Revista Condomínio. Edição 69

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2016 62 anos cipa.com.br

Todo síndico lê!

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Elevadores para todos os gostos e necessidades

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Os modelos vão desde os mais simples até os panorâmicos Chama o síndico: dia 23 de abril é o dia dele! E é aniversário da CIPA também!




Um milhão e meio de assinaturas foram conseguidas...

NEWTON MENDONÇA Presidente da CIPA

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Por iniciativa dos 21 procuradores que atuam na Lava Jato, com a liderança do jovem chefe, o procurador Deltan Dallagnol, será encaminhado ao Legislativo o projeto popular que cria medidas que visam agilizar e aprimorar o processo de crimes de corrupção e outros. São 11 alterações pontuais no Código de Processo Penal e uma emenda constitucional, que, como já disse, darão celeridade para a punição do “crime do colarinho branco”, cujos réus geralmente nunca são punidos. Assim como o Ficha Limpa, também iniciativa popular, que tem trazido tantos benefícios, esse projeto será um marco para a punibilidade no Brasil. Aliás, o Supremo Tribunal Federal (STJ) deu um grande passo ao antecipar uma entre as 11 propostas sugeridas, que determina que seja decretada a prisão imediata quando o réu for condenado em segunda instância, sem prejuízo dos recursos cabíveis. É justa a presunção de culpabilidade em vez de inocência, como habitualmente se fazia, uma vez que já existiram duas condenações. Por exemplo, o senador Luiz Esteves, condenado em segunda instância, após 34 recursos, continua em liberdade, passados dez anos. Tais acontecimentos nos deixam descrentes da Justiça e confirmam que nesse país só vai preso quem é pobre... O Mensalão foi o marco da era de desmascaramento de políticos e poderosos e agora a Lava Jato está sacudindo o país e mexendo com a alma dos brasileiros. Em quase dois anos de trabalho, muito foi feito e descoberto: foram 494 empresas investigadas, 150 inquéritos, 39 ações penais com156 réus, sendo 119 prisões; destas, 28 réus continuam na cadeia. São 57 políticos, entre deputados e senadores, e dois governadores, que estão sendo investigados com autorização do Supremo. Presidentes de grandes empreiteiras, altos executivos, tesoureiro de partido, lobistas, en-

fim, as operações da Polícia Federal se sucedem, e os crimes vão aparecendo com consequentes condenações – mais de 40 –, com penas que chegam a 18 anos de prisão. Sem dúvida, pelas provas coletadas, as sentenças serão confirmadas e, certamente, todos vão ser condenados... Acho que essa lição marcará profundamente os corruptos e fará com que esse tipo de crime diminua por medo de punição. O governo continua muito mal e sem credibilidade. Porém, a própria crise começa a fazer com que surjam soluções. Foi aprovada, no Senado, a abertura da prospecção de áreas do pré-sal para outras companhias, uma vez que a Petrobras está praticamente falida e sem recursos para explorálas. Mesmo com o voto contrário do PT, tal lei deverá passar pela Câmara dos Deputados e será sancionada por Dilma. Com isso, teremos grandes investimentos no médio prazo, o que já será um fato altamente positivo para o país. O novo presidente do Superior Tribunal do Trabalho, o ministro Ives Gandra Filho, defende a flexibilização da Lei Trabalhista, isto é, caminhamos para a atualização da CLT, que tem mais de 50 anos, o que se faz imprescindível para nosso desenvolvimento. Com o dólar alto, as exportações crescem e os brasileiros gastam menos em viagens internacionais, o que é bom para o país. O ideal seria se pudéssemos mudar o governo, porém, o afastamento da presidente só será possível se, politicamente, as condições de governabilidade se tornem insustentáveis, o que na realidade poderá vir a acontecer. Vamos aguardar. Estamos torcendo para que coisas boas surjam, pois a esperança não deve deixar de existir nunca, e o Brasil tem condições de crescer, bastando, para isso, ter um governo confiável e com credibilidade. A Argentina está aí para nos mostrar isso...


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[capa] Elevadores para todos os gostos e necessidades Os modelos vão desde os mais simples até os panorâmicos, mas mesmo com os elevadores mais modernos, é importante que o síndico esteja atento às manutenções necessárias, pois a falta de cuidados periódicos pode ser perigoso. Leia esta matéria e veja se você está agindo certo.

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[Manutenção] De olho nas caixas de gordura

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Bem-estar e saúde para todos! A instalação de bebedouros nas áreas comuns é um desses pequenos ajustes que melhoram a vida de todos nos condomínios. Veja o que pode ser feito lendo este texto.

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[Condomínio] Troca de síndico pode causar problemas de acesso à conta bancária do condomínio

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DIRETORIA Presidente NEWTON MENDONÇA Vice-presidente MÁRIO MENDONÇA Diretora da Unidade de Negócio e Condomínio DEBORAH O’DENA MENDONÇA Diretora de Locação, Seguros e Novos Negócios MARIA TERESA MENDONÇA DIAS

[Segurança] Instalação de portas corta-fogo e manutenção de extintores de incêndio evitam o pior Equipamentos de proteção a incêndios e medidas preventivas são indispensáveis para a segurança do condomínio. Leia esta matéria e saiba como se proteger.

O bloqueio da conta bancária do condomínio pode pegar novos síndicos de surpresa. Leia esta matéria e saiba como evitar isso.

Rua México, 41 – 2o andar – Centro CEP 20031-905 – Rio de Janeiro – RJ Tel.: [21] 2196-5000 Fax: [21] 2533-2449

[Condomínio] A praticidade dos portões automáticos aliado à sensação de segurança Conheça, nesta matéria, os principais modelos disponíveis no mercado e saiba como escolher o modelo certo para seu condomínio.

As caixas de gordura são muito importantes para a eliminação dos dejetos produzidos pelos usuários. Sua principal função é evitar a contaminação da rede de distribuição de água. Veja se você está cuidando bem da sua lendo esta matéria.

Uma publicação:

[Saúde] Bebedouros nas áreas comuns

[REFORMA] Acima de tudo Muitas vezes esquecidas pelos síndicos na hora da manutenção, as coberturas também merecem atenção especial, tanto quanto as fachadas, as áreas de lazer, os corredores ou qualquer outro local. Veja aqui nesta matéria o que fazer.

PARA ANUNCIAR LIGUE

Redação e Edição VIVIEN BEZERRA DE MELLO Tao da Comunicacao Ltda. AGO SET 2 010 taodacomunicacao@gmail.com

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Revisão Endora Produção de Texto www.endoraproducaodetexto.com

Conceitos e opiniões em artigos assinados são de inteira responsabilidade dos autores. A reprodução parcial ou total de qualquer parte desta publicação é permitida desde que seja citada a fonte e previamente autorizada, por escrito, pela editora. A empresa reserva-se ao direito de não aceitar publicidade sem fundamentar motivação de recusa.

Fotografia Ariel Subirá Marketing e Publicidade SAMY GRUBMAN marketing@cipa.com.br Colaboraram neste número Alessandra CEROY Cristina do Carmo Jeniffer Martins Karina Moura Lia Rangel Milton Teixeira STELLA MARIS C. MENDONÇA

16 mil exemplares

A Revista Condomínio etc. esclarece que: • Não se responsabiliza por qualquer dano, direto ou indireto, sofrido por usuários ou terceiros, advindos da exibição e/ou conteúdo dos anúncios publicados pelos anunciantes, incluindo a divulgação de dados, preços e imagens. • Não atesta, verifica ou inspeciona os serviços e produtos dos anunciantes, nem é responsável por qualquer dano, direto ou indireto, que o contratante possa sofrer ao realizar uma negociação com os anunciantes. Esta publicação está em conformidade com o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, aprovado pelo Decreto Legislativo nº 54, de 18 de abril de 1995, e em vigor desde 1º de janeiro de 2009.

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informe

Quais são os imóveis mais procurados para aluguel? dores elencam alguns pontos de preferência. Cerca de 22% procuram por um imóvel mais próximo ao trabalho e 20% buscam um bairro melhor para morar. Uma parcela dos entrevistados destacou interesse por um imóvel que fosse possível negociar o valor do aluguel (15%). Preferências regionais A demanda por imóveis para locação vem crescendo no Brasil e, no final de 2015, pela primeira vez nos últimos anos, ultrapassou a busca por compra. O VivaReal, portal de imóveis, realizou um levantamento para entender a preferência dos consumidores que estão procurando um imóvel para alugar. De maio de 2015 até janeiro de 2016, a demanda por aluguel cresceu 66%. Na hora de escolher um novo lar, os consumi-

Nas capitais do Sudeste, a demanda é maior por imóveis para alugar. Em Belo Horizonte, a busca por locação representa cerca de 60% do total. São Paulo (58%), Vitória (56%) e Rio de Janeiro (51%) também preferem aluguel à venda. Entre outras preferências, a pesquisa apontou que, ao buscar um imóvel para locação, os consumidores buscam metragem de 50 m² a 100 m² (50%), dois dormitórios (43%) e estão dispostos a pagar até R$ 2 mil mensais de aluguel (44%).

Caixa volta a Financiar 70% de imóveis A Caixa Econômica Federal passou a financiar, desde o dia 24 de março deste ano, até 70% dos imóveis usados. O banco já havia comunicado a ampliação da margem, mas ainda não tinha anunciado quando a mudança entraria em vigor em suas agências. Em maio do ano passado, o banco re-

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duziu o limite de financiamento de 80% para 50%, dificultando a concessão de crédito para a compra da casa própria. Agora, vai recompor parte desse percentual, chegando a 70%. Apenas no caso de trabalhadores do setor público (servidores) a cota subirá de 60% para 80% do valor de avaliação do bem.

Suspensa cobrança de mais-valia para imóveis com cortinas envidraçadas A cobrança da regularização de obras de construção, modificações e acréscimos em coberturas, conhecida como mais-valia, está suspensa para imóveis com cortinas retráteis de vidro na cidade do Rio de Janeiro. O juiz Leonardo Grandmasson Ferreira Chaves, da 8ª Vara de Fazenda Pública, concedeu, no dia 4 de fevereiro, antecipação de tutela ao Ministério Público. Pela norma, até mesmo proprietários que haviam instalado varandas com cortinas retráteis de vidro transparente deveriam ter a metragem do imóvel recalculado. Com isso, seria ampliada a área considerada na cobrança do Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU). O Ministério Público apontou, no pedido, que a instalação de cortinas não implicaria o fechamento ou envidraçamento definitivo da varanda, portanto, não acarretaria aumento da área construída. Em sua decisão, o magistrado considera que a “utilização do sistema de envidraçamento retrátil de varandas não viola a legislação municipal por não se tratar de fechamento definitivo, não havendo que se falar em aumento da área edificada, nem em desvio da finalidade do espaço correspondente”.


Funcionários da CIPA são premiados em gincana do Secovi A 1ª Gincana Secovi Rio para Associados foi uma competição que o Secovi Rio criou para premiar os funcionários que mais acertassem perguntas sobre o funcionamento da entidade. As empresas associadas ao sindicato puderam inscrever quantos funcionários quisessem, não importando a função exercida. As perguntas foram enviadas semanalmente, no período de 13 de outubro a 5 de novembro de 2015, e a apuração se baseou em um sistema de pontuação individual, considerando dois critérios: agilidade e número de acertos. Assim, quem respondesse corretamente às questões enviadas em menos tempo acumularia mais pontos. O evento de entrega dos prêmios aconteceu em novembro, na sede do sindicato. A terceira colocada, Liliane Almeida Bruno da Silva, da CIPA, ga-

Os vencedores da Gincana Secovi Rio: à direita, Fernanda Ferreira Cortes, que ficou em primeiro lugar. Ao centro, Márcio Lopes, em segundo, e à esquerda, Liliane Almeida Bruno da Silva, terceiro lugar.

nhou um vale-compra de R$ 500; o segundo, Márcio Pereira Lopes, da BCF, recebeu o vale de R$ 1.000, e a grande vencedora, Fernanda Ferreira Cortes, também da CIPA, foi premiada com um vale de R$ 2.000.

Comissão aprova uso do FGTS para gerar energia solar Trabalhadores com carteira assinada vão poder usar o saldo do FGTS para comprar equipamento que gere energia solar, eólica, hidráulica ou de biomassa em casa. A proposta foi aprovada pela Comissão de Serviços de Infraestrutura (CSI) do Senado e garante também que os recursos sirvam para a instalação das fontes. A proposta segue agora para ser analisada e votada na Comissão de Assuntos Sociais (CAS). Segundo o Projeto de Lei do Senado (PLS) 371/2015, os recursos podem ser sacados uma vez com esse objetivo. O trabalhador terá

que comprovar pelo menos três anos de carteira assinada. A casa em que os equipamentos serão instalados tem de ser do beneficiado.

Chineses agora temem bolha imobiliária A China está tendo dificuldades para lidar com um mercado imobiliário cada vez menos homogêneo, afirmou o ministro da Habitação, Chen Zheng-

gao. “As diferenças são severas e estão piorando”, disse Chen em entrevista à imprensa durante a sessão anual do Congresso Nacional do Povo.

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capa por Lia Rangel

Elevadores para todos os gostos e necessidades Os modelos vão desde os mais simples até os panorâmicos

Os elevadores são, sem dúvida, os equipamentos mais utilizados do condomínio. Seja em condomínios residenciais ou comerciais, é indiscutível que eles são também muito úteis e necessários à vida condominial. Atualmente, existem, além dos elevadores verticais comuns, os panorâmicos e os de acessibilidade. O mais comum é o elevador vertical, que está presente em grande parte das construções mais recentes. Os panorâmicos, com design mais arrojado, proporcionam visibilidade aos usuários e os inserem na paisagem ex-

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terna ao elevador, que pode ser dentro ou fora da construção. Já os de acessibilidade são destinados às pessoas com mobilidade reduzida e/ou deficientes físicos. Mesmo com os elevadores mais modernos, é importante que o síndico esteja muito atento à manutenção necessária deles, pois, apesar de serem muito seguros, a falta de cuidados periódicos pode colocar a vida dos usuários em risco. Segundo Fábio Aranha, diretor comercial da Infolev – Elevadores & Informática, empresa que atende a todo o Brasil e fornece equipamento

para elevadores, especialmente quadros de comando eletrônico para modernização, é fundamental, para o bom funcionamento do elevador, que ele receba uma boa manutenção. “Ele precisa estar atualizado tecnologicamente e é bom que tenha sido feito um bom projeto no momento em que foi fabricado/comprado. Sem essas condições, fica difícil garantir um funcionamento seguro e confiável. Todo contrato de manutenção é uma relação de duas vias, portanto, também é fundamental a boa conduta do usuário, que não deve exceder


A síndica Sarah Toledo modernizou os quatro elevadores de seu condomínio

a carga máxima estipulada por cada equipamento nem jogar água ao lavar o hall, bem como sempre informar à empresa responsável pela manutenção as ocorrências, como barulho, a formação de degraus, sinalização que não funciona e outros detalhes que nem sempre são percebidos na manutenção preventiva mensal”, diz Aranha. Diego Marques, diretor-geral da TN do Brasil, empresa que atende a todo o Rio de Janeiro e oferece manutenção e assistência técnica para elevadores e escadas rolantes, explica que há dois tipos de manutenção. “A preventiva tem o objetivo de reduzir o número de paralisações do elevador, supervisionando todo o equipamento e evitando possíveis falhas. Normalmente, esse tipo de manutenção é realizado, no mínimo, uma vez por mês, dependendo da necessidade do equipamento. Já a manutenção corretiva é feita sempre que solicitada pelo cliente, quando é observada alguma irregularidade ou paralisação do elevador”, diz. Ainda segundo Diego Marques, alguns cuidados podem ser tomados pela administração para ajudar a manter os elevadores em bom estado de funcionamento: “Fiscalizar o

uso através de câmeras de segurança; notificar a empresa responsável pela manutenção sempre que o elevador apresentar qualquer tipo de problema, para que sejam tomadas as devidas providências; manter a casa de máquinas do elevador restrita à empresa responsável pelo cuidado do equipamento; manter os usuários informados sobre as boas práticas de utilização do elevador, como aguardar sua chegada para acessar a cabine; não entrar no elevador em caso de desnível ou falta de iluminação; não chamar mais de um elevador para atender à chamada do pavimento e respeitar o limite de peso informado no interior da cabine.” Fábio Aranha explica a necessidade da contratação de uma empresa especializada para cuidar dos elevadores. “Por se tratar de equipamento de transporte coletivo com itens de segurança, é obrigatório manter contrato com empresas credenciadas pela Prefeitura do Rio de Janeiro – GEM - RIO LUZ. Nesse caso, a fiscalização garante que estas possuam engenheiro responsável, estrutura mínima de oficina e seguro de responsabilidade civil, entre outras obrigações. Além disso, é importante

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O síndico Sérgio Pitanga pretende instalar geradores para levar mais comodidade e segurança a seus condôminos

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checar as referências de outros serviços semelhantes realizados em outros edifícios e verificar as marcas dos equipamentos que estão sendo oferecidos, se eles têm suporte e assistência no Rio de Janeiro e se são de fácil manutenção e reposição de peças por qualquer outra empresa do ramo. Evite equipamentos que têm reposição ou manutenção 'exclusiva' de uma única empresa, por maior que ela seja, o que pode ser um problema. É importante ressaltar que manutenção ou modernização não precisa ser realizada pelo fabricante original do elevador. Existem cerca de 70 empresas habilitadas pela Prefeitura que cuidam de elevadores. Normalmente, por ser um serviço especializado e sob medida, empresas de pequeno e médio portes podem oferecer soluções personalizadas mais viáveis para cada ocorrência. Em caso de dúvidas, o condomínio pode, ainda, recorrer à contratação de uma empresa de consultoria independente em elevadores, que poderá orientar a elaboração de um edital, a equalização das propostas e a conferência da realização dos serviços”, esclarece.

Há sete anos, Sérgio Pitanga é síndico do Condomínio Residencial Sunshine, localizado na zona oeste do Rio de Janeiro. São dois blocos com 120 unidades e cerca de 370 moradores que contam com 10 elevadores. Pitanga conta que os elevadores são submetidos à manutenção preventiva mensalmente e recebem cuidados corretivos quando necessário. “A empresa que nos atende disponibiliza funcionários 24 horas por dia para os casos emergenciais. Contar com uma empresa especializada é fundamental porque estamos lidando com vidas”, diz Sérgio Pitanga. O síndico trocou, recentemente, a empresa que prestava serviços de conservação, buscando um melhor custo-benefício. “No início, fazíamos a conservação com a empresa fabricante dos elevadores, mas eles estavam tendo problemas para nos atender e deixaram a desejar. Trocamos por outra empresa que, inicialmente, se mostrou muito competente, mas, com o passar do tempo, foi deixando falhas. Eles já não atendiam em tempo hábil e as peças trocadas voltavam a dar defeito rapidamente. Estávamos re-


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Modernização A síndica profissional Sarah Toledo, há nove anos no comando do Condomínio Eugênio, localizado na zona sul do Rio de Janeiro, conta com quatro elevadores para atender às 82 unidades que estão divididas em dois blocos. A síndica está muito satisfeita com a empresa de manutenção que atende ao condomínio, que é a mesma há 15 anos. Além da conservação mensal, quando há necessidade, a empresa atende aos chamados emergenciais também. Há cerca de três anos, os elevadores foram atualizados. “A modernização que fizemos consiste em atualização elétrica e eletrônica. Trocamos o ‘cérebro’ dos elevadores

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VIVIEN BEZERRA DE MELLO

cebendo muitas reclamações dos moradores por conta dos elevadores e, nesse momento, a fabricante dos elevadores já estava fazendo um trabalho de reaproximação, mostrando que o atendimento deles havia mudado, que a parte comercial interagia com a parte técnica, o que traz um ganho muito grande para o condomínio. Estamos satisfeitos com a mudança, sendo muito bem atendidos, e esperamos que esse serviço continue sendo prestado dessa maneira. Nossa próxima intervenção nos elevadores será a instalação de um gerador para trazer mais segurança e comodidade aos condôminos. Muitas pessoas têm medo de ficar presas na ocorrência de falta de energia, além do quê, subir e descer vários andares de escada não é nada confortável. A maioria dos condomínios já conta com esse recurso, e nós também teremos até o final do ano”, diz.

Os panorâmicos, com design mais arrojado, proporcionam visibilidade aos usuários e os inserem na paisagem externa ao elevador, que pode ser dentro ou fora da construção

e foi ótimo, pois eles ficaram mais regulados. Esse também é um jeito de dar maior sobrevida à parte mecânica dos equipamentos. Como temos quatro elevadores, preferimos fazer um plano de pagamento e modernizar um de cada vez. Como não é um processo demorado, pode levar entre uma semana e um mês. Essa não é uma questão complexa, é uma questão de viabilidade financeira”, diz. Fábio Aranha explica que as inovações dos elevadores vêm principalmente com a implementação da tecnologia eletrônica digital. “Podemos destacar que a maior evolução ocorreu no quadro de comando, que é o ‘cérebro’ do elevador. Os modelos atuais multiprocessados, além de mais confiáveis, são muito mais eficientes, porque reduzem em cerca de 40% o consumo de energia elétrica. A sinalização dos aparelhos de transporte verticais também se atualizou consideravelmente. Os indicadores digitais

são a parte mais visível da nova geração e a que mais valoriza o ambiente. Os mais modernos têm tela de LCD, que, além de indicar os andares e o sentido do carro, dá outras informações, como avisos de segurança e publicitários, entre outras facilidades. Já temos disponível sistema de anúncio por voz, que deixa o elevador até mais ‘gentil’, pois saúda o visitante do prédio conforme a hora – por exemplo, ‘bom dia’ – ou a data, por exemplo: ‘feliz Natal’; ou, ainda, mensagens comerciais, agradecimento pela visita etc. Tudo isso de acordo com o gosto do cliente, podendo até ser programado para ‘se calar’ durante a noite”, conta. Ainda segundo Aranha, no campo da manutenção, os elevadores novos podem se conectar com os computadores e softwares para informar os últimos registros de falhas ocorridas, inclusive com gráficos, e programar o funcionamento conforme a necessidade específica de cada prédio. “Uma das novidades mais recentes é o monitoramento via SMS (torpedo). No caso de algum problema com o elevador, o técnico de campo recebe automaticamente, em seu celular, informações sobre qual elevador, que situação e o tipo de problema que está ocorrendo e já pode providenciar o atendimento sem que ninguém precise reclamar. Um recente estudo realizado na Europa comprovou que a maioria dos elevadores (especialmente os residenciais) consome mais energia quando estão parados (no modo stand-by) do que propriamente quando estão transportando alguma carga. Novos sistemas inteligentes desligam automaticamente os principais itens quando ninguém os está utilizando”, explica.


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Acessibilidade Ir e vir com liberdade e autonomia é algo que nem todas as pessoas conseguem. Isso se dá, principalmente, com deficientes físicos e aqueles com mobilidade reduzida. Para melhorar a rotina dessas pessoas, muitos condomínios têm recorrido às plataformas de acessibilidade, que dispensam casa de máquinas, têm um custo de construção reduzido e não necessitam de grandes e complexas adequações estruturais. Foi o caso do Condomínio Residencial Barvinte, localizado na zona sul da cidade. Desde 2005, a síndica Gladys Vieira Nunes está à frente do condomínio, que é composto por um bloco com 57 unidades e cerca de 70 moradores. Para atender os condôminos, o prédio conta com um elevador social, um de serviço e um para cadeirantes. “Nós fizemos a obra de acessibilidade em janeiro de 2014. Esse elevador é utilizado várias vezes ao dia e atende um condômino que é cadeirante e outros que têm a mobilidade reduzida. A acessibilidade é muito importante para a autoestima do idoso e seu

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A síndica Gladys Nunes acredita que A acessibilidade é muito importante para a autoestima da pessoa com necessidades especiais

cumprimento é lei. Nossos funcionários são instruídos a atender o idoso e ajudá-lo na medida do possível”, conta. Fábio Aranha acredita que a acessibilidade é essencial para garantir a qualidade de vida de pessoas com necessidades especiais. “Realmente, a acessibilidade é fundamental não só para a grande quantidade

de portadores de necessidades especiais – que muitas vezes não temos ideia do número que são justamente por viverem confinados por causa da falta de acessibilidade –, mas para o idoso, já que a maior longevidade da população é um fato, o que gera uma enorme demanda por soluções de acesso para esses públicos. A começar


divulgação divulgação

Sérgio Pitanga trocou recentemente a empresa que prestava serviços de manutenção dos elevadores do condomínio em que é síndico

pelo básico. Para atender esses públicos, é fundamental um bom nivelamento do elevador – o degrau que se forma é a maior causa de acidentes (não fatais, felizmente) registrados na União Europeia. Elevadores antigos, geralmente com mais de 20 anos, têm que ser modernizados para que sistemas de comando mais atuais, de controle de motor, possibilitem um nivelamento preciso e evitem esse tipo de acidente. Além de comandos que proporcionam viagens mais suaves e nivelamento preciso, dispomos de equipamentos que atendem plenamente à ABNT NBR NM 313, que trata dos requisitos para adaptar os elevadores às carências dos portadores de necessidades especiais, como anunciador de voz; indicador com sinal sonoro; botão com beep; sensor de porta; barreira de proteção e outras funções do painel”, explica.

Dica da CIPA: crianças menores de 10 anos não podem circular sozinhas nos elevadores Segundo a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), crianças menores de 12 anos não podem utilizar os elevadores se estiverem desacompanhadas. Entretanto, no Rio de Janeiro, existe uma lei que proíbe a locomoção de menores de 10 anos, quando desacompanhados, nos elevadores. Trata-se da Lei Municipal nº 2.546/97, que, caso seja descumprida, pode penalizar o condomínio com multa. A dica é que os síndicos orientem seus funcionários e moradores para ficarem atentos a essa situação. Caso crianças menores de 10 anos estejam usando os elevadores sem a companhia de um responsável, o síndi-

co deve comunicar o fato, por escrito, aos pais dessas crianças e registrar no livro de ocorrências do condomínio. Essa simples atitude pode isentar o síndico e o condomínio de problemas futuros que envolvam menores desacompanhados e elevadores. Serviço

Infolev www.infolev.com.br Rio: (21) 2210-6325 | SP: (11) 3383-1900 TN do Brasil www.elevadortecnew.com.br (21) 2471-4882/2471-2976/3420-3764

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Dia do Síndico por Cristina Carmo

Chama o síndico: dia 23 de abril é o dia dele! Os síndicos apostam na equipe de funcionários para uma administração vitoriosa “Eu vou chamar o síndico.” Essa frase, que se popularizou na música W/Brasil, de Jorge Ben Jor em homenagem ao cantor Tim Maia, ainda é muito escutada nos quatro cantos do país. Mas não só em festas, eventos ou shows. Ela ecoa em nossos ouvidos até dentro de casa quando algo acontece em nosso apartamento ou condomínio e precisamos recorrer à autoridade máxima do prédio. Poucos reconhecem o trabalho dos síndicos, que se tornaram verdadeiros administradores de pequenas, médias e grandes “empresas”. Para homenageá-los em seu dia, a revista Condomínio etc. traz, nesta edição, três exemplos de gestores de sucesso.

“Se tem, compra. Se não tem, segura. Se faltar, corta.” Imagina cuidar de uma população de aproximadamente 3.500 pessoas. É como se fosse administrar uma grande empresa ou a Ilha de Paquetá ou, ainda, a Barra de Guaratiba, bairros do município do Rio de Janeiro que têm em média esse número de habitantes. E a grandiosidade dos dados não para por aí. Piscinas, duas salas de massagem, duas quadras de tênis e duas poliesportivas, espaço kids, pista de skate, salão de jogos adulto e infantil, churrasquei16

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ras, espaço gourmet, salão de festa, dois home cinemas e segurança 24 horas. Tudo em uma área de 52.500 m2. Sem falar nos cerca de 60 fornecedores. E quem comanda tudo isso há três anos, com o apoio da CIPA, é o síndico do condomínio Life Residencial Sullivan Rodrigues, de 37 anos. Formado em ciência da computação, pós-graduado em gestão de pessoas e cadeia de suprimentos, aceitou o desafio de cuidar do condomínio onde mora, localizado na zona


“Minha dedicação é exclusiva, faço acompanhamento full time de todos os setores administrativos e operacionais. Conheço hoje, melhor que ninguém, o condomínio que administro”, afirma Sulilvan do Condomínio Life Residencial

oeste do Rio, que tem 624 unidades, em que gerencia as reformas necessárias, equilibra as contas, implanta controle de acesso eficiente para atender à demanda do alto fluxo de pessoas circulantes nas áreas do condomínio e adota procedimentos mais aderentes para ajustar a organização predial do empreendimento, entre outros afazeres. “Minha dedicação é exclusiva, faço acompanhamento full time de todos os setores administrativos e operacionais. Priorizo as demandas e procuro exercer minha função sem autoritarismo. Conheço hoje, melhor que ninguém, o condomínio que administro”, revelou o síndico. Para ele, todo serviço a ser oferecido para os moradores deve ser estruturado de forma completa, sempre pensando no bem-estar de quem mantém o condomínio. Para isso, dividiu funções e responsabilidades, limitou bem os desgastes no dia a dia e procurou se organizar de modo que os moradores seguissem seu exemplo. Sua organização pode ser percebida no orçamento do clube condomínio. Segundo o síndico, as contas, ou seja, a saúde financeira, devem ser tratadas de forma séria, gastando apenas o que é permitido. Por meio do painel de controle do orçado x realizado da CIPA, as contas só são liberadas quando há o sinal verde para gastar. “É como cuidar da própria casa. Se tem, compra. Se não tem, segura. Se faltar, corta”, destacou Sullivan Rodrigues. Com essa determinação e comprometimento é que vem conseguindo

manter uma receita mensal de R$ 540 mil com base nas cotas condominiais. Arrecadação maior que de muitas empresas de porte no mercado. A soma da receita com a criatividade do síndico tem trazido constantes novidades para os moradores. Destacam-se as atividades de dança de salão, treinamento funcional, muay thay e jump, entre outras. Antenado, o síndico Sullivan Rodrigues busca na tecnologia uma ferramenta importante de comunicação integrada entre a administração e os condôminos. “Tenho foco na comunicação, e hoje contamos com uma empresa parceira para nos ajudar no que diz respeito às mídias sociais usadas para a divulgação de tudo o que acontece em nosso resort”, finaliza.

Pulso forte e mão amiga Formado em administração de empresas e com alguns cursos da área no currículo, Sérgio Henrique de Almeida e Silva cansou de só observar as deficiências estruturais, financeiras e operacionais do edifício onde reside há 42 anos, na zona sul do Rio, e resolveu fazer parte da gestão do condomínio, com o apoio da CIPA. O síndico do Condomínio Arthur Silva está à frente da administração há quatro anos e foi reeleito para um mandato de mais dois anos. “Administro o condomínio com o conhecimento em gerenciamento e planejamento que adquiri. Acho que todo síndico

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Para o síndico Sérgio Henrique, uma boa administração é uma gestão transparente

deve ter pulso forte e mão amiga. Antes de procurar culpados, devemos procurar soluções”, afirma Sérgio Henrique. Segundo ele, os problemas encontrados começaram a ser resolvidos. Os estruturais foram solucionados com a autovistoria. Atualmente, o condomínio não deve nada à Prefeitura e as demandas trabalhistas herdadas foram quitadas. Com relação à parte financeira, o síndico consulta quase diariamente a CIPA, pelo computador ou celular, mantendo um controle rigoroso por meio de planilhas, o que o ajuda a programar as despesas e receitas do mês seguinte. Sérgio Henrique preza pela transparência das contas e colocou nos dois elevadores um display no qual informa tudo o que acontece no prédio. “Esta foi uma das melhores coisas que fiz. Uma administração transparente, na qual os moradores sabem de antemão qual o destino de seu dinheiro antes mesmo de eles receberem os balancetes”, ressalta. O prédio tem um fundo de reserva e, de acordo com o regulamento, o valor para as despesas extraordinárias só é aprovado com a assinatura do síndico e de um representante do conselho consultivo. E foi com essa gestão que o síndico conseguiu uma série de melhorias para o edifício. As portarias social e de serviço foram reformadas; o elevador, modernizado e os corredores, devidamente pintados. Por reformas também passaram o canteiro externo,

com a colocação de plantas ornamentais; o salão de festas; o PC de luz e a garagem. O prédio ganhou um sistema de câmeras interno de segurança e a instalação de sensores em todo o condomínio, além do embelezamento das cabinas dos elevadores. Algumas dessas iniciativas dispensaram a cobrança de cotas extras. Para Sérgio Henrique, não foram as obras e reformas as principais vitórias nesses quatro anos de administração. “Minha principal conquista foi conseguir montar uma equipe de funcionários disciplinados, coesos e amigos. Sem eles não teria sucesso. Isso me enche de orgulho e dá a certeza de que estou no caminho certo.” O síndico também tem outro aliado para sua gestão. “A CIPA tem um papel fundamental em meu sucesso, por meio de minha assessora, a sra. Maria das Graças. Ela é meu braço direito; na dúvida ligo direto para ela, que está sempre disposta a ajudar”, enfatiza. Toda essa colaboração contribui para o bom relacionamento com os 140 moradores. Há um controle de todas as pessoas que entram no prédio. Os inquilinos fornecem uma cópia do contrato de locação e o síndico faz questão de conhecer cada um dos moradores, sempre enfatizando a necessidade de manter em bom estado as dependências do prédio, uma obrigação de todos, e cumprir o regimento interno. Na gestão de Sérgio Henrique não há lugar para morador antissocial. De acordo com ele, antes de qualquer coisa, é preciso dialogar e mostrar que é imprescindível o convívio social. E foi com o regimento interno embaixo do braço que a administração conseguiu, por meios judiciais, retirar um condômino indesejável. “Nunca multei ninguém, mas estou sempre alertando os moradores sobre a necessidade de respeitar o regimento interno. Fizemos algumas alterações nele, atualizamos um regimento que era de 1963, com aprovação da AGE. Antes, porém, passei uma minuta para cada morador, na qual eles poderiam dar sugestões. Foi um avanço”, explicou. “Não existe mais espaço para pessoas que queiram se aventurar. Ser síndico requer tempo e desenvoltura para lidar com os problemas cotidianos”, finaliza Sérgio Henrique.

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O síndico Paulo Homero tem uma equipe interna de funcionários que o ajudam na administração do condomínio

Engajamento total Paulo Homero é síndico do Condomínio Sunview na zona oeste do Rio e também queria ver mudanças na forma de administrar o bem comum. E, a partir desse anseio, decidiu participar da gestão condominial. “Senti que estava na hora de contribuir com minha experiência de vida e encaminhar algumas ações de controle e melhoria da administração do condomínio. Tive que me engajar. Precisamos todos deixar de apenas criticar e partir para a ação. Para a execução”, afirmou o síndico. Há pouco mais de seis meses como administrador do condomínio de dois blocos com 150 apartamentos, Paulo Homero enfrenta problemas na gestão, como qualidade e atendimento de prestadores de serviços e inadimplência. Problemas que estão sendo tratados diariamente com rigor da administração. Com o importante apoio da administração interna, o síndico se reúne sistematicamente toda segunda-feira com ela e já conseguiu vitórias nesse pouco tempo que está à frente do condomínio.-“Conseguimos-controlar as despesas e estamos buscando o equilíbrio financeiro. Além disso, estamos tratando de pendências antigas e, de imediato, de novas questões, com a maior agilidade possível”, revelou. Ele também tem recebido apoio da CIPA, que acompanha o ritmo da gestão e está preparada para atender ao perfil do condomínio e do síndico.

Com o comprometimento de todos, houve avanços significativos no que diz respeito à substituição de contratos e melhoria nos serviços prestados ao condomínio. Paulo Homero prima por compartilhar as questões e as decisões, mas não deixa de tomar as atitudes necessárias para o bom andamento da administração. O síndico também se pauta na convenção do condomínio e no regimento interno para solucionar alguns problemas, como o relacionamento com os moradores mais problemáticos. “É preciso muita atenção, calma e bom senso. Usar sempre os instrumentos que temos nas mãos, como a convenção e o regimento interno. Ainda convivemos com uns poucos condôminos que não entendem seu papel na comunidade”, explica. Outra importante ação do condomínio é manter um supervisor de equipe e um encarregado de manutenção, ambos experientes e disponíveis para atuar nas emergências. Além disso, há uma gerente à disposição, que pode e deve ser acionada nessas situações, para tomar as devidas providências. Para Paulo Homero, não é fácil atuar nessa função de síndico. “Decidi assumir esse posto por livre e espontânea vontade. O mesmo aconteceu com a subsíndica e os integrantes do conselho. Inclusive, para termos a tranquilidade necessária para trabalharmos, abrimos mão do pró-labore ao qual teríamos direto”, disse o síndico.

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Dicas para uma gestão de sucesso • Ter um bom relacionamento com as pessoas. • Ser paciente e ter perseverança. • Procurar ajuda em caso de dúvida. • Ter o perfil para gerenciar funcionários, condôminos de todas as idades e fornecedores. • Saber agregar valor à equipe. • Promover a integração entre os moradores. • Incentivar a participação em assembleias. • Ser firme, mas tranquilo, de forma que todos respeitem a convenção e o regimento interno.

Curiosidades A palavra síndico é de origem grega, “sýndikos”. No Brasil, o síndico passou a existir oficialmente em 1964, quando foi instituída a Lei Federal 4.591. No Dia do Síndico é também comemorado o Dia de São Jorge.

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Muita comemoração em abril! Mês de celebrar o Dia do Síndico e o aniversário da CIPA Abril sempre foi um mês muito festivo para a CIPA, afinal, ele nos remete à fundação da empresa pelo saudoso Mario Mendonça Carneiro da Cunha, em 23 de abril de 1954. Somado a isso temos ainda, na mesma data, o Dia do Síndico, aquela peça importantíssima na administração dos condomínios. Desde sua criação, há 62 anos, a CIPA vem buscando prestar um serviço de excelência a seus clientes, oferecendo serviços de qualidade com tecnologia de ponta e funcionários altamente capacitados. Atualmente, a empresa é uma das maiores administradoras do Brasil, empregando cerca de 400 funcionários e gerando outros empregos indiretos em diversos fornecedores. Sua atuação abrange ainda as áreas de locação e venda de imóveis, de seguros e de gestão operacional, por meio da contratação de síndicos para atuar nos condomínios residenciais e comerciais. A equipe CIPA não mede esforços para atender às necessidades de seus clientes e oferecer soluções imobiliárias ágeis, eficientes e completas, garantindo uma gestão patrimonial informatizada, moderna e inovadora. E é por essas e outras atitudes que a empresa é reconhecida no setor como uma das melhores e maiores do Brasil, tendo sido agraciada com o Prêmio Master Imobiliário, concedido pela Ademi, por seu serviço especial Instale CIPA, voltado para a instalação de novos condomínios.

A tradição de ser uma empresa sólida e inovadora nunca deixou a CIPA acomodada. Ao contrário: constantemente, são adotadas novas práticas que deixam a vida dos clientes mais descomplicada, e isso acontece graças ao comprometimento de profissionais atentos ao dia a dia dos clientes, à legislação vigente e ao mundo globalizado, que, a todo momento, oferece novos desafios. A nossa Missão reflete nossa constante busca: “Oferecer soluções em Negócios Imobiliários e Seguros, garantindo bem-estar e valor para clientes, colaboradores e acionistas”. E nossa Visão também expressa nosso dia a dia: “Ser a marca referência nos negócios em que atua, reconhecida pela geração de valor”. A diretoria da CIPA agradece a sua equipe a dedicação e parabeniza os síndicos por seu dia. A você, cliente, nossa sincera gratidão pela confiança em nossos serviços.


Cláudio Affonso

Gerente Geral de Condomínio

Amauri Soares

Gerente do Setor de Locação

Agnaldo Teixeira

Gerente do Setor de Venda de Imóveis

Marlon Rosalvos

Gerente do Setor de Locação

“Estamos em festa! Nossa CIPA comemora mais um ano de sucesso. Sucesso pelo aniversário e pela modernidade que temos implementado ao longo dos últimos anos, com novas soluções, serviços e informações aos condomínios. Sem dúvida, um presente para a CIPA e para nossos clientes síndicos, afinal, comemoramos juntos a cada ano, na mesma data, 23 de abril. Nossa parceria começa aí!”

“Feliz aniversário, CIPA! Essa jovem de 62 anos ativa, moderna, antenada e que adora proporcionar bem-estar a seus clientes. No segmento de Locações de Imóveis, as mudanças e melhorias foram grandes ao longo desse tempo. Especialmente nos últimos seis anos, em que atualizamos nossa estrutura tecnológica e investimos em um novo sistema, que proporciona aos clientes (proprietários, inquilinos e interessados) grandes benefícios, como autoatendimento e consultas on-line. Ainda não acabou, pois estamos preparando mais serviços e atualizações constantes. Os parabéns valem para todos nós!!!”

“Parabéns para a CIPA que, mesmo com o passar dos anos, se mantém jovem e cheia de energia! A CIPA se renova para acompanhar as melhores práticas do mercado no assessoramento a seus clientes e na compra e venda de imóveis, investindo em tecnologia e visibilidade; busca diferenciais e mantém o firme compromisso de servir seus clientes, lutando contra as adversidades e objetivando confirmar o slogan que usamos: “Bem-estar em condomínios e imóveis.” Vida longa à CIPA!”

“A CIPA, sempre pensando em proporcionar bem-estar a seus clientes, investiu no desenvolvimento da própria corretora de seguros há mais de 29 anos, selecionando e desenvolvendo os melhores profissionais do mercado nesse segmento. Sabemos o quanto nossos clientes batalham para conquistar seus bens e a necessidade que possuem de protegê-los. É nessa hora que a CIPA Corretora de Seguros entra em cena, com toda a sua solidez e representatividade no mercado de seguros, para garantir as melhores opções com a máxima segurança e confiabilidade necessária.”

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Condomínio por Jeniffer Martins

Você sabia que a tubulação de gás do condomínio também precisa ser trocada? Procedimentos corretos fazem a diferença na instalação de uma nova canalização de gás natural Indispensável em quase todos os setores da sociedade, o gás é utilizado nas indústrias, nos automotivos, no comércio e nas residências. Tais aplicações se tornaram tão comuns em nosso cotidiano que sequer paramos para pensar que cozinhamos, aquecemos a água no chuveiro e no fogão e até mesmo abastecemos o carro com o gás. Entretanto, estamos lidando com um combustível altamente inflamável que exige muitos cuidados não só em seu manuseio, mas também na manutenção de sua tubulação.

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Diante de tantos acidentes com gás noticiados na mídia e em se tratando de condomínios, tanto a instalação de gás como a manutenção dos canos são de responsabilidade e incumbência do condomínio. Composta de diferentes canos, todos individualizados, cada qual servindo a uma unidade, a tubulação de gás, muitas vezes, requer reparos e até mesmo necessita ser trocada por uma nova. Essa canalização deve receber maior atenção, pois casos de vazamentos podem apre-

sentar potencial de perigo e causar incêndios e até explosões. É o que explica Gilson Rodrigues, responsável pela empresa Tecméier, que há 31 anos oferece assistência técnica especializada em tubulação de gás. Gilson ressalta que é recomendada uma nova instalação de gás no condomínio quando surgem vazamentos. “A tubulação de gás não tem tempo determinado para a troca, porém, com a conversão de gás manufaturado para GN (gás natural), há aumento na pressão inter-


Por causa de vazamentos na instalação antiga de gás, uma nova tubulação está sendo inserida no condomínio”, diz Flávio Perricone, síndico do Condomínio Masaccio

na da tubulação. Sendo assim, o encanamento antigo, de 30, 40 ou mesmo 50 anos, não resiste por muito tempo sem apresentar vazadura.” Para identificar se a tubulação é antiga, basta se basear na idade da construção do prédio. A tubulação embutida segue por dentro das ferragens das colunas, geralmente são bem protegidas das intempéries naturais, mas dificulta a visualização de danos. Reparos também podem ser feitos com resina seladora, que também é usada preventivamente em locais com vazamento para recuperar a tubulação. Ao se levar em conta o perigo que uma tubulação antiga pode oferecer a todos os moradores, o especialista fala que ela pode apresentar vazamento a qualquer hora. São incalculáveis os danos causados por uma tubulação que vaza, pois coloca em risco vidas e bens materiais, que em poucos minutos podem se transformar em cinzas. Gilson orienta que condomínios e funcionários fiquem atentos ao cheiro forte que o gás pode emanar. Outro ponto a se observar e acompanhar é o aumento do valor da conta, o que se verifica pelo o aumento repentino de metros cúbicos discriminados ali. O grande risco é acumular gás em áreas confinadas, o que pode acarretar grande explosão, gerando, assim, mui-

tos transtornos à coletividade. É importante que cada morador faça sua parte, cuidando de seu aparelho a gás para que sinistros não aconteçam. É necessário que o síndico realize o teste de estanqueidade, também conhecido como teste de vazamento, um processo que verifica a integridade de uma peça ou componente quanto a vazamentos. É um passo importante para controlar a qualidade das peças e saber as reais condições da tubulação do prédio. De acordo com a CEG, não existe um prazo de validade para a tubulação. Se o prédio for novo, por exemplo, o projeto precisa ser aprovado por ela, e o fornecimento de gás só é liberado se tudo estiver rigorosamente de acordo com as normas técnicas vigentes. Se o prédio for antigo e algum morador ou síndico sentir cheiro de gás, a recomendação é que ele entre em contato imediatamente com a emergência da prestadora de serviço, pelo telefone 08000-240197, que funciona todos os dias, 24 horas. A CEG é a empresa responsável pela distribuição/fornecimento de gás natural. A empresa não faz manutenção e/ou troca de tubulação. A Gás Natural Serviços é uma empresa que pertence ao mesmo grupo operador da CEG, mas que atua de forma independente, oferecendo uma gama de serviços: instalação e conversão

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de equipamento; construção e manutenção de instalações internas; soluções energéticas para condomínios, comércio e indústria. O tempo médio para a realização da obra de construção de uma nova tubulação é relativamente rápido, entretanto, em alguns casos, pode ser mais demorado em função da mobilidade dentro do condomínio. Muitas vezes torna-se difícil alcançar os andares mais altos, sendo preciso usar a área interna do prédio, que geralmente é utilizada por um morador. Como toda obra tem um custo, a instalação de uma nova tubulação de gás não é barata, pois são usados tubos de cobre e conexões, materiais de valor elevado porque seus preços são indexados ao valor do dólar. É o caso do Condomínio Masaccio, que fica na zona este do Rio. O síndico Flávio Perricone conta que, desde a gestão anterior, uma nova tubulação de gás está sendo construída no condomínio. O síndico, que está à frente do prédio de 160 apartamentos, acredita que a obra será onerosa, pois a tubulação antiga, que era embutida, foi desativada. “Foram detectados vazamentos na tubulação antiga e ficou inviável fazer uma tubulação embutida num prédio

com 37 anos. Mesmo gastando um pouco mais por utilizar canos de cobre, optamos por usar outra tubulação, agora aparente, que garante maior segurança a todo o condomínio”, diz Flávio, que há 10 meses é síndico do Masaccio. A obra, que já está em fase de acabamento, foi decidida em assembleia e parcelada em cotas extras em 24 meses. “Nunca tivemos casos de sinistro com gás no condomínio, por isso mesmo prezamos pela manutenção de nossa instalação”, finaliza ele, que indica a outros síndicos procurarem empresas que, além de serem regularizadas pelo Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (CREA), também tenham conhecimento dos processos da CEG e das Normas da ABNT, realizem o teste de estanqueidade e aprovem primeiro o projeto na CEG. Selecionar uma boa empresa é fundamental na hora da prestação desse tipo de serviço. Aconselha-se que os síndicos façam uma escolha minuciosa de quem fará a construção da nova tubulação. É importante que seja realizada uma pesquisa de mercado, assim como a avaliação do tempo de existência da empresa, que deve ser devidamente credenciada no CREA.

Em caso de vazamentos de gás sem fogo no condomínio: • feche o registro de gás; • afaste as pessoas de local; • não acione interruptores de eletricidade; • desligue a chave geral de eletricidade somente se ela estiver fora da residência; • não fume nem acenda fósforos ou isqueiros; • se a vazão ocorrer em ambiente fechado, abra portas e janelas; • entre em contato com a empresa distribuidora de gás e, em casos mais graves, com o Corpo de Bombeiros.

Serviço CEG www.gasnaturalfenosa.com.br Tecméier Assistência Técnica www.tecmeier.com.br

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Segurança Por Karina moura

Blinde-se!

Telas de proteção são cada vez mais comuns em condomínios, pois garantem a segurança dos moradores contra riscos Uma ferramenta de segurança que não dá margem para erros. Muito comuns nos condomínios, as telas de proteção podem ser usadas de diversas maneiras – para garantir segurança e cobertura do local. Geralmente utilizadas para a proteção de janelas, elas podem resguardar o ambiente de diversos acidentes domésticos com crianças e animais, e alguns modelos são úteis para prevenir a entrada de insetos no ambiente. A tela de proteção pode ser usada em vários ambientes em um condomínio: na sacada, na quadra poliesportiva, na piscina, nas escadas e até mesmo nos parquinhos. Tem vida útil de quatro anos e, após esse período, o material apresenta desgaste natural por causa da exposição ao sol e à chuva. Além disso, os ganchos que seguram as redes podem apresentar pontos de ferrugem, que ajudam no rompimento das cordas de sustentação. Segundo o sócio da empresa Redelar, Arthur Ramos, é de extrema importância procurar redes aditivadas e resistentes à ação do tempo. “A maioria das telas utilizadas é feita de polietileno de alta densidade, 100% virgem, para garantir a segurança do local protegido; não pode ser utilizado polietileno reciclado. Em condomínios, as telas têm múltiplas aplicações: podem servir

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A síndica do Condomínio Felicitta, Bernardete Oliveira, afirma que está sendo cada vez mais comum a instalação de telas mosquiteiro

para proteger os brinquedos, as janelas, o play, as escadas, as piscinas, os prismas de ventilação e as quadras de esportes, tanto no teto quanto nas laterais, ou resguardar qualquer lugar que apresente risco e necessite de segurança”, explicou Ramos. Hoje disponível no mercado encontramos dois tipos de material de redes de proteção: poliamida e o polietileno. A poliamida, também conhecida como náilon, é

semelhante a um tecido, menos resistente à ação do tempo, pois não é impermeável, e possui vida útil mais curta. Ela é mais indicada para ambientes internos. Já a rede de proteção feita de polietileno possui um aspecto plástico, sendo impermeabilizada e forte contra a ação do tempo e do desgaste. Essas redes têm a mesma resistência à tração que o aço, porém são sete vezes mais leves e, por isso, mais adequadas a sacadas e janelas. No Condomínio Vivendas, com dois blocos e 44 apartamentos, localizado na zona norte, o síndico Gilberto Carlos, além de colocar telas de aço na lateral da quadra de esportes, para que as bolas não voassem e machucassem as pessoas na área ao redor, resolveu cobrir o local com rede de proteção, o que acabou impedindo uma tragédia. “No início, coloquei mais para proteção e prevenção. Até que um dia realmente aconteceu um acidente. O parapeito de uma das varandas do prédio caiu e a tela de proteção amorteceu o impacto. Isso ocorreu há dois anos. Olha o perigo! As crianças estavam se preparando para utilizar o local”, lembrou o síndico. As telas de proteção costumam variar de preço. De acordo com Arthur, o serviço é relativamente bem mais barato quando


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comparado com outros sistemas de proteção, como grades de alumínio ou ferro. “Geralmente, o serviço de instalação é cobrado por metro quadrado e em média custa entre R$ 30 e R$ 40. A instalação é feita com a utilização de ganchos de aço para a fixação das redes”, destacou o sócio. Na época, segundo o síndico do Condomínio Vivendas, o gasto foi relativamente razoável. “Gastamos R$ 2 mil na tela da quadra poliesportiva. Aqui no condomínio é muito comum encontrar, nas varandas, a proteção também, principalmente nos apartamentos que têm animais e crianças”, pontuou Gilberto. Como citado anteriormente, as telas, usualmente, são utilizadas para a prevenção de acidentes com crianças. Em contrapartida, existem pessoas que não confiam na eficácia da tela e optam por instalar grades de proteção. É o caso da moradora do terceiro andar de um dos prédios do Condomínio Conjunto Residencial, na zona norte, Isabelle Goes. Segundo ela, é comum ver grades nos apartamentos do condomínio. “O Pedro tem 6 anos e colocamos a proteção na janela desde que ele nasceu. Optei pelas grades de alumínio por serem mais resistentes, pois não confio em telas. Já ouvi dizer que elas se rompem com o tempo, rasgam e que algumas marcas não suportam o peso que deveriam suportar”, explicou Isabelle. Segundo a mãe do Pedro, a proteção já salvou a vida do filho. “Meu filho já puxou uma cadeira e quis olhar lá embaixo. Como tem a grade, ele não caiu. Meu conselho como mãe é colocar proteção em todos os lugares abertos. Se o regime do condomínio não permitir grades, coloque telas”, disse.

Regulamentos internos do condomínio e redes de proteção Para que não haja problemas futuros, antes de contratar uma empresa para realizar o serviço, o ideal é buscar informação com o síndico, pois alguns condomínios podem alegar que a proteção está alterando a fachada do prédio. É extremamente importante que tudo esteja dentro das normas do condomínio. Mesmo popularizadas, as redes de proteção ainda geram debates sobre a 30

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legalidade de sua instalação, pois alguns condomínios entendem que elas alteram a fachada. Em condomínios e edifícios, as vantagens do uso de tela sobre as grades de ferro ou de alumínio é proporcionar segurança sem alterar a harmonia arquitetônica do edifício, com a vantagem de ela poder ser removida a qualquer hora. Não existe lei específica sobre a colocação de redes de proteção em condomínios. Entretanto, essa prática já se tornou costume, uma vez que cumpre, de forma eficaz, sua função, com baixo custo e sem alterar a fachada dos edifícios.

Isabelle Goes: “Optei pelas grades de alumínio por serem mais resistentes.”

Telas contra mosquito Em tempos de Zika, qualquer proteção contra o mosquito é válida. Mesmo usando o repelente, existem lugares em que a concentração de mosquitos é tão grande que é necessário colocar tela mosquiteiro. O sócio da empresa Telamosquiteiro, Ivanildo Rangel, destacou que a demanda aumentou nos últimos meses. “As redes de proteção são geralmente instaladas na zona oeste, sobretudo em apartamentos na Barra da Tijuca e no Recreio dos Bandeirantes, por causa dos últimos acontecimentos ligados à transmissão de doenças por mosquito”, frisou. Foi o que aconteceu no Condomínio Felicitta, com cinco blocos e 230 apartamentos, localizado na zona oeste. A síndica Bernardete Oliveira afirma que está sendo cada vez mais habitual a instalação de telas mosquiteiro. “É comum ver apartamentos com telas, mas, agora, com a onda de doenças transmitidas por mosquito, alguns moradores


“No início, coloquei mais para proteção e prevenção. Até que um dia realmente aconteceu um acidente”, lembrou o síndico Gilberto Carlos, do Condomínio Vivenda

já estão colocando a tela mosquiteiro para proteção. Nosso regimento interno permite a instalação”, lembrou. Em média, segundo Ivanildo, uma tela de proteção custa R$ 130. “É um valor médio de mercado. A manutenção pode ser feita a cada dois anos, quando há alguns cuidados. Em outros casos deve ser feita a cada ano”, concluiu.

Conservação Por estarem na área externa, as redes de proteção estão expostas a fatores climáticos, como chuva, sol e maresia. Assim, elas precisam de cuidados que garantam maior durabilidade e não coloquem em risco a segurança. A garantia dessas redes varia de três a seis anos. Quando são instaladas nas piscinas, a garantia é menor, de 18 meses, porque o contato prolongado da rede com a água da piscina, sobretudo no momento do tratamento da água com cloro, desgasta o material, motivo pelo qual é fundamental testar periodicamente a resistência das redes, pressionando os fios das malhas e as cordas. Mesmo considerando seu material altamente resistente, os fabricantes recomendam evitar que crianças subam ou se pendurem nas redes. Produtos químicos abrasivos e de limpeza não devem entrar em contato com elas; e é imprescindível evitar o contato de objetos pontiagudos e cortantes.

Escolhendo uma tela Separamos, a seguir, alguns tópicos importantes para que seu condomínio não caia em uma furada. • Pesquise as marcas existentes no mercado com garantia ISO e certificado de qualidade do fio e das cordas. • Fique atendo ao tempo de duração do produto, pois pode não estar coerente com sua necessidade. • Verifique se o material é 100% eficaz, pois não adianta instalar uma proteção no local que não atenda às expectativas desejadas, podendo colocar em risco a vida de pessoas. • Consiga referências da empresa que vai instalar as telas de proteção. • Exija nota fiscal, pois é a garantia do serviço e da procedência do material. • Não existe no mercado empresas de instalação de redes de proteção que sejam fabricantes da própria rede. • Redes de polietileno recebem tratamento antioxidante para retardar o envelhecimento e proteção contra os danos da exposição ao sol e ao tempo para evitar a rápida degradação. • Para sua segurança, exija rede com fita de autenticidade do fabricante. • A instalação deve ser feita com ganchos de aço zincado ou inox para bucha S 8, de marcas conceituadas no mercado.

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Reforma

Não espere até o próximo verão. Manutenção na piscina já! Tudo que os síndicos precisam saber para começar a reforma e se preparar para a estação mais desejada do ano No verão, uma boa opção para se refrescar é aquele banho gostoso na piscina do condomínio. No entanto, a intensidade do uso da piscina típica dessa época pode trazer transtornos que podem ser evitados. Alguns cuidados são necessários para que a diversão não vire dor de cabeça. Não importa se a piscina é de azulejo, fibra ou vinil, com o tempo, é comum o surgimento de problemas. Você pode até achar que não, mas a manutenção e talvez até uma reforma da

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piscina podem ser necessárias depois de um tempo, para proporcionar rejuvenescimento do local e prevenir problemas mais graves, como os casos de infiltração. Segundo a Associação Nacional de Fabricantes de Piscinas e Produtos Afins (Anapp), quando uma piscina não recebe tratamento adequado, podem surgir proliferação de fungos no rejunte, ressecamento do revestimento e desgaste da fibra, que pode não suportar e rachar, causando um problema ainda maior.

A reforma nas piscinas é um serviço muito demorado, na grande maioria das vezes, mas precisa ser executado por profissionais que entendam do assunto e que saibam o que está sendo feito. Cada tipo de piscina tem técnicas diferentes a serem aplicadas, por isso, cada uma delas terá uma execução diferente da outra. De acordo com Franck Limonne, diretor da Desjoyaux Piscinas, os problemas mais comuns enfrentados pelos condomínios es-

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POR Karina moura


Qualquer superfície que tenha contato com água ou umidade tem que receber tratamento próprio, o que impedirá que as estruturas sejam danificadas pela umidade, protegendo-as de desgaste, fissuras, fungos, corrosão das armaduras, deterioração do concreto e descascamento do local, entre outros problemas. Segundo Limonne, é importante lembrar que nenhum revestimento tradicional ou rejunte impermeabiliza piscina. “Essa função é reservada ao impermeabilizante. As opções no mercado são muito escassas; existem basicamente duas alternativas mais comuns – argamassa polimérica e manta asfáltica, que é a mais conhecida, porém, infelizmente costuma dar problemas. Para tentar sanar essa questão, trouxemos com exclusividade da França um revestimento confortável que serve ao mesmo tempo de impermeabilizante e acabamento”, explicou o diretor da Desjoyaux Piscinas. O local a ser impermeabilizado, de modo geral, determinará o que deverá ser feito e o produto a ser utilizado. O ideal é que esse processo seja previsto já no projeto do imóvel, no momento da execução da obra. Outros fatores relevantes são o tipo e a inclinação do solo, a quantidade de água ou umidade prevista para o ambiente, a condição das estruturas e o fato de a utilização ser interna ou externa. É extremante importante que a impermeabilização seja feita por um pro-

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tão relacionados com o curto prazo das garantias concedidas pelas construtoras. “O prazo é de cinco anos, porém, quando passa esse período, o síndico enfrenta dificuldades para entrar em contato com a construtora ou com o empreiteiro que realizou o serviço. Caso já tenha feito alguma reforma e o problema não tenha sido solucionado, não persista no mesmo sistema de conserto. A dica é: se deu errado uma vez, não insista!”, destacou. No Condomínio Residencial Clube, localizado na Baixada Fluminense, o problema na piscina surgiu logo após a entrega das chaves pela construtora. Com seis prédios e 780 apartamentos, o síndico teve que entrar em ação rapidamente, após uma vistoria do zelador na área de lazer, justamente para não perder o prazo da garantia. Segundo Caroline Gonçalves, auxiliar administrativa do condomínio, o síndico de imediato entrou em contato com a empresa responsável. “Nosso problema foi infiltração. A manta se deteriorou com o tempo e gerou vazamento embaixo da piscina. Não foi necessária a contratação de uma empresa especializada, pois a construtora fez o reparo sem nenhum custo. Ficamos mais de um mês sem poder usufruir da piscina”, lembrou. Um dos problemas mais graves e comuns é a infiltração. Para que isso não aconteça, é extremamente importante que o espaço seja impermeabilizado.

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fissional habilitado. “O síndico deve procurar uma empresa realmente especializada no tratamento de danos da unidade para efetuar um diagnóstico. Da mesma forma que não se pede a um cardiologista para cuidar de uma fratura. A experiência da empresa é fundamental, e ela tem que se comprometer com prazo, garantias claras e contrato de valor fechado. Aconselho sempre a pedir referências. A qualidade da mão de obra e, claro, sua fiscalização são fatores primordiais para evitar problemas. É unânime que arremates e detalhes são os pontos críticos das mantas asfálticas e onde podem surgir os problemas. Assim, ralos, projetores e tubos emergentes devem ser analisados com cuidado e a instalação, controlada e fiscalizada corretamente”, acrescentou Limonne. Casos de infiltração não estão necessariamente relacionados com a piscina propriamente dita. Às vezes, a reforma é necessária em seus arredores e em sua infraestrutura, por causa de problemas externos, como a ação do tempo, entre outros fatores que precisam ser resolvidos rapidamente para que o funcionamento da piscina não fique comprometido. Foi o que ocorreu no Condomínio Évora, localizado em Niterói. O defeito, decorrente da má impermeabilização do local, se deu na casa de máquinas da piscina, que fica embaixo do deque. A água proveniente da chuva acabou infiltrando a garagem subterrânea. O edifício, com dois blocos e 45 apartamentos e com apenas dois anos e meio de vida, ainda estava na garantia prevista em lei, de cinco anos. O síndico do edifício, Francisco

Síndico Francisco Canto: “Já tivemos alguns episódios de infiltração, um deles aconteceu na casa de máquinas da piscina”

Canto, recorreu à construtora para fazer o reparo. “Já tivemos alguns episódios de infiltração no prédio e recorremos à própria construtora para fazer o conserto, sem custo nenhum para o condomínio. O problema foi resolvido graças à utilização de material cimentício próprio para impermeabilização. Mesmo com o ocorrido, o funcionamento da piscina não ficou comprometido, pois o defeito apresentado foi externo”, pontuou Francisco. Para que não haja mais contratempos, o síndico fica de olho na região da piscina. “A manutenção é feita sempre. Dessa vez, foi somente um carro afetado, mas poderia ter sido pior”, afirma.

Serviço

Desjoyaux Piscinas limonnef@desjoyaux.com.br

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Vazamento na piscina: fique de olho!

• o “estrutural”, que ocorre quando a água se infiltra atrás do revestimento e encontra uma falha na impermeabilização da piscina (manta asfáltica) ou uma trinca na estrutura. Isso acontece porque o revestimento e o impermeabilizante estão colados no concreto; • o vazamento provocado pela má vedação dos dispositivos que furam a estrutura da piscina (ralo de fundo, projetores, aspiração e retorno) ou o desgaste dessa vedação; • pelas tubulações, que levam e trazem a água da piscina até a casa de máquinas, sendo o mais difícil de detectar e resolver, por causa de centenas de metros de tubulação.

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É bom lembrar que a água vai sempre buscar uma saída. Nas piscinas, os vazamentos são terríveis porque, além de comprometer a estrutura de concreto, resultam em elevado consumo de água, porque uma falha do tamanho de uma agulha pode significar a perda de centenas ou milhares de litros de água cada dia e chegar a comprometer, por infiltração no subsolo, a estrutura do imóvel. É muito importante identificar o tipo de vazamento, pois, dependendo, pode contaminar a água por elementos externos em estruturas enterradas. Existem três tipos de vazamento nas piscinas: Por isso, os vazamentos podem ser o primeiro sinal de que algo está errado com sua piscina. Em alguns casos, é muito difícil e caro identificar o local em que ele ocorre e, em muitas ocasiões, há a necessidade de uma obra grande e cara apenas para trocar um cano. Por essas e outras, sempre contrate uma empresa especializada para o serviço, pois o barato pode sair caro.

É hora da manutenção! Prevenir ainda é o melhor remédio. E, nesses casos, a manutenção e fiscalização do local podem precaver e amenizar o impacto dos problemas. De maneira geral, nas piscinas coletivas tradicionais, é recomendado efetuar uma manutenção pesada a cada três anos, sendo necessário esvaziá-la

para realizar esse serviço pontual. “Nosso zelador faz vistoria toda semana e nosso síndico faz a fiscalização, vê se está tudo direitinho, se não está minando água e se as bombas estão funcionando corretamente. Não queremos ficar sem essa área de lazer tão importante para o condomínio”, ressaltou Caroline, do Condomínio Residencial Clube. Na maioria dos casos, os serviços de manutenção têm custo elevado. “Fora os gastos relacionados com a água, o valor por metro quadrado para a reforma de impermeabilização e revestimento costuma oscilar entre R$ 150 e R$ 1 mil por metro quadrado”, frisou Limonne. Vale ressaltar que a piscina precisa de outros cuidados. Em uma piscina com pastilhas, por exemplo, quando estas desco-


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lam ou se mexem, além de provocarem risco de acidente, pode ser o primeiro sinal de que algo está errado ou o início de um vazamento. É necessário efetuar a troca das pastilhas caídas e das que ameaçam cair. Nesses casos, deve-se realizar manutenção periódica no rejunte, pois, com o tempo, ele pode ficar da cor verde ou escurecer, trazendo alguns outros problemas. Na zona oeste, a moradora da cobertura no Condomínio Marapendi, Juliana Coimbra, realiza revistas na piscina de seu

apartamento uma vez por ano, antes da chegada do verão. “Moro aqui há oito anos e, desde então, ficamos de olho na piscina, principalmente por medo de infiltração, pois a síndica do condomínio sempre alerta os moradores das coberturas. Graças a Deus nunca tivemos problemas tão graves assim”, pontuou Juliana. Mesmo assim, a moradora não saiu totalmente ilesa de problema. “Houve um desgaste na madeira do deque, pois pega muita chuva. Ficamos meses sem poder

utilizá-la. A bomba acabou dando problema e teve que ser trocada e o deque, refeito. Gastamos, na época, em torno de R$ 6 mil. Se não ficarmos atentos a essas pequenas coisas, podemos gastar muito mais dinheiro. Manutenção é prevenção!”, finalizou a moradora. Serviço

Desjoyaux Piscinas limonnef@desjoyaux.com.br

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CONDOMÍNIO POR Alessandra Ceroy

Conservar para valorizar

Sabe aquele prédio que parece novinho, mas que está ali há anos? Fundamentais para a conservação de qualquer construção, as obras nas fachadas fazem parte do cotidiano de quem administra edifícios Seja com pintura ou revestimento, as fachadas dos prédios são a cara dos condomínios. Quando malcuidadas, passam a impressão de sujeira, desleixo e falta de atenção com o patrimônio. Por outro lado, quando recebem a manutenção necessária, podem valorizar apartamentos, melhorar a estética do local e, acreditem, levar conforto para quem vive no interior das unidades. Mas quando seria a hora correta para realizar obras na fachada? Segundo especialistas, esse tempo varia de três a cinco anos, dependendo do tipo de material que a reveste. Já a norma da ABNT 5.674/2012 diz que a manutenção nas fachadas deve ser realizada a cada três anos. As normas da ABNT são recomendações técnicas, não têm força de lei, ressalvados os casos em que a própria lei assim estabeleça. Porém, são muitos os fatores que vão influenciar nesse período: a preparação adequada da superfície que recebeu a pintura ou o re-

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vestimento; a qualidade dos produtos utilizados; a mão de obra que fez o trabalho; se existe algum revestimento solto etc.

Obra de mestre Uma das obras mais comuns nas fachadas incluem pintura. Gisele Dias, supervisora da Pinheiro Tintas, explica que, principalmente nos prédios mais altos, as fachadas recebem muitas agressões externas, como a ação do sol, das chuvas, dos ventos e da mudança de temperatura. “Com o passar do tempo, se não for realizada a manutenção, a superfície vai se degradando, prejudicando a estética e proporcionando o aparecimento de problemas estruturais, como infiltrações, descascamentos e trincas”, avalia. “A cor também é um fator determinante. Cores mais escuras tendem ao desbotamento mais rápido”, avisa. Luiz Otávio Gomes Ribeiro, diretor técnico da Ricel Ribeiro Construtora e Em-


Flávia Codeco, síndica do Condomínio Montanha, em frente à fachada recém-reformada

preendimentos Ltda., conta que uma manutenção correta deve ser realizada a cada três anos para a pintura e a cada cinco para os outros revestimentos. Isso em condições normais, é claro. “É importante o responsável pelo condomínio fazer vistorias periódicas e, a qualquer problema, contatar uma empresa de engenharia especializada”, alerta. E conclui: “A manutenção feita no tempo certo, além de deixar o condomínio dentro da lei da autovistoria, o mantém em bom estado de conservação, evitando, assim, qualquer risco de acidente.” É importante ficar alerta aos sinais e contratar especialistas para analisar a situação geral, como revestimento solto, descolado e quebrado; rejunte ressecado; infiltração por baixo das placas cerâmicas etc. Dessa forma, se evitam o envelhecimento, a perda de brilho, o descascamento e eventuais fissuras que, em maior dimensão, podem causar infiltração. “Não há economia em postergar medidas de proteção. Ao contrário: os custos da reparação serão bem maiores no futuro”, explica Antônio Santos, sócio-diretor da Versailles do Brasil Reformas e Pinturas Ltda. Quanto à impermeabilização, Gisele Dias explica que, como o local está sujeito à ação das chuvas, caso não

esteja corretamente impermeabilizado, absorverá essa umidade, que aparecerá na forma de bolhas, manchas e descascamentos no lado interno das paredes. “Normalmente, esse trabalho é feito na ocasião da construção, por meio de aditivos na argamassa de emboço. Existem tintas com filme 100% acrílico que, aplicadas com o número correto de demãos, também impermeabilizam. Sem falar nas texturas acrílicas hidrorrepelentes, que também funcionam muito bem nas fachadas. Hoje temos uma grande variedade de métodos de impermeabilização com foco específico para cada tipo de fachada. Por exemplo, a impermeabilização elastomérica (emborrachada) forma filmes flexíveis e acompanha a movimentação da superfície da fachada, evitando que trincas apareçam – por causa da maior espessura de seu filme – e também ajuda a reduzir a temperatura. Com relação às tintas, há inúmeras opções no mercado. As de textura acrílica são ótimas opções, proporcionando um acabamento diferenciado com excelente durabilidade. Para conforto térmico, as de cor branca ou em tons mais claros refletem melhor a luz do sol, evitando a absorção de calor”, explica. Gisele Dias ressalta ainda: “A localização do imóvel é outro fator a

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ser considerado na hora de escolher a tinta. Existem as que resistem mais a mofo e maresia, para imóveis localizados próximo à praia, bem como tintas que dificultam a aderência da sujeira, indicadas para grandes centros urbanos, onde o ‘pó preto’ do monóxido de carbono das descargas dos automóveis tende a deixar a fachada suja mais rapidamente.” Sobre as fachadas com marquise ou varanda, como esses locais recebem a água da chuva de maneira mais intensa em função de sua localização, uma impermeabilização bem-feita antes da pintura é fundamental. Também é essencial que possuam um bom sistema de escoamento, a fim de evitar o acúmulo de água e futuras infiltrações. Antônio Santos lembra que as marquises obedecem a uma legislação especial e estão sujeitas ao Parecer Técnico de Segurança e Estabilidade Estrutural (DSEM). “Em princípio, a Prefeitura não dá licença para obras de recuperação de marquises. Se necessitar de reparação, elas devem ser

Deveres versus direitos versus preços

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demolidas. Em áreas de preservação ambiental, o tratamento é especial”, comenta. Uma situação comum é a alteração do tipo de fachada – retirar a pintura e colocar mármores; trocar pastilhas por outro tipo de cerâmica, entre outras mudanças. Porém, deve-se ter cuidado na hora de escolher o revestimento que entrará no lugar do antigo. “Em princípio, o novo revestimento será uma carga vertical com pequenas implicações estruturais. Especial cuidado deve-se ter com a fixação das placas pesadas, diante do risco de quedas. Nos casos mais significativos, o engenheiro calculista avaliará a capacidade residual de suporte do vigamento e dos pilares de sustentação das paredes externas”, explica Antônio Santos. É importante citar, ainda, que algumas edificações possuem restrições legais: “As imposições do Código Civil, no que diz respeito ao quórum privilegiado, e da convenção de condomínio terão de ser atendidas para se obter a licença de obras da Prefeitura”, alerta Santos.


Na prática No Condomínio Montanha, na zona norte do Rio, que tem 11 apartamentos e aproximadamente 30 moradores, Flávia Codeco, síndica há quatro anos, conta que foi realizada uma reforma total na fachada, pois estava com falta de pastilhas e precisando de pintura, além de empenas nas laterais. Ela conta que esta foi a primeira obra que realizou no local desde que se tornou síndica, mas que pretende refazê-la a cada cinco anos. Por causa do orçamento, Flávia optou por manter o tamanho da pastilha e realizar uma pintura sobre ela com nova cor. “Essa obra já estava prevista desde que foi finalizado o laudo técnico de vistoria predial, em setembro de 2013. Dessa forma, escolhi uma empresa, apresentei o orçamento para os condôminos em uma assembleia, definimos a mudança de cor e começamos o trabalho”, explica. Já no Condomínio Basileu, localizado na zona sul da cidade, que tem três blo-

cos, cada um com 82 apartamentos e cerca de 200 moradores, Marcelo Bastos, ex-síndico de um dos prédios, conta que, na última obra de fachada, fizeram a pintura e a recomposição de reboco danificado. “Quanto ao tempo de manutenção para uma próxima obra desse tipo, não temos um período fechado. Realizamos quando começa a apresentar alguma deterioração. Nesse caso, especificamente, contratamos um engenheiro, que acompanhou a obra, verificando as partes que necessitavam de recomposição e apresentavam risco de queda”, explica. Já em relação à mudança de padrão quanto ao que já existia, Marcelo explica que chegou a ser levantada a questão de alteração de material por causa do conforto térmico, que poderia beneficiar os apartamentos, mas tal mudança iria aumentar os custos da reforma. Então, decidiram em assembleia que não fariam essa modificação. Suely Miotto Farias, assessora de Condomínio da CIPA, explica que, para via-

Suely Miotto Farias, assessora da CIPA, orienta que, antes de começarem as obras, os síndicos busquem profissionais qualificados e credenciados perante seus conselhos de classe

bilizar uma obra, seja estética apenas ou por apresentar algum problema estrutural, faz-se necessária a convocação de assembleia específica. “Para as obras que visam à estética, qualificadas como voluptuárias, será necessário convocar assembleia para

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a apresentação do projeto, que deverá obter aprovação de dois terços. Depois deverão ser adotadas as medidas administrativas e legais perante os órgãos competentes”, explica. Ela orienta ainda que, antes de começarem as obras, os síndicos busquem profissionais qualificados e credenciados nos conselhos da classe, sejam arquitetos (CAU) ou engenheiros (CRA). Além disso, os condomínios devem seguir a norma 16.280, da ABNT, bem como a legislação municipal vigente.

Conservação adequada Conservar ainda é a melhor forma de evitar enormes gastos no futuro, isso todo mundo já sabe. E a limpeza é o primeiro item da manutenção preventiva. “Os resíduos, em geral, alimentam os fungos. Além deles, sementes de plantas carregadas por pássaros, ventos ou enxurradas são causadoras de sérios danos à estrutura, em razão de incrustações em lajes, vigas e pilares, que acabam por produzir trincas, rachaduras etc.”, alerta Santos, da Versailles. As edificações são constituídas por diversos tipos de material e componentes, os quais, ao longo do tempo, vão sofrendo processo natural de degradação por seu contato com o meio ambiente. Assim, alguns procedimentos devem ser realizados periodicamente para que es46

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sas construções se mantenham em condições satisfatórias com sua destinação. “Nos países desenvolvidos, a manutenção já está em um nível bem avançado, com a aplicação dos preceitos da terotecnologia, o estágio mais atual de sua evolução. Ele compreende a abordagem multidisciplinar (engenharia, finanças, administração etc.) e objetiva a redução dos custos de manutenção por meio do estudo do ciclo de vida das edificações. Essa manutenção pode ser estratégica, baseada em inspeções periódicas que levam à manutenção preventiva, o que evita a ruína e/ou a degradação da estrutura, prolongando, assim, a vida útil da edificação. Já a manutenção esporádica nasce da necessidade de intervenção em curto prazo e não está centrada em nenhum planejamento prévio”, complementa Antônio. Para os síndicos, um aviso: manutenção, conservação e a escolha de material de qualidade e mão de obra confiável. Essa é a equação para uma fachada bonita, segura e longe de problemas. Serviço Pinheiro Tintas www.pinheirotintas.com.br Ricel ricel@domain.com.br Versailles www.versaillesdobrasil.com.br


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Cidade por Lia Rangel

De olho nas caixas de gordura Manutenção periódica pode evitar problemas NOVIDADE

Confira a Jurisprudência sobre esse assunto na página 86.

As caixas de gordura de qualquer imóvel – casas, condomínios residenciais, comerciais ou mistos – são muito importantes para a eliminação dos dejetos produzidos pelos usuários. Sua principal função é evitar a contaminação da rede de distribuição de água. Ela funciona como uma barreira, pois impede a passagem de gordura e resíduos sólidos mais volumosos, deixando atravessar apenas a água para o encanamento da rua. Os detritos ficam armazenados na caixa e, para evitar que eles tenham acesso à tubulação, é preciso fazer a limpeza periódica dessas caixas. A gordura é responsável por entupir os canos e, com o tempo, isso pode fazer com que a água suja volte pelos ralos, causando mau cheiro, sujeira e riscos à saúde, além de alagamento das ruas, em tempo de chuvas fortes. A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), através da NBR 8160, especifica que, nas residências comuns, as caixas de gordura devem possuir capacidade para até 18 litros; já nos edifícios, como é comum haver uma caixa de gordura que atenda a todos os condôminos, a capacidade mínima vai depender do número de unidades de cada prédio. Para evitar atrair ratos e baratas, é aconselhável que a estrutura seja muito bem vedada. Além disso, é importante escolher um material resistente e construí-la em local de fácil acesso e bem ventilado.

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A síndica Marilda Freitas Ruback acredita que é importante recolher todo o óleo utilizado no condomínio para reciclagem

Lei determina limpeza periódica das caixas de gordura Desde 2009, a limpeza periódica das caixas de gordura das edificações do município do Rio de Janeiro é obrigatória. A determinação está contida na Lei Municipal nº 4.991. Além dos prédios residenciais, a obrigatoriedade abrange estabelecimentos em que se realizem atividades que incluam o preparo de alimentos, como bares, restaurantes, padarias, escolas, hotéis e hospitais. O art. 2º da referida lei diz que a limpeza das caixas de gordura deverá ser realizada por empresas devidamente licenciadas perante o poder público municipal. Caso o condomí-

nio não cumpra a lei, poderá receber multas, cujos valores serão graduados em função da gravidade e do risco potencial da infração, no valor máximo de R$ 10 mil. Segundo Francicleide Costa, sócia da Desentupidora J. Costa, empresa especializada em desentupimentos gerais, limpeza de fossas, caixas de gordura e ralos, que atende a todo o Rio de Janeiro, é preciso estar atento ao calendário de manutenção de limpeza das caixas de gordura. “A periodicidade recomendada para a limpeza das caixas de gordura do condomínio é de seis em seis meses. A falta de manutenção pode prejudicar os condôminos. O processo de limpeza dessas caixas é feito através de caminhões-tanque com mangueiras. É importante que o síndico ou algum funcionário supervisione o serviço para garantir que foi tudo feito corretamente. Nós também aconselhamos que os síndicos façam a manutenção da rede de esgoto, de águas pluviais e da rede de gordura, para evitar problemas emergenciais”, diz. Marilda Freitas Ruback é síndica do Condomínio Philippe, localizado na zona norte do Rio de Janeiro, há cinco anos e, recentemente, teve problemas com a caixa de gordura de lá. “Nossa caixa de gordura é um grande ralo sifonado. Quando ela é limpa superficialmente, ou seja, só é retirada a gordura sobrenadante da parte principal, o sifão pode reter resíduos que, com o passar do tempo, formam entupimento e impedem


que a água vá para as caixas de passagem. Como a água procura qualquer caminho possível, ela começa a penetrar no solo através de rachaduras nas caixas. Essas fissuras são causadas, em geral, pela acomodação do terreno, pelo próprio movimento dos carros na garagem e/ou pela erosão do revestimento da caixa, que é de cimento, causando um cheiro ruim na garagem, nos elevadores e até na entrada do prédio”, explica. A síndica conta que conseguiu solucionar o problema de maneira rápida e prática. “A questão foi resolvida com a limpeza adequada e, em seguida, também foram feitos o conserto e a impermeabilização da caixa. Esse trabalho foi feito à noite, sem causar transtornos para os moradores. Utilizamos cimento e uma resina de secagem rápida, para agilizar o serviço”, explica. A síndica Miriam Baldan está à frente do Condomínio Rio Branco, localizado na zona norte do Rio, há cerca de 25 anos, mas, mesmo com toda essa experiência, não escapou de ter problemas com a caixa de gordura do condomínio. “Nós temos um único prédio com 26 unidades e uma média de 60 condôminos. É um condomínio unicamente residencial. Usualmente, fazemos a limpeza das caixas de gordura a cada seis meses. Essa limpeza é realizada por uma empresa especializada, que utiliza um veículo com bomba de sucção. Ano passado houve a necessidade de fazer a restauração e impermeabilização das caixas”, diz.

Conscientização A limpeza das caixas de gordura de uso coletivo é de responsabilidade dos condomínios. Esse é o tipo de manutenção que deve estar presente no cronograma de afazeres do síndico e não pode ser esquecido, mas é importante que os moradores sejam informados sobre a importância de não jogar resíduos sólidos e óleo usado pelo ralo da cozinha, para que não seja preciso fazer limpeza extra das caixas de gordura durante o ano. Esse hábito é o principal causador de entupimento das caixas, por isso, é fundamental fazer campanhas de conscientização perante os moradores, para que eles saibam que atitudes como essa podem trazer grandes transtornos para a coletividade. A síndica Marilda Freitas Ruback acredita que os síndicos têm um papel fundamental no processo de passar in-

Para a síndica Miriam Baldan, além da conscientização dos moradores, é importante orientar o zelador para fazer a inspeção mensal do fluxo de água e a limpeza de manutenção preventiva

formações corretas para os moradores, estimulando mudanças de hábito e, consequentemente, colaborando para que o condomínio evite danos decorrentes dessa prática. “O ideal é recolher todo o óleo utilizado para reciclagem. Também é importante ensinar o profissional do condomínio a limpar periodicamente o recipiente, recolhendo a gordura sólida sobrenadante. É recomendável que os funcionários estejam atentos e observem, pela tampinha do sifão, se a caixa está retendo sólidos. Sugiro também maior atenção aos prédios com mais de 30 anos”, diz. A síndica Miriam Baldan também costuma passar recomendações aos moradores: “Nós sempre solicitamos que os condôminos não joguem detritos, gordura e óleo nas pias para evitar o entupimento das caixas de gordura. Além da conscientização dos moradores quanto ao uso, acho importante orientar o zelador para fazer a inspeção mensal do fluxo de água e a limpeza de manutenção preventiva”, diz. É muito importante associar duas ações para evitar problemas com as caixas de gordura: conscientização dos moradores e manutenção preventiva por meio de limpeza constante das caixas. Uma boa dica é realizar uma campanha para recolher o óleo vegetal utilizado pelos moradores. Muitas cooperativas compram esse óleo e o dinheiro pode ser destinado a pequenas melhorias no próprio condomínio. Serviço

Desentupidora J. Costa www.desentupidorajcosta.com.br

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Condomínio por Luciana Leall

Poços artesianos podem gerar economia de até 20% na conta Você sabe o que são e como funcionam? NOVIDADE

Confira a Jurisprudência sobre esse assunto na página 86.

Com a alta da inflação, economizar passou a ser a palavra de ordem do brasileiro. E é comum ouvir reclamações sobre os altos preços do pãozinho, da gasolina, do leite, do ovo, entre outros. Mas se a grande maioria desses produtos pode ser substituída por outros itens mais em conta, o que fazer quando a alta dos preços atinge justamente aquele artigo de necessidade básica, como a conta de água, por exemplo? Em busca de alternativas para reduzir custos e acabar com a falta d´água – iniciada com a crise hídrica, em junho do ano passado –, síndicos têm recorrido à perfuração de poços artesianos. Segundo estimativas da Associação Brasileira de Águas Subterrâneas do Rio de Janeiro, a cidade já ultrapassou a marca de 20 mil poços em funcionamento. Descubra, nesta reportagem, se a água oriunda do poço pode ser usada para consumo humano e quanto ela pode representar de economia no final do mês. A alta do preço da conta de água fez a síndica Leimar Azevedo, responsável pelo Condomínio do Ed. Orizzonte, na zona oeste da cidade, optar pela construção de um poço artesiano. Para ela, o investimento de

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Para a síndica Leimar, o alto custo da conta de água foi amenizado com a ajuda da água vinda do poço artesiano

aproximadamente R$ 5 mil reais já resulta em economia de quase 20% na conta mensal: “A água não é potável, mas serve para a limpeza e rega de plantas e representa hoje uma economia enorme na conta de água do condomínio.” Mas perfurar um poço artesiano e encontrar água é uma tarefa bastante complexa e exige muita atenção por parte do contratante, que deverá respeitar algumas etapas fundamentais. A primeira delas é

contratar empresas idôneas e que tenham experiência nesse tipo de serviço, além de consultar um geólogo (credenciado no Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia – CREA) para fazer a avaliação hidrográfica, ou seja, constatar que a região possui água. E a atenção continua, pois será fundamental, ainda, conseguir a licença de perfuração e, após o poço em funcionamento, a outorga do direito de uso da água. A boa notícia é que existem empresas no mercado aptas a conseguir a documentação necessária para a perfuração e utilização da água. É o caso da Acquamax, localizada no Rio de Janeiro. Segundo seu sócio-gerente, Rubens Férrer Filho, sua empresa perfura, faz a legalização, a filtragem e o tratamento da água encontrada: “Eu trabalho com perfuração há 27 anos, juntamente com a devida legalização. Tudo dentro das regras do estado, e cada vez mais a procura tem aumentado.” Para Férrer, o alto custo das contas de água e a falta do líquido nas torneiras foram dois fatores que levaram os consumidores a optar pelos poços. Ele exemplifica que, na


Barra, em média, o custo de mil litros de água equivale a R$ 9 na conta mensal. Mas se o condomínio tiver um poço artesiano, a retirada de até 12 mil litros de água por uma bomba (aproximadamente uma hora de uso) não passa R$ 0,60 na conta de energia elétrica. “A economia pode ser enorme, e cada vez mais as pessoas têm recorrido aos poços”, informa Férrer. Segundo estimativa de Humberto José Tavares P. de Albuquerque, presidente, no Rio de Janeiro, da Associação Brasileira de Águas Subterrâneas (ABAS), existem mais de 20 mil poços em funcionamento na cidade. Ele ressalta que a água coletada, em geral, está contaminada: “Dependendo da profundidade do poço artesiano, a água encontrada é do lençol freático, local de fácil contaminação pela rede de esgoto e resíduos químicos. É importante fazer testes para verificar o estado do líquido. Porém, a água não é potável para consumo – o que não é uma regra –, mas tem grande utilidade para lavar automóveis, jardins, calçadas e até para as descargas. Com toda certeza terá grande utilidade e vai gerar economia ao consumidor.” A profundidade perfurada para achar água vai definir se o poço será artesiano ou semiartesiano. Nos semiartesianos, por exemplo, a perfuração atinge, em média, 20 metros. Já nos artesianos, a profundidade pode atingir mais de 60 metros e, para tanto, terá que perfurar até rochas. E isso é uma característica desse tipo de poço. Nos dois casos, a água pode ser tratada e utilizada para outras finalidades, após análise química. Muitas empresas de perfuração costumam oferecer essa análise de potabilidade do líquido. De acordo com o Decreto-Lei 553/76, ainda que a água do poço seja boa para

ro existem poços em funcionamento, se a água é abundante e se o poço gerou economia para o morador ou condomínio. Segundo Férrer, o Rio de Janeiro possui poços em funcionamento em diversas regiões, e sua empresa atua na Barra da Tijuca, no Recreio, em Vila Isabel, na Tijuca, no Grajaú, na Região dos Lagos e na Baixada Fluminense. O custo para ter o próprio poço vai depender da profundidade: os valores podem variar de R$ 3.500 a R$ 5 mil.

Segundo o presidente da Associação Brasileira de Águas Subterrâneas, existem mais de 20 mil poços em funcionamento

consumo humano, ela não poderá ser misturada à água tratada, devendo ser armazenada em cisternas. Se a mistura ocorrer, o condomínio ou a residência pode ser notificado por órgãos reguladores. Caso tenha ficado interessado em ter um poço artesiano ou semi, saiba que, em alguns casos, é possível não encontrar água durante a perfuração do solo. É raro, mas acontece. Por isso, fique atento às cláusulas que constem em contratos para esse tipo de situação. Para o gerente da Acquamax, Rubens Férrer Filho, nos casos em que a água não é encontrada no poço, o valor estipulado em contrato como um sinal – aquele que damos para iniciar determinado trabalho – ficará com a empresa pelo trabalho realizado até ali. “A operação é de risco, não damos 100% de garantia que iremos encontrar água, apesar de estudarmos a região antes da perfuração. Em casos assim, o sinal fica conosco pelo trabalho efetuado e a contratante não precisa acertar o restante.” Esse tipo de informação reforça a necessidade de procurar empresas com experiência na função e idôneas. E, antes de fechar negócio, é bom verificar se no bair-

Tem água? Antes de perfurar um poço, confirme se sua região possui água abundante. Alerta Não misture a água do poço com a água tratada. Isso é crime e o condomínio poderá ser notificado por órgãos reguladores. Armazenamento O modo ideal de guardar a água é em cisternas apropriadas. Potabilidade É imprescindível realizar testes de resíduos químicos para verificar se a água pode ser consumida por humanos. Operação de risco Antes de fechar negócio, leia com atenção o contrato, em especial as cláusulas para os casos em que a perfuração não encontra água. Algumas empresas cobram apenas o valor dado como sinal pelo serviço realizado. Serviço

Acquamax (acquamax.vendas@gmail.com)

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Economia por Lia Rangel

Troca de síndico pode causar problemas de acesso à conta bancária do condomínio Bancos exigem cópia da convenção registrada no RGI A função de um síndico é muito trabalhosa e todos sabem disso. Assumir a gestão de um condomínio requer alguns conhecimentos básicos, além de uma dose extra de paciência para lidar com todos os contratempos e imprevistos da rotina condominial. Um problema que tem acontecido com maior frequência nos últimos anos é o bloqueio da conta bancária do condomínio. Esta não é uma dificuldade nova, mas continua pegando síndicos, de primeira ou décima viagem, de surpresa. O que acontece é que, quando um novo síndico é eleito, ele deve assumir as contas perante as instituições financeiras, mas os bancos solicitam uma cópia da convenção do condomínio registrada no Registro Geral de Imóveis (RGI), e nem todos têm esse documento. Foi o caso de Pedro Paulo Matos, que foi eleito síndico do Condomínio Primavera, localizado na zona sul da cidade, em outubro de 2015. Desde que assumiu a gestão, ele teve problemas com a instituição financeira que atende ao condomínio. “O banco Itaú Unibanco exigiu que eu apresentasse, além dos documen-

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Segundo Marcelo Borges, é importante que cada condomínio antecipe o registro de sua convenção para evitar transtornos

tos tradicionais (ata da eleição registrada em cartório e meus documentos pessoais), a convenção do condomínio, que já havia sido entregue quando da abertura da conta, e uma certidão do RGI, provando que a convenção havia sido registrada. Como eu

não tinha o documento que eles solicitaram, a conta foi bloqueada pelo banco. Demorou muito tempo para obter a tal certidão no RGI. Nesse período, a conta ficou bloqueada somente para saques. Nesse mesmo período, a CIPA conseguia depositar mensalmente o recolhimento da fração do 13º arrecadado pelo condomínio, ou seja, o bloqueio era apenas para retiradas. Todo o dinheiro que a CIPA depositou durante os 2 meses e 20 dias ficou parado na conta-corrente sem render nada, pois não podíamos transferi-lo para a aplicação em fundo”, conta. O condomínio em que Pedro Paulo Matos é síndico possui um bloco composto por seis unidades, com uma média de 180 condôminos. Para suprir as despesas do condomínio, o síndico conta com o auxílio da CIPA. “Nós tínhamos um saldo razoável com a CIPA, o que nos possibilitou arcar com nossas despesas operacionais correntes. Entretanto, o bloqueio da conta nos impediu de iniciar as obras de impermeabilização do pavimento térreo, cuja empresa já havia sido selecionada


O síndico Pedro Paulo teve a conta do condomínio bloqueada por quase três meses

por meio de um processo de licitação. A maior parte dos recursos para essa obra viria do fundo de reserva, que havia sido depositado e aplicado no banco”, conta. Marcelo Borges, diretor jurídico da Associação Brasileira das Administradoras de Imóveis (Abadi), explica que os bancos possuem a prerrogativa de estabelecer os parâmetros e a documentação necessária para a abertura de contas bancárias. “Por essa razão, entendemos ser lícita a exigência da apresentação da convenção registrada no Registro Geral de Imóveis, por força do que dispõe o parágrafo único do artigo 1.333 do Código Civil, ao estabelecer a necessidade de registro de tal estatuto para que ele seja oponível perante terceiros. No entanto, tendo sido a conta aberta e aceita pela instituição sem a apresentação da convenção registrada, entendemos ser ilícita a atitude do banco, em não promover a alteração cadastral, bloque-

ando, unilateralmente, a movimentação da conta”, explica. Para ter o mínimo de problema e prejuízo mediante uma situação como essa, o diretor jurídico da Abadi dá algumas dicas. “Primeiramente, recomendamos o registro da convenção, pois tal ato provocará segurança jurídica em vários relacionamentos do condomínio com terceiros, evitando o dissabor do bloqueio de uma conta. Caso o registro da convenção no RGI não exista, o síndico deve notificar a instituição financeira, fundamentando o fato de a conta ter sido aberta sem essa nova exigência, sendo incorreto o comportamento de bloqueio de recursos financeiros pertencentes ao condomínio. Caso o banco mantenha a postura, a alternativa será a propositura de uma ação judicial com pedido de perdas e danos em razão da não liberação de recursos que pertencem ao condomínio”, explica Marcelo Borges.

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"A conta só foi liberada depois da apresentação da certidão do RGI e da convenção," diz o síndico Pedro Paulo

Bloqueio de conta não é caso isolado

O que é a convenção do condomínio A convenção do condomínio é o documento que reúne as regras gerais do condomínio, como a especificação das áreas privativas e das áreas do condomínio; o uso e destino a ser dado a cada área; o modo de usar as instalações e os serviços comuns; a forma e a proporção do rateio das despesas ordinárias e extraordinárias e do fundo de reserva; a forma de eleger o síndico e o conselho consultivo; as atribuições do síndico; a forma e os prazos de convocação das assembleias gerais e o quórum para os diversos tipos de votação. Na convenção também está previsto a elaboração do regimento interno (RI), documento que determina as regras para a utilização das áreas comuns. O RI faz referência ao dia a dia do condomínio, como os horários estabelecidos para o uso dos espaços destinados ao lazer, como piscinas e quadras esportivas; fala também do relacionamento entre condôminos e funcionários do prédio; sobre as regras de utilização dos elevadores por crianças

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e entregadores; os animais admitidos no prédio e a segurança do condomínio, entre outras especificações que fazem parte da rotina condominial. A convenção de um condomínio pode ser instituída por escritura pública ou documento particular, mas, em qualquer caso, deve ser registrada no cartório de registro de imóveis no qual se encontra registrada a edificação. Para qualquer tipo de alteração na convenção, é necessária a assinatura, em assembleia, dos condôminos que representem, no mínimo, dois terços das frações ideais. Também é fundamental que essas mudanças sejam averbadas no cartório de registro de imóveis onde a convenção anterior tiver sido registrada. Tudo o que está descrito na convenção vale para os condôminos que a assinaram, os que não compareceram e todos os que adquiram ou que ocupem o imóvel, já que, por estar registrado em cartório, ninguém pode alegar desconhecer os termos presentes no documento.

Outros casos como o do síndico Pedro Paulo acontecem sempre, não só no Rio de Janeiro, como no exemplo que o próprio síndico cita. “Descobri, ao longo do processo e da longa espera, que eu não era o único a ter esse tipo de problema. Um síndico de Belo Horizonte, que fora eleito como eu, também não conseguiu gerir a conta do condomínio, tendo ficado mais de cinco meses com os recursos financeiros congelados. O importante é informar aos futuros síndicos de condomínios desavisados que tenham conta nesse banco que, ao tentarem passar a gerir suas contas, terão o mesmo problema. No meu caso, a conta só foi liberada depois da apresentação da certidão do RGI e da convenção”, diz. Mas este não é um problema exclusivo do banco Itaú, outros bancos também exigem essa documentação, por isso, é importante que esteja tudo em dia, como sugere Marcelo Borges: “É importante que cada condomínio antecipe o registro de suas convenções para evitar transtorno, pois não só os bancos, mas a Receita Federal também pode criar problema em razão da ausência de registro. Recomendo um contato com sua administradora para os procedimentos necessários”, diz.


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panorama

Secovi Rio apresenta resultados de 2015 e perspectivas para os próximos anos Em 2015 o Sindicato da Habitação se fortaleceu como o principal representante do segmento de comércio e serviços imobiliários. Nesse período realizou cerca de 4.100 atendimentos jurídicos aos seus representados, capacitou 2.500 pessoas nos cursos elaborados pela universidade corporativa, acompanhou 334 projetos de lei que pudessem interferir negativamente no setor, ampliando campanhas de responsabilidade social, como a de doação de sangue, em parceria com o Hemorio, entre outras ações. Os resultados do exercício de 2015 do sindicato foram apresentados pelo presidente da entidade, Pedro Wähmann, em março, durante um café da manhã na churrascaria Fogo de Chão, em Botafogo, ao qual compareceram 140 empresários do setor imobiliário e síndicos. “O momento político e econômico que estamos vivendo nos convida a uma reflexão. Para onde estamos indo? O que podemos fazer para aumentar nossa produtividade? Mais do que nunca é preciso ter criatividade, engajamento, foco, coragem etc.”, disse ele, que apresentou os principais resultados da entidade ao lado dos diretores Leonardo Schneider, Ronaldo Coelho Netto, João Augusto Pessoa, Alexandre Correa e Maria Teresa Mendonça, vicepresidente Financeira do Secovi e também diretora da CIPA. Wähmann citou um importante feito de 2015, a criação da Câmara de Mediação, que tem como objetivo resolver, de forma ágil, os conflitos imobiliários e que começa a atuar já no primeiro semestre de 2016. Schneider ratificou a importância dos convênios internacionais. “É a melhor maneira de nos atualizarmos, aprendendo sobre as melhores práticas mundiais no setor. Em 2015 o Secovi Rio se tornou o Capítulo Rio de Janeiro do Institute of Real State Management (IREM), o que vai fortalecer o mercado regional”. Panorama do mercado imobiliário

A vice-presidente Financeira do sindicato, Maria Teresa Mendonça, deu continuidade ao evento, mostrando os principais dados do Panorama do Mer56

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cado Imobiliário do Rio de Janeiro 2015, pesquisa que, em sua quinta edição, traz dados sobre compra, venda, locação, condomínios, entre outras informações socioeconômicas. “Em 2015 o mercado imobiliário, assim como todos os outros setores, não ficou imune à crise econômica e política do País. Inflação, juros altos, queda de volume de financiamento imobiliário, desemprego, endividamento das famílias, tudo isso gerou reflexos na demanda, na oferta e nos preços dos imóveis”, disse. A dirigente ressaltou que as unidades disponíveis para venda encalharam e migraram para o mercado de aluguéis. Em dezembro de 2015 registrou-se pico de 7.866 unidades ofertadas para locação, 45,2% a mais que no mesmo mês de 2014, superando a marca dos anos anteriores. De janeiro de 2012 a dezembro de 2015, o aumento foi de 116,3%. Como consequência, o preço médio do metro quadrado do aluguel na cidade teve uma queda de 12,4%, baixando de R$ 44,73, em janeiro, para R$ 39,16, em dezembro de 2015, valor que se aproximou do praticado em 2012. “Para compra, o valor do metro quadrado médio se manteve praticamente estável, variando apenas 0,49% (de R$ 9.527 para R$ 9.574), menos que os 2,1% de 2014”, completou, lembrando que, na zona sul, onde os aumentos de preços haviam sido muito expressivos há cerca de cinco anos, a tendência vem se invertendo. O preço médio do metro quadrado para locação ficou 11,7% mais baixo. Para venda, a variação também foi negativa, de -3,74%.


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Cidade

Cedae criará nova gerência para atender Barra e Recreio Preocupados com a poluição de rios e canais da região, moradores do Recreio, há tempos, se mobilizam para combater o despejo irregular de esgoto. Em recente reunião com a Cedae, mais um passo rumo às melhorias foi dado. No encontro entre o presidente do órgão, Jorge Briard, e o administrador regional do Recreio, Marcus Balestieri, que também teve presença de membros do Movimento de Despoluição do Canal das Taxas e de parlamentares, foi anunciada a criação de uma nova gerência técnica para atender ao saneamento básico da área. Hoje só existe uma agência para atuar no local, sediada em Jacarepaguá. Com a mudança, que está sendo estudada pela Cedae, Recreio, Barra e Vargem Grande e Vargem Pequena ganharão equipes específicas. Balestieri diz que a solução já vinha sendo conversada em reuniões anteriores: “Sempre dizíamos que é uma área muito grande para ter uma gerência só. Se tiver um problema de esgoto na Barra, por exemplo, os técnicos precisam se deslocar de Jacarepaguá. Uma distância 58

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considerável, ainda mais com o trânsito habitual da região.” Além dessa notícia, Jorge Briard atendeu aos pedidos de melhorar as condições das elevatórias do Recreio, com a aquisição de novos equipamentos. Desde o ano passado, uma força-tarefa com moradores e técnicos da Prefeitura, da Cedae e do INEA, além de Balestieri, realiza vistorias em bueiros e galerias de águas pluviais da região, a fim de encontrar e eliminar despejos irregulares de esgoto. Na reunião da semana passada, membros da força-tarefa listaram os resultados das fiscalizações e destacaram os principais problemas. “Não há bomba reserva nas elevatórias do Recreio, como seria o correto. Em alguns casos, até existem duas bombas, mas uma costuma estar quebrada. Além disso, elas têm potência fraca. O presidente da Cedae nos disse que iria comprar peças novas”, explica Balestieri, que celebra a parceria com a Cedae. “O trabalho está evoluindo muito”, ressalta. Questionada, a Cedae confirmou que está levantando as necessidades


para cada elevatória. Segundo o administrador regional do Recreio, a maior dificuldade com relação ao saneamento básico é a ausência de multas aplicadas pelo INEA. “Já entregamos uma lista com pelo menos 20 condomínios que não efetuaram a ligação à rede formal de esgoto, mas até agora o

INEA não aplicou multas ou notificações”, afirma Balestieri. Procurado, o INEA diz que fiscaliza de acordo com o Termo de Cooperação Técnica com a Cedae e que, desde 2014, já houve cem vistorias na Barra e no Recreio, resultando na regularização de 38% dos imóveis.

Justiça proíbe Cedae de cobrar por esgoto onde não há tratamento Paralelamente a essa notícia, a Cedae não pode mais cobrar taxa de esgoto onde não oferece o serviço. O órgão agora só pode cobrar taxa de esgoto nos casos em que coleta, trata e dá uma destinação adequada aos dejetos. De outra forma, a cobrança seria irregular porque, de acordo com o artigo 225 da Constituição, “todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à qualidade de vida”. Esse foi o entendimento unânime dos desembargadores da 11ª Câmara Cível do Rio ao julgarem um processo, no fim do ano passado, no qual um advogado questionava a cobrança da taxa de um

imóvel em Magalhães Bastos, zona oeste do Rio, cujos resíduos eram descartados na rede de águas pluviais do bairro. A decisão favorece a luta de consumidores que não têm esgoto, mas são obrigados a pagar pelo serviço à empresa. Os desembargadores acolheram uma tese diferente, já que, nos últimos anos, o tema vinha sendo tratado principalmente com base no Código de Defesa do Consumidor. A Cedae informou que está recorrendo da sentença. A decisão da Justiça, no entanto, foi recebida com otimismo por moradores de regiões da cidade onde a coleta não é adequada.

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Segurança por Jeniffer Martins

Instalação de portas corta-fogo e manutenção de extintores de incêndio evitam o pior

Equipamentos de proteção contra incêndio e medidas preventivas são indispensáveis para a segurança do condomínio Um incêndio, independentemente do tamanho e da proporção, sempre traz prejuízos materiais e, às vezes, pessoais, infelizmente. Algumas dessas perdas nunca serão recuperadas. Sendo assim, a prevenção é sempre a melhor escolha e, muitas vezes, evita o pior. Acompanhe a matéria e saiba que atitudes preventivas – como a instalação de portas corta-fogo e a aquisição de extintores de incêndio adequados – são indispensáveis na hora de enfrentar um sinistro. Um equipamento comum em locais públicos e condomínios, a porta cortafogo não costuma chamar muito a atenção, salvo quando, em lugares com maior concentração e trânsito de pessoas, como teatros e cinemas, somos informados que “Nas laterais há portas corta-fogo destravadas e com barras antipânico...” Mesmo quando as utilizamos como passagem no dia a dia, muitas vezes, não nos damos conta de sua importância.

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“Nossos extintores estavam devidamente prontos para ser utilizados quando houve um alarme falso de incêndio no prédio; felizmente, não tivemos a necessidade”, diz Iles Santos, síndico do Condomínio Sônia

De acordo com Moisés Cukier, representante da JJM Equipamentos de Combate a Incêndio, empresa que há 19 anos é credenciada para instalar e conservar portas corta-fogo, por definição, esse tipo de porta abre com eixo vertical e é composta por batente, ferragens e pela porta em si (NBR 11.742, 3.1). “Essas portas deverão permanecer sempre fechadas, para impedir a passagem principalmente da fumaça para as escadas, para que não sejam obstruídas, deixando-as livres para evacuação rápida.” Seu papel é conter as chamas e o calor provenientes do fogo, razão pela qual ela é o equipamento aplicado nas saídas de emergência e nas escadas de incêndio, oferecendo um caminho seguro tanto para a fuga dos civis quanto para o acesso dos bombeiros que vão combater o fogo. Cukier explica que existem dois tipos de porta corta-fogo: uma do tipo p-60 e outra do tipo p-90. As do tipo p-60 são para edificações residenciais e mistas e as


O síndico Adailton Xavier conta que, para cumprir a legislação e para a segurança do condomínio, o prédio possui 16 portas corta-fogo

do tipo p-90, para as edificações comerciais e indústrias. As portas corta-fogo são feitas de chapa de aço galvanizada, com revestimento interno de manta de fibra de cerâmica refratária. Elas funcionam com um sistema de dobradiça helicoidal (fecham sozinhas), impedindo a passagem da fumaça para as escadas e segurando o fogo até 60 minutos, no caso da porta p-60, e 90 minutos, no caso da p-90. Todas as edificações construídas antes do Decreto-lei 897/76, do Código de Segurança contra Incêndio e Pânico (CoSCIP), do CBMERJ, que não tenham portas corta-fogo só serão obrigadas a tê-las se sua instalação for exequível e quando forem notificadas a fazer um projeto de adequação ao decretolei citado. De acordo com o código, as edificações construídas após setembro de 1976 já estão contempladas com a instalação de portas corta-fogo e outras obrigatoriedades pertinentes ao decreto. Esse tipo de segurança é obrigatório em todo tipo de edificação, seja residencial, mista (residencial com lojas e/ou salas comerciais), comercial ou industrial. O equipamento deverá ser instalado nos corredores, que geralmente dão acesso às escadas, na casa de má-

quinas de elevador e na casa de bombas de incêndio, pois possuem quadro elétrico independente. A porta corta-fogo é utilizada no dia a dia como passagem, quando subimos ou descemos um andar. Sendo assim, ela não fica inerte aguardando o momento de “entrar em cena”, pelo contrário: é manuseada diversas vezes em movimentos de abrir e fechar. Sendo assim, os dispositivos que garantem a abertura e o fechamento da porta devem ser preocupação de manutenção mensal. Deve-se sempre verificar o estado das dobradiças para que a porta permaneça fechada e o uso de agentes corrosivos na limpeza das escadas de emergência deve ser evitado, uma vez que água sanitária e cloro reagem com o material externo da porta feita de aço galvanizado, provocando oxidação. Essa oxidação, mais conhecida como ferrugem, que apresenta uma aparência de “casca de laranja”, é sintoma comum do uso de tais agentes corrosivos na parte inferior da porta corta-fogo. “Quando a porta não fecha mais, deve-se verificar se o problema são as dobradiças ou se a porta já está condenada – ela pode estar empenada ou podre, pois a grande maioria dos prédios coloca pesos para

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mantê-la aberta”, diz Moisés Cukier, que salienta ainda que a troca de dobradiças deve ser realizada somente por empresas especializadas credenciadas perante o Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro (CBMERJ – www.defesacivil. rj.gov.br). Exemplos de portas corta-fogo devidamente instaladas e bem posicionadas podem ser observados no Condomínio Forte dei Marmi, que fica na zona norte do Rio. O síndico Adailton Xavier, que já foi síndico anteriormente e que há dois anos foi reeleito, conta que, para cumprir a legislação e ter segurança, o prédio possui 16 portas corta-fogo, que foram instaladas durante a construção, distribuídas entre as casas de máquinas dos elevadores, os pavimentos e o playground. “Estive à frente do Marmi durante 16 anos e retornei há dois. Nunca ocorreu um sinistro em nosso condomínio, mesmo assim, nos preocupamos com a segurança e tomamos as devidas ações preventivas”, diz Adailton. Tão importante quanto a manutenção das portas corta-fogo é a conservação dos extintores de incêndio, que são obrigatórios em todas as unidades das edificações. Acontece que emergências não têm o hábito de marcar hora e, no caso de incêndio, os extintores devem estar presentes e funcionando perfeitamente bem. No Condomínio Marmi também é possível encontrar 11 extintores de incêndio distribuídos em cada corredor, na garagem e no acesso à casa de máquinas. “Nossos extintores estão sempre em dia. Eles são

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recolhidos anualmente, para análise e recarga, por uma empresa especializada, que deixa outros provisoriamente, para não ficarmos desassistidos. As datas de validade são registradas nos extintores; é fundamental que elas não sejam ultrapassadas, como determina a legislação vigente”, declara o síndico. A major Joyce Kelly de Souza Pereira, do Quartel Central do Corpo de Bombeiros, no Centro do Rio de Janeiro, explica que o Código de Segurança contra Incêndio e Pânico (CoSCIP) é a norma base para a determinação de instalação de dispositivos fixos e móveis contra incêndio e pânico. A alocação dos extintores depende de alguns fatores, como a compartimentação do am-

biente. Assim, cada caso deve ser analisado separadamente. Os extintores mais comuns são: extintor de água – usado para combate a incêndio em material sólido não energizado; extintor de PQS (pó químico seco) – usado para combate a incêndio em material energizado; extintor de CO2 – usado para combate a incêndio em material energizado; e extintor de espuma – usado para combate a incêndio em material líquido ou pastoso. A validade da recarga dos extintores de incêndio é anual, e a cada cinco anos deverão sofrer o chamado reteste do casco, para verificar se o cilindro ainda tem resistência para mais uma recarga, pois existem


extintores de pó químico que, após esse prazo, deverão ser descartados. O Corpo de Bombeiros fiscaliza a existência, alocação e condição dos extintores, bem como dos demais dispositivos contra incêndio e pânico. “Porém, vale ressaltar que é uma obrigação do cidadão manter os dispositivos em condições de uso”, lembra a major. Os quantitativos são dimensionados no projeto aprovado pelo CBMERJ. Caso o condomínio não tenha o projeto autorizado, existem locais que deverão ter unidades protetoras de incêndio, como PC de luz, ponto inicial de gás, casa de máquinas de elevador, casa de bombas de incêndio e garagem. O Condomínio Sônia, localizado na zona norte carioca, possui um extintor de incêndio em cada corredor dos sete andares que o prédio abriga. O síndico Iles Santos, que há 12 anos está à frente do Sônia, disse que, certa vez, durante a madrugada, houve um alarme falso de incêndio, pois um morador, que de imediato não se sabia qual, colocou uma panela no fogo e dormiu. O prédio ficou com muita fumaça nos

corredores, os bombeiros foram chamados e o edifício foi evacuado até localizar o problema. “Os extintores estavam prontos para ser utilizados, mas não houve necessidade, porque os bombeiros estavam com a mangueira de incêndio, que fica no carro da corporação”, conta o síndico. Todos devem ficar atentos aos perigos de sinistros, com fogo ou não. É importante que síndicos e administradores, ao contratarem empresas para qualquer tipo de serviço de combate a incêndio, observem se elas estão com os credenciamentos obrigatórios por lei em dia, como do CBMERJ, Inmetro e CREA. É válido também ter referências comerciais acerca da empresa escolhida, para que não haja problemas futuros, principalmente com sinistros.

Dicas de segurança para evitar acidentes • Não mexer com fogo perto de material inflamável. • Manter as crianças longe da chama. • Não ligar vários aparelhos elétricos na mesma tomada. • Desligar os aparelhos elétricos logo após o uso. • Não deixar o pano de prato próximo à chama do fogão. • Antes de sair de casa, certificar-se de que não há panelas no fogo. • Não jogar guimbas de cigarro acesas no lixo ou na mata. • Não soltar fogos próximos de material inflamável, de pessoas, matas ou casas.

Serviço

• Acionar o Corpo de Bombeiros assim que perceber um incêndio.

JJM Equipamentos de Combate a Incêndio Eireli – jjm.incendio@gmail.com

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VIA SACRA DA IGREJA DE SÃO JOSÉ, LAGOA, RIO DE JANEIRO, BRASIL. MÁRIO MENDONÇA. ÓLEO SOBRE TELA, 2,03 X 1,45 CM.

ARTE

Por mário Mendonça

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Arte e fé Na década de 1960, conheci Paschoal Carlos Magno, diplomata, teatrólogo, escritor e crítico de arte e, além de tudo isso, um homem que havia dedicado a vida em prol da cultura brasileira. Paschoal foi mais que um amigo, foi um pai. Quando apresentou minha primeira exposição individual, aliás, conseguida por ele, na Galeria Guignard, em Belo Horizonte, escreveu a meu respeito: Mario Mendonça é, no momento, um pintor irmão, daqueles que deixaram sua passagem pelo mundo povoando altares, sacristias, paredes conventuais, adros de monastérios, salas de museus com a vivência de sua arte religiosa como tema, como substância, como definição. Não sei se é um pintor menor ou um pintor maior, sei somente que é um pintor autêntico. Foi uma profecia. Hoje, passados mais de 50 anos, a visão de Paschoal se torna realidade quando inauguro minha 12ª Via Sacra, que passa a fazer parte da Igreja de São José, na Lagoa, conhecida no Rio de Janeiro como a “igreja de vidro”. Essa Via Sacra foi concebida como algo inteiramente novo, mesmo dentro de minha trajetória. Em vez de telas separadas, cada uma contendo um momento, resolvi construir toda a Paixão dentro de um único plano, onde toda a dor de Cristo

envolve uma grande ressurreição, representando a vitória da vida sobre a morte. Em todas as Via Sacras que realizei, incluí a Ressurreição de Cristo, mesmo quando ela não fazia parte do conjunto da Paixão. Sempre acreditei que retratar apenas o sofrimento, sem o milagre da ressurreição, era quase que exprimir somente o horror, vazio e sem significado. Teologia e arte compartilham a mesma identidade, apesar de modos diferentes de articular a experiência sensível. Talvez o sentimento religioso manifestese melhor por meio da arte que da teologia, que busca muito mais a fé através da razão, enquanto a arte não manifesta tão audaciosas pretensões e é expressa numa linguagem muito mais universal. Essa Via Sacra, ainda que não tenha sido minha preocupação primeira a apresentação ordenada da Paixão de Cristo, foi construída através da fé, da minha fé. Não pinto apenas formas vazias, mas, por meio delas, tento materializar as verdades em que acredito e professo. Emocionam-me as palavras do papa Francisco, em sua primeira encíclica Lumen Fidei, quando faz uma referência à arte religiosa, que diz ser alimento para o pensamento contemplar a morte de Cristo e, assim, compreender o dom do amor no mistério da Paixão. Essa Via Sacra, mais que arte, é a expressão de minha crença de que a Páscoa seja, sobretudo, um tempo de paz.

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saúde por Lia Rangel

Bebedouros nas áreas comuns Bem-estar e saúde para todos!

Atualmente, percebemos que muitas empresas se esforçam para dar ao cliente o melhor tratamento que ele pode ter. Isso faz parte de um trabalho de fidelização, que busca a satisfação do freguês e a lealdade dele com a marca. É possível acompanhar um movimento semelhante nos condomínios, onde os síndicos tentam levar bem-estar e conforto para os condôminos, seja através de grandes obras, seja através de pequenos ajustes e instalações que facilitam a vida de todos. A instalação de bebedouros nas áreas comuns é um desses pequenos ajustes que melhoram a vida de todos nos condomínios, principalmente se levarmos em consideração o verão carioca, com temperaturas máximas que passam dos 40º. A saúde está diretamente ligada à qualidade da água que consumimos todos os dias, e é de conhecimento geral que a água é vital para o funcionamento do corpo humano. Ela representa cerca de 60% do peso de um adulto e exerce várias funções para garantir o equilíbrio e o bom funcionamento do organismo. Ela é o principal componente das células e um solvente biológico universal, por isso, todas as nossas reações químicas internas dependem dela. A água também é responsável por transportar alimentos, oxigênio e sais minerais, além de

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Segundo a síndica Marina Lavigne, o bebedouro de parede é mais higiênico. O único gasto a mais é com os copos descartáveis

estar presente em todas as secreções, como o suor e a lágrima, no plasma sanguíneo, nas articulações, nos sistemas respiratório, digestivo e nervoso e na pele. Ela também regula a temperatura e a hidratação do corpo, além de desempenhar importante papel no processo renal ao eliminar toxinas pela urina. Por tudo isso, sua falta no organismo é sentida rapidamente pelo corpo, que emite sinais, como a sede, que indica que a pessoa

já extrapolou o tempo que poderia ficar sem ingerir água. Especialistas recomendam que sejam consumidos entre dois e três litros de água diariamente, o que nem todo mundo segue, muitas vezes, por falta de um bebedouro por perto. Ficou até com sede, né? O uso de bebedouros nas áreas comuns dos condomínios não é obrigatório, mas é recomendável e demanda a atenção dos síndicos para sua limpeza e manutenção. Existem, no mercado, três tipos principais de bebedouro, cada um com suas vantagens e desvantagens, que devem ser observadas pelo síndico antes da escolha e instalação. São eles: os de torre (de inox); os de galão e os de parede. Os de torre têm um custo mais baixo e não há necessidade de disponibilizar copos descartáveis para seu uso. Eles necessitam de pontos hidráulico e elétrico, rendem cerca de quatro litros por hora e atendem uma pessoa por vez. Os de galão não necessitam de ponto hidráulico, mas demandam compra e estoque de galões para suprir as necessidades diárias do condomínio, que variam de acordo com o número de usuários. Alguns modelos disponibilizam duas temperaturas de água, mas a grande desvantagem é que pode haver contaminação no manuseio e na instalação do galão, por isso, é necessário um cuidado maior com a higienização.


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Manutenção dos bebedouros deve estar em dia

Os de parede têm um custo mais elevado, necessitam de pontos hidráulico e elétrico, rendem cerca de 30 litros de água por hora, disponibilizam duas temperaturas de água, atendem duas pessoas ao mesmo tempo e é mais seguro por conta de suas tubulações e filtros, que são embutidos. Há cinco anos, Marina Lavigne é síndica do Condomínio Lucinha, localizado na zona norte do Rio de Janeiro, que é composto por um único bloco com 108 unidade e tem uma média de 230 moradores. A síndica conta que o condomínio já tem bebedouro há seis anos. “Ele fica localizado no play. Antes os moradores reclamavam muito porque nós tínhamos um bebedouro de torre. Eles diziam que não era muito higiênico. Além disso, ele ocupava muito espaço, tínhamos mais trabalho para mantê-lo limpo, porque ele não saía do lugar nem para a limpeza, ficava fixo em uma plataforma, por isso, decidimos fazer a troca”, explica. Recentemente eles substituíram o bebedouro por um filtro de parede e a troca foi aprovada por todos os condôminos. “Todos adoraram, ele oferece duas temperaturas de água, é mais compacto, mais higiênico, inclusive até já compramos outro, que será instalado na portaria em breve. O único problema é que temos um gasto a mais com os copos descartáveis, mas em geral foi uma ótima substituição”, diz.

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Tão importante quanto disponibilizar bebedouros nas áreas comuns, cuidar da higienização e manutenção desses equipamentos é fundamental para a saúde dos usuários. Segundo Cristiane Diniz Franca, assistente administrativa da Master Filtros, empresa especializada em venda, conserto e manutenção de filtros, é fundamental uma rotina de cuidados com os bebedouros. “É primordial que os funcionários do condomínio estejam atentos a esse equipamento. Basicamente, é preciso manter a bandeja limpa, higienizar as torneiras com álcool pelo menos uma vez ao dia e mantê-lo em uma área coberta, protegido do sol e da chuva. Também é fundamental fazer uma base para fixar o bebedouro um pouco mais alto que o chão, além de colocar um filtro externo para aumentar a purificação da água”, diz. Ainda segundo Cristiane, é imprescindível trocar o elemento filtrante, no mínimo, a cada seis meses. “O elemento filtrante é composto por carvão ativado e celulose. Sua vida útil é comprometida dependendo da quantidade de impureza que esteja na água. Esse elemento filtrante é o responsável pela retenção de impurezas, inclusive o excesso de cloro que a água possui, por isso, deve ser trocado regularmente”, explica. A síndica Marina Lavigne conta que aproveita para fazer a manutenção de diversos itens no mesmo período. “Nós fazemos a troca do filtro semestralmente, na mesma época em que limpamos as caixas-d’água e avaliamos a potabilidade da água. A principal vantagem da troca do bebedouro de torre pelo filtro de parede é poder contar com a manutenção de uma

empresa especializada”, conta. E a importância da contratação de experts para fazer o serviço é uma questão importante de frisar, já que existem pequenos detalhes que podem ser percebidos mais facilmente por quem trabalha especificamente com esses equipamentos, como explica Cristiane: “Como o bebedouro é algo fundamental em ambientes com muitas pessoas, a contratação de empresas qualificadas é relevante, já que elas fazem revisão e manutenção periódicas, garantindo que o condomínio tenha água filtrada e gelada para atender aos moradores, funcionários e prestadores de serviço. Quando esse acompanhamento não é feito, podem ocorrer vazamentos, principalmente nas torneiras, por conta do manuseio constante delas, e o pinga-pinga pode acabar impactando na conta de água”, diz. Segundo o Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), os bebedouros são aparelhos de melhoria da qualidade para o consumo humano, por isso eles precisam seguir as normas do Regulamento de Avaliação da Conformidade (RAC), para garantir a saúde dos usuários. Segundo a Portaria Inmetro 93/2007, todo bebedouro, purificador ou filtro fabricado ou importado no Brasil deve estar em conformidade com os requisitos estabelecidos no RAC, que atende às normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), nas NBRs 14.908/2004 e 15.176/2004. Serviço

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Condomínio POR Luciana Leall

A praticidade dos portões automáticos aliada à sensação de segurança Conheça os principais modelos disponíveis no mercado NOVIDADE

Confira a Jurisprudência sobre esse assunto na página 86.

A segurança, tão desejada por todos dentro e fora dos condomínios, pode ser reforçada pelos portões de uma moradia. E se eles forem automáticos, melhor ainda. É que a tarefa de estacionar o carro, descer do automóvel para abrir o portão, guiar por uns metros, parar novamente o carro e depois voltar até o portão para fechá-lo e então seguir até sua vaga é cansativa. Imagina fazer isso diariamente. Além de ser muito arriscada, pois tal situação pode ser um prato cheio para a ação de marginais. Mas como escolher o melhor modelo de portão para meu condomínio? O que é preciso levar em consideração na hora de contratar uma empresa especializada? É possível automatizar um portão que esteja em uso? Essas e outras respostas na reportagem a seguir. Segundo o engenheiro Ricardo Coelho Vianna, da Digiseg Tecnologia em Segurança Eletrônica, a automação de um portão está ligada diretamente à necessidade

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Para o engenheiro Ricardo Coelho Vianna, o uso de graxa regularmente pode diminuir o número de manutenção realizada

de segurança. “O investimento para a instalação de um portão automático é quase sempre para gerar mais segurança para moradores e funcionários. O sistema automático, além de proporcionar praticidade, dificulta assaltos e invasão a residências, pois permite que o usuário (porteiro ou morador), a uma distância segura e após

avaliar a situação do local, comande a abertura ou o fechamento do portão.” E foi exatamente o que aconteceu, em fevereiro, no Condomínio Varandas, na zona sul do Rio, já que o fechamento do portão automático na hora certa impediu uma possível invasão de bandidos armados ao prédio. É que um morador foi rendido na porta do prédio enquanto aguardava a garagem abrir, mas, pela câmera de segurança, o porteiro viu a cena e o fechou rapidamente. O morador nada sofreu, mas teve o carro levado. Segundo Valdeci Martins, síndico do prédio, marginais querem facilidade: “Os portões automatizados dificultam o acesso, e ladrões agem quando percebem um pouco mais de facilidade, por isso todos os portões do prédio – inclusive os de pedestre – funcionam dessa forma.” Outro ponto importante destacado por Martins é o treinamento dos funcionários. “É preciso que eles saibam operar corretamente os portões e o circuito fechado de TV, além de participar dos treinamentos


sobre segurança dados por órgãos especializados, como os ministrados pelo Secovi Rio. Anualmente, nossos funcionários passam por esses cursos.” No Condomínio Edifício Palazzo Olinda, com 64 unidades, comandado pela síndica Tânia Lopes e também na zona sul do Rio, a entrada e a saída são feitas por portões automáticos há muitos anos. E, desde então, alguns sistemas foram testados. “Já tivemos controle individual para abrir e fechar o portão – que não funcionou bem, porque alguns moradores se esqueciam de acionar o botão para fechar – e adesivos para identificar veículos. E hoje o melhor método é o de reconhecimento visual, feito pelo porteiro de plantão, já que ele só vai abrir para os veículos que reconhece. O portão automático é uma segurança extra para o prédio, ainda mais quando se tem um porteiro confiável que sabe reconhecer os carros e as placas dos moradores.” No caso de carros de visitantes, a síndica Tânia explica ainda que cada morador precisa informar, previamente, ao funcionário de plantão o modelo e a placa do veículo que vai chegar. Por medida de segurança, a entrada do veículo só será autorizada mediante a confirmação desses dados. Mas, com tanta demanda, já que o entra e sai de pedestres e veículos é constante, é comum que o portão precise de manutenção para funcionar plenamente. Mas, segundo o engenheiro Vianna, um item precisa ser observado frequentemente, para aumentar o tempo entre uma visita e outra de reparos. “A graxa é de suma importância para o funcionamento do

A síndica Tânia Lopes opta por empresas que realizem atendimento 24 horas

mecanismo e serve de lubrificante para as partes que sofrem maior atrito. Se estiver ressecada ou com sujeira, certamente pode aumentar o risco de danos, resultando em mais visitas técnicas.” Existem hoje três modelos disponíveis no mercado: o deslizante (que abre lateralmente sobre trilhos), o basculante (que fica suspenso ao abrir) e o pivotante (que é sustentado por pivôs e possui um ou dois motores). A escolha do modelo ideal para seu condomínio vai depender do espaço livre para a instalação. Nos modelos deslizantes, por exemplo, é necessário ter espaço lateral para que o trilho corra. Ainda assim, este é um dos modelos mais comercializados, pois permite acesso de veículos

altos, como um caminhão de mudanças, por exemplo. Mas para quem deseja instalar um portão automático, saiba que, às vezes, o modelo em uso no condomínio pode ser automatizado, o que vai tornar a operação mais em conta. “Para a automação de um portão de garagem ou entrada de pedestres é necessária a avaliação prévia para verificar, principalmente, a questão do espaço e o bom estado do equipamento em uso. Estando em perfeitas condições e tendo espaço para a instalação do equipamento de automação, certamente o condomínio vai ter uma boa redução no custo.” Os portões mais seguros e resistentes são os de ferro, mesmo os manuais e os

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No prédio do síndico Valdeci Martins um morador foi rendido na entrada da garagem, porém, o porteiro acionou o fechamento automático do portão e impediu uma invasão ao condomínio

automatizados, porém, necessitam de manutenção periódica com pintura, que se desgasta com facilidade. Os modelos de alumínio, em geral, são os mais frágeis. Já os de madeira e de ferro, por conta do peso elevado, vão sempre precisar de motores de maior potência, logo, podem ter um custo maior. Mas na hora de contratar uma empresa para instalação e manutenção, é importante buscar o máximo de referências possíveis, como explica o engenheiro da Digiseg Ricardo Vianna. “Verificar o grau de satisfação de outros clientes da empresa; observar modelos semelhantes ao escolhido e ver como ele funciona em outros locais; analisar o período de garantia da instalação e o nível de acabamento em trabalhos realizados. Enfim, antes de fe-

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char negócio, é importante se certificar da qualidade e idoneidade da empresa. Buscar referências é sempre uma ótima opção.” Outra dica importante dada por Vianna é observar se a empresa atende nos fins de semana e feriados para fazer reparo e manutenção. Para a síndica Tânia Lopes, portões não têm hora para quebrar, e uma empresa que atende 24 horas, em qualquer dia da semana, certamente será a escolhida por ela. “Temos três entradas de acesso e, quando um portão para de

funcionar, podemos utilizar os outros, mas fico mais tranquila sabendo que a empresa pode vir a qualquer hora. Imagina se o portão trava e não conseguimos fechá-lo? O atendimento 24 horas faz toda a diferença nesse momento.”

Serviço Digiseg | tel.: (21) 3624-9505 atendimento@digiseg.com.br


informe

Estatísticas de Imóveis Ofertados Rio de Janeiro

Venda - Residencial Tipo de imóvel

1 Quarto

2 Quartos

3 Quartos

4 Quartos

Total

(%)

2.754

11.815

10.616

3.716

28.901

70,6

Cobertura

69

743

2.220

1.382

4.414

10,8

Casa

91

1.471

2.354

2.748

6.664

16,3

Flat

262

185

6

2

455

1,1

Quitinete

523

3

0

0

526

1,3

Apartamento

Locação - Residencial Tipo de imóvel

11%

Março/16

2 Quartos

3 Quartos

4 Quartos

Total

(%)

Apartamento

908

2.549

2.194

803

6.554

81,9

Cobertura

23

101

205

142

471

6

Casa

65

152

155

166

538

6,8

Flat

127

65

1

1

194

2,5

Quitinete

217

3

0

0

220

2,8

Março/16

Apartamento 2 quartos

11.815

26%11% 9% 26% 9%

Apartamento 3 quartos

10.616

29%

Casa

Tipo de imóvel

71%

1% 1%

Março/16

1 Quarto

Venda - Residencial

16%

Quantidade

Locação - Residencial Tipo de imóvel

82%

6% 7% 2% 3%

Março/16 Quantidade

Apartamento 2 quartos

2.549

Apartamento 3 quartos

2.194

6.664

Apartamento 1 quartos

908

Cobertura

4.414

Apartamento 1 quartos

803

Outros

3.735

Casa

538

Apartamento 4 quartos

3.716

Cobertura

471

Outros

414

10% 7% 6% 28% 5% 32% 12%

fonte: SECOVI RJ.

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BEM DITA! – a coluna de boas notícias POR Stella Maris Mendonça (smarismendonca@gmail.com)

A palavra “condomínio” vem do latim e significa “compartilhamento do domínio”. Contemporâneos por demais – palavra, conceito e a opção de sair do modelo tradicional de moradia ou trabalho para escolher o condomínio, o compartilhamento. Esta coluna vem compartilhando boas notícias há muitos anos e está sempre aberta a receber suas mensagens, novidades, boas ideias ou o que merecer ser divulgado. Portanto, escreva para smarismendonca@gmail.com e veja sua palavra publicada.

“A segunda-feira é mundialmente conhecida como o dia para mudanças e de tomada de decisões. Que tal tentar algo que trará um enorme benefício para todos?!” A segunda foi escolhida como o “dia sem carne” por causa da alta tradição de consumo de carnes no Brasil nos finais de semana. Portanto, as pessoas estariam mais propensas a comer algo mais leve na segunda-feira. A campanha Segunda sem Carne se propõe a conscientizar as pessoas sobre o impacto que a alimentação com produtos de origem animal tem sobre os animais, a sociedade, a saúde humana e o planeta. As pessoas são convidadas a tirá-los dos pratos pelo menos uma vez por semana e a descobrir novos sabores. Reduzir o consumo de carne entre dois e três quilos por ano pode representar uma economia significativa de água, pois essas quantidades, a depender do chuveiro que se usa em casa, podem equivaler a toda a água utilizada em um ano de banhos diários. Além do mais, há a séria questão da emissão de compostos orgânicos voláteis (VOCs – na sigla em inglês), sulfureto de hi76

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Site do World Wide Opportunities on Organic Farms

Site do World Wide Opportunities on Organic Farms

Segunda sem carne – uma campanha

drogênio, amônia e endotoxinas. Um dos VOCs é o metano que, segundo a United States Environmental Protection Agency (EPA), é o segundo gás de maior influência no desequilíbrio do efeito estufa, com a capacidade de retenção de calor 20 vezes maior que a do dióxido


de carbono. Sozinha, a indústria pecuária é responsável por quase 20% desse metano na atmosfera! Existente em 35 países, como nos Estados Unidos e no Reino Unido (onde é encabeçada por Paul McCartney), e apoiada por inúmeros líderes internacionais, a campanha foi lançada em São Paulo em outubro de 2009 numa parceria da Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB) com a Secretaria do Verde e Meio Ambiente (SVMA) da Prefeitura, posteriormente estendendo-se a várias cidades brasileiras. Um dos desdobramentos da adesão ao movimento é a implementação da alimentação escolar vegetariana. A fim de facilitar a adoção desse hábito, a Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB) fornece receitas saborosas, dicas de nutrição, notícias e informações qualificadas a respeito das razões éticas, ambientais e de saúde para passar essa ideia adiante. Tomara que sua segunda sem carne se torne uma terça, quarta, quinta, sexta, sábado e domingo sem carne também.

SOS Ruas do Rio

O assunto é dramático, mas a ideia que propomos é emergencial. Vivemos a violência nas ruas e nos sentimos impotentes, perplexos e infelizes com a criminalidade imperando sobre a lei e a

paz. Mas a segurança pública também pode ser gerada pela população organizada. Moro em Copacabana, vejo o caos tomando conta e quero fazer algo, propor, compartilhar ideias. Um quarteirão do bairro é uma pequena cidade e podemos nos organizar com ações coletivas, organização inteligente, comunicação direta com a polícia, apitos, rádios, palmas (como fazem os argentinos quando as crianças se perdem na praia) e a volta dos velhos policiais Cosme e Damião. Nada de justiça pelas próprias mãos, nada de mais violência, porque, como dizia Gandhi, “olho por olho e dente por dente, o mundo vai acabar ficando cego... e banguela". A Bem Dita! quer receber sua opinião e, inclusive, podemos marcar um encontro para começar a organizar o movimento. Mande e-mail para esta coluna e parabéns pela decisão!

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Carta de Ludoval Campos, do Centro Brasileiro do Teatro da Infância e da Juventude (CBTIJ), escrita em 2015. Nossa homenagem ao Dia Internacional do Teatro, 20 de março. “Disse a senhora mãe... Tiraram o sonho do meu filho. Eu fazia de tudo para ele ter um futuro bom. Aí vem a polícia e acaba com tudo. Ele sempre falava que queria ser bombeiro. Ele estudava o dia inteiro, participava de projeto na escola, só tirava notas boas. Por que fizeram isso com meu filho? Esse é parte do relato de Terezinha Maria de Jesus, 40 anos, mãe do menino Eduardo, 10 anos, morto na porta de casa, no Complexo do Alemão, no Rio. Por morar onde morava, é muito provável que Eduardo não tenha tido nunca a oportunidade de assistir a um espetáculo de teatro. Numa situação como essa, nos perguntamos: qual é nossa responsabilidade diante desse fato? Qual é a realidade que retratamos no teatro feito hoje? Qual é o público com o qual buscamos estabelecer um diálogo possível? Há mais de 10 anos, a Associação Internacional de Teatro para a Infância e a Juventude (Assitej), à qual o CBTIJ é associado, convida artistas de destaque a uma reflexão sobre o teatro para crianças e jovens, no Dia Mundial do Teatro para a Infância e a Juventude, comemorado em 20 de março. Em 2004, Augusto Boal afirmou que ‘o bom cidadão não é aquele que apenas vive em sociedade, mas, sim, quem a transforma para torná-la melhor’. Em 2005, Volker Ludwig, dramaturgo e diretor alemão, foi veemente ao dizer que ‘o teatro não pode salvar o mundo, mas pode preencher os corações, os sentidos e a cabeça de nossas crianças e adolescentes, com a certeza de que o mundo pode mudar. E isso é alguma coisa pela qual vale a pena lutar’. Em 2006, o diretor australiano Stefo Nantsou citou Dario Fo: ‘Devemos 78

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continuar fazendo o que nos propomos quando começamos: atacar, com riso e razão, na música e no gesto, toda forma de opressão e injustiça.’ Ou como disse o professor e dramaturgo Penina Mlama, da Tanzânia, em 2007: ‘Vamos pensar nas crianças e nos jovens em diferentes partes do mundo afetadas por conflitos armados e que estão em campos de refugiados. Vamos pensar nos milhões de jovens tão imersos nas drogas que nem sabem o que se passa no mundo, quanto mais no teatro.’ Numa cidade conflagrada que, em 2015, assistiu à morte do menino Eduardo, cabe perguntar qual nosso fôlego para continuarmos atacando idealisticamente toda forma de opressão e injustiça. Ou estamos cada um correndo por si, para se salvar, atrás de migalhas de apoio minguado, de editais viciados e de patrocínios superfaturados e para muito poucos? Por que nossa dificuldade em trabalhar de forma associativa e colaborativa? Por que o esvaziamento de associações e sindicatos? Qual nossa capacidade de indignação e de resistência diante da absurda notícia da aprovação da admissibilidade da PEC 171, que reduz a maioridade penal? OAB, CUT, CNBB, Conselho Federal de Psicologia, Fundação Abrinq, entre outras, têm se manifestado de forma contundente contra essa proposta. O que os profissionais do teatro para crianças e jovens têm a dizer sobre isso? Há quase 20 anos um grupo de artistas e produtores idealistas mantém o CBTIJ ativo. Nós nos reunimos, discutimos o tipo que teatro que queremos, propomos projetos e ações, entre eles um prêmio, confrontamos órgãos e instituições públicas e privadas. Por isso a presença de todos é importante (...) pela provocação, e mais fundamental ainda é a participação, a proposição e o resgate da nossa capacidade de mobilização.”


Rede Mundial de Oportunidades em Fazendas Orgânicas Que tal se hospedar de graça por todo o mundo, ter três refeições por dia, aprender mais sobre cultivos orgânicos, em troca de trabalhar meio período em contato com a natureza? A proposta é do World Wide Opportunities on Organic Farms (WWOOF), em português, Rede Mundial de Oportunidades em Fazendas Orgânicas, que oferece uma oportunidade incrível de conhecer o mundo, partilhar experiências, participar realmente na rotina do lugar e, claro, viajar a baixo custo. Com seu meio período de trabalho, você ajuda o dono da fazenda, se familiariza com métodos de agricultura biológica, por exemplo a permacultura, e pratica uma variante de turismo sustentável. Num tempo em que muitas pessoas estão frustradas em suas carreiras, vivendo na loucura das grandes cidades, essa pode ser uma alternativa para quem busca um tempo para refletir e se desconectar um pouco da correria do dia a dia. A associação começou em 1971, na Inglaterra, com o título Working Weekends on Organic Farms (trabalhando nos fins de

semana em fazendas ecológicas). Sue Coppard, uma secretária que trabalhava em Londres, quis mostrar a seus colegas de trabalho, provenientes de um meio urbano, como era a vida no meio rural e em que consistia a agricultura biológica. O papel das organizações WWOOF é facilitar o contato entre voluntários e donos de plantações, que devem proporcionar um ambiente acolhedor e fornecer experiência em métodos de agricultura biológi-

ca, devendo os voluntários estar dispostos a aprender as tarefas diárias do campo. Os voluntários (WWOOFers) não recebem um pagamento em dinheiro, mas em alimentação, alojamento e oportunidades de aprendizagem. Os WWOOFers podem variar desde estudantes de férias até pessoas interessadas em conhecer o funcionamento da agricultura ecológica para criar a própria fazenda ou horta biológica. Algumas fazendas aceitam crianças, quando acompanhadas por seus pais, que devem, contudo, se informar se elas poderão participar. Os espaços das plantações podem variar, desde um pequeno jardim privado até grandes fazendas comerciais. O projeto tem se expandido bastante, sendo hoje uma rede internacional com mais de 50 países envolvidos e milhares de propriedades inscritas para receber voluntários. O processo é bem simples – você se inscreve no site, paga uma anuidade e escolhe a fazenda que mais se adapta à sua capacidade. Depois é só entrar em contato com os proprietários e... boa viagem!

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Atualidade Condomínio

Quem disse que advogado é só para humanos? Os animais de Niterói agora também têm direito a um ou, melhor, a vários. É que a Ordem dos Advogados do Brasil da cidade (OAB/Niterói) criou a Comissão de Proteção e Defesa dos Animais (CPDA). Ela atua no combate a maus-tratos e abandono e no descumprimento das leis que dizem respeito aos animais. Faz parte ainda das ações do grupo orientar a população sobre os cuidados que se deve ter com os animais e conscientizar as pessoas da importância desses seres. A necessidade de formar a CPDA em Niterói foi levantada por integrantes da OAB da cidade e amparada pelo presidente da instituição, Antônio José Barbosa. Mas a presidente da CPDA, Sharon Morais, contou que não foi tão fácil assim criá-la. Para ela, ainda há muita resistência em aceitar os animais como “sujeitos de direito”, principalmente diante da violência a que a população tem sido submetida, o que faz com que as pessoas achem que defender bichos seja uma bobagem. Mas o grupo tomou posse dia 20 e já saiu em campo. Eles auxiliaram as prote-

freeimages.com / lily rosen

Os pets também têm direito a advogado

toras dos gatos pretos da Gruta de Nossa Senhora, na Rua Belisário Augusto, em Icaraí, atuando na retirada e castração dos felinos. Outra ação do grupo foi a ida à reunião do Conselho de Segurança Pública de Niterói. “O objetivo”, conta Sharon, “era reforçar a necessidade de as delegacias registrarem casos de maus-tratos. Para quem

não sabe, maltratar animais é crime e prevê prisão.” Apesar de Niterói já ter uma lei própria para os animais, ainda não há um abrigo público para os que vivem nas ruas. Sharon lamenta a situação e alerta que, nesses casos, animais doentes e velhos vão continuar na rua para morrer ou ser resgatados. E o abandono é mesmo uma das preocupações da CPDA. Apesar de a Prefeitura garantir castração gratuita pelo Centro de Controle de Zoonoses, muitas pessoas ainda não têm consciência da importância disso. Animais abandonados são uma questão de saúde pública. Além de Sharon, compõem o grupo duas colaboradoras, sendo uma médica veterinária, e seis delegados, um deles a advogada Cristiane Ribeiro Cazes, que abraçou a causa animal há cinco anos após ver, pela TV, o resgate de um cão em São Paulo. O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil do Rio, Felipe Santa Cruz, parabenizou a OAB/Niterói pela criação da CPDA. A capital carioca já tem uma, presidida por Reynaldo Velloso. Fonte: O Dia.

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Mercado

É melhor mediar do que estressar Evitar ou resolver com agilidade os conflitos que surgem na área imobiliária pode fazer uma grande diferença tanto para os envolvidos quanto para a própria Justiça. Como forma de facilitar o diálogo e a negociação e promover uma solução que atenda aos interesses comuns, a mediação é apontada por especialistas como alternativa mais eficaz na busca por soluções justas e rápidas. No estado do Rio de Janeiro, o setor já pode, inclusive, contar com uma câmara de mediação, recém-lançada pelo Sindicato da Habitação (Secovi Rio). Uma simples conversa costuma ser o suficiente para a maioria dos problemas que pode surgir em um condomínio. Mas, infelizmente, em alguns casos, a solução pode não ser obtida com tanta facilidade. Assuntos como cobrança de dívidas e desrespeito às regras da boa convivência fazem com que, muitas vezes, a administração precise acionar a Justiça. O que pouca gente sabe é que entre a conversa e a necessidade de acionar a Justiça existe um recurso extrajudicial que tem se mostrado muito eficaz na solução de impasses que envolvem regras e admi-

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freeimages.com / Aleš Cerin

Secovi Rio lança Câmara de Mediação

nistração de condomínios. Cada vez mais adotada na busca por melhores soluções, a mediação tem se mostrado uma alternativa eficaz, uma vez que permite que as partes envolvidas busquem um acordo e tentem uma solução melhor e mais rápida. Ainda não existe um levantamento exato sobre o número de processos relacionados com conflitos imobiliários, no entanto, eles representam um percentual bastante expressivo nos trâmites da Justiça do estado do Rio de Janeiro, segundo o Sindicato da Habitação do Rio de Janeiro (Secovi RJ). Por essa razão, a entidade acaba de lançar uma câmara de mediação,

que objetiva evitar ou reparar com agilidade esse tipo de situação. “O princípio fundamental da mediação é que as próprias partes, por meio de técnicas adotadas pelo mediador, cheguem à solução de seus conflitos. Assim, acredita-se que o que foi acordado será cumprido. Sendo, no entanto, que o que for negociado pode ser exigido judicialmente em caso de descumprimento. Por isso, os envolvidos na mediação deverão estar acompanhados por advogado, e o acordo também deverá ser assinado por duas testemunhas”, ressalta Solange Santos, gerente do Departamento Jurídico do Secovi RJ. Pode ser levada à mediação toda forma de conflitos que envolvam integrantes do cenário imobiliário, como locadores e locatários; vendedores e compradores; condomínio e administradora, além de cobranças de inadimplente. Segundo o Secovi, também é grande o número de ações por conflitos entre vizinhos. Os interessados em ter acesso aos serviços da Câmara de Mediação do Secovi Rio devem entrar em contato pelo telefone (21) 2272-8000 ou pelo e-mail mediacao@secovirio.com.br


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atualidade

Contratação de fumacês: polêmica no ar Uma coisa é certa: ninguém quer mosquitos por perto. São tantas doenças relacionadas a eles que o que se puder fazer para afastá-los está valendo. Só que não. Se por um lado muitos condomínios contratam empresas particulares para dar fim aos indesejáveis insetos, pesquisadores alertam que o uso indiscriminado do produto químico não é eficiente porque torna o mosquito mais resistente. Polêmica lançada, há síndicos a favor e outros contra. Mas eles ainda estão sendo usados para proteger pessoas e até animais.

Inseticidas perdem efeito A pesquisadora da Fiocruz Denise Valle afirma que o uso indiscriminado de fumacês pode aumentar a população de mosquitos imunes a inseticidas: “Dos cinco

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inseticidas aprovados pelo Ministério da Saúde, o Aedes aegypti já é imune a quatro. Apenas um, chamado Malathion, ainda é eficaz, mas, se for usado em excesso, logo perderá efeito”. Segundo a pesquisadora, até 2000, usavam-se compostos conhecidos como organofosforados para controle de larvas e Aedes aegypti adultos, mas, com o tempo, o produto perdeu a eficácia. O Ministério

da Saúde decidiu então usar inseticidas diferentes, do grupo chamado de piretroides. São os mesmos encontrados em supermercados, e o mosquito também ficou imune a eles. “Em vez dos 30 anos que as larvas demoraram para criar resistência aos organofosforados, os mosquitos adultos ficaram imunes aos piretroides em apenas três, por causa do uso massivo desses produtos”, afirma Denise. A Secretaria municipal de Saúde destaca que o fumacê não sumiu das ruas e que seu uso é racionalizado. De acordo com o órgão, 120 veículos espalharam inseticida este ano em 325 roteiros em todas as regiões da cidade. Os roteiros são conjuntos de ruas determinados de acordo com dados epidemiológicos e com a incidência de casos de doenças relacionadas ao Aedes aegypt.


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Jurisprudências Condomínio 0008723-52.2015.8.19.0042 – Apelação. 1ª Ementa. Jds. Des. Luiz Fernando de Andrade Pinto – Julgamento: 23/2/2016 – 25ª Câmara Cível Consumidor. Apelação cível. Relação de consumo. Serviço de fornecimento de água. Alegação da autora de que a ré se negou a instalar hidrômetro na sua residência em razão da existência de débitos pretéritos, já prescritos, permanecendo quase três meses sem o fornecimento de água, porque o poço artesiano que abastecia o imóvel secou. Sentença de parcial procedência que converteu em definitiva a liminar deferida para que a ré proceda à instalação dos equipamentos necessários ao fornecimento de água no imóvel da autora, e declarando a inexistência dos débitos inadimplidos, vencidos há mais de dez anos. Pleito indenizatório do dano moral julgado improcedente. Irresignação da autora, requerendo a procedência do pedido de indenização por danos morais. Autora que não produziu nenhuma prova de que efetuou a solicitação de religamento à ré, sequer informando o dia, número de protocolo ou meio pelo qual teria feito o requerimento. Inexistência de prova de que a autora tenha ficado efetivamente privada do fornecimento de água ante a existência de poço artesiano no imóvel. Inteligência da Súmula 330 deste tribunal. Negado seguimento ao recurso, na forma do art. 557, caput, do CPC. 0278940-36.2013.8.19.0001 – Apelação. 1ª Ementa. Jds. Des. Keyla Blank – Julgamento: 14/12/2015 – 24ª Câmara Cível Consumidor. Apelação cível. Relação de consumo. Alegação de inexistência de abastecimento de água confirmada por prova pericial. Parte autora que precisa socorrer-se de poço artesiano. Parte ré que realiza cobranças

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sem proceder ao regular fornecimento. Sentença de procedência que determina o fornecimento regular, declarando a inexistência de débito e fixando indenização por dano moral no valor de R$ 8.000,00. Apelação da parte ré. Não havendo comprovação da regular prestação do serviço deve ser declarada a inexistência de débito. Débito anterior de natureza obrigacional, e não propter rem. Cobrança abusiva da ré. Configurado o dano moral, que ocorre in re ipsa, pela inexistência de fornecimento de água, uma vez que se trata de serviço essencial e fixado dentro dos princípios da razoabilidade e da proporcionalidade. Manutenção da sentença. Recurso a que se nega seguimento. 1ª Ementa. Des. Antônio Iloízio B. Bastos – Julgamento: 26/11/2015 – 4ª Câmara Cível Agravo de instrumento. Ação de obrigação de fazer. Utilização de água captada em poço artesiano. Antecipação de tutela deferida. Súmula 59. Manutenção. 1. Agravo interposto contra decisão que, na ação de obrigação de fazer, autorizou a utilização de águas provenientes de fonte alternativa e determinou que o segundo agravante se abstenha de praticar medida para obstar tal utilização, sob pena de multa de R$ 5.000,00 (cinco mil reais). 2. Conquanto a legislação federal e estadual vigente à época da instalação do poço imponha a necessidade da concessão de outorga de uso para a captação de água por fonte alternativa, não se afigura razoável a medida que, de súbito, determina a suspensão da referida captação. 3. A concessão ou não da tutela antecipada submete-se ao prudente arbítrio do juiz, fundado no princípio do livre convencimento. 4. Aplicável a Súmula 59 do TJRJ. 5. Comando judicial bem fundamenta-

do. 6. Recurso manifestamente inadmissível a que se nega seguimento com fulcro no artigo 557, caput, do Código de Processo Civil. 0193839-36.2010.8.19.0001 – Apelação. 1ª Ementa. Des. Cláudio Dell Orto – Julgamento: 8/4/2015 – 24ª Câmara Cível. Apelação. Indenizatória. Queda dentro da caixa de gordura na calçada pertencente ao condomínio. Responsabilidade subjetiva. Agravo retido; rejeição. Acervo probatório: boletim de ocorrência, exame de corpo de delito, prova testemunhal e laudo pericial que comprovam a queda, as lesões. O próprio preposto do réu admite, em depoimento na 14ª Delegacia Policial, que limpava as caixas de gordura sem nenhum tipo de sinalização. Culpa in vigilando do condomínio, que não se utilizou das cautelas necessárias à segurança dos transeuntes que passavam pelo local no momento da limpeza. Dano material não comprovado. Ofensa a direitos da personalidade, gerando reparação por dano moral. Quantum indenizatório que fixo em R$ 5.000,00 (cinco mil reais). Correção monetária a partir da prolação do julgado (verbete 97, da Súmula deste TJRJ, e 362, do STJ). Juros de mora de 1% desde o evento danoso (16/1/2010) por se tratar de relação jurídica de natureza extracontratual (verbete 54, da Súmula do STJ, e 129, do TJRJ). Custas processuais rateadas e honorários advocatícios compensados diante da sucumbência recíproca (art. 21, caput, do CPC). Precedentes. Recurso a que se dá parcial provimento nos termos do Art. 557, § 1º-A, do CPC. 0095636-10.2008.8.19.0001 – Apelação. 1ª Ementa. Des. Teresa Andrade – Julgamento: 18/4/2013 – 6ª Câmara Cível. Apelação. Responsabilidade civil sub-


jetiva. Rompimento de tubulação da caixa de gordura. Vazamento em unidade condominial. Dever do condomínio quanto à sua limpeza e manutenção. Danos morais caracterizados. Manutenção da sentença. 1. Cinge-se a controvérsia em perquirir a responsabilidade do condomínio réu, em razão do rompimento de cano de água de gordura que gerou vazamento em unidade condominial. 2. Responsabilidade civil extracontratual em sua modalidade subjetiva, na forma dos artigos 186 e 927, do Código Civil, em que necessária se faz a presença da conduta, do dano, do nexo de causalidade e da culpa, a fim de que se reconheça o dever de indenizar. 3. Incontroverso o rompimento do cano da caixa de gordura, que abriu um buraco entre a parede da sala e da cozinha, ocasionando vazamento na unidade condominial do autor. Evento que não pode ser atribuído à ocorrência de força maior, pois é inequívoca a responsabilidade do condomínio quanto a limpeza, manutenção e reparo da caixa de gordura, na qualidade de coisa comum, não havendo prova desconstitutiva do direito do autor, na forma do art. 333, inciso II, do CPC. 4. Fatos que extrapolam a barreira do mero aborrecimento, haja vista os infortúnios gerados, que privam o autor quanto à utilização de seu apartamento, além, e principalmente, das condições insalubres a que foi exposto. Notório o fato de que as caixas de gordura normalmente exalam mau cheiro, sendo lugar inóspito, normalmente habitado por insetos e baratas, que reafirmam o dano de ordem moral. 5. Dano de ordem moral que ocorreu in re ipsa. A sua quantificação deve ter cunho punitivo, sem perder de vista o caráter pedagógico da verba reparatória. Indenização fixada em R$ 3.000,00 (três mil reais),

que deve ser mantida em observância ao princípio da reformatio in pejus, pois merecia majoração para se adequar aos princípios da proporcionalidade e da razoabilidade, bem como ao parâmetro desta corte. Precedentes desta corte. 6. Manutenção da sentença. Negado seguimento ao recurso, na forma do art. 557, caput, do CPC. 0024979-88.2014.8.19.0209 – Apelação. 1ª Ementa. Des. Sandra Cardinali – Julgamento: 27/8/2015 – 26ª Câmara Cível Consumidor. Apelação cível. Ação indenizatória. Autor que exerce atividade profissional no condomínio réu, tendo sido atingido, na cabeça, pelo portão automático, o que teria feito com que caísse, derrubando sua motocicleta. O condomínio não se enquadra no conceito de fornecedor na relação que mantém com seus condôminos ou empregados. Ausência de relação de consumo. Incompetência de órgão julgador. Necessidade de redistribuição do recurso. Declínio da competência em favor de uma das câmaras cíveis não especializadas. 0005639-73.2011.8.19.0045 – Apelação. 1ª Ementa. Des. Cezar Augusto R. Costa – Julgamento: 18/7/2014 – 8ª Câmara Cível. Apelação cível. Ação indenizatória por danos morais e materiais. Acidente entre veículo e portão automático em garagem de condomínio edilício. Pedido do condômino parcialmente procedente quanto à reparação pelo dano patrimonial. Irresignação do condomínio. Trata-se de demanda indenizatória de condômino ante o condomínio réu, em virtude de abalroamento entre seu automóvel e o portão automático de acesso à garagem do edifício. Não merece prosperar o argumen-

to trazido pelo recorrente, de nulidade da sentença por violação ao princípio da identidade física do juiz, previsto no artigo 132, do Código de Processo Civil. Disciplina das nulidades pas de nullité sans grief. A matéria de que trata esses autos se sujeita às normas do Código Civil, em seus artigos 186 e 927. O acervo probatório comprova o dano, a conduta da ré e o nexo de causalidade entre ambos, inexistindo comprovação da alegada culpa exclusiva do apelado. A indenização pecuniária por danos materiais emergentes da colisão possui lastro nas provas produzidas, não merecendo qualquer reparo a decisão proferida pelo magistrado a quo. Decisão monocrática. Artigo 557, caput, do Código de Processo Civil. Nega-se provimento ao recurso. 0103882-24.2010.8.19.0001 – Apelação. 1ª Ementa. Des. Elton Leme – Julgamento: 16/1/2013 – 17ª Câmara Cível. Apelação cível. Ação de obrigação de fazer. Condomínio. Refluxo da tubulação de esgoto. Ônus da prova. Descumprimento. Improcedência mantida. 1. Ação proposta por condômino ante o condomínio, visando à condenação do réu a obrigação de fazer consistente no reparo de defeito na tubulação de esgoto ocasionadora de refluxo de gases que atingem a unidade autônoma da autora. 2. A perícia produzida nos autos não apontou conclusivamente a responsabilidade do condomínio pelo problema descrito na inicial, embora tenha afirmado que o defeito foi solucionado. 3. Conjunto probatório carreado aos autos insuficiente para comprovar a origem e o responsável pelos danos alegados, o que conduz à improcedência do pedido, nos termos do artigo 333, I, do CPC. 4. Desprovimento do recurso.

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Reforma por Alessandra Ceroy

Acima de tudo

Muitas vezes esquecida pelos síndicos, a manutenção dos telhados dos edifícios é tão importante quanto de qualquer área

A síndica Márcia Silva mostra o local onde foi feita a obra em seu telhado: “Para evitar que entre água no telhado, realizamos um serviço de limpeza semestralmente”

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Ao olhar um prédio, observa-se quase tudo: fachada, portaria, paredes, pisos, corredores etc. Mas um local muitas vezes nunca visto de perto é um dos espaços mais importantes para a conservação da construção: o telhado. Sim, a cobertura, assim como toda a estrutura do prédio, também precisa de atenção. Renato Giro, sócio-diretor da Primer Engenharia Ltda., explica que tanto as pessoas que realizam esse trabalho quanto o material utilizado são de custo elevado. “Além disso, o serviço requer cuidados especiais, por causa dos riscos e das condições de acesso ao local. Geralmente, demanda a montagem de uma estrutura especial para termos uma boa condição de trabalho”, comenta. José Lima, gerente comercial da Fortekk Serviços, complementa dizendo que, além de pessoal especializado, a logística do trabalho tem que ser muito bem elaborada, pois há a necessidade de cuidados específicos, como disponibilização de lonas para se proteger das intempéries, além dos riscos envolvidos, como queda e outros inerentes ao tipo de serviço. Por isso, inclusive, a obrigatoriedade do uso de todos os EPIs e EPCs (equipamentos de proteção individual e coletiva).

Cada local uma solução Com maior ou menor inclinação, os telhados devem ter a mesma atenção por parte dos síndicos. A síndica profissional Márcia Silva conta que o Condomínio Palomar, com nove andares e 17 unidades, localizado na zona sul do Rio, recentemente passou por obras no telhado – a estrutura é de madeira formato tesoura simples com cavalete e telhas francesas. Embora o espaço pertença a uma área privativa do morador da cobertura, o condomínio realizou a impermeabilização na laje com manta líquida impermeabilizante, para evitar vazamentos, e aplicação de primer e manta aluminizada autocolante nas áreas mais críticas, como cumeeiras, beiras e rufos, para evitar a umidade e a entrada de água em decorrência de avarias da obra da fachada e de ventos e chuvas fortes. “Essa foi a primeira vez que foi feita a impermeabilização, pois, embora seja um prédio antigo, não há registro de infiltrações anteriores. Além disso, para evitar que entre água no telhado, realizamos um serviço de limpeza semestralmente, mantendo as calhas limpas, pois o acúmulo de folhas e pequenos galhos pode fazer com que a água da chuva escorra para dentro do telhado”, detalha a síndica.


Já no Condomínio Alves, composto por 10 andares e 20 apartamentos, localizado na zona sul da cidade, Maria Teresa Teófilo Monteiro, síndica há três anos, conta que o topo do prédio tem diferentes tipos de cobertura: uma com telhas de amianto bem na parte da frente do edifício e que fica em cima da área onde estão as salas dos apartamentos do último andar; outra, que é um espaço comum para os condôminos, com piso sobre manta, mas com a devida manutenção; e a terceira, onde ficam localizados a casa de máquinas e alguns registros de água do edifício. Nessa primeira, com telhas de amianto, está sendo feita uma obra de impermeabilização, pois houve infiltrações nas salas dos apartamentos do 10º pavimento. “Como o madeiramento está em perfeito estado, foram mantidos, mas colocamos manta e impermeabilizamos o local. Trocamos também as telhas e conservamos com o mesmo tipo que havia anteriormente, as de amianto. Quanto à estrutura, deixamos o declive no telhado e o mecanismo de caimento das calhas. Foi a primeira obra desse tipo no local em mais de 50 anos, o que talvez explique o fato de terem acontecido tais infiltrações. Caso a manutenção periódica tivesse sido realizada, provavelmente não teríamos esse problema”, explica. “Além disso”, conta ela, “estão sendo feitas obras nos apartamentos onde ocorreram as infiltrações para reparar as paredes.” Marcelo Souza, ex-síndico de um dos três blocos do Condomínio Basileu, cada um com 11 andares e 82 apartamentos, localizado na zona sul do Rio, conta que, em seu prédio, o telhado sempre foi de telhas de fibrocimento e que, recentemente, foram feitos serviços de recuperação dessas telhas. Ele explica que, embora a imperme-

abilização seja extremamente importante para afastar infiltrações, esse tipo de serviço é normalmente feito sob demanda. “Telhado não é uma parte da edificação que possua muita manutenção. O acesso é difícil e há riscos (queda e danos). Os reparos são em função de ocorrências de infiltração”, analisa. E completa: “Telhado precisa ser vistoriado, sim. Uma pequena trinca pode dar muita dor de cabeça no futuro. Infelizmente, a maioria das autovistorias não analisa em detalhe essa parte do prédio. Além disso, o próprio condomínio não quer pagar por uma vistoria em detalhes. A preocupação, normalmente, é somente em ficar adimplente com a Prefeitura”, finaliza.

Palavra de quem entende O assessor de Condomínio Pablo Motta, há cinco anos na CIPA, enfatiza que o síndico sempre deve estar atento à manutenção dos telhados, pois existem sinais que evidenciam essa necessidade, como infiltrações, vazamentos e rachaduras. “Oriento a procurar uma empresa que seja qualificada para realizar esse tipo de serviço de reforma e avaliar o real estado do telhado/laje. Sendo constatada a necessidade de reparar, impermeabilizar ou substituir o telhado, o síndico deverá convocar uma assembleia para a aprovação do serviço e a escolha do melhor orçamento pelos proprietários”, orienta. Ele conta que a escolha da empresa para realizar o trabalho é extremamente importante para evitar dores de cabeça no futuro e dá um exemplo. “Já aconteceu de um condomínio contratar uma empresa para reparar um vazamento que estava

atingindo a cobertura e, após a conclusão do serviço e reparo dos danos da unidade, o problema voltar a ocorrer dentro da garantia. Porém, não houve facilidade na solução, tendo sido bem desgastante toda a situação, pois havia problemas com o contrato assinado. Por esse motivo, além da escolha de uma boa empresa, o síndico deve checar suas referências e garantir que o contrato assinado seja claro quanto a garantia pelos serviços prestados e penalidades envolvidas em seu descumprimento.” Pablo alerta, ainda, sobre os problemas que um telhado que não passa pela manutenção correta pode gerar em um condomínio, como gastos inesperados com vazamentos e reposição de móveis das unidades atingidas e recuperação de danos na fachada do prédio, além da possibilidade de ser necessário combater a proliferação de pragas, como pombos e morcegos e insetos.

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O telhado perfeito Assim como em qualquer obra, que deve ser realizada por profissionais especializados, a qualidade do material utilizado faz enorme diferença no resultado final. E no caso dos telhados, a regra é a mesma, tanto na construção quanto na reforma. Renato lembra, também, que a instalação de um telhado deve ser estanque e a colocação de um sistema de impermeabilização deverá ser considerado como complementar. Quanto à garantia do serviço de impermeabilização da laje onde está localizado o telhado, esta deverá durar, no mínimo, cinco anos. “E quanto mais investir na qualidade desse sistema de estanqueidade, seja das telhas, seja da laje, maior será o prazo para a realização de uma nova impermeabilização”, alerta Renato. Lima, da Fortekk, informa que é aconselhável o uso de mantas térmicas fabricadas de tecido de polipropileno, polietileno aditivado e alumínio, pois possuem forte resistência e isolamento térmico eficaz, além de bloquearem goteiras e infiltrações. “Em caso de destelhamento acidental, essas mantas tendem a diminuir os prejuízos, como a queda de estilhaços e a entrada excessiva de chuvas ou vento”, complementa. Já em relação ao tipo de telha mais indicada, o ideal é que o síndico busque um consultor especializado nesse assunto para avaliar fatores como custo de manutenção preventiva e corretiva; inclinação das telhas; isolamento térmico; vento e acesso ao local. Em se tratando especificamente da im-

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A síndica Maria Teresa conta que essa foi a primeira obra desse tipo no local em mais de 50 anos

permeabilização, cada tipo de telhado terá um procedimento. José Lima informa que, em telhados de fibrocimento, por exemplo, normalmente não há necessidade de impermeabilização por causa, principalmente, das características do material e das dimensões do formato das telhas. Em telhados com telhas cerâmicas, o mais indicado são as mantas térmicas; para lajes, devem ser utilizadas as mantas asfálticas ou pinturas apropriadas. Renato Giro explica que, em manutenção corretiva, dependendo do local a ser realizado, pode-se optar por sistemas impermeabilizantes mais rápidos no processo de aplicação, mas que podem ter

menor vida útil. “Imaginando um edifício comercial, como será feita a remoção de todo o piso e do sistema impermeabilizante com as pessoas trabalhando sob a laje? Nesse caso, optamos por um serviço com menos barulho e mais rápido, mas que não vai durar tanto tempo quanto se fôssemos realizar um trabalho em um edifício residencial, onde podemos optar pela remoção total da camada existente para depois refazer toda a impermeabilização”, exemplifica. Ainda sobre impermeabilizações realizadas de forma adequada, ele conta o caso de um local que não avaliou de forma correta o espaço. “As áreas de telhado são pouco visitadas por moradores


e responsáveis pela administração. Muitas vezes, as empresas não consideram o uso que a laje de cobertura da edificação terá. Por exemplo: a aplicação de um sistema impermeabilizante que não considerou a quantidade de antenas existentes no local. Isso significa que várias pessoas terceirizadas acessam o local para a manutenção dessas antenas. Ao aplicar um sistema de baixa resistência mecânica, em pouco tempo, o condomínio foi obrigado a refazer o trabalho por causa dos danos causados por esses prestadores de serviço”, exemplificou. Sobre a limpeza dos telhados, não existe uma regra a respeito de quanto em quanto tempo deva ser realizada. Porém, essa limpeza não é somente estética, pois, durante o serviço, deverão ser observadas as condições do local, como telhas quebradas, rufos soltos etc. Como regra, o ideal é que sejam feitas vistorias frequentes no local, quando é possível detectar os problemas mais comuns, como telhas quebradas, ralos entupidos, calhas sem dimensões adequadas, paredes com esboço desgastado e desprotegidas que acabam absorvendo muita água, madeiramento com problemas como cupins etc. Vale lembrar, ainda, que, às vezes, tais problemas podem comprometer totalmente a estrutura do telhado. E isso, certamente, nenhum síndico quer.

Quem paga a conta? Uma dúvida frequente para quem administra condomínios é: em casos de infiltração ou outros problemas, de quem é a responsabilidade?

Conforto térmico

Pablo Motta, assessor da CIPA, explica que o síndico sempre deve estar atento à manutenção dos telhados, pois existem sinais que evidenciam essa necessidade, como infiltrações, vazamentos e rachaduras

O assessor de Condomínios Pablo Motta explica que, em caso de infiltração oriunda de telhados sem impermeabilização ou impermeabilizados, mas fora da garantia, sendo a infiltração proveniente do telhado do prédio e não sendo a cobertura de uso exclusivo de alguma unidade, o custeio do reparo será de todos os proprietários; se a cobertura pertencer a uma unidade especificamente, os gastos serão dos proprietários do local. Já em casos em que as lajes já tenham sido impermeabilizadas, se houver infiltração ou qualquer outro problema e o serviço prestado estiver dentro da garantia, a empresa deverá ser acionada para refazer o serviço.

Em uma cidade como o Rio de Janeiro, qualquer mudança que possa gerar menos calor é bem-vinda. E, nos prédios, o tipo de telhado pode representar uma boa diferença para quem mora no lugar, especialmente para os moradores do último andar. Renato Giro lembra que a sensação térmica no interior dos apartamentos de cobertura ocorre por vários fatores, como incidência de ventos, revestimento, exposição ao sol etc. Porém, existem telhas mais absorventes de calor e telhas mais refletivas. “O uso de certo material poderá alterar a transferência de calor para o andar inferior. De qualquer forma, em linhas gerais, quanto maior a existência de ar circulando entre a telha e a laje, menor será a transferência de calor para o pavimento inferior. Mas não adianta termos um telhado afastado na cor preta, pois será menos eficiente do que um telhado sobre a laje cuja telha não absorva quase calor”, avalia. Entre as alternativas existentes no mercado, as telhas de cerâmica e fibrocimento e as metálicas absorvem muito calor. Já as telhas de cerâmica aeradas, assim como as metálicas com isolamento térmico, são muito eficientes para evitar o aquecimento excessivo.

Serviço Primer Engenharia Ltda. primer@primerengenharia.com.br Fortekk Serviços www.fortekk.com.br

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