
arquitetura | arte | design





![]()






Épreciso escapar da alternativa entre o exterior e o interior: é necessário estar nas fronteiras. A crítica é a análise dos limites e a reflexão sobre eles”. A frase de Michel Foucault adensa não apenas esta última edição, mas a alma de nossa linha editorial. Ao percorrer as vertentes abissais das histórias publicadas, afloram camadas filosóficas culturais. Nos limiares do pensamento de Greg Bousquet na Architects Office, o rigor das respostas pragmáticas não restringe a criação, mas se converte em motor propulsor para a liberdade poética. O detalhe
Expediente
Publisher: Cíntia Peixoto|cintia@revistahabitat.com.br (41) 99225-7610|Comercial: Regina Rocha|(41) 98848-1950
Comercialização: Saltori Mídia Estratégica|saltori@saltori.com.br (41) 99996-9995|SALTORI MÍDIA ESTRATÉGICA LTDA
CNPJ 05.552.266/0001-60
Edição e direção de conteúdo: Débora Mateus debora@dmcomunicacao.com
Revisão: Paula Batista – Lide Multimídia
Direção de arte: Igor Dranka|igor@revistahabitat.com.br
conceitual de Fernanda Cassou encapsula arte e design com a destreza do pormenor, à memória de quem habita seus espaços. Soluções inseridas no espírito do tempo fazem das intervenções, assinadas pelo escritório Arquea no Museu Oscar Niemeyer, demonstrações da importância reflexiva do ofício. Esta edição floresce, como elucida a filosofia foucaultiana, na análise, por vezes exaustiva, de suscitar as camadas que anunciam contornos. Boa leitura!
Débora Mateus, Editora e diretora de conteúdo
Colunistas: Paula Campos (Coluna Sobre Morar), Rodolfo Guttierrez (Coluna É Design), Cesar Franco (Coluna Conexão), Daniela Carneiro (Coluna Ponto de Vista)
Créditos: André Klotz
Redes sociais: Trentini Comunicação
Impressão: Maxi Gráfica e Editora LTDA. maxigrafica@maxigrafica.com.br
Marca registrada: Capelatto Marcas e Patentes





Revista
Número 29 | Dezembro e Janeiro de 2025
10 CAPA.
Em entrevista exclusiva, Greg Bousquet reflete sobre a inflexão que estruturou a Architects Office para responder ao pragmatismo do mercado sem perder a poética
As intervenções arquitetônicas no MON, assinadas pelo Arquea, qualificam a experiência do visitante
Com olhar sensível, a arquiteta Fernanda Cassou guia suas concepções à luz da alma do cliente, sob o enlace entre arte e design
Projetos de hotelaria ao redor do mundo reescrevem a experiência do luxo
Um giro pelas principais notícias nacionais e globais


O francês Matthieu Gicquel transforma placas de vidro em peças de design escultóricas que unem técnica e emoção
Conheça o lar de Gabriela Casagrande e Pedro Suniê
80
Cobertura social dos eventos de Curitiba



Com 25 anos de percurso no cenário brasileiro, o arquiteto francês conduz a Architects Office a um novo capítulo, revolucionando sua maneira de pensar arquitetura

Na Serra da Mantiqueira, esta casa contempla arquitetura contemporânea e permacultura em cinco módulos de madeira | Foto: Divulgação

Inserido no masterplan de Carlo Ratti Associati, finalista do World Architecture Festival 2025, o WTC Brasília Biotic foca na hipermixidade de usos para o futuro parque tecnológico de 180 mil m² | Foto: Divulgação

No ano em que completou duas décadas no Brasil, Greg Bousquet iniciou um novo capítulo ao fundar a Architects Office (AO). A decisão de deixar a sociedade no Triptyque Architecture, em 2020, processo acelerado pelo falecimento de Carol Bueno, marcou seu reposicionamento estratégico. Focado em revisitar as equações do ofício, desde então conduz a AO como um ecossistema horizontal e estruturado. Bastaram cinco anos para que a equipe se consolidasse com 120 arquitetos e 65 projetos em diversos estados brasileiros e na Europa, muitos premiados internacionalmente.
O escritório mantém parcerias estratégicas sob uma ótica corporativa, atenta às demandas do segmento, especialmente o imobiliário. “Era o momento de repensar as respostas arquitetônicas diante do pragmatismo mercadológico. Não quero mais a arquitetura de papel, que não se materializa. Nosso processo parte dos dados tangíveis para que o intangível possa emergir. Cabe à nossa classe unir técnica e poética, projetar algo disruptivo, mas que se construa e gere valor real para todos os lados”, diz à Habitat.
Organizado em diversas frentes: conceito, desenvolvimento, comunicação, edificação, paisagismo, urbanismo, design de interiores e de produtos, expande seu portfólio com rapidez invejável. Entre a maioria das concepções ainda em andamento, destaca-se o World Trade Center Biotic, complexo de hipermixidade de usos em Brasília, com masterplan assinado por Carlo Ratti Associati. Idealizado para dialogar com a memória coletiva da dama do modernismo e com a superquadra de Lúcio Costa, o projeto torna-se também um manifesto crítico contemporâneo ao urbanismo da época.
Busca integrar usos mistos, cobertura vegetal e estratégias ecológicas que contrastam com a mineralidade local. Na Bienal de Veneza deste ano, o projeto Forest Gens de Architects Office, em colaboração com o grupo de pesquisa Political Ecologyof Space (POLES), apresentou uma cartografia crítica da Amazônia, revelando territóriosmoldados pela presença humana ao longo dos séculos.



Os interiores deste apartamento paulista articulam precisão arquitetônica e peças icônicas de design, no contexto de galeria | Fotos: André Klotz

Desenvolvidos por Architects Office + Triptyque, o projeto do Teatro Vivo articula cultura e tecnologia, preservando a estrutura original | Fotos Ricardo Bassetti
Em sua nova empreitada, o pensamento nasce da fusão entre formação europeia, prática brasileira e repertório filosófico. Formado em arquitetura pelo Institut des Beaux-Arts de Paris, Bousquet seguiu com mestrados em filosofia da arte contemporânea e em teoria e projeto de arquitetura. Sua leitura crítica articula precisão analítica e sensibilidade projetual, permeada pelas reflexões de Gilles Deleuze e Michel Foucault sobre conceito, diferença, subjetividade e sistemas culturais. Assim como
a arte contemporânea de Joseph Beuys, Olafur Eliasson e Michael Craig-Martin, que oferecem elementos intelectuais capazes de cruzar o entendimento de espaço, memória e experiência urbana. Na Architects Office, porém, essa base intelectual se transforma em método. Dados objetivos como legislação, topografia, clima, custo e cultura local estruturam um projeto beta, que só se completa quando a equipe injeta contexto, poética e emoção.
“São Paulo é uma megalópole que se constrói sozinha, sem o apoio do planejamento urbano público. Nessa realidade, o arquiteto precisa ter uma postura proativa; caso contrário, a cidade se faz sem ele”

Detalhe das placas acústicas que reinterpretam câmaras anecóicas em conceito cenográfico | Foto: Ricardo Bassetti



Em Santa Catarina, estado que concentra grande parte do portfólio, o Monolyt é um emblema. A concepção poética parte da ideia de um monolito esculpido pela erosão, moldado pelo encontro com o mar, os morros e a vegetação nativa. Inspirado pelos rios voadores que partem da Amazônia e alimentam as chuvas locais, o empreendimento traduz a poética da água na arquitetura,
respeitando a topografia, a circulação de pedestres e as normas ambientais. Premiado pelo World Design Awards 2023 e finalista do World Architecture Festival 2024, o projeto só pode ser idealizado graças às restrições legislativas locais e à compreensão do incorporador sobre a relevância do investimento.

“Demorei
para entender que a arquitetura só se realiza quando une a inteligência de mercado à inteligência do projeto. A entropia é o instante em que a precisão cede à sensibilidade, mas isso só funciona quando as planilhas estão redondas”


No interior paulista, esta casa se insere na paisagem ao combinar concreto, pedra e madeira, enquanto aberturas, pátio interno e pergolado modulam luz e sombra | Foto: Ricardo Bassetti
Primeiro edifício construído, o Age 360 em Curitiba, idealizado à época em colaboração entre a AO e a Triptyque, combinou retorno financeiro e arquitetura premiada. Com seus 124 metros de altura, comprova que a verticalização pode conter a expansão desordenada e organizar a mancha urbana. “Mas há limites; torres de 500 metros, como algumas que vemos por aí, são um desastre, além de consumir imensa energia”. A permeabilidade
urbana é outra preocupação do escritório. Jardins, áreas de passagem e vegetação no térreo qualificam o espaço público, promovem interação entre moradores e pedestres e suavizam o limite entre público e privado. No POP XYZ, em São Paulo, uma minifloresta urbana conecta o lote à calçada, criando continuidade entre o espaço privado e a cidade e estimulando cuidado e respeito pelo entorno.



Com premissas de baixo impacto ambiental, o conceito deste mall, integrado à vegetação nativa da Amazônia emprega madeira engenheirada | Foto: Divulgação
Se a arquitetura existe para atender às necessidades humanas, para Greg Bousquet ela só se completa quando dialoga com o contexto social. “Lina Bo Bardi criou o projeto do século; o SESC Pompeia resolve problemas sociais e conecta pessoas de diferentes realidades”. Esse princípio guia a Architects Office, que aposta na cidade de 15 minutos, com usos mistos e circulação ativa de pedestres, criando ecossistemas urbanos voltados à qualidade de vida.
Os planos de expansão incluem parcerias internacionais e novos territórios na América Latina, como Peru, Chile e México, além do Oriente Médio. Projetos em equipamentos públicos que devolvam algo à cidade também fazem parte da agenda. O uso de madeira engenheirada permite construções mais rápidas, eficientes e sustentáveis. “Mas é preciso educar o segmento e desmontar preconceitos”.

Integrado à mata do entorno, este conjunto corporativo no interior catarinense é um encontro entre convivência, trabalho e bem-estar | Foto: Divulgação
Quanto ao legado, Bousquet é categórico: “Não acredito, pois me parece vaidoso, como se estivéssemos sacralizando uma obra. Nossas construções são a expressão absoluta do tempo em que vivemos. Por isso acho a palavra atemporal um tanto decadente. Prefiro projetar com pensamento de transformação futura, garantindo que o construído possa se reinventar e permanecer relevante. Hoje, materiais raramente duram mais de 50 anos; por isso é preciso pensar na arquitetura como algo que evolui, capaz de se adaptar, se transformar. Continuar útil à cidade e às pessoas”.

Forest Gens: cartografia crítica da Amazônia criada por AO em colaboração com POLES. Exibida na Bienal de Veneza 2025, foi destaque da COP30



Benfeitorias idealizadas pelo Arquea, em parceria com o MON, atualizam a infraestrutura e elevam a experiência do visitante no museu


Soluções contemporâneas integram elementos da arquitetura original, como o vidro, cuja película branca cria continuidade visual | Foto: Vitória Basso
Como organismos vivos, os equipamentos culturais respondem ao tempo em que se inserem, instigam reflexões críticas, constroem identidades e moldam relações com a sociedade. Para os arquitetos do Arquea, escritório paranaense que assina as recentes intervenções no Museu Oscar Niemeyer (MON), cada etapa foi planejada com extremo cuidado para respeitar o patrimônio histórico do museu. “Seguimos com a função do arquiteto de trazer soluções, neste caso, funcionais e contemporâneas, mas com extremo cuidado para não interferir na arquitetura original de Niemeyer. Usamos materiais neutros e soluções discretas que valorizam o espaço, criam continuidade visual e melhoram a circulação do MON”, explica o sócio do Arquea, Fernando Caldeira.
Entre os eixos que receberam benfeitorias, a infraestrutura contempla novos guarda-volumes, detectores de metais, melhorias na iluminação externa e reformas no MON
Café, MON Loja e bilheteria. Executadas em etapas desde o ano passado, as intervenções aprimoram a experiência dos visitantes e preservam a leveza visual ao recorrer a elementos já presentes na arquitetura original, como o vidro. Aplicado com película branca em algumas paredes, o material cria continuidade com os vãos e amplia a percepção espacial.
Segundo a diretora-presidente do MON, Juliana Vosnika, estão previstas também ações de gestão e segurança, com novos sistemas de monitoramento e ferramentas de pesquisa que permitem obter dados mais precisos para análise de públicos e qualificar a visitação. “Entendemos que a Cultura, e, em especial, os museus, é uma poderosa ferramenta de cidadania e de pertencimento. Por isso, temos o compromisso de oferecer sempre o melhor ao nosso público, que, felizmente, se torna cada vez maior e mais diversificado”.
Dotados de percepção para as artes e atenção às especificidades do museu, os arquitetos transformaram elementos técnicos do prédio em soluções criativas para a loja do MON. As eletrocalhas do teto, tradicionalmente usadas para passagem de cabos, foram reaproveitadas como prateleiras flexíveis, permitindo ajustes de altura e montagem rápida, sem interromper o funcionamento do espaço. “Foi divertido e desafiador acomodar produtos de diferentes dimensões mantendo a loja aberta. Até as adaptações feitas pelo serralheiro, como o detalhe de fixação no chão, fundem simplicidade e estética”, explica a arquiteta Vitória Basso.
Sob responsabilidade de Ticiane Martinez, a curadoriada loja integra o design paranaense à multiplicidade do
acervo do MON. Uma área de descanso próxima à loja, foi criada para abrigar mobiliários assinados por designers locais, como Arquea, Estúdio Latino, DSGN Selo, Jabuti Atelier, David Tessler, Marcelo Caruso, Instituto Jaime Lerner e Lucas Bond, ao mesmo tempo que exibe pôsteres de exposições. “Foi muito interessante colaborar com essa seleção de peças. O resultado valoriza o design paranaense, dialoga com arquitetura, arte e design, além de enaltecer os produtos de maneira criativa e funcional”, diz. A curadora ressalta ainda o detalhe do leque de produtos, sob a marca da instituição. Alguns postais, marcadores de página, cadernos, pocket e caixas são ilustrados com imagens de obras de Lilian Gassen, Andreia Santos, Isolde Hötte, Didonet Thomas e Julia Kater, tributo à arte local.

Criado com eletrocalhas, o sistema de prateleiras é uma solução criativa e eficaz, que permite flexibilidade e ajuste de altura | Fotos: Eduardo Macarios



Com visão sensível para as artes e o design, a arquiteta Fernanda Cassou amplia sua presença nacional com concepções que tocam a alma
Por Débora Mateus
Se há uma constante nas composições que levam a assinatura de Fernanda Cassou, é o cuidado delicado com a alma de cada espaço. À frente do escritório homônimo há 13 anos, a arquiteta consolidou-se como referência ao fazer do triunvirato arquitetura, design e arte o vértice de sua prática.
“Eu trago meu olhar, minha assinatura, mas, no fim das contas, o que amarra todo o projeto é a alma do cliente. Até na curadoria dos livros, pesquisamos os títulos que ele lê e os autores que aprecia. A escuta é essencial, a casa se torna um lar porque as pessoas que nela habitam, seus
objetos e memórias, estão presentes. Tudo é pensado em sintonia plena com o que realmente faz sentido”.
Assim nasce a personalidade de cada uma de suas criações. Com cerca de 30 projetos em andamento, ela mantém o portfólio sob medida para preservar o cuidado com o pormenor. Sua atuação se estende em cidades do Paraná, Santa Catarina, São Paulo e Belo Horizonte. Abrange do residencial ao comercial, passando pela hospitalidade, empreendimentos imobiliários de alto padrão e expografias de arte, como as três edições do projeto Afinidades, organizadas pelo Museu Oscar Niemeyer (MON).

A amendoeira foi o ponto de partida desta residência em Londrina. A fachada valoriza o encontro entre madeira, pedra e concreto. | Foto: André Nacli


Nos interiores do emblemático Nomaa Hotel, peças de mestres como Sergio Rodrigues e Hans Wegner se articulam entre obras de André Azevedo, André Nacli, Paolo Ridolfi e Alex Rocca | Foto: Eduardo Macarios
Meticulosa, sua percepção foi moldada desde cedo. Aos 14 anos, decidiu pelo ofício, inspirada pela casa modernista dos avós, concebida por Rodolfo Doubeck, sócio da tia-avó Eleonora Beltrão, uma das primeiras arquitetas formadas pela UFPR. “Meu questionamento não era sobre tamanho, mas como as pessoas vivem nos espaços. Espacialidade e luz fazem toda a diferença na relação de quem habita o espaço construído”. O ambiente familiar, que estimulou o olhar para expressões como cinema, literatura e artes plásticas, tornou-se a base de um repertório vasto e sensível.
Fascinada pela arquitetura escandinava e japonesa, ela lapidou sua visão durante intercâmbio de estudos em Madri e, posteriormente, no período em que viveu em
Paris. Assim como em viagens pela Europa com os amigos da graduação, dedicadas a conhecer obras de mestres como Le Corbusier. Reflexões sobre a relevância disruptiva do modernismo em seu contexto histórico global somamse ao conhecimento inconteste do universo artístico.
A predileção atravessa gerações e contempla nomes como Lygia Clark, Tomie Ohtake, Arcangelo Ianelli e Ascânio MMM, além dos contemporâneos Adriana Varejão, Arthur Lescher, Carlito Carvalhosa, Richard Serra e Mark Rothko. No design, admira Jean Gillon, Sergio Rodrigues, Jorge Zalszupin e Lina Bo Bardi. “Em Copenhagen, me encantei com uma poltrona de Finn Juhl em jacarandá; dá para perceber a influência dele no trabalho de Zalszupin”.

A cuidadosa marcenaria em nogueira nas paredes e no teto contracena com a poltrona de Zanine Caldas, mesa de centro

A integração à paisagem natural, traço essencial do DNA de
Curitiba, com paisagismo de Alex
Morando em Miami há poucos meses, Fernanda Cassou segue edificando sua gênese criativa e conduz, com a mesma minúcia, os projetos no Brasil. Marcos como o Nomaa Hotel, em Curitiba - que celebra dez anos -, e a Penthouse Jacurici, em São Paulo, pertencente a um colecionador de arte, consolidaram sua proeminência nacional. Reconhecida pelo primor, força conceitual e funcional, ela também assina as lojas do Gallerist, grupo de moda comandado pelas irmãs, fundadoras da marca. Assim como a marcenaria, o paisagismo é um eixo central. “Trabalhamos sempre com paisagistas e fazemos questão de participar de todo o processo. Conversamos sobre altura das árvores, fachadas e vistas, buscando o equilíbrio do projeto”. Na Casa das Amendoeiras, a árvore nativa guiou volumes e circulações, unindo natureza e
no
arquitetura desde o início. Entre os projetos em desenvolvimento está o Casa Nomaa, empreendimento da IDEE Incorporadora, em Curitiba. Sob sua responsabilidade estão a arquitetura e o design de interiores, em diálogo com o paisagismo de Flávia Tiraboschi. Uma futura residência de 600 m², cercada pela Mata Atlântica, no litoral paranaense, amplia essa abordagem. “Gosto muito do desafio da topografia. Integrar a casa ao terreno e à paisagem torna o resultado ainda mais interessante”.
Com um processo criativo que funde observação sensível e técnica, entre o desenho e o 3D, cada proporção e escala é cuidadosamente testada. A arquiteta conta que ainda deseja criar uma linha própria de mobiliário, mais um vértice da poética cuidadosa que esculpe sua arte de projetar.

A atmosfera contemporânea deste living, em Curitiba, ganha pontos de cor com a obra de Marcus André. Peças assinadas por Percival Lafer, Sergio Rodrigues e Claudia Moreira Salles arrematam o décor
Foto: Eduardo Macarios

Arte e design compõem um espaço leve e comovente. Destaque para o trabalho de Frank Ammerlaan, mesa de centro de Jorge Zalszupin, poltrona de John Graz e mesa de apoio Olho Móveis
Foto: MCA Estúdio


Por Débora Mateus
Não há dúvidas de que os últimos anos têm cristalizado um novo horizonte para a cena contemporânea do luxo. Pesquisa recente da Euromonitor indica que 70% dos consumidores de altíssimo padrão já atribuem mais valor às vivências que tangem o inesquecível, relegando os objetos de consumo a um plano secundário. O movimento, que
deve continuar a crescer no futuro próximo, expressa a dimensão emocional que a alta hospitalidade assumiu, centrada em experiências que rompem com o cotidiano. Conheça a seleção de hotéis que se delineiam como mundos onde o tempo presente se torna desejo. Em cada concepção, arquitetura, design e arte convergem para formar universos de vivências memoráveis.

Numa cadeia de ilhas intocadas na província de Tabuk, o Shebara Resort abriga vilas em forma de orbe concebidas pela Killa Design para a Red Sea Global. Em aço inoxidável polido, as unidades flutuam sobre a lagoa de Al Wajh como uma sequência de pérolas que refletem o céu e a água. Aberturas talhadas na entrada conduzem aos interiores assinados

pelo designer Paolo Ferrari, e se prolongam até pátios e piscinas infinitas. Elementos artesanais, materiais naturais e acabamentos curvilíneos seguem a linguagem estética do exterior. Protagonista das suítes, o bar esférico metálico que se abre por acionamento hidráulico, revela um interior revestido em couro vermelho e alude à fusão entre engenharia precisa e artesania que orienta o conceito do resort de luxo.


Ingels Group, interiores de Peter Mikic + Faena Design Studio | Fotos: Courtesy of Faena
Imagine aproveitar a atmosfera cultural e descolada de West Chelsea, numa concepção contemporânea que carrega a assinatura disruptiva do Bjarke Ingels Group, BIG. A torre com vistas para a High Line, possui interiores concebidos pelo Faena Design Studio em parceria com o designer australiano Peter Mikic, que retomam o universo da rede - glamour teatral, maximalismo e referências
clássicas -, com frescor. No coração do hotel, o lobby Cathedral abriga o mural criado pelo artista argentino Diego Gravinese. Com janelas do chão ao teto, as suítes emolduram o rio Hudson. No térreo, o restaurante La Boca, de Francis Mallmann, reafirma a verve argentina da marca, e o bar Living Room, no segundo pavimento, atua como eixo social do hotel.


Entre os destinos de luxo mais procurados em Alezio, na Puglia, encontra-se o Casino Doxi Stracca, palácio do século 18 herdado pelos Valentinos. Símbolo do movimento pela unificação italiana, onde viveu Epaminondas Valentino e acolheu sua cunhada, Maria Antonietta de Pace, heroína do Risorgimento, pertence hoje ao arquiteto Paolo Genta Ternavasio. Responsável pelo design de interiores e
revitalização do conjunto, ele preservou a arquitetura aristocrática salentina em diálogo com a paisagem idílica da região. A propriedade, administrada por Sonia Cataldo, se desdobra em palácio, capela, volumes rurais e jardins históricos. Com sete suítes que abrigam obras de arte e peças de mobiliário assinado, recebe hóspedes em busca de experiências raras, eternizadas por serviços personalizados.


Zaha Hadid Architects | Fotos: Chris Dalton
Inaugurado este ano no palazzo do século 16 da Via di Ripetta, é um dos últimos projetos concebidos por Zaha
Hadid em vida, concluído pela equipe do escritório após a descoberta de um sítio arqueológico que prolongou a obra por uma década. Ao reinterpretar o contexto histórico, Zaha
Hadid Architects insere sua linguagem contemporânea que combina formas sinuosas características da arquiteta com interseções que evocam abóbadas tradicionais.
No lobby, o busto de Lívia Drusila, esposa do imperador Augusto, contrasta com as linhas fluidas do ambiente; na piscina interna, o piso translúcido revela as ruínas romanas descobertas. Afrescos históricos e tetos em trompe-l’oeil protagonizam os interiores das Fresco Suites, enquanto arcos ondulantes em ébano elevam a atmosfera cenográfica do restaurante Il Cortile.


Urbe, Armando e Sophia
Em ascensão global, a cena de alta hospitalidade portuguesa ganha novo fôlego com o primeiro hotelmuseu do mundo. Inserido no palácio setecentista da antiga família do Conde de Ribeira Grande, em Lisboa, que também sedia o Museu de Arte Contemporânea Armando Martins, MACAM, o hotel se torna o vértice entre cultura e luxo. Revitalizado pelo escritório Metro Urbe, reúne 600 obras de artistas como Amadeo de Sousa Cardoso, Paula Rego, Marina Abramović e Thomas Struth. Concebidos por
Armando Martins e sua filha Sophia em colaboração com o estúdio Andrez Andrez, os interiores revelam a instalação luminosa caleidoscópica criada pelo estúdio Bybeau no lobby, que leva à biblioteca com cinco mil livros. Tetos altos e janelas originais nas suítes dialogam com intervenções contemporâneas, com vistas para o terraço emoldurado pelos poliedros de Angela Bulloch. A obra site-specific Trinity do artista espanhol Carlos Aires, dá vida ao bar, que sucede a antiga capela dessacralizada do século 20.


Fotos: Courtesy of Not a Hotel
Entre as inaugurações deste ano mais aguardadas no Japão, a criação de Sou Fujimoto com paisagismo de Taichi Saito, propõe uma integração rara entre arquitetura e paisagem na ilha de Ishigaki, em Okinawa. A vila circular se integra ao relevo por meio da cobertura verde que acompanha a topografia de forma quase mimética. Amplas superfícies envidraçadas projetam a presença do mar nos
interiores, enquanto o pátio central ordena a geometria entre cheios e vazios. Com quatro suítes que acomodam até dez hóspedes, o conjunto se orienta pelos ritmos serenos da ilha. Piscina de borda infinita, sauna iluminada pela água, banhos ao ar livre e terraços voltados a diferentes horizontes moldam uma experiência guiada pela precisão técnica, realçada pela arte infalível da natureza.

Consolidada como hub de design e experiências, a nova loja exibe uma seleção rigorosa de materiais nobres em oito ambientes assinados por importantes escritórios de design
No ano em que celebra três décadas, a NPK
Mármores inaugura um novo marco. A Casa NPK, instalada em uma residência de 500 m² dos anos 1960 na Alameda Gabriel Monteiro da Silva, em São Paulo, onde a empresa atua há 25 anos, abre as portas sob o rigor da marca, referência em
rochas naturais e revestimentos tecnológicos de design internacional. Conduzido ao longo de 20 meses, o retrofit minucioso preservou piso, esquadrias, arabescos da serralheria e escadaria originais, enquanto intervenções contemporâneas transformaram antigos espaços compartimentados em áreas integradas.


Oito escritórios de arquitetura e design de renome assinam os ambientes distribuídos em dois andares, que enaltecem a coleção da NPK, composta por materiais provenientes de Itália, Turquia, Espanha, Grécia, Portugal, Brasil e regiões da Ásia e África. Sig Bergamin e Murilo Lomas (lounge-terraço), Debora Aguiar (living), Marina Linhares (biblioteca), Paulo Azevedo (lavabo superior), SUITE Arquitetos (bar da piscina), Bossa Arquitetura (lavabo inferior), VOA Arquitetura (vitrine galeria) e Shinagawa Arquitetura (lavabo externo) criaram uma atmosfera sensorial e espacial de lar.

“São mais de 50 rochas naturais, em uma variedade de cores, texturas, formações geológicas e histórias. Essa diversidade amplia as possibilidades projetuais”, afirma Debora Mehry, diretora da NPK Mármores. A loja conceito, segundo ela, também valoriza profissionais que acompanham a trajetória da marca, como Sig Bergamin, um dos primeiros a especificar a NPK em São Paulo. Com showrooms na capital paulista, Curitiba e Balneário Camboriú, a empresa quer fortalecer seus espaços físicos como um hub de experiências, descobertas e conhecimento, conectando materiais nobres à arquitetura e design. A estratégia é expandir a coleção exclusiva e tecnologia, que hoje inclui recursos como o scanner Iris 8K, inédito no país. Além das soluções de realidade aumentada, que aprofundam a precisão no processo de especificação. A piscina revestida em Travertino conecta áreas externa e interna
Tijolos maciços descobertos durante a reforma foram incorporados ao décor da recepção, ao lado da placa antiga com o número do imóvel, em tributo à história arquitetônica da época. No pavimento superior, a reorganização dos antigos quartos deu origem à materioteca, que reúne coleções desenvolvidas em parceria com indústrias italianas de referência mundial. Entre elas estão a linha NPK Wood, madeiras em carvalho francês da
Listone Giordano, que inclui séries de Paola Lenti, Patricia Urquiola e Piero Lissoni; os terrazzos da Agglotech e a linha NPK Bricks, de tijolos produzidos artesanalmente pela centenária Forneria S. Anselmo. Criado pela DIEEDRO, de Jayme Bernardo, o mobiliário exibe mesas em mármore Arabescato Corchia e detalhes trabalhados com leveza. “A NPK é reconhecida internacionalmente pela qualidade dos materiais que seleciona. Cada rocha passa por

Lounge-terraço, Sig Bergamin e Murilo Lomas
um padrão próprio de curadoria, o mesmo adotado nos Estados Unidos, Europa e projetos internacionais, garantindo classificações de excelência que definem nossa identidade”, reforça a diretora.
No piso superior, tons terrosos permeiam o guarda-corpo do lounge-terraço de Sig Bergamin e Murilo Lomas. A lareira esculpida em Rosso Alicante e as mesas em Verde Alpi Levigado se conectam ao exterior por meio do piso tecnológico em tom cinza. “A pedra natural confere ao ambiente uma autenticidade impossível de replicar; sua presença é quase emocional, conecta o espaço à natureza e reforça a
verdade material que permeia todo ambiente” diz Sig.
Na biblioteca, Marina Linhares evidencia a estante em Travertino Silver, com ripados em Ônix Blue e o tampo em Ônix Âmbar. “O objetivo foi criar um espaço contemporâneo em que a pedra tivesse papel central, refletindo a identidade da NPK e explorando o material em usos pouco convencionais”, explica a designer. O lavabo superior, criação de Paulo Azevedo, traz os mármores Verde Guatemala e Ocean Grey, que se fundem no piso listrado com leitura contemporânea.

Biblioteca, Marina Linhares
O piso térreo exibe além da coleção completa de rochas naturais, uma sala dedicada à linha NPK Tech, com revestimentos da italiana Atlas Plan. A vitrine criada pela VOA Arquitetura valoriza o caráter escultórico funcional do Travertino e do Ônix Blue. No living, Debora Aguiar destaca o mármore Aman Grey no piso e lareira, além do Ônix Bianco na estante. A piscina em Travertino é integrada ao bar da SUITE Arquitetos, cujo piso recortado combina
os mármores Rosso Alicante, Botticino, Diano Reale e Limestone Vermont. No lavabo, a Bossa Arquitetura articula o Branco Galaxy ao terrazzo italiano Lido Escovado, enquanto a marcenaria em Limestone Monclair recebe acabamento frisado. Shinagawa Arquitetura apresenta variações de texturas e a versatilidade dos materiais da Atlas Plan no móvel que integra bancada, prateleira e aparador suspenso no lavabo externo.

Tributo à pluralidade brasileira, o troféu do GP de São Paulo 2025, assinado pela Furf, tem carga simbólica que alude à corrida contra o tempo e ao icônico S de Senna. As equipes são representadas por 10 fileiras de louros. Em cada uma delas, 12 folhas remetem ao manto Tupinambá, às escamas, penas e ao skyline de São Paulo. Produzido por meio de impressão 3D sem resíduos e alumínio fundido, com acabamento metalizado e envernizado, o troféu acompanha o Louis Vuitton Trophy Trunk, criado sob medida com o monograma da Maison e as cores da linha de chegada.

Luminárias Zen e Vetra, Camilla D´Anunziata Foto: Divulgação
Um novo marco arquitetônico nos Emirados Árabes está prestes a surgir. O Dubai Museum of Art (DUMA), projeto comissionado pelo conglomerado Al-Futtaim Group, será assinado pelo arquiteto japonês Tadao Ando. Com formato monolítico e bordas arredondadas, a estrutura circular será erguida sobre a água, com fachada de painéis brancos e aberturas triangulares que filtram a luz natural. O nível superior abrigará lounge e restaurante com vista para a cidade. O museu contará ainda com biblioteca e áreas de estudo para apoiar novos artistas e designers.

Destaque da mostra Refúgios Urbanos, da Mestre Artesão, que reuniu criações de seis designers brasileiros sob curadoria de Ricardo Gaioso e cenografia da FLO Atelier Botânico, em São Paulo, as esculturas de luz de Camilla D’Anunziata tornam-se pontos de contemplação em meio aos ruídos do cotidiano. Parte da coleção Solstício, as luminárias fundem força ancestral, equilíbrio e serenidade. “Quando conheci a arquitetura dos riads no Marrocos, entendi o que é se sentir protegida e aberta ao mesmo tempo, em espaços cheios de texturas, desenhos e cores”, explica a artista carioca.


Em celebração aos 10 anos de atuação do arquiteto Leandro Garcia no design, a mostra Objetos Concêntricos, apresentada na Galeria IDEE, em Curitiba, com curadoria de Bruno Simões, reúne peças que sintetizam a força expressiva de sua faceta como designer. Em cartaz até janeiro de 2026, a exposição destaca o círculo como elemento central e transformador de sua obra, forma que se desdobra em diferentes escalas, materiais e funções, do vidro ao metal, da estrutura à escultura.

Algodoal com troncos decepados, 1975
Foto: Sérgio Guerini
Recém-inaugurado, o Grande Museu Egípcio (GEM) é hoje a maior instituição arqueológica do mundo. Do acervo de 100 mil itens, cerca de 5 mil pertencem ao túmulo de Tutancâmon. Projetado pela Heneghan Peng Architects, o edifício em concreto claro e fachadas de calcário local se alinha visualmente às pirâmides de Gizé. Na abertura, apresentações suspensas, show de drones e números multimídia celebraram a história do Egito. A cerimônia também contou com a instalação sonora e cinética Vento, da brasileira Ana Ferrari, composta por 21 flautas. Até dezembro, a obra integra a quinta edição da exposição internacional Forever Is Now, nas Pirâmides de Gizé.

Duas exposições simultâneas dedicadas a José Antônio da Silva, referência da arte brasileira do século 20, estão em cartaz em São Paulo, após passarem pela França e Porto Alegre. No MAC-USP, a mostra José Antônio da Silva: Pintar o Brasil reúne 142 obras, com acréscimos do acervo da instituição, curadas por Gabriel Pérez-Barreiro, além de um núcleo adicional curado por Fernanda Pitta, que inclui trabalhos do livro Romance da minha vida. A exposição fica em cartaz até março de 2026. Na galeria Estação, Eu sou o Silva apresenta 26 obras do acervo próprio e de colecionadores, sob curadoria de Paulo Pasta, e pode ser visitada até 23 de dezembro de 2025.


Nos últimos anos, marcas de design têm se aproximado cada vez mais de diferentes expressões artísticas, como a parceria recente da Roche Bobois com o cineasta Pedro Almodóvar. Agora, é a vez da holandesa Moooi unir-se ao cantor e artista visual Robbie Williams, que lança sua primeira peça de mobiliário. A cadeira Introvert apresenta formato compacto e curvilíneo, com superfície acolchoada produzida por meio de técnica de quilting 3D em lã, alpaca e algodão, além de uma base giratória oculta. “É um estado de espírito”, diz o artista, que exibiu a peça na exposição Radical Honesty, no Moco Museum, em Amsterdam, Barcelona e Londres.
O escritório Gabriela Casagrande Arquitetura recebeu o 2025 Silver A’ Design Award pelo Sunrise, projeto de um apartamento de 320m² no bairro Mossunguê, em Curitiba (PR). Concebido para uma jovem empresária, valoriza a integração dos ambientes, a fluidez da planta e o uso de materiais que reforçam a continuidade espacial. O prêmio, um dos mais prestigiados do campo do design e arquitetura, destaca o olhar da arquiteta paranaense.

Foto: Divulgação

Foto: Emilio Morenatti/AP
A Basílica da Sagrada Família, obra-prima inacabada de Antoni Gaudí em Barcelona, tornou-se recentemente a igreja cristã mais alta do mundo, com 162,91 metros, superando a catedral de Ulm, na Alemanha. Com altura final prevista de 172 metros, a Torre de Jesus Cristo preserva a visão original do mestre catalão. Painéis préfabricados da Arup, empresa de engenharia responsável pelo projeto estrutural, reduziram o peso dos elementos e aceleraram o processo construtivo. A torre central deve ser concluída em 2026, ano que marca o centenário da morte de Gaudí.


Maquete do Teatro Municipal de Piracicaba
Foto: Divulgação
Projetado por Maurício Pinheiro Lima e Carla Mattioli, o novo espaço da Galeria Ybakatu, fundada por Tuca Nissel em 1995, acaba de reinaugurar no Batel, em Curitiba. Em celebração às três décadas de atuação, a estreia foi marcada pela coletiva { [ ( Entre ) ] }, com curadoria de Jhon Voese, que reúne trabalhos de 22 artistas de diferentes gerações e linguagens, como André Rigatti, C.L. Salvaro, Claudio Alvarez, Cristina Ataíde, Débora Santiago, Glauco Menta, Hugo Mendes, Lígia Borba, entre outros. Ao longo de sua trajetória, a Ybakatu já realizou mais de 110 exposições com notável atuação internacional.

Foto: Divulgação
O arquiteto Fábio Penteado (1929–2011), responsável pelo Centro de Convivência Cultural de Campinas, é o tema da exposição que reabre o espaço após 14 anos. Curada por Guilherme Wisnik, Fábio Penteado: Pétalas e Estrelas, em cartaz até março de 2026, apresenta sete de seus projetos mais importantes, reunindo plantas, maquetes, documentos e objetos pessoais. Dois documentários dirigidos por Wisnik e por Paulo Markun, que também lançou o livro sobre a trajetória do arquiteto, integram a exibição. O legado de Penteado abarca reflexões sobre urbanismo, arquitetura voltada à escala da multidão e seu papel político.

Foto: Gilson Camargo
Sob o conceito de casa para o tempo, que coloca a qualidade de vida como eixo central, o JOÁ, edifício da Construtora Laguna no Cabral, em Curitiba, reúne inovação, sustentabilidade e rigor técnico. Projetado pelo escritório Baggio Schiavon Arquitetura, com áreas comuns de João Armentano, interiores do BST Arquitetura e paisagismo de Felipe Reichmann, o prédio abriga 32 residências suspensas com linguagem contemporânea, além de integrar obras de arte da Galeria Simões de Assis. Com certificação WELL, o empreendimento aposta em diferenciais como conforto térmico e acústico, aliados a soluções construtivas de alta performance.




por Rodolpho Guttierrez
Entre a arte e o design existe um território movido pela luz, pela densidade e pela transparência. É nesse espaço poético que o artista francês Matthieu Gicquel, conhecido como o poeta do vidro, constrói sua obra. Especializado na criação de mobiliário em grandes placas de vidro, transforma um material historicamente associado à fragilidade em estruturas monumentais que surpreendem pela força, pela presença e pela delicadeza. Sua relação com o material começou ainda na infância, mas se profissionalizou na École Nationale du Verre, na região de Allier, centro da França. Integrada ao Lycée Jean Monnet,a instituição é considerada uma das mais importantes do país desde os anos 1960, reconhecida por unir tradição artesanal, rigor técnico e liberdade artística.
Seis anos de formação marcaram profundamente seu percurso. Durante esse período, o professor de design Gaëtan Didier o incentivou a enxergar o vidro como uma linguagem capaz de expressar emoções por meio do gesto, da textura e da luz. Grande parte do trabalho de Gicquel é dedicada ao fusing, técnica em que diferentes peças de vidro são dispostas lado a lado e fundidas em altas temperaturas até se tornarem uma única estrutura sólida. Essa fusão permite controlar espessura, transparência e densidade, resultando em placas robustas e ao mesmo tempo luminosas, com desenhos internos que parecem suspensos no material. A técnica que exige precisão, domínio térmico e profundo entendimento da matéria, se tornou uma das assinaturas de seu ateliê.

Série Yugen | Foto: Frédéric Martin

Outro elemento marcante é o uso de folha de ouro, aplicada manualmente nas bordas das peças. Esse detalhe sutil acrescenta brilho e refinamento ao vidro, e reforça o contraste entre rusticidade térmica e delicadeza artesanal. Surge um design minimalista de altíssimo padrão de acabamento, fruto de inúmeras etapas de lapidação e polimento que revelam a pureza do material. O artista dedicase especialmente ao mobiliário concebido em grandes placas de vidro. Com presença monumental, muitas vezes, parecem flutuar no espaço. Essa dualidade entre peso e leveza traduz seu fascínio.
O processo criativo começa com a concepção do objeto, que ele modela em 3D enquanto imagina as sensações que a peça provocará no observador. A confirmação final acontece no ateliê, quando a criação sai do forno. Se ela o emociona, sabe que encontrou o caminho certo. Desde

2023, Gicquel participa da Maison et Objet, uma das feiras mais relevantes do design contemporâneo. A presença constante no evento ampliou suas possibilidades de diálogo e projeção. Em janeiro de 2026, ele apresentará uma mesa de jantar inédita, concebida em escala monumental, marcando um novo momento.
Influenciado por artistas como Pierre Soulages e pelas filosofias japonesas do Wabi-Sabi e do Yūgen, Gicquel incorpora em sua obra a relação entre gesto, contemplação e a beleza sutil das imperfeições. Para ele, a durabilidade é um valor central. Suas peças monumentais em vidro são concebidas para atravessar gerações, acumulando histórias e memórias nos espaços que ocupam. Com sensibilidade, rigor técnico e a rara capacidade de transformar matéria em emoção, Matthieu Gicquel afirma-se como uma das vozes mais instigantes do design contemporâneo.



O lar do casal de arquitetos Gabriela Casagrande e Pedro Sunyé

Elegância contemporânea, fluidez e um senso natural de pertencimento definem o lar do casal de arquitetos Gabriela Casagrande e Pedro Sunyé, que transformaram um apartamento contemporâneo em um refúgio afinado às suas personalidades. Ela, pós-graduada em Arquitetura de Interiores em Milão pelo Istituto Marangoni, é movida pela intuição tendo o minimalismo e a hospitalidade como base. Ele, arquiteto de formação urbana, tendo atuado por 8 anos junto a Jaime Lerner, é mestre em Arquitetura pela FAU/USP, racional e analítico, influenciado por estruturas, proporções e pela relação entre os espaços e a cidade.
Para Gabriela e Pedro, o endereço onde vivem há um ano representava a oportunidade de morar em um edifício que dialoga diretamente com suas referências profissionais. Mais do que estética, buscavam um lugar de pertencimento, com vistas deslumbrantes e a liberdade de moldar cada detalhe do zero, de acordo com seu estilo de vida. Gabriela é sensorial, inquieta, movida pelo prazer de experimentar; Pedro, ao contrário, é um observador silencioso, que se expressa por meio da lógica espacial, do desenho preciso e do raciocínio arquitetônico. Cada um mantém seu próprio escritório e sua dinâmica de criação, mas é justamente na diferença que se revela uma convivência cheia de sinergia, dentro e fora do trabalho.

Base contemporânea abriga acervo do casal, com peças de estudiobola e Lucas Recchia | Foto: Eduardo Macarios


Peças de design sobre uma base neutra reforçam a expressão contemporânea | Foto: Eduardo Macarios
Ao projetar o próprio apartamento, essa complementaridade se transformou num processo natural. Pedro desenvolveu o layout, organizando fluxos, proporções e relações entre os ambientes. Gabriela finalizou a narrativa com acabamentos e texturas. O encontro dessas visões resultou em uma estética que combina elegância contemporânea com a naturalidade de uma casa sofisticada. A luz percorre os espaços com suavidade, revelando materiais que convidam ao toque e uma paleta neutra que reforça a serenidade. É uma casa em que a beleza não disputa com o conforto e onde cada detalhe revela repertório, intenção e técnica, adquiridas pelo casal ao longo de sua trajetória e de suas viagens, uma de suas maiores fontes de inspiração. São essas vivências que alimentam seu olhar atento ao ritmo e aos movimentos das cidades, às formas, à espacialidade e ao dinamismo da vida.
A união sensorial se evidencia nos materiais naturais, como o piso de madeira tauari e a marcenaria em lâmina rovere. O mármore Paraná, proveniente de uma jazida local, traduz o apreço do casal por materiais brasileiros e pela valorização do que é genuíno. A paleta neutra e a luz que percorre os ambientes criam um clima de casa viva. Nada ali é excessivo. O vazio é intencional e representa a curadoria que o casal planeja construir ao longo da vida. Entre as obras de maior significado estão os dois quadros na entrada do apartamento, que eternizam o início da história do casal. O primeiro, uma tela de Marcelo Conrado, e o segundo, de Juliane Fuganti, mãe de Gabriela. Ambos artistas plásticos foram responsáveis por aproximá-los e, hoje, as pinturas celebram esse acaso e simbolizam a vida que constroem juntos.

Peças de design sobre uma base neutra reforçam a expressão contemporânea | Foto: Eduardo Macarios
Na seleção de mobiliário, o sofá assinado por estudiobola é uma das peças mais queridas por ambos e foi escolhido cuidadosamente para acolher a vida cotidiana. O aparador Chuva, de Leo Romano, flutua com presença escultórica sem perder a funcionalidade. Já a Poltrona Dolomite, projetada por Gabriela, une equilíbrio e conforto. A sala encanta pelas suas escolhas e leveza, mas o ambiente preferido do casal é a suíte. A vista para o parque e o bosque de araucárias cria um cenário de contemplação.
É ali que o sol nasce e onde acordar com a luz da manhã se tornou um ritual diário. Agora, esse espaço que une técnica, sensibilidade e aconchego ganha um novo significado: em breve, será também o lar de Antonia, primeira filha do casal, que chega como a expressão mais pura da história que Gabriela e Pedro constroem juntos. Morar para Gabriela e Pedro é viver em um espaço onde técnica e sensibilidade coexistem e onde a vida, torna seu lar em seu refúgio particular.

Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano celebra seis décadas de marcos e desafios com um olhar estratégico para o futuro
Uma cidade que respira planejamento urbano e se tornou referência em transporte coletivo e em qualidade de vida - não à toa considerada a melhor capital para se viver no Brasil. Há um ponto de convergência entre estes dois aspectos: o Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc), que completa seis décadas em dezembro, protagonista de ideias e projetos que moldaram a paisagem da capital.
Grandes símbolos curitibanos carregam sua marca, entre eles, o design inconfundível das estações-tubo - e todo o sistema de transporte via canaletas que consolidou o BRT como modelo global -, o Jardim Botânico, a Rua 24 horas e o Teatro Paiol. São projetos que revolucionaram a rotina dos moradores e consolidaram o adjetivo de inovador que acompanha a cidade até hoje.

Princípio da revolução no planejamento urbano de Curitiba, o Teatro Paiol recebe neste ano uma iluminação noturna especial | Foto: Daniel Castellano/SCMS
A capital paranaense que hoje se destaca como referência mundial nasceu de traços ousados e decisões visionárias. Um de seus marcos inaugurais foi a reforma do Teatro Paiol, no início da década de 1970, quando um antigo paiol de pólvora foi convertido em teatroarena. Esta intervenção urbana foi o estopim para a grande revolução que se seguiu nos anos seguintes. Do fechamento da Rua XV de Novembro, transformada no emblemático calçadão exclusivo para pedestres, à criação
de parques que combinam lazer quanto drenagem, passando pelas Ruas da Cidadania e pelos Faróis do Saber, que descentralizaram os serviços públicos e a cultura pelos bairros. Segundo a diretoria do Ippuc, Curitiba conquistou notoriedade e apelo turístico graças ao planejamento estruturado a partir do Instituto. Parques, equipamentos urbanos e projetos tornaram-se referências de patrimônio pela funcionalidade e design.

Obras de construção do Calçadão da XV de Novembro, um dos marcos urbanísticos de Curitiba, em registro de dezembro de 1972 | Foto: Arquivo Público Municipal de Curitiba

O sistema BRT, uma das marcas do desenvolvimento de Curitiba, deve receber seus primeiros biarticulados elétricos nos próximos anos | Foto: Daniel Castellano/SCMS
Os marcos do passado agora se somam à busca por inovação e à capacidade de incorporar novas tecnologias ao planejamento urbano, impulsionando a construção da Curitiba do futuro. Um dos exemplos é o Hipervisor Urbano, plataforma que integra dados e sistemas especializados para gerir o meio urbano e implementar controles inteligentes. O objetivo é integrar a análise de dados à inteligência urbana para observar séries históricas, projetar cenários futuros e construir análises preditivas e prescritivas.
Ou seja, o Ippuc quer desenvolver a habilidade de agir de
forma proativa em vez de reagir aos fenômenos para entregar uma cidade melhor à população. A descarbonização é outro desafio assumido pela cidade, com foco no sistema de transporte coletivo. É comum que os municípios iniciem esse projeto em projetos ou linhas menores. Curitiba, por outro lado, está planejando este processo no sentido inverso: a partir da espinha dorsal do transporte público, que são os corredores de BRT, construindo um sistema de ônibus elétricos de grande porte.





Henry Faulkner, sócio-fundador da Zireh, inaugurou no L2 do Pátio Batel o Lounge Praias, espaço que conecta investidores a imóveis de alto padrão no Brasil e no exterior. A abertura marca a expansão da empresa com a unidade Zireh Praias, dedicada à curadoria de oportunidades com exclusividade e valorização.
Foto: Antônio More
O BIOOS Barigui marca um novo passo da Laguna no segmento 60+, unindo tecnologia, bem-estar e senso de comunidade. Após o sucesso do BIOOS Home, agora 90% das unidades vendidas, o novo edifício chega com uma proposta que valoriza saúde, conexão e qualidade de vida. André Marin, Norton Mello e Gabriel Raad. Foto: Patricia Amâncio
Fernando Bonamico, Gabrielle Comandulli, Paula Pignanelli e Camila Fleischfresser, no lançamento do Singular, novo programa de relacionamento do Pátio Batel que reconhece e valoriza seus clientes. Foto: Gisele Nepomuceno


Claudia Tocci, Jorge e Iso Gonçalves na inauguração da nova loja na Av. Vicente Machado. A unidade destaca a entrada da imobiliária no segmento de alto padrão e de lançamentos. Foto: Leandro Provenci
Marlus Doria, Rogéria Dotti e o chef Claude Troisgros no jantar exclusivo realizado no Graciosa Country Club. A noite celebrou o lançamento do Balq Cabral, novo empreendimento da MDGP Incorporadora, que já desponta com 80% das unidades comercializadas.
Foto: Gi Nepomuceno/Bridge Films


Louise Lamb, superintendente regional da Vanguard Curitiba, destaca o ciclo de expansão da construtora em 2025, marcado pelo lançamento do Hytte e pela entrega do New.In. O ano consolidou o design autoral, o bem-estar e a experiência de moradia como pilares da marca. Foto: Divulgação

A Carolla Pizza D.O.C. celebrou 25 anos em Curitiba com um evento especial na unidade do Batel, reunindo clientes e parceiros da família Lorenzetti. Com cinco unidades, a empresa reafirma sua referência em pizza artesanal italiana e inicia uma fase de expansão. Kitty Pires, Andrea Omeire, Denise Leal, Marzia Lorenzetti e Gracia Iatauro. Foto: Divulgação

Debora Merhy e Eduar Merhy Neto receberam um seleto grupo de convidados na inauguração da Casa NPK, nova loja conceito da NPK Mármores inaugurada na Alameda Gabriel Monteiro da Silva, em São Paulo. Foto: Marcus França

O superintendente regional da Plaenge, Daniel Turchetti, celebra a chegada da construtora ao bairro Mercês com o lançamento do Plaenge Artis. Localizado na Padre Anchieta, ao lado da Praça 29 de Março, o empreendimento une walkability, natureza e arte em um projeto assinado pelo escritório Bohrer. Foto: Divulgação


A CASACOR Paraná anunciou o endereço de sua edição de 2026: uma charmosa residência na Av. Cândido Hartmann, 405, no Bigorrilho, em terreno da GT Building. Na foto, Marina Nessi, diretora da CASACOR Paraná, ao lado de Marcello Malucelli Thá, diretor de incorporação da GT Building. Foto: Felipe Nunes
A Ton Sur Ton esteve em Nova Petrópolis, no Rio Grande do Sul, para uma experiência com a Dü Design, fábrica de móveis de alto padrão. Sonia Elias, Vivian Lazarotto, Janaina Marques, Carla Kiss, Matheus Reimão, Sérgio Valliatti, Leticia Kracik, Mariana Paula Souza, Wilson Elias, Suely Ruon, Rejane Carvalho Leite e Alessandra Gandolfi. Foto: Gustavo Bonadeo




Adalberto Scherer, Alessandra Kleiner Marcovici e Sidney Axelrud, durante o lançamento do TBG Studios, edifício que integra o projeto de revitalização do Centro de Curitiba. Foto: Antônio More
O UMA Batel apresentou suas unidades decoradas, revelando a atmosfera Hygge proposta pela Monarca. Na foto, a arquiteta Ana Letícia Virmond, autora dos interiores. O projeto arquitetônico é da Baggio Schiavon e o paisagismo, de Marcelo Calixto, um conjunto que reforça bem-estar e qualidade de vida no Batel. Foto: Thamy Poli


Amanda Schroh, Lurdes Freiberger, Crystian Freiberger, Joana D’Arc Brugnolo Jacoski, Sabrina Barros e Marina Nessi na inauguração da Galeria Bell’Arte Dreams. As marcas Bell’Arte Dreams e Bell’Arte Living chegam a Curitiba em formato storein-store, apresentando um novo conceito dentro da Green House Curitiba. Foto: Divulgação


O prefeito Eduardo Pimentel participou da primeira edição do Construtalk, promovido pela Hygge, que reuniu lideranças do setor para discutir inovação, sustentabilidade e qualidade de vida nas cidades. Eduardo Pimentel e Fabricio Lucchesi. Foto: Divulgação


A Lopes Home promoveu um tour imersivo no Alberi, empreendimento da Piemonte, guiado pelo arquiteto Jorge Elmor, autor do decorado. Os convidados conheceram os elementos que expressam o DNA do projeto, unindo personalidade, funcionalidade e bem-viver. Jorge Elmor, Vivian Silva e Jairo Sera Tkachechen. Foto: Divulgação
Euclides Ciruelos, à frente da HOTFLOOR e SmartLy, no Voyage Lifestyle Show, onde as marcas apresentaram suas soluções em automação e conforto térmico, como piso aquecido certificado, automação inteligente, HotCloset, HotMirror e toalheiros térmicos. Foto: Antônio More


O WTC Paraná promoveu o Fórum de Competitividade sobre Mercado de Saúde. Na foto, Cássio Zandoná e Daniella Abreu. Foto: Divulgação

A festa de premiação do Ponto Club reuniu mais de 130 profissionais em uma noite dedicada a reconhecer e valorizar quem transforma projetos em experiências. O encontro fortaleceu a conexão entre lojistas e especificadores, celebrando talento, dedicação e o impacto de cada parceria. Foto: Divulgação
Julianna Podolan Martins, fundadora do Museu de Arte Indígena (MAI), foi destaque na homenagem à instituição durante o lançamento da 43ª edição da coleção Museus Brasileiros. Um reconhecimento à força e ao legado do MAI, com patrocínio do Banco Safra e apoio do Ministério da Cultura. Foto: Divulgação


O empresário Elio Winter, proprietário há mais de 35 anos da incorporadora homônima, recebeu convidados no lançamento de sua autobiografia na Livraria da Vila, no Pátio Batel. Na obra, ele compartilha histórias, sucessos e desafios de sua trajetória. Elio Winter e Alexandre Cury. Foto: Divulgação

Para celebrar o sucesso de seu recente lançamento, o Arte Batel, a incorporadora Víncere promoveu um bate-papo com o paisagista Luiz Carlos e Flavio Schiavon, sócio da BSA Arquitetura, escritório que assina o projeto arquitetônico do empreendimento. Mediado pela editora Débora Mateus, o talk abordou a importância da biofilia e os diferenciais conceituais do edifício, que integra paisagismo e arquitetura para transformar a experiência do morar. Na ocasião, os convidados puderam degustar o novo Chandon Garden Spritz e conhecer os decorados em realidade aumentada. Com unidades que variam de 178 m² a 462 m², distribuídas em duas torres, o empreendimento conta com interiores assinados por Fernanda Marques. Fotos: Ryco







Viver bem é mais do que habitar um espaço; é permitir que ele participe da nossa saúde, do nosso silêncio interno, da nossa vitalidade. O novo luxo não está nas superfícies, mas na cura que um ambiente pode oferecer. Por isso, convidamos arquitetos, incorporadores e criadores de experiências a expandirem o olhar e entregar bem-estar muito além das plantas e fachadas, mas em tudo o que toca o corpo, a mente e a vida cotidiana.
O empreendimento do futuro nasce quando a arquitetura respira com o morador, quando a luz respeita ritmos biológicos, a ventilação acolhe o corpo e a biofilia reorganiza emoções. Um edifício wellness se completa quan-
do inclui experiências que traduzem coerência, desde a gastronomia de um evento de lançamento até os serviços disponíveis ao longo da vida do morador. Alimentação saudável, práticas sustentáveis reais, hospitalidade consciente, seleção criteriosa de insumos, serviços de concierge voltados ao autocuidado e rituais cotidianos de bem-estar compõem essa entrega.
Quando arquitetura, nutrição, sustentabilidade, serviço e sensorialidade se unem, o imóvel deixa de ser abrigo e transforma-se em extensão do próprio corpo. Um convite permanente ao autocuidado. Uma morada que, mais do que acolher, eleva. Esse é o novo morar bem, onde saúde é experiência, e experiência é o verdadeiro projeto.
Daniela Carneiro, empresária e fundadora da Fresh Meal

