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A chave para uma vida de sucesso

matéria especial A CHAVE PARA UMA VIDA DE SUCESSO

O que significa realmente estar bem consigo mesmo? Essa pergunta nos introduz numa filosofia da relação. Desde os primórdios, passamos da cosmologia mitológica ao humanismo. Da reflexão sobre a origem material do mundo para a reflexão sobre o homem. Na passagem da Idade Média para a Modernidade, deslocamos o discurso sobre “Théos” para o “Antropos”; o próprio Descartes proferiu a sua máxima, “Cogito ergo sum”, “Eu penso, logo sou”. O pensamento filosófico ocidental concentrou seus esforços sobre a reflexão do ser; por isso, o individualismo predominante em nossa cultura é expressão concreta de um pensamento mais voltado para o indivíduo do que para a comunidade.

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Nesta cultura do “self”, a busca pela realização pessoal, espiritual, familiar, profissional, afetiva e social revela que desejamos ser infinitamente mais. Esse anseio é expressão de que estamos num movimento de saída, do ser para o outro. Assim, descobrimos que, quanto mais saímos de nós mesmos em direção ao outro ou à realidade que nos interpela, atualizamos o nosso “eu”. O outro é condição de possibilidade para a realização pessoal, porque nos questiona e nos desperta do sono egoísta e da ilusão do “bem-estar” que anestesia nossa percepção do real.

A realização pessoal depende do modo como nos relacionamos com as pessoas, da capacidade de gerar vínculos saudáveis e construtivos. Consiste em olhar além de si mesmo. Sozinhos não somos capazes de ser o que realmente devemos ser. O outro é capaz de nos abrir para o caminho da realização pessoal. Desde

Foto: Johasi Henrique

modo, caminhamos para superar o individualismo para a cultura do encontro e do diálogo.

Portanto, da modernidade que anunciava a primazia do “eu” para a pós-modernidade que anuncia a primazia do “nós”. O outro é protagonista na construção do ser pessoa, aberto às relações interpessoais. O “Nós” nos leva a contemplar o Deus comunhão e participação. A relação interpessoal é a chave para uma vida de sucesso consigo mesmo, com os outros e com o próprio Deus. O outro é chave porque nos convida, com a sua presença, a ampliar os horizontes.

Padre Fernando Lorenz

Licenciado em Filosofia, pela UCDB, e Bacharel em Teologia, pelo Instituto Teológico João Paulo II. Pós-Graduado em Ciência Litúrgica, pela UNISAL. Assessor Diocesano da Pastoral Litúrgica, Assessor Diocesano das Pequenas Comunidades, membro do Núcleo Diocesano de Pastoral. Publicou o livro, pela editora Paulus, sobre a Espiritualidade do Padre Diocesano, escreve para a Revista ELO, na página Liturgia em Destaque. Atualmente, está como pároco da Paróquia São João Batista. Instagram: @lorenz_fernando Facebook: Padre Fernando Lorenz

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