Amazing #9 Jadna Alana

Conheça o

E MAIS:

fantasismo brasileiro

j. k. rowling, irmĂŁos grimm & tolkien

Entrevistamos:

Ana LĂşcia Merege Wellington Budin

Palavra dos editores

Mais uma vez, trago somente notícias boas.

Para começar, já temos alguns eventos marcados. A Editora Coerência participará da Flipoços, da Bienal do Livro no Rio de Janeiro, e, como se já não fosse bom o bastante, teremos a 5ª edição do Coerência Literária.

No momento, também estamos preparando mais de 15 títulos para serem lançados até o mês de maio.

Agora somos associados da Aberst.

Participamos do Coesão Independente, um grupo composto por mais de 50 editoras que se juntaram para fazer a diferença.

Estamos chegando aos 180 títulos no nosso catálogo, tudo isso em apenas três anos recém completados de editora.

Por isso e muito mais, só temos a agradecer a você, querido leitor e amigo, que tanto nos prestigia. Seja, comprando, acompanhando nossas redes sociais, comparecendo aos eventos, ou apenas nos divulgando “boca a boca”, sua participação é de extrema importância.

Obrigada a todos, sem vocês não somos nada.

Lilian Vaccaro Editora Chefe

Nas próximas páginas os leitores da revista Amazing embarcarão no incrível mundo da literatura fantástica, onde há heróis, magia e universos nos quais a imaginação é o principal elemento. Há um pouco de tudo: o fantástico na literatura clássica e contemporânea, o mundo bruxo de J. K. Rowling e a Terra Média de Tolkien. E, como não poderia faltar, a literatura fantástica brasileira. Aventurem-se conosco em mais uma edição da Amazing.

Que a força esteja com vocês!

C. B. Kaihatsu

Fala, pessoal!

Essa edição marca a chegada de um novo ano. Para mim, os primeiros meses são essenciais. São neles que encontro formas de melhorar minhas energias, faço planos, sonho... e como sonho, hein?

Espero que, em 2019, todos nós possamos tornar os nossos sonhos em realidade, transformando, assim, o mundo ao nosso redor. Que tenhamos uma vibe positiva para vivenciar cada momento da melhor forma. O presente é uma dádiva, então vamos aproveitar.

Namastê!

Luis Enrique Kato

Diretoria Administrativa: Lilian Vaccaro Editores: C. B. Kaihatsu e Luis Enrique Kato Projeto gráfico e diagramação: Eder Modanez | Ateliê Gigante Guerreiro Revisão: Ana C. Dias Colaboradores: Marcelo Milici, Ana Carolina Dias, Giovanna Vaccaro, Jadna Alana, Bruna Costabeber, Kátia Schitine, Raphael Miguel.

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Revista Amazing

Quer mandar algo para a revista? Entre em contato! amazingrevista@gmail.com

Aceitamos: textos literários, divulgações, dicas literárias, oferecimento para algum serviço, brincadeiras literárias, sugestões, dúvidas, elogios e críticas.

Escritora, poetisa, antologista, engenheira de controle e automação, bailarina clássica e de jazz, colunista cultural do Jornal Tribuna de Paulínia e do site CultEcléticos e editora da Revista Amazing. Idealizadora do projeto literário Clube dos Cinco.Também é beatlemaníaca, fã de Fórmula 1, de Star Wars e do Nintendo de 8 bits.

Jadna Alana, cantora, youtuber no canal “Uma Escritora Diferente”, estudante do curso de L Letras pela Universidade Estadual da Paraíba, colunista na Revista Amazing, escritora do livro “A Princesa de Ônix” e “O Retorno do Príncipe”.

Apaixonada por universos fantásticos, ela foi a coorganizadora da antologia “Sedentos por Sangue” e participou do livro “Os Supremos”.

Giovanna Vaccaro tem 18 anos, é leonina com ascendente em leão e lua em leão, mora em São Paulo com seus pais e seu irmão, onde cursa Jornalismo na USJT. Publicou 3 livros e 4 antologias.

Tem um canal no YouTube chamado Passa Cola e é viciada em mostrar seu dia-a-dia no instastorie do Instagram. Além de cuidar do horóscopo da Amazing.

Siga nas redes sociais: Facebook: Giovanna Vaccaro Instagram: @eugiovannavaccaro YouTube: /Passa Cola

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Marcelo Milici é professor e escritor, fundou o Boca do Inferno em 2001.

Baterista nas horas vagas, curte rock´n roll e filmes obscuros. Tem contos em antologias, e é responsável pela enciclopédia definitiva sobre a coulrofobia na cultura pop “Medo de Palhaço”.

19 anos, paulista, editor, colunista e estudante de jornalismo na Universidade São Judas.

Viciado em séries e livros, encontrou nas palavras a sua maneira de mudar o mundo.

Em 2017, pela Editora Coerência, publicou seu primeiro livro, Amar é Mar, sendo autor convidado das antologias Noite Natalina e Sociedade dos Poetas Vivos.

Sonhador, foi homenageado por sua liderança e importância na cidade e no Estado de São Paulo. Criador de conteúdo do blog pessoal Ela Se Chama, impacta milhares de pessoas com as suas palavras. Espera que, um dia, sua voz possa transformar o mundo ao seu redor.

Ana Carolina Dias tem 21 anos, mora em uma pequena cidade do Rio de Janeiro, e é uma estudante de Letras da UFRRJ que se divide entre o amor pelos livros, música e filmes. Extremamente perfeccionista, sonhadora e taurina, gosta de detalhes, clichês e, mais ainda, criar histórias com finais felizes e imprevisíveis. É autora do romance “Os Dez Amores de Cece” e também participou de algumas antologias.

Avesso aos rótulos, Raphael Miguel é um escritor apontado com destaque pela crítica especializada. É autor de contos, poemas, crônicas e dos romances “O Livro do Destino”; “Ácido & Doce: A Rosa Fatal”; “Planeta Brutal”, além dos livretos “5 – Cinco” e “#Drama”; organizador das antologias “Playlist e “Últimos Dias”; idealizador da coletânea “Os Supremos”. Colunista fixo da Revista Amazing, pretende contribuir cada vez mais para a literatura brasileira alternativa.

Bruna Costabeber, 26 anos, engenheira civil, blogueira, mãe da Nina, apaixonada por livros e por números, dois universos que se chocam em muitos momentos. Já realizou alguns sonhos, mas nunca deixou de sonhar, pois são eles que a movem.

Fevereiro / Março

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onteúdo C Destaques da Literatura Fantástica Brasileira Horóscopo literário Artigo: Uma ponte para heróis Entrevista com Wellington Budim O lado obscuro e trágico dos Irmãos Grimm A viagem de trem que transformou o mundo Entrevista com Jadna Alana As odisséias (novas e velhas) Literatura e RPG: Role o dado de criativadade Fantasismo brasileiro Entrevistamos Ana Lúcia Merege Quadrinhos Caça-Palavras 4

Revista Amazing

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Destaques da Literatura Fantástica Brasileira por C. B. Kaihatsu

A literatura fantástica brasileira vem conquistando cada vez mais espaço, seja com histórias ambientadas em solo brasileiro, seja com reinos fictícios, era medieval, entre outros.

Alguns nomes se destacam no cenário atual da fantasia brasileira, como: Affonso Solano, Ana Lúcia Merege, André Vianco, Eduardo Spohr, Raphael Draccon e Renata Ventura.

Affonso Solano lançou seu primeiro livro, “O Espadachim de Carvão”, em 2013, sendo esse o primeiro da série. Para ambientar a história, Solano criou seu próprio universo, Kurgala.

Já Ana Lúcia Merege criou Athelgard para os livros da série “O Castelo das Águias”. Ela também escreve histórias fantásticas para o público infantil.

Nas próximas páginas, vocês poderão conferir a entrevista da autora para a Amazing, em que ela conta um pouco sobre o universo de Athelgard.

Influenciada por nomes como J. K. Rowling e J. R. R. Tolkien, Renata Ventura trouxe a magia e bruxaria para o Brasil, mais precisamente para a favela de Santa Marta no Rio de Janeiro, onde

André Vianco Os Sete (2000)

Eduardo Spohr A Bat. do Apocalipse (2007) Os filhos do Éden (2013-15)

Raphael Dracoon Dragões de Éter (2007-10)

o menino Hugo descobre ser um bruxo. Ele é o protagonista do livro “A Arma Escarlate”. O segundo livro da série se chama “A Comissão Chapeleira”.

André Vianco ganhou notoriedade com sua série de livro de vampiros, cuja primeira publicação veio de forma independente através do título “Os Sete”, em 1999.

O primeiro livro de Eduardo Spohr, “A Batalha do Apocalipse”, foi inspirado em diversas culturas e religiões que o autor conheceu quando criança em viagens com seus pais. Posteriormente, lançou a saga “Filhos do Éden”, ambientada no mesmo universo do primeiro livro.

Autor de vários livros, Raphael Draccon é mais conhecido pela trilogia “Dragões de Éter”, que é repleto de referências à cultura pop.

Além dos nomes citados, há muitos autores nacionais de fantasia cativando leitores com suas histórias. Seja em universo fantástico ou em algum lugar do Brasil, permita-se embarcar em uma jornada pelas páginas dos livros de fantasia nacional.

Ana Lúcia Merege O Castelo das Águias (2011)

Renata Ventura A Arma Escarlate (2012)

Affonso Solano O Espad. de Carvão (2013-15)

Fevereiro / Março

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Horóscopo Literário

por Giovanna Vaccaro | Ilustrações: Edere Modanez

Áries

Gêmeos

20 de abril/ 20 de maio

21 de maio/ 21 de junho

Como estão as coisas no amor? Se for depender dos astros, você estará com sorte durante as próximas semanas. Arrasou!

Paciência, taurino! Respire fundo três vezes antes de falar, porque neste quesito está meio osso...

A Lua em Aquário mostra que o desapego de um certo caminho pode te ajudar a encontrar um novo rumo.

Libra

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Touro

21 de março/ 19 de abril

Escorpião

Sagitário

23 de setembro/ 22 de outubro

23 de outubro/ 21 de novembro

22 de novembro/ 21 de dezembro

Essa é a hora de fortalecer laços de amizade e sair para se divertir.

Planeje uma viagem!

Você está tenso? Logo mais passa, tá? Vale a pena pegar uns instantes para refletir sobre o que você realmente está querendo e sentindo.

O que dizer? Vênus acabou de chegar na sua casa e a Lua está em Aquário, bora pra festa? Seja responsável com as bagunças, hein?

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Fevereiro / Março

Câncer

Leão

Virgem

22 de junho/ 22 de julho

23 de julho/ 22 de agosto

23 de agosto/ 22 de setembro

Esses dias não foram muito fáceis para vocês, né? Desencana um pouco desses assuntos e confie no futuro!

Você está entrelaçado nas garras do amor. Novamente. Boa sorte!

Pega leve! Se você começar a ficar meio ansioso por conta do trabalho, se distraia, foque em si mesmo.

Capricónio

Aquário

Peixes

22 de dezembro/ 19 de janeiro

20 de janeiro/ 18 de fevereiro

19 de fevereiro/ 20 de março

Aí, que alivio! Tudo está nos trinques novamente. Esse momento é seu.

Iiiih! Está sensível? Chorando com vídeo de bichinho fofo e filme clichê? Se sim, ótimo momento para dar aquele primeiro passo com o(a) parceiro(a)

Não idealize muito, se não vai se decepcionar. Lembre-se sempre do Expectativa vs. Realidade.

Outubro/ Novembro

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Uma ponte para

por Guilherme G. Affonso

Tolkien era um contador de histórias, e seu primeiro sucesso literário, O Hobbit (1937), teve origem em meio a narrações contadas oralmente para seus filhos e amigos.

Ora, toda boa obra precisa que alguém a descreva, não existe uma boa história sem um começo e/ou um bom relator. Assim, imbuído do espirito de um contador de histórias, me atrevo a escrever sobre aquele cuja mitologia até hoje não foi desvendada por completo e que legou ao mundo a fantasia literária tal qual como conhecemos hoje.

John Ronald Reuel Tolkien, conhecido pela grafia J. R. R. Tolkien, nasceu em 03 de janeiro de 1892 em Bloemfontein, África do Sul. Filho de ingleses que residiam na África, aos três anos de idade partiu com sua mãe e seu irmão mais novo rumo a Inglaterra, para o que, a princípio, deveria ser apenas uma visita ao país de origem de seus pais. O pai de Tolkien deveria encontrar sua esposa e filhos algumas semanas mais tarde, pois ficara na África do Sul conduzindo algumas questões profissionais. Tal reencontro, no entanto, nunca ocorreu, visto que o pai de Tolkien faleceu algumas semanas depois, vitimado por uma febre reumática.

Tolkien relatava poucas - em verdade, quase nenhuma - lembranças a 8

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respeito da África, existia em si mais um misto de sensações do que memórias, no entanto, as lembranças da Inglaterra sempre foram muito vívidas, tanto das dificuldades para se estabelecerem em um novo país, quanto dos bons momentos da infância no campo, das aulas ministradas por sua mãe (segundo o próprio Tolkien, sua primeira e melhor professora).

Foram as línguas, os ensinamentos sobre idiomas ministrados por sua mãe, entre eles o inglês, latim e francês, mas principalmente uma mente curiosa - que, inicialmente, se encantava com as placas de caminhões na língua galesa passando pela estrada aos fundos da casa - que levaram o Tolkien a iniciar pesquisas e leituras estrangeiras. Por puro prazer, o jovem mergulhou no islandês, nas línguas germânicas, mas principalmente nas origens da própria língua, não o inglês moderno, mas o bretão antigo, o medieval e antecedente inglês, que por séculos tomara as planícies e caminhos da sua terra.

Foi essa mesma curiosidade que levou esse jovem pelos caminhos da filologia, ramo que trata do minucioso estudo de línguas e de documentos antigos, analisando seu desenvolvimento, evolução e interpretação ao longo do tempo. Formou-se filólogo pela faculdade de Letras de Exeter, e

posteriormente levaram-no a se tornar professor universitário e pesquisador em Oxford, obtendo título de Doutor em Letras e Filologia, com apreciados e reconhecidos méritos por seus trabalhos e pesquisas.

Eu muito poderia escrever sobre a vida pessoal e profissional de Tolkien, sobre sua relação e amor com Edith (sua eterna Lúthien), ou mesmo com seus filhos, em especial com Christopher, a quem somos tão gratos pelas edições posteriores à morte de seu pai, sobre sua amizade com CS. Lewis

o resgate às tradicionais histórias de heroísmo e virtude do mundo antigo, (...) deveriam ser apresentadas e legadas ao mundo como inspiração...

Imagem divulgação

(autor das Crónicas de Nárnia), mas no fundo, seria um grande plágio, ou uma cópia malfeita, da maravilhosa obra J. R. R. TOLKIEN – Uma Biografia – de Humphrey Carpenter (Editora Harper Collins), a qual eu indico indistintamente. Essa biografia, escrita de maneira leve, generosa e rica em detalhes, nos conduz pela infância, juventude, obras e criações do professor Tolkien. Nos leva por momentos de sua vida que criaram profundas marcas, as bases para elaboração de seu próprio mundo desenvolvido em Silmarillion, Hobbit e Senhor dos Anéis.

Cito como exemplo as informações e detalhes trazidos na biografia sobre horrores vividos pelo professor durante a Batalha do Somme, na 1ª Guerra Mundial, a qual possui reflexos em seu primeiro grande conto, a Queda de Gondolin, escrito em 1916 e publicado na integra apenas em 2018 pela Editora Harper Collins, ou seja, somente 102 anos depois, graças aos esforços e edições cuidadosamente preparados por Christopher, atualmente com noventa e quatro anos. Enfim, ambos os livros, a biografia e o conto, são de livre e apaixonada indicação, servindo de distração e passatempo impares, um raro prazer de leitura.

Apenas registro que a leitura do conto da Queda de Gondolin pode se mostrar um pouco complexa pela ligação direta com a mitologia criada pelo autor.

Tolkien foi um perfeccionista extremo, preocupando-se com os mínimos detalhes de suas obras, desde a árvore genealógica e origem dos nomes de cada um de seus personagens, principais ou secundários, à fase da lua enquanto seus personagens atravessam determinada cena, os detalhes de terras distantes jamais alcançadas, ou o tom do brilho da espada do personagem ao desferir um golpe, origem e desenvolvimento das línguas faladas

Tolkien acreditava que a fantasia era uma necessidade para as pessoas em qualquer época ou idade. nessas obras. Um detalhista que conferiu às suas obras, indiscutivelmente do ramo da fantasia, um grau de realismo e realidade jamais conferidos por qualquer outro autor. Ele chegava ao ponto de afirmar que os personagens, momentos, histórias e batalhas não eram criados por ele, mas em verdade, descobertos no decorrer de uma história. Não era ele quem os trazia até aquele momento, mas os próprios personagens apareciam como parte vital da história, como se sempre estivessem ali, inseridos, por mais que ainda não se tivesse escrito uma vírgula sobre eles.

Não é exagero algum descrevelo como um criador de mundos, desde suas divindades e heróis, até mesmo aos mais comuns cidadãos de determinada pátria. Foram as bases fantásticas (para não dizer históricas) lançadas por ele que moldaram o que se entendem hoje por fantasia pela conhecida jornadas de heróis.

Partiu de suas obras e de seus

conhecimentos linguísticos o resgate às tradicionais histórias de heroísmo e virtude do mundo antigo, carregadas de exemplos de nobreza e altivez de valores, as quais deveriam ser apresentadas e legadas ao mundo como forma de inspiração para o desenvolvimento máximo do valor das pessoas. Foram, enfim, as capacidades, conhecimentos e pesquisas de Tolkien que puderam criar essa ponte entre passado e presente, resgatando e inserindo os valores e exemplos de heroísmo para seus próprios personagens e mitologia.

Foi a mitologia criada por Tolkien, a grande responsável pelo resgate à literatura de fantasia, foi ele o pai da fantasia moderna, foi ele, com base em seus conhecimentos em línguas antigas, o principal responsável por tornar possível que histórias de cavaleiros, dragões, guerreiros, batalhas, princesas e seus atos heroicos atravessassem séculos e encontrassem um espaço na vida de crianças, jovens e adultos. Foi graças Fevereiro / Março

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Artigo

Foi a mitologia criada por

Tolkien

a grande responsável pela fantasia moderna a seus conhecimentos e as bases de fantasia criadas que histórias de nobreza antiga puderam sobreviver a virada de século, a duas guerras mundiais, atingindo várias e inúmeras gerações.

E mais, o professor Tolkien, como um estudioso com profundos conhecimentos em línguas antigas, foi o homem capaz de traduzir para a modernidade, através de sua própria mitologia, altos e nobres valores como amizade, honra, coragem, amor, fraternidade, perdão, empatia, sacrifícios por outros em nome de um bem maior. Ele buscou demonstrar, dentro de sua própria mitologia, o alcance e a nobreza desses atos, seja em relação a si próprio, seja em relação a terceiros ou ao mundo que nos cerca.

Quando usamos o termo “traduzir” acima, não foi de forma literal; sim, de fato Tolkien traduziu diversas obras antigas por motivos acadêmicos (como a Lenda de Beowulf), mas sua principal contribuição foi a de inserir os valores e crenças de obras antigas dentro de sua própria mitologia .Foi criar uma ponte entre a nobreza de atos heróicos para a modernidade.

O Professor foi capaz de, mesmo após duas guerras mundiais, entregar ao mundo uma complexa obra de esperança, uma obra que, mesmo ficcional e fantasiosa, reflete os resultados de bondade, coragem e compaixão no mundo, criando uma 10

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ligação às futuras gerações com valores, histórias e atos de nobreza quase perdidos após uma virada de século e duas grandes guerras, transmitindo através de seus personagens e histórias um modelo de coragem, um modelo do que seria lutar pelo o que é certo, mesmo dentro dos tempos mais sombrios.

Existem, sim, tristezas dentro da obra de Tolkien, existem perdas, guerras, devastações, mortes, como no mundo real. Mas existem principalmente exemplos de esperança, de coragem, de compaixão, de união, de bondade.

Muito mais que meras alegorias das capacidades humanas (sejam elas boas ou ruins), ou ainda mera diversão, Tolkien buscava inserir dentro de seus personagens um reflexo das capacidades máximas que o homem (na condição ser humano) pode atingir, fosse trabalhando pelo bem, fosse trabalhando pelo mal.

Tolkien acreditava que a fantasia eram uma necessidade para as pessoas em qualquer época ou idade (ensaio Sobre Contos de Fadas de 1947, revisão e publicação em 1964), o primeiro propulsor para sonhar, desenvolver atitudes positivas em relação a si próprias e aqueles que os cercam, uma transmissão de modelos e valores a serem seguidos. Não mero escapismo da realidade, mas figuras fantasiosas que pudessem elevar o padrão da realidade, torna-la melhor e mais suportável.

Essa mesma possibilidade, essa mesma fantasia deveria e poderia servir como inspiração para crianças e adultos através de exemplos dentro das histórias, acreditava, enfim, que a fantasia deveria possuir tamanho grau de realidade que pudesse inspirar a própria realidade.

Ora, em determinado momento, o papel que hoje pertence aos super-heróis, transmitindo ideias, valores, sonhos e esperanças, e mesmo fortalecendo caráter, capacidades e bondade a tantas pessoas, pertenceu a

Sam, Aragorn, Frodo, Gandalf, Bilbo, Legolas e outros personagens seus, que transmitiam capacidade máximas e exemplos de virtudes. Coube a eles transmitir virtudes e valores do mundo antigo para a modernidade através da fantasia de Tolkien.

No último dia 03 de janeiro, os tolkienistas do mundo todo realizam, às 21h, o tradicional brinde ao mestre Tolkien, que este ano completaria cento e vinte e sete de idade. Seu falecimento deu-se em 1973, em Bournemouth, aos oitenta e um anos, no entanto, sua obra e o mundo por ele criados viverão para sempre, seus caminhos, conflitos, lendas e sonhos, se renovando a cada vez que alguém, pela primeira vez, lê a primeira frase de sua obra: “Numa toca no chão vivia um hobbit”.

Assim, termino o presente texto com minhas sinceras homenagens e agradecimentos pela obra legada ao mundo pelo professor Tolkien, bem como, um convite a você, aí do outro lado lendo, à conhecer a genialidade desse homem, um convite para adentrar ao mundo do Silmarillion, do Hobbit, do Senhor dos Anéis, se perder nos bosques e caminhos, vivenciar com seus personagens a grandiosidade das lendas, histórias, atravessando com coragem cada guerra, música, conflito, sonho ou mito existente na Terra-Média.

Namárië!

(do élfico: Adeus!)

Guilherme Gomes Affonso O Autor nasceu em 1993 na cidade de São Paulo, cidade pela qual é apaixonado e onde reside.

Advogado, formado pelas Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU) no ano de 2015, autor do livro Contos de Morte lançado pela Editora Coerência.

Entrevista

Teu pecado Wellington Budim 402 pág.

Constelação Editorial

Wellington Budim por Jadna Alana

Wellington Budim nasceu no dia 10 de março de 1979 em São Paulo.

Graduou-se em Letras e cursou Roteiro.

Atua como pesquisador no Acervo Fotográfico da Editora Abril. O autor descobriu sua paixão pelos livros muito cedo. Enquanto seus colegas de sala diziam que a leitura era algo chato, ele se perdia na imensidão da literatura.

“De Machado de Assis à Camilo Castelo Branco, Bernardo Guimarães, Fernando Pessoa, Pedro Bandeira, Eça de Queiroz, etc. Passei a frequentar a biblioteca da escola e todos os anos era o aluno que mais emprestava livros. Lembro que uma vez tive um problema no joelho que me deixou dois meses sem poder andar, minha mãe ia na escola buscar livros para eu ler”, relatou o autor em nossa entrevista.

Consequentemente, esse amor pelas letras resultou na criação de suas próprias histórias. O suspense policial “Teu Pecado” foi seu livro de estreia. Ele foi considerado o Best Seller da editora onde foi publicada a primeira edição, vencedor do Prêmio Belas Artes da Literatura de

2018 e recentemente recebeu quatro indicações ao prêmio AliensAwards 2018 como Melhor Livro Nacional, Melhor Autor Revelação, Melhor Capa e Melhor Suspense Policial.

Em nossa entrevista, Wellington revelou que seu gênero favorito é o suspense policial, pois gosta de criar tramas que prendem o leitor e que jogam com ele. Mesmo assim, o escritor admitiu também que já se arriscou por outros gêneros. “Quando eu decidi publicar um livro, cheguei a pensar que seria autor de um gênero só, mas confesso que acabei me surpreendendo, participei de algumas antologias de terror e fiquei bem satisfeito com o resultado. Já me arrisquei a escrever romance e fantasia também, embora não tenha publicado.”

Sabemos que viver no mercado editorial é um desafio muito grande e, com apenas alguns meses de publicação, Wellington já conseguiu ganhar um prêmio tão significativo. O autor nos contou que ficou estático quando soube do resultado. “Demorei um tempo para entender e o que havia acontecido. Quem

escreve sabe que não é uma tarefa fácil, que não temos muitas portas se abrindo para nós, há uma concorrência muito grande no mercado e são poucos os que te estendem a mão e te oferecem ajuda.

Dai você recebe o primeiro lugar em um prêmio como este, tendo apenas cinco meses desde que o livro fora lançado no mercado.”

O escritor ainda acrescentou que está trabalhando em um novo projeto, desta vez se aventurando em um realismo fantástico, no qual mistura um pouco de suspense e terror. A história é ambientada em uma aldeia fictícia no Brasil de 1843, intitulada: Aldeia dos Mortos.

Para encerramos a entrevista, Wellington deixou um recado para seus leitores: Vou começar agradecendo a todos aqueles que leram, comentaram e ajudaram a divulgar, eu não teria conseguido metade das coisas que consegui com o “Teu Pecado” sem essas pessoas. E para os que pretendem ler, deixo a promessa de fortes emoções e surpresas uma atrás da outa. Lembremse: Ninguém é tão inocente quanto parece.

Fevereiro / Março 11

Artigo

lado obscuro e trágico dos Irmãos Grimm por Marcelo Milici

Era uma vez, em um reino muito, muito distante, bem no meio de um tenebroso inverno, quando os flocos de neve, leves como plumas, caíam do céu, uma bela princesa que observava tristemente pela janela cristalina de sua altíssima torre o passeio das aves ousadas. Sabia que seu destino já havia sido traçado pela horrenda Bruxa Verde, condenada a passar o resto da eternidade como uma sentinela dos príncipes mortos. Entre lágrimas, no reflexo distorcido de uma Ismália que só poderia ter pesadelos, ela folheava um pequeno livreto amarelado que continha as versões mais obscuras dos contos desencantados dos Irmãos Grimm.

Jacob e Wilhelm, nascidos em Berlim na última quinzena do século XVIII, ganharam notoriedade pelas versões desenvolvidas das principais fábulas infantis, azedadas pela influência vívida do Romantismo Nacionalista.

Historietas contadas pelas avós a seus descendentes atravessavam séculos para conquistar o registro dos irmãos, que deram toques alemães ao fantástico universo, sem poupar os jovens leitores dos detalhes mais perturbadores. Assim, antes de se transformarem em belos contos nas versões Disney, sabe-se que o conteúdo original apregoava temas descabidos e exagerados, inspiradores dos terrores noturnos. Enredos grotescos, narrativas impiedosas com doses elevadas de sangue, desmembramentos,

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canibalismo e até incesto se escondiam em fábulas que reservavam ensinamentos amargos para acelerar o amadurecimento dos ingênuos.

As irmãs malvadas de Cinderella queriam que o sapatinho de cristal entrasse em seus pés para alcançar o brilho no olhar da mais sortuda. Para isso, cortaram partes de seus pés para o encaixe perfeito, mas a mutilação não impediu as pombas de rasgarem seus olhos, deixando-as como mendigas cegas. Já a co-irmã, Bela Adormecida, teria encontrado o sono eterno ao espetar o dedo no fuso de uma roca.

Quando o Príncipe a encontrou adormecida, ele a estuprou, deixando-a grávida para que os herdeiros chupem seu dedo e a livrem da maldição – ou talvez para devorarem posteriormente a mãe. O Inferno da Chapeuzinho Vermelho é mais rubro que as suas vestes rivalizando com a carne crua de sua avó semidevorada, antecipando seu fim trágico. É possível mencionar ainda o suicídio de Ariel, a morte desnutrida dos pais de João e Maria e até a martelada na cabeça do Grilo Falante, legada pelo garoto de madeira, entre inúmeros exemplos sombrios.

Tais relatos, envoltos nas entranhas dos enterrados na Terra do Nunca, agora são sombras que amaldiçoam a princesa, obrigada a relê-los todos os dias na expectativa de que sua fábula um dia termine, com um final menos assustador, na narração de uma senhora à beira da cama de seu neto. E ela morreu....feliz para sempre!

A viagem de trem que transformou o mundo J. K. Rowling, sem perceber, transformaria milhões de vidas por Luis Enrique Kato

“Eu juro solenemente não fazer nada de bom”

Todos os anos, diversos alunos vão à estação King’s Cross, na plataforma 9¾ e embarcam no tem 5972, com destino à Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts. Lá, aprendem ensinamentos que transformarão suas vidas para sempre.

E foi durante uma viagem de trem, em 1990, que Joanne Rowling (1965) teve a ideia de escrever sobre uma criança que não sabia que era um bruxo.

Sem ter onde anotar, passou a desenvolver toda a história em sua cabeça durante as 4 horas de viagem. Ali, surgia uma das principais histórias para a indústria do entretenimento fantasioso. Naquela tarde, Harry Potter nascia.

Mas de nada adiantaria escrever a história sem ter onde ser publicada.

Foi então que, em 1997, a Bloomsbury Publishing apostou no enredo e começou a transformar o sonho em realidade. Ciente do preconceito que leitores masculinos teriam contra uma escritora mulher, sugeriram que Joanne abreviasse seu nome. Pegando emprestado o nome de sua avó favorita, surgia J. K. Rowling.

Nunca mais seremos os mesmos

Ao conversar com qualquer

pessoa que seja fã da saga, seja através de seus livros ou filmes, é nítido a paixão que todos têm pela invenção da autora. Para os fãs, não se trata de uma mera história. Trata-se de valores.

Durante o processo de escrita de A Pedra Filosofal, J. K. perdeu sua mãe. E isso não influenciou apenas sua vida, mas como a perda seria abordada na história. Anne Rowling nunca viu Harry Potter ser publicado.

Publicada entre 1997 e 2007, a saga acompanhou o amadurecimento

“São as nossas escolhas que revelam o que realmente somos, muito mais do que as nossas qualidades” - Alvo Dumbledore

de incontáveis pessoas. Essas que, conforme liam a história, aprendiam importantes lições. Entre elas, somos apresentados à maior de todas: o amor é a melhor arma, assim como a melhor defesa.

Esse amor foi transmitido para cada pessoa que acompanhou a história se desenvolvendo, seja pelos livros ou pelos filmes. Amor esse que mantém o legado de J. K. Rowling vivo durante tantos anos após o fim da série.

Depois de todo esse tempo? Sempre.

Então, não importa como a pessoa entra no mundo literário. Uma vez dentro dele, a vida muda. Ela conhecerá um universo totalmente novo, com infinitas possibilidades.

Eu, com apenas 11 anos, me aventurei naquela viagem de trem. E, depois de embarcar nessa viagem, a minha vida nunca mais foi a mesma. “ Mal feito, feito” Uma história longe de acabar

O universo criado pela autora é tão bem amarrado que, em 2016, estreou o primeiro de cinco filmes da franquia Animais Fantásticos, que se passam 70 anos antes dos acontecimentos retratados nos sete livros.

Fevereiro / Março 13

Entrevista

Jad na Jadna

Alana Alana por Suzane Cruz

Jadna Alana é escritora e youtuber. A paraibana teve seu primeiro livro publicado aos dezoito anos de idade. Seu novo lançamento, O Retorno do Principe, é o segundo volume da duologia Os Sete Reinos de Olivarum, sendo o primeiro A Princesa de Ônix, ambos publicados pela Editora Coerência. Também teve participação na antologia Era Uma Vez, na coletânea Os Supremos e foi coorganizadora da antologia Sedentos por Sangue.

Atualmente, recebeu dois prêmios pela Editora Coerência: um como melhor lançamento de 2018 com “Os Supremos” e outro como “Autora Influencer”

Em entrevista, Jadna nos conta como começou a escrever sobre o mundo mágico da fantasia: “Acho que essa decisão se concretizou no momento em que li o livro “O Rei Arthur e os Cavaleiros da Távola Redonda”, na adolescência. Foi a primeira história de fantasia que li na vida e quando enxerguei a magia pela primeira vez fiquei fascinada. Eu não queria mais ler um livro com uma história comum, pois agora queria desbravar universos totalmente desconhecidos. Isso me cativou cada vez mais e, quando chegou o momento de escrever minha própria história, não tive dúvidas quando escolhi a literatura fantástica.”

Seus maiores livros fazem parte da duologia Os Sete Reinos de Olivarum, que surgiu em uma aula de literatura 14

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na faculdade: “Eu estava totalmente entediada, olhando para a professora, mas imersa em um mundo paralelo. E comecei a escrever ideias no caderno, pensando em como poderia escrever um livro com algum diferencial. Comecei a pensar em quais criaturas que poderia inserir nele e pensei “eu gosto de todas, vou misturar tudo”. Então nasceu Os Sete Reinos e seus habitantes místicos”

Olivarum é um universo extremamente vasto, com suas criaturas fantásticas diversas, onde a autora encara como uma experiência e aprendizado para trabalhos futuros, considerando escrever mais sobre esse universo: “Por exemplo, eu gosto muito do mundo que criei, mas, como escritora, acabo olhando para a criação e pensando que ela deveria

E

u uso esse gênero para sair da mesmice que vivo todos os dias e entro em um portal para um mundo inabitável por humanos.

Deixo a imaginação me envolver.

ter ficado bem melhor e mais construída.

Por isso, pretendo pegar essa experiência para criar um outro universo mais completo e vasto.

Com uma clara mensagem de luta pela liberdade, Jadna nos revela que Olivarum possui muito de sua personalidade forte: “Eu coloco muito de mim nas minhas obras e sempre prezei a liberdade acima de qualquer outra coisa.

Acredito que todos nós temos o livre arbítrio para decidir o que queremos para as nossas vidas e a mensagem que o Clã do Pacto passa em Olivarum é justamente essa. Os seres são livres para amar quem quiserem, viver onde quiserem, ser quem quiserem e nem mesmo o governo opressor pode tirar isso deles. Eu também trago o pensamento de que as diferenças não podem ser um empecilho, mas uma oportunidade de ver o mundo com os olhos do outro. Nós, seres humanos, somos a construção do que aprendemos com o outro. Com poderemos viver em uma sociedade padrão? Acho que é isto. (risos)”

Atualmente, Jadna se dedica a escrever sua mais nova fantasia intitulada

O Riacho de Jerimum e nos conta um pouco sobre o que se trata: “A história se passa no interior da Paraíba, onde existe um pequeno vilarejo, que é chamado de Riacho do Jerimum, por existir um pequeno riacho no qual as pessoas dizem ser amaldiçoado por uma lenda. Ali, naquele lugar, moram pequenos seres que foram nomeados de “Calahynos” — uma espécie de fada que mora em jerimuns/ abóboras.

O livro basicamente vai contar a história do Caíque, um jovem que vive no vilarejo com sua mãe e sua irmã. Caíque carrega o peso de ter sido abandonado pelo pai antes de seu nascimento e acaba conhecendo Aurora, uma calahyna que acaba revelando segredos que mudarão a vida do rapaz para sempre. O livro vai contar com alguns seres do folclore brasileiro”

Sua história é ambientada no nordeste brasileiro e acostumada a ler fantasias vindas de fora do país, Jadna fala como se sentiu estranha ao trazer esse universo para o lugar onde vive, e como a sensação foi melhorando ao decorrer da escrita: “Mas, em suma, foi incrível falar sobre um lugar que conheço. Eu olho além das serras, para

Entrevista

Só

precisamos nos entregar à imaginação para ver coisas incríveis acontecerem ao nosso redor. o céu azulado, e penso: “meu livro se passa aqui”. Dá uma sensação de que até mesmo os personagens estão perto de mim.” Dessa forma, o fato de nossa autora ser nordestina trouxe uma responsabilidade maior, mas também facilitou o processo de escrita, tendo uma bagagem emocional riquíssima: “Eu perguntava a minha vó como era morar aqui antigamente, questionava a minha mãe como eram as brincadeiras, buscava saber de meu pai quais eram as lendas que eles conheciam quando mais novos. Isso fez com que eu acabasse me aproximando ainda mais da minha própria cultura.”

Para finalizar a autora nos conta

as sensações que deseja transmitir aos seus leitores: “Talvez o fato de que a magia pode estar em qualquer lugar, independente de ser no exterior ou no nosso próprio bairro. Eu queria mostrar que, como sempre, a gente só precisa se entregar a imaginação para ver coisas incríveis acontecerem ao nosso redor.

Além disso, queria abordar a cultura nordestina de outra forma, tentando deixar a narrativa diferente de tudo que a gente está acostumado a ver.” Sendo assim, só nos resta a ansiedade para embarcar nesse mais novo universo recheado de magia e cultura.

Siga a autora em suas redes youtube.com/jadnaalana @escritora.jady /jadna.alana.1 @jadna_alana @jadna_alana Fevereiro / Março 15

Obras atribuídas a Homero e datadas da Grécia antiga, A Ilíada e A Odisséia são consideradas as primeiras grandes narrativas registradas no ocidente. Notoriamente, ainda exercem forte influência nas artes como um todo e devem ser reverenciadas sempre que possível.

Voce sabia?

A epopéia de Odisseu é tão notável que a palavra “odisséia” tornou-se uma figura de linguagem usada para definir viagens cheias de aventuras extraordinárias.

por Raphael Miguel

É praticamente improvável resumir o conteúdo das grandes epopéias que o poeta Homero, com tanto esmero, expôs verso a verso em textos que beiram a perfeição. Atualmente, não é difícil nos depararmos com livros adaptados ou até superproduções cinematográficas, aqui faço justa homenagem à Tróia (filme estrelado por Brad Pitt em 2003) e Tróia: a queda de uma cidade (brilhante adaptação original Netflix em minissérie, de 2018).

Contudo, os textos originais de A Ilíada e A Odisséia somam mais de 28 mil versos! É de arrepiar os cabelos até do mais esforçado professor de literatura.

Canta-me, ó deusa, do Peleio Aquiles A ira tenaz, que, lutuosa aos Gregos, Verdes no Orco lançou mil fortes almas, Corpos de heróis a cães e abutres pasto: Lei foi de Jove, em rixa ao discordarem O de homens chefe e o Mirmidon divino.

(Tradução clássica de Manuel Odorico Mendes de proêmio contido em A Ilíada)

Não apenas a quantidade impressiona, como também a qualidade.

Tudo foi milimetricamente pensado na escrita, o que faz jus à reputação dos gregos antigos, mestres enigmáticos do pensamento e da matemática.

Dentro desses 28 mil, o leitor encontrará de tudo. Drama, romance, batalhas, conflitos pessoais, traições, maquinações, suspense e muita, muita 16

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Procure no dicionário.

mitologia. E, se insistíssemos em sintetizar as obras, encontraríamos tramas que apontam para o dilema da existência humana. Aquiles, o poderoso guerreiro semi-deus, e Odisseu, mestre da estratégia e das maquinações, personagens principais de Ilíada e Odisséia, respectivamente, têm muito mais em comum entre si e com os homens banais do que uma primeira análise poderia identificar.

Aquiles e Odisseu enfrentam as mais espantosas aventuras e desventuras, esbarrando na ira dos humanos e dos deuses, estes últimos representações constantes de fenômenos como o acaso ou o destino.

No fim das contas, o enredo é de fácil identificação. Homem X Homem; Homem X Deuses; Homem X Honra; Homem X Dever; Homem X Herói.

Fórmula que tornou-se clássica.

A importância da literatura de Homero para a posteridade é tão gritante que sua influência atravessa gerações pelos séculos, demonstrada com imensa notoriedade através da mescla entre mitologia e enredo comum presente em inúmeras obras.

Podemos citar Os Lusíadas (Camões),

Fato ou fake?

Além da discussão acerca da existência de Homero, a arte imita a vida. Existem dúvidas se a guerra de Tróia retratada em A Ilíada de fato aconteceu e se ocorreu da forma descrita na obra.

Sonhos de uma noite de verão (William Shakespeare) e Eneida (Virgílio) como obras fortemente influenciadas pela utilização da mitologia grega na narrativa e que geraram tendência homérica.

Tendência que rompe com os tempos antigos e migra para a fantasia moderna. Fortemente influenciado pelas histórias gregas, a quase infantil série Percy Jackson e Os Olimpianos (Rick Riordan) conquistou milhares de leitores recentemente justamente ao mesclar mitologia com a contemporaneidade.

Também recentemente, a literatura alternativa brasileira ganhou mais uma expoente dessa tendência com o lançamento do livro O Rapto de Perséfone (Gabrieli Nejelisk) pela Editora Coerência (selo Partners) em 2018. O romance de 338 páginas tem como protagonista uma jovem, fruto de relação carnal entre uma camponesa e o rei do Monte Olimpo. Como não poderia deixar de ser, o enredo retrata muito da mitologia grega e compõe sua própria “odisséia”.

A verdade é que somos fascinados por histórias poderosas que envolvem seres espetaculares e elementos fantasiosos. A humanidade precisa disso, de um toque de emoção.

Nisso, Homero foi mestre e trouxe um conceito que jamais deve esgotar. Atravessando as épocas, as odisséias estão aí, as novas e as velhas, para nos trazer o melhor da mitologia e mesclar com a fantasia e com a realidade.

Um dia seremos deuses?

Odisseu & Calipo. Museu do Louvre, París/FR

AS ODISSeIAs

(NOVAS E VELHAS)

RPG & Fantasia

Role o Dado de Criatividade! por Mateus Herpich

Reunir os amigos, comer pizzas e contar histórias é uma atividade que qualquer um acharia divertida. Assumam os papéis de personagens e construam uma história em conjunto e vocês estarão jogando RPG.

Com o sucesso de séries como Stranger Things, os RPGs (literalmente “jogos de interpretação”) voltaram aos holofotes. Enquanto nos anos 80 carregavam ares de mistério ao público geral, hoje são reconhecidos como parte da cultura nerd que dominou a TV, cinema e plataformas de streaming. E não é somente como entretenimento que o hobby se popularizou: muitos escritores e cineastas foram inspirados pelo jogo, de Matt Groening, criador de Os Simpsons, até George R. R. Martin, autor das Crônicas de Gelo e Fogo. Como o RPG consegue ser uma ferramenta criativa tão interessante?

Pense no RPG como um híbrido entre jogo de tabuleiro e teatro de improviso: os jogadores interpretam personagens dentro de um sistema

Um jogo onde não há um vencedor: o objetivo é contar uma história em conjunto.

de regras, mas com total liberdade para tomada de decisões. Não há um vencedor: o objetivo é contar uma história em conjunto e, se a experiência for divertida, todos sairão ganhando. Estas partidas podem se passar na Terra Média, na Estrela da Morte, nas ruas escuras da Londres vitoriana ou em qualquer universo criado por sua própria imaginação.

Somente isso já deixa claro o potencial do RPG para contadores de histórias. Colocar outras pessoas para explorarem o seu próprio universo fantástico pode gerar novas ideias para enredos e testar narrativas em construção, com o único efeito colateral de essas pessoas se divertirem por algumas horas.

Além do potencial para os criadores de mundos, aqueles que querem viver em universos mágicos como o de O Senhor dos Anéis, apavorantes como em Chamado de Cthulhuou distopias como Planeta Brutal, podem fazê-lo com um simples conjunto de dados e um grupo de amigos disposto a compartilhar essa experiência. Então, da próxima vez que estiver procurando uma nova forma de entretenimento, porque não tentar o RPG?

Mateus Herpich é biomédico, cientista, RPGista e escritor de terror e fantasia. Participa das antologias A Sociedade dos Corvos e O Mundo Fantástico de R. F. Lucchetti pela Editora Coerência, além de escrever no Wattpad.

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Ilustrações: Karl Felippe/Divulgação

Fantasismo Brasileiro por Jadna Alana

A fantasia tem permeado muitas gerações através dos seus contos de fadas, mitos, lendas e histórias de terror.

Muitas vezes, transmitidas através da oralidade de pai para filho. Quem nunca ouviu alguma história de bruxas que roubam criancinhas, ou fadas que realizam pedidos? O imaginário humano foi avançando com o decorrer dos anos. As histórias que antes passavam oralmente foram colocadas em livros e, consequentemente, ganharam novas formas.

Com o decorrer dos anos, a literatura fantástica ganhou seu espaço no mundo e, mesmo que essas histórias já tivessem sido contadas de várias formas, cada autor resolveu inovar de seu modo, com sua própria visão do fantástico. O cérebro humano não se limitava apenas a reproduzir, mas partia para a criação.

Essa literatura também chegou ao Brasil, e hoje ouvimos falar no termo “Fantasismo Brasileiro”, que seria um novo movimento literário no qual os novos autores e editoras têm apostado.

Esse termo deu muito o que falar quando os pesquisadores Bruno Anselmi Matangrano (USP/ CNPq) e Enéias Farias Tavares (UFSM) se uniram para escrever o livro “O fantástico brasileiro: o insólito literário do romantismo ao

fantasismo” (Arte e Letra, 2018). O livro traça um percurso do século XIX até os dias de hoje, citando desde grandes nomes da literatura brasileira, até novos autores que estão no mercado nos dias atuais.

O Fantasismo Brasileiro vem mostrar uma nova literatura, uma nova forma de escrever fantasia sem “copiar” o que vem de fora, e engloba três gêneros da ficção: horror, fantasia e ficção científica.

Por muito tempo, autores ousaram escrever sobre o que acontecia em outras culturas, trazendo para nós uma literatura na qual não nos identificamos por não fazer parte do nosso cotidiano. Esse movimento atual, que reúne blogueiros, youtubers, escritores e editoras, propõe uma fantasia que busque abarcar a nossa cultura, o folclore e as vivências que são próprias da nossa nação. Tudo isso sem tirar a fantasia, o místico, o imaginário.

Uma mistura que tem tudo para deixar essas obras intrínsecas.

Quando pensamos em tudo isso, um pensamento surge: até que ponto podemos considerar que esse movimento tem um estilo próprio? E como a crítica recebe essa informação? Sabemos que a literatura desses novos autores é, muitas vezes, vista de forma negativa, já que

grandes clássicos se fixaram, e fizeram com que, infelizmente, muitos críticos não aceitassem o que veio depois.

A resposta é clara: não existe nada de novo. Sempre estaremos pegando referências de nossos autores favoritos, sendo eles de nossa cultura ou não. Então mesmo que esse movimento proponha uma “identidade nacional”, ele não deixa de olhar para as outras culturas e pegar delas uma referência.

Isso não faz com que o propósito do movimento seja vago, claro que não, pois a autonomia do fantasismo está justamente na maturidade de ver o que já foi feito e inovar em cima disso, trazendo elementos da nossa cultura, e obtendo como resultado obras tipicamente fantásticas.

Fantástico Brasileiro Bruno A. Matangrano & Enéias Tavares Ed. Arte e Letra

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Entrevista com

Ana Lúcia Merege Ana Lúcia Merege é escritora, mestra em Ciência da Informação, bacharel em biblioteconomia e desde 1996 trabalha no Setor de Manuscritos da Biblioteca Nacional. por C. B. Kaihatsu

Como surgiu o interesse pela literatura fantástica e quais autores são suas maiores influências?

Desde criança eu gosto de histórias fantásticas. Comecei com contos populares e de fadas e, também, histórias recontadas da mitologia, além de ouvir as inventadas pelo meu avô materno, Jorge Merege, que era um grande contador de histórias e “causos”.

Lia também muitos livros de aventuras, como A Ilha do Tesouro, Os Três Mosqueteiros, Robin Hood (recontadas, na maior parte) e ainda alguns clássicos infanto juvenis. Posso dizer que o interesse em específico pelo gênero fantástico se deu com a leitura de As Brumas de Avalon, de Marion Zimmer Bradley, e de O Senhor dos Anéis, de Tolkien, que eu considero minhas maiores influências quando de trata de escrita. Tolkien, por causa da construção de mundo e por ser um parâmetro, realmente, para quem trabalha com a chamada fantasia épica, e Bradley porque escreve num estilo ““sliceoflife”,” que deu e ainda dá boa parte do tom as minhas histórias. Não quero só mostrar batalhas e tramas políticas, quero ver o padeiro amassando pão, o guerreiro brincando com o filho, a mestra de sagas comendo pão com mel e pensando na vida!

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Poderia falar aos leitores da Amazing sobre o universo de Athelgard da série iniciada com o livro “O Castelo das Águias”?

Athelgard costuma ser descrito como um universo baseado em mitos nórdicos e celtas, mas, na verdade, ele agrega uma série de influências. É verdade, a mitologia local tem a ver com a nórdica, o universo seria povoado por descendentes de elfos que

deixaram Alfheim antes do Ragna-Rok e se misturaram a populações humanas locais, mas no desenvolvimento encontramos mais que isso. Há povos baseados nos mouros (o Povo Alto), que vivem numa realidade parecida com a dos mouriscos na Espanha medieval; os elfos das florestas vivem como os povos nativos americanos; há uma região gelada, onde se vive ao estilo viking, e outra com castelos e torneios de

cavaleiros, ao passo que os elfos do sul vivem num ambiente e num momento mais próximo do Humanismo medieval.

Então, temos muita diversidade, muitos narradores, muitas histórias diferentes para contar.

Você também publicou livros voltados para o público infantojuvenil como “Anna e a Trilha Secreta” e “Orlando e o Escudo da Coragem”. Como foi sua experiência ao escrever para essa faixa etária? Foi mais desafiador?

Foi maravilhoso! Eu tentei fazer “Anna e a Trilha Secreta” para um público ainda mais novo, na faixa de 7-8 anos de idade, mas acabei dialogando, principalmente, com os da faixa de 1012, porque não consegui ser ainda mais direta e objetiva; foi esse meu maior desafio, pois tendo a ser detalhista, mais com as atitudes e pensamentos dos personagens do que com a ambientação.

Outro desafio foi manter a história ágil e interessante o suficiente para garantir que os leitores fossem até o fim. que com “Orlando” cumpri isso melhor, enquanto com “Anna” eu pude expressar mais de mim mesma, da experiência e das ideias que quero partilhar. Estou muito feliz de ter escrito esses livros, e vê-los adotados em escolas e comentados pelas crianças é uma alegria sem par. Aliás, se algum professor quiser me contactar a esse respeito, para adoção do livro, visita à escola ou ambos, ficarei muito feliz!

Como foi sua participação na FLIP, a maior festa literária do país?

Foi o primeiro ano da Casa Fantástica, uma iniciativa da Priscilla Lhacer.

Foi uma oportunidade maravilhosa de rever amigos, conhecer alguns, debater questões sobre o fantástico e estabelecer pontes entre o nosso e outros gêneros literários. Eu participei de duas mesas e interagi com outras, os papos a respeito de temas folclóricos e de cultura brasileira foram os melhores. Enfim, foi incrível, e espero que aconteça de novo.

Como você avalia o cenário atual da literatura fantástica brasileira?

Tivemos um momento muito favorável por volta de 2012-1015, e agora houve uma retração, não só na literatura fantástica, mas em todo o mercado editorial. As editoras estão cautelosas em publicar, há problemas de distribuição, enfim, um momento complicado. Por outro lado, temos muita gente na cena independente, algumas revistas surgindo, canais, podcasts, muitos eventos para agitar o debate, que acabam propiciando também as parcerias, a possibilidade de escrita e mesmo a publicação, ainda que de formas alternativas. Acho essencial a gente se unir cada vez mais e colaborar uns com os outros para fortalecer nosso trabalho e aumentar a visibilidade do gênero fantástico no Brasil.

Você também trabalha no setor de manuscritos da Biblioteca Nacional.

Poderia contar um pouco sobre o trabalho com um acervo de documentos tão rico e importante para a nossa história?

Adoro trabalhar na Biblioteca Nacional, pois estou na posição privilegiada de transcender o tratamento técnico: trabalho na divulgação de um acervo riquíssimo. Eu escrevo semanalmente no blog da BN sobre os documentos, organizo mostras, faço

visitas técnicas, auxilio pesquisadores, estou sempre fazendo conexões entre os vários documentos e assuntos que temos aqui. Isso me leva a ter, inclusive, ideias para minha escrita de ficção. Pode ver que nos meus livros e contos sempre tem bibliotecários, livreiros, escribas e manuscritos antigos!

Quais são seus futuros projetos?

Atualmente, estou trabalhando num universo que não é Athelgard e sim o dos Contos da Clepsidra, que se passa no mundo real (a Antiguidade) e já rendeu alguns contos, como Os Pilares de Melkart (publicado na coletânea Piratas) e O Ouro de Tartessos (que saiu em e-book pela Draco). Mas também tenho algo iniciado em Athelgard, com uma linguagem diferente da que costumo usar, por isso estou indo devagarinho.

Este ano gostaria que saísse minha nova coletânea pela Draco, que é a Duendes, e um livro que escrevi em parceria com uma amiga, e enquanto isso vou trabalhando nesses projetos (ainda) mais ou menos secretos. E também quero continuar participando de eventos e interagindo cada vez mais com o público infantojuvenil, que, inclusive, tem pedido mais livros da Anna e do Orlando. Então... Vou trabalhando, à espera de que os ventos me levem para novos rumos!

Fevereiro / Março 21

Tirinha Literรกria | Kรกtia Schitine

Enquanto leio | Eder Modanez

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Passatempo

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Cruzadinha 4

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1 - Pedra, raio, bruxaria 2 - Fantasia épica, elfo, anões, trolls 3 - Criminosa, presa, liberdade, competição 4 - Órfãos, ilha, lar, peculiar 5 - Capital, copa, distritos

6 - Daemons, bússola 7 - Dragões, caçadora, histórias antigas 8 - Sete Reinos, Olivarum 9 - Cidades, Djins, deserto 10 - Sevenwaters, maldição, Seres da Floresta Fevereiro / Março 23

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