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2.2. Telejornalismo

mais estático. Com essas modificações sócio-históricas e tecnológicas, geram a

reconfiguração do próprio gênero.

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O documentário é um campo instável no qual a única característica comum a

todos, segundo Bill Nichols, em “Introdução ao Documentário”, é a falta de unidade

do grupo de filmes assim conceituados. Se não há definição exata do que é

documentário, a negação da existência poderia ser feita, já que o tema se sustenta

em bases irreais e subjetivas. O documentarismo, porém, tem uma estrutura de

práticas que constroem a heterogeneidade e podem ser citadas como parte da

composição do gênero.

2.2.Telejornalismo

Prestar serviço público é uma característica inerente ao jornalismo desde

seus primórdios, tendo como exemplo mais antigo a Acta Diurna, quando em 59 a.C

o imperador romano Júlio César a criou com o objetivo de informar ao público,

acontecimentos sociais e políticos daquela época (FERREIRA, 2012). Jornalismo

Utilitário foi a classificação dada por Melo (2012) para definir o gênero jornalístico

brasileiro que presta serviço à população. Suas características fundamentais

(atualidade, periodicidade e interesse) fazem com que o gênero trate de assuntos

que envolvem o dia a dia e que tenham relevância pública, tendo como exemplos

mais comuns a previsão do tempo, os roteiros, os guias culturais, que colaboram

com a vida das pessoas de forma social.

Mesmo diante de todas as transformações ocorridas desde esta classificação,

o jornalismo utilitário tem se mantido firme, levando prestação de serviço à

população e interferindo de forma direta na vida e nas decisões a serem tomadas

pelas pessoas. Os veículos de comunicação têm exercido uma função muito

importante na sociedade, por prestar serviço e possibilitar de diversas formas a

execução do gênero utilitário.

Para discorrer sobre o gênero utilitário é preciso fazer uma abordagem ampla

do que são os gêneros jornalísticos. Gênero é a classificação dada a um texto de

acordo com as características da linguagem e do conteúdo. E em meio à diversidade

de produtos, no jornalismo não poderia ser diferente, o gênero define a tipologia da

informação. O pernambucano Luiz Beltrão foi o primeiro pesquisador a teorizar sobre

os gêneros jornalísticos no Brasil. Para Beltrão, os gêneros são divididos em três:

informativo, interpretativo e opinativo. Em seguida Melo deu sua contribuição na

categorização de novos gêneros.

“Gênero jornalístico é a classe de unidades da Comunicação massiva periódica que agrupa diferentes formas e respectivas espécies de transmissão e recuperação oportuna de informações da atualidade, por meio de suportes mecânicos ou eletrônicos (aqui referidos como mídia), potencialmente habilitados para atingir audiências anônimas, vastas e dispersas. ” (MELO, 2007, p.49)

Com isso, podemos definir os gêneros como métodos de comunicação

utilizados por jornalistas, por meio de veículos de comunicação, para alcançar

diferentes tipos de público. Dentro do universo dos gêneros jornalísticos, Melo

(1980) trata dos gêneros informativos e opinativos, obtidos por uma classificação

básica. Entre os formatos mais comuns desses gêneros estão: notícia, reportagem,

nota, entrevista, comentário, artigo, editorial, caricatura, coluna, resenha, crônica e

carta. “Em revisão recente, o autor amplia esta classificação, e acrescenta os

gêneros interpretativo, utilitário e diversional” (VAZ,212, p. 04).

O serviço à sociedade está associado ao jornalismo desde sua gênese. O

jornalismo utilitário se caracteriza por relatar informações que venham ajudar ao

público em algum aspecto da vida cotidiana. Prestação de serviço é a denominação

deste tipo de prática no meio jornalístico. Atualmente, vivemos em uma sociedade

em que os cidadãos estão cada vez mais necessitados de ajuda e orientação para

tomar decisões, e esta prática tem sido bastante comum nas mídias, pelos principais

meios de comunicação, como um suporte à população, como por exemplo, quando

um telejornal apresenta informações sobre serviços à disposição de seu público.

Embora a prestação de serviço faça parte da essência do jornalismo desde seu

surgimento, José Marques de Melo, em seus estudos sobre os gêneros jornalísticos,

destacou o gênero utilitário como aquele que se sustenta de forma independente.

(VAZ, 2012).

Com isso, Melo (2007) afirma que o gênero utilitário no Brasil surge no século

XX, não se limitando a informar e opinar, mas manter uma relação com a população,

expressando uma utilidade à sociedade. Para este autor (2007) o gênero utilitário se

configura pelos seguintes formatos: indicador, cotação, roteiro e serviço.

Indicador: muito presente em reportagens que indicam tendências e

resultados de caráter permanente, como por exemplo, números do mercado

financeiro, ou de caráter temporário como os resultados de pesquisas políticas.

Cotação: presente nos cadernos de economia, este formato trata de dados que

correspondem ao mercado financeiro, levando o leitor/telespectador a conhecer os

dados relacionados à bolsa de valores, aos fundos públicos e valores do mercado.

Roteiro: mais comuns nos cadernos de cultura, os roteiros são apresentados com

informações levando o leitor a consumir bens futuramente, como por exemplo,

lançamentos de filmes. Serviço: aparece quando o jornal traz ao leitor ou

telespectador a resposta para uma dúvida ou reclamação. Outra forma em que o

serviço se apresenta é no oferecimento de informações sobre novidades do

mercado, apresentando informações como preço, onde e como comprar

determinado produto. A classificação dada por Melo (2007) possibilita identificar

quando e como as mídias se apropriam do gênero, como diz Vaz (2012).

“É preciso observar a finalidade daquela informação, aliando a forma como ela se apresenta ao conteúdo oferecido pela mídia veiculada. Para entendermos os gêneros, é preciso entender a intencionalidade da mensagem e os tipos da produção jornalística. ” (VAZ 2012, p.3)

Além de noticiar fatos e traduzi-los para o público, a prestação de serviço é

um dos papéis fundamentais do jornalismo. Na atualidade, o jornalismo de serviço

tem sido empregado em grande parte dos conteúdos jornalísticos, principalmente na TV, veículo de comunicação mais presente na vida da população brasileira É fato

que a sociedade necessita constantemente de informações essenciais para o seu

dia a dia e, por meio do “serviço” prestado pela TV em sua programação, as pessoas

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