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PAIS INCRÍVEIS
Conheça a rotina de pais que participam ativamente da criação dos filhos
Reportagem: Miriam Névola Fotos: Anderson Zanatta
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Sabe aquela frase “Não basta ser pai, tem que participar”? Pois agora que sou mãe, entendo esse ditado perfeitamente. Um pai atuante e presente faz toda a diferença na vida dos filhos. Tenho aprendido que não é só ajudar a mãe, vai muito além. É dividir as tarefas, cuidar, dar atenção e amor. O bom é que vivemos novos tempos, e aquela tradição em que o pai trabalha fora e, quando chega, tem que descansar está ficando para trás. Por isso, nesse Dia dos Pais, a Celebrar conheceu a rotina de duas famílias em que os pais são presentes e atuantes.
FAMÍLIA DO DIEGO Pai, mãe, dois filhos e uma cachorrinha. Família perfeita. Ah, que nada! Perfeição só em foto; eles passam por muitas lutas, como todas as famílias, assim como a minha e a sua. Superam tudo com muita união e amor. Diego Marques da Silva é o pai e professor. Ana Aline de Medeiros Silva é a mãe e professora. Ela trabalha em outra cidade de segunda a quinta-feira. Quer dizer que as crianças, Raul (cinco anos) e Ana Aline (um ano), ficam sob os cuidados do pai. Enquanto ele está no trabalho, os pequenos estão na escola e, quando estão em casa, o pai toma conta, cuida, faz almoço... Ok, você pode estar pensando: “A maioria das mães faz tudo isso e não ganha sequer um elogio”. É verdade. Eu sei disso. As mães fazem isso e muito mais e não são reconhecidas. Por isso a Celebrar acha tão importante valorizar as mães e mostrar aqui exemplos de pais que também entram nessa rotina doida que é criar filhos. Quem sabe se tornam exemplo para outros, não é mesmo? E a Ana Aline, o que pensa sobre isso? Olha só o que ela respondeu: “Eu nasci em uma família tradicional, com sistema patriarcal, em que a mãe fazia mais essa parte de cuidar da casa e dos filhos. Quando pensava em ter minha família, queria que fosse diferente. Então, não escolheria um namorado que, no futuro, seria pai dos meus filhos, que não tivesse uma mente e atitudes diferentes. Eu sabia que o Diego agiria assim. É tudo muito natural pra gente”, declara Ana. Mas, é claro que, como toda mulher, ela gosta que as coisas saiam do jeito dela. “Eu fico monitorando tudo por whatsapp. Quero saber que roupa ele escolheu e, na maioria das vezes, não combina. Mas estou fora, tenho que aceitar o jeito dele”, confessa dando risada. O Diego acha que tudo fica mais fácil com a esposa longe. “É bastante serviço cuidar da casa e dos filhos; mas, sem ela por perto, faço do meu jeito. Crio os filhos mais soltos, dando autonomia, fazendo experiências e observando como eles vão se virar. Se ela estivesse por perto, muita coisa eu não poderia fazer. Pai é assim. Dá tudo certo.”, diz Diego. Quando a família toda está junta, é uma farra envolvida com muito amor; afinal, dá saudade. “Sempre pensei em ser pai desse jeito, presente, atuante. Não é que eu planejava ter filhos, mas eu sabia que teria e queria criá-los participando de tudo”, enfatiza Diego.


FAMÍLIA DO DOUGLAS Douglas Sarat também cuida dos dois filhos, Gabriel (12 anos) e Arthur (oito anos). Nesse caso, não foi opção. Há quatro anos a esposa e mãe dos meninos faleceu, vítima de câncer. Um baque imensurável. Douglas ficou sem chão. Ao mesmo tempo, tinha certeza de que não queria deixar a criação dos filhos nas mãos de outras pessoas. “No começo, foi muita pressão. Perdi peso, sofri, mas tinha que cuidar deles”. Com muita fé, amor e trabalho seguiu em frente. Hoje, a rotina familiar está bem estabelecida. Na casa, Douglas faz tudo, sem ajuda de empregada. Os meninos também têm tarefas, uma rastela a grama, outro recolhe; um dá banho nos cachorros, o outro dá comida... Enquanto está no trabalho, como vendedor, Douglas conta com a ajuda do pai para buscar os meninos na escola. Uma criação em que os homens estão à frente. “Acho que isso vai ajudar os meninos a serem pais diferentes. Eles veem que os homens fazem de tudo; então, não tem por que ter pensamentos e atitudes machistas”, enfatiza Douglas. É claro, eles sentem falta da presença feminina; não de qualquer mulher, é da mamãe, da esposa. “Eu sinto falta e sei que eles também sentem falta da mãe. Só que temos que seguir em frente. Eu faço tudo pelos dois. Minha vida gira em torno deles; eu me privo bastante, mas vale a pena. Minhas prioridades são assim: Deus, eles e eu. O resto, se der deu; se não der, estamos felizes” .

