Anuariociic2013

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2013

AnuÁrio

Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição

Juventudes

Clamor, ousadia e esperança!


Nova organização da ciic Fruto do processo de redimensionamento

A Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição comprometida com a fidelidade ao Carisma “sensibilidade para perceber e disponibilidade para servir”, assumiu nos últimos anos, o compromisso de redimensionar sua estrutura, para melhor qualificar sua presença missionária. Do resultado desse processo de reflexão que envolveu a participação de todas as Irmãs, nasceram duas novas províncias: da região norte, centro oeste e sul, a província Nossa Senhora de Lourdes, com sede em Itajaí-SC, com 36 comunidades e incluindo a presença missionária na Argentina, Chile, Bolívia e Moçambique. Da região sudeste e nordeste foi criada a província Nossa Senhora Aparecida, com sede em São Paulo, com 35 comunidades e presença missionária nos Camarões, Itália e Chade. A Regional Virgen de Guadalupe com sede em Manágua-Nicarágua conta com 6 comunidades e presença em mais dois países: Guatemala e El Salvador.

Província Nossa Senhora de Lourdes – Itajaí-SC Em Nova trento-SC, as participantes, unidas pela missão e o legado de Santa Paulina Irmãs Catarina Shintate Missao representante do centro oeste e norte e Bolívia, Anna Tomelin, superiora geral, e Marilde Arenhardt, atual coordenadora Provincial da Província Nossa Senhora de Lourdes, no momento do anúncio do nome da nova província.

Província Nossa Senhora Aparecida – São Paulo-SP

Irmãs Irene Nair Boff e Helena Rosa, atual coordenadora Provincial, no momento do anúncio do nome de Nossa Senhora Aparecida, para a nova província.

Momentos de espiritualidade que enriqueceram e iluminaram a assembleia em Sorocaba-SP

Regional Virgem de Guadalupe – Nicarágua A Regional Virgem de Guadalupe em Capítulo – a exemplo das províncias, avaliando, celebrando e projetando o futuro e elegendo representandes, para o capítulo geral, a ser realizado em julho de 2014, em São Paulo.


Editorial

Sumário Vida consagrada A gratidão brota do coração fiel à vocação.............................................2 Ser missionária é ser dom.......................3 Chamou para estar com Ele e as enviou em Missão.............................5 Irmãzinhas de volta ao coração do Pai..........................................6 Sim. Para missão e para sempre ............9 Amar, servir testemunhar a fé............. 10 O que é ser Leiga Consagrada............. 11 vocação – SAV Cultura Vocacional em discussão........ 12 Um papo com Ir. James........................ 16 FAMAPa Presença solidária................................. 17

ca de responder aos apelos de Deus por meio da realidade. Nossos horizontes e coração missionários se alargam. Felicitamos a todas as Irmãzinhas e Formandas, Leigas do Instituto Secular Santa Paulina e FAMAPA que se preparam para a Assembleia Geral, por todo empenho e esforço dedicados à Missão. A Vida e Missão se encontram, são renovadas e celebradas dia a dia, e a vida se torna festa, ação de graças. Um grupo de jovens realizou sua primeira profissão, duas Irmãzinhas celebraram votos perpétuos e várias Irmãs dão graças a Deus pelos jubileus celebrados nas diferentes Províncias. Que Deus abençoe a cada uma de vocês! A Congregação caminha e vai consolidando passos na sua organização com o redimensionamento, ou seja, agora somos duas Províncias: Nossa Senhora de Lourdes, com sede em Itajaí-SC e Nossa Senhora Aparecida, com sede em São Paulo-SP, juntamente com a Regional Virgem de Guadalupe, na América Central. Sonhos, avanços, mudanças, novos horizontes estão à nossa frente para serem revelados, construídos, vividos ao serem superados desafios e dificuldades que também nos acompanham. Sejamos audaciosas/os e, como Santa Paulina ecoemos com a vida: “Fazei-vos coragem”, firmando novos passos, com ousadia, profetismo e cuidado com a vida! Fraternalmente, Ir. Anna Tomelin

Coordenadora Geral da CIIC

Anuário

Especial Capítulo Geral – Tempo de escuta, discernimento e graça........................... 18 Depoimentos Graças alcançadas................................. 20 juventudes Juventudes – Clamor, Ousadia e Esperança............................. 22 Políticas Públicas de Juventude – Compromisso Missionário................... 28 Atualidade/Igreja Renasce a Esperança............................. 30 missionariedade Missão e Envelhecimento Humano..... 31 Autocuidado e qualidade de vida........ 32 Novos passos Missionários.................. 34 Atitude jovem para um mundo melhor................................ 36

Rede Santa Paulina Presidente: Irmã Anna Tomelin Diretora Administrativa: Irmã Maria das Graças Sampaio Redatora Chefe: Irmã Roseli Amorim Equipe de Redação: Secretárias Provinciais e Regional Redação: Irmãs das Coordenações: Geral, Provinciais e Regional, Comunidades da CIIC Projeto Gráfico e Capa: Inês Ruivo Andrade Editora: Irmã Egnalda R. Pereira MT 3585 Fotos: Arquivo Comunidades Capa: Milhares de jovens, de diferentes países, foram acolhidos pela Arquidiocese de São Paulo e, um grande grupo visitou o Memorial Santa Paulina, localizado no bairro Ipiranga, em São Paulo. A visita fez parte da programação da Semana Missionária que antecedeu a Jornada Mundial da Juventude, realizada no mês de julho/13, no Rio de Janeiro.

Vida Consagrada

luminada por este texto bíblico “Eis que faço novas todas as coisas” (Ap 21,5), a Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição vive o Ano Capitular que teve início em junho/2013 e será concluído em agosto/2014. Estamos a caminho de um acontecimento que é a Assembleia mais importante que se realiza a cada seis anos, ou seja, a celebração do XXI Capítulo Geral da Congregação. É muito gratificante perceber que importantes realizações foram pauta de nossas vidas em âmbito congregacional, eclesial e mundial. Tivemos a alegria de celebrar o I Congresso Vocacional por iniciativa das Irmãzinhas que reuniu outras Congregações e leigos/as para a troca de experiências e aprofundamento da Cultura Vocacional frente aos desafios atuais e a importância do Serviço de Animação Vocacional nas comunidades. A Juventude teve seu espaço de destaque em inúmeras atividades como a Semana Santa com Santa Paulina, encontros, assembleias e a preparação da tão esperada Jornada Mundial da Juventude e o encontro com o Papa Francisco, que tem trazido muita esperança para todos nós. A Juventude da Rede Santa Paulina também realizou seu encontrão, retomando seus planos e vislumbrando novas ações. Enfim, muitas atividades aconteceram e muitas Irmãzinhas estiveram envolvidas, em todos os países onde atuamos, já que um dos enfoques que assumimos é a Juventude. Destacamos o Projeto das Juventudes que tem colaborado para o impulso de nossa presença e ação junto aos jovens. A Congregação avança na missionariedade assumindo outras realidades com a abertura de novas comunidades. A itinerância é marca intrínseca da Vida Religiosa, na bus-

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A gratidão brota do coração fiel à vocação

Vida Consagrada

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Celebração jubilar

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nimo-nos para cantar e louvar ao Senhor que nos escolheu para servi-lo ao longo dos 25, 50, 60, 65 e 70 anos de Vida Religiosa Consagrada. Tudo feito pela graça de Deus e com muito amor. Para as comunidades onde estivemos e que nos ajudaram com seu testemunho e oração: nosso muito obrigada! À Congregação que nos recebeu e preparou para essa entrega total: nossa gratidão! A Trindade Santa que sempre nos ofereceu sua graça e proteção, a quem devemos a perseverança e a fidelidade, seja eternamente louvada e agradecida!

PIC: 70 anos – Irs. Loiola (Ignácia Therezinha Valle), Melita Maria (Clara Juditti Dalcastagnê), Sabina Dalla Brida; 65 anos – Ayres Lunardelli, Rosita (Aurora Fávero), Maria Lélis (Herminia Henriqueta Dellagnello); 60 anos – Natalina (Maria Bastiani), Leda Tonin, Elvira Elvira Giacomelli, Josete (Santina Berri); 55 anos – Zelinda Maria Tomazzia, Evanilda Censi, Maria Tomelin; 50 anos – Maria Makino, Tereza Kobata, Gema Destéfani, Maria Delourde de Sousa, Santina Pinto da Silva; 25 anos – Ivonete das Graças de Jesus e Maria Aparecida Silva.

Ir. Assunção (Therezinha Bottamedi)

PCJ e PIC: 70 anos – Irs. Brígida Maria; 65 anos – Maria Lina, Maria Gertrudes; 60 anos – Anna Maria Dalri, Maria Néri, Ebbe Purin, Irene Purin, Maria Dall’Ago; 55 anos – Helena Censi, Leorides Tavella, Dayse Maria, Rosa Hirata, Maria Menestrina, Herminia Bermini, Benedita de Almeida, Maria Franco; 50 anos – Irs. Selma Pádua, Cecília Guglielmi, Luzia Faria, Anna Tomelin, Nair Basseto, Aurora Contini, Graciema, Catarina Shintate, Helena Augusta; 25 anos – Isabel Geralda.


Vida Consagrada

3 PICM: Irs. Anadir Virgínia dos Santos e Ivone Pia Falconi (50 anos).

PCJ: Ir. Fabíola Maria (60 anos); Irs. Antonia Francilda Firmino dos Santos e Maria das Graças Sampaio (25 anos).

PNSL: 60 anos – Irs. Maria de Ré e Eleta Destéfani; 50 anos – Ivone Pia Falconi, Gema Destéfani, Ana Suely Evangelho Sampaio e Maria Warken; 25 anos – Ivanês Maria Favretto e Maria das Graças Sampaio. As Irmãs Íria Berri e Lina Floriani não estiveram presentes.

Ser missionária é ser dom Missionária em diferentes países, Ir. Isabel Pastore confirma a alegria de partilhar vida e dons, fazendo a diferença no caminho construído na Missão

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er missionária é um Dom recebido de Deus e em minha vida ele desabrochou junto com o apelo de ser consagrada. Senti um desejo enorme de dedicar minha vida aos mais sofridos, pessoas que não tiveram as mesmas oportunidades que tantos outros e por isso vivem à “margem” da sociedade. Assim que concluí meus estudos acadêmicos, na época ainda juniorista, fui enviada para Surpresa, município de Guajará-Mirim, RO, local onde retornei depois de 20 anos. Segundo Irmã Ilze Mees, seria uma preparação para ser missionaria fora do Brasil, Nicarágua. Minha primeira mestra na missão foi Irmã Salete (Terezinha Stoffel), com ela minhas primeiras raízes foram lançadas, regadas e fortalecidas.


Vida Consagrada

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Surpresa continua, até hoje, sendo um local de difícil acesso, somente fluvial, levando 30 horas de barco e este não é regular, tornando cada viagem única. Aqui, junto aos povos Indígenas e Ribeirinhos, dediquei meus primeiros anos de Vida Consagrada e profissional. Um mês após concluir pedagogia, me encontrava numa sala de aula colaborando com crianças, adolescentes e jovens indígenas. Foi uma partilha feliz e gratificante, fazendo com que as dificuldades encontradas (insetos, falta de luz, água e comunicação) fossem suavizadas. A missão em Jaru-RO, foi outro espaço lindo de viver o ser missionaria diretamente na Pastoral. Formávamos uma equipe Intercongregacional e atendíamos 140 comunidades bem distantes e de difícil acesso. Às vezes necessitávamos deixar o veículo e seguir a pé, mas Deus nunca nos abandonou. Lá fiz muitas experiências concretas do amor de Deus. Na hora da dificuldade aparecia um anjo para ajudar. Devido à falta de sacerdotes e a extensão da paróquia fui delegada para realizar batizados e matrimônios. Nossas celebrações eram preparadas com muito amor e criatividade. De lá recebi o envio para Nicarágua. No início me senti como uma criança que precisa aprender a falar. Minha experiência pastoral parecia ter ido água abaixo. Mas nada acontece por acaso, pois pisando um chão estrangeiro, nada melhor do que um período de silêncio para uma adap-

É gratificante ver frutos de algo que a gente ajudou a plantar tação. Tive que aprender a andar a cavalo, meio de locomoção usado lá. Além da pastoral, recebi a missão de trabalhar com 130 professores rurais, formação e acompanhamento. Para isso Deus enviou um anjo, Evenor Alvarez Telles. Com ele não havia distância nem dificuldade que nos abatesse. Caminhávamos com sol ou chuva para chegar ao destino. Fiquei com a lembrança de um dia depois de percorrer 4 horas a cavalo, nossa roupa ter molhado e secado no corpo, eu estava com uma forte dor de cabeça. Ao chegar à comunidade, um grupo veio ao nosso encontro cantando com instrumentos: Vienen con alegria Señor... Confesso que meu cansaço e dor de cabeça sumiram. Para mim não tem

outra explicação a não ser Deus. Na Bolívia, além dos trabalhos comuns senti um toque de Deus para trabalhar com presidiários. Sentia-me mensageira d’Ele, no meio daqueles que, por algum motivo, perderam o que há de mais sagrado que é a liberdade. Foi um tempo precioso! Meu regresso a Surpresa, depois de 20 anos, foi e está sendo um presente de Deus. É gratificante ver frutos de algo que a gente ajudou a plantar. É esta a sensação! Aqui me sinto tão missionaria quanto em Nicarágua e Bolívia. Sinto alegria de partilhar com indígenas e ribeirinhos minha vida e dons na educação e pastoral. Em alguns finais de semana visito aldeias mais distantes, com o meio de locomoção: barco, moto ou bicicleta. Cada dia é uma nova aprendizagem. É natural que junto aos indígenas o ritmo é outro, eles são agradecidos por nossa presença e amizade. Agradeço a Deus pelo dom missionário recebido, acolhido e partilhado. Quando a gente ama o que faz, as dificuldades se transformam em flores enfeitando o caminho. Ir. Isabel Pastore


Nossas Irmãzinhas partilham a alegria da Primeira Profissão Religiosa

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Consagração Religiosa é uma entrega total a Deus, por meio da vivência dos Conselhos Evangélicos, também chamados votos de Obediência, Castidade e Pobreza. Isso significa asumir o estilo de vida de Jesus, viver a alegria e o compromisso do mistério Pascal, entregar-se de todo o coração. É uma resposta dada na liberdade, a serviço do Reino. Durante os vários e intensos anos de formação, tivemos a oportunidade de fazer ricas experiências de fé, junto ao povo de Deus, conhecemos muitas pessoas e comunidades maravilhosas que nos acolheram e nos enriqueceram. Com elas partilhamos nossos ideais e aprendemos muito. A preparação para assumir o compromisso da vida religiosa consagrada culminou com o retiro. Fomos marcadas fortemente pela presença de Maria, nossa mãe e Santa Paulina, nossa inspiração. Mulheres santas que viveram com fidelidade e confiança, o projeto de Deus e, hoje, são modelos de escuta e discernimento à vontade do Pai. Agradecemos a Deus pelo dom da vocação, pelo chamado à vida religiosa nesta Congregação, e pelas pessoas que Ele escolheu para acompanhar nosso processo formativo”. Irs. Meyling Belkis Dávila Tellez e Reyna Johanna Pérez Obando

Irs. Meyling Belkis D. Téllez e Reyna Johanna Pérez Obando, Nicarágua

Irs. Jocilene Santos, Florinda Alexandre Mussa, Maria do Socorro Alves Botelho, Alessandra dos Santos de Santana, Daiane de Araújo Gonçalves e Ana Luísa Ferreira Franco, em Goiânia

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ão poderiamos partilhar a caminhada sem destacar o quanto nos sentimos amadas, acolhidas e guiadas pela doce Trindade, pois foi com a sua ternura que chegamos até aqui. Conhecer esta Congregação foi um dos maiores presentes que Deus nos deu. Há um refrão que diz: “Juventude Missionária, inquieta e solidária” – nosso coração de jovem pulsa assim, desejoso de partir para a missão, inquieto pelas situações de marginalização e solidário diante da dor. Com o coração aberto fomos acolhendo a formação, bebendo da fonte do Carisma, Espírito e Espiritualida da CIIC. Cada etapa, cada companheira e formadora ensinaram e ajudaram a clarear nossa opção. Agradeçemos de coração, à Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição porque acreditou no nosso sim, e no sim de cada companheira de caminhada; e a todas as Irmãzinhas que nos acompanharam pela oração e sintonia. Pedimos que continuem rezando para que sejamos fiéis ao chamado, vivendo o Carisma com alegria, leveza e ternura”. Ir. Alessandra dos Santos de Santana

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Chamou para estar com Ele e as enviou em Missão


Vida Consagrada

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Irmãzinhas de volta ao coração do Pai No coração dos pobres e dos aflitos elas deixaram marcas profundas do amor e da ternura de Deus, por isso, colheram a eternidade como prêmio

Irmã Helda Maria Rodrigues de Almeida ✰ 25 de maio de 1970 ✞ 10 de janeiro de 2013 Com apenas 42 anos de vida, dos quais 13 como consagrada na Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição, Irmã Helda retornou à Casa do Pai, dia 10 de janeiro de 2013, vítima de insuficiência respiratória em decorrência de um câncer. Quem a via não podia imaginar coisa semelhante, porque ela era a alegria personificada. Superava os problemas de saúde com uma imensa vontade de viver, sempre de bom humor, e com muita força e coragem. Vibrou com sua formatura no Curso de Pedagogia, pois amava muito, as crianças, embora se desse bem com pessoas idosas, aliás, a ninguém discriminava. Seu testemunho de vida edificava a todos que dela se aproximavam. Foi verdadeiramente um exemplo de fé, amor, esperança, desprendimento e humildade. Sabia colocar-se à disposição das pessoas. Sem medo de errar, pode-se afirmar que ela foi uma grande missionária de Jesus e continuadora fiel da obra de Santa Paulina. Irmã Natália do Menino Jesus (Maria Freitas) ✰ 09 de novembro de 1911 ✞ 18 de janeiro de 2013 De família profundamente cristã, vivendo em lugar muito pobre, teve a ventura de ter pais lutadores que faziam questão de proporcionar estudo para os filhos. Irmã Natália estudou com as Irmãs alemãs, mas como tinha muita dificuldade de aprender a língua, resolveu entrar na Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição. Era possuidora de alto astral e sentia-se amada por todos. Foi extraordinária em tudo que realizou na vida. Gostava muito de ler, rezar, especialmente a Palavra de Deus. Prezava seguir, com fidelidade, as orientações da Congregação. Sempre se mostrou agradecida pela graça da sua consagração a Deus, a serviço dos irmãos, bem como pela família que teve. Uma de suas maiores alegrias foi a beatificação e canonização de Santa Paulina, da qual foi fiel seguidora. Com a perda

parcial da visão, deixou de fazer trabalhos manuais e se detinha a ouvir programas religiosos na TV, que não deixava por nada, principalmente as missas e novenas em honra do Divino Pai Eterno. Irmã Neomisia Maria do Sagrado Coração de Jesus (Lúcia Ignez Hertz) ✰ 06 de junho de 1924 ✞ 20 de janeiro de 2013 Testemunho de amor aos pobres e doentes, por sua alegria, simplicidade, generosidade e fidelidade à sua consagração a Deus. Passou a vida fazendo o bem. Foi uma luz e muita gente se banhou de sua claridade. Manifestava ternura, acolhimento, sensibilidade e disponibilidade pelo modo como atendia as pessoas, colocando em evidência seu SER IRMÃZINHA. As pessoas gostavam de falar com ela. Pediam oração, mesmo aquelas de outras confissões religiosas, pela paz que transmitia. Cativou médicos, profissionais da saúde e outros serviços. Evangelizou pela sua maneira de ser. Amante da Palavra, dela fazia a sua força e a sua luz. Isto lhe dava uma força e uma alegria de viver que não é fácil encontrar nas pessoas. Foi uma mulher de fé, que se doou, com todo o coração, para amar e servir o Povo e fazer brilhar a Palavra de Deus na vida e nos corações das pessoas. Foi testemunho de mulher corajosa, de mulher consagrada, de mulher religiosa. Irmã Lúcia transmitia Deus por todos os poros, e, nos fez sentir que vale a pena deixar tudo para seguir Jesus Cristo.


Irmã Gema Destéfani ✰ 07 de novembro de 1942 ✞ 22 de abril de 2013 Filha de Cesar Destéfani e Ida Stolf, católicos praticantes, entrou na Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição, com apenas onze anos de idade. E, também, cedo partiu para a eternidade, com pouco mais de 57 anos. Foi vítima de atropelamento de moto, no dia 21 de abril, na cidade de Cajati-SP. Sofreu fraturas e traumatismo craniano, foi submetida a uma cirurgia neurológica, porém, não resistiu, vindo a falecer dia 22 de abril. Deixou para nós, bons exemplos e

demonstrações de uma vida inteiramente consagrada a Deus. Era uma pessoa cheia de amor e sabedoria. Suas atividades foram inúmeras: coordenadora de comunidade, trabalhou em casa de acolhida a peregrinos, em Posto de Saúde, em Saúde Comunitária, Enfermagem, coordenação da Pastoral da Criança, e outros. Como conselheira geral da Congregação, assumiu a responsabilidade da Saúde e 3ª Idade, partilhou seus dons com o povo de Deus, por meio, inclusive, de seu livro “Envelhecer com Dignidade”. Irmã Sabina Maria de Jesus Sacramentado (Cecília Bertotti) ✰ 18 de abril de 1926 ✞ 26 de maio de 2013 Nasceu em Nova Trento-SC, filha de Alberto Bertotti e Francisca Bottamedi. Cecília tinha onze irmãos, sendo uma menina e dez meninos. Desde muito cedo, desejava ingressar no Juvenato São José, para abraçar a Vida Religiosa Consagrada, mas não recebia aprovação por ser a única mulher. Nascendo mais uma menina, foi-lhe dada a permissão para realizar seu sonho. Como Irmãzinha, deixou marcas profundas pelo seu jeito, simples, humilde, paciente de ser. Era muito prestativa em tudo, inclusive auxiliava com grande amor e dedicação, às Irmãs fisicamente mais limitadas. Seus trabalhos de crochê eram perfeitos. Nutria um grande amor ao Sagrado Coração de Jesus e profunda devoção à Nossa Senhora e São José. Era assídua na oração e se esmerava em preparar bem a oração comunitária. Levou uma vida exemplar. Cheia de Deus, manifestava sempre estar de bem com a vida. Amava a Congregação como sua segunda família e tinha um grande apreço à Vida Religiosa. irmã Afra Maria de Jesus Crucificado (Alaíde de Melo) ✰ 16 de julho de 1955 ✞ 04 de agosto de 2013 Catarinense de nascimento, fez

sua consagração religiosa na Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição, em 1955, aos 21 anos de idade. Iniciou então sua missão de cuidar dos doentes hospitalizados. Trabalhou como enfermeira em hospitais de Santa Catarina e, a partir de 1957, em hospitais de São Paulo. Em 1965 estudou enfermagem em Ourinhos-SP. Em 1969 tornou-se superiora da comunidade Nazaré em Indaiatuba-SP, dando prosseguimento aos seus trabalhos e se dedicando a cuidar dos enfermos. Em 1995, Irmã Afra coordenou a comunidade “Mater Boni Consilli”, em Sorocaba-SP e, em 1998, foi para Itapetininga cuidar da própria saúde. Em 2007, foi transferida para a Casa São Luiz, em Bragança Paulista, onde residiu até falecer, aos 79 anos de idade, deixando a todos, que a conheceu, muita saudade. Amar era com certeza a sua maior vocação. Tinha muito carinho aos seus semelhantes necessitados. Era possuidora de um sorriso meigo e lindo. Ficava feliz quando se invocava e cantava à Virgem Maria. Era uma exímia cozinheira, e tudo que fazia era bem feito. irmã Joselina Maria de Santa Teresinha de Jesus (Maria Soares da Silva) ✰ 03 de abril de 1936 ✞ 20 de setembro de 2013 Joselina, mulher de 92 anos, de porte físico frágil, mas com vigor e lucidez de uma mulher de 50 anos. Era muito acolhedora, alegre, tinha sempre um sorriso para nos dar. Era muito prestativa, sensível, caridosa e de muita oração; agradecida a Deus e aos irmãos. Era uma pessoa muito desprendida. Bordava divinamente e rápido. Os bordados eram enviados para ajudar as missões. Por isso, ela dizia que, mesmo não tendo condições físicas de sair em missão, com seus trabalhos e orações, ela ajudava as pessoas em missão. Irmã Joselina vivenciou sua consagração religiosa de forma simples pelo amor aos pobres. Tudo o que ganhava distribuía aos mais necessitados, inclusive os

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Irmã Leduína de Jesus Crucificado (Thereza Floriani) ✰ 09 de julho de 1917 ✞ 09 de março de 2013 Nascida no dia 09 de julho de 1917, em Rio dos Cedros-SC, era filha de Virginia e Gustavo Floriani, com os quais os filhos tinham uma vida muito feliz. Receberam deles uma formação profundamente cristã, transmitida não só pelas palavras, mas, sobretudo, pelo exemplo. Aos 26 anos, foi admitida como funcionária e trabalhou no Hospital Santa Rita, onde atuavam as Irmãzinhas da Imaculada Conceição. Manifestando desejo de fazer-se religiosa consagrada, recebeu as devidas orientações e, após três anos, ingressou na Congregação, e como Irmãzinha, se revelou uma pessoa muito sensível, esforçada, trazendo no seu semblante sorriso amável e meigo. Era muito dedicada no cuidado aos doentes nos hospitais onde trabalhou. Tudo que fazia era com perfeição. Agradecia muito a Deus e muito se alegrou nos seus jubileus de Prata e Ouro de Vida Consagrada e com as celebrações de Beatificação e Canonização de Santa Paulina. Era muito fiel e fervorosa na vida de oração e nutria intenso amor a Maria e a Eucaristia, com os quais encontrava sua fonte de sustento e alegria. Ela fazia da vida, oração, e da oração, vida.


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próprios presentes de aniversário, natal e muitos outros. Entristecia-se quando via um pobre na rua e se solidarizava quando estes se dirigiam a nossa casa, pedindo ajuda. Notável era sua alegria de servir as pessoas. Nutria um grande amor à Igreja e à Congregação, sendo expressão viva do nosso carisma e do espírito de simplicidade, humildade e vida interior. Grande devota do Santíssimo Sacramento, e de Nossa Senhora. Passava, às vezes, horas na capela. irmã Iria Maria de jesus eucarístico (Faustina Berri) ✰ 14 de fevereiro de 1922 ✞ 06 de outubro de 2013 Pessoa de grande fidelidade a Deus, à Igreja e à Congregação, vivendo uma vida simples, coerente, doada e comprometida. Não só tinha os olhos fixos em Jesus como ajudou outros a fazerem o mesmo. Foi uma grande educadora, exímia professora. Sua caridade se estendia a todos e todas, acolhendo sempre as pessoas necessitadas com uma palavra amiga e ação concreta. Os pobres eram seus preferidos. Soube fazer da oração vida e da vida oração, porque muito unida ao Senhor em tudo. Nossa Senhora era sua forte inspiração, e não menos seu esposo José. Grande foi seu testemunho de fé, entusiasmo e alegria. Traduziu em gestos e ações o Carisma que Santa Paulina legou à Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição, à qual se integrou no dia 21 de janeiro de 1943. Como Irmãzinha, exerceu várias funções, entre as quais: educadora em colégios, ecônoma, secretária, catequista, professora de piano e datilografia. irmã Haruko Sato ✰ 03 de abril de 1936 ✞ 28 de setembro de 2013 Na convivência comunitária, era um verdadeiro exemplo: acolhedora, compreensiva, simples, humilde, prestativa; mulher de profunda oração; enfim era como um jardim

multicolorido e perfumado. Primava na fidelidade aos compromissos assumidos. Tinha bom gosto em se vestir e sempre com grande simplicidade. Costurava com uma incrível perfeição. Aliás, tudo que fazia era bem feito. Era discreta, mas de muita ação. Pessoa bem engajada; e, para melhor conhecer a realidade do povo ao qual se dedicava, com imenso carinho e eficiência, participava de encontros de instituições como associação de bairros, prefeitura e outros. Como enfermeira atuava não só nos hospitais, mas também em postos de saúde e em visita às famílias. Onde alguém precisasse de um atendimento, lá estava a bondosa e dedicada Irmã Haruko, tal como nossa fundadora e primeiras companheiras. Buscava contínua atualização e se interessava por outras alternativas de atendimento à saúde.Era servidora em todo trabalho que dela fosse solicitado. Além de exímia cozinheira fazia com perfeição todas as atividades domésticas. Era um exemplo a ser imitado. Irmã Maria Nery de Nossa Senhora Aparecida (Beatriz de Faria) ✰ 08 de fevereiro de 1926 ✞ 12 de novembro de 2013 Beatriz e seus quatro irmãos eram filhos de pais ricos em fé. Desde cedo enviaram os filhos para a escola e catecismo da cidade. E, em casa, sua mãe também os ensinava e apontava-lhes a Vida Religiosa Consagrada e Sacerdotal como a melhor das vocações. Desde então, nasceu na Irmã Maria Nery a estima pela Vida Religiosa. Em 1946, após fazer a 1ª Comunhão, ingressou no Juvenato São José, em Nova Trento-SC, da Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição. Escolheu-a por ser uma Congregação brasileira e por trazer o título de Nossa Senhora. Ela dizia que, depois da Consagração, sentiu-se aceita por Jesus! Sempre trabalhou na área de enfermagem, junto aos doentes e pobres das Santas Casas de Aparecida e

Cunha e nos Asilos de Bussocaba e Bragança Paulista, em São Paulo. Sempre zelosa, dizia ver em seus pacientes a figura de Jesus sofredor e procurava vivenciar o Evangelho, atendendo, de preferência, àqueles que não tinham ninguém por eles. Dizia: "os desvalidos, sem voz e nem vez, os injustiçados". Foi sempre um testemunho de alegria, por viver sua missão na Vida Religiosa. Irmã Dionísia Maria do Bom Conselho (Clementina Marchiori) ✰ 14 de setembro de 1922 ✞ 27 de novembro de 2013 Irmã Dionísia teve uma infância dura, com trabalhos na roça e nos serviços domésticos. Precisou interromper seus estudos, para ajudar sua família na luta pela sobrevivência. Aos 15 anos já sentia o chamado de Deus para a Vida Religiosa, mas seu pai não queria que ela deixasse a mãe sozinha. Mesmo de coração partido, aos 16 anos, Irmã Dionísia, com sacrifício, entrou para a Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição, no ano de 1937, em Nova Trento-SC. Fez sua profissão religiosa em 1946 e foi trabalhar na Comunidade da Santa Casa de Santos-SP. Em 1957 foi transferida para a Santa Casa de Franca, a fim de trabalhar como enfermeira, embora pouco soubesse de enfermagem, o amor a Deus e aos sofredores, a tornaram vitoriosa, mostrando-se sempre muito dedicada e atenciosa. Começou, auxiliando nos partos. Nas horas difíceis, elevava seu pensamento a Deus e orava: “Pai, faça que esta criaturinha venha ao mundo, sem ser prejudicada, nem ela, nem a mãe. Confio em Ti.” E logo depois, a criança nascia bem. Aos poucos foi adquirindo muita prática, também nas outras áreas. Trabalhou 34 anos na área da saúde, passando por vários hospitais em diferentes cidades. Viveu os desafios apresentados pela vida, como bem aventurada da fé, do amor e da doação gratuita de sua vida aos necessitados.


Num mundo de relações descartáveis e rejeição a vínculos permanentes, jovens irmãzinhas fazem profissão perpétua

retornar a Moçambique continuo contando com as orações e apoio de todos. “Khanimambo”, Obrigada!” disse Ir. Neli da Costa Santos durante a celebração. A preparação dos votos perpétuos de Ir. Ana Paula foi precedida de um tríduo vocacional na comunidade, e foi durante uma das celebrações que ela afirmou: “Este momento é muito importante para mim, para minha família, para os amigos e tenho certeza que para Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição”. A Irmã perpetuanda explicou ainda a origem da sua vocação. “Meu chamado foi tecido desde o berço e o encontro com o Carisma de Santa Paulina. Foi fundamental em minha vida. Sou Missionária na África e me identifico com esse povo”. E acrescentou: “Retorno à Missão com muita alegria e paixão”. Irs. Neli da Costa Santos e Ana Paula da Silveira

Irmã Neli da Costa Santos

A

s Irmãs Neli da Costa Santos e Ana Paula da Silveira celebraram a Profissão Perpétua em suas comunidades de origem: Jaru-RO e Roncador-PR, respectivamente, e continuam na missão. Irmã Ana Paula no Tchad e Irmã Neli em Moçambique, na África. “Consagrar-me definitivamente é renovar o compromisso com o Deus que me chamou e enviou. Por isso chamo este tempo de ‘tempo de Deus’. No dia da celebração choveu muito, mas parecia uma chuva de bênçãos e de graças. Foi um momento em que pude confirmar a ternura de Deus para comigo. Ao

Irmã Ana Paula da Silveira

9 Vida Consagrada

Sim. Para missão e para sempre


Vida Consagrada

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Amar, servir testemunhar a fé Testemunho e serviço no mundo, iluminados pelo carisma da primeira santa do Brasil

família de Santa Paulina um Instituto Secular Na grande família Santa Paulina, há acolhida do espírito de Deus, que sopra e suscita novas formas da vivência e testemunho do carisma, sendo a mais nova delas, o Instituto Secular Santa Paulina, surgido em 2008. No Brasil são mais de 200 institutos seculares que contam com cerca de 25.000 membros Uma nova vocação Os institutos seculares oferecem uma nova maneira de seguir a Jesus Cristo, confirmando a importância desta vocação, para a evangelização do nosso tempo, vivendo uma consagração total a Deus, permitindo que as pessoas consagradas sejam testemunho de vida cristã, no mundo do trabalho. Sua missão Bento XVI escreveu aos membros dos Institutos Seculares: "Vossa vocação é a de estar no mundo, assumindo todo o peso e as aspirações dele, com um olhar humano que coincida cada vez mais, com o olhar divino, do qual jorra um compromisso particular, original, com base na consciência de que Deus escreve sua história de salvação sobre a trama das vidas de nossa história". O Instituto Secular Santa Paulina (ISSP) No coração de Deus e de muitas mulheres, está o Instituto Secular Santa Paulina. Um grupo de cerca de 40 mulheres já está fazendo essa experiência de consagradas leigas. Há seis anos, elas vêm se reunindo, discernindo e buscando acolher a

Estamos fazendo, no cotidiano da vida, experiências na vivência dos conselhos evangélicos. Iniciamos esta caminhada, impulsionadas pelo desejo de algo mais

fundar o carisma, espiritualidade e a missão de Santa Paulina. Neste ano de 2014, está previsto a visita da coordenadora do Instituto e reunião por regiões, para facilitar a participação. O Instituto Secular Santa Paulina, encontra-se em fase de organização e sem perder o calor do espírito que o inspirou, caminha conforme as orientações da Igreja.

vontade de Deus, em suas vidas e integrando novos membros. Em Mamborê-PR, lugar da inspiração e onde há um pequeno grupo, os membros se reúnem, uma vez por mês, para rezar, partilhar e apro-

O que testemunham Os membros do Instituto buscam a santificação pessoal, seguindo os conselhos evangélicos de obediência, pobreza e castidade, vida de oração e doação aos mais


O que fazem Os membros do ISSP são pessoas que além da sua atividade profissional, possuem engajamento pastoral em suas paróquias e serviços aos pobres e participam de ações sociais e movimentos populares em defesa e promoção da vida. “Estamos caminhando sem preocupação com o tempo. O importante é caminhar e manter a chama acesa”, fala Clementina de Souza Dias, fundadora. “Estamos fazendo, no cotidiano da vida, experiências na vivência dos conselhos evangélicos. Iniciamos esta caminhada, impulsionadas pelo desejo de algo mais”, explica. Com a missão de animar e manter estreita relação com os membros do grupo, a fundadora destaca ainda, a importância do apoio das seguidoras de Santa Paulina. “As Irmãzinhas da Imaculada Conceição nos dão todo o apoio para vivenciarmos o mesmo carisma”. “Jesus não faz distinção de pessoas e nunca fez, acolhe a todos, levando seus filhos e filhas a uma vida nova”, justifica Eva Lucilia de Camargo – Avaré-SP, membro do grupo. Como fazer parte do ISSP É necessário ter um grande desejo de buscar Deus em sua vida, estar inserida e engajada na comunidade paroquial e, na medida do possível, viver como Santa Paulina viveu. Mais informações com Clemen­ tina (44) 3568-2511 - ciic@ciic.org.br Ir. Leodi Amália Bolzan

É uma consagração especial que a pessoa faz, ligada a um instituto de vida consagrada, ou diretamente ligada ao bispo da diocese, onde vive e trabalha. Ela pode viver em família, sozinha ou em grupos de vida fraterna. O Instituto Secular Santa Paulina é um ramo secular da família que integra a Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição. Fundado em 2006, e contando com cerca de 40 membros, em várias regiões do Brasil. O Instituto Santa Paulina de Leigas Consagradas tem por finalidade, a santificação de seus membros atuando em comunhão com a Igreja local, na missão evangelizadora respondendo aos apelos e clamores da realidade. Carisma Seus membros são chamados a testemunhar Jesus Cristo, a partir do carisma legado por Santa Paulina que é: “Sensibilidade para perceber os clamores da realidade e disponibilidade para servir aos mais necessitados”. Seus membros buscam viver o Espírito de acolhida, bondade, humildade e vida de oração, como Santa Paulina. Assumem na vida e missão a Espiritualidade: Eucarístico-Marial, traduzido na participação e vivência da Eucaristia. Missão A Missão do Instituto fundamenta-se no imperativo do Evangelho: “Ide por todo mundo” (Mt 28, 19-20 e Mc 16,15), “...se preciso for, iremos até o Alaska, para tornar Jesus Cristo, conhecido, amado e adorado por todos em todo o mundo” (ideais de Santa Paulina). O engajamento missionário é uma característica dos membros do Instituto. Solteira ou viúva, com a idade mínima de 18 anos, após um tempo de discernimento, formação e conhecimento do Instituto, a candidata poderá integrar-se nesta família missionária como Leiga Consagrada, celebrando seus votos e compromisso missionário.

Confraternização do ISSP com a comunidade da Casa Geral da CIIC em São Paulo

Vida Consagrada

necessitados, iluminadas pelo carisma da primeira santa do Brasil. A participação plena na eucaristia, a iluminação da Palavra de Deus e a devoção mariana, são o centro da espiritualidade e da vida dos membros do Instituto.

O que é ser Leiga Consagrada

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Cultura Vocacional em discussão

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Os desafios e perspectivas da realidade vocacional é o tema abordado por animadoras vocacionais

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Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição ardorosa e firme no seguimento de Jesus fundamenta-se no “Ide e anunciai o Evangelho a toda criatura” e prossegue sua missão de “tornar Jesus Cristo conhecido, amado e adorado por todos e em todo o mundo”, na confiança de que, nas diferentes realidades e culturas, a vida floresce e o Espírito de Deus renova todas as coisas. A realização do I Congresso Vocacional em junho de 2013, na cidade de São Paulo, foi uma ideia que surgiu a partir de inúmeras inquietações e constatações acerca da realidade vocacional da Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição nos diferentes contextos e países onde atuamos. As inquietações dizem respeito à necessidade de melhorar a missão da animação vocacional, aproximar-se mais das juventudes e melhorar nosso testemunho vocacional. A Congregação vem se colocando na dinâmica de intensificar o Serviço de Animação Vocacional, com “o objetivo de fortalecer a cultura vocacional em suas comunidades, em vista da missão, de animar-se mutua­ mente e acolher o potencial de vida que há em cada uma”. Sabemos que a realidade vocacional é desafiadora e ao mesmo tempo, geradora de esperança. Somos confrontadas e desafiadas pelas mudanças que interferem no cenário vocacional e percebemos luzes neste caminhar. Há jovens que buscam a Vida Religiosa hoje. Este é um sinal que nos anima. Cultura vocacional significa formação permanente, cultivo das boas sementes de vida que receberam o

nosso coração. A cultura vocacional é uma tarefa para a vida toda. Não conseguiremos animar a outros se não cultivamos continuamente a nossa vocação. O Congresso Vocacional foi aberto para outras Congregações e Institutos, cuja participação foi significativa e reuniu assim, mais de 150 pessoas do Brasil e exterior, na reflexão da temática escolhida: “Você tem potencial, promova a vida”, e o lema: O Espírito do Senhor está sobre mim (Lc 4,18).


Contexto religioso das vocações Para abordar a crise atual das vocações é preciso situá-la no contexto da crise eclesial que, por sua vez, é resultado do impacto da atual crise da sociedade. Há uma crise eclesial,

profunda e palpável. Não é somente do catolicismo, mas também das demais religiões. Estamos passando por uma travessia. A crise pode ser um momento pascal, anuncia novas possibilidades, depende de como assumimos o momento da crise. Dependendo de como assumimos a crise será o nosso amanhã. O medo cria fantasmas e monstros. Para superar o medo é preciso ter discernimento. É preciso ter a confiança de sermos co-pilotos da história e não os que a conduzem. Na aurora do século XXI, e comemorando 50 anos do Vaticano II, grandes mudanças e possibilidades se vislumbram na Igreja e para o Serviço de Animação Vocacional.

que possuem estes valores podem sobreviver à crise. O nosso contexto impossibilita viver o compromisso mais duradouro, a médio e longo prazo. É preciso ser realista, podemos também estar perdendo o dinamismo, a criatividade e o vigor. A maratona na igreja não é de velocidade, mas de resistência. É preciso conhecer o que passa no mundo atual, para compreender a juventude que recebemos nas casas de Formação e Seminários e como fazer um processo. Existe uma anemia espiritual, por isso a religião ressurge com muita força. Muitas práticas religiosas não transcendem, a salvação é prosperidade material, realização afetiva e saúde física.

Valores que ajudam ultrapassar a crise Autonomia: as pessoas não suportam ser desrespeitadas em sua autonomia. Temos que ter espaços para as diferenças e respeito pela autonomia. Subjetividade: é preciso ir costurando as diferenças, que é uma grande riqueza. A unidade da diversidade é sabedoria. Gratuidade: dimensão lúdica da existência. Valorizar a festa, a convivência, com o coração flexível. Instituições

E a Modernidade, o que trouxe? A modernidade é responsável pelas maiores conquistas da humanidade, mas também pelas maiores frustrações da história. Pessoas frustradas, angustiadas, depressivas, em busca de autoajuda é uma característica de nosso tempo. A racionalidade regida pelo lucro deixou sem respostas as questões ligadas à vida: realização e felicidade pessoal, finalidade do pro-

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Realidade Vocacional: desafios e perspectivas Estamos vivendo momentos de crise de identidade, e é muito importante dar-se conta da realidade, como ponto de partida. Se não partimos da realidade não fazemos processo. Ela é ponto de partida e não de chegada, apesar das contradições. Porém, a realidade não tem a última palavra. Em Jesus Ressuscitado a vida venceu a morte. Nossa esperança cristã não é vazia e alienante. Precisamos ter a coragem de assumir a conversão ao Evangelho e à realidade. A realidade tem um grande poder de questionar e desinstalar, e um grande poder de transformação. Deus continua nos interpelando na história e aí estão os sinais da presença de Deus. Uma das tarefas do Serviço de Animação Vocacional é conhecer e compreender o cenário eclesial e social, com suas riquezas e complexidades.


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gresso e da aventura tecnológica, sentido da vida. E, historicamente, proporcional ao avanço do ter, foi se manifestando a depressão do ser. O próspero mercado da “autoajuda” e a irrupção da dimensão terapêutica da religião são sintomas da anemia espiritual de nosso tempo. Entretanto, autonomia, subjetividade, alteridade, gratuidade são valores que chegaram para ficar, desafiando também as instituições religiosas a integrá-los, sob pena de tornarem-se obsoletas. Que nome dar ao nosso tempo presente? O maior desafio é olhar para a crise como uma bênção, mas na mentalidade oriental, crise é sinônimo de oportunidade, nos convida ao renascimento, é a necessidade de refazer, recriar. Precisamos valorizar as crises. A Vida Religiosa feminina passa por uma grande crise e é preciso acolher esse momento como uma grande oportunidade. O autoritarismo é uma das causas das crises, também na Igreja. A democracia como um valor da modernidade não foi assumido pela igreja. A falta de espaço para as pessoas e sua autonomia são causas da crise, sem falar da corrupção, sexualidade e busca pelo poder. Dar respostas novas às perguntas de hoje é um grande desafio. Há esperança com o novo Papa Depois de um bom tempo voltada para si mesma, se segurando

sob ranços do conservadorismo e mergulhada em sombras morais, renasce na Igreja uma nova esperança. O nome Francisco, escolhido pelo novo bispo de Roma, não foi por acaso, tem uma razão de ser – é uma inspiração, um legado para o século XXI, restaurar a Igreja de Jesus Cristo, na esperança e na fidelidade ao evangelho. Francisco surpreende o mundo cada vez que a ele se dirige, pela sua firmeza, profecia e ternura. Suas exortações vêm desinstalando a todos os cristãos e a Vida Religiosa Consagrada à fidelidade do primeiro amor. Aos ministros ordenados a exortação de que a liturgia e o culto não esgotam o ministério ordenado, nem a vida cristã. Um apelo a saírem para as periferias geográficas e existenciais, com misericórdia e compaixão. Quando a Igreja não sai de si mesma para evangelizar se torna auto-referencial e então adoece.

Provocações É necessário mostrar o rosto de luta pela vida, apesar do desânimo e apatia que existe em muitas comunidades; desconstruir conceitos que nos distanciam da verdade do evangelho; desafio da acolhida do diferente nos espaços vocacionais. Em todas as crises que existiram na história, tivemos a presença de homens e mulheres, que fizeram a diferença; quando as crises se acentuam, é o momento de viver a novidade pela profecia; os que deixam a Igreja podem estar na busca sincera de encontrar o próprio Deus, são vozes proféticas que nos convocam a repensar nossa posição. Assim, uma vez inseridas em diversos contextos e realidades, fica evidente que estes cenários requerem de nós Irmãzinhas, novas posturas e práticas. Este momento nos interpela a conhecer, fortalecer,


Animação Vocacional No Serviço de Animação Vocacional essas reflexões nos fazem “ter alegria e esperança, com a retomada da caminhada que vivemos. Percebo as Irmãs motivadas, mesmo diante dos desafios”, declarou Irmã Joérica Oliveira de Belo Horizonte. Ela acrescenta que esse é um novo momento e uma nova dinâmica de engajamento de todas as Irmãs. “É o momento de nos abrirmos a novos horizontes e ajudar ainda mais, a juventude a perceber o que Deus quer para suas vidas”, completa. “Saio do Congresso feliz e com esperança renovada. Penso que o nosso maior desafio é ajudar as pessoas a criarem uma cultura vocacional, porque sem a mesma, o trabalho fica, de certa forma, fragmentado. Mas acredito que podemos avançar, porque o Congresso teve objetivos claros, no campo do planejamento”, declarou Irmã Lizete Soares da Cunha, de São Paulo. Um olhar sobre a realidade Os frutos colhidos durante o ano: “Penso que o grande aconteci-

mento foi a mobilização de pessoas, a realização do Congresso Vocacional e os seus desdobramentos como o pré e o pós-congresso, realizados nas bases e regiões, que estão trazendo novo entusiasmo, comprometimento e motivação às comunidades”, destaca Irmã Irmã Celma Rodrigues Silveira, articuladora do Serviço de Animação Vocacional. Ela argumenta a importância da articulação, o envolvimento de muitas equipes na elaboração de material e a realização de encontros durante o processo. “Formamos várias equipes de trabalho e isso incluiu a gravação de um repertório musical em cd, a elaboração de um DVD vocacional e a confecção do Itinerário vocacional”, explica. Ela afirma Vocação é a opção pelo amor e a resposta deve ser dada na alegria de servir e para respondê-la com generosidade é preciso: ❱❱ Fortalecer a cultura vocacional nas comunidades, em vista da missão; ❱❱ Promover a animação mútua e acolher o potencial de vida que há, em cada pessoa; ❱❱ Auto motivação, para contagiar outras pessoas; ❱❱ Saber que medida e importância dar à autonomia, subjetividade e gratuidade, para a superaração da crise.

que a equipe envolveu muita gente na participação e realização de eventos de relevância internacional, como a Jornada Mundial da Juventude, a Feira Vocacional da JMJ/RJ, Tendas Vocacionais, a partilha de informações nas redes sociais e a participação de várias Irmãzinhas e formandas. Sangue novo A reestruturação da equipe vocacional com a liberação de irmãs para atuarem na animação vocacional, são algumas das ‘mexidas’, que a equipe geral e articuladoras da animação vocacional, estão fazendo, em favor das vocações. Ações em 2014 Diversos eventos estão previstos, dentre eles os chamados: “Despertar Vocacional”, em realidades paroquiais, escolas e outros espaços a serem vistos. E em agosto, a realização de uma semana vocacional, nas mais de 80 comunidades, onde as Irmãzinhas se fazem presentes. Partir da nossa origem Santa Madre Paulina afirmou em seu testamento espiritual: “Passo a passo, sempre em frente. Confiai em Deus e em Maria Imaculada, permanecei firmes e adiante.” Convictas de que o próprio Deus nos conduz no hoje da história, a Congregação de-

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revelar e fazer acontecer o projeto de Jesus Cristo que é a realização do Reino de Deus. O amor é o sentido mais profundo da vocação. A vocação é a opção pelo amor e a resposta será dada na alegria de servir.


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limitou o tema do Congresso: ‘Você tem Potencial. Promova a Vida’. Todos somos essência de Deus e O encontramos em nosso eu profundo O Serviço de Animação Vocacional está enraizado na certeza de que toda resposta vocacional nasce do

amor do Pai e da opção pelo seguimento de Jesus Cristo. Por isso, sabe que a esperança é o alimento desse processo. Deus continua chamando todos/as ao serviço do Reino. Essa é a razão de ser do Serviço de Animação Vocacional: apresentar e

convidar a todos, para o seguimento de Jesus, cada qual segundo sua vocação. Os desafios são muitos e a estrada é longa, porém ‘vamos passo a passo, mas sempre em frente’. Irs. Leodi Amália Bolzan e Lizete Soares da Cunha

Um bate-papo com Ir. James Irmão James nasceu no Maranhão, em Balsas, é o mais novo de uma família de três filhos. O terceiro Irmão Marista da família. Vive a vocação e missão no Instituto dos Irmãos Maristas desde 1999. Já atuou em algumas frentes de missão, entre elas os Centros Maristas de Juventude e a Animação Vocacional, da qual é apaixonado e se interessa muito. É um amante da juventude, por isso, dedica seus dias e trabalho, ao aprofundamento e serviço às juventudes. O religioso fala um pouco de si e do seu trabalho. Qual sua formação acadêmica e o que faz atualmente?

Irmão James: Sou Assistente Social, com especialização em adolescência e juventude. Atualmente com a missão de articular a comissão de formação e vida religiosa (formação, comunidades religiosas, jovens irmãos, irmãos de meia Idade, animadores comunitários, casas de idosos, etc.), comissão de patrimônio e espiritualidade marista (centros de conservação histórica, etc.), dentre outras atividades, faço parte também do comitê temático de Vida Religiosa e Laicato, na União Marista do Brasil - UMBRASIL, da Subcomissão de Irmãos Maristas da América e da Comissão Internacional de Irmãos Maristas. Como você vê o Serviço de Animação Vocacional, no momento atual?

A animação Vocacional (SAV/PV) só pode ser assumida quando somos apaixonados/as pela nossa própria vocação. Ela é tarefa vital para a VR, mas principalmente é uma possibilidade de reencantamento de muitos/ as religiosos/as com a vocação, da adesão de leigos/as com a causa e missão dos Institutos e congregações e da opção de jovens pelo seguimento à Jesus de Nazaré, nas várias formas de vida e missão. Acredito em uma Animação Vocacional de processos, vivências, adesão, construção do projeto de vida, assumida como prioridade pelos institutos, províncias, comunidades, irmãos

e leigos/as. Não podemos deixar de acreditar que há jovens interessados/ as em descobrir a sua vocação e também viver a VR Consagrada. O que nos falta, às vezes é encantamento e compromisso com essa causa. Precisamos ter pessoas específicas e liberadas para esse serviço, disponibilizar materiais e recursos para o investimento nesse campo, planejar com cuidado as ações, garantir a processualidade e metodologias adequadas para o acompanhamento, um Itinerário Vocacional adaptado à realidade e principalmente pessoas (religiosos/as e leigos/as) para a dinamização e acompanhamento dos/ as vocacionados/as. Em sua opinião, quais são as características principais de uma pessoa que tem essa missão de chamar outras, para a vida religiosa ou sacerdotal?

Primeiramente para mim, o chamado de Deus é amplo e específico para todos/as e cada um/a, nas diversas formas de vida, não só a religiosa e presbiteral. Acredito que as características principais de quem chama são: forte eclesialidade, capacidade de acompanhar processos individuais e grupais, desejo do crescimento e amadurecimento pessoal e do/a outro/a, apaixonado/a pela causa do Reino de Deus e para isso, precisamos de mais pessoas para chamar, convicção da sua vocação específica e principalmente, clareza na pastoral de processos. Deus continua chamando. Que metodologias precisam ser desenvolvidas, para que a pessoa faça o seu processo?

Cada vez mais, para se trabalhar com as juventudes e, na Animação Vocacional não é diferente, precisamos de metodologias e linguagem adequadas para a realidade atual. Acredito numa metodologia que gera processo e tempo para o discernimento pessoal e comunitário, levando em conta uma linguagem para a construção do projeto de vida da juventude e não só o discernimento vocacional.


Presença solidária

Fa m a pa

FAMAPA promove semana social em parceria com diferentes entidades

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star a serviço da vida e promover a cidadania são características dos grupos da FAMAPA (Família Madre Paulina), que cresce a cada ano. Já são mais de 70 grupos, sendo que alguns celebram uma década ou mais de existência, e, com alegria, registramos o surgimento de novos grupos, como também de grupos de crianças e adolescentes, que, carinhosamente, chamamos de FAMAPINHA. Inúmeras atividades são assumidas pelos diferentes grupos junto às comunidades carentes, enfermos, idosos, mulheres e crianças, no Brasil e em países, como: Argentina, Chile, Nicarágua, Guatemala e Moçambique. Veja o relato de um dos grupos: “Nessa caminhada de vida e compromisso solidário, o grupo da FAMAPA de Goiânia preparou a celebração dos dez anos de fundação, organizando uma semana social na comunidade. Este proporcionou o acesso de alguns serviços úteis e necessários às pessoas mais necessitadas, como: emissão da 1ª via da Carteira de Identidade, orientação sobre saúde: prevenção ao câncer, especialmente de mama, boca, pele, próstata, feita em parceria com os profissionais do Hospital Araújo Jorge, de Goiânia, e cuidados com a pressão alta e diabetes; orientação e

A solidariedade não é tarefa de alguns, é compromisso dos que se dispõem a transformar o que está ao seu alcance, envolvendo outras pessoas doação de sangue através do Hemocentro-doação; orientação espiritual e vocacional. Não faltou a culinária e lazer para as crianças. Durante uma semana, o grupo esteve na praça, dando parte do seu tempo àqueles que precisam, procurando colocar-se na defesa da vida, como fez Santa Paulina. Foi uma semana para refletir e celebrar a importância do serviço aos outros, sair do comodismo e da zona de conforto, enfrentar os ventos contrários, a fim de concretizar a fé com obras.

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A FAMAPA de Goiânia deseja e busca ser, nessa Igreja e nesse contexto social, um sinal do amor misericordioso de Deus. Procura unir fé e vida, assumindo compromisso no hospital Araújo Jorge, na acolhida e escuta, sendo presença, apoio aos familiares das pessoas portadoras de câncer. Em parceria com os Vicentinos, visita e assiste algumas famílias pobres e necessitadas, com cestas básicas. Pouco a pouco, inspirados na Palavra de Deus, alimentados pela Eucaristia e motivados pelo Carisma de Santa Paulina, vamos cumprindo nossa vocação Batismal”. A solidariedade não é tarefa de alguns, é compromisso dos que se dispõem a transformar o que está ao seu alcance, envolvendo outras pessoas e somando forças com grupos que oferecem serviços e meios para promover a cidadania e o bem viver, com o diferencial que é a espiritualidade e o carisma de Santa Madre Paulina. Faça parte desta FAMíLIA, informe-se e participe! É possível transformar sonhos em realidade quando o sonho é partilhado entre muitos! Acesse nosso site: www.ciic. org.br e facebook. Ir. Roseli Amorim


Capítulo Geral Tempo de escuta, discernimento e graça

E s p ec i a l

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A Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição celebra um ano especial em preparação à sua mais importante assembleia

C

om a renovação promovida pelo Concílio Vaticano II, os capítulos foram designados para serem realizados, como instrumentos de renovação das congregações religiosas, porque é também um evento eclesial, já que a existência de um carisma tem como razão de ser o testemunho cristão de seus membros. Em 9 de junho de 2013, reunidas em São Paulo-SP, diante de um grande número de Irmãzinhas, Irmã Anna Tomelin – coordenadora geral da CIIC, proclamou a abertura do Ano Capitular da Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição. Foi um momento histórico, forte e de muita emoção. A celebração foi rica em símbolos e palavras, “O Ano Capitular é um tempo de exame e discernimento, para ver se estamos respondendo, com fidelidade, à nossa vocação,

O Ano Capitular é um tempo de graça e retomada da caminhada da vida pessoal, comunitária e da missão de uma congregação religiosa aos apelos que o Espírito nos faz, a partir dos acontecimentos e clamores da realidade”, declarou Irmã Anna Tomelin, superiora geral, ilu-

minada pelo tema e lema escolhidos. E acrescentou que o evento é uma experiência congregacional de fé e esperança contínua, “Sabemos que cada capítulo é um olhar com o coração. Ver a vida de nossa família missionária, com suas luzes e sombras, as necessidades do momento histórico congregacional, social e eclesial”. A partir da proclamação da abertura do Ano Capitular, as Irmãzinhas das mais de 70 comunidades do Brasil e os 10 países em que se encontram, também realizaram a abertura, de forma celebrativa e criativa. O que é Ano Capitular É um tempo de graça e de retomada da caminhada construída, da vida pessoal e comunitária e da missão realizada pela ação evangelizadora, em todas as comunidades


da Congregação. É um convite a dar um novo passo na Congregação. Muitos passos já foram dados ao longo dos 123 anos de história da Congregação. Muitas vidas foram promovidas em diferentes lugares e culturas, onde foi semeado o Carisma e partilhado o espírito e espiritualidade legados por Santa Paulina. A Vida Religiosa Consagrada é dom a serviço do povo de Deus, na construção do Reino. É iluminada pelo Espírito Santo, que a conduz por caminhos missionários em diferentes lugares, culturas e situações, que clamam por vida e dignidade. Avaliar suas ações, metas propostas e alcançadas, para se tornar, cada vez mais, presença de qualidade, junto às comunidades onde atuam, é uma exigência evangélica. Desta forma, a Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição, a cada seis anos, realiza um grande encontro chamado ‘Capítulo Geral’. Este é o seu mais importante acontecimento, para tomada de decisões e encaminhamentos. Ele tem como finalidade garantir o Carisma, a memória e os objetivos da Fundadora, no que se refere à natureza, finalidades e espírito, bem como suas saudáveis tradições. Neste processo a Congregação por meio dos seus membros deve: a) promover a permanente renovação da Congregação; b) avaliar a vida da

O Capítulo Geral é o mais importante acontecimento para tomada de decisões e encaminhamentos da Congregação Congregação à luz do Evangelho e do Carisma, em conformidade com a realidade eclesial e social; c) estabelecer metas e prioridades para os próximos seis anos; d) elaborar e/ ou rever as Constituições, Diretório, Normas e Estatutos; e) deliberar sobre assuntos importantes da Congregação; e f) eleger a superiora geral, suas conselheiras, a secretária e a ecônoma. “Passo a passo” Tempo de avaliar as ações e pensar o futuro, o Ano Capitular é um momento de retomada, reflexões, estudos e tomada de decisões. Exige oração e intensa preparação, envolvendo todas as Irmãs e Formandas. Esta preparação vem acontecendo, de muitas maneiras, e em vários espaços. Um dos primeiros momentos foi a realização das assembleias provinciais no Brasil e da Regional, na América Central, com a partilha de expectativas das Irmãs, em relação ao XXI Capítulo Geral, a ser realizado de 15 de julho a 03 de agosto de 2014, em São Paulo.

Mística e espiritualidade Para a vivência intensa deste tempo, temos propostas de oração pessoal, retiro mensal, adoração ao Santíssimo, bem como roteiro de estudo, avaliação a partir do Projeto Comunitário, Missionário e os Planos de Ação. “Eis que faço novas todas as coisas” (Ap 21,5). É um projeto, uma profecia, uma oportunidade e um recomeçar, é tempo de expectativa e esperança. Deus nos coloca dentro de um tempo favorável. Cada Irmãzinha é convidada a ser geradora de um novo tempo e serem mulheres novas, que realizam as bem aventuranças e não se acomodam. É tempo de ousadia, de dar novos passos, mesmo que, às vezes, esteja escuro. Tempo de retomada e de dar-se conta de que não dá para fazer as coisas da mesma maneira, querendo que sejam novas. Exige mudança criativa. As coisas só podem ser novas quando há despojamento do que é velho, quando nos abrimos ao sopro do Espírito, que revigora tornando realidade: “Sim, faço novas todas as coisas”. Ir. Marilde Arenhardt

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Posteriormente foi o momento da realização de uma assembleia da Congregação, para partilha das muitas expectativas e indicações para o tema e o lema. “Na Fonte, firmar novos passos, com ousadia, profetismo e cuidado com a vida” foi o tema escolhido e o lema: “Eis que faço novas todas as coisas”, iluminado por Ap 21,5. Nesta mesma assembleia foram firmados alguns passos, como a elaboração de subsídios de estudo, oração, celebrações e um cronograma de atividades.


Graças alcançadas

depoimentos

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arlene Pereira Berdoneschi conta, com emoção, a graça que seu marido recebeu por intercessão de Santa Paulina. “Eu não acreditava em santos. Isso tudo estava muito longe de nós. Quando Santa Paulina foi canonizada, por exemplo, eu dizia para todos que isso tudo era ‘política do Vaticano’. O fato é que meu marido foi diagnosticado com câncer no intestino, há aproximadamente 10 anos. Recebi uma luz que me disse: ‘Reze para Santa Paulina’. Eu não a conhecia muito bem. Foi neste momento que fiz o pedido pela saúde do meu marido. Pedi que Santa Paulina fosse a sua protetora. Celso fez cirurgia no intestino e no fígado, passou por sessões de quimioterapia e tudo ficou bem, graças a Deus. O médico até hoje pergunta: ‘o senhor ainda está vivo?’ Devido a doença, faz acompanhamentos até hoje. Mas, o médico diz que a saúde do meu marido está melhor do que a dele. Agradecemos imensamente à Santa Paulina e, sempre que temos possibilidade, visitamos o Santuário” Marlene Pereira Berdoneschi Rio de Janeiro-RJ

O

sorriso de Ângelo Miguel da Silva deixava nítida a felicidade que pulsava em seu coração. Veio ao Santuário agradecer Santa Paulina justamente no dia em que seus ex-colegas de profissão filmavam a missa transmitida. Ângelo foi câmera da Band SC e filmava as missas transmitidas até sofrer um grave acidente de transito em 2011. Ângelo conta que sofreu um grave acidente quando ia trabalhar de moto. Foi socorrido por uma viatura do Corpo de Bombeiros que passava no local. Os bombeiros o examinaram e viram que

ele não apresentava sinais vitais. Entenderam que Ângelo tinha ido a óbito e o cobriram com um pano branco. Algumas pessoas haviam chamado o SAMU e quando a ambulância chegou os socorristas verificaram, por via das dúvidas, se Ângelo realmente havia falecido. Para a surpresa de todos, quando os socorristas tiraram o pano branco do rapaz perceberam que ele havia voltado a respirar. Ângelo teve traumatismo craniano e várias fraturas pelo corpo. Ficou durante 18 dias na UTI e seis meses internado. Depois os médicos viram que seria necessário amputar a perna esquerda de Ângelo. Quando soube entrou em desespero, mas com confiança, disse que depois de um tempo voltaria a fazer tudo como antes. “Graças a Deus e Santa Paulina estou vivo”, declara Ângelo. D. Irene Gomes da Silva, mãe de Ângelo, diz que quando viu o estado de seu filho na UTI, pediu a Santa Paulina que intercedesse por ele. Ela e o esposo, Antonio da Silva, dizem que durante a internação do filho perderam muitas coisas, dias de trabalho, chegaram a perder a fome, mas a fé jamais foi perdida.

S

ou Janete Rodrigues Vieira da Silva, casada, 52 anos e mãe de um filho de nove anos. Pertenço a uma família muito católica e em março deste ano, foi diagnosticado que eu possuía um câncer de mama. Depois de vários exames, foi detectada a necessidade da retirada total da mama direita e posteriormente sessões de quimioterapia. Minha família iniciou diversas orações e eu em 20 de abril comecei a novena de Santa Paulina, terminei-a em 28 do mesmo mês. Meu pedido sempre foi pela cura total. A cirurgia foi feita no dia 02 de maio, passei bem e depois das biopsias não precisei fazer quimioterapia, fui curada. Hoje divulgo a novena de Santa Paulina com toda a minha fé, pois sei que ela me ajudou. Janete Rodrigues Vieira da Silva Rio do Sul-SC

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riani não escondia a emoção de estar no Santuário Santa Paulina, no dia 6 de janeiro de 2013. Cumpriu uma promessa, realizada no ano anterior, subindo de joelhos a principal escadaria do Santuário, carregando consigo Ângelo Miguel da Silva um buquê de rosas vermelhas. Florianópolis-SC Em cada flor, o nome de uma pessoa que a auxiliou em todo o processo de gestação da pequena Maria Fernanda. “Sofri três abortos espontâneos antes da gestação de Maria Fernanda. Foram sete anos tentando engravidar. Pedimos com muita fé a Santa Paulina, que colocasse alguém no nosso caminho para nos auxiliar. Não demorou muito para encontrarmos Dr. Fernando. Na primeira consulta ele disse que faria de tudo para termos o bebê. A partir daí, tudo começou a dar certo. Todos os dias, rezava Ângelo Miguel da Silva Florianópolis-SC com muita devoção a Deus e a


Santa Paulina. Passei por tratamento rigoroso, especialmente nos três primeiros meses de gestação, a base de medicamentos. Durante todo o processo, tomei remédios para três possíveis causas que provocavam o aborto. Porém, hoje em dia, faço os exames para identificar as causas, e estes não são diagnosticados. Até hoje não foi descoberto o motivo. Por isso, sempre digo que foi um milagre, por meio de nossa Santa. Maria Fernanda nasceu no dia 29 de janeiro de 2012, em Florianópolis. E, prometi, que antes dela completar um ano, viria ao Santuário cumprir minha promessa.” Ariani Leitis Motter Griss Costa

Florianópolis-SC

na cartilagem e no menisco. Passei por um período muito longo com fisioterapias. Quando fui liberada pelo médico para começar a fazer caminhadas, meu outro joelho também começou com o mesmo problema. O médico disse para eu desistir do sonho de fazer o Caminho de Santiago, pois os meus joelhos não suportariam os 800 km de caminhadas. Então, fui, com minha família, até o Santuário de Santa Paulina pedir esta graça. Fui a pé desde Canelinha até Vígolo, como forma de penitência. Chegando lá, mal conseguia colocar os pés no chão de tanta dor nos joelhos. Com muita fé, mesmo com dor, me ajoelhei diante da imagem

da minha Santa e rezei. Pedi a graça. No outro dia, já em casa, meus joelhos não doíam mais. Comecei a treinar e, finalmente, no dia 11 de maio de 2013, embarquei com meu filho Marcel para a França, onde começamos a peregrinação até Santiago de Compostela, na Espanha. Foram 800 km percorridos a pé, com a mochila nas costas. Dormíamos em albergues e enfrentávamos, nas montanhas, temperaturas que variavam entre 3 e 4°C. Atingíamos altitudes de até 1.430m acima do nível do mar. Usei, durante a peregrinação, uma camiseta com a imagem de Santa Paulina e levei as suas fitinhas que fui distribuindo por onde passava. Deixei fitinhas em cruzes e imagens de santos que encontrava pelo caminho. Dei, também, fitinhas para outros peregrinos e contava a história de Santa Paulina. Sentia-me uma verdadeira missionária. Foram 31 dias caminhados, sem transpor nenhuma etapa. Atravessamos um total de 217 povoados e um total de 07 Províncias (Navarra, La Rioja, Burgos, Palência, Léon, Lugo e La Coruña). Tenho certeza que isto só foi possível pela interseção de Santa Paulina! Marcia Regina Augustinho dos Santos

Criciúma-SC

Depoimentos enviados ao Santuário Santa Paulina

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empre tive o sonho de fazer o caminho de Santiago de Compostela. Sonhava com isto desde 2001, quando tive acesso, pela primeira vez, à história do Caminho. Apaixonei-me, e, fazer a peregrinação, tornou-se uma meta, um objetivo em minha vida. Quando me aposentei, em 2008, comecei, então, a me preparar fisicamente, mas esse meu sonho quase foi interrompido porque tive que fazer uma cirurgia no joelho direito em 2011, pois estava com problemas

Marcia Regina Augustinho dos Santos Criciúma-SC

21 depoimentos

Ariani Leitis Motter Griss Costa Florianópolis-SC


J u ve n t u d e s

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JUVENTUDES

Clamor, Ousadia e Esperança

O Projeto das Juventudes, construído e dinamizado pelas Irmãzinhas, é avaliado e, muitas contribuições foram identificadas com sua implantação, o que ajudou a afrontar os desafios vividos pelos jovens Introdução No ano de 2008 as Irmãzinhas da Imaculada Conceição assumiram, em Capítulo Geral, um compromisso de priorizar ainda mais, a sua atuação junto às juventudes. A partir desta opção, no ano seguinte, foi elaborado o “Projeto das Juventudes: clamor, ousadia e esperança”, sendo o primeiro a ser construído e articulado, conjuntamente, por toda a Congregação. Após quatro anos de execução do projeto, apresentamos, neste artigo, algumas reflexões e alguns pontos avaliativos a respeito da atuação junto às juventudes. Na primeira parte serão discutidos alguns aspectos gerais sobre o porquê da juventude estar tão incisivamente em pauta na sociedade brasileira

atualmente. Na segunda parte serão apresentados alguns pontos de avaliação sobre as ações desenvolvidas pela congregação no período de execução do projeto. Nesta parte também serão referidos alguns depoimentos de Irmãs e de jovens que participaram do projeto. Por que a juventude está em pauta A opção pelo trabalho junto às juventudes está inserida junto ao contexto social brasileiro, em que os jovens se tornaram um dos segmentos a ter maior visibilidade durante os últimos anos. Os motivos são muitos e complexos. Neste caso, abordaremos cinco deles: a demografia juvenil, a violência, o reconhecimento de uma cultura es-

pecificamente juvenil, as novas tecnologias e os desafios pedagógicos. Com relação à demografia juvenil, de acordo com o Censo de 2010, temos, atualmente, no Brasil, aproximadamente 51,3 milhões de jovens com idade entre 15 e 29 anos, o que equivale a 25% da população. Este é o momento da história em que o país tem o maior número de jovens desde a realização do 1º censo (em 1872). No entanto, a projeção para as próximas décadas é de que ocorra o envelhecimento da população. Tal dado sugere que o momento atual é aquele em que os projetos de ação junto aos jovens são muito necessários, devido à grande quantidade de pessoas nesta faixa etária. Outro motivo que coloca os jovens em evidência, atualmente, é a


vos digitais”, pois já nasceram num contexto em que estes dispositivos já existiam. Estas mudanças não significam apenas usar certos aparatos eletrônicos, mas inúmeras outras, tais como: novas formas de comunicação e conectividade, a influência das redes sociais e novas sociabilidades, as mutações nas noções de público e privado e as novas formas de intervenção social (como foi o caso das manifestações acontecidas no Brasil em 2013). O quinto motivo refere-se aos novos desafios pedagógicos presenciados pelas instituições educativas e formativas, devido às mudanças culturais e aos avanços tecnológicos ocorridos nas últimas décadas. Como conseqüência, alteraram-se as formas de aprender, ocorreram mudanças nas relações de poder e de autoridade e surgiram novas configurações familiares que repercutem na educação dos adolescentes e jovens. Estes aspectos repercutem em desafios pedagógicos a serem enfrentados, tanto do ponto de vista de concepções de aprendizagem como também de metodologia de trabalho com os jovens. Diante dos motivos apresentados, fica evidente a necessidade de projetos concretos para a atuação junto aos jovens, principalmente dos que se encontram em maior situação de vulnerabilidade. O Proje-

to das Juventudes da Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição situa-se justamente nesta perspectiva de contribuir no atendimento desta necessidade. Projeto das Juventudes: clamor, ousadia e esperança O nome criado para o projeto remete ao espírito com o qual foi concebido. O termo “juventudes”, no plural, busca representar a pluralidade dos jovens atuais, que precisa ser conhecida e atendida. A expressão “clamor” está relacionada às principais necessidades dos jovens atuais, principalmente os que mais são excluídos e que apresentam menos perspectiva de futuro. O termo “ousadia” representa a intenção da Congregação de atuar de forma ousada e decidida juntos aos jovens, como parte de sua missão prioritária neste período. Por fim, a palavra esperança representa a crença na esperança de que, juntamente com outros parceiros e instituições que atuam junto às juventudes, se possibilite um presente e um futuro com maior dignidade e realização para os jovens. A opção por um projeto único, em nível de congregação, possibilitou que todas as Irmãs, formandas e leigos tivessem alguma

Fica evidente a necessidade de projetos concretos para a atuação junto aos jovens, principalmente dos que se encontram em maior situação de vulnerabilidade

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violência. Quando se fala no tema, invariavelmente os jovens são mencionados, como os causadores principais de atos violentos. No entanto, ignora-se que, atualmente, a juventude é o segmento com o maior número de mortes no país, além de ser o grupo exposto à maior vulnerabilidade social, que necessita de oportunidades e projetos para poder projetar um futuro com dignidade. O terceiro motivo é a emergência de uma cultura especificamente juvenil, em que os jovens passam a ser reconhecidos a partir de características e anseios próprios. Até pouco tempo, os jovens eram reconhecidos apenas como uma fase transitória para a vida adulta, sem necessidade de atenção e projetos condizentes com sua idade. Contudo, a fase da juventude se alargou (atualmente até os 29 anos) e então surgiram as culturas juvenis, com produções e necessidades específicas. Estas culturas precisam ser conhecidas e a partir delas, serem articulados projetos que atendam às suas demandas. O quarto motivo pode ser caracterizado pela cultura midiática e pelas novas tecnologias. Os adultos viveram uma transição de uma cultura sem a internet e as novas tecnologias para uma cultura com estas possibilidades. Já os jovens atuais são considerados os “nati-


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forma de contato com as ações voltadas às juventudes. Após o período de execução, é possível apresentar algumas contribuições que o projeto teve para a Congregação: • O enfoque sobre as juventudes, tendo sido contemplado em uma das prioridades do XX Capítulo Geral, favoreceu a sensibilização e conscientização das Irmãzinhas e Formandas a respeito do trabalho com juventudes e, encorajou as Irmãs que já trabalhavam com os jovens; • Possibilitou maior visibilidade dos trabalhos que já eram realizados junto às juventudes; • A preocupação com a formação integral dos jovens através dos princípios do projeto: espiritualidade, compromisso social, assessoria, protagonismo e projeto de vida possibilitaram uma atuação mais abrangente, considerando as diferentes dimensões da pessoa; • A metodologia do Projeto das Juventudes (método Ver, Julgar, Agir, Rever e Celebrar; o Caminho de Emaús; Pedagogia da Autonomia) favoreceram para nortear e potencializar as ações de maneira participativa e processual; • A memória dos trabalhos da CIIC junto às juventudes, du-

rante as reuniões da Equipe de Articulação oportunizaram recuperar aspectos importantes da trajetória de atuação com os jovens já realizados na congregação; • As articulações de parcerias com projetos já existentes nos âmbitos eclesial, social e governamental resultaram na ampliação das ações que já eram desenvolvidas; • A semana Santa com Santa Paulina foi um diferencial positivo para a experiência dos jovens e assessores participantes;

• A ampliação e a qualificação da atuação junto aos estudantes das escolas; • As assessorias das Irmãs, em instâncias internas e externas, sobre temáticas referentes às juventudes; • As produções de artigos diversos sobre juventudes disponibilizadas no MIC, no Anuário, no site e em outros meios. • O Dia de Oração pelos Jovens na congregação (dia 15 de cada mês) possibilitou a participação de todos, inclusive a sintonia das Irmãs idosas e doentes com o projeto; • A maior visibilidade dos trabalhos junto às juventudes em situação de vulnerabilidade social: jovens indígenas; dependentes químicos; jovens vivendo com HIV/Aids, jovens em situação de rua... • A preocupação e acompanhamento das Políticas Públicas de Juventudes em diversas esferas: formações, conselhos de juventude, divulgação do Estatuto da Juventude;

O termo “juventudes”, no plural, busca representar a pluralidade dos jovens atuais, que precisa ser conhecida e atendida


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• A presença e atuação de jovens em instituições da congregação e outras (asilos, hospital, casa das Irmãs idosas, projetos sociais, clínicas de recuperação de dependentes químicos e outras); • A Equipe de Articulação do Projeto das Juventudes que contribuiu para a sistematização, o monitoramento e a avaliação do projeto; • A abertura do projeto, que não se restringiu a uma área de atuação junto às juventudes, possibilitando assim atingir uma diversidade maior de jovens; • A continuidade do mesmo assessor para o projeto (20102013), garantindo outro olhar e a visão do processo. Como ressonância do trabalho realizado, apresentamos abaixo alguns depoimentos de Irmãs que atuam junto a diferentes realidades juvenis. Juventude Encarcerada Da população carcerária do Presídio Francisco de Oliveira Conde, de Rio Branco/Acre, onde trabalho, 68% são jovens entre 18 e 28 anos.

No presídio também se encontra um grande número de jovens, com pouca escolaridade, pois a escola não conseguiu ser atraente para eles (9% são analfabetos e 56% não concluíram o ensino fundamental). Estes, sem uma qualificação profissional, são facilmente seduzidos pelo retorno rápido do dinheiro que o tráfico de entorpecentes apresenta. São usados pelo crime organizado para transportarem a droga (32% tráfico). Temos ainda uma massa

de usuários de substância psicoativa, destes muitos dependentes que, para conseguirem a droga, cometem delitos das mais variadas espécies. A maioria dos jovens encarcerados provém de famílias carentes, a maioria criada sem a figura masculina, criados com a mãe ou avó, sem limites e com pouco afeto. Proporcionar educação e profissionalização a todos é um grande desafio, pois não temos vagas para todos, e um grande número, especialmente


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os dependentes químicos, não estão motivados, passam o dia correndo atrás de drogas e para consegui-la se submetem a todo tipo de humilhação. Nesta realidade, o nosso trabalho, enquanto equipe técnica, é desafiante. Como trabalhar valores, posturas em um mundo onde os mais fortes ditam as regras e os mais fracos, para sobreviverem, não podem dar nenhum “vacilo”? Percebo que meu trabalho, enquanto psicóloga, é como um pequeno oásis no meio do deserto, proporcionando, em grupo ou individualmente, momentos de reflexão, de escuta oportunizando que possam se expressar como seres humanos e não como “presos”. Estes encontros possibilitam entrarem em contato com o melhor que há em cada um. Muitos relatam que estes momentos os fazem voltar a sentir a sensação e a certeza de que há, em si, algo mais do que esta casca violenta, criminosa, má. Resgatar a identidade saudável, neste ambiente, é um grande desafio. Contudo, uma pequena luz que se acende na escuridão, faz uma grande diferença. Percebo isso, claramente, em meu trabalho e é o que me faz seguir em frente, e acredito que a pequena contribuição que dou faz grande diferença na vida destes jovens. (Ir. Teresinha Scapin, Rio Branco-AC)

Projeto de Vida Num mundo marcado pelo hedonismo, individualismo, competitividade, falta de amor e de sentido de vida, globalização sem humanização, que acena para projetos de morte, é necessário pensar em PROJETOS DE VIDA. Um Projeto de Vida que se apropria de sonhos e utopias próprias da juventude, nas inúmeras dimensões da sua vida, para configurá-los em realidade. Em Teresina-PI, o índice de extermínio jovem, o suicídio, o tráfico humano e a violência são alarmantes e as propostas contra a vida estão expostas por toda parte. O projeto de

vida se apresenta como um artifício usado para combater esta realidade, juntamente com outras estratégias e parcerias. Temos investido, a nível paroquial e arquidiocesano, em descobrir pessoas que chamamos “amantes da juventude” e nos aliado a elas, proporcionando formação, inserção na comunidade com a proposta de defesa da vida das juventudes, por meio do acompanhamento e assessoria nos grupos de jovens. Tudo é feito por etapa: formação nos grupos de base, nas assessorias, nas coordenações paroquial e arquidiocesana, retiros espirituais, elaboração do projeto de vida e o acompanhamento personalizado. Uma jovem participante, Amanda Silva Gomes, relata desta forma a sua experiência: “O projeto de vida para mim, tem ocupado um espaço de grande importância porque me ajudou a amadurecer, a me centrar mais no que quero, a descobrir caminhos novos como possibilidade de caminhar por onde escolhi e a direcionar minha vida de fé. Em pouco tempo, já posso notar algumas diferenças com relação à minha participação na Igreja, à maior confiança, amizade e intimidade com a minha mãe e fui indicada para ser coordenadora do grupo. Só estou começando, mas eu vou longe, me aguardem!!!” (Ir. Francilda Firmino dos Santos, Teresina-PI)


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Considerações finais A partir das reflexões e dados apresentados, percebem-se alguns aspectos que tornam o segmento juvenil tão fortemente pautado na sociedade atualmente. Diante destes elementos, a opção das Irmãzinhas da Imaculada Conceição em propor um projeto que atenda as mais diferentes realidades juvenis possíveis, mostra-se como uma ação muito positiva, visto que os jovens necessitam de instituições que acreditem no seu potencial e que invistam em propostas concretas. O Projeto das Juventudes pode ser apontado como uma resposta aos desafios das realidades juvenis. Cabe reunir todos os avanços realizados e articular um novo planejamento para a continuidade e o aprimoramento das ações já realizadas. Para tal, é importante que alguns aspectos sejam observados: que as juventudes continuem como uma das prioridades da congregação, nos próximos anos; que se mantenha uma equipe de articulação, tendo uma Irmã de referência em cada província e regional, incluindo a participação de leigos (assessores e jovens); que as comunidades priorizem as ações do Projeto das Juventudes em seu Projeto Comunitário Missionário e que se possibilite a formação especializada sobre juventudes para Irmãs e assessores leigos que atuam em projetos com jovens. Estas ações, somadas a outras, contribuirão para que um número maior de jovens seja atendido e auxiliará a própria instituição no revigoramento de seu carisma e missão. Maurício Perondi

É assessor do Projeto das Juventudes: clamor, ousadia e esperança. É doutor em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Atualmente é coordenador do Observatório Juventudes da PUCRS. Contato: mauricioperondirs@gmail.com


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Políticas Públicas de Juventude Compromisso Missionário O conhecimento e envolvimento no processo de elaboração e acompanhamento das Políticas Públicas tornam-se imprescindíveis para a atuação junto às Juventudes

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retende-se neste espaço suscitar o interesse de avançar em “águas mais profundas” do meio político, de modo particular, no foco juventude e a política pública. Claro que refletir políticas públicas, em primeiro lugar requer desarmar-se de preconceitos. Um segundo passo, demanda compreender alguns conceitos como pré-requisito, como por exemplo, estado, sociedade e governo; neste caso especifico; também as concepções de juventude. Focando no conceito de políticas públicas, segundo Saravia e Ferrarezi (2006) “são as políticas públicas que estruturam o sistema político, definem e delimitam os espaços, os desafios, os atores. Elas acontecem em etapas: elaboração, formulação, implementação, execução, acompanhamento (controle social) e avaliação”. Estando as Irmãzinhas, em ritmo de avaliar e projetar novos passos com a proximidade do XXI Capítulo Geral, algumas indagações surgem frente aos resultados deste sexênio. A partir da prioridade juventude, confrontar: como está a organização da Secretaria da Juventude na cidade onde as Irmãs atuam com as juventude? Há atuação junto aos conselhos de juventude em âmbito municipal ou estadual? Que projetos e programas estão sendo implementados em favor desta categoria? E como anda o papel de controle social junto às ações dos gestores públicos? Acredita-se também que para todo o cristão, participante das reflexões da Campanha da Fraternidade 2013 – (fraternidade e juventude) e da Jornada Mundial da Juventude, engajar-se na elaboração

São as políticas públicas que estruturam o sistema político, definem e delimitam os espaços, os desafios, os atores e acompanhar a implementação das políticas públicas de juventude seja um compromisso cristão concreto, capaz de transformações profundas em âmbito pessoal, eclesial e social. Contextualização Olhando brevemente a historia percebe-se que o assunto políticas públicas de juventude (PPJ) é uma coisa nova. Na década de 90, segundo a introdução da Cartilha Políticas Públicas de Juventude, as igrejas e as organizações não governamentais foram as primeiras a se preocuparem com os jovens, principalmente em situações de risco, criando projetos sociais a esta categoria social.

Em 2004, o Governo começa organizar espaços e pensar a Política Nacional de Juventude dando alguns passos. Em 2013, na Constituição Brasileira no capitulo da família, da criança, dos adolescentes e dos idosos, recebe o acréscimo da palavra “Jovem”, chamada Emenda Constitucional 65, ampliando assim, o leque para futuras ações e reivindicações sociais. Completam-se oito anos da criação da Política Nacional da Juventude, bem como, da existência da Secretaria Nacional da Juventude (SNJ) e do Conselho Nacional da Juventude (CONJUVE). Mais conquistas somam-se na caminhada, com a aprovação do Estatuto da Juventude em julho de 2013, depois de dez anos em tramitação no Congresso. Sancionado como lei, no inicio de agosto, o intuito do Estatuto é garantir os direitos desta categoria social, definida pela faixa etária de 15 a 29 anos.


Conselho da Juventude e Orçamento Público Os conselhos são espaços de conquista da sociedade civil organizada. As últimas ações do Estado aprovando a Emenda Constitucional 65 e Estatuto dá uma vida estável e reconhecimento de valor social e político deste lugar. Por conseguinte, A Política Nacional da Juventude como o próprio nome diz, é uma ação política global. O Estatuto vem enriquecer fortalecendo os direitos, princípios e diretrizes para tal governança, juntamente com o Sistema Nacional da Juventude – SINAJUVE e o Plano Nacional de Juventude. Os Conselhos de Juventude conforme o capitulo III do Estatuto da Juventude passam a ser um órgão permanente e autônomo; a mudança de gestor público não terá poder de extinguir este espaço.

CONCEITOS IMPORTANTES ❱❱ PPA – O Plano Plurianual é o planejamento inicial das ações e deverá ser elaborado no primeiro ano de governo. ❱❱ LDO – À luz do PPA, a cada ano é formulada a Lei de Diretrizes Orçamentárias, que aponta as prioridades, as políticas que devem ser executadas. Nesse processo é fundamental a participação da juventude para pautar suas demandas. ❱❱ LOA – Lei Orçamentária Anual. A cada ano, a gestão pública deve apresentar, de forma planejada, onde buscar ou apontar quais as fontes de recursos para a efetivação das políticas públicas. Cada município obedece a um calendário que se aproxima entre os meses de setembro e outubro para que a LOA seja apresentada na Câmara Municipal, bem como, aprovada e sancionada pelo (a) prefeito (a).

Os conselhos de juventude são instâncias de participação e diálogo entre a sociedade civil organizada e o Estado no planejamento e acompanhamento da implementação das políticas publicas. O CONJUVE orienta e salienta a existência de um processo na criação do conselho. O capitulo III do Estatuto – Dos conselhos de juventude, § 1º, rege apenas que o funcionamento e a composição dos conselhos observa o critério no mínimo, paritário, entre sociedade civil e representantes do poder público.

É imprescindível pensar globalmente e agir localmente para dar condições de desenvolvimento digno e justo ao grande contingente juvenil. O município é o local concreto da ação governamental para melhorar a vida da juventude. E esta política pública não acontece concretamente sem um orçamento. Com a aprovação do Estatuto, cabe ao Estado pensar nos recursos financeiros para realização de tais ações. Por fim, é preciso sair do próprio nicho para partilhar numa mesa ampliada as peculiaridades e convicções de cristãos engajados. Uma vez que vivenciar a fé cristã verdadeira gera impactos também políticos, sociais e culturais. Urge aproximar-se da realidade dos Conselhos Municipais e estados de políticas públicas de juventude para colocar na roda de discussão valores e convicções mais humanas que plenificam a pessoa, nos quais se acreditam e se defendem como discípulos missionários do Cristo Jesus. Colaborar na utopia da Boa Nova, fazendo da Política Nacional da Juventude um instrumento para tornar concreto aquilo que Jesus Cristo fez e lutou – vida digna e plena para todos. Somente a participação eficaz dos discípulos missionários em favor da juventude, contribuirá na constituição de sujeitos de direitos, bem como, um tratamento como tal. Ir. Mª Andrea da Silva Bittencourt

Jovens na Câmara Municipal de Florianópolis reivindicam os direitos das Juventudes

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O Estatuto da Juventude está composto de princípios e diretrizes que buscam organizar e fortalecer as políticas públicas de juventude, olhando as necessidades específicas e trajetórias próprias. Algumas constatações diante deste contexto e de algumas pesquisas sobre PPJ apontam para o Estado, e também para as organizações juvenis da sociedade civil: maior visibilidade e surgimentos de movimentos juvenis; mudança de concepção de juventude; criações de conselhos de Juventude. Conforme pesquisa, permanece o desafio de atuação e criação dos conselhos como meio de mobilização social capaz de exercer a função de controle social da esfera pública.


A t u a l i d a d e / I g r ej a

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Renasce a Esperança Desde a eleição do papa Francisco, a Igreja vive uma nova primavera eclesial e é desafiada a colocar os pobres no centro de suas preocupações pastorais

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renúncia de Bento XVI e a eleição de Francisco como bispo de Roma inauguraram um novo momento na vida da Igreja. Um momento que bem pode ser caracterizado como uma ruptura com o dinamismo eclesial conduzido/imposto por João Paulo II e Bento XVI e como uma retomada do dinamismo eclesial desencadeado pelo Concílio Vaticano II e radicalizado pela Igreja latino-americana. Essa ruptura e essa retomada dizem respeito fundamentalmente à missão e à organização da Igreja. Por um lado, Francisco tem repetido muito, que a Igreja não existe para si nem pode estar centrada em si mesma. Ela existe para a missão e sua missão consiste em levar a boa notícia do evangelho de Jesus Cristo às “periferias” sociais e existenciais do mundo. Daí seu alerta constante contra essa “doença espiritual” que é o “autocentramento” ou a “autorreferencialidade” da Igreja e sua insistência na centralidade evangélica dos pobres e de todas as pessoas que sofrem na Igreja que, aliás, deve ser “pobre e para os pobres”. Por outro lado, ele tem recordado e reafirmado constantemente que a Igreja é o “povo de Deus” e que todos/as, como “discípulos-missionários”, devem assumir a tarefa evangelizadora. Além do mais, tem falado muito sobre a necessidade de “conversão pastoral” ou mesmo de “reforma” na Igreja: povo de Deus, colegialidade episcopal, primado do bispo de Roma, cúria romana, participação da mulher, estrutura paro-

quial... Tudo isso em vista de maior fidelidade à sua identidade, vocação e missão. Sem dúvida nenhuma, as reformas são importantes e necessárias. Mas são importantes e necessárias precisamente em vista da missão de anunciar e tornar realidade do reinado de Deus neste mundo, cuja característica mais importante é a misericórdia e a justiça aos pobres, oprimidos e sofredores. E aqui está a fonte e o coração da novidade que representa Francisco para a vida e missão da Igreja hoje: uma volta ao evangelho do Reino, o que significa uma volta aos pobres deste mundo. Ao voltar-se para os pobres e sofredores e ao colocá-los no centro de suas preocupações pastorais, Francisco desencadeia um processo de “conversão” e “reforma” evangélicas da Igreja. Mas não nos iludamos: este é um processo extremamente difícil, um processo que depende do conjunto da Igreja e que já está encontrando e vai encontrar muito mais resistência – dentro e fora da Igreja. Dentro da Igreja porque os interesses/privilégios institucionais tendem a se sobrepor às exigências do Reino, porque a “psicologia de príncipe” e o “clericalismo” dos que presidem a Igreja são muito mais fortes e têm raízes muito mais profundas do que parece e porque o devocionismo e o sacramentalismo são muito mais determinantes da vida da Igreja que a fé como seguimento de Jesus de Nazaré. Fora da Igreja por causa da indiferença

Precisamos sair das sacristias e dos altares e ir para as “periferias” sociais e existenciais de nosso mundo social que caracteriza nossa cultura e porque, como dizia o profeta Helder Câmara, os poderes deste mundo toleram e até admiram “obras de misericórdia”, mas reagem sempre contra os que lutam pela justiça: “se dou comida aos pobres me chamam de santo, se pergunto por que são pobres me chamam de comunista”. E as centenas de mártires da América Latina estão aí, para confirmar... Em todo caso, esta é uma tarefa de todos nós. Francisco tem um papel fundamental nesse processo. Mas ele sozinho não vai conseguir. Temos que colaborar: precisamos fortalecer as CEBs como lugar de vida fraterna, de oração e de compromisso com os pobres; precisamos sair das sacristias e dos altares e ir para as “periferias” sociais e existenciais de nosso mundo; precisamos participar nas muitas lutas por justiça e por direitos; precisamos assumir como nossa a tarefa de construção de uma sociedade mais justa e fraterna – sinal do reinado de Deus neste mundo. Que Francisco de Assis interceda a Deus por Francisco de Roma e por todos nós e que seu testemunho nos acompanhe e nos anime nessa missão de ser sinal do amor e da justiça do Deus de Jesus neste mundo. Pe. Francisco de Aquino Júnior


Sendo o processo natural da vida, a velhice deve ser assumida com a leveza da infância

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egundo o Dalai Lama, só existem dois dias no ano em que nada pode ser feito. Um se chama ontem e o outro se chama amanhã. Portanto hoje é o dia certo para amar, acreditar, fazer e principalmente viver. O envelhecimento hoje não é mais um privilégio. Aos poucos, com as melhorias sociais, o aumento da expectativa de vida vem aumentando. Mas longevidade deve ser também sinônimo de saúde e vitalidade. O direito a envelhecer é também, um desafio que deve ser assumido com leveza. ‘Missão e envelhecimento humano’ foi um assunto trabalhado num curso, do qual participei, no Centro Cultural Missionário (CCM), em Brasília – DF, em outubro de 2013. Achei pertinente escrever algo sobre este tema para ser publicado e principalmente porque a questão do envelhecimento, nos dias atuais, merece mais atenção e criação de políticas sociais justas e solidárias, que atendam as necessidades dos nossos idosos aposentados, pensionistas, enfermos, abandonados, institucionalizados e outros. Apesar de todos os esforços e de qualquer visão, o envelhecimento é real e não há meios que o evitem. O processo de envelhecimento delimita mudanças expressivas de ordem individual, familiar e social, cada uma com seus significados e relevâncias. Ao envelhecer, o idoso e sua família mudam, adquirindo determinados direitos legais e perdendo outros, pelas dificuldades orgânicas e mentais, trazidas pelo envelhecimento. É importante considerar

o ciclo da vida como um processo natural, contínuo e permanente que leva ao envelhecimento. Deve-se acreditar que o primeiro dia fora do útero da mãe, significa que a pessoa já chegou ao mundo, após nove meses de gestação – cresceu e envelheceu. Envelhecer nos dias atuais, não é mais um discurso distante, mas algo muito presente pela transição demográfica (mudança de uma idade para outra) e pelo avanço da idade populacional. Envelhecer assusta a todos, e isso implica pensar na finitude, porque é quase impossível pensar na velhice sem pensar na morte. Deve-se pensar na finitude com tranquilidade, entendendo que as pessoas são seres descontínuos, que morrem isoladamente após viver uma aventura individual. Muitas pessoas idosas sentem-se solitárias por diversos motivos: não têm o que fazer e não são estimuladas para fazer algo; têm dificuldade de relacionar-se com pessoas fora de seus antigos trabalhos; falta de comunicação com os outros; tem um modo próprio de viver e não aceitam ser orientados ou submetidos à decisão de outros. Por isso aqueles que lhes são próximos sen-

tem muitas dificuldades para entendê-las, aceitá-las, suportá-las, ajudá-las e amá-las. É importante trabalhar e fortalecer sua autoimagem, estimulando o autocuidado e a autoestima. Na cultura brasileira, eles precisam ser estimulados, considerando que o envelhecimento é individual e acontece de diferentes maneiras, em diferentes espaços, e tudo depende de mudanças biológicas, psicológicas e culturais. A idade de 60 anos é o marco usado para definir alguém como idoso, nos benefícios como o de prestação continuada e o direito à gratuidade para andar nos transportes coletivos são reconhecidos para aqueles com mais de 65 anos. No caso deste último, existe uma distinção por gênero, em que mulheres têm esse direito a partir dos 60 anos. A Palavra de Deus nos desafia de muitas maneiras, a respeitar e valorizar os mais idosos. Convida-nos inclusive, a aprender deles com gratidão, e a acompanhá-los em sua fragilidade. No entanto, muitas vezes, são esquecidos ou descuidados pela sociedade e até mesmo por seus próprios familiares (cf DA, 202). O envelhecer passa, portanto, a representar uma batalha contínua, quanto à aceitação de si mesmo e do curso natural da existência humana. O estigma de envelhecer contribui para um mercado que se propõe a “evitar” o “indesejável”, vendendo a juventude tão desejada na contemporaneidade, como se fosse possível evitar o envelhecimento. Ir. Maria Aparecida Bonrruque

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Missão e Envelhecimento Humano


Autocuidado e qualidade de vida

Missionariedade

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Dieta alimentar e hábitos saudáveis somados a exercícios físicos são escolhas que ajudam a garantir qualidade de vida

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utocuidado é a atenção dada a si mesmo, observando as necessidades do corpo e da mente, para melhorar o estilo de vida, de maneira responsável, autônoma e livre, nas escolhas das ferramentas para sua realização. É uma possibilidade para observar-se e perceber como está o corpo físico, mental e emocional, e poder agir sobre eles de maneira benéfica e saudável. Autocuidado não significa estar “bem” o tempo todo, mas sim acolher os confortos e desconfortos, ver as causas, e escolher agir ou não sobre elas. Autocuidado é a atenção dada a si mesmo, buscar quais as necessidades do corpo e da mente, melhorar o estilo de vida, evitar hábitos nocivos, desenvolver uma alimentação sadia, conhecer e controlar os fatores de risco que levam às doenças, adotar medidas de prevenção de doenças. Todas essas ações visam a melhoria da qualidade de vida. São maus hábitos: o sedentarismo (falta de atividade física), o tabagismo, o alcoolismo, a obesidade, pois todos aumentam a toxicidade do organismo, já que deterioram as artérias, impedindo a boa oxigenação das células do corpo. Uma dieta saudável significa a ingestão de alimentos que possam ser digeridos com facilidade e que não produzam o depósito de gorduras e açúcares, usando, de preferência, pouco sal e com uma boa quantidade de líquidos, verduras e frutas. Os exercícios físicos favorecem o sono, o apetite, promovem o bom funcionamento dos intestinos, a concentração, ajudam a manter o equilíbrio e a coordenação motora;

Autocuidado é a atenção dada a si mesmo, observando as necessidades do corpo e da mente, para melhorar o estilo de vida, de maneira responsável evitam e reduzem o sobrepeso, aumentam a quantidade cerebral das endorfinas que combatem a depressão, mas não devem ser extenuantes. Caminhadas diárias são as mais recomendadas. O desenvolvimento de bons hábitos de higiene inclui banhos diários; escovação dos dentes, ao acordar e após as refeições, precedida do uso do fio dental; lavar sempre as mãos antes das refeições e após ir ao banheiro; respeitar o corpo em relação aos horários para se alimentar, descansar e dormir. O sinal de que uma ferramenta é boa para o seu autocuidado, é o

resultado: a sensação de alegria que surge imediatamente após o seu uso. Pode-se observar uma paisagem, ouvir uma música, uma boa conversa, ou mesmo, não fazer nada, mas é necessário observar-se e descobrir quais são os meios adequados para si e não copiar receitas prontas. Fique atento para descobrir suas ferramentas e aplique ao seu autocuidado. Cuidar de si é o melhor que se pode fazer para o outro. Aos idosos, evitar as quedas, devido à maior fragilidade óssea e, muitas vezes consequência de um repouso excessivo. Evitar a exposição ao frio intenso, pois este favorece o aparecimento de resfriados, gripes, pneumonias, etc. Evitar igualmente, o excesso de sol, principalmente no horário da expansão dos raios infravermelhos (das 11h às 15h), Atenção ao horário de verão: hidratando e protegendo a pele com produtos confiáveis. Não esquecer que é preciso buscar prazer e felicidade na vida.


Defina prioridades: Não queira fazer tudo ao mesmo tempo nem queira fazer tudo sozinho. Faça uma listagem das suas reais prioridades e tente cumpri-la. Ponha os assuntos que exigem mais atenção e urgência em primeiro lugar, mas tente não descuidar dos pequenos assuntos que tendem a ficar esquecidos.

Atitudes Contudo, não é impossível diminuir os efeitos, principalmente adotando algumas medidas:

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Acorde mais cedo: Em vez de começar o dia no meio do maior estresse porque não tem tempo para fazer nada, experimente levantar-se um pouco mais cedo e organizar melhor as suas manhãs. Não se deixe tentar pelo calorzinho dos cobertores e salte da cama, assim que o despertador tocar. Tome um bom café da manhã e um banho relaxante.

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Planeje o seu dia: Tente perceber em que altura do dia a sua produtividade está em alta. Há pessoas que rendem mais de manhã enquanto outras funcionam 100% mais pela tarde. Escolha o período em que tem mais energia e deixe para essa altura as tarefas de maior responsabilidade, ou que exijam maior criatividade. Lembre-se, no entanto, de que, por mais organizado que seja, existem imprevistos incontroláveis.

Saiba dizer não: Quando se sentir demasiado pressionado, tenha a coragem de dizer basta! Se o seu chefe lhe parecer demasiado empenhado em não o deixar respirar, exigindo-lhe mais e mais trabalho, explique-lhe que, apesar de tentar, não consegue fazer tanta coisa ao mesmo tempo. Tente também não fazer o trabalho dos seus colegas. Sempre que puder ajudar, ajude, mas não deixe que eles fiquem mal habituados.

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Crie um bom ambiente: Pensamentos positivos ativam as energias positivas existentes em nós. E depois, simpatia gera simpatia. Elogie, seja prestativo e simpático com os seus colegas.

❱❱ O homem da pré-história vivia em média 8 anos; ❱❱ O homem da história antiga, há 6 mil anos, vivia em média de 20 a 30 anos até o séc. XIX; ❱❱ Em 1900 a média de vida do brasileiro era de 33 anos; ❱❱ Atualmente o tempo médio de vida é de 70 a 80 anos. Muitos fatores foram determinantes para essa evolução, dentre eles o avanço e descobertas na medicina, saneamento básico, políticas de saúde pública, dentre outros.

além do trabalho. Presenteie-se após um trabalho complicado. Que tal aquele livro que sempre quis? Deixe o trabalho e seus problemas antes de entrar em casa.

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Vida social: Tenha uma vida social ativa porque, desta maneira, vai ser mais fácil não pensar nos problemas que deixou no escritório.

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Aprenda a relaxar: Nada melhor do que depois de um dia estressante, poder chegar em casa, sair para caminhar, curtir a família e tomar um longo banho.

Dedique-se a uma atividade criativa: Utilize o tempo livre para se dedicar a uma atividade que puxe pela sua concentração e criatividade. Tendo a sua mente ocupada não vai ter tempo para pensar nem se chatear com os problemas do dia-a-dia ou do trabalho. A pintura é um bom exemplo.

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Mude de rotina: É importante que você consiga viver para

Cultive a fé: fé em você mesmo, nos semelhantes e, sobretudo em Deus, em quem todos os seus sonhos poderão se transformar em realidade. A autorrealização do ser humano envolve práticas do autocuidado, torna-se essencial num processo de atribuição de valores que garantam a dignidade humana das pessoas a serem cuidadas. Pela nossa opção de vida, temos oportunidade de trabalharmos na busca de mais dignidade e a dignidade daqueles que se encontram fragilizados em seu leito de dor. Ir. Maria Aparecida Bonrruque

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Dos males do século XXI, o estresse é o que mais merece atenção porque afeta grande parte da população ativa. Dores de cabeça, esquecimentos, batimentos cardíacos acelerados, mau humor, choros sem motivo, vontade de sumir, músculos doloridos ou mãos frias e úmidas podem ser alguns sintomas.


Novos passos Missionários

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A abertura de novas comunidades, registra a dinamicidade do Carisma da Congregação

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missão é o coração do missionário. Atentas à itinerância missionária e ao apelo do Carisma legado por Santa Paulina, que é a sensibilidade e a disponibilidade para servir, as Irmãzinhas da Imaculada Conceição assumiram quatro novas frentes de missão em 2013: Miracema no Tocantins, Belo Horizonte-MG, Nueva Oran na Argentina e em El Salvador. Comunidad Santísima Trinidad A Regional Virgen de Guadalupe, com sede em Manágua – Nicarágua, desde o mês de setembro de 2012, preparou-se para a abertura de uma nova comunidade, no país vizinho: El Salvador. “Irmã Ena Asunción Ortega e eu fomos conhecer a realidade e procurar identificar o lugar para a abertura de uma nova comunidade. Foram 45 dias de visitas às paróquias e dioceses, buscando contato com

lideranças leigas, congregações, sacerdotes e bispos. A Congregação das Irmãs Franciscanas de Maria Imaculada nos acolheu gentilmente e foi nosso ponto de referência, no período itinerante em que estivemos conhecendo os possíveis espaços da nova missão. Desde de maio de 2013 estamos na Paróquia São Francisco de Assis, no município de Azacualpa – Depto. de Chalatenango. Fomos recebidas pelas mulheres da comunidade. Somos três Irmãzinhas que iniciamos nossa missão conhecendo e visitando as famílias, casa por casa, acompanhadas por uma leiga, a Carmencita Rivas. Quanto a ações e atividades pastorais, assumimos a formação de líderes na Catequese, Serviço de Animação Vocacional e Juvenil, Comunidades de base, Equipes de Missão em toda a paróquia e participamos do conselho paroquial.” Ir. Martha Lorena Arauz Morales

Comunidad Santísima Trinidad – El Salvador: Irs. Blanca Núbia S. Solano, Martha Lorena Arauz Morales e Ena Asunción Ortega

Comunidade Nues­tra Señora Del Valle Situada em San Jamón de la Nueva Orán – Salta – Argentina. Iniciou suas atividades no dia 16 de junho de 2013, com Missa presidida por Monseñor Marcelo Daniel Colombo, e contou com a presença da coordenadora provincial Irmã Marilde Arenhardt. Constituíram esta comunidade as Irmãs Claritza Alvarado, Débora Correa e Fernanda de Moura Alves. “Desde nossa chegada, já se passaram seis meses. Olhamos para trás e recordamos todos os desafios e conquistas deste período. Em um primeiro momento, decidimos nos dedicar ao conhecimento da realidade. Participamos do retiro para Vida Religiosa Consagrada, presente nesta diocese, tendo a oportunidade de conhecer boa parte das comunidades religiosas. Participamos também da assembleia diocesana, que oportunizou o conhecimento do plano pastoral. Contudo, este tempo durou menos do que o esperado. Por estarmos, temporariamente, residindo na casa paroquial, as necessidades e urgências desta realidade bateram à nossa porta e nos levaram a assumir algumas responsabilidades. Logo depois de nossa chegada, o Padre responsável por esta paróquia foi transferido; o mesmo aconteceu com o bispo desta diocese, e foi assumida por Monseñor Gustavo Oscar Zanchetta, recentemente sagrado Bispo. Hoje somos presença junto a diversos grupos da paróquia, como: Jovens, Ministros da Eucaristia, Coroinhas, Catequese, Visita aos enfermos. Também fazemos visitas


Ir. Vera Lúcia Zimmermann

Eremitério Urbano Nossa Senhora de Belém Comunidade Nues­tra Señora Del Valle – Argentina: Irs. Claritza Alvarado, Fernanda M. Alves e Débora Correa

semanais a bairros carentes e assentamentos. Colaboramos com a educação com trabalho voluntário, em um centro comunitário, dando aulas de reforço escolar e também por meio do ensino privado. Prestamos assessoria em retiros para jovens, vocacionados e grupos de formação bíblica. Estamos inseridas, em nível diocesano, na Pastoral Juvenil e Vocacional.”

As Irmãzinhas iniciam uma nova missão, marcada pela dimensão contemplativa da vida apostólica, no meio urbano. O processo foi acompanhado pela Província Coração de Jesus e instituído o Eremitério Urbano em Belo Horizonte-MG, na Paróquia Santo Antonio, Vila Belém. Eremitério Urbano – Belo Horizonte-MG

Irs. Claritza Alvarado, Débora Correa e Fernanda M. Alves

Comunidade Missionária Santa Paulina A Província Nossa Senhora de Lourdes, em atenção ao imperativo do Evangelho: “Ide e anunciai”; provocada pelas prioridades do sexênio (2008-2014), de Intensificar a opção pelos pobres, sendo presença profética e solidária a serviço da vida, reassumindo a inserção em lugares de exclusão e enfatizando mulheres e juventudes; na busca de fortalecer e avançar na missão Ad Gentes, consolidando a dimensão missionária da CIIC, no respeito às diferentes culturas, avançou, uma vez mais, com a abertura duas novas comunidades: Comunidade Missionária Santa Paulina, em Miracema do Tocantins-TO, cuja abertura oficial foi realizada com uma celebração eucarística na catedral, presidida pelo

Irmã Maria Creppas

Irmã Eneide Sousa Soares

As Irmãs Eneide Sousa Soares e Maria Creppas disseram mais um Sim a Deus, ao apelo de uma vida interior onde Deus é Deus e nós, amadas criaturas. O Eremitério Urbano é uma instituição divina que escolheu a oração como meio para chegar à intimidade com Deus. A estrutura interna e externa traduz o desejo de criar um ambiente que favoreça a sua realização e ajude suas grandes aspirações: a maior Glória de Deus que é a vida dos seus filhos e irmãos amados. O que faz

Comunidade Missionária Santa Paulina – Tocantins: Irs. Maria Andrea da S. Bittencourt, Elcy Maria Alves e Leila Gomes de Pina com o bispo D. Phiip Dickmanns e as Irs. Ivone Azevedo de Souza, Marilde Arenhardt e Edenir B. Alberton

A escolha da solidão, o silêncio e o amor pelo retiro, têm como finalidade imediata, a facilidade para o recolhimento e o exercício da presença de Deus. A oração é o clima no qual o Eremitério Urbano vive e respira, cresce na perfeição da caridade e chega a mais íntima e elevada comunhão com Deus e com os irmãos. Irs. Maria Creppas e Eneide Sousa Soares

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Bispo diocesano Dom Fhilip Dickmans, no dia 03 de março 2013, contando com a presença de Irmã Marilde Arenhardt , coordenadora provincial e Irmãs da região de Tocantins. Integraram esta comunidade as Irmãs Maria Andrea da Silva Bittencourt, Leila Gomes de Pina e Elcy Maria Alves.


Atitude jovem para um mundo melhor

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Jovens da Rede Santa Paulina de educação se encontram no 7º PJESP

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Colégio São José de Itajaí-SC acolheu, nos dias 30 de agosto a 01/13 de setembro, os jovens da Rede Santa Paulina, num ano em que a Igreja celebrou grandes momentos da sua juventude como a Campanha da Fraternidade e a Jornada Mundial da Juventude. Estes jovens representam o trabalho realizado com a juventude, em cada uma das escolas da Rede, sendo a maior parte integrante de grupos juvenis. Temas como bulliyng e cyberbulliyng, foram assuntos debatidos dentro do grande tema: Juventude e suas Realidades, no encontrão que reuniu jovens da Pastoral Estudantil das unidades educativas da Rede Santa Paulina de Educação. O encontrão foi a culminância e a celebração do trabalho dos grupos, em especial, da equipe de coordenação formada por jovens das unidades escolares, assessorados pelas Irmãs e educadores em especial, Irmã Soeli Veber Machado e Rodinei Balbinot, representando a Rede como um todo. A moçada da equipe viveu por quase nove meses, a expectativa e a experiência de motivar e construir um grande evento, envolvendo outros jovens de diversos lugares e realidades.

Fomos muito bem acolhidos. A partir daí, vivemos dias de partilha, construção, estudo, evangelização, missão e alegria. Fomos, por três dias, uma comunidade, uma comum unidade. Com tantas diferenças e diversidades, os jovens se encontraram nas suas semelhanças e viveram intensamente, todos os momentos, aprofundando o tema: Juventude e suas Realidades e o lema: Uma atitude jovem para um mundo melhor. Durante esses dias, debatemos, celebramos, tivemos oficinas com temas muito interessantes e cada oficina foi preparada por uma escola diferente. Entre os temas estavam: Bulliyng e cyberbullingy, Desafios da Adolescência, Ações Sociais, Protagonismo Juvenil e Religiosidade do Jovem. Missão Além disso, realizamos, pela primeira vez, uma missão e fomos conhecer e interagir com algumas realidades da cidade, momento muito especial, pois levamos um pouco de nossa proposta de evangelização e nossos jovens puderem viver, literalmente, o que é ser um missionário.

Realizamos uma missão e fomos conhecer e interagir com algumas realidades da cidade, levamos um pouco de nossa proposta de evangelização Houve muita animação e integração com músicas, festa e uma gincana que se realizou durante todo o encontro. Os momentos de espiritualidade, preparados pelas unidades foram marcantes e deram alma aos momentos celebrativos. O mais importante, foi a proposta e o espírito de participação; mais do que os brindes que foram oferecidos como camisetas, pulseiras, canecas e outros, ficou a sensação de que somos muitos e, ao mesmo tempo, todos somos um. Os jovens já perguntam pelo 8º PJESP e já começamos a sonhar, tendo bem claro, que o processo de evangelização da juventude acontece no dia-a-dia, mas como é bom se encontrar e celebrar juntos. Que venha logo o próximo, com as bênçãos de Santa Paulina. Pastoral Juvenil Rede Santa Paulina


Cantar a Vocação ‘Cantando a Vocação com Santa Paulina’ é o título do mais novo CD, produzido pelas Irmãzinhas da Imaculada Conceição, em 2013. O CD quer ser um instrumento de louvor e súplica em forma de canção, para ajudar a rezar, contemplar e refletir sobre o chamado a servir. Viva a paixão por um ideal, embalado pelas lindas canções, inspiradas na Palavra de Deus e no testemunho de Santa Paulina, ‘toda de Deus e toda dos irmãos e irmãs’.

DVD ‘Faça Parte desta missão’ é uma proposta em vídeo, traduzida, para o francês e o espanhol, já disponível nas redes sociais. Em 15 minutos, o trabalho apresenta o carisma, missão e testemunho da missão da Congregação das Irmãzinhas, inspiradas no legado carismático de Santa Paulina, que é a sensibilidade para perceber e disponibilidade para servir.

Irmãs compositoras e intérpretes: Egnalda Rocha, Claudiana da Silva, Eunice Aparecida da Silva, Leda Darci Tonun, Custodia Cardoso, Herci Julia Reis, Célia Bispo Rosa e Liliane de Almeida

Para adquirir o CD é só ligar para (11) 2271-0077 Preço: R$ 15,00 mais despesas de correio DVD: disponível em português, francês e espanhol em: www.ciic.org.br/sav – facebook/vocacionalservicodeanimacao


Você tem potencial! Venha, promova a Vida!

Rede Santa Paulina Informações: Av. Nazaré, 470 • Ipiranga São Paulo-SP • 04262-000 Fone: (11) 2271-0077 www.ciic.org.br


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