Suplemento Educação

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3 de junho de 2011

Geração Z pede evolução educacional s nativos digitais, conhecidos como jo-

O vens da geração Z, trazem à tona a necessidade de uma mudança na política educacional. O alerta é da presidente da Associação das Escolas Particulares do ABC, Oswana Famelli. Segundo a educadora, se não houver investimento em tecnologia, as escolas ficarão ultrapassadas, sem capacidade de acompanhar a evolução da sociedade. Bastante familiarizada com a Internet, compartilhamento de arquivos, telefones móveis e aparelhos eletrônicos em geral, a nova geração é representada por jovens que nasceram a partir de 1995. “Essas pessoas enfrentam com naturalidade as mudanças do mundo, são múltiplas, conseguem fazer várias coisas ao mesmo tempo e estão ligadas a tudo o que acontece”, comenta a professora Lina Nakata, da Esags (Escola Superior de Administração e Gestão) de Santo André.

Com a mudança no perfil de aluno, as escolas precisam capacitar professores, investir em tecnologia, lousa digital, computadores e material didático simultâneo, segundo Oswana. “Se trabalharmos direito, no futuro poderemos ter bons resultados com esses alunos que já nascem com espírito inovador”, destaca.

Laís, 7 anos, acha tudo fácil

Lucas, de 3 anos, dá os primeiros passos

Rápidos Em casa também houve mudança, conta Sidnei dos Santos Lopes, técnico em telefonia e pai de Lucas (com três anos) e Laís (com sete anos). “Eles já opinam sobre o que comer, sobre a programação de tevê e

roupas que vão comprar e usar”, comenta. O que mais surpreende Sidnei é a facilidade que os dois têm com produtos eletrônicos. “Têm coisas que nem precisamos ensinar e quando ensinamos uma vez basta”, diz. Para o pai, as crianças da geração Z terão facilidade no mercado profissional, já que

mente por meio de vídeos e exemplos na Internet. “A aula fica muito mais interativa e os alunos mais interessados e exigentes”, afirma o professor, que criou a revista eletrônica ‘Planeta Sustentável’, na qual os estudantes escrevem textos sobre o meio ambiente a partir de sites indicados em sala.

Era uma vez um giz de lousa... Os cadernos, lápis e lousas serão sempre bons aliados do estudante. No entanto, seu uso é cada vez menos frequente. No Instituto Sagrada Família, em Santo André, sistema de netbooks integrados a lousas digitais envolve os alunos numa aula dinâmica, que vai muito além da tradicional lousa cheia de tarefas. A dificuldade de aprendizagem que algumas crianças possuem em sala de aula ganhou novas soluções. Os mais tímidos agora podem realizar questionamentos com os professores apenas acionando um botão. “Facilitou muito para entrarmos em contato com a professora e as aulas ficaram bem mais interessantes”, afirma Gabriel Lima, 10 anos, aluno da 6ª série do ensino fundamental. O novo sistema é parte do Projeto Inovaeduc, da Rede Católica de Ensino, e

estão inseridas tecnologicamente e têm raciocínio rápido. Mas, além de poder se tornarem pessoas frias, pelo fato de se relacionarem muito via redes sociais e não pessoalmente, os pertencentes à geração Z correm o risco de serem superficiais. “O Twitter exige que você transmita uma ideia com até 140 caracteres, e isso representa essa questão”, segundo Lina. Por outro lado, essa é uma geração insegura,que não brinca na rua e que na maioria dos casos nem conhece o vizinho, considera Oswana.

Integração com mundo virtual está presente na sala de aula

Netbooks são conectados a lousas digitais

adotado pioneiramente pelo Instituto em 2010. De acordo com a diretora, Maria Claudina Moreira, por enquanto a tecnologia chegou em apenas duas salas, mas já trouxe resultados positivos. “A partir de 2012, a ideia é ampliar para todo o ensino fundamental I e II”, afirma. Para o professor de Ciência e Educação Religiosa, Michel Batista, o método possibilitou que uma dúvida na aula seja esclarecida rapida-

Ensino é multimídia A integração com o mundo virtual está cada vez mais presente nas escolas. No Colégio Arbos, também em Santo André, todas as salas do 3° ano do ensino médio são multimídias. Segundo o diretor pedagógico, Paulo André Cia, a meta é ampliar essa estrutura em definitivo para as duas primeiras séries do ensino médio em 2012. “Buscamos aplicar a educação tecnológica com objetivo de preparar os alunos para não serem apenas usuários de ferramentas, mas para serem capazes de criar situações e solucionar problemas”, afirma o diretor. Como auxílio na preparação para vestibulares, a Rede Católica de Educação inaugurou o projeto RCE SAT, que transmite aulas interativas via satélite para todas as escolas da rede.


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