Revista Ao pé da Letra - Volume 15.1

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2.3 Estratégias de produção de resumos acadêmicos Sendo a atividade de resumir um exercício de escolhas, muitas vezes, inconscientes (MACHADO et al, 2004, p. 25-26, 31), ela demanda uma leitura fluente e, ao mesmo tempo, cuidadosa. O ponto de partida deve ser a compreensão da ideia que o autor desejou comunicar no texto original, a qual norteará o uso da capacidade de discriminar o essencial do acessório, ou seja, “das informações adicionais, ou até [de] elementos estilísticos, retóricos” (ALVES, 2010, p. 41). A mera utilização de estratégias de apagamento e seleção não são suficientes para a elaboração de um resumo, segundo Therezo (2001). Menos ainda a cópia aleatória de algumas ideias básicas, ou o “cômodo apagamento” daquelas que o leitor não compreende. O resumidor deve ser capaz de realizar generalizações e de construir novos enunciados com suas próprias palavras e, para isso, é fundamental que ele tenha atribuído sentido às informações disponíveis no texto e também que domine um amplo vocabulário. Machado et al. (2004) propõem a técnica da esquematização temática para a realização de um bom resumo. O esquema funciona como um texto preparatório, que representa as relações entre as ideias do texto original de forma sintetizada. Seu modelo de esquema de um texto argumentativo, por exemplo, inclui o fato que desencadeou a discussão, a questão levantada, a posição contrária à do autor (quando houver), a posição do autor, seus argumentos e a conclusão. Essa técnica possibilita uma visualização geral do texto original, já que o esquema é formado por tópicos curtos que sintetizam as ideias fundamentais do texto. No momento da produção do resumo, através das palavras do resumidor, essas ideias serão reapresentadas e, então, organizadas por meio de elementos coesivos.

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