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Vale do Taquari. Sábado e domingo, 14 e 15 de fevereiro de 2015 O INFORMATI

VO DO VALE -

Sexta-feira, 13

de fevereiro de

FUNDADO EM 8 DE MAIO DE 1970 POR OSWALDO CARLOS VAN LEEUWEN

2015

>> TEMA DO DIA fotos Carolina

nciaNesta edição

Sábado e domingo, 14 e 15 de fevereiro de 2015

TELEVISÃO | CINEMA | TEATRO | INTERNET | ROTEIROS CULTURAIS

>> Sophia Abrahão recorre à malhação Pág. 2

>> Confira as previsões dos astros para o fim de semana Pág. 3

Você quer casar comigo?

Na manhã de sexta, o corretor ligou para a namorada e pediu a ela que comprasse o jornal, afim de conferir um anúncio que ele dizia ter feito.” Folhei as páginas diversas vezes e não achei o anúncio da imobiliária, quando vi nossa foto estampada comecei a chorar”, menciona Vanessa. Impressa na terceira página do jornal, a foto do casal acompanhava a frase “Amor não consiste em olhar um para o outro, mas sim em olhar juntos

imediata. “Não tinha como recusar um pedido desse. Depois da homenagem, eu só conseguia dizer sim, queria casar hoje mesmo. Foi a surpresa mais linda da minha vida, a maior prova de amor que ele poderia ter feito”, ressalta. A intenção do noivo em escolher o jornal seria pela visibilidade, além da noiva, amigos e familiares também veriam a surpresa. Durante a sexta-feira, Vanessa recebeu inúmeras ligações na escola

teve até aluna que recortou a foto para me mostrar”, menciona a monitora. A surpresa era aguardada pela noiva, já que Diego havia prometido um pedido especial, após marcarem a data de casamento. “Ele sempre faz surpresas para me deixar feliz, mas jamais imaginei que publicaria algo no jornal, fiquei muito emocionada”, desabafa. O romance, que iniciou há quatro anos, nas aulas da autoescola onde Diego

>> Repórteres dão dicas de música para o feriado de Carnaval Pág. 4 Arquivo pessoal

esse período, percorremos a natureza, um diferentes trilhas. sentimenaté o Glaciar Frey, Fomos to de reverência”, dispara Francês e Mirador Vale do Carolina. Britânico Um lugar mantendo a mesma base. te completo, culturalmenNo final, já com onde jovens, outro lo- atletas cal de saída, se misturavam fizemos um com idosos e trekking de dois dias até é uma famílias. “O parque a base das torres, referência mundial. montes Encontram que originaram os gente de dio nome do versas parque”, detalhou partes do mundo Carolina. veem que Conhecido como em Torres del Paine parque um desafio pessoal mais ético do mundo, Tora ser conquistado. res del Paine proporcion Muitos idoaos nossos aventurei ou sos, que trilhavam o percurros so dando uma impressão um passo por vez, única de sem modo de vida. pressa, no seu tempo. “A aprende observandgente Em Pudeto, onde pegamos para o os o catamarã, o restante do grupo.”, outros, o tempo encontram todo. No um inicial é percorrer mercado, em casal de canadenseos lembra Xande. parte da Puerto s quilometragem les, (cidade portal Nata- com uma criança da primeira de aprodo viagem até Torres PRÓXIMA EXPEDIÇÃ notei vários trekkers TDP) ximadamente cinco del meses. O euro- E nós e realizar o percurso Paine Ainda sem data peus e comecei reclamando dos de 120 confir- quilômetro a segui-los nos- mada, sos empecilho nas gôndulas a segunda edição s da trilha ‘O’ do s. Resumine observar o do parque. Rica América do, o casal virou que eles pegavam. “Não desistimo deve referência tecer, e em breve. acon- de completar o circuito s pão, ‘leva salame Atum, A ideia Torres de del Paine. Serão presunto estraga’, porque oito coisas que só estando lá e passando por essa experiência Serviço você consegue enxergar. “Com tênis e mochila  Um aprendiza você tem que do São suas duas se preocupar muito. estruturas. Se conhecendo seus diário, não tem uma acertos e e uma bota resistente, mochila boa erros. O que posso isso pode custar ressalta Carolina. o passeio”, que todo esforço, dizer, é Além disso, bastão dor e moroupas contra de caminhada, o frio e uma barraca mentos de receio apta para encarar baixas temperatura valem a pena. O contato as s do local tornam-se comé aimpresso sempre bom se essenciais. “É naDECLARAÇÃO: pedido casamento no jornal precaver com turezade é incrível. remédios e muito O parque é drapo”, completa. esparabelíssimo que não se traduz Em Rica América em fotografia o custo aproximado s, se sente. ficou em R$ 4 por participante mil. “Esse e Existe um respeito valor a mesma direção” a você onde trabalha. “Os pais dos Bárbara Corrêa tivo dolatente Vale para estampar paramento, conta tudo: abastecidiárias, refeições, em todas entradas barbara@informativo.com.br asapessoas pergunta “Você quer casar alunos ligavam perguntando consumos” em parques quee emocionar a pergunta, , afirma Xande. e outros estão nas trilhas para futura esposa. comigo?”. A resposta foi se eu já havia lido o jornal, com

Quem leu o Jornal O Informativo do Vale de ontem, foi surpreendido por um pedido inusitado. A surpresa aconteceu principalmente para a monitora infantil Vanessa Andrades (29), que namora o corretor de imóveis Diego Thomas Horn (28) há quatro anos. Com a data do casamento marcada para outubro deste ano, o pedido oficial de casamento ainda não havia chegado. Foi então que Diego escolheu as páginas do jornal O Informa-

Ano XLV. Nº 10.664 R$ 2,75

Pedido : inusitado invade as páginas do Jornal O Informativo e surpreende a dias andando de acampamento em acampam noiva com todo o material. ento NAS ALTURAS

Torres del Paine foi o ponto alto da expedição

Veja no site informativo.com.br o vídeo de uma avalanche capturada pelo grupo em Torres del Paine

Depois dessa primeira experiência, pegamos o jeito. Levamos muito supérfluo, erros que não se repetirão” , comentou Schmidt.

atuava como instrutor, logo resultou em namoro. “Entendo que nosso relacionamento era para acontecer, tantos instrutores em Lajeado e ela foi cruzar o meu caminho”, ressalta Diego. O próximo presente surpresa deve chegar na semana que vem: as alianças de noivado. “Nós escolhemos um modelo de aliança, mas ele já me avi-

sou que vai me surpreender novamente, estou ansiosa”, afirma Vanessa. Para Diego, a casa onde moram e a festa de casamento somam-se à felicidade do casal. “Faz dois anos que compramos nossa casa e estamos muitos felizes. Posterior a isso é só começar a planejar os herdeiros”, ressalta ele.

Leipnitz/arquivo

3 pessoal

Abre-alas para o Carnaval 2015

>> Desfiles da região devem apresentar o

nalmente realiza a festa de Momo, a progratrabalho feito ao longo do ano pelas escolas mação começa hoje. Em Lajeado, será no de samba. Em Taquari, cidade que tradicio- sábado que vem. Páginas 8 e 9 divulgação

>> TEMA DO DIA

Pesquisa abaixo de 0°C

Página 27

Família cria ovelhas no Moinhos D’Água Página 19

Univates aguarda ofício da União sobre Fies

camara.com

Página 15

>> Após travessia de 12 dias pelo interior da sil. Equipe contou com a participação do Antártida, grupo de pesquisadores do Cen- estrelense Luciano Marquetto, e percorreu tro Polar e Climático da Ufrgs voltou ao Bra- 1,4 mil quilômetros. Páginas 2 e 3

Página 28

ANTÁRTIDA: acampamento base da Geleira Union foi o ponto de partida e de chegada da viagem

Detentos jogam campeonato de futsal >> Terminou, ontem, o 1º Torneio Interno de Futsal da Pastoral Carcerária. Página 26

Depois do tropeço, Lajeadense está atrás da recuperação

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Fiscalização ampliada nas vias durante o feriadão


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>> TEMA DO DIA

O INFORMATIVO DO VALE - Sábado e domingo, 14 e 15 de fevereiro de 2015

Após travessia inédita, grupo retorna ao Brasil Pesquisadores do Centro Polar e Climático da Ufrgs concluíram a coleta de amostras duas semanas antes do programado fotos divulgação

Renan Silva

» Vale do Taquari

No dia 11 de dezembro, o jornal O Informativo do Vale contou a história de Luciano Marquetto e de Daiane Flora Hammes, ambos pesquisadores que haviam visitado o continente gelado em 2010. Durante a entrevista, Marquetto falou um pouco sobre sua experiência, a oportunidade de visitar novamente a Antártida ao lado do maior estudioso da área no país e suas expectativas em relação à travessia.

Dias 5 e 6 de janeiro

Nos dois primeiros dias de travessia, o grupo percorreu 520 quilômetros entre a Geleira Union, lugar que abriga a base da Antarctic Logistics and Expeditions, e o Criosfera 1. O trajeto foi feito por um caminho já conhecido do continente, usado por aventureiros e esquiadores que viajam ao local. O grupo chegou ao módulo no final do dia 6, e acampou ao seu lado. No mesmo dia, ainda prepararam os equipamentos para o primeiro trabalho de campo da viagem: a perfuração de um testemunho de gelo de 11 metros, usado para dar continuidade aos estudos iniciados, naquele local, no verão de 2011/2012.

Dias 10 e 11 de janeiro

renan@informativo.com.br

Doze dias. Esse foi o tempo que a equipe de pesquisadores do Centro Polar e Climático (CPC) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) demorou para concluir a travessia de 1,4 mil quilômetros pelo interior da Antártida - foi a primeira expedição totalmente brasileira (da formação do grupo ao pagamento dos custos) a percorrer um trajeto do gênero. Mas as conquistas dos pesquisadores vão além: a equipe percorreu um trecho nunca antes visitado por solo por outros seres humanos. A travessia foi liderada pelo professor e doutor em Glaciologia Jefferson Simões, primeiro especialista da área no país e reconhecido internacionalmente por seus estudos. Também participaram do grupo Ronaldo Torma Bernardo, químico e técnico do Centro Polar e Climático (CPC); Filipe Gaudie Ley Lindau, engenheiro químico e mestre em Química Glacial; e o estrelense Luciano Marquetto, morador de Lajeado e doutorando em Geociências.

Diário de Bordo

EXPEDIÇÃO: Luciano Marquetto (abaixado, à esquerda) fez parte do grupo que realizou a travessia pelo interior da Antártida A EXPEDIÇÃO Os pesquisadores saíram de Porto Alegre no dia 27 de dezembro de 2014, rumo a Punta Arenas, no Chile. De lá, rumaram para a Ilha Rei George, base brasileira avançada na costa da Antártida. O grupo pousou no dia 3 de janeiro de 2015 na Geleira Union, no acampamento base da Antarctic Logistics and Expeditions (ALE), empresa especializada em logística no continente. No dia 5, partiram para a travessia. O fim da expedição na Antártida estava previsto para o dia 31. Porém, com as condições climáticas favoráveis, o grupo conseguiu retornar ao acampamento-base no dia 16, duas semanas antes do previsto. Durante a expedição, o grupo coletou 107 metros de testemunhos de gelo, que foram despachados do Chile para os Estados Unidos. Além da qualidade dos laboratórios norte-americanos, o fator determinante para que as amostras fossem para outro país é a burocracia. “É mais fácil despachar direto para lá do que tentar trazer para o Brasil. Já houve casos de amostras serem totalmente perdidas porque a alfândega exigiu que fossem abertas. Aqui, não há exceção nem para a ciência”, explica Marquetto. PESQUISA EM ANDAMENTO Com as amostras coletadas nesta expedição, será analisada a precipitação de neve dos últimos 50 anos. De acordo com Simões, isso permitirá obser-

var uma série de mudanças ambientais que ocorreram ao longo do tempo. “Queremos nos envolver em grandes projetos de pesquisa dentro do continente. Todas essas pesquisas nos permitem um grande avanço nas áreas do conhecimento, na parte de glaciologia, química da atmosfera, entre tantas outras. Tudo isso vai abrir um universo para nós. Já temos o Criosfera 1 instalado no continente, e, no próximo verão, deveremos instalar o Criosfera 2. Nesta viagem, conhecemos o trajeto que deverá ser percorrido para sua instalação”, explica. O envolvimento em grandes projetos, citado pelo glaciologista, poderá ser possível também devido a outra conquista: em geral, as grandes travessias, custam de U$S 3 milhões a U$S 4 milhões; a viagem brasileira custou cerca de U$S 300 mil. Com essa economia, as expedições nacionais ao continente gelado tornam-se viáveis, e o programa antártico brasileiro inicia nova fase. “É um amadurecimento do trabalho realizado no continente, que nos permitirá ter um conhecimento mais amplo sobre o local”, acrescenta. A partir do retorno ao Brasil e envio das amostras para o laboratório, o grupo terá ainda de 2 a 3 anos de trabalho analisando os testemunhos. A previsão é de que, até o fim de 2015, parte do grupo vá aos Estados Unidos para iniciar este trabalho - e é possível que Marquetto esteja entre eles.

Na manhã do dia 10, o grupo manteve-se com a perfuração, atingindo 18 metros de profundidade, o que deve representar entre 36 e 40 anos de precipitação. A partir do meio-dia, voltaram à travessia, rumo a um percurso de 200 quilômetros sobre o manto de gelo. O novo acampamento foi atingido às 2h30min, e localizase a uma altitude de 2.130 metros, com temperatura de -22°C e sem vento. No dia 11, a equipe deu continuidade ao trabalho, dentro de uma trincheira, perfurando um poço para coleta de amostras. O trabalho foi interrompido apenas pelas refeições.

“Queremos nos envolver em grandes projetos de pesquisa dentro do continente. Todas essas pesquisas nos permitem um grande avanço.” Jefferson Simões, doutor em Glaciologia


>> TEMA DO DIA

O INFORMATIVO DO VALE - Sábado e domingo, 14 e 15 de fevereiro de 2015

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Este infográfico foi produzido com base nos relatos do professor Jefferson Simões, que contou o dia a dia da missão no site do Centro Polar e Climático (www.ufrgs.br/centropolar)

Dia 7 de janeiro

Com condições meteorológicas favoráveis (temperatura entre -11°C e -15°C e vento com velocidade inferior a 40 km/h), a equipe pode prosseguir com o trabalho rapidamente. Foi escavada uma trincheira de dois metros para proteger os pesquisadores do desgaste do vento durante o trabalho de coleta. A partir deste primeiro testemunho, foram coletadas amostras de neve superficial a cada 10 quilômetros, para estudar a variação da concentração de elementos químicos e isótopos de oxigênio e hidrogênio. Às 23h, o grupo iniciou sua travessia.

Dia 08 de janeiro

A equipe ingressou em uma rota em que ainda não havia registro da presença humana. Devido à grande quantidade de dunas de neve endurecida (chamadas de sastruguis perpendiculares), os primeiros 80 quilômetros de percurso foram feitos a uma velocidade média de 10 km/h. Após esse trajeto inicial, a superfície voltou a ser coberta pela neve fofa, garantindo mais estabilidade aos carros. Após os primeiros 100 quilômetros, a equipe realizou uma perfuração de cinco metros e aproveitou a pausa para um lanche, um piquenique a -15°C. Os primeiros 200 quilômetros de travessia foram completados às 23h30min.

Dia 12 de janeiro

A equipe completou a última parte da investigação no acampamento do Monte Johns. Como nova missão, a -22°C, deslocaram-se por 100 quilômetros na bacia de drenagem da geleira da ilha Pine, fazendo amostragens de neve superficial e recuperando um testemunho de gelo de cinco metros, para determinar a variação da acumulação de neve nos últimos anos. Devido às condições favoráveis do solo, os veículos percorreram até 50km/h. Com isso, chegaram de volta ao Monte Johns às 15h30min, desmontaram o acampamento e finalizaram a travessia, dirigindo em direção à base na Geleira Union. A saída ocorreu às 18h50min.

O Criosfera 1 é o módulo científico latino-americano localizado mais ao sul do planeta. Dedicado principalmente à pesquisa atmosférica, o local é totalmente sustentável, utilizando apenas energia eólica e solar. O módulo é uma iniciativa da comunidade científica brasileira, liderada pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) e pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

Após 720 quilômetros percorridos, a equipe passou a noite no local e tentou manter uma rotina fixa de trabalho: acordar às 8h, ter um café reforçado e ir para o trabalho. Começaram cavando uma trincheira, que serve de abrigo para a perfuração. A missão do dia foi perfurar o primeiro poço de 20 metros e recuperar um testemunho de gelo, que deve cobrir entre 40 e 50 anos naquele local.

Dias 13 e 14 de janeiro

Com a coleta de mais um testemunho de gelo de 20 metros, a travessia prossegue rumo ao Monte Johns, local em que deve ser instalado o módulo Criosfera 2 no próximo verão. O percurso iniciou-se às 15h, em direção ao próximo ponto de sondagem, a 180 quilômetros do último acampamento. Em meio ao manto de neve, a única visão é de uma imensidão branca que se perde no horizonte. Trata-se de uma superfície plana, um deserto polar, sem ponto de referência. Às 23h, a uma temperatura de -22ºC, a equipe chegou ao Monte Johns (na verdade, um acampamento localizado a 60 quilômetros do local), onde passariam quatro noites obtendo testemunhos de gelo.

Dia 15 de janeiro

Dia 09 de janeiro

As principais tarefas previstas para os quatro dias em Monte Johns são a amostragem de uma trincheira da neve em condições ultralimpas e a perfuração de dois testemunhos de 20 metros. No primeiro dia, quase sem vento e com temperatura de -19°C, foi cavada uma trincheira de três metros quadrados, com dois metros de profundidade, usada para amostragem de neve superficial e para a proteção dos pesquisadores contra o vento.

Dia 16 de janeiro

Do Monte Johns ao acampamento base na Geleira Union, em linha reta, a distância é de aproximadamente 300 quilômetros. Porém, o grupo precisou atravessar as montanhas Ellsworth e um campo de fendas, além de descer de 2.120 metros para 720 metros, realizando, a cada dez quilômetros, amostragens de neve superficial. Dirigindo por toda a madrugada, a equipe avançou com mvelocidades de 50 km/h até 70 km/h em alguns trechos. Às 6h, chegaram ao início do passagem Hewett, que dá acesso à cadeia Heritage das montanhas Ellsworth. Aproveitaram para descansar enquanto esperavam a chegada de dois guias da ALE que já conheciam o local. Devido às fendas, os primeiros dois quilômetros só puderam ser atravessados seguindo um corredor com cerca de oito metros de largura e que já está demarcado. Os guias chegaram de motos de neve às 11h, e o grupo seguiu entre as montanhas por 80 quilômetros. A chegada ao acampamento base na Geleira Union ocorreu às 15h30min.

Os veículos utilizados na missão são dois Toyota Hilux modificados para o ambiente polar. Com três eixos e tração nas seis rodas, que medem 6,3 metros de comprimento por 2,3 metros de largura. Cada um tem capacidade para até 2,6 mil quilos e um reboque com capacidade de 1,3 mil quilos, suficientes para transporte do material de pesquisa (cerca de 600 quilos), do acampamento, da alimentação e das roupas polares. Além disso, eles não utilizam largatas, mas pneus de 44 polegadas com baixa pressão, que permitem ajuste para diferentes tipos de neve. A suspensão também foi modificada para rodar em cima de dunas de neve, e o tanque de gasolina tem capacidade para 650 litros. O veículo possui ainda câmbio automático de cinco marchas, GPS e antenas para telefonia satelital. Com essas características, esse veículo tem modificado a logística de transporte em expedições polares nos últimos cinco anos, devido ao seu baixo custo, velocidade acima dos tratores (até então utilizados) e por ser de fácil transporte em aviões.

ACAMPAMENTO: os veículos utilizados pela equipe carregaram equipamentos de pesquisa, comida e as barracas em que o grupo se abrigou

No site do jornal O Informativo do Vale, confira vídeos e uma galeria de fotos da expedição, e baixe o infográfico que conta o dia a dia dos pesquisadores na Antártida. Acesse: informativo.com.br








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