Revista Communic - Edição I

Page 48

O FENÔMENO DA LEI DAS SACOLAS PLÁSTICAS itens e destes apenas quatro tiveram redução de preço. Destacamos, ainda no mesmo espaço, o aumento no faturamento das redes de supermercados que cresceu em todo o estado, apresentando ainda uma expansão de 7,5% no primeiro semestre de 2012, se comparado ao mesmo período de 2011. No referido período da reportagem 02 de agosto de 2012, a situação era a seguinte: o Ministério Público Estadual proibiu as vendas das sacolas tidas como ecológicas pelos seguintes motivos: formação de cartel por parte dos supermercados, uma vez que os preços praticados eram os mesmos nas redes, e também por suspeita de fraude na confecção das sacolas. A proibição do Ministério Público à venda das sacolas em nada alterou a Lei Municipal 9.529/08. Os supermercados, aproveitando-se da situação, negaram ao consumidor as sacolas compostáveis, gerando assim grande desconforto e contratempos, evidenciado na reportagem publicada em 02 de agosto de 2012. Na última reportagem analisada em 10 de setembro de 2012, o Estado de Minas volta ao centro da polêmica com a seguinte manchete: SACOLINHAS PODEM VOLTAR AOS SUPERMERCADOS, apresentando documento do Ministério Público que propunha sete medidas para o retorno das vendas das sacolas compostáveis. Logo abaixo de uma foto de uma consumidora acondicionando os produtos no carro um subtítulo: FIM DA POLÊMICA? Como há proposta de retomar as vendas das sacolas compostáveis, o jornal apresenta a opinião de duas consumidoras contra a medida proposta do MP(Ministério Público), que transcrevemos aqui: “sou contra a venda das sacolas biodegradáveis. Sempre trago uma retor48

nável no carro”, “A gente se acostuma a não usar sacolas. Para mim ficou até mais fácil. Hoje ninguém mais briga porque não tem sacolinha”. Estranhamente nesta última reportagem, o jornal não contrapôs opiniões, diferentemente de publicações anteriores mostradas neste artigo. Reforçamos nossa percepção com a análise da notícia assinada pela jornalista que destaca em seu texto: ESFORÇO NA LATA DO LIXO; lembrando que 92% dos consumidores dos supermercados se adaptaram a nova lei e destaca ainda, que essa “atitude” é um bom começo para mudar a cultura do uso do descartável da população brasileira, inspirada no padrão norte-americano de consumo, conclui o repórter.

Razão, Emoção e Mídia Como questiona o jornal: FIM DA POLÊMICA? Assim também questionamos, haja vista que a indefinição ainda persiste. Vale ressaltar a iniciativa de algumas redes de supermercados de Belo Horizonte que, por iniciativa própria e claro visando a manutenção e satisfação dos seus clientes, distribuem as sacolas compostáveis gratuitamente. Não há como afirmar quem está certo ou errado nessa história, já que todos os envolvidos possuem suas convicções e argumentaram segundo o próprio interesse. Fato é que, o jornal fomentou a discussão e deu continuidade até o presente momento, não “permitindo” que a lei fosse esquecida como outras (lei das focinheiras, lei das filas de banco, lei das fezes de cães, lei do cardápio em braile, entre outras). Não podemos também afirmar que o Estado de Minas formou a opinião dos seus leitores, entretanto podemos sugerir que ele


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.