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2.6. ABUSO PSICOLÓGICO
de seus podcasts, e 14,6% dos podcasts incluídos na pesquisa já conseguem remunerar suas equipes de produção.
2.6. ABUSO PSICOLÓGICO
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Os projetos no audiovisual são compostos por um tema central que faz com que a proposta seja única. O tema central que trás conexão nesse audiodrama gira em torno do abuso psicológico. Em diferentes projetos já foram apresentadas situações de abuso psicológico, sendo em podcasts, filmes, séries ou novelas, sempre foi algo que esteve presente nos meios de entretenimento das pessoas. Mas o que exatamente classifica um abuso psicológico? O abuso psicológico no Brasil é definido pela lei Maria da Penha (Lei 11.340/2006, Art.7º) como “é considerado qualquer conduta que: cause dano emocional e diminuição da autoestima; prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento da mulher; ou vise degradar ou controlar suas ações, comportamentos, crenças e decisões”. Em 2021, foi inserido o artigo 147-B na Lei 14.188 que coloca o abuso psicológico como sendo considerado crime passivo a pena de reclusão de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos com pagamento de multa.
Art. 147-B. Causar dano emocional à mulher que a prejudique e perturbe seu pleno desenvolvimento ou que vise a degradar ou a controlar suas ações, comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento, chantagem, ridicularização, limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que cause prejuízo à sua saúde psicológica e autodeterminação: Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa, se a conduta não constitui crime mais grave."
A violência psicológica (ou gaslighting) é caracterizada pelo constante ato de depreciação, desrespeito, ameaça e aterrorização da vítima com a intenção de traumatizar e causar danos à autoestima do indivíduo, assim como obter poder e controle sobre essa pessoa, com o agressor se sentindo no direito de tirar a voz do outro por se sentir superior. De acordo com o estudo feito em 1992 pelos pesquisadores Staus e Sweet, abuso psicológico foi apresentado como “um padrão de comunicação, quer verbal ou não verbal, com a intenção de causar sofrimento psicológico na outra pessoa, ou que é percebido como tendo essa intenção” (Straus & Sweet, 1992).
O termo “Gaslighting” surgiu em 1944, proveniente do filme “Gaslight”, “Á Meia Luz” em português, no longa o marido tenta convencer sua esposa que ela está enlouquecendo, e fazendo com que ela questione sua realidade. O gaslighting desorienta a vítima e distorce informações para fazer com que a vítima duvide de si mesma e de sua própria sanidade.
Portanto, gaslighting é uma forma de abuso psicológico no qual informações são distorcidas, seletivamente omitidas para favorecer o abusador. Ou simplesmente inventadas com a intenção de fazer a vítima duvidar de sua própria memória, percepção, identidade, autoestima e até mesmo, sanidade. (OSWALDO, 2019).
A violência psicológica é um dos tipos de violência mais comuns por ocorrer em qualquer ambiente em que exista interação entre pessoas, e também é a mais difícil de ser identificada por ocorrer silenciosamente. O abuso ocorre por um período prolongado e intensifica com o passar dos estágios ao longo do tempo. Essa violência também não escolhe gênero, portanto, pode acontecer com qualquer pessoa, e o agressor não precisa necessariamente apresentar transtornos comportamentais.
Ele é o mais difícil de ser identificado por ser mais sutil. No entanto, existem pesquisas mostrando que ele é preditor do abuso físico, de sofrimento mental, e produz um estado de sofrimento que confunde a vítima. (TEODORO, 2020).

De acordo com o artigo da psicóloga Profa. Dra. Yeda Oswaldo para o Instituto ISI[4] , existem sete estágios do abuso psicológico que acontecem progressivamente, sendo eles: Mentiras e Exageros O abusador inventa histórias negativas sobre a vítima com base em acusações falsas (Ex: “Seu trabalho não é importante”; “Você não é bom no seu trabalho”). Repetição Mentiras ditas repetidamente para manter a vítima desorientada e para que ela duvide de si mesma.
4 Sinais De Abuso Psicológico “Gaslighting”. ISI Infinity. 2021.
Aumento de Ataques Nesse estágio fica aparente para a vítima que as ações do abusador não são saudáveis. E quando confronta o abusador sobre suas atitudes, ele responde com hostilidade e aumenta a intensidade dos seus ataques, acusando que tudo é apenas coisa da cabeça da vítima, na tentativa de desorientá-la e confundi-la. Enfraquecimento da Vítima Após os ataques constantemente do abusador, a vítima está desgastada emocionalmente, pessimista, com autoestima comprometida e questionando sua própria percepção e realidade. Criação de Dependência Eventualmente a vítima cria uma dependência emocional, psicológica e, às vezes, até mesmo financeira. Nesse estágio toda a insegurança causada á vítima faz com que ela não questione as ações do abusador, na verdade ela aceita e respeita as investidas. A dependência é baseada em medo e desamparo causado ao longo do tempo. Dar Falsas Esperanças de Melhora O agressor ocasionalmente manipula a vítima para que ela acredite em sua mudança, através de afeto e carinho, dando falsas esperanças de arrependimento e melhora no futuro. Isso faz com que a vítima considere dar outras chances para o abusador, mas as agressões psicológicas retornam em pouco tempo. Domínio e Controle No último estágio, o mais extremo, o agressor tem como objetivo controlar e tirar proveito da vítima que, após tanto tempo sofrendo abusos, não irá questioná-lo. Uma pessoa submetida ao Gaslighting sofre diversos danos colaterais, tanto psicologicamente quanto fisicamente. Ela pode sofrer de sintomas semelhantes ao da depressão (ansiedade, paranoia, incapacidade de se divertir ou sentir prazer e baixa autoestima), e fisicamente a pessoa pode passar por problemas alimentares, consumo excessivo de álcool ou substâncias, problemas dermatológicos e gastrointestinais. A vítima tende a repetir a fala depreciativa que constantemente
