário e as demais pessoas. Temos um compromisso ético e moral que deve ser seguido à risca. Estamos sempre atentos a isso para que nenhuma distorção comportamental cause prejuízo aos clientes”, avisa. Martins finaliza explicando que a consultoria ao síndico é gratuita, e não importa o tamanho do condomínio para a realização de um bom plano de segurança: “Tratamos todos os clientes da mesma forma, independentemente de seu porte ou do investimento que pode fazer. Nós vamos analisar as necessidades de cada situação, considerando ameaças e vulnerabilidades, proporcionando atendimento na medida certa, quer seja na segurança física de instalações e na segurança pessoal privada, quer seja na elaboração de projetos de segurança.”.

Tecnologia a seu favor Com 11 anos de experiência no mercado, a Sistemic Sistemas de Telecom é uma empresa que oferece recursos tecnológicos que visam aumentar a segurança dos condomínios, seus principais clientes. De acordo com Bruno Hins, sócio diretor da companhia, não existe um tamanho ideal de condomínio para a utilização desses recursos. “Já realizamos trabalhos em prédios


com apenas seis unidades e em empreendimentos com 400, depende sempre do quanto o síndico leva a sério a questão da segurança”, conta. A empresa oferece controle de acesso e automatização de portas e portões, recursos fundamentais em tempos de insegurança. “Hoje em dia, os síndicos estão muito preocupados com a violência e estão buscando medidas para garantir a segurança dos moradores. Oferecemos os equipamentos mais modernos disponíveis no mercado”, revela Bruno. “O acesso por senha ou a utilização de tags podem ser úteis e acelerar a entrada no condomínio, uma vez que não é preciso procurar a chave correta ou aguardar a ação do porteiro ou do segurança. A tag veicular posicionada no para-brisa do carro garante a abertura automática da cancela, sem depender de terceiros para o acesso. Tudo isso é importante”, reforça. Outro recurso muito interessante para os condomínios oferecido pela Sistemic é o sistema de vigilância integrado aos acessos. “O prestador de serviço ou visitante, ao

interfonar para a unidade, pode ser visto pelo morador por meio de uma tela próxima ao interfone. É possível checar se a pessoa está sozinha ou não e se ela é realmente quem diz ser. Isso pode ser muito útil para condomínios que não possuem portaria 24 horas, pois permite que o morador tenha total ciência do que acontece do lado de fora”, explica Bruno.

Redução de custos e independência no acesso O Condomínio Canova, na zona oeste do Rio, modernizou recentemente seus acessos. Com duas entradas e 160 unidades, a solução implementada pela síndica Andrea Carloni garantiu a independência de acesso dos moradores e unificou o controle da portaria, trazendo, além de segurança, custos de manutenção mais baixos. O condomínio faz parte do Novo Leblon, que reúne cerca de 6 mil moradores, divididos em oito blocos. Cada bloco funciona como um condomínio independente e possui a própria administração,

funcionários e estrutura. “Apenas nosso condomínio realizou a modernização, que era uma demanda antiga”, explica Andrea, que há quatro anos é síndica do Canova e também atua como síndica administrativa do Novo Leblon. Antes da mudança, cada portaria possuía um porteiro, que ficava no hall do prédio e fazia dali o controle de acesso. Atualmente, a entrada das duas portarias é feita por portas automáticas, que são acionadas por um único porteiro, que fica em uma sala construída no play do prédio.

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A localização é estratégica – ali ele tem uma excelente visão da entrada do condomínio e das cancelas. “A liberação da entrada de visitantes e prestadores de serviço é feita com os moradores antes de autorizar o acesso ao condomínio. Também colocamos câmeras nas cancelas e nos acessos para facilitar a identificação. Tínhamos a intenção de fazer essa sala no térreo, mas seria necessária uma grande obra de adequação por conta da instalação de gás do condomínio. O novo local supriu nossa necessidade e garantiu a unificação das portarias com baixo custo”, conta. Com a modernização, o número de funcionários foi reduzido, assim como os custos de manutenção da portaria. “Ainda não conseguimos diminuir as cotas condominiais, mas estamos estudando as chances de isso acontecer em breve”, pondera Andrea.

Cuidados importantes no dia a dia A diretora comercial da ABC Telecom, Aline Sartório da Silva Marino, reforça a importância do treinamento dos funcionários do condomínio. “Essas pessoas precisam saber atuar no caso de ocorrências e operar os sistemas de segurança eletrônica e automação predial. Uma situação de risco pode ser amenizada se o porteiro souber o que fazer

e utilizar os recursos da forma correta. A segurança depende da participação de todos: síndico, funcionários e moradores devem trabalhar juntos para a prevenção de ocorrências. Existem vários sistemas de segurança excelentes, mas sua eficiência depende de quem os utiliza”, destaca. A ABC Telecom, no mercado há mais de 25 anos, atua em condomínios, empresas, shoppings e hotéis, entre outros segmentos. Ela oferece todo tipo de serviço de segurança, além de sistemas de antena coletiva digital HD, sonorização de ambientes e detector de fumaça, entre outros. “Este ano, estamos investindo em novos serviços, como sistemas de comunicação interna com fio e sem fio e energia solar”, comenta Aline. “Sugerimos sempre a nossos clientes que fechem um contrato de conservação mensal preventivo e corretivo, para que seja realizada pelo menos uma manutenção mensal preventiva e quantas corretivas forem necessárias. A revisão periódica é imprescindível para deixar o funcionamento do sistema em perfeitas condições. Também é fundamental contar com empresas registradas no CREA-RJ e observar se o consultor técnico que está realizando o orçamento tem o conhecimento necessário para indicar os sistemas mais adequados ao condomínio. É importante avaliar os orçamentos e desconfiar dos que forem muito baratos, pois com segurança não se deve economizar”, alerta ela. Com segurança não se brinca! Conte com o suporte da CIPA e veja como seu condomínio pode ficar mais seguro e protegido. Não se arrisque com desconhecidos, busque empresas e profissionais de sua confiança, recomendados e capacitados para a função a que se propõem. Entre em contato conosco e saiba mais detalhes.

Já baixou o app CIPA Condomínios? Temos implementado múltiplas funcionalidades em nosso app que atendem a todos, visando sempre otimizar o dia a dia de nossos clientes. Como é desenvolvido internamente, os usuários podem sugerir novas funções, o que torna a ferramenta sempre atual e garante melhorias constantes. Após baixar o CIPA Condomínios, crie sua conta e comece a desfrutar de mais esse benefício. Disponível para Android e IOS. Em caso de dúvidas, entre em contato pelo e-mail suporte.cipadigital@cipa.com.br

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Legislação por Gisele Facchinetti

Academias em condomínios dão dor de cabeça Nova lei que obriga a contratação de professor de educação física nos condomínios que têm academias gera controvérsias

A correria da vida moderna, o estresse e a falta de tempo para fazer exercícios têm feito com que moradores usem com mais frequência as academias de ginástica de seus condomínios. Mas apesar de ser uma prática cada vez mais comum, são muitas as dúvidas relacionadas com seu uso. Isso porque, desde o ano passado, com a lei estadual 8.070/2018, os condomínios que já possuem ou que pretendem montar uma academia para os moradores precisariam contratar um profissional de educação física registrado no CREF como responsável técnico. A fiscalização, claro, ficaria por conta desse orgão, que é o conselho profissional de educação física.

A polêmica da nova lei Sobre a polêmica criada em torno da lei estadual, o Sindicato da Habitação (Secovi Rio) emitiu uma nota oficial: “Entendemos que a obrigação imposta pela lei é destinada exclusiva16

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mente aos condomínios em que haja ‘atividade física dirigida e realizada em salas de treinamento físico’. A simples existência de um espaço destinado a atividade física para os condôminos, que podem ou não dele fazer uso, em caráter individual e particular, não sujeita os condomínios ao cumprimento da lei, visto que a sala de ginástica é uma extensão da propriedade individual, da residência do condômino. Esses espaços se tornaram muito comuns em diversos condomínios, notadamente em razão da necessidade de otimização do espaço das unidades, que já não comportam a manutenção de equipamentos de ginástica como esteiras, bicicletas ergométricas etc. Logo, nas salas ou nos espaços de ginástica não há exploração de atividade econômica, tampouco há obrigatoriamente de ‘atividade física dirigida’, visto que, a exemplo do que ocorre dentro da unidade condominial, os condôminos não estão obrigados a contar com um profissional para conduzir as atividades. Por outro lado, nos casos em que os condomínios exerçam, por si próprios ou por terceiros, a exploração do espaço para a realização de aulas ou qualquer outra atividade relacionada com treinamento físico de forma dirigida, não há dúvida alguma de que estarão sujeitos ao cumprimento da lei, sob pena de multa.”. Vale lembrar que, em caso do não cumprimento da lei, o condomínio tem que arcar com uma multa salgada, de cerca de R$ 3.400. O Secovi recomenda, na eventualidade de condomínios multados de forma arbitrária, que recorram da decisão.


Mauro Araújo, síndico do Condomínio Sea Coast, após a contratação do professor: “A frequência da academia aumentou e os moradores estão satisfeitos”

A arbitrariedade, segundo o Secovi, se dá porque essa nova lei pode ferir o direito de propriedade, algo regido por lei federal. No frigir dos ovos, um morador tem o direito de descer pelo elevador até sua academia e se exercitar a hora que desejar e da forma que lhe convier. O sindicato entende que somente no caso de aulas ministradas pelo condomínio é que a lei estadual deve ser seguida. Vejamos exemplos práticos: se o condomínio contrata um professor para dar aulas coletivas, é necessário que siga a nova lei; se tem o hábito de contratar colônia de férias em que a academia seja usada para aulas coletivas, a lei deve ser seguida. Por outro lado, se os moradores apenas usam a academia para se exercitarem sozinhos, a contratação de um profissional de educação física é desnecessária. Essa é a leitura do Secovi.

O que dizem os profissionais de educação física Alexandre Araújo, formado em educação física há dez anos, dos quais oito ele trabalha em condomínios como personal trainer, considera um avanço a implementação da nova lei. “Sempre achei uma irresponsabilidade dos condomínios não contratarem um profissional habilitado para prestar esse serviço”, pondera. “Muitas vezes, a pessoa

não sabe sequer utilizar corretamente uma esteira e isso pode ocasionar uma lesão”, adverte. É o que também acha o fisioterapeuta Plácido Prado, que há 27 anos trata os mais diversos tipos de lesão provocados pela execução errada de exercícios. “Atendo diariamente pacientes que se lesionaram praticando atividade física sem a devida orientação de um profissional”, observa. “Exercícios são fundamentais para a manutenção da saúde e do bem-estar, mas nunca sem supervisão. As consequências podem ser graves”, ressalta. Rodolfo Cunha, personal trainer formado há 15 anos, comemora a nova lei. “Quem entende de atividade física é o profissional de educação física. As pessoas precisam compreender isso”, afirma. “Tenho parceiros profissionais em todas as áreas – ortopedistas, fisioterapeutas, cardiologistas. Todos ganham com isso.” Depois de 13 anos trabalhando em condomínios, Rodolfo é categórico quando diz que, para otimizar resultados e se exercitar com segurança, a atuação do personal é imprescindível. “Fazer exercício físico sem nenhuma orientação também faz a pessoa perder tempo”, alerta. “Orientado adequadamente, você alcança o mesmo resultado com 20 minutos de exercícios em vez de passar uma hora na academia sem saber direito o que está fazendo”, conclui.

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Quer montar uma academia?! Se seu condomínio tem espaço disponível e montar uma academia é um desejo coletivo, saiba que isso é possível e que existem empresas especializadas nessa tarefa. Mas quanto custa montar uma academia ou sala de ginástica que atenda adequadamente a pessoas de faixas etárias e necessidades diferentes? Conversamos com Ana Carolina Nogueira, sócia proprietária da Alpha Sport Assessoria, para saber como é possível colocar em prática essa ideia, que facilitaria a vida de muita gente. “As pessoas, às vezes, acham que, para ser considerada boa, uma academia precisa ser muito grande. E isso não é verdade”, observa. “O que sempre digo quando vou prestar assessoria ou montar uma academia é que dá para preparar um local que atenda tanto ao adolescente que quer malhar para ficar forte quanto ao idoso que têm dificuldades de locomoção”, conclui Ana. Sobre a questão do espaço mínimo para a implantação de uma sala de ginástica, Walther Luiz dos Santos, gerente geral da Ergotec Fitness Service, ressalta que, embora não haja uma regra específica sobre isso, o ideal seria um local com, pelo menos, 15 metros quadrados. O custo vai variar de acordo com o tamanho do condomínio. “Não posso generalizar porque preciso levar em conta o número de pessoas que vão utilizar o espaço”, ressalta. Independentemente do tamanho e dos tipos de equipamento adquiridos pelo condomínio, todo mundo concorda com uma coisa: vale a pena ter à disposição um lugar onde os moradores possam

se exercitar sem precisar colocar o pé na rua. Nada de enfrentar trânsito ou sair na chuva, por exemplo. Quer coisa melhor do que o conforto e a praticidade de poder ficar em forma sem sair de casa? E como tem sido a experiência de ter uma academia praticamente dentro de casa? De acordo com Mauro Araújo, síndico do Condomínio Sea Coast, que tem 136 unidades distribuídas em dois blocos, ela não poderia ter sido mais positiva. “Percebi que, depois que contratamos um professor, a satisfação dos condôminos aumentou junto com a frequência dos moradores”, observou. Mauro diz ainda que “todos elogiaram muito, e até mesmo os problemas do dia a dia em relação à utilização do espaço foram solucionados”, finaliza. O condomínio fica localizado na zona oeste do Rio de Janeiro e já conta com um professor que trabalha na parte da manhã e à noite, em dois turnos de quatro horas.

Serviço Alpha Sport Assessoria Tel.: (21) 97490-5071 Ergotec Fitness Service www.ergotecfitness.com.br Tel.: (21) 3178-1500 Personal trainer Rodolfo Cunha Tel.: (21) 98681-3136 Personal trainer Alexandre Araújo Tel.: (21) 96846-3931 Fisioterapeuta Plácido Prado Tel.: (21) 99696-4714

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cidade

Adote um aluno Voluntários oferecem aulas gratuitas de reforço escolar em praças do Rio

Esta história começou há uns dois anos, quando o engenheiro e professor Silvério da Silva Moron, 63 anos, se prontificou, numa praça em Botafogo, a ajudar, de forma gratuita, estudantes que precisassem de reforço escolar em matemática e física. Sentado na Praça Compositor Mauro Duarte, colocou uma plaquinha oferecendo esse “serviço”. Os estudantes, aos poucos, foram se aproximando e o projeto ganhou força. Outros professores voluntários também foram chegando para ministrar aulas de alfabetização, português, matemática, física, química, inglês, biologia e história.

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A boa iniciativa já se propagou para outras praças do Rio e até de outras cidades, fazendo com que a solidariedade se unisse à necessidade. Em dezembro, quando se encerrou o ano letivo do Adote um Aluno, havia 23 professores voluntários e mais de 170 estudantes, com idades entre 7 e 93 anos. Em 2019, a volta às aulas se deu pela convocação na rede social de Silvério: “Gostaria de comunicar a todos os meus amigos meu retorno às praças no dia 19/2 (terça-feira), para tirar dúvidas de matemática e física.”. O professor dá plantão de terça a sexta, das 8h às 10h, na Praça do Aterro do Flamengo (em frente à Praia do Flamengo,

200, esquina da Rua Almirante Tamandaré), e, das 11h às 13h, na Praça Compositor Mauro Duarte, em Botafogo (em frente à Rua General Polidoro, 58). Silvério faz ainda um apelo: “Convoco todas as pessoas que tenham conhecimento sobre qualquer assunto para que ocupem uma praça pública. Compartilhem esse conhecimento com quem precisa e quer aprender esse assunto.”. Para entrar em contato com Silvério e fazer parte do Adote um Aluno, ele pede que enviem mensagem para sua página no Facebook (clique no link ou acesse https://www.facebook.com/profile. php?id=100006613158974).


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Manutenção

Corrosão na tubulação

Por Gisele Facchinetti

Saiba o que fazer quando há desgaste na tubulação e quais são suas consequências

Numa definição técnica, o termo “corrosão” é utilizado para definir um processo de destruição total, parcial, superficial ou estrutural de um material. E como essa corrosão afeta o encanamento de seu condomínio? Dá para evitá-la ou minimizar suas consequências? Será que a tubulação de seu prédio já está apresentando indícios de desgate e ninguém percebeu? A revista Condomínio etc. vai responder a todas essas perguntas e mostrar o que dá para fazer se esses problemas começarem a aparecer. A vida útil de uma instalação hidráulica varia muito em função de sua qualidade

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e do tipo de material utilizado na obra. A durabilidade também depende de fatores como o tipo de execução do serviço e os líquidos que essa tubulação vai transportar (água potável com cloro, água quente, esgoto doméstico etc.). Para que essa durabilidade seja estendida é muito importante que sejam feitas checagens periódicas. “O ideal é que essa vistoria aconteça, no mínimo, uma vez por ano”, sugere Marco Cerva, síndico profissional responsável por seis condomínios administrados pela CIPA. “Com uma simples observação da vasão ou do fluxo de água nas unidades já é possível

diagnosticar se existe algum problema naquela tubulação”, observa. Mas o que fazer quando a tubulação antiga começa a dar sinais de desgaste? A troca de todo o encanamento é viável? “Do ponto de vista técnico, sim. Mas se a gente levar em conta a parte financeira, vai sair muito caro”, ressalta Marco. “Além disso, vai ser preciso quebrar muita coisa”, continua. “Essa troca precisa ser feita por partes, ou seja, em várias etapas. De qualquer maneira, se trocar apenas a parte que apresentou problema, mais para a frente, a outra vai dar sinais de desgaste”, conclui.


Conversamos com o engenheiro civil José Carneiro de Vasconcelos, sócio proprietário e diretor da Eldorado Engenharia e Construções, que dividiu com a gente um pouco de sua vasta experiência no assunto. “Atualmente, as tubulações de ferro sofrem corrosão muito mais rápido do que há 30 anos”, diz. “Hoje vemos prédios com encanamento de boa qualidade, mas que já está apresentando problema por causa da grande abrasividade provocada pelo cloro adicionado à agua da cidade”, revela. “Eu diria que, de uns 30 anos pra cá, essa adição de cloro vem aumentando gradativamente”, pontua. E arremata dizendo que, apesar de o cloro ser um recurso fundamental para combater a poluição e, consequentemente, a contaminação da água, a gente não pode esquecer que ele tem grande poder abrasivo. Tanto Marco Cerva quanto José Carneiro concordam com uma coisa: a tubulação vai dando sinais de que está com problemas e um dos primeiros indícios é, com certeza, o volume de água que sai da torneira. “O primeiro alerta é justamente a diminuição do fluxo de água”, esclare-

para a noite: “O morador daquela unidade vai percebendo que seu chuveiro já não está tão forte, por exemplo. À medida que o encanamento vai enferrujando, se observa uma espécie de sujeira na água. É um sinal claro de deterioração.”. O síndico Marco Cerva nos conta que está fazendo a recuperação de uma tubulação de gás num condomínio da Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro, que conta com duas torres de 22 andares cada uma, e diz que a experiência tem sido muito positiva. “A empresa contratada por nós para a realização desse serviço utiliza um método inovador, mais rápido na execução, mais barato, com o dobro da garantia das empresas convencionais e sem quebrar praticamente nada”, revela.

Marco Cerva: “Verificações periódicas são fundamentais”

ce José. “Quando fazemos a troca de uma tubulação de ferro com sinais de corrosão por uma de PVC (policloreto de vinila), observamos que o diâmetro interno é quase zero. Ou seja, ela está totalmente obstruída”, explica. “Outro sinal é a presença de detritos na água”, observa. E conclui dizendo que essa corrosão não acontece do dia

Corrosão nos aparelhos de ar-condicionado E para quem acha que a corrosão só atinge a tubulação de água e gás, Charles Leitão Ramos, representante técnico comercial da empresa Surf Tech, garante

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A vida útil de uma instalação hidráulica varia muito em função de sua qualidade também do líquido que essa tubulação vai transportar, como por exemplo água potável com cloro, água quente e esgoto doméstico

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que não. “Nossa empresa trabalha especificamente com produtos que previnem a corrosão provocada pela salinidade nos aparelhos de ar-condicionado”, explica. “O Brasil é o segundo país do mundo no ranking de salinidade”, revela. E como é feito esse trabalho? “Utilizamos produtos desenvolvidos por nós que evitam que a salinidade atinja as máquinas e, consequentemente, diminua sua vida útil”, esclarece. Ele afirma ainda que esses produtos são aplicados nas serpentinas dos aparelhos, proporcionando, assim, uma proteção de excelente qualidade, que não deixa que a corrosão ataque as máquinas de ar-condicionado de médio e grande portes. Nos prédios que contam com um sistema de ar-condicionado central, por exemplo, ele sugere que esse tratamento seja feito antes da instalação da máquina: “Recebemos o aparelho, damos o tratamento e só então ele é instalado. Há casos em que o equipamento já está sendo utilizado, mas, ainda assim, podemos fazer uma checagem para verificar se é possível intervir antes que a corrosão aumente”, conclui. Uma coisa é certa: qualquer que seja

o problema que a tubulação de seu prédio apresente é importante ter um planejamento de obras para evitar surpresas desagradáveis. A troca gradual, à medida que os danos aparecem, pode ser a opção supostamente mais em conta. Entretanto, se os sinais de desgaste começam a aparecer com mais frequência, talvez seja hora de planejar uma obra mais abragente com uma empresa especializada. E é sempre bom lembrar que obras realizadas por empresas constituídas e com responsáveis técnicos normalmente dão garantias do serviço e têm conhecimento profundo do que estão fazendo. Evitar o famoso “faz-tudo” é recomendável. O barato às vezes pode sair muito caro. Serviço Eldorado Engenharia e Construções www.eldoradaengenharia.com.br Tel.: (21) 2262-6073 Surf Tech Tratamento de Superfícies www.techsurf.com.br Tels.: (21) 3553-8360 | 97528-9643



informe

STJ decide que Lei dos Distratos só será aplicada aos novos contratos A Lei do Distrato Imobiliário (13.786/18) não se refere a contratos firmados antes de sua vigência. A decisão é da 2ª Seção do Superior Tribunal de Justiça ao julgar recursos repetitivos que tratam das penalidades contra construtoras em casos de atraso na entrega do imóvel. O julgamento de mérito foi marcado para o dia 10/4. O relator, ministro Luís Felipe Salomão, citou exemplos da 3ª e da 4ª Turma do STJ, mostrando que, pela irretroatividade da lei, não é possível mudar o entendimento jurisprudencial em processos pendentes de julgamento, mesmo com a alteração posterior normativa. “Penso que não se pode cogitar a aplicação simples e direta da nova Lei 13.786/18 para a solução de casos anteriores ao advento do mencionado diploma legal”, considerou.

Com futuro indefinido, Minha Casa Minha Vida completou dez anos O programa Minha Casa Minha Vida, que completou dez anos em março, vive um momento de indefinição, com a mudança de governo, mais reticente à concessão de subsídios para estimular setores econômicos, e forte crise fiscal. O que conta a favor do principal programa habitacional do país é ter permitido, desde sua criação, o acesso de mais de 5,5 milhões de famílias à casa própria e estimulado o interesse do setor privado por moradias populares, ou seja, que atendem ao público de menor renda. Mas para potencializar os 26

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resultados, o Governo precisa dar respostas aos principais problemas da área da habitação, como a falta de projetos de qualidade – principalmente para a faixa 1 – e de infraestrutura nos locais onde parte dos empreendimentos são instalados, a invasão de imóveis vazios e a retomada das obras paradas em um cenário de recursos escassos.

Previsões positivas para o mercado imobiliário em 2019 O tão esperado crescimento do mercado imobiliário em 2019 finalmente parece estar consolidado. Apesar de ainda ser início de ano, os números do primeiro trimestre são animadores. Em fevereiro, a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip) divulgou aumento de 30% na compra e construção de imóveis, em 2018, em relação ao ano anterior. No total, segundo a entidade, foram mais de 228 mil financiamentos, sendo R$ 6,05 bilhões com recursos da poupança só em dezembro do ano passado. De acordo com o Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), esse número é 24,1% maior do que o acumulado em novembro e 64,4% a mais do que no mesmo período de 2017. Segundo os dados do SBPE, foram totalizados R$ 57,5 bilhões na compra e construção de imóveis durante todo o ano de 2018, 33% além do gasto em 2017. Para os especialistas, esses índices significam o fim definitivo do biênio negro do setor e o franco crescimento do mercado imobiliário em 2019.


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Condomínio

Bicicleta, magrela, camelo, bike... Não importa como você chama a sua, o que vale é que ela tenha um bicicletário para chamar de seu

“I want to ride my bicycle, I want to ride my bike”... Já cantava a banda Queen. Aliás, se alguém aí já prestou atenção à letra dessa música (Bicycle Race) percebeu que ela é meio non sense. Mas isso não vem ao caso, até porque Queen é Queen, não é mesmo?! Voltando ao assunto, quem gosta de andar de bicicleta e tem a sua quer que ela fique em perfeito estado. Não basta fazer uma manutenção adequada, é preciso poder guardá-la da melhor forma quando ela não estiver sendo usada. Estamos falando de bibicletários, espaços realmente apropriados para estacionar as bikes. Digo apropriados porque sabemos que em muitos condomínios ainda vemos amontoados de bicicletas em garagens ou quartinhos, depositadas de qualquer jeito, sem o menor cuidado. E, dessa forma, poucas pessoas acabam usando as suas até por preguiça de conseguir achá-la e de ter de tirar vários obstáculos antes de chegar até ela. Mas quem não abre mão de um bom passeio e quer sua bike bem cuidada acaba por guardar a sua em casa, aí o tumulto fica na unidade. O que também não é adequado, pois dentro de um apartamen-

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to sempre vai ser meio inconveniente. Além de ter o incômodo de ter que subir e descer de elevador com a magrela, entrar com ela em casa pode causar pequenos acidentes e ainda sujar o apartamento. Por essas e outras é que os síndicos atentos e comprometidos com o bem-

estar dos moradores e dos funcionários que vão ao trabalho de bicicleta instalam bicicletários em suas dependências. Algumas construtoras mais ligadas a soluções sustentáveis também têm se antecipado a leis e vêm entregando seus empreendimentos já com os tais bicicletários. Ponto para elas!


Zelando pelas magrelas Existem empresas especializadas em zelar pelo bem-estar das magrelas enquanto elas não estão sendo usadas, é o caso da Cicloparking. Christiane Martins, especialista da empresa que trabalha exclusivamente com bicicletários há mais de 15 anos, é uma entusiasta do uso da bicicleta: “É uma questão de sustentabilidade – oferecer ao ciclista lugar para guardar sua bicicleta é um incentivo a mais para menos um carro na rua”, reforça. Os maiores clientes da Cicloparking são os condomínios, mas a empresa presta serviço para quem desejar instalar bicicletários em frente a seu comércio e até mesmo para a Prefeitura, que os coloca em espaços públicos. Aliás, há uma lei que determina a implantação de bicicletários em shoppings e supermercados no município do Rio de Janeiro, mas que pouca gente conhece: é a Lei nº 77, de 28 de abril de 2005.

Quando a bagunça está generalizada Para a Cicloparking, a bagunça de bicicletas amontoadas não é problema. Sempre há uma boa solução. Christiane Martins está acostumada a oferecer alternativas para todos os tipos de condomínio, do pequeno ao de grande porte. “Costumo ver de tudo, desde bicicletas amontoadas em garagens, correntes prendendo umas às outras,

algumas presas a canos, até quartinhos cheios de bicicletas. Mas para todo cliente há um projeto apropriado, ninguém fica sem solução”, afirma a especialista. A análise do espaço disponível no condomínio para a instalação do bicicletário e o estudo da quantidade de bikes que precisam de vagas são importantes para se definir um plano de ação. “Costumo orientar os síndicos a fazerem um ‘censo da bicicleta’, que nada mais é do que um levantamento com os moradores para saber quantas vagas serão necessárias. Se esse estudo não for viável, recomendo pelo menos calcular uma vaga por apartamento”, diz Christiane. Mas, mesmo assim, ela diz que é comum ser chamada novamente para aumentar o número de vagas depois. Quanto ao espaço disponível na edificação, a especialista avisa que, levando em conta que a grande maioria dos bicicletários é instalado nas garagens, é preciso observar que o local deve ter um corredor de acesso para o ciclista chegar próximo ao bicicletário e poder entrar e sair dali sem oferecer risco aos carros. “É preciso ter um espaço de manobra. Um bicicletário deve ser funcional, não adianta pendurar tudo e depois ninguém consegue mais entrar nem sair. Não faz sentido, isso tem que ser muito bem pensado”, avalia Christiane.

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Leonardo Barbosa, funcionário do Condomínio Solari costuma ir para o trabalho de bike e também foi beneficiado pelo bicicletário

No chão ou na parede? Depende. Segundo a especialista da Cicloparking, só uma visita técnica pode definir isso. “São muitos os fatores que envolvem um planejamento desse porte. Precisamos medir o espaço, saber o número de vagas necessário e qual a possibilidade de investimento. A partir daí, vamos oferecer um planejamento adequado. Por exemplo: se o cliente precisa de 20 vagas e tem espaço horizontal, posso orçar quatro módulos de cinco vagas cada um. Se não tem espaço para todas no chão, podemos fazer módulos de parede também”, exemplifica ela, que já fez projetos com cerca de 350 vagas de bicicletas para condomínios. “Se o condomínio for grande ou pequeno, nosso atendimento é o mesmo, o importante para nós é atender satisfatoriamente a todos”, ressalta. No caso de garagens abertas ao tempo, o indicado é pensar um bicicletário com cobertura integrada, é o que a Cicloparking indica. “Nós oferecemos o serviço comple-

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to, queremos atender a nossos clientes da melhor maneira para que ele tenha ânimo de usar sua bicicleta!”, enfatiza. Um alerta: com o aumento das bicicletas elétricas, é preciso que os síndicos atentem que elas são pesadas e a única opção para elas é a vaga no chão. Para atender a essa demanda, alguns síndicos já estão colocando, inclusive, tomadas perto dos bicicletários para que os usuários recarreguem suas bikes, lembrando que a demanda por energia nesses casos é mínima. Christiane Martins finaliza dizendo que, em relação à segurança, alguns condomínios colocam câmeras, outros fazem seus bicicletários em locais fechados, entretanto, todos os módulos oferecidos por sua empresa oferecem porta cadeado individual.

Síndica antenada Sheila Vieira é síndica profissional desde 2013, mas já trabalha com condomínios há mais de 20 anos. Com diversos cursos de especialização, está mais do que antenada

com o que há de melhor para os edifícios. Com relação à necessidade de oferecer espaço adequado para guardar as bicicletas não poderia ser diferente. Sheila está à frente de 20 condomínios, mas vamos falar de sua experiência no Condomínio Solari, na zona sul carioca. Com 72 apartamentos, até muito pouco tempo atrás não havia bicicletário na edificação. Essa novidade veio há cerca de cinco anos e revolucionou as coisas por lá. Sheila lembra que, antes, alguns moradores deixavam suas bikes até no hall de acesso às unidades, o que é proibido. Outros guardavam suas magrelas nas varandas ou mesmo dentro de casa. Após a instalação do bicicletário, todos tiraram suas bikes de casa, dos halls e as colocaram no local adequado. Para Sheila, bicicletário bom é aquele com iluminação, bom espaço para entrar e sair e perto do acesso à rua, além de ser um recinto pensado de modo eficiente. E ela está certa. “É por isso que deve ser feito por quem entende. O condomínio fica


Novo Código de Obras Prédios novos e a obrigatoriedade de bicicletários O prefeito Marcelo Crivella sancionou, em janeiro último, o novo Código de Obras que, entre outras coisas, contém avanços significativos para a mobilidade urbana da cidade. Em relação aos bicicletários, toda nova edificação deverá destinar área exclusiva para o estacionamento e a guarda de bicicletas. Os detalhes dessa regra podem ser vistos no link http://www.rio.rj.gov.br/ documents/91237/6231a6f9-d1184b87-8a43-aa282000f3e6

CIPA Corretora: Seguro contra roubo

Sheila Vieira, síndica profissional: “Bicicletário bom é aquele com iluminação, bom espaço para entrar e sair e perto do acesso à rua, além de ser um recinto pensado de modo eficiente”

organizado e ainda valorizamos o bem do morador. A Cicloparking veio ao condomínio, apontamos o espaço destinado ao bibicletário e eles fizeram o projeto com base nas medidas disponíveis e em nossas necessidades de vagas: 50. Temos bicicletas suspensas e também no chão. Antes era uma bagunça para todos os lados, agora todas as vagas já estão ocupadas e estamos pensando em ampliá-las”, destaca ela, que observou que muitas pessoas se empolgaram, compraram bicicleta e a demanda por mais vagas cresceu. Tudo porque se sentiram mais seguros com o novo espaço. No Condomínio Solari, o bicicletário foi instalado no subsolo, num espaço ocioso e grande que não era ocupado por

carros. “No novo bicicletário, algumas pessoas usam cadeado, outras não. Temos câmeras de segurança em todo o condomínio que gravam as imagens, mas mesmo assim os funcionários fazem rondas periódicas. Nunca tivemos casos de furto aqui”, ressalta. Em outros condomínios administrados por Sheila já houve furto de bancos, acessórios e da própria bicicleta. “Nestes a área não era coberta por câmeras, algo que recomendo fortemente, até mesmo para inibir qualquer ação”, indica ela, que finaliza observando que “o síndico deve prezar pela organização e pelo planejamento administrativo, a fim de valorizar o condomínio que administra”.

Os condomínios interessados em contratar seguros contra roubos que tenham cobertura contra roubo/furto de bicicletas podem incluir a cobertura adicional “Responsabilidade Civil por Guarda de Veículos de Terceiros” do seguro de condomínio. Mais informações com os especialistas da CIPA Corretora. Ligue para 2195-5115. Serviço Cicloparking www.cicloparking.com.br Tels.: (21) 2205-3172/97010-8176 CIPA Corretora www.cipacorretora.com.br Tel.: (21) 2195-5115

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ciPA SOLIDÁRIA

Ajude o próximo, ele pode estar mais perto do que você imagina

A Amicca precisa de sua solidariedade A Amigos da Infância com Câncer (Amicca) foi fundada por Iara Rezende em 1980 e é uma associação civil beneficente sem fins lucrativos e que existe para potencializar o trabalho realizado no hospital Clementino Fraga Filho (HUCFF/UFRJ) e no INCA. A Amicca cuida de crianças pobres com câncer que, após saírem do hospital, não têm condições de se manter em casa sem alimentação adequada. Eles fornecem os mantimentos e acomodam as crianças com acompanhantes até sua recuperação, além de oferecerem apoio social e psicológico aos pacientes e seus familiares. Já foram beneficiadas aproximadamente 12.400 pessoas, por meio do atendimen-

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to a 10.480 famílias. Nesse tempo, foram distribuídos cadeiras de rodas; cadeiras higiênicas; muletas; aparelhos auditivos, respiratórios e ortopédicos; medicamentos; cestas básicas; complementação alimentar; vales-transportes; passagens aéreas interestaduais; fraldas; aparelhos eletrônicos; utensílios domésticos; móveis; geladeiras; fogões e aparelhos de televisão, além de roupas, agasalhos, calçados e cobertores. No momento, a instituição precisa de ajuda para reformar a sede (prédio doado), mas todo tipo de auxílio é sempre bem-vindo: material de obra; alimentos; roupa; camas; lençóis; cobertores; travesseiros e alimentos para as 336 cestas bási-


cas mensais (arroz, feijão, açúcar, leite em pó, farinha de trigo, farinha de mesa, fubá, macarrão, sal, adoçante, óleo e biscoitos). Há ainda a necessidade de alimentos complementares: Sustagem, Mucilon de arroz, Neston, Cremogema, aveia em flocos, amido de milho e gelatina. Quem puder doar esses itens pode entregá-los diretamente na Amicca, participar da vaquinha on-line ou, se preferir, doar em dinheiro também é possível. Faça sua parte. Ajude o próximo.

Serviço Amicca – Rua General Polidoro, 105 Botafogo, RJ – tel.: (21) 2295-5353 https://www.vakinha.com.br/vaquinha/442633 Conta para depósito Itaú – agência: 8123 / conta-corrente: 10168-8 CNPJ: 35.810.076/0001-67 www.amicca.org.br

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Condomínio

Atenção às varandas!

por Renata Fernandes

Acidente no Leblon adverte para A importância da manutenção predial constante Em março, placas de um revestimento de granito caíram da varanda do quinto andar de um edifício no Leblon. O material atingiu ainda uma jovem que passava no local no exato instante da queda. Esse tipo de acontecimento nos abre um leque de perguntas, mas a principal é: quem é o responsável por um incidente como esse? Sabemos que o síndico responde pela manutenção e preservação do prédio, mas o proprietário também precisa cuidar de seu apartamento. A autovistoria, realizada pelo edifício em 2014, ainda estava válida e só vence em abril deste ano. Enquanto as apurações continuam, a única certeza que se tem é a de que uma ação preventiva poderia ter evitado o acidente. Essa e outras histórias assim comprovam que as varandas são uma das partes mais sensíveis da fachada de um edifício. É lindo fazer desse espaço um prolongamento da sala, fechando as laterais com uma cortina de vidro. Uma delícia transformar a varanda em uma pequena floresta, com enormes vasos em sua volta. Refrescante montar uma piscina em pleno verão. Mas será que há riscos em ações como essas?

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Para o síndico Samuel Almeida, varandas requerem atenção permanente

Segundo o engenheiro Athanase Koukolis, gerente técnico da empresa AGK Engenharia, varandas demandam cuidado e atenção. Quaisquer alteração e surgimento de rachadura precisam ser informados ao síndico. “Comunicar é essencial, porque não cai automaticamente. O concre-

to sempre avisa, não cai de estalo, sempre trinca”, ensina. Entre as preocupações com as varandas está o excesso de peso. Koukolis lembra que esse espaço não foi projetado para receber carga excessiva. Seu fechamento, por exemplo, pode acarretar problemas. “Um morador fechar não faz muita diferença. Mas se todos resolverem aderir, pode trazer danos”, diz. Nesse caso, um engenheiro especializado em estrutura precisa fazer uma avaliação completa antes. Segundo o Código Civil, o proprietário do imóvel deve respeitar, ainda, o padrão estipulado para a construção na hora de realizar qualquer reforma. A cor da fachada, por exemplo, não pode ser alterada. Isso quer dizer que as paredes do espaço não podem ser pintadas ao gosto de cada morador. Além disso, porta, forro ou teto, grade ou parapeito, películas de proteção de vidros, toldos e ar-condicionado também precisam seguir o padrão. Para que uma alteração seja realizada, é necessário que tenha sido analisada pela convenção do condomínio. Algumas convenções já prevêem modificações, outras são tão rígidas que proíbem até algumas práticas no


local, como pendurar roupas para secar. Mas a preocupação maior é mesmo em relação aos danos que a estrutura pode sofrer. Uma inofensiva piscina, por exemplo, também pode gerar transtornos, e para fazer da varanda ou do terraço um refrescante spa é preciso uma prévia análise estrutural. “Vi uma pessoa que botou uma piscina no terraço, e o chão estava todo trincado. A estrutura não cai de imediato. Vai deformando. Até vasos muito grandes podem ser comprometedores”, avisa o engenheiro. Isso quer dizer que não é possível transformar o espaço em um jardim suspenso? Pequenos vasos estão liberados. O excesso de vasos muito grandes é que pode ser preocupante. Além disso, essas plantas precisam ficar, preferencialmente, junto à parede, e não na pontinha da varanda. Para o engenheiro, até as populares redes de proteção, tão comuns nas varandas de famílias com filhos pequenos, precisam de atenção. Se os furos feitos na viga não forem vedados com silicone, as ferragens podem ser afetadas com o tempo e enferrujar. Diretor executivo da empresa Constec, especializada na manutenção de fachadas, Pedro Cândido chama atenção para a drenagem das varandas: “A maioria não tem drenagem. Os prédios mais novos têm ralo. Os mais antigos não têm. As varandas jogam a água mesmo na calçada.”. A água constantemente acumulada, por conta de chuva ou limpeza, pode acabar ocasionando infiltração. Uma das soluções que estão sendo adotadas nos edifícios é a drenagem externa, feita com tubos de PVC instalados ao longo da fachada

Olho no estado dos revestimentos, para que não se soltem!

do prédio. O mesmo procedimento pode ser usado para escoar a água do ar-condicionado. Acaba com o incômodo pinga-pinga e evita o surgimento de infiltrações. “A manutenção precisa ser rigorosa. Uma autovistoria detecta esse tipo de problema nas varandas suspensas e nos prédios que contam com marquises”, diz. Para Cândido, as marquises – muito comuns em edifícios comerciais – podem ser ainda mais problemáticas, porque acumulam constantemente água. “Nas varandas, você identifica imediatamente o problema. Nas marquises, ninguém vê”, conta. Essa é uma das preocupações cons-

tantes do síndico Samuel Almeida, que administra o edifício Infante Don Afonso, na zona norte do Rio. Síndico profissional, Almeida é responsável também por alguns edifícios com marquise. “Não tenho esse problema. As dos prédios que administro estão em bom estado. Mas é algo a que o síndico precisa ficar muito atento, sempre. São perigosas porque, de cima, você não vê muitos detalhes, mas quem passa embaixo observa o estado e sofre as consequências”, opina. Outro ponto que conta com a atenção do síndico é o estado do revestimento. “Não tive problema com fechamento

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de varandas, apesar de ser uma polêmica comum entre os edifícios. Mas já tive varandas com reboco caindo. Por isso, conto com os funcionários da manutenção e os próprios moradores, que precisam relatar qualquer um desses transtornos”, ensina o síndico, adepto da máxima que defende a prevenção como o melhor remédio. Na opinião de Cândido, apesar de serem espaços dos mais agradáveis, varandas são sinônimo de atenção e manutenção constantes. “Os ralos podem entupir e a água pode ocasionar infiltrações, a parte inferior pode sofrer deterioração que expõe as ferragens”, exemplifica. Infiltração, aliás, foi justamente uma das possíveis causas apontadas por profissionais para a queda do revestimento da varanda no Leblon. O coordenador da comissão de prevenção de acidentes do CREA-RJ, Jorge Mattos, entrevistado pelo jornal O Globo, observou fotos da varanda e detectou o surgimento de uma planta crescendo na estrutura, sinal claro da existência de água no local. O triste acidente funciona como um grande alerta para os síndicos.

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Serviço Constec Tel.: (21) 3593-8386 AGK Tel.: (21) 2257-9222 www.agkengenharia.com.br


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Cidade

Prefeitura oferece parcelamento de dívidas A Prefeitura do Rio está enviando 126 mil cartas a contribuintes que estão com dívidas vencidas de Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU) e Taxa de Coleta de Lixo (TCL), para oferecer o parcelamento automático dos valores devidos em até 24 vezes. O benefício é concedido a moradores do município cujos débitos não foram quitados após o vencimento da última cota e que ainda não estão inscritos na Dívida Ativa. A possibilidade de parcelamento foi garantida com a publicação da Resolução 3.047, em 18 de março. Aqueles contribuintes que estiverem com dívidas em atraso e não receberem as correspondências da Prefeitura também poderão pedir o parcelamento pela internet ou de forma presencial. Mas esse requerimento só estará liberado em 1º de abril.

No caso de débitos específicos de 2018, o parcelamento poderá ser requerido até o dia 24 de maio, nos postos do IPTU, ou até 31 de maio, no portal Carioca Digital. No caso de quem recebeu a carta, a aceitação do parcelamento será automática no momento em que esse contribuinte quitar a primeira cota. As outras 23 guias mensais e sucessivas deverão ser

emitidas pelo site da Secretaria Municipal de Fazenda. Se o interessado preferir, a emissão das cotas seguintes também poderá ser feita num dos postos de atendimento do IPTU. Caso a pessoa que recebeu a guia em casa queira um parcelamento diferente, a solicitação deverá ser feita pessoalmente. O contribuinte que não receber a correspondência poderá pedir o parcelamento da dívida por meio do portal Carioca Digital ou num posto de atendimento, também em até 24 vezes. Segundo a Prefeitura, há também a possibilidade de quitação do débito em até 84 prestações. No entanto, para ter esse prazo, o contribuinte terá que preencher um formulário disponível no site da Secretaria Municipal de Fazenda, que deverá ser entregue num posto de atendimento com os documentos exigidos.

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segurança

Alarme falso

por Bianca Goulart

Condomínios adotam medidas preventivas para evitar incêndio e garantir a segurança de seus moradores, usuários e patrimônio Recentemente, o Centro de Treinamento do Flamengo, conhecido como Ninho do Urubu, sofreu com um incêndio de grandes proporções que tirou a vida de dez pessoas e deixou outras três feridas. As vítimas eram jogadores de futebol das categorias de base do clube – com idade entre 14 e 17 anos – que dormiam no alojamento do CT, localizado na zona oeste do Rio de Janeiro, quando as chamas começaram a se espalhar. O triste desfecho do incêndio, cuja causa ainda está sendo investigada, gerou comoção e trouxe à tona um debate mais do que necessário a respeito das condições de equipamentos contra incêndio nos condomínios e dos recursos com que os condomínios contam para evitar problemas dessa natureza. Mais do que disponibilizar medidas que possam ajudar a conter as chamas em caso de emergência, é preciso traçar um plano que inclua ações preventivas, porque, além de cumprir com a legislação vigente, iniciativas desse tipo podem salvar vidas. Em condomínios de grande porte os cuidados devem ser redobrados e, dependendo da natureza do empreendimento, a legislação para o combate a incêndio pode ser diferente. Esse é o caso do Centro de Distribuição Metropolitano (CDM), situado em Duque de Caxias, que possui cinco unidades divididas em dois galpões

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Periodicamente, a síndica profissional da CIPA Clara Silva faz reuniões com os representantes das empresas para garantir a conscientização de todos sobre os cuidados com a prevenção de incêndio

para armazenamento de medicamentos com aproximadamente 18 mil metros quadrados de área cada um. O complexo ainda conta com um prédio de apoio onde estão alojados a administração, o ambulatório, a lanchonete e um restaurante. “O CDM, por possuir grandes proporções e ter perfil industrial, se enquadra na resolução do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro (CBMERJ), que

preconiza a contratação de três bombeiros civis por turno de trabalho, podendo ser decrescido um posto graças à brigada voluntária presente no local. A brigada do condomínio conta com dois bombeiros civis por turno de trabalho e 15 bombeiros voluntários, colaboradores de uma das empresas instaladas”, explica Clara Silva, síndica profissional da CIPA e responsável pela administração do local.


Todo cuidado é pouco Por ser um condomínio relativamente novo, o plano de emergência do CDM ainda está em fase de elaboração. Para tanto, estão sendo levados em consideração os riscos internos e externos, a localização, os turnos de trabalho, a população fixa e flutuante e o tipo de ocupação e de construção, assim como o equipamento de combate disponível. “A elaboração de um plano de emergência em um conglomerado industrial que tem várias empresas exige um pouco mais de tempo que em um condomínio residencial, porque seu esquema final agrupará os programas desenvolvidos em cada galpão e suas respectivas particularidades internas, o que demanda mais vistorias e reuniões entre os representantes de cada empresa”, avalia Clara. No estado do Rio de Janeiro as certificações obrigatórias para esse tipo de empreendimento são o laudo de exigências (LE), que atesta a conformidade do projeto de segurança contra incêndio e pânico com as leis e normas vigentes, e o certificado de aprovação (CA), que garante a correspondência da execução do projeto e deve ser reavaliado a cada cinco anos. “A manutenção periódica do equipamento de combate a incêndio é primordial, assim como a conscientização da população sobre os riscos de um acidente com fogo. Os bombeiros civis também possuem papel preponderante no dia a dia dos condomínios, pois realizam rondas nas edificações, testes nas bombas de incêndio e inspeção visual diária nos equipamentos”, ressalta

Diariamente, a equipe realiza testes e inspeções visuais no equipamento de combate a incêndio para garantir seu funcionamento

a síndica, que investe em reuniões periódicas com os representantes de cada empresa para garantir a conscientização das pessoas e a multiplicação da mensagem entre os que circulam pelo local.

Para cada condomínio um equipamento específico “Os equipamentos que fazem parte de um projeto de prevenção e combate a incêndio e pânico variam de acordo com o grau de risco da edificação, que pode ser classificado como alto, médio e baixo. Sendo assim, por exemplo, uma edificação de alto risco pode exigir a instalação de sprinklers, caixa de hidrantes etc.”, analisa Jefferson Leal, gestor da Hidratec Prevenção de Incêndio e Pânico. Segundo ele, a frequência das inspeções difere conforme a idade da construção e do conjunto de itens contra incêndio instalado: “Quanto

mais antigo for o sistema, menor será o intervalo entre uma fiscalização e outra, visto que o equipamento pode sofrer corrosão com o passar do tempo. Por conta disso, não é possível determinar um prazo fixo para essas vistorias”, complementa. A empresa tem grande experiência na área e atua na elaboração de projetos de combate a incêndio e na instalação de sistemas fixos como hidrantes; sprinklers; bombas de incêndio; casa de máquinas de incêndio (CMI); abrigos de bomba de incêndio; sistema de proteção contra descarga atmosférica (SPDA); instalação de luzes de emergência e de placas de sinalização. “No condomínio residencial, a formação de uma brigada não é obrigatória. A norma a ser seguida pelos síndicos é o Código de Segurança contra Incêndio e Pânico (Coscip), instituído pelo CBMERJ”, revela Leal, que reforça que a legislação é diferente para condomínios comerciais.

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O grande vilão Muitos incêndios em condomínios começam por problemas nas unidades. Em razão do forte calor no Rio de Janeiro, especialmente durante o verão, o ar-condicionado pode acabar se tornando um vilão. “Por exigir uma carga maior de energia elétrica, ele sempre estará mais propício a provocar incêndios. Os moradores devem ficar atentos em relação a seu uso, limpeza e manutenção e também tomar cuidado com equipamentos elétricos de modo geral, que devem ser desligados quando o condômino sair de casa. É importante checar também se há panelas no fogo, pois certos descuidos podem causar incêndio de grande proporção”, alerta Jefferson. Por isso, é fundamental que o síndico atue no sentido de conscientizar os moradores sobre cuidados que devem ser tomados dentro de casa, já que, no caso de um incêndio, as chamas podem se alastrar rapidamente para outras unidades. É importante destacar que, em caso de incêndio, o Corpo de Bombeiros deverá ser acionado imediatamente pelo telefone 193. Os moradores e funcionários deverão descer pela escada, nunca pelo elevador, e ir para a rua. “Caso o condomínio possua alguém com treinamento em combate a incêndio, essa pessoa – após chamar os bombeiros e ter tentado, apenas nos primeiros minutos, apagar o princípio de incêndio – também deve deixar a estrutura imediatamente”, complementa Ma-

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A contratação de um seguro vale a pena ria Lúcia Lorena, sócia fundadora da ML Proteção contra Incêndio. Com mais de 30 anos de experiência na área de prevenção e combate a incêndios, a engenheira acumula mais de 3.600 projetos e obras realizadas e aprovadas perante o CBMERJ. “Por meio de vistorias de segurança são detectados os pontos falhos da edificação e elaborados relatórios de recomendação para alertar os condôminos sobre os riscos existentes, bem como preparadas reuniões para esclarecimentos. Atuamos também em projetos de sistemas de combate a incêndio, que são incluídos no relatório, no qual recomendamos que os itens de combate a incêndio – hidrantes, extintores etc. – tenham manutenção adequada e que as pessoas, em geral, aprendam a usá-los”, explica. Segundo Maria Lúcia, a maioria dos incêndios começa em pequenos focos, fáceis de serem extintos com um pouco de conhecimento. Por conta disso, vale a pena investir em treinamento e em equipamento adequado de proteção. “É fundamental a contratação de profissionais credenciados para a elaboração de um projeto de segurança que deverá ser aprovado perante o Corpo de Bombeiros. Uma vez implantado o plano de segurança, todos os equipamentos e vistorias previstas deverão ser fiscalizados e ter suas instruções de uso seguidas à risca. Não se deve negligenciar algo desse tipo, a segurança deve vir sempre em primeiro lugar”, enfatiza.

É obrigatória a contratação de um seguro que cubra toda a edificação contra o risco de incêndio ou outro evento qualquer que possa causar destruição total ou parcial das instalações seguradas. A CIPA recomenda que cada novo síndico reveja valores e coberturas na renovação, pois o seguro básico escolhido por um síndico anterior nem sempre deixa o prédio totalmente garantido contra sinistros. Vale a pena conhecer detalhadamente todas as coberturas opcionais disponíveis no momento de contratação. A CIPA Corretora está atenta e disponível aos síndicos para essa análise e oferece completa assessoria na contratação de qualquer seguro necessário ou indicado. Serviço CIPA Corretora Tel.: (21) 2196-5115 www.cipacorretora.com.br ML Proteção contra Incêndio Tels.: (21) 2265-2150/22252099/99953-4809/98216-0099 Hidratec Prevenção de Incêndio e Pânico Tels.: (21) 3161-1943/979684393/98288-4714


meio ambiente

Crise do lixo

Dívida da prefeitura afeta coleta e acende discussão sobre a produção de lixo

No início de abril, o carioca se deu conta de que produz muito lixo diariamente. A falta de coleta em alguns lugares da cidade incentivou muitas pessoas a repensarem sua geração de lixo diária. O que é realmente necessário consumir? A reflexão sobre o tema foi iniciada por conta da dívida da Prefeitura com a empresa responsável pelo Centro de Tratamento de Resíduos de Seropédica, a Ciclus. A história ficou meio confusa para muitas pessoas, afinal, quem recolhe o lixo não é a Comlurb!? Sim, mas funciona da seguinte forma: a Comlurb recolhe o lixo pela cidade e o leva até as estações de transbordo. Ao todo, são cinco: Bangu, Marechal Hermes, Santa Cruz, Jacarepaguá e Caju. Desses locais, o transporte do lixo até Seropédica é feito pela Ciclus, que atua com cem carretas. Com a crise, a empresa reduziu a frota para 30%. Depois de a Prefeitura pagar a primeira parcela dos débitos, a Ciclus começou a operar com 40% dos veículos. Com a quitação da segunda parcela, passou a operar com 50% da

capacidade e, segundo a empresa, caso o pagamento total de R$ 30 milhões prometidos pela Prefeitura fosse feito, a Ciclus voltaria a atuar com 100% da frota (até o fechamento desta edição essa atualização não tinha ocorrido). Por causa da redução no número de caminhões que fazem o transporte dos resíduos, as estações de transbordo ficaram lotadas de lixo e quatro delas chegaram a ser fechadas. Com isso, a coleta em alguns bairros não foi feita. O resto todo mundo já sabe: montanhas de lixo espalhadas nas calçadas.

Quanto lixo você produz? Geramos uma quantidade absurda de lixo todos os dias, e se observarmos atentamente dois ou três dias nossa produção, provavelmente, ficaremos chocados. Quanto disso poderia ser evitado? Faça uma avaliação de quantas sacolas plásticas, por exemplo, você usa. Elas são realmente necessárias? Não poderia trocá-las por uma de tecido? Quantos objetos descartáveis você usa semanalmente? Poderia substituí-lo por

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Metais – são bem reciclados e valorizados no mercado. No caso das latinhas de alumínio, por exemplo, quase 100% delas retornam à cadeia produtiva por meio da reciclagem. As latas de achocolatado, leite condensado, ervilha e milho, por exemplo, também são reaproveitadas e devem ser mandadas para a coleta seletiva. Vidros – devem ser enviados para a reciclagem. Papéis – devem ir para a reciclagem. Exemplos: jornal velho, caixas de papelão, folhas de sulfite usadas e embalagens longa vida.

um lavável? Você reutiliza papéis como rascunho? Só imprime se for realmente necessário? Separa o lixo efetivamente reciclável? Descarta eletrônicos nos locais corretos? Evita jogar lixo na natureza?

Empresas dão mau exemplo Muitas empresas dão maus exemplos ao vender seus produtos com excesso de embalagens, algo totalmente desnecessário e que vai parar no lixo quase que imediatamente. Veja as embalagens de pasta de dente, por exemplo. Para que a tal caixa de papelão? Quanto às roupas: para que tantas etiquetas? No mercado: por que legumes em tantas embalagens desnecessárias?! É preciso acordarmos para a necessidade de produzirmos menos lixo. O planeta clama por essa consciência, e cada um de nós tem de fazer sua parte.

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Síndicos devem estar atentos à reciclagem Todo síndico atento deve incentivar a reciclagem em seu condomínio. E independentemente de quem vai recolher o lixo, se uma cooperativa, a Comlurb ou mesmo se os funcionários vão vendê-lo, é importante separar de forma correta. Vejamos o que deve ser separado: Plástico – garrafas pet, embalagens de xampu e de produtos de limpeza, baldes e afins são os mais reciclados. As embalagens de salgadinhos e biscoitos, apesar de indicarem que são recicláveis, têm sido muito pouco reutilizadas, mas, mesmo assim, o usuário deve separá-las, pois, dessa forma, teremos menos plástico no meio ambiente, o que evita contaminação e agressão à fauna.

Óleo usado – nunca o descarte no ralo, pois uma pequena quantidade de óleo é capaz de contaminar milhares de litros de água. Ele deve ser guardado em recipientes com tampa e levado a pontos de coleta especializados. Pilhas e objetos eletrônicos – devem ser separados e entregues em locais específicos que coletam esse tipo de resíduo, pois representam sério risco de contaminação ambiental e à saúde caso descartados e manuseados de maneira indevida. Lâmpadas – precisam de descarte específico, pois, caso quebradas, sobretudo as fluorescentes, liberam componentes químicos altamente contaminantes e prejudiciais à saúde humana. As de LED são mais facilmente recicláveis. Devem ser manuseadas com cuidado e descartadas apenas em postos específicos para esse tipo de resíduo.


Lavar ou não lavar, eis a questão Tecnicamente falando, não é necessário lavar as embalagens que serão recicladas. Elas serão higienizadas para esse fim. Entretanto, como serão manuseadas por pessoas, e com o intuito de evitar a proliferação de insetos e outros animais, aconselha-se que o excesso de resíduos orgânicos seja retirado. Medidas simples ajudam, como deixar o recipiente dentro da pia enquanto se lava a louça. Com essa água uma higienização básica é feita.

Segundo a ONU Meio Ambiente, os tipos de lixo mais encontrados nas praias do país são: • • • • • • • • • •

Bituca de cigarro Tampas de garrafa Canudos Garrafas plásticas Sacolas plásticas Embalagens plásticas Copos e pratos descartáveis Garrafas de vidro Isopor Talheres descartáveis

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Condomínio etc. completa 20 anos dizendo a que veio Nesta edição, completamos 20 anos de vida e, apesar de tantas edições que já foram entregues a nossos leitores, ainda temos muitas histórias para contar, muitas informações sobre o universo condominial para atualizar. Estamos falando de um segmento de interesse geral, afinal, praticamente todo mundo numa cidade grande mora em condomínio. Além de assuntos ligados ao dia a dia, temos questões de legislação que mudam esporadicamente e que os síndicos precisam saber. São duas décadas cumprindo o papel de informar e atualizar síndicos que contam com a CIPA e fazem parte de nossa história. A revista só chegou aonde chegou pela confiança de leitores e anunciantes, e a eles rendemos nosso agradecimento. Vamos mostrar a você, leitor, o depoimento de algumas pessoas que fizeram uma pequena ideia crescer, tomar forma e se tornar uma das melhores publicações do mercado condominial. Que rodem as máquinas! Mas não deixe de espiar a versão on-line da revista também. Acesse as edições anteriores em nossa página na internet: www.condominioetc.com.br

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“Anuncio na revista da CIPA desde o início, há 20 anos, e sempre tive um bom retorno. Ao longo desse tempo, nos relacionamos com muitos síndicos que nos conheceram por meio da revista. O atendimento do Departamento Comercial é ótimo, a revista tem excelente qualidade e a redação das matérias tem sido muito boa.” Luiz Otávio Gomes Ribeiro – Ricel Ribeiro Construtora e Empreendimentos Ltda.

“O nível de resposta que tive em todos esses anos com a CIPA foi muito bom. Custo acessível perto do retorno que tenho alcançado. Durante muitos anos, anunciei nas páginas amarelas e não tinha o mesmo resultado. A resposta é muito boa, a procura é grande, já fiz até mala direta, mas o retorno da revista é muito melhor, é mais objetivo e seu nível de confiabilidade é elevado. Em resumo, melhor custo e maior retorno em relação às concorrentes.” Ricardo Coelho Vianna - Digiseg

“Anunciamos na Condomínio etc. há oito anos e estamos muito satisfeitos, tanto com o atendimento que recebemos quanto com a qualidade da revista e o retorno que temos. É muito importante que o síndico tenha esse canal com tanta informação e que possa ter acesso às novidades do mercado, incluindo as novas leis, sempre com dados relevantes e em uma linguagem objetiva e clara, o que facilita o entendimento de todos. O custo-benefício é muito bom e atingimos nosso público-alvo em cheio, o que é muito importante para nós.” Aline Sartorio – ABC Telecom


“Há cerca de quatro anos, anunciamos na revista e continuamos admirando a maneira como as matérias são construídas, além do layout moderno. Os assuntos abordados são sempre relevantes ao universo do síndico e a qualidade das informações é um diferencial, pois as matérias são escritas para quem, muitas vezes, não tem conhecimento técnico, mas está na função, como advogados, professores, arquitetos e aposentados. Nós temos bons resultados com nossos anúncios, tanto que recebemos ligações até de síndicos que não são da CIPA, mas tiveram acesso à publicação.” Marcello Valle – Zaimer Engenharia

“A revista é primordial para a atualização dos síndicos, pois, além de trazer o conteúdo de forma clara, aborda as experiências de outros síndicos, o que é muito interessante para que possamos enxergar diferentes pontos de vista acerca do mesmo assunto. Os conteúdos são sempre relevantes e a linguagem é leve, simples e, algumas vezes, bem-humorada, o que torna a leitura prazerosa. Tudo isso sem contar que a administradora é ótima e tem como característica uma grande flexibilidade para atender às necessidades dos condomínios.” Sullivan Rodrigues – Síndico do Condomínio Residencial Life

“A revista Condomínio etc. é um ótimo instrumento de informação, pois aborda diversos assuntos importantes para o dia a dia do síndico, com depoimentos e troca de experiência. Gosto muito quando são entrevistados síndicos com opiniões diferentes, pois nos ajuda a refletir, a pensar a melhor forma de resolver o assunto abordado na matéria. Além disso, acho importante o acesso às informações mais recentes sobre o mercado imobiliário, como a média de valores dos condomínios das diferentes regiões do Rio, por exemplo. As explicações sobre as novas leis são sempre objetivas e nos ajudam muito, por isso, essa revista é muito importante para o síndico.” Pedro Luiz Heffer Cantisano – Síndico do Le Park Residential Resort

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“Gosto muito de ler a revista Condomínio etc., pois ela é a melhor entre as revistas do segmento. As matérias têm linguagem objetiva, informações importantes e um visual bonito. Além disso, é minha principal fonte de consulta na hora de contratar empresas prestadoras de serviço para o condomínio. Sempre que faço licitação, procuro os anunciantes da revista porque acredito na idoneidade deles. Também empresto a revista para os condôminos que precisam de algum serviço e eles adoram. Minhas revistas são todas marcadas com post-its, para destacar as matérias que são mais importantes para o condomínio. Já dei algumas entrevistas para a revista e, por conta dessa contribuição, ouvi um síndico falando com outro que eu era a musa da CIPA.” Maria Auxiliadora Patrício Cavalcanti Síndica do Condomínio Bandeirante Capitão Domingos Rodrigues

“Sou síndico profissional, cuido de 11 condomínios e adoro a revista da CIPA! Ela é muito bem-feita e nos auxilia com instruções e novidades do mercado. Os temas abordados fazem parte do dia a dia do condomínio e ajudam a nortear não apenas os síndicos profissionais, mas aqueles que são condôminos e estão na função. Além disso, a revista apresenta um catálogo muito bom de fornecedores, que sempre tomo como base para fazer o mapa de cotações com três empresas e, na sequência, avaliar o melhor custo-benefício para o condomínio e tomar a decisão.” Bruno Gouveia – Condomínio Sollel

“Fui chamada pela CIPA há pouco mais de 20 anos para apresentar uma proposta de um informativo para seus clientes e potenciais clientes. O que me deixou muito feliz foi ter feito um projeto bem mais abrangente do que a proposta original e que proporcionasse aos síndicos conhecimento sobre temas às vezes difíceis de forma leve e objetiva. Além disso, a revista se propunha a falar de assuntos de interesse geral também, algo diferente do que se fazia à época. Isso conquistou muitos leitores e anunciantes rapidamente, o que nos deu razão para acreditar que estávamos no caminho certo. A CIPA botou fé na proposta e, juntos, colocamos a Condomínio etc. no papel. A revista agora completa 20 anos com o mesmo frescor do início e ainda cheia de histórias para contar.” Vivien Bezerra de Mello Editora da revista Condomínio etc.

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“Com muito orgulho, nossa revista está completando 20 anos de vida, e podemos dizer que continuamos com a mesma garra e comprometimento em levar para nossos leitores conteúdos que agreguem conhecimento e facilitem o dia a dia de sua gestão no condomínio. A participação de nossos leitores e a contribuição de nossos anunciantes fazem com que possamos oferecer o que há de mais atual em termos de gestão, legislação, sustentabilidade e tecnologia.” Maria Teresa Mendonça Dias – vice-presidente da CIPA

“A revista é de extrema importância para nossos síndicos, pois agrega matérias relevantes sobre o cotidiano em condomínio e proporciona a troca de experiências entre os síndicos. Ela não traz só anúncios que ajudam na contratação de serviços, mas informações atuais e relevantes do segmento. E nossa revista nao é exclusiva para nossos síndicos, ela é para o mercado, e tenho certeza de que, nessas duas décadas, ela vem ajudando muito os síndicos no dia a dia da atividade condominial.” Claudio Afonso – diretor de Condomínios

“Sempre desejei que a CIPA tivesse um informativo só seu, mas quando a oportunidade aconteceu, há 20 anos, percebi que tínhamos potencial para criar uma revista que fizesse a diferença, com a qualidade que nossos clientes merecem. Temos informação relevante, excelente projeto gráfico e editorial e uma tiragem expressiva, além de uma vasta oferta de fornecedores para ajudar os síndicos na hora de contratar serviços para seus condomínios.” Newton Mendonça – presidente da CIPA

“Uma empresa como a CIPA, que privilegia a comunicação com seus clientes, se orgulha de oferecer uma revista tão completa e totalmente direcionada para seu público-alvo, os síndicos. Temos consciência de nossa responsabilidade ao levar a nossos leitores temas de extrema relevância para o universo condominial e somos gratos pelo reconhecimento desse trabalho que já completa 20 anos!”

Mauro Lopes – diretor superintendente

“As equipes das áreas de Marketing, Comercial, Jornalismo e Design da revista trabalham juntas, de maneira muito afinada para que todo o processo, do início ao fim, flua da melhor forma, oferecendo conteúdo de qualidade para nossos leitores e anunciantes. O processo gráfico e a logística também merecem atenção, afinal, cada edição só é considerada concluída quando os leitores recebem a revista. Coordenar todo o processo é muito gratificante, pois é quando recebemos o retorno positivo de nossos leitores que temos a sensação de dever cumprido.” Daniel Quagliani – gerente de Marketing

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Condomínio

Junho vem aí e com ele as festas juninas Não perca a oportunidade de alegrar o condomínio Para quem gosta de festa, qualquer oportunidade é motivo, agora imagine quando junho se aproxima... As festas juninas não podem faltar! É hora de formar a comissão de festas e colocar a mão na massa! Ou talvez nas cocadas, nos pés de moleque, no quentão... Que delícia! É preciso pensar na decoração, que deve ser bem colorida e com bandeirinhas, selecionar as músicas típicas e chamar a galera que gosta de ajudar para dar aquela mãozinha na arrumação da festa. Os pratos típicos podem ser preparados pelos moradores – basta uma divisão objetiva para equilibrar pratos doces e salgados, nada que uma boa comissão de festas não tire de letra. As crianças adoram ajudar nessa parte: vão de apartamento em apartamento pedindo aos moradores para assinalarem o quitute que vão levar. E a brincadeira já começa aí: ótima oportunidade de conhecer vizinhos e socializar cada vez mais. É preciso estabelecer regras para que a festa não tenha intercorrências desagradáveis, para tanto, é fundamental advertir os moradores sobre o perigo de acender fogueiras e soltar 50

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balões, que, aliás, é crime: a Lei Federal nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, artigo 42, proíbe a fabricação, a venda, o transporte e a soltura de balões que possam provocar incêndios e prevê pena de até três anos. Em caso de confecção de fogueiras e do uso de fogos de artifício, é preciso atentar que só devem ser realizados por pessoas com conhecimento sobre a prática e devem ser feitos em local apropriado, longe do público, de produtos inflamáveis e da fiação elétrica. Não se deve tentar reacender fogos que tenham falhado nem os segurar com as mãos – explosivos e fogos de artifício podem causar grande dano à integridade física das pessoas. Além de queimaduras de primeiro, segundo e até terceiro grau, esses materiais podem provocar surdez, amputações e até a morte. E por falar em segurança, é indicado também prestar atenção em quem será convidado para a festa. Alguns condomínios abrem exceção para que pessoas que não morem no prédio façam parte da confraternização, por isso, uma lista na portaria é conveniente para evitar a entrada de estranhos.


Mercado

Para modernizar o cenário da construção civil, foi estruturada a Rede Construção Digital, que reúne 32 empresas do setor, entre construtoras, incorporadoras, projetistas e fabricantes que vêm debatendo como novas tecnologias podem otimizar processos e solucionar fluxos defasados do setor. Para os envolvidos, a maior dificuldade está na mudança de cultura dentro de processos antiquados. “Muitas pessoas entendem que transformação digital é o uso de aplicativos ou demais ferramentas tecnológicas. Não se trata apenas disso. A mudança digital acontece quando o setor passa a questionar as inovações vigentes e onde elas entrariam em seus próprios sistemas”, explica Roberto de Souza, criador do EnRedes. Por meio de estações de trabalho, temáticas comuns do cenário inovador foram apresentadas às empresas da construção civil, entre elas: internet das coisas, big data, inteligência artificial e drones. “Como identificamos as necessidades do mercado, conseguimos explicitar quais tecnologias atenderiam a cada demanda. É com esse diagnóstico que passamos a acompanhar os trabalhos das startups da área, as construtechs”, complementa o consultor.

freeimages.comGregor/van Egdom

Construtechs inovam e revolucionam o mercado da construção civil

Empreender em inovação Para a iniciativa, o grande desafio é acompanhar a pressão vinda das transformações no mundo. “As empresas precisam inovar. A junção tecnológica é apenas consequência de um histórico de processos que o cenário da construção civil vive. Assim como, tempos atrás, coube ao mercado pensar temas considerados inusitados ou

incompatíveis para sua época, como qualidade e sustentabilidade”, aponta Roberto. Entretanto, de acordo com o engenheiro, a busca por tecnologia exige cautela. “Antes de incorporar, investir ou contratar construtechs, a empresa deve ter o cuidado de avaliar qual é o propósito de cada organização e qual é a capacidade efetiva de ela resolver – a um custo menor, com maior agilidade, com qualidade e desempenho satisfatórios – seus dilemas internos.” De acordo com dados da Construtech Ventures, existem, no Brasil, mais de 350 startups dos setores imobiliário e da construção. “Podemos citar quatro exemplos de construtechs que já têm uma atuação importante no setor. Uma é a Conaz, de Santa Catarina, focada em orçamentação e tomada de preços para pequenas e médias construtoras. Outra, também de Santa Catarina, é a Welob, que atua no planejamento e controle de obras. Já em São Paulo temos duas que se encontram no Centro de Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia (Cietec), incubadora de empresas da USP: uma trabalha com internet das coisas e a outra, com realidade aumentada”, conclui Souza. Fonte: Portal Blank Space

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Manutenção POr Bianca Goulart

Condomínio livre de baratas

A eliminação de insetos exige disciplina e conscientização de síndicos, funcionários e moradores Praticamente uma unanimidade – as baratas estão na categoria das pragas mais odiadas por todos. Sinônimo de sujeira, elas podem estar escondidas em qualquer lugar, costumam se recolher durante o dia e preferem locais quentes e úmidos, especialmente se estiverem próximos às fontes de alimento e água. Muito resistentes, elas estão entre os seres vivos mais antigos e, dependendo do tipo, podem viver por anos. Existem mais de 4 mil espécies de baratas e as mais comuns são as baratas de esgoto ou americanas (Periplaneta americana) e as baratas francesinhas ou alemãs (Blatella germanica). Nos condomínios, elas costumam dar trabalho aos síndicos, que precisam estar atentos ao calendário de dedetização e monitorar de perto a limpeza e a organização de caixas de gordura, lixeiras e outros locais propícios às infestações. No Residencial Chopin, condomínio administrado pela CIPA que fica na zona norte do Rio, a dedetização é realizada semestralmente e, em caso de necessidade, pode contar com reforço nesse período. Além disso, o cuidado com a limpeza é redobrado. O esforço tem valido a pena e, de acordo com a síndica Lúcia Abreu, há muito tempo, o condomínio não tem infestação, fator que ela credita à imunização realizada sempre em dia.

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por exemplo”, conta Lúcia. “Se cada morador fizer sua parte, manteremos o condomínio livre de pragas. Todos devem colaborar para o bem comum, o espaço do condomínio pertence a todos”, complementa.

Calendário de dedetização em dia é fundamental

A síndica do Residencial Chopin, Lúcia Abreu, investe na orientação frequente dos funcionários e moradores a respeito do combate às pragas

O condomínio, que possui dois blocos e contabiliza 80 unidades, conta com manutenção diária e conscientização dos moradores. “É um trabalho de equipe. Nós mantemos a dedetização periódica do condomínio e a limpeza e os moradores cuidam da higiene de suas unidades e colaboram conosco na conservação das áreas comuns, respeitando as regras de descarte de lixo,

Além da priorização da limpeza, organização das áreas comuns e conscientização de funcionários e moradores, o síndico deve estar sempre atento ao calendário de dedetização do condomínio. “Cada caso deve ser analisado individualmente: a frequência da imunização deve levar em consideração o tamanho do condomínio, a quantidade de moradores, as estruturas na vizinhança, o padrão construtivo, a presença de lixeiras ou compactadores e a frequência do recolhimento do lixo, entre muitas outras variáveis. Tudo isso deve nortear um projeto de controle de pragas, que deve ser seguido à risca pelo síndico”, avalia Marcus Pires, diretor da Imuni Service UNIPRAG. A UNIPRAG está presente em 10 estados brasileiros e acumula mais de 50 anos de experiência no controle de pragas, oferecendo soluções eficazes e seguras para as


pessoas e o meio ambiente. “As baratas, assim como outras pragas, precisam de acesso, abrigo, água e alimento para prosperar. Sendo assim, a preocupação imediata é com a limpeza e a organização das áreas comuns do condomínio. Manter a estrutura bem conservada, sem frestas e fendas, pode ajudar bastante”, explica Pires. As mesmas recomendações para os condomínios devem ser colocadas em prática pelos condôminos, já que é muito comum a reclamação sobre unidades que podem estar “espalhando” baratas pelos corredores e contaminando outros apartamentos. “Tivemos conhecimento de um condomínio que sofria com infestação da barata francesinha, que não se resolvia de maneira nenhuma, mesmo com a contratação de empresas de desinsetização e o atendimento às recomendações do síndico. Um dos moradores percebeu que a unidade vizinha exalava mau cheiro e, com frequência, baratas emergiam pelas portas. O síndico foi acionado e, em uma visita ao morador, descobriu tratar-se de um acumulador: o imóvel estava entupido de jornais, revistas, caixas de papelão e diversos objetos e era foco de uma infestação. O caso foi parar na Justiça e a unidade foi obrigada a limpar o apartamento e a mantê-lo limpo e livre de pragas”, conta Marcus.

Baratas transmitem doenças A dedetização de espaços comuns é obrigatória e está prevista nas Leis 1.353 e 7.806/17. Embora as baratas não mordam, elas podem carregar doenças como hepatite A, febre tifoide, tuberculose, lepra, diarreia, poliomielite e pneumonia.

O papel do morador é crucial para manter o condomínio livre de baratas

Para Luiz Faria, gerente da Panabras, empresa que atua há 28 anos no controle de pragas, além da dedetização frequente e da limpeza do ambiente, alguns cuidados podem fazer a diferença: “Tampar ralos e dar uma especial atenção à caixa de gordura têm sua importância. Nas unidades, manter os alimentos guardados em recipientes fechados e conservar armários e dispensas sem resíduos são medidas que devem fazer parte da rotina”, ressalta. O profissional alerta para os cuidados que devem ser tomados durante a dedetização do condomínio. “Animais domésticos e crianças não devem circular pelo local imunizado durante a aplicação de venenos e produtos por cerca de quatro horas após o procedimento. Também é fundamental que o local seja arejado”, destaca.

Por se tratar de medidas que utilizam veneno e outros produtos químicos, a contratação de empresas especializadas e devidamente certificadas é muito importante. Apenas profissionais experientes têm conhecimento técnico para definir a dosagem necessária desses produtos e os locais indicados para sua aplicação. Por isso, todo cuidado é pouco!

Alguns fatos curiosos sobre as baratas • As baratas são tão antigas quanto os dinossauros. Registros afirmam que o fóssil mais antigo de barata é de 200 milhões de anos. • A antena da barata é seu grande diferencial, pois é por ela que o inseto sente gosto, cheiro e toque.

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• O poder de regeneração do corpo da barata é impressionante: ela pode sobreviver por vários dias sem a cabeça e, se perder uma das patas, consegue se regenerar em poucos dias. • Baratas não dormem durante o dia, elas apenas se recolhem. Uma dica importante: se você costuma encontrar baratas andando pela casa de dia é provável que o local esteja infestado.

Cuidados importantes para ajudar no controle de pragas • Busque sempre o suporte de empresas especializadas; cheque se elas estão com a documentação em dia para esse tipo de serviço. • Avise com antecedência os moradores a respeito da realização do serviço. Lembre-se de divulgar os cuidados necessários com crianças e animais. • Mantenha um calendário de dedetização para o controle preventivo; não espere a infestação acontecer para tomar providências.

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• Invista na comunicação com moradores e funcionários a respeito dos cuidados no dia a dia, como não depositar lixo em local impróprio. • Mantenha as tampas dos ralos e bueiros fechadas. • Descarte com frequência embalagens, sacolas e caixas de papelão. • Organize a escala de limpeza para que, no caso de eventos nas áreas comuns, como churrascos e festas, as sobras de alimentos sejam recolhidas e descartadas apropriadamente o mais rápido possível.

Para evitar as infestações, além da dedetização frequente, as lixeiras devem ser higienizadas constantemente

Serviço Imuni Service UNIPRAG Tel.: (21) 2502-5252 Panabras Tels.: (21) 2617-8661 / 99792-4539


nota

Secovi Rio e Abadi se unem para promover o maior evento do setor imobiliário do estado O Secovi Rio e a Associação Brasileira das Administradoras de Imóveis (Abadi) estabeleceram uma parceria para realizar a Feira de Condomínios & Encontro de Síndicos – Soluções Inteligentes. Em sua sétima edição, o evento é a união da Feira Secovi Rio, que já teve seis edições, e do Encontro de Síndicos, realizado há mais de 20 anos, que conta com os maiores especialistas em assuntos condominiais, que falam sobre temas de extrema relevância. O evento será realizado nos dias 16 e 17 de maio de 2019, no hotel Prodigy Santos Dumont, e contará com estandes de produtos e serviços que ajudarão os condomínios a se tornarem mais modernos e eficientes, bem como palestras e workshops que vão auxiliar gestores e moradores a desenvol-

verem habilidades comportamentais que podem fazer toda a diferença. O tema Soluções Inteligentes vai ser trabalhado de duas formas: por meio da inteligência interpessoal, que está diretamente relacionada com o convívio e a ha-

bilidade de comunicação, e da tecnológica, que garante mais segurança e conforto e menos desperdício. Isso porque, além de zelar pela segurança de moradores e funcionários, um condomínio inteligente deve oferecer mais facilidade e praticidade para a rotina de todos. Precisa também focar na redução de custos, na melhoria da comunicação e na atualização tecnológica. Portanto, a Feira de Condomínios & Encontro de Síndicos – Soluções Inteligentes busca incentivar a participação de expositores nos ramos de identificação biométrica; interfone com atendimento remoto; portaria eletrônica; monitoramento de segurança; automação e redução do custo da energia; botão de pânico e agendamento eletrônico das áreas comuns, entre outros.

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freeimages/Jan Zajc

Meio ambiente

Pássaros foram feitos para voar Engaiolar pássaros é tirar-lhes o direito fundamental de voar A natureza é tão linda, não é mesmo? Mares, rios, montanhas e os animais são maravilhas que nos fazem lembrar como tudo é tão perfeito. Mas aí vem o homem com seu egoísmo e começa a destruir tudo, a despeito de suas necessidades. E olha que não faltam maus exemplos... Poderíamos falar aqui de muitas situações vergonhosas, como os rompimentos das barragens que vitimaram pessoas e a própria natureza recentemente. Em 5 de novembro de 2015, a Barragem de Fundão, em Mariana, MG, obra da mineradora Samarco, controlada por duas das maiores empresas do mundo, a Vale S.A. e a anglo-australiana BHP Billiton, rompeu-se, espalhando lama, rejeitos de mineração e morte:

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19 pessoas perderam a vida soterradas. O estouro da Barragem do Fundão foi considerado o pior acidente ambiental do Brasil: aniquilou o distrito de Bento Rodrigues e a vegetação nativa e provocou a morte do Rio Doce. Há menos tempo, Brumadinho. Mortos, desalojados, mais destruição. No dia 25 de janeiro deste ano, a Barragem do Feijão, da Vale, se rompeu, matando dezenas de pessoas e contaminando o Rio Paraopeba, um dos afluentes do São Francisco. E outras barragens Brasil afora ainda ameaçam se romper... Os animais também sofreram com tudo isso e os brasileiros demonstram, com toda razão, indignação. Queremos solução para os danos causados às pessoas, à natureza!


Animais precisam ser respeitados em seus direitos Muitas pessoas que se preocupam com os animais foram a esses lugares ajudar os que ficaram para trás, alguns abatidos a tiros, inclusive. Quanta ignorância! Acompanhamos a distância muitos bichos serem resgatados e nos sentimos profundamente aliviados e agradecidos. Paradoxalmente, alguns indivíduos que defendem a nobre causa da natureza também a agridem. Pare para pensar: se você admira um pássaro, por que o prende? Por que cerceia seu direito fundamental de voar? Muitos engaiolam pássaros para ouvir seu canto e apreciar de perto sua beleza. Quando questionados do porque dessa postura, afirmam que os animais já nasceram nas gaiolas e que, se os soltarem, morrerão. Então, esse comportamento se torna um ciclo vicioso que não é rompido por uma explicação tão medíocre.

Na Índia, essa resposta não pode mais ser dada. Numa decisão histórica, o juiz indiano Manmohan Singh disse: “Tenho claro em minha mente que todos os pássaros têm o direito fundamental de voar nos céus. E que os seres humanos não têm o direito de mantê-los presos em gaiolas para satisfazer seus propósitos egoístas ou o que quer que seja.”. Depois de receber algumas críticas quanto ao novo posicionamento, a Corte fez questão de ressaltar a importância de se respeitarem todos os seres vivos: “Eles merecem compaixão. Pássaros têm direitos fundamentais que incluem o direito de viver com dignidade e não podem ser submetidos à crueldade por ninguém.”. O Tribunal Superior de Nova Deli determinou: “A venda de aves é uma violação de seus direitos”, ou seja, pássaros em gaiolas agora são considerados crime. É sabido que a Índia preza pelo bem-estar dos animais – nisso o país está anos luz à frente de países ocidentais. De forma

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freeimages.com/Griszka Niewiadomski

exemplar, o Tribunal Superior do país reconheceu “os cinco direitos fundamentais dos animais e das aves”. Além da proibição de aprisionar pássaros, shows com golfinhos cativos, a produção de cosméticos testados em animais, o sacrifício de animais em rituais religiosos e as rinhas de cães também são proibidos. A decisão na Índia foi tomada com base em um caso no qual diversos pássaros foram resgatados de um homem chamado Md Mohazzim, que afirmava ser tutor dos animais. Mas a ONG People for Animals indicou que ele os mantinha em pequenas gaiolas e vendia-os para obter lucro. Depois de as aves terem sido capturadas, o tribunal de primeira instância devolveu os pássaros para Mohazzim. Mas a ONG apelou da decisão em uma instância superior. “Esta corte tem a opinião de que realizar o comércio de pássaros é uma violação a seus direitos. Eles mere-

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cem compaixão. Ninguém está se importando se eles foram vítimas de crueldade ou não. Apesar de uma lei que diz que as aves têm o direito fundamental de voar e não podem ser engaioladas, terão de ser soltas no céu. Pássaros têm direitos fundamentais que incluem o direito de viver com dignidade e não podem ser submetidos à crueldade por ninguém, incluindo a reivindicação feita pelo respondente (Mohazzim).” Ponto para a Índia!

Escoteiros de Santa Catarina dão novo rumo a gaiolas vazias Gaiolas que são apreendidas com traficantes de aves silvestres se tornam mais lixo para o planeta, já tão sofrido com isso. Mas em Santa Catarina um grupo de escoteiros da cidade de Treviso escreveu um final diferente para essas gaiolas.

Em parceria com a Polícia Militar do estado e com o Instituto do Meio Ambiente, o grupo deu asas ao projeto Quem Ama Deixa Voar. Em conjunto com o ateliê Maria Lamparina, os escoteiros pegam as gaiolas abandonadas em depósitos e as transformam em luminárias, porta-velas, floreiras, comedouros para animais, jardins suspensos ou o que mais a imaginação permitir. As gaiolas reformadas são expostas na praça da cidade e, posteriormente, distribuídas em estabelecimentos comerciais de Treviso, para que sua utilidade seja permanente. Além do aspecto lúdico da transformação do material, é uma ação de conscientização ambiental importante para as crianças e os adolescentes do grupo de escoteiros que, antes de colocar a mão na massa, recebem explicação sobre as origens das gaiolas apreendidas e a importância de preservar a vida silvestre.

Seja um protetor das aves também! É comum vermos, em condomínios, aves em gaiolas em varandas, garagens ou áreas internas. Conscientizar as pessoas que esta não é uma atitude nobre é papel de todos nós. Faça sua parte, não aprisione pássaros, não incentive essa atitude e esclareça quem o faz. A natureza agradece esse carinho!


Mercado

comemora 45 anos de atuação no mercado imobiliário Em 2019, a Associação Brasileira das Administradoras de Imóveis (Abadi) celebra 45 anos de atividades ininterruptas em prol de um mercado de administração de condomínios e imóveis mais próspero e saudável, por meio da disseminação do conhecimento e do valor das atividades do setor. Com imagem sólida e positiva no mercado, a Abadi é referência tanto para a sociedade quanto para a opinião pública, representando mais de 85% do mercado imobiliário do Rio de Janeiro. “Ao longo desses 45 anos de existência, a Abadi sempre procurou divulgar as boas práticas do mercado e capacitar as associadas para que elas possam oferecer o melhor em termos de administração e gestão”, destaca Carlos Samuel de Oliveira Freitas, presidente da associação.

O que a Abadi fez e faz Entre as ações sob influência da Abadi estão a atuação ativa na alteração da Lei do Inquilinato em 1991 e do Programa de Autorregulamentação da Atividade de Administração Condominial (Procondo); a promoção de workshops e eventos para o mercado imobiliário, com temas relevantes e atuais; a defesa dos interesses dos condomínios e das empresas; o fomento

na formação, qualificação e capacitação de profissionais do mercado. “A Abadi se mantém ativa em defesa do mercado e se moderniza de acordo com as demandas atuais. Queremos sempre avançar, atualizar nosso meio de atuação, ampliar as ferramentas de formação e informação para conseguir oferecer a nossos associados um suporte de qualidade e eficiência”, comenta o presidente.

Serviços oferecidos pela Abadi Carlos Samuel de Oliveira Freitas, presidente da abadi

de ações de responsabilidade social e a representação ativa do segmento de administração de imóveis e condomínios em diversas esferas políticas – municipal, estadual e federal.

A importância de ser um associado Abadi Ser associado à Abadi é considerado um diferencial para o mercado de administração de imóveis, uma vez que a associação atua vigorosamente na representatividade do setor, na orientação jurídica e

Como entidade de utilidade pública, a Abadi coloca à disposição uma série de serviços e promove eventos, com o intuito de orientar a sociedade civil e seus associados sobre questões relevantes à administração de imóveis e condomínios. Além disso, a Abadi hoje também está presente nas redes sociais para estreitar relações com seu público. “Agradecemos a todos que fizeram e fazem parte dessa história e que apoiam integralmente as práticas da associação. Pretendemos aprimorar nossas atividades e viabilizar, cada vez mais, a atividade empresarial do meio. Para isso, continuaremos trabalhando juntos”, finaliza Carlos Samuel.

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informe

Estatísticas de Imóveis Ofertados Rio de Janeiro Cobertura

VENDA

10,1%

Casa14,7% Flat 1,2% Quitinetes 1,7% Apartamento

72,2%

VENDA Tipo de Imóvel

1 Qt

2 Qts

3 Qts

4 Qts

TOTAL

%

7.016

28.518

25.251

9.364

70.149

72,2

Cobertura

182

1.711

4.871

3.058

9.822

10,1

Casa

288

2.880

5.226

5.877

14.271

14,7

Flat

692

501

15

4

1.212

1,2

Quitinete

1.660

**

**

**

1.660

1,7

TOTAL

9.838

33.610

35.363

18.303

97.114

100

Apartamento

Locação

Cobertura 6,4% Casa 9,9% Flat 2,3% Quitinete 3,6%

Apartamento

77,9%

aluguel Tipo de Imóvel

1 Qt

2 Qts

3 Qts

4 Qts

TOTAL

%

1.801

5.077

3.909

1.546

12.333

77,9

Cobertura

30

166

439

371

1.006

6,4

Casa

215

423

387

535

1.560

9,9

Flat

218

140

3

**

361

2,3

Quitinete

572

**

**

**

572

3,6

2.836

5.806

4.738

2.452

15.832

100

Apartamento

TOTAL

fonte: SECOVI RJ.

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BEM DITA! – a coluna de boas notícias POR Stella Maris Mendonça (smarismendonca@gmail.com)

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Na frente dos oratórios, que vale mais a oração? Vale a voz do Brigadeiro sobre o povo e sobre a tropa, louvando a augusta Rainha, Foto: Reprodução/Wikimedia

Abril é um mês importante para refletirmos sobre nossa independência como nação e indivíduos. Lembrar a Inconfidência Mineira e o heroísmo de Tiradentes pode nos provocar ímpetos libertários, coragens inusitadas e inspirar decisões pelo fim de todas as correntes que nos oprimem. Cecília Meireles, em seu Romanceiro da Inconfidência, coletânea de poemas publicada em 1953, descreve a sociedade de Minas do início da colonização – com evocação da escravidão dos africanos na região central do planalto em episódios da exploração do ouro e dos diamantes – até a Inconfidência Mineira, revolta pela liberdade do Brasil ocorrida em fins do século XVIII na então Capitania de Minas Gerais. O Romanceiro retrata os personagens envolvidos na Inconfidência, abortada pela traição de Joaquim Silvério dos Reis e que culminou na execução de Tiradentes. Inspirada por uma visita a Ouro Preto e baseada em longa pesquisa histórica, Cecília incorpora no poema elementos dramáticos, épicos e líricos. O gênero romanceiro é uma coleção de poesias ou canções de caráter popular. De tradição ibérica, surgiu na Idade Média e é, em geral, uma narrativa com um tema central. Cada parte tem o nome de romance, que não deve ser confundido com a denominação do atual gênero em prosa. Nessa obra de Cecília Meireles, há 85 romances, além de outros poemas, como os que retratam os cenários. Obra maravilhosa, talvez a mais importante da poetisa.

Fala inicial Não posso mover meus passos, por esse atroz labirinto de esquecimento e cegueira em que amores e ódios vão: – pois sinto bater os sinos, percebo o roçar das rezas, vejo o arrepio da morte, à voz da condenação; – avisto a negra masmorra e a sombra do carcereiro que transita sobre angústias, com chaves no coração; – descubro as altas madeiras do excessivo cadafalso e, por muros e janelas, o pasmo da multidão. Batem patas de cavalos. Suam soldados imóveis.

– já louca e fora do trono – na sua proclamação. Ó meio-dia confuso, ó vinte-e-um de abril sinistro, que intrigas de ouro e de sonho houve em tua formação? Quem ordena, julga e pune? Quem é culpado e inocente? Na mesma cova do tempo cai o castigo e o perdão. Morre a tinta das sentenças e o sangue dos enforcados… – liras, espadas e cruzes pura cinza agora são. Na mesma cova, as palavras, o secreto pensamento, as coroas e os machados, mentira e verdade estão. Aqui, além, pelo mundo ossos, nomes, letras, poeira… Onde, os rostos? onde, as almas? Nem os herdeiros recordam rastro nenhum pelo chão. Ó grandes muros sem eco, presídios de sal e treva


Carta enviada por nosso assíduo colaborador Felisberto Antônio Léo

Não choraremos o que houve, nem os que chorar queremos: contra rocas de ignorância rebenta a nossa aflição. Choramos esse mistério, esse esquema sobre-humano, a força, o jogo, o acidente da indizível conjunção que ordena vidas e mundos em polos inexoráveis de ruína e de exaltação Ó silenciosas vertentes por onde se precipitam inexplicáveis torrentes por eterna escuridão! (...) A terra tão rica e – ó almas inertes! – o povo tão pobre... Ninguém que proteste! (...) (in: Do animoso Alferes, Romance XXVII) Estes branquinhos do Reino nos querem tomar a terra: porém, mais tarde ou mais cedo, os deitamos fora dela. (in: Do sapateiro, Romance XLII)

Quando começamos a falar em coisas que vamos fazer no ano, muitas ideias vêm à tona. Cursos, filmes para ver, lugares para visitar, dentre outras medidas que sempre vão e voltam. Mas essa minha sugestão agregará muito para você em termos de melhoria da visão de sua vida. Não estou recomendando gastos excessivos em livrarias, tampouco ações que possam comprometer nosso tempo ou nosso caixa. Falo simplesmente de implementar um objetivo de ter um livro bem perto da mão. Hoje existem lojas de livros usados, os “sebos”, que enviam pelos correios o que você pedir. Saem muito em conta. Também nas ruas de uma cidade como o Rio de Janeiro existem exemplares ultrapassados, com redação feita pela antiga ortografia, modificados pela nova legislação ou mesmo que não estão mais na moda. Não faça leituras erradas. Mas muita coisa boa pode ainda ser obtida por empréstimo

Em maio, as mães! Mais uma vez um poeta as homenageia Mário Quintana

em bibliotecas. As faculdades, os clubes de leitura, as salas de leitura de associações de bairros são boas fontes, além do seu círculo de amizade, desde que seja assumido o compromisso de um prazo para a devolução. Assim, devidamente recomendado, este meu apelo vai ajudar muitas pessoas a lerem um pouco mais e, se eu estiver neste momento falando com uma pessoa jovem, fique atento: a sua leitura vai ajudar você na sua redação do ENEM. Isto é muito importante e abre a porta da esperança para o futuro de sua vida. No mais, aqui outra ação para ser tomada no campo da leitura: doar os livros que você tem em casa e não estão mais fazendo parte da sua seleção de leituras preferidas para salas de leitura de cursos pré-vestibulares comunitários. Envolva-se. Ler é adquirir conhecimento e fluência verbal sobre assuntos do seu interesse. Boa sorte.

MÃE... São três letras apenas, As desse nome bendito: Três letrinhas, nada mais... E nelas cabe o infinito E palavra tão pequena Confessam mesmo os ateus És do tamanho do céu E apenas menor do que Deus!

freeimages.com/Zsuzsa N.K.

onde os homens padeceram sua vasta solidão…

Crie uma meta em 2019: ler uma boa quantidade de livros.

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Banquetaço direitos garantidos até a última garfada, no Largo da Carioca em defesa do Consea

No dia 27 de março, centenas de pessoas participaram do Banquetaço, produzido com alimentos orgânicos e saudáveis, no Largo da Carioca, em defesa do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), extinto em janeiro último pelo Governo Federal, por meio da medida provisória 870. O Consea Nacional era um órgão de assessoramento à Presidência da República cuja competência institucional tratava do controle social na formulação, na execução e no monitoramento da Política Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional. O que se quer é que o Congresso vote contra a aprovação da MP e em defesa da permanência do conselho, que vem promovendo, desde 2003, o diálogo entre Governo e sociedade civil (são 60 pessoas ao todo, dois terços da sociedade civil e um terço do Governo) e que foi um espaço importante na construção de políticas públicas responsáveis pela saída do Brasil do Mapa da Fome da ONU, em 2014. A garantia de uma alimentação adequada e saudável é um direito de todas as pessoas e uma obrigação do estado. Mais de 30 mil assinaturas nacionais e internacionais, bem como 541 emendas, pedem a volta do Consea. A Aliança pela Alimentação Adequada e Saudável apoiou o evento. O Banquetaço nasceu em 2017 pela necessidade de chefs de cozinha, nutricionistas, agricultores, participantes de conselho municipal de alimentação e ati-

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vistas lutarem contra o projeto do prefeito de São Paulo na época, Jorge Dória, para o fornecimento da polêmica Farinata aos estudantes da rede municipal. Nesse caso, o principal objetivo do grupo foi chamar a atenção da comunidade para o tema da segurança alimentar. Em 16 de agosto de 2017, em um ato pacífico, foram servidas 2 mil refeições gratuitamente em frente do Theatro Municipal do Rio de Janeiro feitas com alimentos produzidos por agricultores orgânicos da cidade de São Paulo, doações de temperos da horta da USP, doações de

alimentos por empresários e alimentos que seriam descartados pelo Serasa. O Banquetaço apoiou a implementação do Plano Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional da cidade de São Paulo. Em 2018, após o incêndio em prédio no Largo da Paissandu, chefs de cozinha e voluntários do Banquetaço se organizaram em duas cozinhas cedidas por donos de restaurantes locais e serviram alimentos para os desabrigados do local. Atualmente, o grupo de voluntários atende pelo nome de Coletivo Banque-


taço e apoia a iniciativa da plataforma #ChegadeAgrotóxicos, sendo contrário à PL 6.299/02, que tem como um dos objetivos alterar os artigos 3º e 9º da Lei nº 7.802, de 11 de julho de 1989, que dispõe sobre a pesquisa, a experimentação, a produção, a embalagem e rotulagem, o transporte, o armazenamento, a comercialização, a propaganda comercial, a utilização, a importação, a exportação, o destino final dos resíduos e das embalagens, o registro, a classificação, o controle, a inspeção e a fiscalização de agrotóxicos, seus componentes e afins, e dá outras providências. Segundo profissionais das instituições INCA, Fiocruz e Ibama, as medidas a serem implementadas pelo projeto de lei aumentarão os riscos à saúde da população e ao meio ambiente. E o Consea é um guardião da comida de verdade no campo e na cidade. Comer é um ato político.

Quem tem fome tem pressa (Herbert de Souza, Betinho, em 1994).

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Mercado

Indicadores apontam recuperação do mercado imobiliário Um conjunto de indicadores econômicos mostra que o setor imobiliário pode iniciar uma trajetória de retomada este ano. O índice de confiança dos empresários do segmento voltou ao nível de janeiro de 2018, puxado pela melhora da carteira de contratos no fim do ano passado. Outros indicativos – como demanda por crédito, saldo de empregos no setor, baixas taxas de juros, retomada de preços e redução da inadimplência – também apontam recuperação ainda que moderada.

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Um sinal considerado positivo pelo setor foi a retomada da oferta de crédito em 2018, que subiu 33% em relação a 2017, para R$ 57,4 bilhões, com a venda de 228 mil imóveis entre novos e usados, 30% a mais do que no ano anterior. Como comparação, a concessão de crédito era da ordem de R$ 110 bilhões no fim de 2013, auge do boom imobiliário no Brasil. “O PIB da construção está negativo, mas em recuperação. Os indicadores estão distantes do pico, mas muitos retornaram aos


patamares de antes do boom de mercado, o que é uma sinalização de melhora”, diz o presidente da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), Gilberto Duarte de Abreu Filho. Segundo dados do Sindicato da Habitação (Secovi SP), houve 26,7% de aumento das vendas ao longo do ano passado – superando o volume dos quatro anos anteriores – e de 4,4% nos lançamentos. “Pode-se falar em consolidação da recuperação do mercado, com retomada de empreendimentos no último trimestre do ano, embora boa parte das vendas tenha sido concentrada em obras do Minha Casa Minha Vida”, destaca o presidente da entidade, Basílio Jafet. Para o Secovi, o desempenho ao longo do ano vai depender do nível de confiança.

“Isso está fortemente ligado à condução das reformas e da política econômica, principalmente em relação à oferta de crédito e ao nível das taxas de juros, ao comportamento da inadimplência e aos aspectos de algumas regulações, como o aperfeiçoamento da lei do zoneamento”, afirma. Para a coordenadora de Projetos da Construção na Fundação Getulio Vargas (FGV IBRE), Ana Maria Castelo, a confiança do empresário do ramo da construção está mais próxima do campo da neutralidade, após a retomada da carteira de contratos verificada no fim de 2018, isto é, da contratação de novas obras: “A gente inventou o termo ‘despiora’ para se referir à situação atual. Ainda estamos no campo do pessimismo moderado, longe do nível pré-crise.”.

Reformas Embora haja expectativa de que o avanço das reformas macroeconômicas, como a da Previdência, possa impulsionar o setor, o economista-chefe da Necton Investimentos, André Perfeito, acredita que o cenário macroeconômico para 2019 já está dado. Segundo ele, mesmo que houvesse rápida tramitação e aprovação da reforma, a atual ociosidade da indústria dispensa investimentos, não é esperada forte retomada do emprego ou consumo e a perspectiva é de contenção de gastos públicos. “Como esses componentes do PIB não devem ser alterados, mesmo com uma eventual reforma, esperar um aquecimento mais forte da economia está fora de questão.”

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Sustentabilidade

Seu condomínio também pode ser sustentável Ninguém e muito menos um condomínio acorda sendo sustentável. Simples mudanças nesse sentido fazem, sim, a diferença não só para o planeta, mas para o bolso também. No frigir dos ovos, ser sustentável é preservar recursos naturais, diminuir gastos materiais e financeiros. Precisamos poupar a natureza para que ela suporte nosso desenvolvimento! Os recursos naturais não são eternos e sem eles não temos condições de continuar crescendo economicamente – precisamos com urgência criar hábitos sustentáveis para dar aquela forcinha para a natureza. De acordo com a ONU, quem age de forma sustentável é “Aquele que busca as necessidades presentes sem comprometer as capacidades das gerações futuras de atender às próprias necessidades.”. Claro que, se olharmos tudo isso pela ótica condominial, estaremos também falando de cotas condominiais mais baratas. E quem não quer economizar? Um síndico antenado com o mundo moderno quer preservar o planeta, fazer uma boa gestão no condomínio e ter seu esforço reconhecido pelos moradores. Até porque isso acaba por valorizar o bem comum. Mas por onde começar? A CIPA tem algumas dicas para você iniciar sua jornada sustentável: • troque as lâmpadas comuns pelas de LED; • instale minuterias nas áreas comuns, inclusive garagens; • opte pelas descargas inteligentes que variam o gasto d’água de acordo com o tipo de resíduo; • em caso de obras, prefira o teto solar envidraçado para aproveitar mais a luz do dia;

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• use a vassoura para limpar a calçada; não utilize a mangueira; • pinte portas e paredes com cores claras, que propagam mais a luz, exigindo menos energia elétrica; • desligue pelo menos um dos elevadores em horários de menor movimento; • faça periodicamente manutenção nos encanamentos para evitar vazamentos; • incentive moradores e funcionários a utilizarem as escadas em vez de elevadores – além de se exercitarem, ainda estarão economizando energia; • invista na coleta de água da chuva, que pode ser usada para lavar áreas comuns e regar plantas; • economize papel – implante a comunicação interna eletrônica, por meio de e-mails ou mensagens eletrônicas; • implemente campanhas para o uso racional da água nas unidades; • invista em energia solar, que pode alimentar as áreas comuns, inclusive aquecer as piscinas.


Mercado

Redução da Selic favorece o mercado imobiliário A compra da casa própria ainda é um dos principais sonhos de grande parcela da população brasileira. Contudo, para adquirir um imóvel é necessário um bom planejamento para avaliar os principais fatores que possam impactar no preço final. É o caso da taxa básica de juros, a Selic – mantida em 6,5% ao ano pelo Banco Central desde fevereiro de 2018. Esse é o menor patamar dos juros desde 1986, o que aumenta a quantidade de crédito disponível no mercado e estimula novos investimentos. Como a Selic tem influência direta na cobrança de juros pelas instituições financeiras, isso afeta inúmeros setores da economia, como o mercado imobiliário. Se a taxa básica sobe, outros índices tendem a aumentar e vice-versa. Assim, pode-se dizer que o setor imobiliário anda “de mãos dadas” com a Selic: quanto maior a taxa, maior será o custo do financiamento e mais complicado o acesso ao crédito para os consumidores. Já quando há queda, como atualmente, as condições para compra de imóveis são mais convidativas. A redução da taxa de juros Selic é extremamente favorável para o mer-

cado imobiliário. Então, podemos afirmar que esse é um momento excelente para a compra de imóveis – o setor está demonstrando certo aquecimento desde o segundo trimestre de 2017, quando o volume de venda de propriedades novas cresceu 59%. Além de impactar as condições de financiamento, a redução nos juros é de grande valia para o mercado imobiliário, pois também interfere no custo do material utilizado nas obras. Do mesmo modo que os compradores, as construtoras também se beneficiam com essa baixa, pelo fato de haver economia no montante necessário para investir em novas unidades. Isso será repassado para os consumidores, de certa forma, já que poderão encontrar imóveis de qualidade com menores preços. Não podemos deixar de mencionar que a Selic em baixa também é sinônimo de aumento no número de empréstimos realizados pelos bancos, pois será necessária maior quantidade de clientes para obter a mesma rentabilidade. Fonte: Destak.

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Cidade

VLT pode parar de circular por falta de pagamento da Prefeitura Integrado à paisagem do Centro do Rio há quase três anos, o VLT corre o risco de deixar de circular. É o que afirma Márcio Hannas, presidente do consórcio que administra o sistema de bondes modernos. Segundo ele, não haverá outra alternativa caso continue o impasse com a Prefeitura, que, desde maio do ano passado, nos cálculos do VLT Carioca, acumula dívidas da ordem de R$ 110 milhões com o modal. Em nota, o município informou que “diante de graves problemas encontrados no contrato de concessão do VLT, assinado pela gestão anterior, a Prefeitura do Rio decidiu rever os termos dessa Parceria

Público-Privada (PPP)”. As obras do trenzinho, que agora pode ficar sem uso, custaram cerca de R$ 1 bilhão. Desse total, 46% dos investimentos foram feitos com recursos do antigo Ministério das Cidades. Os outros 54% ficaram a cargo das empresas. A Prefeitura pagaria ao consórcio, no entanto, uma contraprestação pecuniária pelas obras. A lógica usada foi a de que, ao fim do período da concessão, de 25 anos, o bem pertencerá ao município, que poderá relicitar a operação. Ainda segundo o contrato, o pagamento das 270 parcelas começava no mês subsequente ao início da operação comercial do

sistema, em 2016. Desde maio do ano passado, no entanto, o VLT Carioca afirma que não recebe o pagamento. Os atrasos vinham sendo negociados, de acordo com o consórcio. Primeiramente, segundo a empresa, foi feito um convênio com a Secretaria Municipal de Fazenda para que as obras da Linha 3 (Central-Santos Dumont, via Marechal Floriano) continuassem. A base desse acordo era que parte dos débitos da Prefeitura deveria ser sanada em fevereiro. Mas o VLT alega que a promessa não se cumpriu. O funcionamento dos bondes entre a Central e o aeroporto é fundamental para o aumento do total de passageiros, hoje em torno de 80 mil por dia útil. Por nota, o consórcio comentou as críticas feitas por Crivella ao serviço, durante evento na Fundação Parques e Jardins, quando falou para servidores. Conforme revelado pelo O Globo, na ocasião, o prefeito, ao se referir ao VLT, disse: “Quanto custou aquela porcaria? Um bilhão.”. A concessionária respondeu, posteriormente, que o serviço tem 92% de aprovação dos usuários. O fluxo de passageiros é um dos pontos de controvérsia entre a Prefeitura e a concessionária. Pelo contrato assinado, quando todo o sistema estiver operando, o município tem que pagar um valor à concessionária caso não seja atingida a meta de transportar 260 mil pessoas por dia útil. Em nota, a Prefeitura alega que, hoje, por causa dessa diferença de 180 mil usuários, teria que desembolsar R$ 540 mil por dia, um rombo para os cofres públicos de quase R$ 195 milhões por ano. Procurada, a Prefeitura não confirmou se sua dívida com o VLT é de R$ 110 milhões. Por telefone, a assessoria do município afirmou que espera destravar a discussão sobre a demanda de passageiros para solucionar também o atraso dos repasses. Fonte: O Globo.

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Cidade

Remodelagem de estações do metrô e programa Comunidade-Cidade prometem incrementar economia do Rio Representante do estado do Rio de Janeiro no maior evento mundial do mercado imobiliário, o Mipim, em Cannes, na França, o secretário estadual de Desenvolvimento Econômico e Geração de Emprego e Renda, Lucas Tristão, expôs a investidores internacionais o programa Comunidade-Cidade, cujo objetivo é promover a requalificação urbana de favelas, com a realocação de famílias, sobretudo as mais de 300 mil que vivem em áreas de risco. “Vamos revolucionar a vida daqueles que vivem nas favelas do Rio de Janeiro, que são, há muito tempo, o símbolo do crescimento urbano desordenado. Com o projeto Comunidade-Cidade, deixarão de sê-lo. Finalmente, o estado se fará presente nas favelas, entregando dignidade e realizando políticas públicas para todos”, afirmou o secretário. Lucas Tristão explicou que o programa Comunidade-Cidade inclui a regularização

fundiária, com a entrega do título de propriedade a todos os moradores, e a efetiva presença do estado, visando à melhoria contínua da qualidade da segurança pública, do saneamento, da saúde e do transporte público. O secretário apresentou também outros planos do governo do estado para incrementar a economia fluminense, com base em novos empreendimentos imobiliários. Entre eles está a remodelagem das principais estações de metrô, transformando-as em shoppings e prédios comerciais, viáveis por causa de sua posição privilegiada e do alto fluxo de pessoas que por lá passam, além de novidades relativas à concessão de rodovias. “As concessões rodoviárias incluirão a exploração de imóveis comerciais, postos de gasolina, centros automotivos e espaços publicitários ao longo das vias, a fim de evitar a cobrança de pedágios, ao mesmo

tempo em que fomentamos a iniciativa privada”, revelou. Tristão anunciou ainda a proposta de criação de, ao menos, dois fundos imobiliários: um composto pelos distritos industriais do estado do Rio de Janeiro e outro pelos imóveis e estacionamentos geridos pelo instituto de previdência estadual. Ele ressaltou a melhoria da expectativa em relação ao novo momento que o Rio de Janeiro vive, com o aumento da esperança em função da aliança entre o poder público e a iniciativa privada. Segundo Tristão, o Rio já oferece aos investidores estrangeiros a certeza de segurança jurídica e física para novos empreendimentos. O Mipim é um evento anual que reúne, no Palais des Festivals, em Cannes, as maiores empresas de todos os setores do mercado imobiliário mundial. Este ano, em sua 30ª edição, atraiu 120 investidores de 25 nacionalidades. Fonte: O Dia, 18/3/2019.

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Condomínio POR Renata Fernandes

Prédios antigos e seus problemas não resolvidos Edifícios mais velhos precisam de manutenção constante e atenção do síndico

Quando bem conservados, os prédios antigos guardam seu charme. Revelam, muitas vezes, a arquitetura de uma época. Contam o passado de um bairro. Mas, para os moradores, viver em um edifício com décadas de história pode não ser tão glamouroso quanto parece. Por trás da fachada antiguinha estão dezenas de problemas: rede elétrica desatualizada e sem

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capacidade para suportar os modernos aparelhos que foram surgindo; tubulação velha e infiltração constante; poucas vagas ou até mesmo falta de garagem; ausência de espaço para as crianças brincarem... Os tormentos podem ser muitos, mas isso não significa que não tenham solução. A maioria pode ser resolvida com manutenção e renovação.

A síndica Valéria Santos, que há quatro anos administra o Condomínio San Bernardo, na zona norte da cidade, com 41 anos de existência e 90 apartamentos divididos em dois blocos, sabe bem quais são os percalços do dia a dia. “Os condomínios antigos requerem um cuidado maior, por conta do próprio desgaste. É como o corpo humano, né? São tubulações de água e


gás, por exemplo, que volta e meia precisam ser trocadas. O importante é não deixar de lado a manutenção diária, para que ela não vire uma grande obra no futuro”, opina. Mesmo assim, os reparos constantes têm peculiaridades. Valéria lembra que todo azulejo trocado é uma dor de cabeça. As peças não existem mais no mercado e é preciso recorrer a cemitério de azulejos para encontrar outras iguais. No San Bernardo, a síndica procura fazer os constantes reparos sem precisar criar cotas extras para os condôminos. Afinal, uma boa administração também leva em conta o bolso dos moradores. “Só uma vez precisei, quando tivemos que fazer a reposição das pastilhas. Mas é algo que valoriza nosso imóvel. Não podemos deixar isso de lado, só porque ele é antigo”, conta, garantindo que a intervenção valeu a pena. As demais obras foram feitas com o fundo de reserva da própria conta condominial. Para o arquiteto Marcello Magdaleno, especialista em reformas e autovistorias, o principal problema dos prédios antigos está na parte elétrica. A tecnologia se modernizou, as pessoas passaram a comprar

A síndica Valéria Santos aconselha conservação constante para evitar grandes obras

mais aparelhos elétricos e eletrônicos e a carga acaba sendo insuficiente. Nesse caso, é preciso fazer o aumento de carga perante a Light. Além disso, é necessário atualizar o quadro de luz do prédio, onde ficam localizados os medidores de todos os apartamentos. O padrão definido pela distribuidora muda de tempos em tempos e todos devem fazer a adequação.

Outro ponto importante é a manutenção da tubulação de água. Como os canos costumavam ser de chumbo ou cobre, com o tempo, eles vão criando crostas de ferrugem, o que diminui a passagem e a pressão da água nos apartamentos. A solução é trocá-los por tubos de PVC, que têm mais durabilidade (veja na página 22 desta edição uma matéria específica sobre esse tema).

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O gás merece atenção especial Cheiro de gás nunca é normal, e quando um prédio é mais antigo, a atenção deve ser redobrada. Na inspeção exigida pela lei – a Lei nº 6.890, de 18 de setembro de 2014, dispõe sobre a obrigatoriedade da fiscalização quinquenal de segurança nas instalações de gás das unidades residenciais e comerciais supridas por gases combustíveis no estado do Rio de Janeiro – um especialista deve verificar as unidades autônomas regularmente. É preciso observar se fogão, aquecedor, rabicho e canalização estão instalados e funcionando conforme as normas vigentes. Vários itens são checados: o fogão e o aquecedor estão colocados de acordo com as normas de segurança? A tubulação de gás de cada apartamento está livre de escapamento? O cliente, então, recebe um laudo que atesta se essa instalação está de acordo ou não com a lei. Caso não esteja, o cliente será orientado a realizar os reparos apontados na vistoria. A CEG e a CEG Rio não fazem esse tipo de serviço e a empresa a ser contratada deve estar habilitada pelo Inmetro. Já a manutenção é aquela visita destinada à realização de reparos no fogão, no aquecedor, na canalização interna, nas conexões, nos rabichos, ou seja, tudo que compõe a instalação interna de gás do imóvel. Quando a tubulação do prédio demonstra sinais de desgaste e o diagnóstico é que ela precisa ser totalmente trocada, as empresas estão, muitas vezes, optando por passar os canos pela fachada interna. Menos quebra-quebra e a mesma eficiência, além disso, facilita e barateia as revisões futuras.

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O ideal é que prédios antigos atualizem o quadro de luz, onde ficam localizados os medidores de todos os apartamentos

Sustentabilidade No quesito sustentabilidade, atualmente, há muito mais opções do que décadas atrás. “Lixeiras antigas não costumavam ter espaço para a divisão do lixo orgânico e do reciclável, que costumamos fazer hoje. Isso pode ser alterado. Além disso, é possível criar um sistema para captar água da chuva, que, depois, pode ser usada para a limpeza das áreas comuns e para a rega do jardim”, diz Magdaleno. O uso de placas solares para a geração de energia também é algo a ser pensado, é um investimento que tem retorno garantido e pode alimentar as áreas comuns dos prédios. O engenheiro Thales Mataranga, da Mltx Reformas, ressalta a atenção que os síndicos devem ter com a fachada. Nesse caso, as palavras de ordem precisam ser supervisão e manutenção, porque algumas das possíveis consequências podem ser desastrosas. Para ele, a fachada é um dos pontos sensíveis dos edifícios. “Precisam de bastante atenção, para que parte do revestimento não caia, como ocorreu recentemente em um prédio no Leblon”, diz.

Além disso, Mataranga lembra que as construções precisam verificar as normas de segurança para ver se estão adequadas às exigências atuais. “A aprovação do habite-se (certidão expedida pela Prefeitura que atesta que a edificação está apta a ser utilizada) foi feita há muito tempo e a legislação foi mudando. Há prédios no Centro, por exemplo, que fizeram posteriormente uma escada externa, para atender às normas, já que a interna era muito estreita e dificultaria no caso da necessidade de uma evacuação”, conta. Fabiano Euzébio, diretor técnico da EFS LIFT Solution, foca a atenção na manutenção dos elevadores e para-raios. Tem muita gente que acha que estar próximo a outros prédios com para-raios é o suficiente para garantir a segurança de todos. Grande engano. “Cada edifício tem que ter o seu. Porque cada captor de raio tem um ângulo de proteção. Um só nem protege o prédio todo, dependendo de onde foi instalado, imagina o do lado? O raio não escolhe onde vai cair”, defende. Quanto aos elevadores, eles podem (e devem!) ser modernizados. “O quadro ge-


ralmente é de madeira e precisa ser trocado, pois o cabeamento costuma ressecar. Somos a única empresa que cuida da parte elétrica de elevador. A vida útil fica menor sem a manutenção”, afirma Euzébio, lembrando que a parte elétrica que não tem manutenção pode trazer risco de incêndios no futuro. A autovistoria – inspeção periódica, de cinco em cinco anos, exigida pela Prefeitura – pode detectar a maioria dos problemas citados. O conselho da síndica Valéria Santos é ir realizando as alterações pouco a pouco, o que garante o bom estado do imóvel e evita grandes gastos futuros. Com tudo em dia, é só aproveitar o charme dos edifícios antigos. Serviço EFS LIFT Solution www.efsliftsolution.com.br Tel.: (21) 3738-0539 Mltx Reformas www.mltxengenharia.com Tel.: (21) 3520-1073 Marcello Magdaleno Arquitetura Tel.: (21) 99351-0437

A autovistoria – inspeção periódica, de cinco em cinco anos, exigida pela Prefeitura – pode detectar a maioria dos problemas, mas nada como um olhar atento do síndico para evitar imprevistos

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notas Ademi-RJ firma parceria para emissão de certidões on-line A Ademi-RJ firmou parceria com a Associação dos Notários e Registradores do Rio de Janeiro (Anoreg-RJ) para a utilização do e-CartórioRJ, portal de emissão e validação de certidões eletrônicas dos serviços extrajudiciais (cartórios) em todo o estado do Rio de Janeiro. O portal permite a solicitação de certidões e a viabilização de registros de forma mais conveniente, célere e econômica. Para utilizar os serviços e-CartórioRJ e incentivar o convênio, as empresas deverão preencher o formulário on-line no link http:// ademi.org.br/formcadastrocartorio.php. A Ademi formalizará o cadastramento das empresas na Anoreg-RJ enviando para os interessados cadastrados o link com o login e a senha para acesso ao sistema do e-CartórioRJ. Em caso de dúvidas ou para mais informações, basta entrar em contato com Rafael Fares pelo telefone (21) 2543-1110 ou pelo e-mail ademi@ademi.org.br.

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Câmara Municipal pretende reduzir IPTU aprovado em 2017 Está tramitando na Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro o Projeto de Lei 1.193/19, que altera o disposto na Lei 6.250/17 e acrescenta dispositivo ao art. 61 da Lei 691/84. Assinado por 26 vereadores e distribuído nas Comissões de Justiça e Redação, de Administração e Assuntos Ligados ao Servidor Público, de Defesa dos Direitos Humanos e de Assistência Social, o projeto pretende atribuir uma redução de 50% sobre o valor do reajuste do IPTU aprovado em 2017 e conceder a isenção do IPTU para imóveis de reconhecida vulne-

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rabilidade e risco social, em condições específicas previstas em lei. O projeto prevê, inclusive, que os créditos do IPTU lançados e pagos no exercício de 2019 sejam revertidos em crédito para o contribuinte e compensados em parcelas iguais no exercício dos próximos cinco anos. O projeto tem como principal justificativa a crise econômica que a cidade atravessa.

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Sustentabilidade

Empresas de tecnologia limpa crescem O mercado das chamadas cleantechs, startups de tecnologia limpa, está em plena expansão no Brasil. Talvez o maior incentivo para isso nem seja a sustentabilidade, mas a economia concedida ao consumidor final, que é significativa. As empresas especializadas trabalham em três áreas: energia limpa e renovável, eficiência energética e hídrica e eficiência na gestão de resíduos. O primeiro grupo é o mais expressivo. O Mapeamento do Centro de Estudos em Sustentabilidade, da FGV, encontrou no país 136 cleantechs, das quais 55 que trabalham com energia limpa, 35 têm como foco a energia solar. O estudo, que deve ser publicado ainda em março, teve o apoio da ABStartups (associação do setor) e da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), entre outras instituições.

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Mais de 70 escoteiros pintam abrigo de idosos no Recreio O que mais daria alegria aos velhinhos, segundo a direção do asilo, seria a revitalização da área de convívio: o pátio interno, já muito degradado. E eles colocaram a mão na massa!

A manhã de sábado, 30 de março, de 72 crianças e jovens que fazem parte dos Escoteiros do Rio foi dedicada a pintar o pátio interno e a fachada do Centro de Acolhimento de Idosos Maria Vieira Bazani, no Recreio dos Bandeirantes. Além de revitalizar a área, eles doaram lençóis e kits de higiene arrecadados em campanha feita pelos adolescentes. Há dois anos, os participantes do 75º Grupo Escoteiros do Ar Baden Powell, que reúne jovens do Recreio e da Barra da Tijuca, haviam visitado esse mesmo abrigo municipal para levar afeto e convívio social para os idosos. “Daí surgiu a ideia de fazer algo mais”, conta Marta Aline Martins, 45 anos, uma das chefes da tropa de escoteiros. Quando os escoteiros entraram em contato com a direção do asilo para perguntar qual seria a melhor forma de ajudá-los, descobriram que a demanda mais urgente era a pintura do pátio interno. A segunda necessidade, na lista de prioridades, era a falta de lençóis e de produtos de higiene pessoal. A campanha para arrecadar verba e comprar o material necessário para fazer a pintura, assim como conseguir todas as doações pedidas, foi iniciada por uma das três tropas desse grupo de escoteiros, a Tropa II Phoenix, formada por crianças e jovens de 11 a 15 anos. Mas a ideia contagiou outros escoteiros, que se juntaram ao mutirão, como a Tropa III Rompe Mato, da mesma faixa etária, e o Clã dos Pioneiros, com jovens de 18 a 21 anos. “Somos todos voluntários e fomos de coração aberto. Nosso objetivo era fazer o melhor para o próximo”, disse Marta. No asilo, eles participaram não só do mutirão de pintura, que acabou sendo rápido por causa da quantidade de gente disponível, mas também conversaram com os idosos e resgataram vínculos feitos no último encontro. Fonte: Rio de boas notícias.


Mercado

Lançamento do Panorama 2018 é marcado por boas perspectivas O Panorama do Mercado Imobiliário 2018, publicação do Secovi Rio, foi lançado em fevereiro, em um evento que contou com cerca de 200 profissionais do segmento. A publicação traz dados sobre compra, venda, locação e condomínios em todas as regiões da cidade. Desde 2011, a pesquisa contribui para que consumidores, empresários e jornalistas tenham acesso a informações que colaboram com a tomada de decisão, o fechamento de negócios e o entendimento o setor. O Centro de Pesquisa e Análise da Informação (Cepai) analisou, este ano, mais

de 50 bairros cariocas e 29.979 condomínios registrados na base do Secovi Rio. O evento ainda contou com a apresentação do presidente da Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário (Ademi), Cláudio Hermolin, que falou sobre lançamentos imobiliários; do superintendente da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), José da Silva Aguiar, que discursou sobre o desempenho do financiamento imobiliário em 2018 e as expectativas para 2019; e também do CEO do SiiLA Brasil, Giancarlo Nicastro, que explanou sobre o mercado corporativo.

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Jurisprudências BICICLETA 0004316-91.2015.8.19.0045 – Apelação 1ª ementa. Des(a). Maria Helena Pinto Machado – julgamento: 1/6/2016 – 4a Câmara Cível. Apelação cível. Ação de indenização por danos materiais e morais. Furto de bicicleta ocorrido em área comum do condomínio. Responsabilidade subjetiva. Sentença de improcedência. A questão comporta exame sob a ótica da responsabilidade objetiva, fazendo-se imprescindível a comprovação da conduta culposa ou dolosa, do dano e do respectivo nexo de causalidade. Ausência de provas que pudessem atribuir a responsabilidade pelo furto da bicicleta do recorrente ao condomínio réu. Ônus da prova incumbe a quem alega. Art. 333, I, do CPC/73, repisado pelo art. 373, I, do CPC/15. O condomínio poderia ser responsabilizado pelo furto ocorrido no interior de suas unidades, caso assim tivesse sido estabelecido na convenção condominial aprovada pelos condôminos. Ausência de demonstração de omissão ou ação por parte do preposto do

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condomínio que tivesse ensejado a alegada subtração da bicicleta. Registro de ocorrência que, embora se trate de documento público, foi exarado com base nas informações prestadas unicamente pela autora, gozando, assim, de presunção relativa de veracidade, devendo ser corroborado por outros elementos de prova, o que não ocorreu no caso presente. Sentença de improcedência mantida. Recurso desprovido. 0049077-73.2014.8.19.0004 – Apelação 1ª ementa. Des(a). Nagib Slaibi Filho – julgamento: 3/10/2018 – 6a Câmara Cível. Direito de vizinhança. Confusão em condomínio. Agressões verbais e insultos que causaram constrangimento à autora perante seus vizinhos. Sentença que condenou os três réus, solidariamente, ao pagamento de verba reparatória por danos morais fixada em R$ 7 mil (sete mil reais). Recurso dos réus. Desacolhimento. A prova testemunhal produzida não deixa dúvidas de que foram os apelantes que, com ânimos alterados e em atitude destemperada, dirigiram-se para a frente da residência da apelada para

ofendê-la e constrangê-la, causando uma grande confusão, sendo certo que a apelada sequer revidou ou saiu de casa. Muito embora toda a confusão tenha se iniciado após a apelada ter abalroado a bicicleta da neta de um dos apelantes que se encontrava rente ao meio-fio na via interna do condomínio, ela afirmou que não atingiu a bicicleta de propósito, mas sim para desviar o veículo dos apelantes e outros vizinhos que se encontravam no meio da rua conversando e alegou que iria reparar o prejuízo. De qualquer modo, esse problema poderia e deveria ter sido resolvido de outra forma, inclusive com o registro no livro do condomínio, não sendo a atitude dos apelantes a maneira adequada e civilizada de resolver conflitos desse gênero que eventualmente ocorrem na vida em sociedade. A reprovável conduta praticada pelos apelantes atentou contra a dignidade da apelada, ensejando reparação. O valor de R$ 7 mil (sete mil reais), arbitrado pelo juízo de origem, revela-se adequado ao cumprimento da finalidade compensatória e punitiva da indenização, de modo a inibir comportamentos antissociais como o dos


apelantes que, segundo testemunhas, já haviam se envolvido em outras confusões com outros vizinhos, devendo ser ressaltado que se trata de obrigação solidária a ser repartida entre os três réus. Desprovimento do recurso. SEGURANÇA 0221316-58.2015.8.19.0001 – Apelação Des(a). Juarez Fernandes Folhes – julgamento: 27/3/2018 – 19a Câmara Cível. Apelação cível. Direito civil. Ação indenizatória por danos materiais e morais ajuizada por condômina em face de condomínio (1º réu) e de dois condôminos (2º e 3º réus). Colisão e avarias no automóvel da autora causadas pelo automóvel do 3º réu (filho da 2ª ré), estando o automóvel na garagem do condomínio. Alegação de responsabilidade solidária. O condomínio por ter permitido o acesso à garagem de carro não autorizado, a 2ª ré por ter entregue o controle da garagem ao filho (3º réu) e este por ter sido o causador do dano. Transação celebrada entre a autora e os condôminos (2º e 3º réus). Sentença de homologação do acordo e de extinção do feito em relação aos 2º e 3º réus. Prosseguimento da ação em face do condomínio. Sentença que julgou improcedente o pedido em relação ao condomínio. Inconformismo da autora. Sentença mantida. Se a convenção condominial não prevê a obrigação do condomínio em ressarcir tais prejuízos, como aqui ocorre, não há o dever de indenizar. Precedentes do STJ e deste Tribunal. Apelação desprovida. A responsabilidade aqui tratada é subjetiva, na qual se deve perquirir a culpa, conforme dispõem os artigos 927

e seguintes do Código Civil. No entanto, detidamente sobre a responsabilidade dos condomínios quanto às avarias causadas em veículos estacionados em seu interior, tem-se que somente estarão obrigados a reparar os prejuízos delas decorrentes se na convenção houver previsão para tanto ou, quando em assembleia, decidirem os condôminos pelo ressarcimento. Da leitura da convenção do condomínio réu (indexador 112), vê-se que o condomínio não assume o dever jurídico de ressarcir eventuais perdas e danos ocorridos em suas dependências, ao revés, o art. 35, dispõe expressamente que caberá ao condômino mandar reparar por sua conta e risco qualquer dano que seus dependentes, prepostos, locatários ou visitantes causem ao condomínio ou a outros condôminos (fls. 123/124 - indexador 112). No caso dos autos, restou comprovado que os responsáveis pelo dano foram os condôminos 2º e 3º réus, conforme assentada da audiência de conciliação de fls. 166 (indexador 166), na qual a autora e os 2º e 3º réus transacionaram no sentido de que os dois réus pagariam R$ 1.055, devendo o feito prosseguir contra o condomínio até a quitação do valor da causa. A alegação de que o condomínio possui câmeras de segurança não traz a responsabilidade ao condomínio, repita-se, afastada pela convenção, que é lei entre os condôminos. Apenas visa, como a própria apelação menciona, contribuir para a segurança e manutenção da ordem. Sentença de improcedência mantida. Precedentes do STJ e desta corte, excluindo a responsabilidade do condomínio quando a convenção condominial não estipula o dever de indenizar. Apelação a que se nega provimento.

0173237-24.2010.8.19.0001 – Apelação Des(a). José Carlos Varanda dos Santos – julgamento: 19/9/2018 – 10a Câmara Cível. Ação indenizatória. Danos materiais e morais. Autora locatária de imóvel localizado no condomínio réu, cuja locadora era a 1ª ré. Imóvel que em certa ocasião foi invadido por esta, que se apropriou e destruiu bens móveis da autora. Alegação de que a locadora era credora de alugueis não pagos. Inadmissível exercício arbitrário das próprias razões. Condomínio que não pode ser solidariamente responsável, por não ter anuído o dever de guarda e vigilância. Sentença de procedência parcial que se prestigia. Recurso desprovido. DEDETIZAÇÃO 0006702-78.2015.8.19.0212 – Apelação Des(a). Carlos Santos de Oliveira – julgamento: 27/11/2018 – 22a Câmara Cível. Apelação cível. Locação residencial. Vícios ocultos. Imóvel sem condição de habitabilidade. Responsabilidade das rés configurada. Dano moral caracterizado. Dano material parcialmente comprovado. 1. A relação jurídica entre as partes restou incontroversa nos autos, tendo o autor e a 1ª ré celebrado contrato de locação de imóvel residencial, rescindido pelo autor/locatário, ora apelante, sob alegação de existência de vícios no imóvel que o tornaram impróprio para habitação. 2. Sentença de improcedência com base na falta de comprovação dos fatos alegados pelo autor, que se mostra contraditória com o despacho saneador, que indeferiu a realização de prova pericial no vídeo apresentado pelo autor, uma vez que tal prova não foi impugnada. Reforma

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do julgado. 3. Com efeito, as provas nos autos demonstram claramente que o imóvel não estava em condições de habitabilidade e necessitava de reforma, sobretudo nas calhas de chuva e no telhado, bem como dedetização e limpeza do sistema de esgotamento sanitário, que não se coadunam com o “bom estado” de conservação consignado no contrato de locação. 4. A responsabilidade das apeladas restou suficientemente comprovada nos autos, na medida em que disponibilizaram imóvel para locação sem condições de habitabilidade, desrespeitando a Lei de Locações e o princípio da boa-fé que embasa as relações contratuais, impondo-se o dever reparatório dos prejuízos suportados pela parte autora. 5. Dano material parcialmente comprovado. Transtornos causados ao autor que ultrapassam o mero aborrecimento, a justificar a fixação de compensação por dano moral. 6. Reforma da sentença com inversão do ônus da sucumbência. Provimento parcial do recurso. 0114999-75.2011.8.19.0001 – Apelação Des(a). Peterson Barroso Simão – julgamento: 27/8/2015 – 3a Câmara Cível. Apelação cível. Locação. Rescisão por existência de vício oculto. Laudo de vistoria do imóvel que é incapaz de apontar o vício oculto. Infestação por cupins e falta de informação ao locatário de que a rede elétrica era monofásica. Cobrança de multa por rescisão contratual em função de saída do locatário antes do término do prazo fixado no contrato. Sentença de procedência do pedido do autor e de improcedência quanto à reconvenção. Apelação da ré reconvinte para o acolhimento dos pedidos da reconvenção e improcedência do pedido inicial sob a alegação de que

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o laudo de vistoria foi assinado pelo locatário, pelo que este conhecia o estado de conservação do imóvel. Infração legal dos deveres do locador demonstrada pela prova documental juntada aos autos e por depoimento de preposto da administradora do imóvel que afirmou já existir cupim e dedetização anterior à locação. Inteligência do art. 22, I e IV, da Lei 8.245/95. Apelante que não trouxe prova em sentido contrário do afirmado pelo apelado nos termos do art. 333, II, do CPC. Sentença que se mantém. Desprovimento do recurso. VARANDAS (OBRAS) 0059723-18.2018.8.19.0000 – Agravo de instrumento. Des(a). Myriam Medeiros da Fonseca Costa – julgamento: 4/12/2018 – 4a Câmara Cível. Agravo de instrumento. Direito civil. Condomínio edilício. Pretensão de alteração do padrão de portas de vidro que divisam a varanda do interior do apartamento. Decisão gravada que determina a continuidade da obra sem alteração da padronização do projeto arquitetônico do prédio, o qual pressupõe esquadrias de alumínio na cor bronze, em vez da instalação de esquadrias brancas. Superveniência de AGE datada de 12/11/2018, na qual foi aprovada a alteração da convenção condominial, estabelecendo a alteração do prisma da fachada na hipótese de fechamento da varanda por cortinas de vidro, resguardando a possibilidade de alteração dos padrões estéticos internos. Observância, a priori, o quórum previsto no art. 1.351, do CC, na medida em que às convenções de condomínio anteriores à vigência do Código Civil são aplicadas imediatamente as normas

do novo diploma legal (resp. 1177591/ RJ, rel. ministro Luís Felipe Salomão, DJE 25/5/2015). Agravante que sinaliza a perda de objeto, a qual ora é reconhecida, deixando-se, portanto, de conhecer do recurso, na forma do art. 932, III do CPC. 0052240-34.2018.8.19.0000 – Agravo de instrumento. Des(a). Marianna Fux – julgamento: 24/10/2018 – 25a Câmara Cível. Agravo de instrumento. Medida cautelar de vistoria. Alegação autoral de necessidade de obras, em caráter de urgência, ante a iminência de desprendimento dos vidros das varandas que guarnecem as unidades dos edifícios do condomínio. Perito que se manifestou nos autos antes mesmo da entrega do laudo técnico, atestando o risco a que estão submetidas as pessoas que ali transitam, fato confirmado após juntada do parecer. Decisão que autorizou a realização das obras pelo condomínio autor. Recurso da incorporadora ré. 1. A tutela de urgência, prevista no artigo 300 do CPC/15, estabelece os requisitos para sua concessão, quais sejam, a probabilidade do direito, o perigo de dano ou risco de inutilidade do resultado do processo e não ser ela irreversível. 2. O processo originário trata de medida cautelar de produção antecipada de provas, proposta pelo condomínio agravado, com a finalidade de realização de prova pericial, em caráter de urgência, para que restasse comprovado o risco à integridade física das pessoas que transitam no empreendimento, em razão do cenário de desprendimento dos vidros que guarnecem algumas varandas, ante a má qualidade dos pontaletes utilizados para prender a sua estrutura. 3. Perito judicial que, após realizar perícia in loco e an-


tes mesmo de apresentar em juízo o laudo, comunicou nos autos a urgência do início das obras de substituição dos pontaletes. 4. O perigo de dano é patente, na medida em que se faz necessário preservar a vida e a incolumidade das pessoas que transitam pelo lugar, e a probabilidade do direito se verifica na própria manifestação do perito. 5. Não se verifica perigo de irreversibilidade dos efeitos da decisão, uma vez que o perito acompanhará o andamento das obras e eventuais discordâncias acerca dos limites das obras e da responsabilização da agravante, pela inadequação do material utilizado nos pontaletes impugnados, podem ser suscitadas pela via processual adequada. 6. A decisão combatida se mantém ante a necessária ponderação dos interesses sub judice, devendo prevalecer a proteção à incolumidade e à vida dos moradores e transeuntes em detrimento da eventual questão patrimonial. 7. Recurso desprovido. INCÊNDIO 0018430-61.2011.8.19.0211 – Apelação Des(a). Luiz Roberto Ayoub – julgamento: 6/2/2019 – 24a Câmara Cível. Apelação cível. Direito civil. Ação demolitória. Alteração de fachada de condomínio edilício. Substituição de janela por porta. Obra que não foi submetida à consulta em assembleia. Alegação de obstrução de passagem e necessidade de precaução para liberação de rota de fuga, na eventualidade de incêndio ou explosões. Prédio em que ocorreu sinistro proveniente do encanamento de gás. Sentença que julgou procedente o pedido do autor e improcedente a pretensão reconvencional

de condenação do autor ao pagamento de danos morais e materiais. Artigo 10 da Lei nº 4.591/64, C/C, artigo 1.336, inciso III do CC/02. Retirada de um trecho de parede que deveria ter sido previamente estudado por um engenheiro civil, para a previsão do impacto geral sobre a edificação. Silêncio de moradores/proprietários que não equivale a assentimento para a obra. Precedentes desta corte. Recurso desprovido. Honorários sucumbenciais majorados para R$ 1 mil (mil reais), observada a gratuidade de justiça. Acórdão. 0161562-54.2016.8.19.0001 – Apelação Des(a). Sérgio Seabra Varella – julgamento: 7/11/2018 – 25a Câmara Cível. Apelação cível. Vício de construção. Incêndio em condomínio residencial. Alegação da demandante, no sentido de que sofreu danos materiais e morais. Sentença de improcedência. Irresignação da autora. 1. A primeira ré, responsável pela construção do empreendimento no qual ocorreu o incêndio, não observou as normas técnicas de construção e segurança, o que causou o incêndio narrado nestes autos. 2. Na conclusão do laudo pericial elaborado pelo Instituto de Criminalística Carlos Éboli, o perito apontou que o incêndio teve como causa determinante um superaquecimento dos cabos elétricos, porquanto a sua distribuição não foi realizada de acordo com os métodos previstos no item 6.2.5.1.2 da ABNT NBR 5410:2004. 3. Ausência de responsabilidade do segundo réu, Condomínio Residencial Spazio Riverside, uma vez que este providenciou as medidas necessárias, como o acionamento do seguro e o amparo aos moradores que tiveram

parte de seu imóvel destruído pelo fogo. 4. Dano material não comprovado. Apenas os apartamentos 107 e 407 do bloco 3 tiveram seu interior atingido e danificado pelo incêndio narrado nestes autos, não havendo notícias de danos relevantes ao imóvel da parte autora. Ausência de prova de gastos com o conserto ou a compra de móveis, eletrodomésticos e utensílios novos. 5. Dano moral configurado decorrente do medo, da aflição e dos transtornos experimentados pela autora, em virtude do incêndio que atingiu o prédio em que reside durante a madrugada. 6. Reforma parcial da sentença, para condenar apenas a primeira ré, MRV Engenharia e Participações S.A., a pagar à autora indenização a título de danos morais, mantendo-se a improcedência dos pedidos com relação ao segundo réu. 7. Dá-se parcial provimento ao recurso. VAZAMENTOS 0290316-53.2012.8.19.0001 – Apelação Des(a). Rogério de Oliveira Souza – julgamento: 5/2/2019 – 22a Câmara Cível. Apelações cíveis. Direito civil. Direito de vizinhança. Condomínio. Unidades vizinhas verticalmente. Infiltrações. Danos ao imóvel. Indenização. Legitimidade do antigo e do novo proprietário. Obrigação pessoal. Manutenção do imóvel em condições de não causar prejuízos a outrem. Infiltração crônica e sem solução. Nulidades da sentença. Inocorrência. Prescrição inexistente. Dano moral configurado. Correto valor arbitrado. Juros. Citação inicial. Possuidor que tem o direito de fazer cessar interferências prejudiciais ao seu sossego provocadas pela utilização nociva da

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propriedade vizinha (CC, 1.277) é parte legitima para figurar no polo ativo da relação processual. Laudo pericial suficiente para apurar as infiltrações e que torna desnecessária a produção de outras provas. Infiltração e vazamento crônico que perduraram antes e depois da alienação do imóvel. Novo adquirente que prontamente adota as medidas necessárias para fazer cessar o problema. Cessação das infiltrações constatadas por vistoria realizada por órgão auxiliar da Defensoria Pública e, posteriormente, pela perícia judicial. Recusa do vizinho em colaborar, mesmo admoestado pelo novo proprietário. Responsabilidade do antigo proprietário que deixou perdurar a situação por longo período de tempo sem apresentar solução definitiva. Obrigação de reparar que não tem natureza real (propter rem), mas é pessoal, imputável a cada um dos proprietários do imóvel ao seu tempo. Responsabilidade do ex-proprietário que não cessa com a alienação do imóvel, exatamente por se tratar de obrigação pessoal. Inexistência de lapso temporal prescricional trienal, considerando que o problema perdurou no tempo. Danos morais configurados e cujo valor foi corretamente arbitrado, considerando-se, em especial, os aborrecimentos pelo excessivo período de tempo sem solução para o problema. Responsabilidade exclusiva do antigo proprietário pela compensação dos danos morais. Juros que devem ser contados a partir da data da citação na falta de prova do início do evento danoso. Conhecimento e desprovimento do agravo retido, conhecimento dos recursos, provimento do 1º (Victor), desprovimento do 2º (Walter) e do 3º (autor). 0012183-64.2011.8.19.0211 – Apelação Des(a). Sérgio Nogueira de Azeredo – julgamento: 30/1/2019 – 11a Câmara Cível. Ação reparatória por danos materiais e morais. Civil e processual civil. Demanda ajuizada contra condomínio ante a existência de infiltração no apar-

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tamento da postulante. Alegação de que os vazamentos acabaram por deteriorar seu maquinário fotográfico, instrumentos essenciais a seu trabalho, bem como de que o mofo haveria resultado em lesão à saúde da postulante. Sentença de improcedência. Irresignação da demandante. Responsabilização civil que não dispensa a comprovação de conduta, nexo de causalidade e danos. Laudo pericial de engenharia conclusivo no sentido de não existirem indícios sobre mofo ou fungo no local atualmente, assim como de que os danos constatados no imóvel não teriam sido causados durante longo período de infiltração. Parecer do expert médico que não assegura que os problemas de saúde possuam relação com as infiltrações na residência, porquanto a causa poderia advir de várias situações. Autora que não demanda a reparação do imóvel danificado em si, e sim eventuais reflexos causados tanto à sua integridade física quanto a bens móveis que guarneciam sua residência. Cotejo analítico dos autos do qual não se depreende qualquer demonstração de que as condições do bem resultaram na inutilização dos equipamentos fotográficos ou mesmo de que os problemas de saúde tenham causa direta e imediata nesse fato. Pressupostos do dever de reparar não demonstrados in casu, mormente o nexo de causalidade. Inobservância de qualquer lucro cessante indenizável. Dano moral que se associa apenas à lesão efetiva à dignidade humana, em algum de seus quatro corolários (liberdade, integridade psicofísica e solidariedade social ou familiar), inexistente in casu. Marco temporal diminuto a que a requerente se viu exposta aos vazamentos, conforme extraído de prova pericial. Recorrente que não se desincumbiu do onus probandi que lhe cabia (art. 373, I, do CPC). Manutenção do julgado de 1º grau. Incidência do disposto no art. 85, §11º, do CPC, observada, porém, a regra do art. 98, §3º, do CPC, diante da gratuidade de justiça deferida à autora. Conhecimento e desprovimento do recurso.


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