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225 Junho 2014

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revista técnica de embalagem 6.57 €

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embalagem de vidro

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(clique para ver) COMEXPO DEPOSITEMBAL EMBALLAGE GRÁFICA IDEAL IBERFIT LUSOFORMA MADECA PLASTIMAR PLASTIRSO P.S.A. ROBOPLAN S.M.S.A. SEW-EURODRIVE SISTRADE TIL ZEBEN

25 19 2 7 31 31 31 31 31 23 11 31 32 21 31 29

embalagem para vinho 12 embalagem para azeite 13 embalagem alimentar

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novas embalagens

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etiquetagem e codificação 18 logística

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máquinas

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mercado

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Capa: Vinhos Ervideira com rolha HELIX, da Corticeira Amorim. Leia o artigo na página 5.

revipack revista técnica de embalagem Propriedade, Direcção e Edição: Carlos da Silva Campos Publicidade: Ilda Ribeiro, Luisa Santos Endereço Postal: APARTADO 146 2676-901 ODIVELAS PORTUGAL

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CCE e ICE em Munique Com periodicidade bienal, a feira CCE INTERNATIONAL é dedicada às indústrias do cartão compacto e do cartão canelado. A próxima feira terá lugar em Munique nos dias 10 a 12 de Março de 2015. Segundo a organizaçao, o espaço reservado já excede o da CCE 2013, que preencheu uma área de 3300 m2 com 110 expositores e mais de 2000 visitantes. Nesta feira, os expositores repartem-se pelos sectores das matérias-primas, equipamentos

para produção e transformação de cartões canelados e cartões compactos, equipamentos de pré-impressão e impressão e ainda equipamentos para armazenamento e movimentação interna. Os visitantes são sobretudo gestores e técnicos das indústrias do cartão compacto e cartão canelado. Para mais informações sobre esta feira, clicar no ícone ao lado. O segundo ícone dá acesso a um pequeno filme da CCE 2013.

INTERGAL na Batalha

East Afripack no Quénia, em Setembro

A INTERGAL - Exposição do Sector Alimentar, Equipamentos e Bebidas de Portugal realiza-se na Exposalão, Batalha, nos dias 4 a 7 de Outubro de 2014. A Exposalão comprometeu-se a "levar a cabo uma forte campanha de angariação de clientes junto de diversos mercados, com vista a potenciar a concretização de negócios e incrementar o nível de internacionalização das empresas participantes". A anterior INTERGAL contou com cerca de 80 expositores. Para mais informações, clicar no ícone ao lado.

A feira EAST AFRIPACK realiza-se nos dias 8 a 12 de Setembro deste ano, pela primeira vez, com o objectivo de criar uma plataforma de negócios para toda a região do leste de África. Terá lugar em Nairobi, Quénia e pretende abranger os sectores do processamento e embalagem. A organização é da Ipack-Ima (Itália) e do PMMI (EUA), responsáveis por duas das maiores feiras mundiais da embalagem (Ipack-Ima e PACK EXPO, respectivamente).

Aproveitando a complementaridade, realiza-se em simultâneo a feira ICE EUROPE, dedicada à transformação

e impressão de materiais flexiveis (papel, filme plástico e folha de alumínio). A ICE 2013 reuniu 400 expositores de 19 países, 6600 visitantes de 64 países, numa área de exposição de 10,100 m². Para mais informações, clicar nos icones ao lado.

Foi criada uma equipa para apoiar PMEs no planeamento da participação na feira. Para mais informações, clicar no ícone ao lado.

Congresso de Logística O 17º Congresso de Logistica - EUROLOG 2014 - realiza-se em Lisboa nos dias 29 e 30 de Outubro. O programa inclui temas como a estratégia de transportes europeia, a apresentação de 4

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vários casos de estudo de inovação, a competitividade dos portos, a avalição de operadores logísticos, etc. Para ver o programa em detalhe, clicar no ícone ao lado. Nº 225 Junho 2014


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Vinhos Ervideira com rolha Helix A rolha Helix, desenvolvida pela Corticeira Amorim em colabração com a vidreira Owens-Illinois, está no mercado com os Vinhos da Ervideira. As marcas “S de Sol” e “Lusitano” são as primeiras, a nível mundial, a usar a rolha de abertura fácil que revoluciona o modo de abrir e fechar uma garrafa de vinho, como se pode ver no pequeno filme acessível clicando no ícone em baixo.

A solução Helix envolve a modificação da superfície interior do gargalo, onde existem agora estrias espiraladas. A rolha de cortiça aglomerada tem uma cabeça que sobressai, para que o utilizador possa girar a rolha e extraí-la com facilidade e sem saca-rolhas. O conceito já foi destaque e capa da REVIPACK e está vocacionado sobretudo para vinhos de consumo frequente. A Ervideira encontrou na rolha Helix a oportunidade para reforçar o posicionamento premium dos seus vinhos, mantendo a autenticidade ecológica da cortiça e adicionando a abertura fácil inovadora.

Vinhos Evolução positiva nas exportações O marketing dos vinhos portugueses está a resultar: as exportações poderão atingir em 2014 o valor recorde de 750 milhões de euros (M€). Os exportadores estão a reforçar os mercados habituais e a conquistar novos mercados, numa estratégia de diversificação que amplia a notoriedade das marcas e da origem. No primeiro trimestre de 2014, e comparativamente ao período homologo do ano anterior, as exportaçõers desceram 10,7% em volume (639,3 mil hl mas aumentaram 1,1% em valor (151 M€). As exportações de vinhos a granel estão a perder importância. Em volume, e comparando os primeiros trimestres de 2013 e 2014, o peso relativo dos vinhos engarrafados nas exportações passou de 61,4% para 75,1%. Em valor, a variação foi de 86,1% para 91,9%. Nº 225 Junho 2014

As exportações a granel só não tendem para ser uma categoria residual porque incluem a exportação em bag-in-box. Seria interessante, aliás, separar este tipo de embalagem da exportação a granel "clássica". O preço médio de exportação dos vinhos porutgueses aumentou 30,1% na União Europeia (de 2,14 para 2,79 €/l) e este aumento deve-se so-bretudo às exportações a granel. De facto, o preço médio de exportação de vinhos engarrafados para a UE passou de 3,10 para 3,20 €/l enquanto o preço médio dos vinhos a granel passou de 0,70 para 0,91 €/l. Os exportadores continuam a investir na diversificação dos mercados, procurando consolidar mercados "terceiros" como Angola, América do Norte e Ásia.

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As estatísticas do primeiro trimestre dão conta de preços médios de 1,97 €/l para vinhos engarrafados, muito abaixo do preço médio para o mercado europeu. É possível que seja este o "preço da entrada" em novos mercados. A União Europeia continua a comprar mais de metade (51,1% em volume e 59,7% em valor) das exportações de vinhos portugueses e valoriza-os mais. Em valor, os mercados não europeus desceram em importância no primeiro trimestre, mas em volume, são esses mercados que apresentam maiores taxas de crescimento comparativamente ao 1º trimestre de 2013. As estratégias de entrada a preço competitivo podem ser a etapa que precede as estratégias de fidelização de mercados e valorização das marcas. índice

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Control PET adquire Artenius Italia A holding Control PET, ligada ao grupo IMG vai adquirir a fábrica de PET da Artenius Italia (San Giorgio di Nogaro, Udine) pelo valor e 1 milhão de euros, assumindo os custos de despedimento de 75 trabalhadores e devendo manter apenas 30. A venda resulta de concurso público e é mais uma das etapas do processo de insolvência das 12 empresas do grupo La Seda de Barcelona (LSB), que está em processo de insolvência desde Fevereiro deste ano. Com esta aquisição, o grupo IMG, que já foi accionista de referência da LSB até 2009, volta a recuperar activos da LSB, depois da recompra da Artenius Portugal (Portalegre) em 2011 (dois anos depois de a vender à LSB). As fábricas da LSB de El Prat de Llobregat (Artenius) e Tarragona (Industrias Químicas Asociadas, IQA) foram vendidas ao grupo Cristian Lay (Sede em Badajoz) em Março, por 16,6 milhões de euros, tendo assumido encargos no valor de 12,6 milhões de euros e o compromisso de investir 10 milhões de euros nos próximos três anos. A Cristian Lay assumiu também o compromisso de manter os 220

postos de trabalho, factor que terá sido decisivo para vencer outros concorrentes (Indorama e Cepsa). O grupo Cristian Lay é conhecido no sector da joalharia e bijuteria, mas tem negócios nas áreas da energia e das embalagens de cartão. A fábrica de PET da Turquia (Artenius TurkPET) com uma capacidade de produção de 130 mil t/ano, foi adquirida pela Indorama. É previsível a sinergia de capacidades com a SASA da qual a Indorama adquiriu uma participação de 51%. Um dos próximos passos da liquidação da LSB será a alienação de várias fábricas de embalagens PET, que formam a APPE (Artenius PET Packaging Europe), principal grupo europeu na produção de embalagens rígidas em PET. A Logoplaste (Portugal) foi a única a manifestar interesse na aquisição. A APPE tem fábricas na Europa (Alemanha, Bélgica, Espanha, França, Itália, Polónia, Reino Unido), Turquia e Marrocos. A LSB tem forte participação portuguesa, pela BA PET (20,03%) e pela CGD (17,44%), e detém 41,11% da Artlant (Sines), que fabrica PTA.

PET a mais A indústria do PET vai passar anos difíceis, com erosão dos preços e margens, consequência da sobrecapacidade. Globalmente, a procura de PET está estimada em cerca de 20 milhões de t/ano e as previsões apontam para a continuação do crescimento. A capacidade global de produção está próxima dos 30 milhões de toneladas. O fecho das fábricas da La Seda de Barcelona (na Itália) e da Indorama (no Reino Unido), diminuirá a capacidade instalada em 340 mil t/a, mas esta diminuição será reposta e ultrapassada pelas fábricas da Lotte (no Reino Unido) e da JBF (na Bélgica), que somarão uma capacidade de 640 mil t/ano, para além das 900 mil t/ano dos projectos da Turquia e do Egipto. Entretanto, a Europa baixou as suas defesas alfandegárias, o que significa que os produtores locais vão enfrentar a concorrência asiática. Os analistas prevêm que a indústria europeia entre num período de fechos. O nível de utilização da capacidade de produção poderá baixar até aos 60%! A erosão dos preços e margens ocorrerá com o PET e com a sua principal matéria-prima, o PTA.

PET embalagem 48,1 mil milhões em 2014 O mercado global do PET para embalagem deverá atingir 16 milhões de toneladas e o valor de 48,1 mil milhões de dólares em 2014, prevê a Smithers Pira num relatório recente. A procura deverá crescer 4,6% ao ano nos próximos 5 anos, e atingir 19,9 milhões de toneladas e 60 mil milhões de dólares em 2019. Em 2013, o mercado global do PET atingiu 15,4 milhões de toneladas. 6

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A produção de garrafas é o principal segmento deste mercado, com cerca de 80%, em que predominam o sector das águas (5,45 Mt, com um crescimento de 7,3%) e o sector dos refrigerantes (5,17 Mt, com um crescimento de 1,8%.), A embalagem não alimentar atingiu um consumo de 804,3 mil toneladas (mais 4,4% comparativamente a 2012) e as embalagens termoformadas atingiram 1,04 Mt (mais 4,75). A região Ásia-Pacífico tornou-se a principal consumidor de PET.

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Safetypack O projecto Safetypack foi lançado para desenvolver uma metodologia de validação de sensores de gás para medição da composição da atmosfera interior de embalagens. O rigor de medição é um factor crítico para a eficácia dos sistemas de embalagem sob atmosfera modificada. O projecto Safetypack é financiado pelo programa EU Food Processing e conta com a participação de empresas e institutos de investigação de vários países (Itália, Suécia, Nooruega, Dinamarca e Islândia). Os desafios típicos das atmosferas modificadas estão relacionados com os processos de substituição do ar interior das embalagens, com o ar dissolvido nos próprios produtos e,

em alguns casos, com a substituição do O2 por CO2 pela microflora do produto. Por outro lado, a embalagem pode não ser suficientemente estanque. O projecto visa desenvolver e validar novos sensores laser não intrusivos, num processo sem contacto baseado na espectroscopia. Para além dos materiais transparentes e translúcidos, o projecto quer aplicar a esptroscopia laser também em materiais difusos como o papel, os plásticos e mesmo o próprio produto. Os sensores deverão poder funcionar em linha e em tempo real, estando prevista a instalação do sistema em linhas-piloto de produção de queijos e tortillas.

Raflatac reorganiza capacidade A UPM Raflatac vai aumentar a capacidade de produção de rótulos autoadesivos com a instalação de uma nova linha na fabrica de Nowa Wies, na Polónia, onde vai centralizar as operações de revestimento.

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As linhas de revestimento de filmes e papéis das fábricas de Tampere e Tervasaari (Finlândia) serão encerradas. A linha de revestimento da Polinya (Espanha) será reduzida. Nos anos mais recentes, a Raflatac tem procurado substituir o tradicional papel de silicone por filme fino de polipropileno. A solução Proliner PP30 é compatível com os sistemas de rotulagem automática, é mais económica e tem a vantagem da fa-cilidade de reciclagem dos filmes de suporte das etiquetas autoadesivas. Com uma espessura muito

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menor comparativamente aos papéis silico-nados, os filmes Proliner PP30 per-mitem aumentar em cerca de 20% a quantidade de etiquetas por bobina. A Raflatac tem um sistema próprio de gestão dos papéis e filmes de suporte que envolve a recolha dos papéis de suporte usados nas empresas de impressão e nas linhas de embalagem, e a reciclagem na fábrica de Plattling (Alemanha). Os papéis siliconados passam por um processo de separação do silicone, e voltam a ser convertidos em pasta. Os filmes são reciclados para várias aplicações de matérias-primas plásticas.

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A importância da inspecção alimentar Mais de 2,2 milhões de pessoas morrem anualmente devido à contaminação de alimentos e água, segundo a estimativa da Organização Mundial de Saúde. Para além dos acidentes fatais, há a considerar as doenças causadas, com os seus efeitos de sofrimento humano e sobrecarga dos sistemas de saúde. As estatísticas dos EUA indicam uma proporção de 127 mil pessoas hospitalizadas para 3 mil pessoas falecidas por doenças causadas por contaminação de alimentos e água, mas o número de pessoas que adoecem por estes motivos, contando as que não são hospitalizadas, é ainda maior: uma em cada seis pessoas. O custo económico estimado nos EUA é da ordem dos 77 mil milhões de USD. Nas últimas décadas, a globalização das cadeias de fornecimento trouxe também a globalização dos riscos. A disputa dos mercados mais exigentes, como o europeu ou o norte-americano, levou os produtores alimentares de outras regiões a evoluir no sentido de cumprir as normas básicas impostas pela EFSA e pela FDA . Nos mercados locais, as questões de segurança alimentar têm ainda proporções próximas humanitárias que apenas são excedidas pela falta de alimentos e água e pelas guerras. A normalização internacional, em que se destacam os documentos produzi-

dos pelo comité técnico ISO/TC 34 Food products da Organização Mundial de Normalização (ISO) e a Iniciativa Global de Segurança Alimentar (GFSI), são um dos factores de melhoria mais relevantes, a par dos procedimentos de inspecção e certificação. A eficácia das normas depende de uma inspecção eficaz do seu cumprimento em toda a cadeia de fornecimento, desde as actividades de colheita ou pecuária, passando por todas as etapas de processamento, embalagem, armazenagem e transporte, até às condições de exposição no retalho e entrega ao consumidor final. Tal como a normalização, a inspecção tem que abranger toda a cadeia, segundo o conceito "from farm to fork" ("da quinta ao garfo"). A ISO procura uma abordagem integrada que permita articular e reconhecer reciprocamente os mecanismos e procedimentos de inspecção dos vários níveis territoriais (do local para o nacional) e ao longo de toda a cadeia. A ideia, porém, está dependente, da aplicação de referenciais normalizados e reconhecidos e, também, da competência técnica dos inspectores. A certificação destes profissionais é uma forma de conseguir que os resultados das inspecções sejam comparáveis e, por isso mesmo, confiáveis. Neste domínio, destaca-se a norma ISO/IEC 17024:2012,

Conformity assessment - general requirements for bodies operationg certification of persons. Em Portugal, a avaliação dos riscos alimentares é da competência da ASAE (Agência de Segurança Alimentar e Económica), através do deu Departamento de Riscos Alimentares e Laboratórios (o detalhe das competências encontra-se na Portaria nº 35/2013, de 30 de Janeiro), que também é o "ponto focal" da EFSA em Portugal. Este DRAL conta com três laboratórios: Laboratório de Bebidas e Produtos Vitivinícolas (LBPV), Laboratório de Físico-Química (LFQ) e Laboratório de Microbiologia (LM). As actividades de inspecção alimentar são do interesse de todos os participantes na cadeia de fornecimento. A segurança alimentar não se consegue apenas com uma fiscalização eficaz (competência da ASAE, mas também com a inspecção feita por profissionais qualificados e certificados, que actuam a pedido dos intervenientes na cadeia de fornecimento. O recurso a empresas especializadas em inspecção alimentar, com equipas de inspectores devidamente qualificados, serve quer para controlar as instalações e processos próprios, quer para controlar as instalações dos parceiros a montante e a jusante.

A hora dos AGM As plantas genericamente modificadas já representam globalmente cerca de 12% do solo agrícola (cerca de 100 vezes mais do que em 1996). Mais tarde ou mais cedo, o mundo terá que decidir se aceita ou não aplicar a engenharia genética na produção animal. Aliás, boa parte das plantas geneticamente modificadas já estão a ser usadas para alimentação animal. E já houve aprovação de medicamentos baseados em animais geneticamente modificados (AGM). O próximo passo pode ser a aprovação dos 8

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AGM para alimentação humana. O caso do salmão AquAdvantage, um desenvolvimento da AquaBounty Technologies, antecipou o que vai acontecer. Há quatro anos, FDA não encontrou riscos neste salmão geneticamente modificado, mas a aprovação formal ainda não foi emitida. As medidas de prevenção mantêm-se: são salmões-fêmea inférteis e mantidas em cativeiro físico e térmico à prova de fuga na aquacultura do Panamá. A contestação e o apelo ao boicote por parte de várias organizações

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O salmão AquAdvantage, geneticamente modificado, bem maior que o salmão atlântico. Ambos têm 18 meses.

também. A seu favor, a engenharia genética tem o potencial de multiplicar o negócio da aquacultura e a pressão da procura de produtos alimentares em quantidade e qualidade nutritiva. Nº 225 Junho 2014


embalagem de vidro

Criatividade em Vidro "A vida está cheia de desafios que, se aproveitados de forma criativa, transformam-se em oportunidades". A frase de Marxwell Maltz, médico cirurgião pioneiro da psicocibernética, aplica-se com naturalidade ao Concurso de Criatividade lançado pela Verallia Portugal, dando oportunidade a jovens designers para reinventar a embalagem de vidro.

Com 54 fábricas em 14 países, a Verallia produz anualmente 24 mil milhões de embalagens de vidro. Emprega cerca de 14 mil pessoas e realizou em 2013 um volume de negócios de 3,6 mil milhões de euros. Os concursos de criatividade, lançados a nível na-cional, são uma das apostas de inovação, lado a lado com a 'Selective Line', uma gama de embalagens premium, as garrafas 'Ecova' com peso reduzido e alto teor de v idro reciclado, e as múltiplas opções de decoração de garrafas disponíveis nos vários centros de desenvolvimento da empresa.

"Chegar a novos consumidores" O desafio colocado pela Verallia aos designers foi "imaginar uma embalagem em vidro que possa chegar a novos consumidores, antecipando novas tendências de consumo e respondendo a necessidades que não existiam anteriormente na área do vidro de embalagem". Na latitude deste objectivo cabem quer os mercados "tradicionais", para os quais se pretende atrair novos consumidores, quer novos mercados e segmentos, onde a embalagem de vidro pode conquistar novas marcas. Em detalhe, os critérios de selecção previstos no regulamento incluiam tópicos como o valor acrescentado trazido aos diferentes utilizadores da garrafa ou do boião, a valorização Nº 225 Junho 2014

estética do material vidro, o destaque do conteúdo da garrafa ou do boião, a perspectiva de conquista de novos mercados, o carácter inovador, o valor acrescentado da interação entre a forma da garrafa ou do boião e o público-alvo e também a qualidade do dossiê de candidatura. Para seleccionar as embalagens premiadas, a Verallia constitui uma equipa de jurados maioritariamente composta por profissionais e especialistas de empresas clientes: António Lameira (director de compras da Unicer), António Medinas (director de compras da Carmim), António Soares Franco (administrador da José Maria da Fonseca Vinhos, SA), filipe caetano (director de marketing da Esporão, SA), Jorge Dias (director geral da Gran Cruz Porto), Laura Barros (directora de marketing da Vitor Guedes - Gallo World Wide), Luis Vieira, presidente do conselho de administração da Quinta do Gradil) e Manuel Soares (director de enologia e produção da Aveleda SA). O júri incluiu ainda seis especialistas da própria Verallia: Paulo Pinto (director geral), Álvaro Ferreira (director de vendas), Carlos Martins (chefe de produção), Rúben Batista (técnico comercial), Cristina Nobre (marketing e comunicação externa) e Claire Moses (directora de comunicação da Verallia France). Para completar, o júri contou com dois designers Francisco Providência e Débora

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Pinguinha) - e dois representantes da imprensa especializada - Carlos Campos (editor da REVIPACK) e João Geirinhas Rocha (director de área de negócio da Revista de Vinhos). O desafio chegou às várias escolas de design do País. Foram recebidas 94 inscrições e avaliados 50 projetos de quatro escolas. Para além dos prémios regulamentares (pecuniários para os três primeiros lugares, entrevista com o director geral e a directora de recursos humanos para o 4º lugar e um estágio de Verão para o 5º lugar), o concurso criou a oportunidade de contacto com técnicos e profissionais da produção de embalagens de vidro e do engarrafamento.

Drop Cut um merecido 1º prémio Fábio Martins da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias de Lisboa, ganhou o 1º prémnio do Concurso de Criatividade com o Projeto Drop Cut, na categoria Vinhos. O jovem estudante desenhou uma garrafa de 75 cl em forma de gota, na qual executou um corte, para "revelar o conteúdo". índice

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embalagem de vidro Gota de azeite

Como decoração, o jovem designer propõe a moldação da garrafa em vidro âmbar com lacagem a preto mate, deixando a superfície do corte translúcida para revelar o conteúdo e servir para a aplicação do rótulo. O projecto Drop Cut inclui declinações de decoração para vinhos tinto, branco, rosé, verde e uma garrafa em tom "canela" sem efeitos. A garrafa Drop Cut destaca-se pela elegância e pelo potencial de diferenciação da marca de vinhos, correspondendo por isso aos objectivos do concurso. O autor definiu um "público-alvo" entre os 18 e os 40 anos.

Dupla função para sumos e refrigerantes Ricardo Pereira, da Escola Superior de Tecnologia e Gestão do Instituto Politécnico de Viana do Castelo, projectou uma garrafa cilíndrica côncava de 33 cl, com boca larga, com a dupla função de embalagem e copo. Neste projecto, que o autor chamou "Simbiose", os elementos de identificação do produto e da marca, foram deixados para a tampa (twist off),

também ela com uma segunda função: pode servir como base para a garrafa. A nova garrafa tira o máximo partido da transparência do vidro, deixando ver o produto e a sua cor natural. A concavidade cria uma facilidade ergonómica: a garrafa é fácil de pegar, segurar e de inclinar para beber. O público-alvo é claramente jovem. Foi distinguida com o 2º prémio.

Icebergue para vodka Wilson Sanches, da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias de Lisboa, desenhou a garrafa Artica, para Vodka. Associou a bebida aos climas frios, associou frio a icebergue e adaptou a forma. Para chegar ao efeito de icebergue, Wilson Sanches desenhou uma garrafa com ombros inclinados e

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cobriu a tampa de rosca com uma sobre-tampa que replica um bloco de gelo prestes a deslizar. Vocacionda para o segmento "aguardentes e licores", a garrafa 'Artica' tem a ambição e vir a "completar a colecção da marca selective Line" da Verallia. Foi distinguida com o terceiro prémio.

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Catarina Pires, da mesma Universidade, inspirou-se no fio de azeite para desenhar uma nova garrafa, em forma de gota, para o formato de 250 ml. Optou pelo tom "extrapreto", para proteger o azeite da acção da luz. A base larga sugere o uso da garrafa na palma da mão para verter o azeite. A nova embalagem foi projectada para o mercado gourmet. Foi distinguida com o quarto prémio.

'Eté' para sangria Rui Antunes, também da mesma Universidade, apresentou um projecto não convencional para o segmento "aguardentes e licores", recuperando detalhes normalmente aplicados noutros segmentos, como é o caso da boca larga e da tampa twist off. A boca larga destina-se a permitir a mistura de ingredientes pelo utilizador. Neste caso, o designer pensou na sangria e no consumo de Verão, que esteve na origem da designação 'Étè'. Projectou uma embalagem de 1,5 l, reutilizável, com a dupla função de garrafa e jarra, com uma prega a meio para facilitar o manuseamento, dei-xando o rótulo para a parte sob a prega. Foi distinguida com o quinto prémio.

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embalagem de vidro Menções honrosas A votação do júri identificou cinco outros projectos que mereceram menções honrosas neste Concurso de Criatividade. As fotos mostram esses projectos. Garrafa de azeite "squeeze" sugerindo a torção de uma azeitona. Projecto de Vitória Mianda.

Garrafa de 50 cl de boca larga, para água. Projecto de Lorenzo Scodeller.

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Garrafa para licores, simulando a forma de um anel de noivado, com tampa simulando um diamante. Projecto de Sindi Fonseca.

Garrafa "Tide Line" para água, com superfície dividida entre uma parte lisa e uma parte com linhas verticais em relevo, sugerindo queda de água. Projecto de João Carreira.

Garrafa 'Cytrin' para licores, com vidro com relevos, interrompidos por três quadrados lisos alinhados verticalmente. Projecto de João Rocha.

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embalagem para vinho

WIT wine in tube A Commerce WIT France, empresa de Blanquefort na região francesa de Gironde, está a propor às marcas de vinhos um novo tipo de embalagem promocional, formada por conjuntos de tubos de vidro de 10 cl com tampas de alumínio (screw caps do tipo Stelvin). WIT - wine in tube é uma ideia da Guala Closures e serve perfeitamente para os objectivos de

promoção, desde o envio de amostras para prova, até ao consumo - degustação em restaurantes. O tubo de vidro permite tirar partido da transparência para deixar ver a cor do vinho, ao mesmo tempo que permite vários tipos de decoração. O fundo plano permite deixar o tubo na posição vertical. Mas também se podem criar expositores de encaixe para exposição em mesa ou caixas de cartolina para oferta e promoção. A embalagem WIT deixou de ser uma curiosidade. Criada em 2007 por Laurent De Crasto e Bruno Mautès, WIT France ainda é

uma PME (com 13 colaboradores), mas já tem dois locais de enchimento (Blanquefort para vinhos e Vendôme para espirituosas) e um escritório em Paris. Tem uma carteira de clientes com cerca de 300 marcas de vinhos e 200 de espirituosas e o volume de negócios vai a caminho dos 2 milhões de euros.

DrinkinBox as variantes do bag-in-box Não, não estão esgotadas as possibilidades da embalagem bag-in-box. A DRINKinBOX, uma empresa de Ichenhausen, Alemanha, está a explorar novas possibilidades. Há alguns anos, substituiu a bolsa interior por uma garrafa PET para criar um "barril" de cerveja mais portátil (ver filme).

doseadora a cerca de 2/3 da altura da embalagem, suficientemente elevada para ficar acima de um copo. Deste modo, a embalagem BIB pode ser colocada normalmente no centro da mesa para todos se servirem basta colocar o copo sob a válvula!

Mais recentemente, a DRINKinBOX recriou a embalagem bag-in-box (BIB) eliminando o problema do acesso à válvula. Por razões óbvias, a válvula é colocada no fundo da embalagem, o que obriga a colocar a embalagem à beira da mesa. Por este motivo, a embalagem BIB é bem menos prática de usar que uma garrafa. A DRINKinBOX deu a volta a este problema, colocando a válvula 12

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Para garantir o esvaziamento normal da bolsa flexível, a embalagem BIB tem um detalhe adicional: uma fita de cartão que permite elevar a bolsa em duas etapas. O princípio de funcionamento está bem ilustrado no desenho seguinte.

O cartão tem um custo adicional, mas a embalagem BIB fica muito mais prática.

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embalagem para azeite

Azeite como perfume Nenhuma embalagem é sofisticada demias para o azeite. A marca Callegari (Espanha) levou esta ideia a sério e adoptou duas criações da agência Pereira & O'Dell. a primeira é uma garrafa de vidro em forma de gota com um um duplo fundo que permite a posição vertical de garrafa e a posição inclinada e decantador. O formato, a côr natural do azeite e a transparência do vidro criama imagem forte e distinta de uma gota de ouro. O azeite é isso mesmo.

A segunda ideia foi mais longe e colocou o azeite no formato de um frasco de perfume com pulverizasdor de apertar. A sensação de exrtravagância é passageira. Afinal, o formato serve o propósito óbvio: realçar, por antecipação, uma das características do azeite - o aroma. Para além das fotos, as duas embalagens são apresentadas no pequeno filme promocional (clicar no ícone). Na segunda, revela-se a combinação colorida da segunda embalagem, inspirada nos azulejos clássicos.

pode assinar o prazo com azeite e nesse caso deve usar um... azeite com assinatura.

Uma terceira ideia, mas agora apenas como acessório de promoção, é a caneta de tinta..., ou melhor, de azeite permanente. Mais uma vez, a ideia tem lógica: o chef

Azeite com criatividade grega O azeite FIVE, da marca grega World Excellent Products, assumiu uma variedade de apresentações para distinguir os diferentes tipos de azeite: garrafas transparentes para azeite extra virgem, negro mate para azeite extra virgem orgânico e branco mate opaco para para azeite extra virgem "ultrea premium". A mesma estética minimalista, criação da designers United, está presente nas latas de cinco litros, com cantos arredondados. Para uma "edição limitada" (um método em que o packaging é um multiplicador do preço), a marca decorou a garrafa opaca em branco mate com uma imagem de atletas da antiguidade grega.

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https://www.youtube.com/watch?v=VvsxIpTHI1c

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embalagem alimentar

Embalagem Alimentar Eficácia, Conveniência e Ambiente As embalagens vendem melhor? São mesmo mais práticas? E são mesmo mais amigas do ambiente? Nenhum destes tópicos é novo e o equilíbrio entre os três também não é uma dificuldade nova. Se começarmos pela eficácia vendedora da embalagem, são nítidas algumas tendências no mercado europeu. Por exemplo, o processo de rotulagem no molde (IML, in mould labelling) tem vindo a alargar-se, como forma de garantir melhor qualidade gráfica à apresentação dos produtos. Os rótulos IML não têm estrias e o utilizador final praticamente não os distingue de uma impressão directa sonbre a embalagem, mas com definição gráfica superior. A generalização da tecnologia IML, tornada possível pela evolução dos equipamentos robotizados que colocam os rótulos dentro dos moldes, imediatamente antes do ciclo de injecção ou termoformagem, traz consigo uma alteração importante na cadeia de fornecimento: a função de rotulagem ou decoração da embalagem é "antecipada" para o fornecedor das embalagens. Recentemente, a tecnologia IML passou a ser usada para finalidades muito mais que decorativas. Parte das funções barreira (aos gases, ao vapor de água, aos odores) estão a passar do corpo da embalagem para o rótulo IML. Para tal, "basta" que camada barreira (EVOH, por exemplo) esteja na estrutura do filme e base do rótulo, em vez de fazer parte do corpo da embalagem. Este novo "driver" do processo IML também pode ter implicações importantes nas cadeias de fornecimento: o fabricante da embalagem não tem necessariamente que investir em tecnologia de multi-camadas (de extrusão ou injecção), bastando produzir embalagens standard com rótulos IML com propriedades barreira. Outra tendência que se pode constatar no retalho europeu é para a importância crescente dos elementos informativos e apelativos da embalagem. Nunca foi tão necessá14

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rio para as marcas, conseguirem diferenciar-se pelo apelo gráfico, pelo design e por todos os aspectos destinados a captar a atenção dos consumidores. As "store wars" entre marcas nos lineares dos hiper e supermercados continuam com armas cada vez mais sofisticadas, tais como os códigos QR (quick response), a "realidade aumentada" e outros dispositivos interactivos. A função vendedora da embalagem deixou de se basear apenas no elemento gráfico-visual e apoia-se cada vez mais em soluções "multi-sensoriais". Para captar os olhos do consumidor, continua a recorrer-se a cores vibrantes e há quem estude as cores da moda. Mas também se usam cada vez mais "efeitos especiais" como as tintas termocrómicas e mesmo écrãs para que as embalagens passem pequenos vídeos. É tudo uma questão do preço do chip... O tacto, que sempre foi importante na embalagem de produtos de grande consumo, ganha um novo significado com as novas propriedades dos materiais e dos processos de decoração das embalagens. O olfacto deixou de ser apenas um efeito natural da acumulação de embalagens (cheira a café junto à prateleira onde estão centenas de embalagens. Há cerca de três décadas, as embalagens de café copm válvula unidireccional, uma inovação da Goglio Luigi desenvolvida para preservar melhor o café, permitiam ao consumidor apreciar o aroma apertando a embalagem. Agora, os aromas podem ser incluídos nas tintas de impressão! Embalagens com som já são possíveis, quer por incorporação de chips, quer através da interactividade. Não haja ilusões: por maior que seja a pressão dos custos, a embalagem tem que vender e a eficácia vendedora requer soluções cada vez mais sofisticadas. A "simplificação" da embalagem é um processo cada vez mais... sofisticado.

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Conveniência Há três ou quatro décadas, bastava que a embalagem tivesse abertura fácil para ser considerada conveniente, prática e "amiga do consumidor". Hoje, já não é assim, porque o consumidor não se impressiona com a abertura fácil (que considera obrigatória) e exige muito mais. Exige embalagens refecháveis, isto é, que se podem abrir e fechar tantas vezes quantas as necessárias, com a mesma facilidade e segurança. Exige embalagens compatíveis com refrigeração, congelação, micro-ondas e mesmo forno convencional. A indústria avançou muito nos processos de embalagem alimentar, para garantir tempos de vida util prolongados (ESL, extended shelf life), enchimentos assépticos, etc.. Os consumidores europeus estão hoje bem mais seguros do que estavam há décadas atrás. A segurança alimentar está menos dependente das redes de frio. No entanto, há também o lado sombra. A vaga das importações "low cost" fez os consumidores retroceder várias décadas em matéria de conveniência, sendo relativamente fácil encontrar saquetas que só se conseguem abrir com uma tesoura e que não são refecháveis, tampas difíceis de dasatarrachar, rotulagens que cumprem mal a lei ou com traduções entre a comédia e a tragédia, etc.. Pressionado pela austeridade, o consumidor nem sempre resiste às alternativas "low cost" e acaba por correr riscos: se o embalador despreza a conveniência do consumidor, que garantia existe de que assegura a segurança alimentar. Diz-me que embalagem tens, dir-te-ei que produto vendes... A questão da conveniência não pode dissociar-se da segurança alimentar. O único motivo pelo qual os consumidores continuam dispostos a pagar as embalagens é o facto de Nº 225 Junho 2014


embalagem alimentar

Exemplo de uma gama de embalagens apresentada na Interpack 2014, em que são observáveis algumas das tendências referidas neste artigo: cores vivas, rotulagem no molde, propriedades barreira, embalagens compósitas com materiais "sustentáveis". Foto: Weidenhammer Packaging Group (Alemanha).

elas trazerem mais segurança e confiança. Em geral os produtoresembaladores europeus estão sujeitos a uma hiper-regulamentação que em geral respeitam e que, ao longo dos anos, criou confiança junto dos consumidores. A importação beneficia desse estado de espírito: os consumidores acreditam que os produtos importados obedecem genericamente aos mesmo requisitos. Todavia, isto não é verdade. O rigor com que se licenciam e inspeccionam unidades fabris na Europa não tem comparação com o licenciamento e inspecção que se assegura relativamente a produtos importados.

Infelizmente, abunda na Europa uma atitude de auto-destruição: se há um escândalo de segurança alimentar na Europa, faz-se um arraial mediático e as autoridades procuram ser implacacáveis; se o escândalo se dá com um produto importado, acha-se normal e toma-se uma atitude complacente que não vai além da simples retirada de um lote do mercado... O mercado já tem o comércio livre mas está longe, muito longe, de garantir o mesmo grau de segurança alimentar, independentemente da origem dos produtos.

Nos próximos anos, os produtores-embaladores europeus terão que se preocupar em evidenciar junto dos consumidores a diferença entre quem merece ou não merece confiança. A solução da "desregulamentação" pode ser a mais fácil, mas não é eficaz nem aceitável. A segurança dos consumidores exige que a mesma regulamentação seja aplicada sem discriminação, isto é, em função do grau de confiança que a origem merece.

São clássicos os dilemas técnicos da embalagem quando se trata de equilibrar permeabilidade, por um lado, e facilidade de reciclagem, por outro. Para prolongar o tempo de vida útil do produto, usam-se camadas barreira de polímeros especiais. Para facilitar a reciclagem, devem procurar-soluções o mais mono-material possível... O equilíbrio nem sempre é fácil e a apresentação de argumentos prestase a demagogias várias.

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E o ambiente?

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Regra geral, as embalagens sofrem um sobrecusto relacionado com o ambiente. Incorporado no preço dos produtos está o contributo - "ecovalor" ou "valor ponto verde" - que os consumidores pagam para a embalagem ser recolhida, triada e encaminhada para reciclagem. Embora beneficie da chamada "anestesia fiscal" (está oculto), esse "ecovalor" é um imposto que visa "internalizar" os custos ambientais da embalagem no preço do produto embalado e cuja receita tem uma finalidade vinculada. Como, na maior parte dos casos, esse "ecovalor" é fixado em função do peso da embalagem, os produtores-embaladores têm todo o interesse em reduzir o peso e a espessura das suas embalagens. É um forte incentivo à redução, mas comporta dois riscos: o risco de redução excessiva, com o consequente enfraquecimento das funções de protecção da embalagem e o risco de se criar uma embalagem mais difícil de reciclar. Com a chegada de novos materiais baseados em recursos renováveis (os chamados materiais "bio"), criou-se um novo problema. Aparentemente, ser "bio" é uma vantagem ambiental (porque se usam recursos renováveis e com isso se contribui para a sustentabilidade). Mas frequentemente, os tais materiais "bio" não são recicláveis e dificultam a reciclável dos outros materiais. Podem, por isso, ser uma má opção, do ponto de vista ambiental.

O dificil equilíbrio É inevitável e legítimo que os fabricantes de embalagens e os embaladores enalteçam as virtudes das suas embalagens, na sua tripla vertente de eficácia, conveniência e sustentabilidade. Mas há que relativizar essas afirmações porque não existem certezas nem panaceias. A procura do equilíbrio é uma missão nunca acabada. índice

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novas embalagens

Vodka em PET com tampa swing A McCormik Distilling (Weston, Missouri, EUA) passou do vidro para o PET mas manteve a tampa swing top, para dar uma embalagem mais leve e moderna à sua marca de vodka '360'. A garrafa PET de 1,75 l, fabricada pela Amcor Rigid Plastics, tem formato idêntico à de vidro, mas cerca de uma décima parte do peso. Lançada no final de 2013, a nova embalagem foi bem aceite pelo mercado.

Molhos doces A RPC Kutenholz desenhou e projectou uma nova garrafa de 2 kg para os molhos doces da marca Schwartauer’s. O novo desenho melhora a facilidade de uso: para além de segurar e verter, foi incluido um friso transparente para visualização de nível do produto e um selo pelável. A embalagem está a ser utilizada para as diversas variantes e sabores da marca.

PET mais leve A KHS estabeleceu um novo record de redução de peso com a apresentação de uma garrafa PET de 0,5 l para bebidas cabonatadas, fechada com tampa de rosca (screw cap), pesando apenas 10,9 g (em vez das 12,5 g do modelo anterior). Apesar da redução de peso, a garrafa mantém as características de resistência, facilidade de manipulação e possibilidade de voltar a fechar. A produção industrial das novas garrafas foi iniciada no final de 2013. 16

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Garrafas malhadas

A Gizeh Verpackungen (Bergneustadt, Alemanha) fabrica garrafas PET com duas cores. Para obter este efeito, são utilizadas préformas produzidas pela tecnologia de injecção sequencial desenvolvida pela Inotech (Nabburg, Alemanha). O processo de reaquecimento e sopro de préformas é idêntico ao das embalagens PET de uma só cor. As embalagens de duas cores permitem efeitos decorativos como o das embalagens "malhadas", ideais para diferenciar marcas de leite, por exemplo. Também é possivel obter combinações de PET com diferentes graus de transparência, propriedades barreira, etc.. A Gizeh, com seis fábricas de embalagens de plástico na Alemanha, França, Polónia e Suiça e um volume de negócios na ordem dos 100 M€, foi o primeiro fabricante a adoptar o processo apresentado há mais de dois anos pela Inotech.

Gelado visível A marca de gelados Quattro, da Ledo (Croácia), optou por uma embalagem transparente, fabricada pela RPC Superfos Balkan (exHelioplast, Bosnia & Herzegovina). A mesma embalagem está a ser lançada em dois formatos, 1650 ml e 900 ml.

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novas embalagens

Filme económico para tabuleiros APET

Menos material melhor selagem

A DuPont e a Reifenhäuser desenvolveram uma nova estrutura para filme de fecho de tabuleiros APET para produtos alimentares. O filme Appeel® é directamente selável sobre o APET, sem necessidade de usar uma camada selante de PEBD. As propriedades barreira à gordura são superiores, assim como a resistência a perfuração, o brilho e a transparência. A eliminação da camada em PEBD reduz custos de matérias-primas, melhora o perfil ambiental do filme e também reduz os custos com ecotaxas sobre materiais de embalagem. O material de base do novo filme é a resina selante Appeel® da DuPont, baseada em PET e com uma camada exterior de PA que confere ao filme a resistência necessária

O filme mono-APET Multipeel, da Südpack (Ochsenhausen, EUA) foi apresentado na INTERPACK como alternativa mais económica para fechar embalagens semi-rígidas (tabuleiros) com as vantagens da abertura fácil (pelabilidade) e refechável. Para assegurar a selagem, o filme de APET tem uma fina camada selante. As propriedades barreira podem variar, sendo admissíveis várias composições do novo filme, que é compatível com a generalidade da máquinas de termoformagem e fecho.

para o contacto com a ferramenta de selagem. Esta camada exterior é também imprimível. A coextrusão foi desenvolvida com a linha de extrusão tubular 11/9-channel EVOLUTION da Reifenhäuser Kiefel Extrusion (Troisdorf, Alemanha). Como o filme não é coextrudido com PEBD, as aparas podem ser recicladas no próprio processo, o que contribui para tornar o filme mais económico.

Auto-lavável

Papel barreira

A Tomorrow Machine e a Innventia (Suécia) desenvolveram um novo tipo de loiça, inteiramente baseado em celulose, com um revestimento super-hidrofóbico capaz de rejeitar a água e todo o tipo de sujidade. A ideia de lavar a loiça não voltará a ser o que é hoje: menos água, menos detergentes, menos energia e menos trabalho.

O papel EcoShield® tem as vantagens dos papéis revestidos PE ou cera, mas pode ser reciclado juntamente com outros papéis e cartões, graças a um novo biorevestimento de base aquosa que não necessita de ser separado para viabilizar a reciclagem. Desenvolvido pela Cortec (St. Paul, Minnesota, EUA), o novo revestimento confere ao papel uma elevada resistência à humidade e é compativel para contacto alimentar, segundo as normas FDA.

PCL aprovado para contacto alimentar Os biopolímeros termoplásticos de PCL (e-policaprolactona), fornecidos pela Pestorp sob a marca Capa™,

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foram aprovados para contacto alimentar. São biodegradáveis mas apresentam características de estabilidade compatíveis com aplicações reutilizáveis e de longa duração. A aprovação europeia para contacto alimentar refere-se ao grau Capa™ 6500D, indicado para o fabrico de sacos de compras, artigos de cutelaria e embalagem alimentar.

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etiquetagem e codificação Markem-Imaje

Exigências especiais no sector dos alimentos e bebidas Higienização das linhas Há muito que se estabeleceu a utilização do aço inoxidável (304L e 316L) como material adequado para os equipamentos instalados nas indústrias da alimentação e bebidas. Estes materiais resistem aos produtos de limpeza utilizados na higienização destas indústrias. Por outro lado, a construção dos equipamentos deve obedecer a regras especiais de higiene, tais como superfícies lisas, sem recessos e sem áreas de retenção onde se possa acumular algum tipo de sujidade. Na indústria de berbidas, as linhas são higienizadas com jactos de alta pressão. Os equipamentos devem estar preparados para suportar este tipo de tratamento sem que isso interfira com a sua função. No minimo, os equipamentos devem ter grau de protecção IP55 ou IP56. As impressoras laser e de jacto de tinta SmartLase C e 9232S da Markem-Imaje são destinadas especificamente às indústrias da alimentação e bebidas e preenchem os requisitos atrás referidos. As impressoras têm construção total

em aço inox 304L. O nível de proteção IP65 é proposto opcionalmente para a SmartLase C. A impressora 9232S, acompanha a certificação IP56 para protecção de jactos de alta pressão. Sem superfícies horizontais e de cavidades, os equipamentos não possuem zonas de retenção nas quais as bactérias possam desenvolver-se. Por fim, a sua impermeabilidade é garantida de maneira passiva, sem uso de ar da fábrica, para um desempenho de energia ideal.

Adaptabilidade

fiabilidade e facilidade de integração nas linhas. Mais recentemente, a SmartLase C350 BOU proporciona mais uma característica: a integração directa nas rotuladoras, graças à unidade BOU (Beam Orientation Unit, Unidade de Orientação da Cabeça), que permite aproximar a cabeça laser aos produtos a marcar e com isso melhorar a qualidade da marcação. A protecção contra água e poeira foi reforçada com o índice de proteção IP65 certificado por um laboratório independente. A conexão do laser com as rotuladoras garante a eficiência da impressão. A vida útil da cabeça do laser é 30% maior comparada aos modelos existentes no mercado devido a um sistema de refrigeração que não utiliza ar comprimido.

Lançada há cerca de um ano, a impressora laser SmartLase C tornou-se uma referência, especialmente para as grandes indústrias de água mineral e cerveja, pela sua velocidade,

LDPET para rótulos A Sleever lançou na INTERPACK os novos rótulos retrácteis LDPET, fabricados em filme de PET de baixa densidade. A principal vantagem é a maior facilidade de reciclagem das garrafas PET. A solução não se baseia na compatibilidade dos materiais mas na facilidade de separação. O mercado do PET reciclado valoriza mais o PET incolor (clear) ou quase incolor (clear blue), pelo que os rótulos, normalmente com elevada coloração, têm que ser separados. O novo filme SI-TPEG/ 18

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050 ZL desenvolvido pela Sleever tem uma sensidade suficientemente mais baixa que o PET das garrafas para permitir a separação automática. Nos tanques de sedimentação, os rótulos de LDPET flutuam, enquanto os flocos de PET submergem, facilitando a separação. O desempenho dos novos filmes na reciclagem mereceu a aprovação de várias organizações europeias: Cleanway (Reino Unido), Unisort (Alemanha) e Returpack (Suécia). O novo filme está disponivel em

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rótulos de todas as dimensões, incluindo mangas retrácteis para decoração total das garrafas, desde 20 cl até 2 litros. A Sleever fornece a solução completa, incluindo os sistemas de aplicação SleeverCombisteam® - LDPET, com cadências até 15 000 garrafas/ hora. Nº 225 Junho 2014


etiquetagem e codificação

TT com redução de custos A Allen Coding (Würzburg, Alemanha) lançou duas novas impressoras de transferência térmica para aplicações de impressão de dados variáveis com alta qualidade e desempenho de Unicode variável em tempo-real em mais de 125 idiomas. As impressoras 53XLc e o 25 XLi são indicadas para adaptação a máquinas embaladoras automáticas. Códigos de barras/códigos Data Matrix 2D, datas/prazos de validade, número e lote, data/hora de produção, códigos-fonte, e outras informações variáveis podem ser impressas em bolsas, embalagens tipo almofada, garrafas/frascos, caixas, tabuleiros, blisters, sachês e pacotes de envelopes.

não comprometendo a qualidade da impressão ou do sistema. A 53XLc possui um mecanismo que economiza fita e garante espaços mínimos entre os rótulos, resultando numa redução do desperdício de fita de até 50%, dependendo da sua aplicação.

A 25XLi utiliza uma fita miniatura para uma impressão precisa em áreas pequenas, reduzindo os custos até 40% comparativamente aos sistemas de transferência térmica alternativos de 53 mm. Esta eficiência de custos torna a 2XLi comparável, aos datadores de estampagem a quente, mas com os benefícios adicionais da impressão digital. O sistema fornece um altura de impressão até 32 x 40 mm.

Apesar de muitas tecnologias de transferência térmica anunciarem estar "preparadas para Unicode", isso geralmente significa que os caracteres de idioma são utilizados como imagens protegidas. Isto não é o mesmo que capacidades Unicode de impressão de dados variáveis verdadeiramente em tempo real. As impressoras XL da Allen Coding foram projectadas para fornecer uma codificação de datas dinâmica e em tempo real, cálculo de offset, contador, impressão de fórmulas e campo de variáveis em mais de 125 idiomas. Processadores de núcleo duplo (um para imprimir, o outro para comunicações externas) asseguram um desempenho de alta velocidade apesar das complexidades de imprimir dados variáveis em tempo real em vários idiomas. A interface iView pode ser configurada para dez idiomas padrão (português incluído). A série XL foi projetada com funcionalidades personalizáveis para um desempenho optimizado numa ampla variedade de ambientes industriais. É possível escolher entre unidades de controle de 3 polegadas (portátil), 7 polegadas e 10,4 polegadas (desktop) com capacidades de desempenho variadas. Os ecrãs tácteis a cores iView possuem interfaces gráficas de fácil utilização para uma operação conveniente das várias impressoras. Os processadores duplos, a Ethernet e a conetividade USB garantem alta velocidade. Existe também uma variedade de opções de software, incluindo Codesoft e a:design, o software da própria Allen Coding.

A 53XLc fornece uma nova alternativa de impressão contínua para embaladoras automáticas (VFFS & HFFS). O sistema é eficaz em termos de custos, até 35% menos dispendioso do que as tecnologias de impressoras de transferência térmica tradicionais,

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etiquetagem e codificação Domino

Equipamentos, Software e Serviço BA Vidro Rastreabilidade sem manutenção

Vitor Guedes Laser, alta resolução e controlo global

A BA Vidro, com sete fábricas em Portugal e Espanha, produz anualmente cerca de 5 mil milhões de garrafas de vidro. Para assegurar a rastreabilidade total das garrafas que fornece aos seus clientes, a BA completa a codificação feita pelos próprios moldes do vidro com a marcação posterior das garrafas.

A Vitor Guedes, responsável por uma das principais marcas mundiais de azeite Azeite Gallo -, substituiu a codificação dos rótulos anteriormente feita com impressoras de jacto de tinta, por um sistema laser Domino D 320 i Tech. Sem consumíveis e sem manutenção, este equipamento assegura a marcação da parte inferior dos rótulos das garrafas de Azeite Gallo, com alta definição, rigor de posicionamento e alta velocidade.

Esta operação é efectuada por impressoras de jacto de tinta. Há cerca de um ano, a BA decidiu subsrtituir as 14 impressoras de jacto de tinta instaladas numa das suas fábricas. O equipamento escolhido, depois de um periodo de teste, foi a impressora Domino A 420 i, caracterizada pela alta fiabilidade e autonomia.

Mais do que simplesmente fornecer as impressoras, a Marque TDI assegura um serviço completo. O contrato de aluguer inclui todos os consumíveis e serviços necessários para garantir a plena disponibilidade das máquinas. 20

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A aplicação dos rótulos é assegurada por uma aplicadora Herma 400. A codificação das caixas de cartão é assegurada por um sistema de jacto de tinta Domino C 6000 Plus caracterizado pela alta resolução. Para além dos sistemas de codificação, a Marque TDI instalou um software de controlo global de todos os equipamentos de etiquetagem e codificação, permitindo a programação e gestão e controlo centralizado de todas as operações.

O software está interligado com outras aplicações da Vitor Guedes, designadamente o SAP e o software de gestão da adega de azeites da empresa. Para ver um pequeno filme sobre esta instalação, clicar no ícone ao lado.

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etiquetagem e codificação

Adesivo removível Unicer Da garrafa à Palete Na Unicer, a tecnologia Domino está presente nas três etapas. A marcação sobre os rótuos das garrafas é feita com equipamentos laser Domino D 620 i, capazes de suportar altas cadências.

O novo adesivo removiível 42Lpp da HERMA obteve aprovação para contacto alimentar pelo instituto alemão ISEGA, para produtos secos, húmidos e gordos. As etiquetas autoadesivas podem ser removidas sem deixar resíduo, seja qual for o material. O novo adesivo, de duas camadas, não tem plastificantes na sua formulação. Pode ser aplicado em filmes, papéis ou papéis térmicos.

Os packs de garrafas são etiquetados com a impressoraaplicadora da Série M. Finalmente, as paletes são etiquetadas também, com impressora-aplicadora Domino.

As necessidades de gestão e controlo das operações de etiquetagem e codificação estão a cargo de um software específico fornecido pela Marque TDI e integrado no sistema de gestão da produção da Unicer.

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etiquetagem e codificação Markem-Imaje

Jacto de tinta de alta resolução para caixas de cartão São múltiplas as razões para impriir as caixas de cartão canelado com alta resolução. Há muito que as "embalagens secundárias" deixar de ter apenas a função de transporte. Elas são frequentemente levadas até ao ponto de venda, o que significa que têm que fazem parte da apresentação do produto. Há também razões económicas. As empresas que têm uma gama muito diversificada de produtos podem realizar grandes economias se reduzirem o

stock de caixas pré-impressas a um número muito inferior, deixando os detalhes para a impressão por jacto de tinta. Outra forma de economizar consiste na utilização crescente de cartões baseados em papéis reciclados. Esta utilização sempre existiu, mas o aumento da incorporação de reciclados implica aumentar a porosidade do cartão, o que coloca desafios à impressão por jacto de tinta. A Markem-Imaje, com a tecnologia Touch Dry® - jacto de tinta termofusivel, tem uma solução que permite alta definição na imprerssão de superfícies porosas. A tinta seca instantaneamennte ao atingir o cartão e pernanece indelével durante todo o ciclo de vida da caixa de cartão. A secagem instantânea permite obter não só códigos de barras perfeitamente legíveis (compatibilidade GS1) e desenhos perfeitamente definidos.

Travtec

Jacto de tinta e visão A Travtec apresentou na INTERPACK várias soluções de codificação, incluindo a impressora de jacto de tinta térmico Wolke m600 (tinteiros HP, resolução até 600 dpi) e o sistema de visão Lixis PVS. Este último tem capacidade OCR/OCV, isto é para reconhecimento e verificação óptica de caracteres. Esta funcionalidade serve para verificar a correcção da impressão em linha e tsmbém para detectar mudanças de lote. O sistema também verifica cores, códigos de barras (EAN, Code 128), outros códigos 1D e 2D e também pode ser programado para verificar logotipos ou para 22

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controlar o posicionamento de etiquetas, tampas, etc.. A operação do sistema é facilitadacom um écran táctil e um software intuitivo.

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Esta tecnologia está incorporada nos codificadores da série 5800. Esters codificadores são fáceis de instalar nas linhas e são também fáceis de programar e operar. As características são destacadas no filme acessível clicando no ícone ao lado.

No label look A HERMA lançou o novo autoadesivo multicamadas 62Gpt, para aplicação de rótulos transparentes a alta velocidade. A elevada transparência é indicada para aplicações de rotulagem 'no label look', designadamente com embalagens transparentes. O filme herma PP 50 tem forte aderência inicial e utiliza como material de suporte um filme de PET de 30 µm. O novo ade-sivo é compatível com contacto alimentar.

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logística CHEP

Novos quartos de palete A CHEP introduziu no mercado mnovos quartos de palete (formato 600 x 400 mm) P0604B, em plástico, para substituier os actuais P0604A, no mercado há mais de 20 anos. Os novos quartos têm encaixe mais fácil e permitem a adaptaçao rápida de expositores de cartão para ponto de venda. Sao mais leves (1,9 kg, em vez dos 2,1 kg actuais). A altura de encaixe reduzida significa que pode ser colocada uma pilha com 36 paletes num camião, em comparação com as 30 do modelo anterior, o que significa uma poupança de espaço de 20% e uma redução do número de camiões nas estradas, bem como das emissões de CO2. A colocação no mercado foi precedida de um programa de testes de resistência

Retráctil inibidor de corrosão

mecânica, estabilidade dinâmica e térmica. Os novos quartos foram projectados ao longo de 18 meses no Centro de Inovação da CHEP em Orlando (Florida, EUA), tendo em conta múltiplas opiniões de clientes, recolhidas em vários países. O teste final foi o pré-lançamento na Alemanha, numa operação que envolveu 75 clientes. Em função dos resultados, a CHEP pensa alargar o lançamento a outros países.

O filme retráctikl MilCorr®, fabricado nos EUA (St. Paul, Minnesota) pela Cortec tem dado provas de eficácia na protecção de equipamentos e infraestruturas contra os danos causados por água salgada, humidade e poeiras abrasivas, especialmente durante tempestades, mas também em situações de transporte marítimo ou exposição a intempéries. O filme está impregnado de inibidores de corrosão multimetálicos em fase vapor (VpCI®). O envolvimento retráctil com estes inibidores é uma alternativa às protecções baseadas em estruturas de madeira, ao envolvimento com folha de alumínio e ao revestimento sob vácuo.

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máquinas KHS

Aquecimento de préformas e economia de PET A KHS apresentou um novo módulo para aquecimento de préformas PET, compatível com os objectivos de redução do peso e espessuras das garrafas. Pode ser instalado facilmente nas máquinas de estiragem-sopro da KHS. As máquinas InnoPET Blomax

Series IV usam a tecnologia NIR (near infrared, radiação próxima dos infra-vermelhos) para aquecer as préformas. A penetração do calor na préforma é especialmente intensa e ocorre numa câmara de aquecimento fechada, com reflexão em torno da préforma, optimizando o perfil de aquecimento e economizando energia. Nesta etapa, o gargalo da préforma é protegido para evitar riscos de deformação. A área imediatamente abaixo do anel de suporte é um zona crítica cujo aquecimento deve ser mais preciso para assegurar uma estiragem adequada. O novo aquecedor linear melhora este processo, na medidfa em que tem um espelho parabó-

Claranor

Esterilização por luz pulsada A Claranor (França) apresentou na Interpack várias soluções técnicas para a aplicação da luz pulsada na esterilização de embalagens. A luz pulsada é um processo de esterilização a seco e sem recurso a produtos químicos, com aplicação nas indústrias de bebidas, lacticínios e outros produtos alimentares. A Claranor já instalou mais de 100

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máquinas, na sua maioria destinadas à esterilização de tampas e cápsulas. No final de 2013, vendeu as primeiras máquinas para esterilização de marisas de preformas PET e tampas de alumínio. Em curso, tem vários projectos para esterilização de frascos de vidro, taças de cerâmica, latas metálicas e cápsulas coroa (metálicas). O sector dos lacticínios, designadamente do leite em pó e do leite condensado, é um dos apresentam potencial mais elevado para a disseminação do processo de luz pulsada. A Claranor tem como objectivo criar uma alternativa seca e sem químicos para os processos de enchimento de produtos com tempo de vida útil prolongado.

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lico que produz uma radiação de calor ajustada com precisão, de forma a aquecer a zona imediatamente abaixo do anel de suporte, mas sem afectar o gargalo. Quando ocorrem mudanças de formato, o módulo de aquecimento linear pode ser de novo ajustado. O aquecimento preciso permite "libertar" mais PET para o corpo da garrafa, sem correr o risco de afectar o gargalo. Isto significa que se pode produzir a mesma garrafa com menos 0,5 g, diz a KHS. A ser assim, este aquecedor linear permite economizar 50 toneladas de PET em cada produção de 100 milhões de garrafas. Assumindo um preço de 1,40 €/kg, a economia de matériaprima equivale a 70 mil €, várias vezes o valor do investimento no aquecedor linear.

Fabrico de latas A CMB Engineering apresentou na METPACK a nova máquina CMB 5610 para fabrico de embalagens metálicas com opções de embraiagem (hidráulica, pneumática e híbrida), bomba controlada por variador de velocidade e capacidade para economizar até 27 kWh por hora.

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máquinas Graco

Inovação na aplicação de adesivos termofusíveis Os adesivos termofusíveis (hot melts) têm numerosas aplicações industriais, entre as quais se destacam aplicações de embalagem como é o caso do fecho de caixas. A eficiência das máquinas e linhas de embalagem está dependente de factores como o tempo de arranque dos aplicadores de hot melts, a preservação da qualidade dos adesivos e a energia consumida no processo. Os sistemas convencionais baseiam-se em depósitos ou tanques de termofusão, onde permanece uma determinada quantidade de adesivo em estado fundido, para alimentar as cabeças aplicadoras. Este sistema tem quatro implicações principais: tempo (para fundir o adesivo), exposição térmica (adesivo mantido fundido durante tempo considerável), energia (necessária para manter o estado de fusão) e manutenção (limpeza de resíduo de adesivo). A Graco (Minneapolis, Minnesota, EUA), deu a volta ao problema com uma novo sistema sem tanque em

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que a alimentação e fusão do adesivo ocorre em contínuo. As pastilhas são transferidas pelo sistema de vácuo uma a uma para uma pequena câmara de fusão, e desta para o aplicador.

O adesivo é mantido sob temperatura de fusão durante menos tempo, evitando a sua degradação. O tempo de espera para o arranque do sistema é de cerca de 10 minutos, praticamente um terço do tempo de arranque dos sistemas convencionais. As necessidades de manutenção diárias baixam drasticamente, assim como o consumo de energia. No pequeno filme acessível clicando no ícone ao lado, pode ver-se este sistema em acção.

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O sistema Invisipac não compromete a cadência de aplicação. A alimentação de pastilhas de adesivo hot melt é determinada em função de um sensor instalado na pequena câmara de fusão. No conjunto, o sistema Invisipac resulta mais económico e aumenta o tempo de disponibilidade do aplicador, que deixa de ser um "ponto crítico" para o arranque das máquinas e linhas de embalagem. Os equipamentos Graco Invisipac beneficam de suporte técnico em Portugal, assegurado pela Comexpo.

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máquinas Busch

Vácuo centralizado para embalagem alimentar São numerosos os processos de embalagem que recorrem à tecnologia de vácuo. O vácuo é utilizado, desde logo, na produção de embalagens. Por exemplo, para moldar, para formar ou para revestir. São instaladas nas máquinas que produzem blisters (um dos principais tipos de embalagens para medicamentos) ou nas máquinas de termoformagem de tabuleiros plásticos para produtos alimentares. O vácuo é frequentemente utilizado para mover, abrir e ou fechar embalagens, bem como para inserir produtos no interior das embalagens. Os processos de embalagem sob vácuo e de atmosfera modificada, desenvolvidos e instalados para proteger as características e prolongar o tempo de vida útil dos produtos também não passam sem o vácuo. As bombas de vácuo estão, por isso, omnipresentes nas linhas de embalagem. As bombas de vácuo de palhetas rotativas da série R 5 da Busch são uma das principais referências do mercado. As bombas de alta eficiência Mink, baseadas no princípio dos lóbulos de garras, são utilizadas, por exemplo, para transportar os materiais bobinados que formam as embalagens flexíveis (máquinas FFS). As bombas de vácuo Seco são utilizadas tipicamente em aplicações de manipulação. As bombas Mink e Seco funcionam a seco, sem óleo. O vácuo é uma das principais técnicas de movimentação dos rótulos ou etiquetas, nas máquinas de etiquetagem de produtos, embalagens ou paletes. É necessário para as máquinas de dobrar e armar caixas de cartão e também para alguns sistemas de paletização. O elevado número de aplicações faz com que o número de bombas de vácuo se multiplique numa fábrica com várias linhas de embalagem. 26

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Quando isso acontece, coloca-se a opção entre sistemas de vácuo independentes e sistemas de vácuo centralizados. As instalações independentes têm a vantagem de evitar que os problemas gerais perturbem a cadência de uma qualquer máquina ou processo. Os sistemas centralizados são, no entanto, uma alternativa económica para os utilizadores que têm múltiplas bombas em funcionamento, como tipicamente acontece nas iindústrias da madeira, nas indústrias gráficas e nas linhas de embalagem alimentar.

O vácuo centralizado envolve investimento adicional em condutas e instalação, mas tem as vantagens imediatas da redução do ruído, do aumento das temperaturas, e da menor dificuldade de acesso e manutenção (ponto a ponto). Mas as principais vantagens são a economia da energia e a redundância. A economia de energia advém do facto de a central de vácuo poder gerar apenas o vácuo necessário. A redundância advém do facto de uma bomba que pára ou falha ser automaticamente substituida por outra, evitando paragens ou diminuições de cadência de produção. A centralização evita também os problemas de perdas de óleo.

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Bombas Mink na produção de garrafas de vidro A fábrica de embalagens de vidro de Veauche, da Owens-Illinois (O-I) concluiu em 2012 a instalação de uma central de vácuo BUSCH com 12 bombas de vácuo Mink MM 1322 e um regulador de vácuo. Foi a primeira instalação no sector vidreiro francês baseada em tecnologia de bombas de vácuo com funcionamento a seco, sem óleo. A fábrica transforma anualmente 600 toneladas de vidro e produz cerca de 900 mil garrafas. O vácuo era assegurado por bombas de pistões, com lubrificação, arrefecimento a água, tecnicamente obsoletas e problemáticas em termos de manutenção. Qualquer falha de funcionamento afectava o nível de vácuo. A nova solução reduziu drasticamente os custos e problemas de manutenção e baixou os consumos de energia. A geração de vácuo passou a ser regulada em função das necessidades da fábrica. O nível do vácuo é mantido constante, em função das necessidades, graças a um vacuostato. O princípio de funcionamento das bombas Mink consiste em dois rotores em forma de lóbulos de garras que giram em direcções opostas no interior do corpo da bomba. A geometria destes rotores gera a aspiração, a compressão e a evacuação do ar ou do gás. O espaço reduzido entre os lóbulos e o cilindro no interior do qual giram garante uma estanquecidade elevada Nº 225 Junho 2014


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e uma velocidade de bombeamento constante e elevada. A rotação dos rotores é sincronizada por engrenagem e accionada por motor assíncrono montado directamente na bomba, de classe de eficiência IE2 e adaptado para accionamentos de velocidade variável. A instalação anterior, com arrefecimento a água, dispunha de uma torre de arrefecimento. A nova instalação baseada em bombas Mink tem arrefecimento a ar e já não precisa da torre de arrefecimento. Os custos inerentes aos consumíveis (óleos) também foram eliminados. Em vez das intervenções frequentes, os serviços de manutenção da O-I supervisionam a central de vácuo de 8 em 8 horas. Numa fábrica de embalagens de vidro, o vácuo é usado em duas etapas: na moldação das garrafas e na paletização das garrafas.

Nova bomba de vácuo

ção de vácuo industrial, com desempenho constante, manutenção reduzida ao mínimo e tempo de vida útil prolongado, graças ao princípio de funcionamento sem contacto entre as peças móveis do interior da bomba. A compressão a seco integral dispensa a utilização de fluidos na câmara de compressão, eliminando os custos associados a consumíveis. Entre as aplicações principais desta nova bomba podem referir-se os sistemas de transporte pneumático, as máquinas CNC para transformação de madeira, a desgaseificação nas máquinas de reciclagem de plásticos ou as máquinas de termomoldação de plásticos. A nova bomba Mink MV 1202 A também pode ser usada como módulo em sistemas de vácuo centralizados.

Com o lançamento da bomba Mink MV 1202 A, a série de bombas de vácuo Mink (bombas de compressores de lóbulos de garras a seco) passa a estar disponível com 9 tamanhos. A bomba Mink MV 1202 A, especialmente indicada para aplicações que requerem velocidades de bombeamento elevadas, é agora a maior bomba desta série e proporciona elevada eficiência energética na produNº 225 Junho 2014

Nova série de bombas de palhetas A gama de bombas de vácuo R 5 (bombas rotativas de palhetas lubrificadas a óleo) foi ampliada pela Busch com a nova serie R 5 FA 0025-0100 F, com desempenho melhorado para aplicações de funcionamento contínuo. As bombas R 5 distinguem-se pelas elevadas velocidades de bombeamento, mesmo em situações de quebra de pressão. As palhetas de alta qualidade asseguram tempos de funcionamento prolongados. Os filtros de exaustão asseguram a separação eficaz do óleo.

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O binómio automação - energia nas indústrias agro-alimentares A diferença entre produzir mais e produzir melhor está nos consumos de recursos e de energia. Chama-se a isso eficiência, que se desdobra em vários indicadores mensuráveis. A eficiência de recursos (produzir mais com menos matérias-primas, capital, custos, etc.) e especialmente a eficiência energética (produzir mais com menos energia) tornaram-se imperativas no actual cenário de aumento dos custos das matérias-primas e da energia. A gobalização, a concorrência asiática e as estratégias políticas erradas apenas torna-ram esse imperativo mais evidente. As indústrias estão entregues a si próprias e sujeitas a um desafio adicional: a procura de energia vai duplicar até 2050 mas as emissões de CO2 devem passar para metade. Não se sabe se este desafio vai ser ganho. A Schneider Electric, depois de uma etapa de crescimento potenciado por aquisições sucessivas, entrou numa etapa de integração e focou a sua actividade num tema focal. Em vez de um conglomerado de competências e gamas de automatismos, controlo de motores, interfaces homem-máquina, distribuição eléctrica, material de instalação, centros de dados e sistemas de gestão técnica de edifícios, a Schneider passou a apresentar-se ao mercado como "especialista em gestão da energia". Este novo posicionamento tornou-se inequivoco com uma série de aquisições (Telvent, Energy Pool, Summit Energy, Vizelia) e favoreceu o esforço de integração das gamas (para desfazer as sobreposições desnecessária resultantes das sucessivas aquisições) e a criação de plataformas integradas e integradoras de soluções, baseadas em dispositivos interoperáveis. Foi assim que surgiram no mercado os conceitos 'struxure' (EcoStruxure, PlantStruxure, MachineStruxure). A crise financeira e económica da Europa tambem impactou fortemente o sector eléctrico e tudo indica que trouxe consigo uma mudança estrutural: os mercados residenciais, afectados pela crise na construção e imobiliário, perderam importância. Os mercados industriais ganharam peso relativo, mas o perfil do investimento também mudou: mais do que simplesmente investir em novas máquinas e linhas de produção, as indústrias, limitadas pela escassez e selectividade das fontes de finan-ciamento, procuram investir em me-lhorias de eficiência. Hoje, as pa-lavras-chave das decisões de investimento são "melhor" e "mais eficiente", em vez de simples-mente "mais" ou "aumentar". Neste contexto, a Schneider posicionou-se no mercado com duas propostas principais: por um lado oferecer soluções de gestão de energia globais abrangendo toda uma linha de produção ou mesmo toda uma fábrica; por outro lado, e ao nível do "permenor" dos equipamentos, apresentando soluções testadas, validadas e documentadas, virtualmente prontas a instalar. Numa indústria caracterizada por linhas de produção longas (processa28

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mento, enchimento, embalagem, rotulagem, paletização,...) e com muitos equipamentos ligados por transportadores, como é o caso das indústrias alimentares, o posicionamento e a oferta da Schneider não podia ser mais adequado, quer para construtores e integradores de equipamentos e linhas quer para os próprios utilizadores finais. Com o conceito EcoStruxure, lançado há cerca de dois anos, a Schneider ofereceu à indústria um sistema de gestão de energia capaz de gerar economias de 30% (em média)da factura energética sem comprometer a produtividade das linhas de produção. Parte deste conceito de eficiência está nas soluções de optimização e controlo da produção abrangidas pela designação PlantStruxure. Os múltiplos dispositivos instalados nas linhas de produção - incluindo os variadores de velocidade, os botões de comando, os autómatos, etc. - fazem parte de uma arquitectura integrada e interoperável, baseada em standards abertas, formando um sistema coerente, extensível e mesmo capaz de interar dispositivos de outros fabricantes. As soluções MachineStruxure permitiram aos construtores e integradores de máquinas tornar mais rápido o processo de concepção ou de retrofit de equipamentos e linhas. O conceito baseado em soluções pré-configuradas e testadas não alterou a regra essencial da colaboração entre ou fornecedores de dispositivos e soluções e os construtores de máquinas, mas alterou o paradigma dessa colaboração, permitindo soluções mais rápidas e tempos de resposta mais interessantes para as indústrias finais. O conceito MachineStruxure aglutina a experiência dos técnicos da Schneider Electric na configuração de soluções de automatização de máquinas. É uma combinação das vantagens da configuração por medida com as vantagens da pré-configuração. Como exemplo de solução por medida baseada no concerito MachineStruxure, pode referir-se o PacDrive3, uma solução que integra motor, variador, autómato e painel HMI e que pode ser instalada em máquinas de produção, transformação, enchinento, fecho, embalagem, etiquetagem, paletização, e inclusivamente em máquinas com sequências rápidas e precisas de manipulação e posicionamento (pick and place). Os construtores e integradores de máquinas confrontamse frequentemente com a diversidade de plataformas de controlo. O conceito MachineStruxure permite abranger quatro plataformas de controlo (autómatos, paineis HMI, variadores, controlo do movimento), no mesmo ambiente de software, o SoMachine. Esta integração e compatibili-

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máquinas controlo, a gestão e a supervisão global do desempenho das fábricas, e inclui: - a medida, análise e optimização energética da produção (calculando indicadores como o consumo efectivo de energia ou as emissões de CO2 por cada tonelada de produto fabricado); - a optimização energética do edifício, através do controlo da climatização e ventilação; - a garantia de segurança e protecção de pessoas e bens, desinadamente por via de sistemas de videovigilância e controlo de acessos; - a garantia de disponibilidade dos servidores e dos dados críticos. dade traduz-se em rapidez no processo de desenvolvimento, na redução dos custos de formação e na eliminação dos problemas de compatibilidade.

Exigências especiais no sector alimentar Para além das exigências de competitividade e de desenvolvimento sustentável, as indústrias alimentares estão também sujeitas a exigências especiais, como a segurança alimentar (higiene, rastreabilidade) e necessidade de inovação na área da embalagem. A Schneider Electric posiciona-se para dar resposta às referidas necessidades não apenas com múltiplos aparelhos, dispositivos e software, mas também com soluções globais. A arquitectura Eco-Struxure visa o

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A arquitectura PlantStruxure permite registar e gerar relatórios de produção e de defluxos de materiais, para dar resposta quer às necessidades de gestão, quer às necessidades relacionadas com a rastreabilidade e segurança alimentar de produtos e lotes. As soluções da Schneider Electric abrangem também a gestão de frio. O sistema CoolVerter HP para controlo e optimização das instalações frigoríficas foi premiado pelo Cold Chain Forum em 2012, pelo seu carácter inovador e pela possibilidade de economizar até 40% dos custos de energia em instalações frigoríficas. Fácil de instalar e integrar, o Coolverter HP combina três soluções: a HP (alta pressão de condensação) flutuante, a variação de velocidade dos ventiladores e a regulação PID.

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máquinas PAL-Cut

Paletizar com folhas antiderrapantes A colocação de folhas de papel kraft com propriedades antiderrapantes é um dos métodos eficazes para estabilizar as cargas paletizadas. As sucessivas camadas de caixas, sacos, blocos ou outras embalagens ou produtos aderem entre si e ficam menos sujeitos aos deslizamentos causados pela vibração e pela inclinação. A estabilização da palete pode então então ser efectuada com menos cintagem ou filme de paletização. As folhas anti-derrapantes são, por conseguinte, uma alternativa aos sistemas de aplicação de cola entre caixas ou sacos, com a vantagem de permitirem uma despaletização fácil e sem danificar as embalagens e a respectiva impressão. Por isso, a utilização de folhas anti-derrapantes começou há vários anos a ser utilizada nas mais diversas indústrias. A tendência para automatizar a paletizalção e o fim-de-linha colocou novos problemas ao sistema das folhas derrapantes. A colocação manual tornou-se impraticável, surgindo a necessidade de automatizar também a colocação das folhas. Tratando-se de um material flexivel e aderente, a operação não é fácil. A solução desenvolvida pela empresa dinamarquesa PAL-Cut veio dar resposta à necessidade de automatização do processo. As máquinas PAL-Cut trabalham a partir de papel anti-derrapante fornecido em bobina, com evidente vantagem ao nível do transporte e da flexibilidade de corte das folhas à dimensão pretendida. As bobinas são colocadas em máquinas cortadoras-dispensadoras que se caracterizam pela simplicidade, e pela facilidade de adaptação aos equipamentos de paletização. Cada uma destas máquinas puxa o papel e corta a folha à dimensão, dispensando-a para o dispositivo manipulador ou robô que se encarrega de colocar a folha sobre a camada da palete. A configuração das máquinas, em que a bobina entra pelo lado oposto à saída da folha, tem uma vantagem adicional do ponto de vista da segurança: a reposição da bobina pode ser feita sem entrar na area de alcance do robô. 30

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A gama de máquinas PAL-Cut é formada por três máquinas cortadoras-dispensadoras. Uma delas destina-se exclusivamente a cortar, dispensar e colocar folhas anti-derrapantes directamente nas paletes. As outras duas cortam e dispensam as folhas a uma determinada altura fixa, para poderem ser transferidas para a camada da palete. Existem no mercado soluções alternativas em que as folhas anti-derrapantes são fornecidas pré-cortadas, em resma paletizada, sendo a transferência para a camada da palete executada por manipulador ou robô equipado com ferramenta de ventosas. Regra geral, estas soluções debatem-se com dois tipos de problemas. Por um lado, a possibilidade de a ferramenta agarrar mais do que uma folha, fazendo aumentar a perda ou desperdício de papel. Por outro lado, a velocidade da operação varia porque, à medida que a resma vai descendo, o movimento do robô tem que ser também alterado. Com o sistema PAL-Cut, as folhas são dispensadas uma a uma, eliminando o risco de sucção de mais do que uma folha. Além disso, as folhas são dispensadas sempre à mesma altura, pelo que o movimento de pick and place é sempre idêntico. Clicando no ícone anexo, podemos ver o sistema PAL-Cut em acção em várias aplicações industriais. A PAL-Cut fornece as máquinas e o papel derrapante. Existem várias versões, desde o simples kraft anti-derrapante até ao papel revestido a polietileno, para aplicações em que se pretenda uma protecção adicional contra a humidade. As propriedades anti-derrapantes também variam, existindo uma versão de papel que suporta inclinações até 50%.

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mercado embalagem alimentar

embalagem de plástico

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cartão canelado

caixas e paletes de madeira

máquinas e materiais de embalagem

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accionamentos

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