Reportagens factuais

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O INFORMATIVO DO VALE - Terça-feira, 20 de outubro de 2015

fotos Renan Silva

DESESPERO: família

de uma das vítimas chora pelo desfecho trágico

“Estamos pagando com vidas pela falta de segurança na BR-386” Três meninas da Aldeia Caingangue Coqueiro, de Estrela, morreram de forma trágica após serem atingidas, na manhã de ontem, por um rodado que se desprendeu de uma carreta Carolina Chaves da Silva carolsilva@informativo.com.br

Juliana Bencke juliana@informativo.com.br

Renan Silva renan@informativo.com.br

Rodrigo Nascimento rodrigon@informativo.com.br

»»Estrela Um ponto de ônibus à margem da BR-386, um grupo de adolescentes à espera do transporte escolar, um rodado que se desprende do eixo de uma carreta. Poderiam ser elementos aleatórios, mas são todos peças de uma tragédia que se concretizou na manhã de ontem - uma fatalidade que destrói famílias, um acidente que abala uma comunidade. O relógio marcava 6h30min quando quatro meninas saíram da Aldeia

Caingangue Coqueiro, em Estrela, rumo ao ponto de ônibus. Na beira da rodovia, as irmãs Thaís Soares Lemes (11), Chaiane Soares Lemes (15) e Anelise Soares Lemes (13), ao lado da prima Franciele dos Santos Soares (14), repetiam um ritual diário, aguardando o transporte municipal que utilizavam regularmente para ir à Escola Estadual de Ensino Fundamental Pedro Braun, em Linha Glória. No portão de entrada da aldeia, Tiago dos Santos Soares (13) - irmão de Franciele - caminhava para se juntar ao grupo. De longe, testemunhou o desastre. “Só vi a carreta passando e a roda caindo e batendo nelas”, conta. Na sequência, correu para chamar ajuda. Para três das meninas, porém, era tarde demais. O veículo, que trafegava no sentido Porto Alegre/interior, perdeu um rodado de um de seus eixos enquanto passava em frente da aldeia, no km 360 da via. Franciele, Thaís e Chaiane faleceram no local. Elas serão enter-

radas às 9h30min de hoje, no cemitério indígena localizado nas imediações da aldeia. Anelise foi conduzida ao Hospital Estrela e, até o fechamento desta edição, seguia internada em estado gravíssimo. O motorista não parou para prestar socorro, sendo preso apenas horas depois, em Tio Hugo, a 140 quilômetros do local do acidente. Em depoimento, alegou não ter percebido que o rodado tinha escapado. O condutor será indiciado pelos crimes de homicídio culposo, lesão corporal culposa e fuga do local do acidente (leia a entrevista completa na página 3). “Acham que vamos parar de lutar?” A morte das três meninas, moradoras da aldeia indígena de Estrela, é uma tragédia há muito delineada. Para o cacique Carlos Soares, se trata de negligência por parte dos órgãos governamentais. “Só querem saber de duplicar a rodovia. Mas quando pedimos algo que nos dê mais segurança

cinco moradores

ônibus do outro lado da rodovia (veja mais no quadro Tragédia Reprisada). “O certo seria mandarem o ônibus buscar as crianças dentro da aldeia, mas quando a gente vai falar com o prefeito para fazermos nossas reivindicações, ele nunca pode atender. Já foi dito várias vezes sobre o perigo, mas apenas nos enrolam. Acham que vamos parar de lutar?”

aqui, ninguém nos escuta. Só porque moramos no meio do mato, acham que somos bichos, acham que não temos leis”, desabafa. No total, 150 pessoas vivem na aldeia estrelense - 50 delas são crianças. Há um ano e meio, uma tragédia similar já havia abalado a comunidade, quando uma criança de 2 anos também morreu após ser atingida por uma roda de um carro enquanto aguardava um

Sem segurança, sem duplicação Revolta e sofrimento eram sentimentos gerais entre os caingangues na manhã de ontem. Entre olhos marejados e rostos consternados, a comunidade demonstrava sua conturbação enquanto buscava um culpado. Um motorista de caminhão que passava pelo local, logo após o acidente - e parou para ver o que estava acontecendo -, teve seu veículo apedrejado pelos moradores da aldeia indígena, os quais bloquearam a rodovia durante toda a manhã. “Meu pessoal quebrou aquela carreta

» Desde 2012,

da aldeia morreram em acidentes na BR-386.

pensando que tivesse sido ele o culpado. Pedimos desculpas por isso”, acrescenta o cacique. Para o conselheiro-geral dos caciques caingangues de Porto Alegre e do Vale do Taquari, Valdomiro Vergueiro, a comunidade vem sendo exposta ao risco há anos. “Estamos pagando com vidas pela falta de segurança na BR-386. A prefeitura e a Coordenadoria Regional de Educação (CRE) deveriam dar suporte às crianças que precisam estudar, mas não fazem nada para que possam ir à escola em segurança. Alguém tem que pagar pelo erro que fizeram. Temos conversado com o Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte (Dnit) sobre a duplicação e sempre pedimos por mais sinalização ou algo para reduzir a velocidade, mas nunca aconteceu. Agora, ou nos dão mais segurança ou não vai sair duplicação”, avisa. Colaboração Tiago Silva segue >>


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O INFORMATIVO DO VALE - Terça-feira, 20 de outubro de 2015

“Três anjos morreram”, lamenta motorista da carreta Os 35 anos ao volante transportando cargas - de norte a sul do país - foram interrompidos, ontem, pelo acidente que matou três crianças. Na tarde desta segunda, na Delegacia de Polícia de Estrela, o porto-alegrense, motorista do caminhão que perdeu o rodado, o qual viria a atingir as quatro crianças, ainda não acreditava no que havia ocorrido. “Três anjos morreram”, lamenta-se, em meio ao soluço do choro. O copo de água tremia nas mãos do caminhoneiro, alterado como a pressão arterial, que nunca foi alta, mas ontem bateu no teto e exigiu o consumo de medicamentos. Enquanto aguardava sua advogada e a Justiça dos homens cumprir seu rito de praxe, o homem de 53 anos espera por uma absolvição terrena ou divina. Sua culpa? Segundo ele, ter cumprido com seu trabalho, como faz há mais de três décadas. Generoso, mesmo em um momento de desespero, ele tentou acalmar-se e recebeu O Informativo do Vale na antessala do delegado para conversar. O caminhoneiro precisava falar, narrar aquilo que sabia para que o peito parasse de arder. E mesmo que a vida da tribo nunca mais seja a mesma, mesmo que sua vida nunca mais volte ao normal, o trabalhador carecia aliviar o peso maior do que o próprio caminhão que ele guiava carregava, no trágico 19 de outubro de 2015. Confira a entrevista:

O Informativo do Vale - O senhor saber dizer o que aconteceu?

Motorista - Soltou uma roda. Ela deve ter batido em um buraco, pois a rodovia está cheio deles no trajeto por onde eu havia andado. Deve ter quebrado a “aranha” ali. O caminhão estava vazio e ainda era noite. Trocou o horário e ainda era muito escuro quando eu passei por onde estavam as crianças.

O Informativo do Vale - O senhor trabalha há quanto tempo com transporte? Já se envolveu em algum acidente?

Motorista - Eu estou com 53 anos de idade, desde os 18 eu trabalho com transporte de carga. Nunca passei por isso (pausa). Ninguém espera que uma coisa (pausa) dessas aconteça.

O Informativo do Vale - Como o senhor ficou sabendo o que aconteceu?

Motorista - Eu parei em Vila Assis, depois de Fontoura Xavier, perto de Carazinho, meu destino final. Eu fui tomar um café e vi que algo estava errado. Fui conferir o caminhão e vi que estava faltando um rodado. “Onde foram parar essas rodas, Meu Deus?”, perguntei. Os pneus eram novos, tudo novo. Lembrei de ligar para a empresa, ainda não eram 8h, mesmo assim telefonei para o encarregado e disse para ele que tinha perdido o rodado. Ele me perguntou se tinha quebrado o eixo; eu disse que não. Deve ter soltado a polca que segura a roda, a aranha, e caiu tudo fora. Ele me perguntou: “Tu sabes onde essa roda foi parar?”. E eu disse: “Não tenho nem noção”. Eu sai às 5h e já fazia duas horas que eu estava na estrada. O encarregado me perguntou: “Tu estás perto de Tio Hugo?”. “Sim.” “Então (ele continuou), vá até lá e volte à oficina onde foi feita a manutenção”. Depois que eu cheguei à oficina que fui informado que a polícia estava vindo atrás de mim, pois tinha dado um acidente. A Polícia Rodoviária Federal chegou, fez o exame, eu não estava bêbado, não uso drogas. Eu tinha dormido bem à noite, estava em casa descansando desde sábado e eu não fugi. Não estava fugindo de ninguém. Eu parei para tomar um café quando dei a falta dos pneus. Ao saber que três crianças tinham morrido, eu passei mal, foi como tomar uma facada no coração.

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O Informativo do Vale - O senhor havia feito a manutenção do caminhão?

Motorista - Sim. Na sexta-feira, foram trocadas as lonas de freio do “cavalo”, foram trocados parafusos, revisadas várias peças. Sempre quando a gente leva na oficina, manda fazer tudo que precisa. Estou com as notas todas aí ainda, pois como era sexta-feira e eu ainda não acertei as contas com a firma, está tudo aí dentro do caminhão. Estava tudo em dia. Isso deve ter sido um buraco, alguma coisa que fez soltar. Quando o caminhão está vazio, não se sente quando uma roda dessas desprende-se.

O Informativo do Vale - O que senhor transporta nesse caminhão?

Motorista - Aveia em farelo. Ela sai de Carazinho até uns armazéns em Porto Alegre. Eu estava começando a semana, saí para trabalhar às 5h.

O Informativo do Vale Quem contou para o senhor que havia morrido três crianças e outra tinha ficado ferida?

Motorista - Foi a polícia. O policial veio para mim e disse: “Olha, a notícia não é muito boa”. Quando ele disse que eu havia atropelado crianças, caiu meu chão (pausa). Puxou meu tapete (choro).

O Informativo do Vale - O senhor tem filhos?

Motorista - Sim, seis filhos. O mais novo tem 7 anos. Eu não posso nem me lembrar. Olha para esta rodovia, quantas lavouras, quanto lugar para isso acontecer, entrar (a roda) dentro de uma lavoura.

O Informativo do Vale - O senhor conhece esse trajeto da BR-386?

Motorista - Sim, ando por ali toda semana. Na sexta-feira, véspera do feriado de 12 de outubro, eu trafegava a 40, 50 quilômetros por hora, por causa do movimento, por causa da chuva e dos buracos dessa estrada. Só se viam veículos parados no acostamento trocando pneus furados por causa dos buracos e das condições da estrada. Esses buracos abriram-se por causa da chuva. Em alguns pontos, tinha que parar por causa da quantidade de água na pista.

O Informativo do Vale - O senhor pensa em voltar a dirigir caminhão?

Motorista - Eu não sei fazer outra coisa, está tão pertinho de me aposentar (pausa). Faltam dois anos e meio para eu completar o tempo de serviço (pausa).

O Informativo do Vale - O senhor já tinha planos para a aposentadoria?

Motorista - Eu tinha vontade. Eu queria ficar perto dos meus filhos. Eu já saí da estrada, sabe, moço? Eu transportava carga para o Nordeste. Eu pedi na empresa para ficar aqui no Rio Grande do Sul. Os meus filhos, eu só vi nascer. Não acompanhei o crescimento deles, nem dos meus netos.

“Não estava fugindo de ninguém. Eu parei para tomar um café quando dei a falta dos pneus. Ao saber que três crianças tinham morrido, eu passei mal, foi como tomar uma facada no coração.” Motorista da carreta

Radar fotográfico fiscaliza a velocidade no trecho Desde ontem à tarde, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) realiza fiscalização com radar fotográfico no trecho da rodovia onde morreram as meninas da Aldeia Coqueiro. Conforme o inspetor-chefe da 4ª Delegacia da PRF, Adão Vilmar Madril, a medida deve ocorrer enquanto analisa-se a possibilidade de o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (Dnit) instalar um radar fixo no local. A carreta Mercedes-Benz 1935 de três eixos, que vitimou as meninas indígenas, foi recolhida e passará por perícia.

De acordo com o inspetor-chefe da PRF, uma análise visual do tacógrafo apontou que o motorista trafegava entre 80 e cem quilômetros por hora - o permitido, no local, são 60 quilômetros por hora. “Mas só a perícia é que nos dará essa resposta certa”, observa. Apesar de os motivos do acidente ainda não terem sido apurados, Madril acredita que a existência de um radar, assim como a duplicação da rodovia, poderia contribuir para evitar situações como essa. Um mecânico com mais de 40

anos de experiência ouvido pela reportagem explica que, na maioria das vezes, a quebra da “aranha” - uma peça de ferro que segura o cubo da roda - causa a queda dos rodados. “Se a aranha quebrar, não tem como segurar a roda.” De acordo com o mecânico, as condições da aranha são analisadas em avaliação preventiva e, sempre que preciso, ela é trocada. “É uma peça de R$ 3, R$ 4. Se for feita a manutenção correta, não tem como ocorrer um problema”, afirma. segue >>


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Tragédia reprisada “É triste ver isso acontecer de novo. No ano passado, eu perdi minha filhinha exatamente assim”, conta Claudete de Mello (29). Enquanto embala no colo o pequeno Samuel Eduardo Santos de Mello, de apenas um 1 ano e 3 meses, a moradora da aldeia indígena relembra a tragédia que abalou sua família há pouco mais de um ano e meio. Em frente da aldeia, do outro lado da rodovia, Claudete aguardava o ônibus com a filha no colo, a pequena Maria Eduarda dos Santos de Mello (2). Naquele 25 de março de 2014, grávida de cinco meses, Maria Eduarda iria ao médico. O que deveria ser apenas rotina, se transformou em tragédia. Uma roda de um carro se soltou e atingiu mãe e filha. Claudete sobreviveu - assim como o bebê que estava esperando -, mas Maria Eduarda faleceu.

“SEMPRE CHAMAM DE ‘FATALIDADE’”

Segundo um dos membros da comunidade indígena, que não quis ser identificado, um de seus sobrinhos se salvou por pouco do acidente de ontem. Isso porque oito crianças pegam o mesmo ônibus diariamente. Na segunda-feira, apenas cinco utilizaram o transporte - as outras três

Porto Alegre

não iriam à escola porque tinham outras atividades para desenvolver. Entre elas estava seu sobrinho, que ficou em casa cuidando dos irmãos. “Mas as minhas primas morreram. Somos todos uma só família”, relata, ainda aflito. Há poucos anos, uma outra familiar dele também havia falecido à margem da rodovia, cerca de 500 metros distante da aldeia, após ser atropelada. “Mas quando é um índio que morre, sempre chamam de ‘fatalidade’. Sempre é uma ‘fatalidade’ que não vai dar em nada. Até hoje não pegaram o cara que atropelou a minha tia. Mas, agora, queremos justiça, porque já pedimos para o ônibus buscar as crianças dentro da aldeia e se negaram. E se as crianças não vão para a escola, cortam o Bolsa Família dos pobres”, lamenta. O prefeito de Estrela, Carlos Rafael Mallmann, afirmou que nunca recebeu solicitação para que os ônibus adentrassem a área índigena. Já segundo o superintendente do Dnit no RS, Hiratan Pinheiro da Silva, pontos como esse existem ao longo de toda a rodovia e não possuem proteção. “Se alguém faz alguma estrutura, normalmente é a prefeitura.”

Rodado escapou depois que a aranha - peça que segura a roda no eixo quebrou-se.

Do outro lado da rodovia, em frente do local do acidente, uma tragédia parecida havia ocorrido no ano passado.

Todos os dias, adolescentes esperavam o ônibus para a escola em frente da aldeia.

Aldeia Caingangue Coqueiro

Rodado foi parar a mais de cem metros de distância de onde atingiu as crianças.

Lajeado

Soluções para o fato O procurador-geral do Ministério Público Federal (MPF) de Lajeado, Claudio Terre do Amaral, convocou uma reunião em nível de urgência, para a tarde de ontem, na sede do órgão. Pontualmente às 15h, índios da Aldeia Coqueiro, membros do Dnit, da Seduc, da Secretaria Estadual de Direitos Humanos, do Conselho Estadual dos Povos Indígenas, da Fundação Nacional do Índio (Funai), da 3ª CRE e da Prefeitura de Estrela reuniram-se para buscar e agilizar a realização de soluções para o problema na BR.

SINALIZAÇÃO

Em meio às discussões acaloradas foi definido que, a partir de hoje, a PRF e o Dnit irão estudar o reforço da sinalização do local por meio de linhas de estímulo à redução de velocidade e outras sinalizações verticais e horizontais. O superintendente do Dnit, Hiratan Pinheiro da Silva, pro-

TABELIONATO KLEIN

meteu ao MPF que, dentro de 30 dias, o projeto será elaborado e executado no trecho. O período já leva em conta a possibilidade de chuva.

LOMBADA OU PARDAL

Até sexta-feira, o procurador do MPF irá expedir uma recomendação ao Dnit, para instalação de uma lombada eletrônica ou pardal nas proximidades do local. Os equipamentos foram apontados pelo Dnit e PRF como os mais adequados para a redução de velocidade na área. O órgão terá dez dias para acatar o pedido. Tendo em vista que o contrato com a empresa que controla os pardais nas rodovias federais encerra-se no final do ano, Silva acredita que a solicitação não será atendida. Desse modo, Amaral já prevê que o MPF deverá entrar com uma ação judicial a fim de que o equipamento seja ins-

EDITAL DE INTIMAÇÃO

Rua Alberto Torres, 555 – LAJEADO (RS) CP 190 - Fone: 51 3714 1965 ou 3011 1965

Os títulos abaixo relacionados serão protestados no terceiro dia útil que se seguir a esta publicação, se antes não forem pagos: Devedor Anderson Dornelles Soares Anderson Dornelles Soares Andrelise Bernnstein Confeccoes Safira Ltda - ME Cristiano Luis Talamini Daiane Alves de Moura Diego Rafael Botelho Rodrigues Diego Rafael Botelho Rodrigues Eduardo Pedro S Arenhart-ME Elieser Felipe Kern Elton Claudemir Brandt Fatima Maria da Silva Feliciano Eduardo Garbini Forçasul Transp. Ltda - ME Franciele Cristina Machado Franciele Cristina Machado Gianeli Silva Rodrigues Gilceu Rogerio Dornelles HT - Limpeza e Cuidados Ltda - ME Janquiel Borghetti Janquiel Borghetti- ME Jose Luis Cardoso João Emílio Schwartz Jurandir Tatsch de Araujo Michel Gasparotto Schmitz Michel Renner Libermann Rodrigo Ruthner RP Distribuidora Ltda EPP S Reis Transportes Eireli Transportes Isrk Ltda Vagner da Silva Valdecir Henicka W.G Com. de Mat. Construcao Ltda

CNPJ/CPF 922.204.360-04 922.204.360-04 527.632.420-49 15.236.735/0001-96 003.779.540-63 839.257.320-04 20.365.468/0001-97 20.365.468/0001-97 09.414.387/0001-05 030.157.530-45 989.485.040-53 503.606.630-87 003.518.920-79 07.780.565/0001-88 032.491.920-40 032.491.920-40 028.961.280-26 487.380.260-15 20.276.079/0001-95 987.740.420-68 11.351.666/0001-00 005.102.910-31 758.983.490-49 459.530.150-20 570.783.860-00 036.909.290-24 972.696.970-00 19.766.677/0001-63 15.241.387/0001-45 07.808.750/0001-33 015.363.400-65 910.178.400-59 11.252.408/0001-77

Esp NP NP IDM IDM IDM DM IDM IDM IDM IDM IDM IDM IDM DM IDM IDM IDM IDM IDM DM DM IDM IDM IDM CCB IDM IDM IDM IDM IDM IDM IDM IDM

Documento

02 03 001674/15 0028990901 47193615 99693.5/8 1413/3 1413/4 FA05955903 44549-5373 003000/05 2699-04 1-10554/1 7/28 001802/10 002943/07 00334P/08 4873-1 1-10836/1 42963/1 43192/1 639-36 002 1-9970/1 101710000001414-18/36 125111 45014-5373 1771B 1576/3 44760-5373 003 141961 2609

Valor - R$ 200,00 200,00 48,00 858,28 731,78 235,40 970,80 970,80 278,68 441,05 432,00 145,10 106,40 520,00 105,90 273,40 230,00 275,00 284,95 313,00 318,00 99,00 346,19 77,83 951,73 397,36 194,33 904,20 1.240,00 97,90 346,76 151,00 855,00

Vencimento 05/07/2015 05/08/2015 15/09/2015 18/09/2015 21/09/2015 10/04/2015 25/09/2015 02/10/2015 24/09/2015 21/09/2015 15/09/2015 12/08/2015 20/08/2015 23/08/2015 10/09/2015 13/09/2015 11/09/2015 25/09/2015 10/09/2015 14/09/2015 24/09/2015 15/09/2015 30/09/2015 27/06/2015 16/07/2015 10/09/2015 21/09/2015 02/10/2015 28/09/2015 21/09/2015 22/09/2015 15/08/2015 23/09/2015

Apresentante Erhard Dorival Bruch Erhard Dorival Bruch Banco do Brasil S/A Ag 139-2 Banrisul SA Ag 270 Banrisul SA Ag 270 Lojas Becker Ltda - Lj 39 Banco Itau SA Ag 1462 Banco Itau SA Ag 1462 Banrisul SA Ag 270 Banrisul SA Ag 270 Banco do Brasil S/A Ag 139-2 Banco Cooperativo Sicredi S/A Banco Cooperativo Sicredi S/A Charrua Diesel Com e T de Comb Ltda Banco do Brasil S/A Ag 139-2 Banco do Brasil S/A Ag 139-2 Banco do Brasil S/A Ag 139-2 Banco Itau SA Ag 1462 Banco Cooperativo Sicredi S/A Arco Gas Com Transp de Comb. Ltda Arco Gas Com Transp de Comb. Ltda Caixa Econ Federal Ag0489-8 Banco Cooperativo Sicredi S/A Banco Cooperativo Sicredi S/A Omni S/A Cfi Banrisul SA Ag 270 Banrisul SA Ag 270 Banco Bradesco S/A Ag 563 Banco Itau SA Ag 1462 Banrisul SA Ag 270 Banco Cooperativo Sicredi S/A Banrisul SA Ag 270 Banco Bradesco S/A Ag 563

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Protocolo 1159887-5 1159888-3 1159070-0 1159782-8 1160082-9 1159889-1 1160634-7 1161443-9 1161013-1 1160095-0 1159732-1 1156712-0 1160495-6 1156915-8 1158973-6 1159348-2 1158986-8 1160622-3 1161470-6 1160863-3 1160862-5 1159450-0 1161293-2 1154586-0 1161573-7 1158877-2 1160156-6 1161423-4 1161150-2 1160596-0 1160474-3 1154547-0 1161103-0

Não tendo sido encontrados os devedores, ou tendo eles recusado o recebimento da intimação, ficam intimados do apontamento dos títulos e de seus protestos, após três dias úteis. Lajeado (RS) 20 de Outubro de 2015 - Wilson Klein – Tabelião

talado, ao menos como prevenção paliativa. Isto porque, a partir de 2017, a rodovia passará a ser de responsabilidade da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), que concederá o trecho à empresa que vencer o processo licitatório. A instalação de uma lombada já havia sido prevista pelo Plano Básico Ambiental (PBA) da BR-386, porém, isso somente deveria ocorrer após o encerramento da duplicação. O inspetor-chefe da 4ª Polícia Rodoviária Federal (PRF), Adão Vilmar Madril, considera que, se instalado, o equipamento evitará que esse tipo de situação ocorra novamente. “As pessoas veem e reduzem, acredito que até 95%. Com a duplicação ficará ainda melhor”, ressalta. Há 17 anos, a velocidade máxima permitida no local é de 60 km/h. Após a conclusão da obra, deverão ser 20 km/h a menos, conforme o PBA da duplicação. SEGUE >>


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O INFORMATIVO DO VALE - Terça-feira, 20 de outubro de 2015

Escola da aldeia será concluída até 2016 Além das quatro meninas atropeladas pelo rodado da carreta na manhã de ontem, outras quatro crianças e adolescentes da Aldeia Coqueiro esperam o ônibus, no local, de segunda a sexta-feira, para se deslocar até a Escola Estadual de Ensino Fundamental Pedro Braun. Apenas outros dois alunos estudam na instituição. Conforme o coordenador da 3ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE), Nelson Paulo Backes, a escola foi mantida aberta, mesmo com poucos alunos, justamente para atender os indígenas, enquanto se aguarda o término do prédio que vai abrigar a instituição de ensino na própria aldeia. As 29 casas e o centro cultural da comunidade cainguangue foram entregues em julho. A previsão é de que o colégio seja concluído até janeiro de 2016. Enquanto isso, o transporte escolar dos estudantes até a Pedro Braun é disponibilizado pelo município. Apesar de o cacique Carlos Soares afirmar que já foram feitas reivindicações para o ônibus entrar na aldeia, Prefeitura de Estrela e 3ª CRE disseram não ter recebido os pedidos. Em nota oficial, a Prefeitura de Estrela afirmou estar consternada com o trágico acidente

Frederico Sehn

e se solidariza com as famílias das vítimas. “Em relação ao transporte das crianças, o mesmo segue o padrão de todo o transporte escolar feito no município, onde o ônibus da Secretaria de Educação obedece a um roteiro estabelecido há mais de dez anos, passando pelas principais vias e recolhendo seus pequenos passageiros nas paradas de ônibus existentes. É responsabilidade dos pais fazerem o acompanhamento e embarque dos seus filhos com segurança no transporte, ficando sob a tutela do município do embarque à ida para escola até sua volta e desembarque. Mais uma vez o governo de Estrela ressalta a importância da completa duplicação da BR-386, rodovia que tantas pessoas já vitimou”, informou.

ALTERNATIVAS:

representantes de diversos órgãos se reuniram, na tarde de ontem, em busca de medidas

Comprometimento

Porém, em reunião na tarde de ontem, com membros do Ministério Público Federal, Dnit, PRF, Prefeitura de Estrela, índios e Secretaria Estadual de Educação (Seduc), foi definido que, a princípio, a partir de segunda-feira, os alunos indígenas serão buscados na aldeia e levados à escola por um carro da Administração Municipal. Até esta sexta-feira, representantes da 3ª

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CRE e da Seduc se comprometeram a dar um retorno quanto à possibilidade de transferência das aulas da Escola Pedro Braun para o centro cultural da aldeia, onde as crianças indígenas que frequentam até o 5º ano do Ensino Fundamental já estudam - os outros dois alunos da Pedro Braun serão transferidos para outras instituições. O material utilizado será o

da instituição estadual e de outros educandários. Caso seja necessário, a Planus Arquitetura e Construção - contratada para construir a aldeia - antecipará a cedência dos materiais previstos no contrato. O objetivo é que, no próximo ano letivo, os demais estudantes que frequentam do 6º ao 9º ano, já possam ter aulas na aldeia.

“Essa perda é uma perda para todos” A comunidade indígena da Aldeia Coqueiro, em Linha Glória, em Estrela, é uma das oito de caingangues em áreas urbanas no Rio Grande do Sul. Além dela, são outras duas no Vale do Taquari, três em Porto Alegre, uma em São Leopoldo e outra em Farroupilha. Conforme o professor do curso de História e do Programa de Pós-Graduação em Ambiente e Desenvolvimento da Univates, Luís Fernando da Silva Laroque, por uma questão cultural, os caingangues fixam residência no território onde estão enterrados seus antepassados. Com a expansão das cidades, esses espaços passaram a integrar as cidades. “Os caingangues de Linha Glória estão no local

desde meados da década de 1960. Antes, estavam na região de Santa Cruz do Sul”, afirma. De acordo com o docente, um dos aspectos marcantes da cultura caingangue é a relação coletiva. Por isso, a morte das meninas deve gerar grande impacto na comunidade. “Além do parentesco sanguíneo, há um parentesco cultural que às vezes tem um impacto mais intenso. A relação de parentesco deles é diferente da nossa. Lá, todos são pais e mães. Essa perda é uma perda para todos.” Laroque integra o projeto de extensão História e Cultura Caingangue em Territórios da Bacia Hidrográfica do Taquari-Antas, desenvolvido desde 2009, na Aldeia Coqueiro. Conforme

“A história do Vale do Taquari, por exemplo, é sempre contada a partir da chegada dos colonizadores. Só que, antes dos açorianos, alemães e italianos, esse espaço era ocupado por população indígena.” Luís Fernando da Silva Laroque, professor da Univates

o professor, a iniciativa do centro universitário tem o objetivo de estudar a história e os traços culturais das comunidades caingangues como sujeitos históricos e protagonistas. Para ele, a informação é a principal ferramenta para acabar com a ideia estigmatizada do indígena “atrasado, que não quer trabalhar” e entender que eles possuem cultura e valores diferentes dos da sociedade capitalista. “Eles agem de determinadas formas que estão ligadas à cultura deles. Podemos não concordar, mas precisamos saber lidar com o diferente e respeitá-los”, evidencia. Segundo Laroque, os indígenas vivem um processo de invisibilidade social. “É como se, ao torná-los invi-

MUNICÍPIO DE BOQUEIRÃO DO LEÃO AVISO DE LICITAÇÃO PREGÃO PRESENCIAL N.º 018.07/2015

O Município de Boqueirão do Leão, torna público, para o conhecimento dos interessados, de acordo com a Lei 8.666/93, que às 10 horas, do dia 30 de Outubro de 2015, junto à Sede da Prefeitura Municipal, na Rua Sinimbu, n° 644, serão recebidos e abertos os envelopes relativos à Licitação, na modalidade PREGÃO PRESENCIAL n.º 018.07/2015, que tem por Objeto á contratação de empresa para prestação de serviços: 1 Médico Clinico Geral 40 Horas Semanais . Informações junto à Prefeitura Municipal de Boqueirão do Leão, na Rua Sinimbu, 644, fone (51) 3789 1122, no horário das 07h às 13h, ou pelo site www.cidadecompras.com.br. Boqueirão do Leão, 19 de Outubro de 2015. LUIZ AUGUSTO SCHMIDT - Prefeito Municipal

síveis, não fosse preciso se preocupar com eles. A história do Vale do Taquari, por exemplo, é sempre contada a partir da chegada dos colonizadores. Só que, antes dos açorianos, alemães e italianos, esse espaço era ocupado por população indígena - esses são dados comprovados. Eles têm direito tanto quanto nós de estarem nesse espaço”, ressalta.

CONTEÚDO MULTIMÍDIA

No site do jornal O Informativo do Vale, veja galeria de fotos do local do acidente. Acesse: www.informativo. com.br






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