Revista Clínica de Ortodontia Dental Press V.13 N2

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Revista ClĂ­nica de Ortodontia Dental Press | Volume 13 | nĂşmero 2 | abril/maio 2014 | ISSN 16766849



ortodontia Rev ClĂ­n Ortod Dental Press. 2014 abr-maio;13(2):1-112 | ISSN 1676-6849


Revista Clínica de Ortodontia Dental Press - Qualis / CAPES: B4 - Interdisciplinar B4 - Odontologia B5 - Medicina III

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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Revista Clínica de Ortodontia Dental Press. – v. 1, n. 1 (fev./mar. 2002). – Maringá : Dental Press International, 2002-. Bimestral. ISSN 1676-6849. 1. Ortodontia – Periódicos. I. Dental Press International. CDD 21.ed. 617.643005

Créditos fotografia da capa: Fashion stylish beauty portrait with white short hair. Copyright: Subbotina Anna. Image ID: 128666849 - Shutterstock.


Artigos 28

Realinhamento do plano oclusal em reabilitação oral: importância e modalidades terapêuticas Realignment of the occlusal plane in oral rehabilitation: importance and therapeutic modalities José Augusto César Discacciati Leonardo Alcântara Cunha Lima Célia Alcântara Cunha Lima Rose Vieira Toyama Eduardo Lemos de Souza Marcos Dias Lanza Evandro Guimarães Aguiar

41

A influência das alterações hormonais no tratamento ortodôntico Influence of hormonal alterations on orthodontic treatment Nathalia Barbosa Palomares George Nunes Bueno Maria Teresa de Andrade Goldner Alvaro de Moraes Mendes

52

Correção da linha média com biomecânica: descrição da técnica passo a passo Midline correction using biomechanics: step by step technique description Fernando Pedrin Carvalho Ferreira Renata Rodrigues de Almeida Pedrin Márcio Rodrigues de Almeida

65

Síndrome de Crouzon: características clínicas. Relato de casos clínicos Crouzon syndrome: clinical features. Clinical case reports João Francisco Ximenes Ana Cristina Schirrmeister Rossi

83

Retratamento ortodôntico de um caso com dentição mutilada e periodontalmente comprometida Orthodontic re-treatment of a case with mutilated and periodontally compromised dentition Akram Ansari Nabeel Ahmad Jacob John Anil Gera

Seções

5

Editorial | “Nós vemos apenas aquilo que fomos treinados para ver” | Carlo Marassi

8

Eventos

10 Marketing | Odontologia: ainda um excelente negócio! | Henrique Nakama 11 Pergunte a um Expert | Qual a melhor época para se iniciar o tratamento das más oclusões? Parte 1 Renato Rodrigues de Almeida 90 Controvérsias | O papel do periósteo nos procedimentos ortopédicos como exemplo de sua capacidade reparatória Alberto Consolaro 105 Abstracts | Resumos, em português, de artigos publicados em importantes revistas de Ortodontia de todo o mundo. Informação qualificada e oportuna para a melhoria de sua prática clínica


EDITOR Carlo Marassi

CONSULTORES CIENTÍFICOS CPO SLMANDIC / SP Ortodontia Ademir Roberto Brunetto

UFPR / PR

Carlos Alexandre L. P. Câmara

Clínica particular - Natal / RN

Arno Locks

UFSC / SC

José Valladares Neto

UFG / GO

Ary dos Santos-Pinto

UNESP / SP

Björn U. Zachrisson

Universidade de Oslo / Noruega

Célia Regina Maio Pinzan Vercelino

Uniceuma / MA

EDITORES ASSISTENTES

EDITORES EMÉRITOS Danilo Furquim Siqueira

USC / SP

Cristiane Canavarro

UERJ / RJ

Omar Gabriel da Silva Filho

HRAC-USP / SP

Cristina Feijó Ortolani

UNIP / SP

Rosely Suguino

CESUMAR / PR

Daltro Enéas Ritter

UFSC / SC

Weber José da Silva Ursi

FOSJC/UNESP / SP

Daniela Gamba Garib

HRAC-USP / SP

David Normando

UFPA / ABO-PA

Eduardo Dainesi

USC / SP

Fausto Silva Bramante

Uniceuma / MA

Francisco Ajalmar Maia

UFRN / RN

Gilberto Vilanova Queiroz

ABENO / SP

Guilherme de Araújo Almeida

UFU / MG

Henrique Mascarenhas Villela

ABO / BA

Jeffrey P. Okeson

Universidade de Kentucky / EUA

PUBLISHER Laurindo Furquim

UEM / PR

Coordenador da seção Abstracts Mauricio de Almeida Cardoso

USC / SP

CONSELHO EDITORIAL CIENTÍFICO Adilson Luiz Ramos

UEM / PR

Jesús Fernández Sánchez

Universidade de Madrid / Espanha

Hélio Hissashi Terada

UEM / PR

José Fernando C. Henriques

FOB-USP / SP

José Nelson Mucha

UFF / RJ

José Rino Neto

FOUSP / SP

Júlia Harfin

Univ. Maimonides / Argentina

Julio de Araújo Gurgel

FOB-USP / SP

Julio Pedra e Cal-Neto

UFF / RJ

Jurandir Antonio Barbosa

ACDC / SP

Larry White

AAO Dallas / EUA

Leopoldino Capelozza Filho

USC / SP

Lorenzo Franchi

Universidade de Florença / Itália

Luciano da Silva Carvalho

APCD / SP

Marcelo de Castellucci e Barbosa

UFBA / BA

Marcio Costa Sobral

UFBA / BA

Marcio Rodrigues de Almeida

UNOPAR / PR

Marden Bastos

EAP-ABO / MG

Matheus Melo Pithon

UESB / BA

Ravindra Nanda

Universidade de Connecticut / EUA

Ricardo Nakama

Clínica particular / PR

Roberto Hideo Shimizu

UTP / PR

Roberto Justus

Univ. Tecn. do México / México

Sebastião Interlandi

USP / SP

Stenyo Tavares

Unicamp

Wagner José Silva Ursi

UEL / PR

Diretora: Teresa Rodrigues D'Aurea Furquim - DiretorES Editoriais: Bruno D’Aurea Furquim - Rachel Furquim Marson - DIRETOR DE MARKETING: Fernando Marson - Produtor editorial: Júnior Bianco - Produção Gráfica e Eletrônica: Diego Ricardo Pinaffo - Bruno Boeing de

Cirurgia Ortognática Eduardo Sant’Ana

FOB-USP / SP

Souza - Gildásio Oliveira Reis Júnior - Tratamento de imagens: Ivo Azevedo - submissão de artigos: Simone Lima Lopes Rafael - Márcia Ferreira Dias - Revisão/tradução: Fernanda Silveira Boito - Ronis Furquim Siqueira - Wesley Nazeazeno - BANCO DE DADOS: Cléber Augusto Rafael - Internet: Fernando Truculo Evangelista - Poliana Rocha dos Santos - CURSOS E EVENTOS:

Oclusão Paulo Cesar Rodrigues Conti

FOB-USP / SP

Ana Claudia da Silva - COMERCIAL: Roseneide Martins Garcia - BIBLIOTECA/NORMALIZAÇÃO: Simone Lima Lopes Rafael - EXPEDIÇÃO: José Luiz Rosa de Lima - FINANCEIRO: Cléber Augusto Rafael - Lucyane Plonkóski Nogueira - Roseli Martins - Secretaria: Rosane Albino. A Revista Clínica de Ortodontia Dental Press (ISSN 1676-6849) é uma publicação bimestral (seis edições por

Patologia Alberto Consolaro

FOB-USP / SP

ano), da Dental Press Ensino e Pesquisa Ltda. — Av. Dr. Luiz Teixeira Mendes, 2.712 - Zona 5 - CEP 87.015-001 - Maringá / Paraná - Brasil. Todas as matérias publicadas são de exclusiva responsabilidade de seus autores. As opiniões nelas manifestadas não correspondem, necessariamente,

Dentística

às opiniões da Revista. Os serviços de propaganda são de responsabilidade dos anunciantes.

Renata Pascotto

Assinaturas: revclinica@dentalpress.com.br ou pelo fone/fax: (44) 3031-9818.

UEM / PR


E d i to r ia l

“ Nós vemos apenas aquilo que fomos treinados para ver”

William Arnett

Carlo Marassi | Editor

É interessante como, após entrar em contato com algum assunto novo, passamos a reparar com muito mais frequência, em nossos consultórios, aquela situação sobre a qual acabamos de aprender. Isso também ocorre quando revisamos algum assunto que não víamos há algum tempo e do qual já havíamos nos esquecido parcialmente. Daí vem a importância dos profissionais se manterem atualizados, ampliando sua visão por meio de congressos e da leitura de revistas especializadas, aumentando, assim, sua capacidade de enxergar um determinado problema e de planejar melhor sua solução. Para contribuir com a ampliação do conhecimento, a presente edição traz diversos artigos, com variados assuntos: Palomares e colaboradores abordam a influência de diferentes alterações hormonais no tratamento ortodôntico; Discacciati e colaboradores mostram diferentes modalidades de tratamento para realinhar o plano oclusal em pacientes com extrusão de dentes posteriores; Ferreira e colaboradores descrevem, passo a passo, a biomecânica para correção de desvios de linha média; Ansari e colaboradores trazem um caso de dentição mutilada, com

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comprometimento periodontal; ao passo que Ximenes e Rossi apontam as características clínicas da Síndrome de Crouzon e apresentam tratamentos de portadores dessa síndrome. A seção “Pergunte ao Expert” traz importantes considerações sobre qual é a idade ideal para se iniciar o tratamento das más oclusões, orientando e ilustrando em quais casos está indicado o tratamento precoce. A seção “Controvérsias” aborda a incrível capacidade adaptativa, reacional e reparatória do periósteo. A coluna sobre Marketing chama a atenção à necessidade de que o profissional veja, com bons olhos, a área de gestão de consultório, para que resultados mais favoráveis sejam atingidos. Quanto mais conhecimento adquirimos, mais conseguimos ver, e melhor poderá ser o tratamento que oferecemos aos nossos clientes. Esperamos que a presente edição traga informações que ajudem a ampliar, ainda mais, sua visão.

Boa leitura!

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13/03/2014 17:00:15


C U R SO S & EVENTOS

I meeting internacional de ortodontia de minas gerais Data: 10 e 11 de maio de 2014 Local: Auditório do CRO – Belo Horizonte/MG Informações: (31) 92414758 / (31) 3213-2815

tulio.andrade@gmail.com / ortomaster@uol.com.br

13a Jornada Gaúcha de Ortodontia Data: 23 e 24 de maio de 2014 Local: Hotel Laghetto Viverone Moinhos – Porto Alegre/RS Informações: (51) 3330-9583 - sogaor@sogaor.org.br

Sistemas Ertty - Ortodontia | DTM | Oclusão Data: de 13 a 17 de maio de 2014 Local: Brasília/DF Informações: (61) 3248-0859 - www.ertty.com.br

2o Meeting Internacional de Ortodontia do IOM Data: 29, 30 e 31 de maio de 2014 Local: Centro Empresarial Mário Henrique Simonsen – Barra da Tijuca – Rio de Janeiro/RJ Informações: (21) 2568-1800

curso de certificação - Incognitotm Data: 06 e 07 de junho de 2014 Local: 3M do Brasil Ltda. – Rodovia Anhanguera, km 110 – Sumaré/SP Informações: (19) 99831-5070 - sistemaincognito@mmm.com

1º Congresso Internacional Multi-Regional de Ortodontia » Recife/PE (31/7/2014 a 01/08/2014) - guaracy-jr@uol.com.br » Rio de Janeiro/RJ (01/8/2014 a 02/08/2014) - prietoeprieto@terra.com.br » Santa Maria/RS (02/8/2014 a 04/08/2014) - douglas.lopes.cd@gmail.com

Curso de Ortodontia em Adultos, com Dr. Marcos Janson Módulo 1: 20, 21 e 22 de agosto de 2014 Módulo 2: 17, 18 e 19 de dezembro de 2014 Local: Hotel Victory – Juiz de Fora/MG Informações: (32) 8887-0688 / (31) 8883-5563 – E-mail: odontolink@hotmail.com

Encontro do Grupo de Estudos Capelozza – RS Data: 1, 2 e 3 de outubro de 2014 Local: Instituto Eleva de Ensino – Uningá SM – Santa Maria/RS Informações: (55) 3028-7676 - www.uningasm.com.br

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ma r k et i n g

Odontologia: ainda um excelente negócio! Henrique Nakama Especialista em Radiologia, FOB/USP. Especialista em Gestão, Estratégia Empresarial e Marketing, UNIFIL. Professor e palestrante de marketing e vendas em Odontologia.

Quem reclama da Odontologia, hoje, ou não é um bom dentista técnico ou não sabe administrar o marketing de seu consultório! A Odontologia atual é vista por muitos como uma profissão não rentável. Eu discordo!

rede de consultórios Odontoclinic. A empresa já teve 140 unidades e receita de R$ 150 milhões, mas, com a reestruturação administrativa, hoje está com um pouco mais de 100 unidades.

Em meus 20 anos de atuação na área de administração e marketing em Odontologia, nunca vi tantos profissionais entusiasmados com as novas tecnologias, novas técnicas, novas oportunidades e, consequentemente, com maiores ganhos. Também vejo grandes empresas e investidores de olho no mercado odontológico.

Os resultados dessa empresa em 2013, comparados aos de 2012, tiveram um crescimento de 10% em faturamento, 20% em Ortodontia e 100% em Implante.

Em 2006, fui chamado para uma reunião com a diretoria do Grupo Fleury (empresa de diagnóstico na área médica, eleita uma das marcas mais valiosas do Brasil). O objetivo era pesquisar a entrada desse grupo na área odontológica. Essa atuação se concretizou em 2012, quando o Grupo Fleury e a Odontoprev compraram uma das maiores redes de diagnóstico por imagem em Odontologia, a Papaiz Associados de São Paulo, por R$ 18,4 milhões. Outro caso interessante que eu pude acompanhar foi o da Odontoclinic. No ano passado, me chamaram para uma reunião e o diretor me fez um convite para ministrar palestras aos franqueados e não franqueados. Pedi para que me contasse a história da empresa, e ele comentou que, em 2011, o private equity Bravia (cujos sócios têm passagens pelo Tarpon e Bank of America) comprou a

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Você pode estar pensando: “Esses são exemplos de grandes empresas, não é a minha realidade”. Pode não ser a realidade de muitos, mas, também, tenho histórias de bons profissionais que estavam para fechar o consultório e que, depois que aprenderam um pouco sobre gestão de marketing, estão até expandindo os negócios. Se inúmeros empresários de outras áreas acreditam tanto na Odontologia, por que nós, que já somos da área, não acreditamos? O que eles enxergam que nós não enxergamos? A resposta é simples: esses empresários são bons em gestão empresarial e viram que, na Odontologia brasileira, a boa gestão ainda não é uma realidade, para a grande maioria.

Quem reclama da Odontologia, hoje, ou não é um bom dentista técnico ou não sabe administrar o marketing de seu consultório!

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Pe rg u n te a um ex p ert

Qual a melhor época para se iniciar o tratamento das más oclusões? Parte 1 Renato Rodrigues de Almeida Professor Sênior, Departamento de Ortodontia, FOB-USP. Professor Titular, disciplina de Ortodontia, UNOPAR.

PERGUNTA Durante muitos anos, o significado etimológico da palavra Ortodontia (dente reto) foi utilizado por gerações de ortodontistas que tinham como escopo principal a excelência de um tratamento ortodôntico, com um bom nivelamento e alinhamento dentário. Hoje, sabemos que o mundo profissional se encontra envolvido em um contexto unicamente mecanicista, mas é tempo de voltarmos aos elementos fundamentais do diagnóstico e prognóstico para darmos aos pacientes jovens uma boa oclusão, função de mastigação e estética facial. Sem dúvida alguma, a disciplina de Ortodontia, nas universidades de forma geral, nunca ocupou um espaço significativo, em termos de carga horária no currículo odontológico. Moyers alerta que o professor de Ortodontia tem a difícil incumbência de apresentar uma complicada e, ao mesmo tempo, empolgante especialidade clínica em um reduzido número de horas. O cirurgião-dentista recém-formado logo percebe que não está preparado para o atendimento de crianças com alterações na oclusão, pois não tem conhecimento básico suficiente a respeito do crescimento e desenvolvimento craniofacial para efetuar um bom diagnóstico; no entanto, ele vê más oclusões todos os dias, e nada pode fazer. Desse modo, pergunta-se: quais crianças deveriam ser tratadas? Como tratá-las? Quais deveriam ser encaminhadas a um especialista? Quando? Quais deveriam ser observadas para uma intervenção posterior? Por quê? Qual é a melhor época para se iniciar o tratamento das más oclusões? Os trabalhos científicos, as opiniões de profissionais e experiências clínicas relacionadas ao tratamento precoce apontam vantagens e desvantagens da abordagem preventiva e interceptadora, buscando alcançar uma resposta convincente, especialmente em se tratando da má oclusão Classe II de Angle. E quanto a você? Qual é a sua abordagem para com a criança que apresenta má oclusão: trata precocemente ou aguarda?

Como citar este artigo: Almeida RR. Qual a melhor época para se iniciar o tratamento das más oclusões? Parte 1. Rev Clín Ortod

O autor declara não ter interesses associativos, comerciais, de

Dental Press. 2014 abr-maio;13(2):11-26.

propriedade ou financeiros que representem conflito de interesse nos produtos e companhias descritos nesse artigo.

Enviado em: 16/01/2014 - Revisado e aceito: 20/01/2014 O(s) paciente(s) que aparece(m) no presente artigo Endereço de correspondência: Renato Rodrigues de Almeida – Rua Manoel Pereira Rolla, 18-09

autorizou(aram) previamente a publicação de suas fotografias

Vila Nova Cidade Universitária – Bauru/SP – CEP: 17012-190 – E-mail: rr.almeida2011@bol.com.br

faciais e intrabucais, e/ou radiografias.

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Almeida RR

Figura 23: Fotografias intrabucais mostrando a placa de Hawley, como contenção, e o final de tratamento, após o desenvolvimento da oclusão, com manutenção da linha média.

CONSIDERAÇÕES FINAIS Nessa Parte 1, foram apresentados casos clínicos simples de más oclusões que devem ser tratadas no período transitório e intertransitório da dentição mista, pelo cirurgião-dentista clínico e por odontopediatras com conhecimento em Ortodontia Preventiva e Interceptora, pois são os primeiros profissionais a ter contado com a criança.

Não resta dúvida de que a abordagem ortopédica precoce atenua a complexidade das más oclusões, favorecendo a correção ortodôntica. Além disso, se a segunda fase do tratamento ortodôntico for necessária, consumirá um menor período de tempo do profissional e paciente, devido à limitada quantidade de movimentação dentária requerida.

Referências: 1. Almeida RR. Ortodontia preventiva e interceptora: mito ou realidade? 1ª ed. Maringá: Dental Press; 2013. 2. Almeida MR, Pereira ALP, Almeida RR, AlmeidaPedrin RR, Silva Filho OG. Prevalência de má oclusão em crianças de 7 a 12 anos de idade na cidade de Lins-SP e região. Dental Press J Orthod. 2011;16(4):123-31. 3. Almeida RR, Oliveira GF, Almeida MR, Conti ACFC, Navarro RL, Oltramari-Navarro PVP. Correção da mordida cruzada anterior na dentadura mista com aparelhos fixos. Rev Clín Ortod Dental Press. 2010;9(5):86-100. 4. Almeida MR, Almeida-Pedrin RR, Almeida MR, Ferreira FPC, Pinzan A, Insabralde CMB. Displasias verticais: mordida aberta anterior: tratamento e estabilidade. Rev Dental Press Ortod Ortop Facial. 2003;8(4):91-119. 5. Almeida MR, Almeida-Pedrin RR, Almeida MR, Garib DG, Almeida PCMR, Pinzan A. Etiologia das más oclusões: causas hereditárias e congênitas, adquiridas gerais, locais e proximais (hábitos bucais). Rev Dental Press Ortod Ortop Facial. 2000;5(6):107-29.

6. Almeida RR, Isbralde CMB, Ramos AL, Terada HH, Ribeiro R, Carreiro LS. Supranumerários: implicações e procedimentos clínicos. Rev Dental Press Ortod Ortop Facial. 1997;2(6):91-108. 7. Almeida RR, Almeida MR, Oltramari-Navarro PVP, Conti ACCF, Navarro RL, Marques HVA. Posterior crossbite: treatment and stability. J Appl Oral Sci. 2012;20(2):286-94. 8. Almeida RR, Almeida MR, Campos GAB, Oltramari-Navarro PV, Conti ACCF, Navarro RL. Abordagem terapêutica da mordida cruzada anterior: aparelhos removíveis. Rev Clín Ortod Dental Press. 2012;10(6):48-58. 9. Almeida RR, Garib DG, Henriques JFC, Almeida MR, Almeida RR. Ortodontia preventiva e interceptora: mito ou realidade? Rev Dental Press Ortod Ortop Facial. 1999;4(6):87-108. 10. McNamara JA Jr, Budron WL. Orthopedic facial mask therapy. In: Orthodontic and orthopedic treatment in the mixed dentition. 5th ed. Ann Arbor (MI): Needham Press; 1995. Chapter 15. 11. Moyers RE. Ortodontia. 4a ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 1991.

©DentalPress Publishing / Rev Clín Ortod Dental Press. 2014 abr-maio;13(2):11-26

12. Proffit WR, Fields HW, Sarver DM. Contenção. In: Ortodontia contemporânea. 4a ed. Rio de Janeiro: Elsevier; 2007. 13. Silva Filho OG. Existe uma época ideal para o tratamento do má oclusão Classe II com deficiência mandibular? Rev Clín Ortod Dental Press. 2008;7(2):17-34.

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Autoligáveis, com Prof. Weber Ursi SISTEMA DAMON® Dias: 19 e 20 de junho Atualmente, um dos assuntos mais vibrantes da Ortodontia, o Sistema Damon® é um método revolucionário para correção de dentes, de maneira mais fácil e rápida do que usando os aparelhos tradicionais. Programação » Histórico dos autoligáveis » Autoligáveis ativos / passivos / interativos » Atrito com os braquetes autoligáveis » Sistema Damon® » Prescrições do Sistema Damon® » Mecânica específica • Desarticulação • Elásticos • Seleção do braquete • Colocação dos stops • Colagem de braquetes para melhorar a linha do sorriso (Pitts) — aula teórica

» Montagem de aparelho em typodont » Como abrir e fechar os diversos sistemas (dicas) » Posição dos elásticos » Posição dos bite turbos » Gestão do consultório com braquetes autoligáveis • Agendamento • Cobrança

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CASO CL Í N I CO

Realinhamento do plano oclusal em reabilitação oral: importância e modalidades terapêuticas Resumo / A não reposição de dentes posteriores extraídos pode gerar alterações no plano oclusal devido a inclinações dentárias e supraerupções. Essa desarmonia pode influenciar negativamente no arco de fechamento e nas excursões laterais da mandíbula, devido às interferências na guia anterior. Diferentes modalidades terapêuticas têm sido aplicadas visando o restabelecimento da harmonia do plano oclusal. A odontoplastia, ou desgaste compensatório, o preparo e confecção de coroas ou onlays, a osteotomia segmentar e intrusão ortodôntica são algumas dessas modalidades. / Objetivo / O objetivo desse estudo é discutir a importância da realização desses procedimentos como parte integrante do planejamento do tratamento odontológico, e apresentar quatro casos clínicos em que foram utilizadas diferentes modalidades terapêuticas com esse fim. / Conclusão / Concluiu-se que cada caso deve ser conduzido de acordo com suas características iniciais e que o realinhamento da harmonia do plano oclusal, quando indicado, é uma condição obrigatória durante os procedimentos restauradores. Palavras-chave / Oclusão dentária. Planejamento de prótese dentária. Prótese dentária. Ortodontia corretiva.

José Augusto César Discacciati Doutor em Engenharia Metalúrgica e de Minas e Mestre em Odontologia, UFMG. Professor, UFMG.

Leonardo Alcântara Cunha Lima Doutor em Odontologia, SLMANDIC. Professor, UNIFLU.

Célia Alcântara Cunha Lima Doutora em Ciências Odontológicas, SLMANDIC. Professor, UNIFLU.

Rose Vieira Toyama Aluna do Curso de Especialização em Ortodontia, IES.

Eduardo Lemos de Souza Doutor em Materiais Dentários, UFMG. Professor, UFMG.

Marcos Dias Lanza Doutor em Odontologia, USP. Professor, UFMG.

Evandro Guimarães Aguiar Doutor em Odontologia, Freie Universität Berlin. Professor, UFMG.

Como citar este artigo: Discacciati JAC, Lima LAC, Lima CAC, Toyama RV, Souza EL, Lanza MD, Aguiar EG. Realinhamento do

Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais,

plano oclusal em reabilitação oral: importância e modalidades terapêuticas. Rev Clín Ortod Dental Press. 2014 abr-maio;13(2):28-38.

de propriedade ou financeiros que representem conflito de

Enviado em: 05/01/2014 - Revisado e aceito: 09/01/2014

interesse nos produtos e companhias descritos nesse artigo.

Endereço de correspondência: José Augusto César Discacciati

O(s) paciente(s) que aparece(m) no presente artigo

Av. do Contorno, 7069/401 – Santo Antônio – Belo Horizonte/MG – CEP: 30.110-043

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faciais e intrabucais, e/ou radiografias.

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Discacciati JAC, Lima LAC, Lima CAC, Toyama RV, Souza EL, Lanza MD, Aguiar EG

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A RT I G O I N ÉDI TO

A influência das alterações hormonais no tratamento ortodôntico Resumo / Introdução / Embora se saiba que algumas alterações hormonais podem afetar o tratamento ortodôntico, existe uma escassez de dados publicados sobre a relação entre essas alterações do sistema endócrino e os possíveis problemas durante o tratamento ortodôntico. Quase todos os estudos foram experimentais, realizados em ratos; os estudos em humanos foram raros, com preponderância de relatos de casos e avaliação de um único hormônio. / Objetivo / A presente revisão busca sintetizar, para o ortodontista clínico, a evidência disponível sobre os principais aspectos que devem ser observados para o tratamento de pacientes portadores de alterações endócrinas, sob o ponto de vista ortodôntico, quanto aos aspectos de crescimento craniofacial, erupção e movimentação dentária, os quais requerem cuidados especiais e que podem apresentar possíveis limitações para o tratamento ortodôntico. / Métodos / Por meio de busca nas bases de dados Medline, PubMed, Cochrane, Embase, Lilacs e BVS, foram selecionados os artigos mais relevantes que avaliaram pacientes com as características acima descritas. / Resultados / Os hormônios somatotrófico, insulina, paratormônio e esteroides sexuais podem induzir alterações indesejadas no crescimento craniofacial, metabolismo ósseo e no aumento de predisposição a problemas periodontais, o que requer adequação do plano de tratamento pelo ortodontista. Há pouca evidência sobre o uso dos hormônios tiroxina, relaxina, vitamina D e calcitonina para evitar reabsorção radicular e aumentar a velocidade de movimentação dentária. / Conclusão / Mais estudos com seres humanos, de alto nível de evidência, são necessários para aprofundar o conhecimento sobre a influência dos hormônios na Ortodontia, para reduzir o risco de efeitos indesejados e aumentar a previsibilidade dos resultados a serem obtidos. / Palavras-chave / Hormônios. Ortodontia. Crescimento. Movimentação dentária.

Nathalia Barbosa Palomares Mestranda em Ortodontia, UERJ.

George Nunes Bueno Mestrando em Ortodontia, UERJ.

Maria Teresa de Andrade Goldner Professora Adjunta de Ortodontia, UERJ.

Alvaro de Moraes Mendes Professor Associado de Ortodontia, UERJ.

Como citar este artigo: Palomares NB, Bueno GN, Goldner MTA, Mendes AM. A influência das alterações hormonais no

Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais,

tratamento ortodôntico. Rev Clín Ortod Dental Press. 2014 abr-maio;13(2):41-50.

de propriedade ou financeiros que representem conflito de interesse nos produtos e companhias descritos nesse artigo.

Enviado em: 17/10/2013 - Revisado e aceito: 07/01/2014 Endereço de correspondência: Nathalia Barbosa Palomares - Av. Lucio Meira, 670 / 514 – Várzea CEP: 25.953-003 – Teresópolis/RJ – E-mail: palomares.nathalia@gmail.com

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A influência das alterações hormonais no tratamento ortodôntico

CONCLUSÕES Após uma revisão crítica da literatura, pode-se concluir que alterações de alguns hormônios (somatotrófico, insulina, paratormônio, estrogênio e progesterona) podem induzir alterações indesejadas no crescimento craniofacial, metabolismo ósseo e no aumento de predisposição a problemas periodontais — o que requer adequação do plano de tratamento pelo ortodontista. Há pouca evidência sobre o uso dos hormônios tiroxina, relaxina, vitamina D e calcitonina para evitar reabsorção radicular e aumentar a velocidade de movimentação dentária. Mais estudos com seres humanos, de alto nível de evidência, são necessários para aprofundar o conhecimento sobre a influência dos hormônios na Ortodontia, para reduzir o risco de efeitos indesejados durante o tratamento e aumentar a previsibilidade dos resultados a serem obtidos. ABSTRACT Influence of hormonal alterations on orthodontic treatment / Introduction / Although it is known that some hormonal alterations may affect orthodontic treatment, there is a lack of reliable data about the correlation between endocrine alterations and potential problems during orthodontic treatment. Most of the studies were experimental and conducted in rats; human studies

were rare, with predominance of case reports assessing a single hormone. / Objective / This review aims at synthesizing the evidence available for clinical orthodontists regarding the main aspects which must be observed during orthodontic treatment of patients presenting with endocrine alterations (from an orthodontic point of view, including aspects of craniofacial growth, tooth movement and eruption), who require special care and may present limitations./ Methods / Through a search in Medline, PubMed, Cochrane, Embase, Lilacs and BVS databases, the most relevant articles evaluating these patients were selected. / Results / It was verified that alterations on growth hormone, insulin, parathyroid and sex hormones can induce negative reactions in craniofacial growth, bone metabolism and higher predisposition to periodontal problems, which require orthodontists to customize treatment plan of patients with hormone alterations. Little evidence is available about the use of thyroxine, relaxin, vitamin D and calcitonin to avoid root resorption and accelerate tooth movement. / Conclusions / Further studies performed in humans with high level of evidence are necessary to extend the knowledge about this topic, so as to reduce side effects and increase previsibility of results. / Keywords / Hormones. Orthodontics. Growth. Tooth movement.

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CASO CL Í N I CO

Correção da linha média com biomecânica: descrição da técnica passo a passo Resumo / O tratamento ortodôntico em pacientes assimétricos apresenta várias limitações, pois esse tipo de má oclusão pode envolver os planos horizontal, vertical e transversal, além dos possíveis envolvimentos dentários, esqueléticos e funcionais que podem acometer os pacientes. / Objetivo / O presente trabalho apresenta uma forma de correção do desvio de linha média, os passos para a construção do sistema e o controle dos efeitos colaterais, e apresenta um caso clínico. / Conclusão / Com o conhecimento dos efeitos colaterais e das técnicas a serem empregadas, a prospecção do sucesso do tratamento se torna viável e tangível do ponto de vista mecânico. / Palavras-chave / Linha mediana. Diagnóstico. Tratamento.

Fernando Pedrin Carvalho Ferreira Especialista, Mestre e Doutor em Ortodontia, FOB-USP. Professor, CORA.

Renata Rodrigues de Almeida Pedrin Pós-doutora em Ortodontia e Especialista em Radiologia, FOB-USP. Professora de Graduação e de Pós-graduação, Universidade Sagrado Coração.

Márcio Rodrigues de Almeida Pós-doutor em Ortodontia, FOB-USP.

Como citar este artigo: Ferreira FPC, Pedrin RRA, Almeida MR. Correção da linha média com biomecânica: descrição da técnica

Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais,

passo a passo. Rev Clín Ortod Dental Press. 2014 abr-maio;13(2):52-62.

de propriedade ou financeiros que representem conflito de interesse nos produtos e companhias descritos nesse artigo.

Enviado em: 06/01/2014 - Revisado e aceito: 12/01/2014 O(s) paciente(s) que aparece(m) no presente artigo Endereço de correspondência: Fernando Pedrin Carvalho Ferreira. Rua Manuel Pereira Rolla, 18-09 – CEP: 17.12190

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faciais e intrabucais, e/ou radiografias.

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Ferreira FPC, Pedrin RRA, Almeida MR

Conclusão Com um conhecimento dos efeitos colaterais e das técnicas a serem empregadas, a prospecção do sucesso do tratamento se torna viável e tangível do ponto de vista mecânico. Porém, não se deve esquecer da dependência do paciente nos resultados. Com essa técnica, é possível diminuir o período de uso dos elásticos para apenas uso noturno, o que favorece a colaboração, principalmente dos pacientes adultos. Acredita-se que o sucesso do tratamento será satisfatório quando os componentes responsáveis pela assimetria, durante o diagnóstico, forem divididos em: componentes que se pode tratar; componentes que se deve tratar; e aqueles que são impossíveis de se obter resultados positivos. Dessa forma, deve-se explanar ao paciente as limitações do tratamento exclusivamente ortodôntico.

ABSTRACT Midline correction using biomechanics: step by step technique description / Introduction / Orthodontic treatment of asymmetric patients presents several limitations, given that this type of malocclusion may not only affect patient’s horizontal, vertical and transversal planes, but may also result in dental, skeletal and functional involvement. / Objective / This study aims at describing a method for midline correction as well as the steps employed to develop the system and control potential side effects. Additionally, it presents a case report. / Conclusion / From a mechanical point of view, awareness of side effects and techniques leads to a feasible and tangible prospect of treatment success. / Keywords / Midline. Diagnosis. Treatment.

Referências: 1. Lima KJRS, Janson G, Henriques JFC, Freitas MR, Pinzan A. Avaliação da concordância entre a classificação dos tipos de Classe II, subdivisão, em fotografias e em radiografias pósteroanteriores. Rev Dental Press Ortod Ortop Facial. 2005;10(3):46-55. 2. Masuoka N, Momoi Y, Ariji Y, Nawa H, Muramatsu A, Goto S, et al. Can cephalometric indices and subjective evaluation be consistent for facial asymmetry? Angle Orthod. 2005;75(4):651-5. 3. Burstone CJ. Diagnosis and treatment of patients with asymmetries. Semin Orthod. 1998;4(3):153-64. 4. Nanda R, Margolis MJ. Treatment strategies for midline discrepancies. Semin Orthod. 1996;2(2):84-9.

5. Lima KJ. Avaliação da concordância entre a classificação dos tipos de Classe II, subdivisão, em fotografias e em radiografias póstero-anteriores [dissertação]. Bauru (SP): Universidade de São Paulo; 2003. 6. Almeida MR Almeida-Pedrin RR, Almeida RR, Pedrin F, Insabralde CM, Guimarães Jr CH, et al. Aplicação da biomecânica na correção das assimetrias dentárias. Rev Clín Dental Press. 2009;7(6):92-8. 7. Janson G. Class II subdivision malocclusion types and evaluation of their asymmetries. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2007;131(1):157-66.

©DentalPress Publishing / Rev Clín Ortod Dental Press. 2014 abr-maio;13(2):52-62

8. Janson GR, Metaxas A, Woodside DG, de Freitas MR, Pinzan A. Three-dimensional evaluation of skeletal and dental asymmetries in Class II subdivision malocclusions. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2001;119(4):406-18. 9. Janson G, Dainesi EA, Henriques JF, de Freitas MR, de Lima KJ. Class II subdivision treatment success rate with symmetric and asymmetric extraction protocols. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2003;124(3):257-64; quiz 339.

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07 a 11 de outubro / 2014 em Maringá - PR Dr. Ertty Silva | Ortodontista Dr. Sérgio Pinho | Ortodontista Dr. João Milki Neto | Cirurgião Bucomaxilofacial Dr. Carlos Alberto Gasque | Ortodontista

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O Grupo Brasileiro de Professores de Ortodontia e Odontopediatria é uma entidade cujo objetivo principal é congregar os professores de ambas as áreas, trabalhando pela sistematização e aprimoramento do ensino e da pesquisa, bem como pelo desenvolvimento dessas especialidades.

Ao longo de 45 anos de história, o Grupo Brasileiro de Professores de Ortodontia e Odontopediatria tem acompanhado a evolução da Odontologia brasileira. Em 2014, no período de 30 de julho a 1 de agosto, o Hotel Boulevard, em Londrina/PR, sediará o 45º encontro do Grupo, quando importantes questões, relacionadas ao ensino e à pesquisa das especialidades, serão debatidas.

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45º Encontro do Grupo Brasileiro de Professores de Ortodontia e Odontopediatria


CASO CLÍ NI CO

Síndrome de Crouzon: características clínicas. Relato de casos clínicos Resumo / A Síndrome de Crouzon é uma doença hereditária que surge com o fechamento prematuro das suturas da base do crânio, resultando em um crescimento compensatório na direção em que as suturas permanecem abertas. A síndrome é caracterizada por deformidade craniofacial com redução do comprimento das bases anterior e posterior do crânio, tendo como principais características clínicas a exoftalmia, hipertelorismo e a hipoplasia do terço médio da face. / Objetivo / Relatar os casos clínicos de uma família, onde três de seus membros são portadores da Síndrome de Crouzon, apresentando, assim, as características clínicas e as formas de tratamento. / Relato / No caso 1, a paciente foi submetida à cirurgia de avanço frontofacial convencional; e nos casos 2 e 3, os pacientes foram submetidos ao avanço frontofacial com distração osteogênica. Todos foram operados em idade precoce, necessitando de tratamento ortodôntico e cirúrgico para finalização do caso. / Conclusão / Os tratamentos cirúrgico, ortopédico e ortodôntico são uma combinação perfeita para a correção das deformidades craniofaciais, sendo a distração osteogênica do terço médio da face uma técnica cirúrgica de grande sucesso, que apresenta menor morbidade e excelentes resultados. / Palavras-chave / Craniossinostose. Osteogênese por distração. Cirurgia bucal. Ortodontia.

João Francisco Ximenes Aperfeiçoamento em Ortodontia, SOBRAPAR.

Ana Cristina Schirrmeister Rossi Mestre em Ortodontia, UNICASTELO.

Como citar este artigo: Ximenes JF, Rossi ACS. Síndrome de Crouzon: características clínicas. Relato de casos clínicos. Rev Clín

Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais,

Ortod Dental Press. 2014 abr-maio;13(2):65-79.

de propriedade ou financeiros que representem conflito de interesse nos produtos e companhias descritos nesse artigo.

Enviado em: 20/08/2009 - Revisado e aceito: 20/06/2011 O(s) paciente(s) que aparece(m) no presente artigo Endereço de correspondência: Departamento de Ortodontia da sobrapar.

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faciais e intrabucais, e/ou radiografias.

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Síndrome de Crouzon: características clínicas. Relato de casos clínicos

ortodôntico uma combinação perfeita para a correção das deformidades craniofaciais e oclusais comuns nesses pacientes.

ABSTRACT Crouzon Syndrome: Clinical features. Clinical case reports / Introduction / Crouzon syndrome is a hereditary disease that arises from the premature closure of skull base sutures, which results in a compensatory growth towards the region where the sutures remained open. The syndrome is characterized by craniofacial deformities with reduction in length of the base and back of the skull, with the main clinical characteristics of exophthalmos, hypertelorism and hypoplasia of the middle third of the face. / Objective / The aim of this study is

to report clinical cases of a family in which three of its members are carriers of the Crouzon syndrome, showing the clinical features and treatment options. / Report / In the first case, the patient underwent surgery and conventional fronto-facial advancement, whereas in cases 2 and 3 the patients underwent fronto-facial advancement with distraction osteogenesis. All of them underwent surgery at an early age, and needed surgical orthodontic treatment to have the case finished. / Conclusion / The technique of associating surgical, orthopedic and orthodontic treatments is perfect to correct craniofacial deformities. Moreover, distraction osteogenesis of the middle third of the face proves to be a surgical technique of great success, with lower morbidity and excellent results. / Keywords / Craniosynostosis. Distraction osteogenesis. Oral surgery. Orthodontics.

Referências: 1. Alonso N, Goldenberg DC, Lima DSC, Camara PRP, Matsushita H, Ferreira MC. Distraction osteogenesis of the midface with rigid external distractors: preliminary experience in two cases. Braz J Craniomaxillofac Surg. 2003;6:7-12. 2. Bradley JP, Gabbay JS, Taub PJ, Heller JB, O’Hara CM, Benhaim P, et al. Monobloc advancement by distraction osteogenesis decreases morbidity and relapse. Plast Reconstr Surg. 2006;118(7):1585-97. 3. Carinci F, Avantaggiato A, Curioni C. Crouzon syndrome: cephalometric analysis and evaluation of pathogenesis. Cleft Palate Craniofac J. 1994;31(3):201-9. 4. Cohen MM Jr, Kreiborg S. A clinical study of the craniofacial features in Apert syndrome. Int J Oral Maxillofac Surg. 1996;25(1):45-53. 5. Cohen SR, Rutrick R, Burstein FD. Distraction osteogenesis in the human craniofacial skeleton: a preliminary report. J Craniofac Surg. 1995;6(5):368-74. 6. Crouzon O. Dysostose crânio-faciale hereditarie. Bull Mem Soc Méd Hop. 1912;33:545-55. 7. Dalben GS. Condições bucais de pacientes com craiossinostoses múltiplas sindrômicas e síndrome de Treacher Collins [dissertação]. Bauru (SP): Universidade de São Paulo; 2004. 8. Faber J, Azevedo RB, Báo SN. Aplicação da distração osteogênica na região dentofacial: o estado da arte. Rev Dental Press Ortod Ortop Facial. 2005;10(4):25-33. 9. Fernandes AY, Ducati LG, Silva MV, Abramides DVM, Perosa GB, Palhares A, et al. Síndrome de Crouzon: fatores envolvidos no desenvolvimento neuropsicológico e na qualidade de vida. Arq Neuropsiquiatr. 2007;65(2-B):467-71.

10. Gonzales CH, Chong Ae Kim, Bresolin AMB, Plese JPP. Síndrome de Apert ou acrocefalosindactilia tipo I. Pediatria (São Paulo). 1986;8(2):110-3. 11. Kreiborg S, Cohen MM Jr. Is craniofacial morphology in Apert and Crouzon syndromes the same? Acta Odontol Scand. 1998;56(6):339-41. 12. Kreiborg S, Cohen MM Jr. The oral manifestations of Apert syndrome. J Craniofac Genet Dev Biol. 1992;12(1):41-8. 13. Lima DC, Alonso N, Camara PRP, Goldenberg DC. Avaliação de pontos cefalométricos no alongamento ósseo do terço médio da face em portadores de craniossinostose sindrômica com a utilização de dispositivo externo rígido. Braz J Otorhinolaryngol. 2009;75(3):395-406. 14. Lopes LD. Tratamento das anomalias bucais nas deformidades de Crouzon e Apert. In: Psillakis JM, Zanini SA, Mélega JM, Costa EA, Cruz RL. Cirurgia craniomaxilofacial: osteotomias estéticas da face. Rio de Janeiro: Medsi; 1987. p. 285-94. 15. McCarthy JG, Schreiber J, Karp N, Thorne CH, Grayson BH. Lengthening the human mandible by gradual distraction. Plast Reconstr Surg. 1992;89(1):1-8. 16. O´Donnell D. Dental management problems related to self-image in Crouzon’s syndrome. Aust Dent J. 1985;30(5):355-7. 17. Ortiz-Monasterio F, del Campo AF, Carrillo A. Advancement of the orbits and the midface in one piece, combined with frontal repositioning, for the correction of Crouzon’s deformities. Plast Reconstr Surg. 1978;61(4):507-16. 18. Pilger TW. The craniofacial hereditary syndrome of Crouzon. Int J Orthod. 1974;12:25-9.

©DentalPress Publishing / Rev Clín Ortod Dental Press. 2014 abr-maio;13(2):65-79

19. Psillakis JM. Tratamento cirúrgico da Síndrome de Crouzon. In: Psillakis JM, Zanini SA, Mélega JM, Costa EA, Cruz RL. Cirurgia craniomaxilofacial: osteotomias estéticas da face. Rio de Janeiro: Medsi; 1987. p. 179-95. 20. Raposo-do-Amaral CE, Raposo-do-Amaral CA, Buzzo CL, Guidi MC, Jarrarhy R, Bradley JP, et al. Avanço fronto facial em monobloco com distração osteogênica para tratamento das craniofaciossinostoses: comparação entre 2 distratores. Rev Bras Cir Craniomaxilofac. 2008;11(3):105-10. 21. Rynearson RD. Case report: orthodontic and dentofacial orthopedic considerations in Aperts Syndrome. Angle Orthod. 2000;70(3):247-52. 22. Schudy FF. Treatment of Crouzon’s syndrome and Apert’s syndromes. J Clin Orthod. 1986;20:114-7. 23. Sobreira CR, Feres MFN, Pereira TJ, Silva LCP. Síndromes de Apert e Crouzon: características de interesse odontológico e relato de casos clínicos. Ortod Gaúch. 2006;10(2):110-7. 24. Turvey TA, Long Junior RE, Hall DJ. Multidisciplinary management of Crouzon syndrome. J Am Dent Assoc. 1979;99(2):205-9.

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CASO C LÍ NI CO

Retratamento ortodôntico de um caso com dentição mutilada e periodontalmente comprometida Resumo / Introdução / Atualmente, na Odontologia, vem ocorrendo um aumento no número de pacientes adultos, com dentição mutilada ou periodontalmente comprometida, que estão à procura de tratamento ortodôntico. Uma adequada combinação entre o tratamento periodontal e o ortodôntico permite que uma dentição saudável e com função adequada seja restabelecida. / Objetivo / Apresentar o tratamento, combinando o retratamento ortodôntico e o tratamento periodontal, de uma paciente de 27 anos de idade, com: incisivos superiores e inferiores vestibularizados; ausência do primeiro e do terceiro molares superiores esquerdos, primeiro e terceiro molares inferiores direitos, e primeiro molar inferior esquerdo; presença de mobilidade dentária grau III nos incisivos centrais inferiores, em decorrência de doença periodontal; e perda óssea horizontal moderada e generalizada. / Resultados / A saúde periodontal foi restabelecida por meio de raspagem e alisamento radicular, realizados antes do tratamento ortodôntico. O tratamento ortodôntico ativo com sistema MBT foi finalizado em um período de 18 meses. / Conclusão / Com esse estudo, demonstramos que a combinação do tratamento ortodôntico e do tratamento periodontal, por meio de uma abordagem interdisciplinar, pode melhorar a função mastigatória do paciente, assim como sua estética, oclusão e a condição periodontal. / Palavras-chave / Casos clínicos. Migração. Dentição.

Akram Ansari Professor Assistente, Departamento de Ortodontia, Teerthanker Mahaveer University, Índia.

Nabeel Ahmad Professor Assistente, Departamento de Ortodontia, Teerthanker Mahaveer University, Índia.

Jacob John Professor, Departamento de Ortodontia, KVG Dental College, Índia.

Anil Gera Professor, Departamento de Ortodontia, Teerthanker Mahaveer University, Índia.

Como citar este artigo: Ansari A, Ahmad N, John J, Gera A. Retratamento ortodôntico de um caso com dentição mutilada e

Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais,

periodontalmente comprometida. Rev Clín Ortod Dental Press. 2014 abr-maio;13(2):83-9.

de propriedade ou financeiros que representem conflito de interesse nos produtos e companhias descritos nesse artigo.

Enviado em: 06/09/2013 - Revisado e aceito: 10/12/2013 O(s) paciente(s) que aparece(m) no presente artigo Endereço de correspondência: Akram Ansari

autorizou(aram) previamente a publicação de suas fotografias

Moradabad – Índia – E-mail: drakram2010@yahoo.in

faciais e intrabucais, e/ou radiografias.

©DentalPress Publishing / Rev Clín Ortod Dental Press. 2014 fev-mar;13(2):83-9

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Retratamento ortodôntico de um caso com dentição mutilada e periodontalmente comprometida

A

B

Figura 5: Imagens radiográficas pós-tratamento.

tratamento terapêutico e na restauração da dentição periodontalmente comprometida, visando a manutenção, em longo prazo, dos resultados funcionais e estéticos obtidos.

ABSTRACT Orthodontic re-treatment of a case with mutilated and periodontally compromised dentition / Introduction / The number of adult patients with mutilated and periodontally compromised dentition who seek orthodontic treatment has increased in contemporary dental practice. An adequate treatment approach that combines periodontal and orthodontic procedures allows to re-establish a healthy and well-functioning dentition. / Objective / To report a case of therapy that com-

bines orthodontic retreatment and periodontal treatment of a 27-year-old female patient with proclined maxillary/ mandibular incisors, missing maxillary left first and third molars, mandibular right first and third molars, mandibular left first molar, grade III mobility in mandibular central incisors due to periodontal disease, and generalized moderate horizontal bone loss. / Results / Periodontal health was improved through scaling and root planning before orthodontic treatment. Active orthodontic treatment with MBT mechanotherapy was complete within 18 months. / Conclusion / We demonstrate that a combined interdisciplinary approach of orthodontic-periodontal treatment can improve masticatory function, esthetics, occlusion and periodontal condition. / Keywords / Case reports. Migration. Dentition.

Referências: 1. Proffit W. Special considerations in comprehensive treatment for adults. In: Proffit W, Fields HW, editors. Contemporary Orthodontics. 3rd ed. St. Louis: Mosby; 2000. p. 644-74. 2. McKiernan EX, McKiernan F, Jones ML. Psychological profiles and motives of adults seeking orthodontic treatment. Int J Adult Orthodon Orthognath Surg. 1992;7(3):187-98. 3. Claman L, Alfaro MA, Mercado AM. An interdisciplinary approach for improved esthetic results in the anterior maxilla. J Prosthet Dent. 2003;89(1):1-5. 4. Melsen B, Agerbaek N, Markenstam G. Intrusion of incisors in adult patients with marginal bone loss. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 1989;96(3):232-41.

5. Re S, Corrente RS, Abundo G, Cardaropoli D. Orthodontic treatment in periodontally compromised patients: 12-year report. Int J Periodontics Restorative Dent. 2000;20(1):31-9. 6. Ong MMA, Wang HL. Periodontic and orthodontic treatment in adults. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2002;122(4):420-8. 7. Melsen B, Agerbaek N, Erikson J, Terp S. New attachment through periodontal treatment and orthodontic intrusion. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 1988;94(2):104-16. 8. McLain JB, Proffit WR, Davenport RH. Adjunctive orthodontic therapy in the treatment of juvenile periodontitis: report of a case and review of the literature. Am J Orthod. 1983;83(4):290-8. 9. Eliasson L, Hugoson A, Kurol J, Siwe H. The effects of orthodontic treatment of periodontal tissues in patients with reduced periodontal support. Eur J Orthod. 1982;4(1):1-9.

©DentalPress Publishing / Rev Clín Ortod Dental Press. 2014 abr-maio;13(2):83-9

10. Wagenberg BD. Periodontal preparation of the adult patient prior to orthodontics. Dent Clin North Am. 1988;32(3):457-80. 11. Boyd RL, Leggot PJ, Quinn RS, Eakle WS, Chambers DW. Periodontal implications of orthodontic treatment in adults with reduced or normal periodontal tissues versus those of adolescents. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 1989;96(3):191-8. 12. Boyd RL, Leggott PJ, Quinn RS, Eakle WS, Chambers D. Periodontal implications of orthodontic treatment in adults with reduced or normal periodontal tissues versus those of adolescents. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 1989;96(3):191-8.

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Co n t rov é r si as

O papel do periósteo nos procedimentos ortopédicos como exemplo de sua capacidade reparatória Resumo / Na Ortopedia, o periósteo adquire relevância por estar associado à morfologia óssea, que pode ser modificada pelas demandas funcionais, contribuindo enormemente com o dinamismo oferecido pela remodelação, ou turnover, óssea. Estudar mais profundamente a capacidade adaptativa, reacional e reparatória do periósteo nos permite entender: 1) o comando dos osteócitos na determinação da morfologia óssea, inclusive durante o movimento dentário induzido; 2) a expansão rápida do palato e as mudanças ocorridas na forma da maxila; 3) o deslocamento mandibular por aparelhos ortopédicos funcionais; 4) a etiopatogenia da periostite ossificante, antigamente denominada de osteomielite de Garrè; 5) a “expansão” das corticais durante os crescimentos císticos e tumorais. Nesse trabalho, discorre-se sobre os eventos celulares e teciduais das reações periosteais e suas extrapolações clínicas. / Palavras-chave / Periósteo. Periostite ossificante. Ortopedia dos maxilares. Expansão rápida da maxila. Disjunção palatina. Deslocamento mandibular.

Alberto Consolaro Professor Titular da FOB/USP, e da Pós-graduação da FORP/USP.

Como citar este artigo: Consolaro A. O papel do periósteo nos procedimentos ortopédicos como exemplo de sua capacidade

O autor declara não ter interesses associativos, comerciais, de

reparatória. Rev Clín Ortod Dental Press. 2014 abr-maio;13(2):90-104.

propriedade ou financeiros que representem conflito de interesse nos produtos e companhias descritos nesse artigo.

Enviado em: 27/03/2014 - Revisado e aceito: 28/03/2014 Endereço de correspondência: Alberto Consolaro E-mail: consolaro@uol.com.br

©DentalPress Publishing / Rev Clín Ortod Dental Press. 2014 abr-maio;13(2):90-104

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Consolaro A

2) O quadro clínico e imaginológico caracterizado pela deposição de novas camadas ósseas, por parte do periósteo, na superfície da cortical, quando associado a uma inflamação discreta e duradoura, pode ser chamado de periostite ossificante adaptativa ou reacional, que foi, por muito tempo, equivocadamente chamada de “osteomielite de Garrè”. 3) Entre os estímulos, que podem ser de baixa intensidade e de longa duração, e indutores de uma quadro de periostite ossificante adaptativa ou reacional, podem estar os estímulos indiretos e diretos aplicados no periósteo durante os procedimentos ortopédicos, como a tração/estiramento dos tendões, músculos e de outros tecidos moles, assim como a compressão de determinadas áreas, que, dessa forma, modificam o volume e a forma do osso.

ABSTRACT The role of the periosteum in orthopedic procedures: an example of its reparative ability / Introduction / In Orthopedics, the periosteum is particularly relevant for being associated with bone morphology. The latter may undergo modifications as a result of functional demand and, thus, contribute to the dynamism offered by bone remodeling or turnover. Deep studies on the adaptive, reactive and reparative capacity of the periosteum allows us to understand: 1) the role of osteocytes in determining bone morphology, including during induced tooth movement; 2) rapid maxillary expansion and the changes in the shape of the maxilla; 3) mandibular displacement by the use of functional orthopedic appliances; 4) pathophysiology of ossifying periostitis, known in the past as Garre’s osteomyelitis; 5) “expansion” of the cortex during cystic and tumoral growth. / Objective / This study describes the cellular and tissue events of periosteal reactions and their clinical application. / Keywords / Periosteum. Ossifying periostitis. Maxillary orthopedics. Rapid maxillary expansion. Palatal dysfunction. Mandibular displacement.

Referências: 1. Consolaro A, Martins-Ortiz MF, Ennes JP, Velloso TRG.

5. Hinton RJ, McNamara JA Jr. Temporal bone

9. Voudouris JC, Kuftinec MM. Improved clinical use

O periósteo e a Ortopedia dos maxilares. Rev Dental

adaptations in response to protrusive function in

of Twin-block and Herbst as a result of radiating

Press Ortod Ortop Facial. 2001;6(4):77-89.

juvenile and adult rhesus monkeys (Macaca mulatta).

viscoelastic tissue forces on the condyle and fossa in

Eur J Orthod. 1984;6(3):155-74.

treatment and long term retention: Growth relativity.

2. Consolaro A. Inflamação e reparo. 2ª ed. Dental Press; 2014. No prelo. 3. Consolaro A, Consolaro MFMO. Protocolo semanal

6. Miyawaki S, Forbes DP. The morphologic and biochemical effects of tensile force application to the

Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2000;117(3):247-65. 10. Wagemans PA, van de Velde JP, Kuijpers-

repetitivo de Expansão Rápida da Maxila e constrição

interparietal suture of the Sprague-Dawley rat. Am J

alternadas e técnica da protração maxilar ortopédica

Orthod Dentofacial Orthop. 1987;92(2):123-33.

Orthod Dentofacial Orthop. 1988;94(2):129-41.

7. Rezende MLR. Efeito da desmineralização das

11. Young RW. The influence of cranial contents on

efetiva: por quê? como? Rev Clín Ortod Dental Press. 2007 Dez-2008 Jan;6(6):106-11. 4. Ennes JP. Análise morfológica da sutura palatina mediana em ratos, coelhos, macacos e homens em diferentes fases do desenvolvimento cronológico [tese]. Bauru (SP): Universidade de São Paulo; 2002.

Jagtman AM. Sutures and forces: a review. Am J

superfícies ósseas de contato na consolidação de

postnatal growth of the skull in the rat. Am J Anat.

enxertos autógenos em cobaias [tese]. Bauru (SP):

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Universidade de São Paulo; 2008. 8. Squier CA, Ghoneim S, Kremenak CR. Ultrastructure of the periosteum from membrane bone. J Anat. 1990;171:233-9.

©DentalPress Publishing / Rev Clín Ortod Dental Press. 2014 abr-maio;13(2):90-104

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a b st r acts

Literatura ortodôntica mundial Resumos, em português, de artigos publicados em importantes revistas de Ortodontia de todo o mundo. Informação qualificada e oportuna para a melhoria de sua prática clínica.

Avaliação da tomografia computadorizada de feixe cônico no diagnóstico de pequenos defeitos ósseos simulados no côndilo mandibular Patel A, Tee BC, Fields H, Jones E, Chaudhry J, Sun Z. Evaluation of cone-beam computed tomography in the diagnosis of simulated small osseous defects in the mandibular condyle. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2014 Feb;145(2):143-56. Introdução / Nesse estudo, investigamos o impacto do tamanho do defeito e do tamanho do voxel sobre a precisão da tomografia computadorizada de feixe cônico (TCFC) no diagnóstico de defeitos condilares simulados, analisando, também, o valor de imagens de TCFC ortodôntica, normalmente verificadas em configurações mais baixas (voxel de 0,4mm e campo de visão de tamanho normal) no diagnóstico de defeitos de erosão condilar. / Métodos / Foram criados orifícios cilíndricos simulando defeitos condilares com diâmetros (≤ 2, 2-3 e > 3mm) e profundidades (≤ 2 e > 2mm) variados, em 22 côndilos mandibulares frescos de porco, com número e tamanho de defeitos, por côndilo e quadrante, determinados aleatoriamente. Com os tecidos moles reposicionados, dois exames tomográficos (tamanhos de voxel de 0,4 e 0,2mm) da cabeça dos porcos foram obtidos usando-se um tomógrafo i-CAT (Imaging Science International, Hatfield, EUA). As reconstruções dos dados da TCFC foram analisadas de forma independente, por dois avaliadores calibrados, às cegas, usando o software Dolphin-3D (Dolphin Imaging and Management Solutions, Chatsworth, EUA), para identificação, localização, medição do diâmetro e da profundidade dos defeitos, os quais foram comparados com os diagnósticos físicos obtidos em moldagens em siloxano polivinílico. / Resultados / A identificação e localização dos defeitos simulados demonstrou moderada confiabilidade interexaminadores e excelente especificidade e sensibilidade, exceto para defeitos extremamente pequenos (com diâmetro ou profundidade ≤ 2mm), vistos em

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tomografias com voxel de 0,4mm, as quais tiveram uma sensibilidade significativamente menor (67,3%). As medições geométricas em defeitos simulados demonstraram boa, mas não excelente, confiabilidade interexaminadores, e imprecisão submilimétrica para todos os defeitos. Análises das características operacionais do receptor demonstraram que a precisão do diagnóstico de defeitos condilares simulados com base nas medições geométricas em TCFC foi moderada e boa, respectivamente, para as tomografias com voxel de 0,4 e de 0,2mm. Com a prevalência de defeitos de erosão condilar nos pacientes considerados, os valores preditivos positivos de diagnóstico com base em pontos de corte com tamanho de 0,5mm (diâmetro ou profundidade) foram perto de 15% e 50%, respectivamente, para articulações temporomandibulares assintomáticas e sintomáticas; os valores preditivos negativos estavam perto de 95% e 90%. / Conclusões / Quando se utilizam imagens ortodônticas de TCFC para diagnosticar defeitos ósseos condilares, defeitos extremamente pequenos (< 2mm) podem ser difíceis de se detectar; também é necessário cuidado quanto à precisão diagnóstica de casos positivos, especialmente naqueles de articulações temporomandibulares assintomáticas. Tradução: Fabio Pinto Guedes

Dimensões e variações morfológicas da sela túrcica em pacientes com diabetes tipo 1 Canigur Bavbek N, Dincer M. Dimensions and morphologic variations of sella turcica in type 1 diabetic patients. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2014 Feb;145(2):179-87. Introdução / Algumas doenças crônicas estão associadas a mudanças na morfologia da sela túrcica, e a diabetes tipo 1 é a doença crônica mais comum em crianças e adolescentes. Assim, o objetivo desse estudo foi avaliar o tamanho e a morfologia da sela túrcica em pacientes com diabetes tipo 1, em comparação a um grupo

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Abstracts

controle saudável. / Métodos / O estudo incluiu 76 pacientes diabéticos tipo 1 (38 meninos, 38 meninas, com idade de 14,16 ± 2,46 anos) e 76 controles (38 meninos, 38 meninas, com idade de 14 ± 2,08 anos). Os grupos foram classificados como púberes e pós-púberes, de acordo com a idade óssea. Foram medidos o comprimento, a altura e o diâmetro da sela túrcica. Em seguida, a morfologia da sela túrcica foi analisada e classificada como: normal; parede anterior oblíqua; em ponte; contorno duplo do assoalho; irregularidade na parte posterior do dorso da sela; ou forma piramidal do dorso da sela. Todas as medições foram feitas em traçados de radiografias cefalométricas. As diferenças entre os grupos foram testadas com o teste U de Mann-Whitney. Os dados categóricos foram avaliados com o teste exato de Fisher, e aplicou-se a correção de Bonferroni. O nível de significância designado foi de p < 0,05. / Resultados / Não houve diferença estatisticamente significativa nas dimensões da sela entre os pacientes diabéticos (diâmetro = 12,20 ± 1,49mm; comprimento = 10,49 ± 1,55mm; altura = 8,07 ± 1,25mm) e os controles (diâmetro = 12,45 ± 1,43mm; comprimento = 10,90 ± 1,73mm; altura = 8,29 ± 1,66mm). No  entanto, na avaliação geral, o diâmetro e o comprimento aumentaram com a idade. O comprimento foi maior nos controles pós-púberes (11,39 ± 1,69mm), em comparação aos controles púberes (10,41 ± 1,64mm). O diâmetro foi maior nos pacientes diabéticos pós-púberes (1,283 ± 1,55mm) do que nos pacientes diabéticos púberes (11,56 ± 1,12mm), e foi especificamente maior nos meninos pós-púberes. A morfologia normal da sela foi menos frequente, em geral, nos pacientes diabéticos, especialmente nos meninos diabéticos e meninos púberes diabéticos (p < 0,05). / Conclusões / As medidas relativas à sela foram semelhantes nos indivíduos com diabetes tipo 1 e nos controles, mas os tipos dismorfológicos foram mais comuns em pacientes diabéticos. Tradução: Isabella Simões Holz

Confiabilidade de medidas lineares, de área e de volume das vias aéreas superiores em tomografias computadorizadas de feixe cônico Mattos CT, Cruz CV, da Matta TC, Pereira L de A, Solon-de-Mello P de A, Ruellas AC, Sant’Anna EF. Reliability of upper airway linear, area, and volumetric measurements in cone-beam computed tomography. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2014 Feb;145(2):188-97.

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Introdução / Nosso objetivo foi avaliar a confiabilidade intraexaminador e interexaminadores de medidas lineares, de área e de volume das vias aéreas superiores em tomografias computadorizadas de feixe cônico. / Métodos / Tomografias computadorizadas de feixe cônico de 12 indivíduos foram selecionadas aleatoriamente de um grupo de 132 pacientes ortodônticos. Um estudante de graduação, um ortodontista e um radiologista odontológico realizaram, independentemente, medidas lineares, de área e de volume. Foram realizadas medições lineares anteroposterior e transversal, da área da seção transversal, da área sagital, da área axial mínima e do volume. O coeficiente de correlação intraclasse (ICC) foi utilizado para avaliar a confiabilidade intraexaminador e interexaminadores, e os erros de medição foram avaliados. A concordância foi, posteriormente, avaliada pelo método de Bland-Altman, utilizando-se um limite de concordância de 95%. / Resultados / No geral, os valores do ICC indicaram boa confiabilidade para as medidas avaliadas. Os valores de ICC foram superiores a 0,9 (excelente) para 93% das avaliações intraexaminadores e para 73% das interexaminadores. No entanto, medições transversais da largura e da área da seção transversal, no nível da valécula, apresentaram confiabilidade apenas moderada (ICC mínimo de 0,63), grandes limites de concordância a 95%, e os maiores erros médios de medição (alcançando até 16% e 13% dos valores médios, respectivamente). Medidas lineares anteroposteriores; áreas da seção transversal nos níveis do plano palatino, palato mole e língua; e área e volume sagitais apresentaram medições confiáveis, com ICC mínimo de 0,93 e limites de concordância mais restritos. / Conclusões / Com base nesses resultados, as avaliações das vias aéreas por examinadores com diferentes formações pode fornecer mensuração confiável de medidas lineares anteroposteriores; bem como das áreas da seção transversal nos níveis do plano palatino, palato mole e língua; da área sagital e do volume. As medições não confiáveis foram: largura linear, área de seção transversal no nível da valécula, e área axial mínima. Tradução: Isabella Simões Holz

Efeito antimicrobiano do gel dental com Melaleuca alternifolia em pacientes ortodônticos Santamaria M Jr, Petermann KD, Vedovello SA, Degan V, Lucato A, Franzini CM. Antimicrobial effect of Melaleuca alternifolia dental gel in orthodontic patients. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2014 Feb;145(2):198-202.

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i n st r u ç õ es aos autores

— A Revista Clínica de Ortodontia Dental Press, dirigida à

rão ser incluídas apenas nos campos específicos no site de

classe odontológica, destina-se à publicação de relatos de

submissão de artigos. Assim, essas informações não esta-

casos clínicos e de técnicas, artigos de interesse aos profis-

rão disponíveis para os revisores.

sionais da área, comunicações breves e atualidades.

2. Resumo/Abstract — A Revista Clínica de Ortodontia Dental Press utiliza o Sistema de Gestão de Publicação, um sistema on-line de submissão e avaliação de trabalhos. Para submeter novos trabalhos visite o site: www.dentalpressjournals.com.br

— os resumos estruturados, em português e inglês, de 250 palavras ou menos são os preferidos. — os resumos estruturados devem conter as seções: Introdução, com a proposição do estudo; Métodos, descrevendo como o mesmo foi realizado; Resultados, descrevendo os resultados primários; e Conclusões, relatando o que os auto-

— Outros tipos de correspondência poderão ser enviados para:

res concluíram dos resultados, além das implicações clínicas. — os resumos devem ser acompanhados de 3 a 5 palavras-

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3. Texto

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sões, Referências, e Legendas das figuras. — os textos devem ter o número máximo de 4.000 palavras, incluindo legendas das figuras, resumo, abstract e referências.

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tes. Cada leitor deve determinar se deve agir conforme as informações contidas nesta publicação. A Revista ou as

4. Figuras

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5. Gráficos e traçados cefalométricos Orientações para submissão de manuscritos

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1. Página de título — deve conter título em português e inglês, resumo e abstract,

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palavras-chave e keywords. — não inclua informações relativas aos autores, por exemplo: nomes completos dos autores, títulos acadêmicos, afiliações institucionais e/ou cargos administrativos. Elas deve-

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6. Tabelas — as tabelas devem ser autoexplicativas e devem complementar, e não duplicar o texto.

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Instruções aos autores

— devem ser numeradas com algarismos arábicos, na ordem

— as referências devem ser apresentadas no final do texto

em que são mencionadas no texto.

obedecendo às Normas Vancouver (http://www.nlm.nih.

— forneça um breve título para cada uma. — se uma tabela tiver sido publicada anteriormente, inclua

gov/bsd/uniform_requirements.html). — utilize os exemplos ao lado.

uma nota de rodapé dando crédito à fonte original. — apresente as tabelas como arquivo de texto (Word ou Excel, por exemplo), e não como elemento gráfico (imagem

Artigos com até seis autores

Sterrett JD, Oliver T, Robinson F, Fortson W, Knaak B, Russell CM. Width/length ratios of normal clinical crowns of the

não editável).

maxillary anterior dentition in man. J Clin Periodontol. 1999

7. Comitês de Ética

Mar;26(3):153-7.

— Os artigos devem, se aplicável, fazer referência a pareceres de Comitês de Ética.

Artigos com mais de seis autores De Munck J, Van Landuyt K, Peumans M, Poitevin A, Lam-

8. Declarações exigidas

brechts P, Braem M, et al. A critical review of the durability of

Todos os manuscritos devem ser acompanhados das se-

adhesion to tooth tissue: methods and results. J Dent Res.

guintes declarações, a serem preenchidas no momento da

2005 Feb;84(2):118-32.

submissão do artigo: — Cessão de Direitos Autorais

Capítulo de livro

Transferindo todos os direitos autorais do manuscrito para a

S, Brugnera A. Invisível: restaurações estéticas cerâmicas.

Dental Press International, caso o trabalho seja publicado.

Maringá: Dental Press; 2007. cap. 6, p. 223-301.

— Conflito de Interesse

Kina S. Preparos dentários com finalidade protética. In: Kina

Caso exista qualquer tipo de interesse dos autores para com o objeto de pesquisa do trabalho, esse deve ser explicitado.

— Proteção aos Direitos Humanos e de Animais

Capítulo de livro com editor

Breedlove GK, Schorfheide AM. Adolescent pregnancy. 2nd ed. Wieczorek RR, editor. White Plains (NY): March of Dimes

Caso se aplique, informar o cumprimento das recomenda-

Education Services; 2001.

ções dos organismos internacionais de proteção e da Declaração de Helsinki, acatando os padrões éticos do comitê responsável por experimentação humana/animal. — Consentimento Informado Os pacientes têm direito à privacidade que não deve ser violada sem um consentimento informado.

Dissertação, tese e trabalho de conclusão de curso

Beltrami LER. Braquetes com sulcos retentivos na base, colados clinicamente e removidos em laboratórios por testes de tração, cisalhamento e torção [dissertação]. Bauru (SP): Universidade de São Paulo; 1990.

9. Referências — todos os artigos citados no texto devem constar na lista de referências.

Formato eletrônico Câmara

CALP.

Estética

em

Ortodontia:

Diagramas

— todas as referências listadas devem ser citadas no texto.

de Referências Estéticas Dentárias (DRED) e Faciais

— com o objetivo de facilitar a leitura do texto, as referências

(DREF). Rev Dental Press Ortod Ortop Facial. 2006 no-

serão citadas no texto apenas indicando a sua numeração.

v-dez;11(6):130-56. [Acesso 12 jun 2008]. Disponível em:

— as referências devem ser identificadas no texto por números

www.scielo.br/pdf/dpress/v11n6/a15v11n6.pdf.

arábicos sobrescritos e numeradas na ordem em que são citadas no texto. — as abreviações dos títulos dos periódicos devem ser normalizadas de acordo com as publicações “Index Medicus” e “Index to Dental Literature”. — a exatidão das referências é de responsabilidade dos autores; as mesmas devem conter todos os dados necessários à sua identificação.

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r eg i st r o d e ensai os clí ni cos

Os ensaios clínicos se encontram entre as melhores evidências para tomada de decisões clínicas. Considera-se ensaio clínico todo projeto de pesquisa com pacientes que seja prospectivo, nos quais exista intervenção clínica ou medicamentosa com objetivo de comparação de causa/efeito entre os grupos estudados e que, potencialmente, possa ter interferência sobre a saúde dos envolvidos. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), os ensaios clínicos controlados aleatórios e os ensaios clínicos devem ser notificados e registrados antes de serem iniciados. O registro desses ensaios tem sido proposto com o intuito de identificar todos os ensaios clínicos em execução e seus respectivos resultados, uma vez que nem todos são publicados em revistas científicas; preservar a saúde dos indivíduos que aderem ao estudo como pacientes; bem como impulsionar a comunicação e a cooperação de instituições de pesquisa entre si e com as parcelas da sociedade com interesse em um assunto específico. Adicionalmente, o registro permite reconhecer as lacunas no conhecimento existentes em diferentes áreas, observar tendências no campo dos estudos e identificar os especialistas nos assuntos. Reconhecendo a importância dessas iniciativas e para que as revistas da América Latina e Caribe sigam recomendações e padrões internacionais de qualidade, a BIREME recomendou aos editores de revistas científicas da área da Saúde indexadas na Scientific Library Electronic Online (SciELO) e na LILACS (Literatura Latino-americana e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde) que tornem públicas estas exigências e seu contexto. Assim como na base MEDLINE, foram incluídos campos específicos na LILACS e SciELO para o número de registro de ensaios clínicos dos artigos publicados nas revistas da área da Saúde. Ao mesmo tempo, o International Committee of Medical Journal Editors (ICMJE) sugeriu aos editores de revistas científicas que exijam dos autores o número de registro no momento da submissão de trabalhos. O registro dos ensaios clínicos pode ser feito em um dos Registros de Ensaios Clínicos validados pela OMS e ICMJE, cujos endereços estão disponíveis no site do ICMJE. Para que sejam validados, os Registros de Ensaios Clínicos devem seguir um conjunto de critérios estabelecidos pela OMS.

Portal para divulgação e registro dos ensaios A OMS, com objetivo de fornecer maior visibilidade aos Registros de Ensaios Clínicos validados, lançou o portal WHO Clinical Trial Search Portal (http://www.who.int/ictrp/network/en/index. html), com interface que permite a busca simultânea em diversas bases. A pesquisa, nesse portal, pode ser feita por palavras, pelo título dos ensaios clínicos ou pelo número de identificação. O resultado mostra todos os ensaios existentes, em diferentes fases de execução, com enlaces para a descrição completa no Registro Primário de Ensaios Clínicos correspondente.

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A qualidade da informação disponível nesse portal é garantida pelos produtores dos Registros de Ensaios Clínicos que integram a rede recém-criada pela OMS: WHO Network of Collaborating Clinical Trial Registers. Essa rede permitirá o intercâmbio entre os produtores dos Registros de Ensaios Clínicos para a definição de boas práticas e controles de qualidade. Os sites para que possam ser feitos os registros primários de ensaios clínicos são: www.actr.org.au (Australian Clinical Trials Registry), www.clinicaltrials.gov e http://isrctn.org (International Standard Randomised Controlled Trial Number Register (ISRCTN). Os registros nacionais estão sendo criados e, na medida do possível, os ensaios clínicos registrados nos mesmos serão direcionados para os recomendados pela OMS. A OMS propõe um conjunto mínimo de informações que devem ser registradas sobre cada ensaio, como: número único de identificação, data de registro do ensaio, identidades secundárias, fontes de financiamento e suporte material, principal patrocinador, outros patrocinadores, contato para dúvidas do público, contato para dúvidas científicas, título público do estudo, título científico, países de recrutamento, problemas de saúde estudados, intervenções, critérios de inclusão e exclusão, tipo de estudo, data de recrutamento do primeiro voluntário, tamanho da amostra pretendido, status do recrutamento e medidas de resultados primárias e secundárias. Atualmente, a Rede de Colaboradores está organizada em três categorias: - Registros Primários: cumprem com os requisitos mínimos e contribuem para o Portal; - Registros Parceiros: cumprem com os requisitos mínimos, mas enviam os dados para o Portal, somente através de parceria com um dos Registros Primários; - Registros Potenciais: em processo de validação pela Secretaria do Portal, ainda não contribuem para o Portal.

Posicionamento da Revista Clínica de Ortodontia Dental Press A REVISTA CLÍNICA DE ORTODONTIA DENTAL PRESS apoia as políticas para registro de ensaios clínicos da Organização Mundial da Saúde - OMS (http://www.who.int/ictrp/en/) e do International Committee of Medical Journal Editors – ICMJE (http://www.wame. org/wamestmt.htm#trialreg e http://www.icmje.org/clin_trialup. htm), reconhecendo a importância dessas iniciativas para o registro e divulgação internacional de informação sobre estudos clínicos, em acesso aberto. Sendo assim, seguindo as orientações da BIREME/OPAS/OMS para a indexação de periódicos na LILACS e SciELO, somente serão aceitos para publicação os artigos de pesquisas clínicas que tenham recebido um número de identificação em um dos Registros de Ensaios Clínicos, validados pelos critérios estabelecidos pela OMS e ICMJE, cujos endereços estão disponíveis no site do ICMJE: http://www.icmje.org/faq.pdf. O número de identificação deverá ser registrado ao final do resumo. Consequentemente, recomendamos aos autores que procedam o registro dos ensaios clínicos antes do início de sua execução.

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