Onco& ed.6, ano I

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5 casos de mesotelioma peritoneal (todos com paclitaxel). Ocorreram dois óbitos relacionados ao procedimento, correspondendo a 3,8% de mortalidade operatória. Após um período médio de seguimento de 39,1 meses (mediana de 35 meses; mínimo de 6 e máximo de 102 meses), 15 recorrências foram diagnosticadas, com intervalo médio de 41,6 meses (mediana de 40 meses, mínimo de 3,7 meses e máximo de 95,7 meses). Quatro casos foram passíveis de reabordagem curativa, com nova citorredução e quimioterapia intraperitoneal hipertérmica. A sobrevida global em cinco anos, estimada pelo método de Kaplan-Meier, foi de 88,3% para os pacientes com neoplasias mucinosas do apêndice cecal, e de 60% para os pacientes com mesotelioma peritoneal. A sobrevida global dos pacientes dessa série de portadores de pseudomixoma peritoneal e mesotelioma, assim como as séries reportadas na literatura, foi significativamente melhor que a dos pacientes portadores de carcinomatose peritoneal por câncer colorretal e outros tumores (Figura 9)2,20.

8. Considerações finais A cirurgia citorrredutora associada a QtIPH transoperatória é um procedimento cirúrgico padrão-ouro para pseudomixoma peritoneal e mesotelioma e para casos bem selecionados de implantes peritoneais

de tumores invasivos oriundos do ovário, do intestino grosso e outros. A taxa de mortalidade pós-operatória varia de 0% a 10%. Trata-se de procedimento cirúrgico de alta complexidade que deve ser realizado em centros de referência que contem com equipe cirúrgica com boa formação em cirurgia abdominopélvica, bom serviço de anestesiologia, hemoterapia e terapia intensiva. Nos tumores invasivos, não é um método que substitui a quimioterapia sistêmica mas que se soma a ela. Presença de doença fora da cavidade abdominal, condições clínicas inadequadas (KPS menor que 70%), IDP maior que 20 para tumores invasivos, quadros de obstrução intestinal e invasão extensa do mesentério são as principais contraindicações para o procedimento. IDP, tipo de citorredução, grau de malignidade do tumor, presença de linfonodos metastáticos na peça operatória, componente de células em anel de sinete, presença de metástases hepáticas e experiência da instituição são fatores relacionados ao prognóstico. Há uma carência de estudos prospectivos aleatorizados sobre esse tema. Em tumores não invasivos, será difícil obtê-los pelos bons resultados conseguidos com o método, o que dificulta ou impossibilita a alocação de pacientes no grupo controle (somente cirurgia). Em tumores invasivos, a realização desses estudos torna-se necessária para realmente conhecermos melhor os reais candidatos ao procedimento.

Figura 9 Sobrevida global de pacientes com neoplasias mucinosas do apêndice cecal (n=43) e mesotelioma peritoneal (n=10), tratados com cirurgia citorredutora e quimioterapia intraperitoneal hipertérmica

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