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3. DOCUMENTÁRIO JORNALISMO sEM QUARENTENA

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2.3. O Jornalismo

2.3. O Jornalismo

E 20% dos participantes receberam Fake News de Métodos caseiros para

curar a Covid-19, 5,7% dos participantes receberam Fake News informando que a

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Pandemia era um golpe bancário, 5% receberam fake news de Golpes/arrecadações

– instituições pesquisa, e 4,3% dos entrevistados receberam fake news informando

que a Covid-19 é uma estratégia política. Mediante o risco das Fake News no que se

refere ao novo coronavírus, os resultados obtidos na pesquisa anterior apontam um

alto número de cidadãos que já receberam em suas redes sociais notícias de caráter

duvidoso ou não originadas das autoridades de saúde pública.

Ainda assim, o alto índice de informações falsas recebidas reflete de forma

negativa nas medidas impostas pelos órgãos de saúde, no que diz respeito aos

cuidados e prevenção para a população que consome essas informações. No que

compete aos pesquisadores deste estudo, os resultados apontam que apesar da

maioria dos participantes receberem Fake News relacionadas ao novo coronavírus

em suas mídias sociais, a maioria não compartilhou as informações recebidas sem

checar a veracidade ou origem da notícia. Dessa forma, o presente estudo traz uma

forte contribuição para a enfermagem, atuando como forma de educação em saúde

e auxiliando a população na percepção e entendimento das Fake News nas mídias

sociais, combatendo diretamente a desinformação no âmbito da COVID-19.

3. O DOCUMENTÁRIO JORNALISMO sEM QUARENTENA

A comunicação é muito importante ao ser humano de um modo geral, pois,

através dela os indivíduos interagem com outros semelhantes e com o meio ao qual

estão inseridos. De acordo com Joaquim Paulo Serra (2007) a tomada de

consciência da importância dos “meios” – os media, os signos – acabou por levar, no

espaço de cerca de um século, à tomada de consciência da importância dos “fins”: a

própria existência da sociedade humana.

“A ‘comunicação’ assumiu um lugar tão central nas nossas sociedades que se tornou corrente a afirmação de que vivemos em plena “sociedade da comunicação”; uma tal expressão tornou-se mesmo tema de Congressos dos cientistas da comunicação. Porque é que a nossa sociedade se tornou uma sociedade de tal forma “conquistada pela comunicação” que, quer individual quer coletivamente, nos encontramos submetidos a uma verdadeira “obrigação de comunicação”? Uma primeira resposta, mais evidente, a esta pergunta – uma resposta que todos os dias, a todas as horas, nos entra, literalmente, pelos olhos e ouvidos adentro – é a de que as chamadas “tecnologias da informação e comunicação” assumiram, nas nossas sociedades, um papel tão decisivo que é praticamente impossível passar (e pensar) sem elas. ” (SERRA, 2007, p.1).

Não só a comunicação verbal, mas a não verbal, que vai além da escrita, ou

do próprio diálogo, mas do toque, do olhar, dos gestos faciais e corporais, do sorriso,

do abraço, saber ouvir e escutar, também são importantes e muitas vezes mais

eficazes do que palavras. O ato de comunicar é transmitir uma mensagem e,

eventualmente, receber outra como resposta. No entanto, entender a comunicação

como transmissão de uma mensagem de um emissor para um receptor é um fato

garantido e não problemático. De acordo com Niklas Luhman (1998, pag 141), ao se

referir sobre a comunicação, aponta que sem ela não existem relações humanas

nem vida propriamente dita.

Entender a comunicação como algo constitutivo do ser humano, já resume o

conceito amplo que ela tem, pois se trata de toda relação social e formas de

organização que estão presentes nos processos produtivos. A comunicação muitas

vezes está relacionada com um problema de convivência social, pois vivemos em

uma sociedade que está sempre em movimento e evolução constante, além de

interatividade, liberdade e igualdade.

O Jornalismo é uma forma de transmitir a realidade observada, de entregá-la

tal como ela é. Pode ser caracterizado como uma forma de construir a realidade. No

entanto, o Jornalismo é, hoje em dia, não apenas uma forma de construir a

mediação comunicacional, mas também gerar sentidos e percepções.

“O jornalismo, independentemente de qualquer definição acadêmica, é uma fascinante batalha pela conquista das mentes e corações de seus alvos: leitores, telespectadores ou ouvintes. Uma batalha geralmente sutil e que usa uma arma de aparência extremamente inofensiva: a palavra, acrescida, no caso da televisão, de imagens” . (CLÓVIS ROSSI, 1980, p.8). Christofoletti em sua obra lançada em 2008, Ética no jornalismo lembra que o

jornalista não deve omitir sobre os fatos, pois as pessoas acreditam nesses homem

e mulheres que foram designados pra relatar os fatos para a sociedade.

“O jornalismo não combina com ilusão ou mentira. Por princípio, ele é contrário a isso. Desde que passamos a considerar o jornalismo como uma prática de caráter social voltada para o coletivo, vinculamos as atividades jornalísticas à verdade e à fidelidade dos atos e versões. (...) Voltamos nossos sentidos aos meios de comunicação como se estes funcionassem como extensão de nossos próprios corpos. As lentes das câmeras são os nossos olhos à distância: os microfones e gravadores, nossos ouvidos; tomamos como referências pessoais as impressões olfativas, tácteis e do paladar, captadas pelos repórteres. Enfim, acreditamos nos homens e mulheres que se dedicam a apurar os fatos e traduzi-los à sociedade, e contamos no aparato tecnológico que dá suporte a esta atividade. Consciente ou inconscientemente, firmamos um pacto de confiança com a mídia, porque acreditamos que o jornalismo é uma forma de narrativa do presente que tem correspondência com o que entendemos por realidade. ” (CHRISTOFOLETTI, 2008, p.27).

O jornalismo, cotidianamente, contribui para a construção da realidade social,

através da construção discursiva de uma pequena parte dos acontecimentos. A

mídia estabelece parâmetros para delimitar os efeitos que cabe considerar como

acontecimentos, através do modo de produção da notícia, um processo que envolve

12 a produção, o consumo e a circulação da informação. Noticiar, então, é tornar

acontecimentos visíveis, determinando um sentido e impedindo que sentidos

indesejáveis circulem (MARIANI, 1998).

Na comunicação de desastres e crises, o jornalismo serve como um canal

para comunicações de funcionários e especialistas para o público em geral - que é

conhecido como o papel facilitador do jornalismo. Os jornalistas concebem e operam

sua função de acordo com a necessidade de seu público. Por exemplo, uma

pesquisa mostrou que os jornalistas atuam no papel de contadores de histórias ao

mitigar a cobertura de eventos perigosos .Um papel enriquecedor ao tentar servir de

forma distribuída uma comunidade particular, e um papel de disseminador ao tentar

manter a objetividade em um espaço cultural volátil. No papel de facilitador, o

objetivo do jornalista é monitorar, ou observar, o ambiente para "informações

relevantes sobre eventos, condições, tendências e coletores" e é operado em

resposta a uma necessidade percebida de colaboração. O papel facilitador baseia-se

no entendimento de que o jornalista é responsável pela sociedade e talvez contribua

para a tomada de decisão do público em uma crise.

Muitas vezes observa-se uma dificuldade para definir de maneira consistente

e geral o que pode ser chamado e considerado um filme documentário. Mas levando

em consideração que o principal critério para classificar um filme como documentário

seria começando com o que é “real”, ou seja, as informações reais e verdadeiras

que compõem a obra, a materialização da realidade. O documentário é o formato de

produção audiovisual que lida com a verdade, mostra fatos reais ou não imaginários,

o que normalmente chamamos de “não ficção”. Aborda um tema ou assunto em

profundidade a partir da seleção de alguns aspectos e representações auditivas e

visuais. Segundo Fernão Pessoa Ramos (2008,p. 22), o documentário pode ser

entendido como “uma narrativa com imagens câmera que estabelece asserções

sobre o mundo, na medida em que haja um espectador que receba essa narrativa

como asserção sobre o mundo”, entende-se que mesmo havendo um respeito a

liberdade criativa levada por uma época de experiências, há um limiar que diferencia

a ficção do documentário. Este está direcionado para o mundo histórico.

O documentário traz como características em primeiro lugar a intenção de

fazer um documentário; em segundo a inserção da voz over, de entrevistas ou

depoimentos, utilização de imagens de arquivo, rara presença de atores

profissionais. Em terceiro, câmera na mão, imagem tremida, improvisação, uso de

roteiros abertos. Dando possibilidades de uma maior liberdade onde pessoas,

espaços e situações juntos possam ultrapassar os limites de uma geografia física.

(RIBEIRO, p.11). Uma de suas características importantes é a profundidade com que

o assunto é tratado, assim como o documentário a grande reportagem jornalística

também busca ir além no assunto abordado. Jean-Jacques Jespers, na sua obra

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