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insight ortodôntico

Avanços no conhecimento da movimentação dentária induzida: osteoesclerose idiopática, corticais ósseas e o movimento ortodôntico

O mesmo raciocínio, sobre a aplicação de forças no movimento ortodôntico ter parte de sua intensidade dissipada pelas estruOb turas ósseas peridentárias, pode ser extrapolado para as corticais eM ósseas (Fig. 4). Ao movimentar-se dentes pelas corticais, se não houver esse cuidado especial em aP reduzir a intensidade das forças, o deslocamento dentário pode ocorrer, mas o risco de uma maior Oc destruição de cementoblastos aumenta consideravelmente, podendo-se ter reabsorções radicufigura 4 - Cortical óssea constituída por várias camadas de aposição lamelar (AP) bem definidas, entre as quais notam-se os osteócitos. EM = espaço medular; Ob = osteoblastos; Oc = clastos. (HE, 25x). lares mais severas1. Em síntese, quando se movimentar dentes pepermanecendo indefinidamente como parte do tralas corticais ósseas, deve-se procurar reduzir a intenbeculado da região, sendo diagnosticada como ossidade das forças, pois a deflexão óssea será bem meteoesclerose idiopática. nor, aumentando os efeitos no ligamento periodontal Ao movimentar-se dentes nessas áreas, deve-se e suas estruturas. diminuir a intensidade da força, pois não apresentam Algumas perguntas poderiam ser respondidas em deflexão óssea e toda a sua intensidade se aplicará sofuturos trabalhos: 1. Qual a prevalência de reabsorções radiculares bre o ligamento periodontal. O uso de forças convenem dentes que foram movimentados por áreas cionais, nesses casos, pode induzir áreas de hialinizade osso mais denso, como as da osteoesclerose ção e morte de cementoblastos, seguidas de reabsoridiopática, sem e com os cuidados mencionados ções radiculares, além de impedir um deslocamento anteriormente? dentário eficiente, que será mais lento e sintomático. 2. Qual a prevalência de reabsorções radiculares A mesma extrapolação pode ser feita para os moem dentes que foram movimentados ortodonvimentos dentários pelas corticais ósseas. Elas apresentam pequena deflexão, ou até nenhuma, podendo, ticamente por corticais ósseas mais densas, ou assim, aumentar o risco de reabsorções dentárias, inmesmo em dentes que foram ancorados nas clusive quando se faz ancoragem dos dentes nessas escorticais? truturas. Novos trabalhos poderão detectar de forma 3. As diferenças na frequência de reabsorções ramais precisa a prevalência de reabsorções radiculares, diculares em alguns tipos de dentes estariam a sintomatologia e a eficiência do movimento ortorelacionadas à densidade óssea e à espessura dôntico quando em áreas densas do trabeculado e ou das corticais, características que variam nos vápelas corticais ósseas. rios segmentos dos maxilares? CONSIDERAçõES FINAIS A osteoesclerose idiopática não tem relação causa-efeito detectável, mas pode ter sido anteriormente uma osteíte crônica esclerosante focal cuja causa foi eliminada, como lesões periapicais crônicas, doença periodontal, pericoronarites e trauma oclusal. Uma parte considerável das áreas esclerosadas induzidas demora anos para voltar ao normal, ou não volta,

© 2012 Dental Press Journal of Orthodontics

RefeRências

1.

Consolaro A. Reabsorções dentárias nas especialidades clínicas. 3a ed. Maringá (PR): Dental Press International; 2012.

2.

Wood NK, Goaz PW. Diagnóstico diferencial das lesões bucais. 2a ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 1983.

16

Dental Press J Orthod. 2012 July-Aug;17(4):12-6


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