Universidade Cruzeiro do Sul
Projeto Interdisciplinar – Primeiro Cliente Agência Vox
Trabalho Interdisciplinar apresentado como requisito parcial de avaliação das disciplinas integrantes dos 5º/6º semestres do Curso de Publicidade e Propaganda da Universidade Cruzeiro do Sul.
Caroline Rios Ribeiro
RGM: 1625714-6
Isabelle Christine dos Reis Perim
RGM: 1650514-0
Juliana Salgueiro
RGM: 1623621-1
São Paulo/2018
Sumário 1. Introdução
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2. Apresentação da Empresa do Terceiro Setor
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2.1 Histórico da Associação Fala Mulher
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2.2 Briefing
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3. Análise de Macroambiente e Microambiente
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3.1 Microambiente
12
3.2 Macroambiente
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Político
14
Demográfico
20
Cultural
22
Econômico
25
Tecnológico
25
4. Fundamentação de Pesquisa
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4.1 O que é o Terceiro Setor? Conceito e Características
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4.2 História do Terceiro Setor
31
4.3 Dados sobre o Terceiro Setor
32
4.4 Violência Doméstica no Brasil
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5. Dados Coletados em Pesquisa de Mercado e Opinião
42
6. Análise SWOT
45
7. Planejamento de Campanha
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8. Criação e Produção
51
9. Mídia e Custos
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Referências
1. Introdução Mulher, liberte-se de tudo o que cala tua voz!
O presente trabalho foi desenvolvido pela Agência Vox, composta pelas alunas do 6º semestre do curso de Publicidade e Propaganda, Caroline Rios, Isabelle Perim e Juliana Salgueiro. A Agência Vox busca realizar os trabalhos propostos de forma organizada, objetiva e criativa, sempre apresentando pesquisas consistentes, planejamentos bem elaborados e peças publicitárias eficientes. Prezamos o trabalho em equipe, valorizando a união e o respeito às opiniões e buscamos aplicar sempre da melhor maneira os ensinamentos adquiridos em cada disciplina. O Projeto Interdisciplinar Primeiro Cliente propõe a elaboração de uma campanha publicitária para uma empresa do Terceiro Setor. O projeto fora desenvolvido em parceria com a Associação Fala Mulher, que realiza trabalhos em prol dos direitos das
mulheres e contra a violência doméstica. São objetivos desse trabalho identificar os problemas de comunicação da organização parceira e assim apresentar soluções para saná-los; divulgar dados sobre
o Terceiro Setor e sobre a violência doméstica, com o intuito de conhecer o mercado e o ambiente cultural do Brasil; a partir disso, apresentar um planejamento de campanha consistente que conduza à elaboração das peças publicitárias e desenvolver uma campanha criativa, que gere impacto no target, buscando a conscientização sobre o tema abordado e atrair visibilidade para a Associação Fala Mulher. O conteúdo está estruturado em capítulos que apresentam: O histórico da organização parceira e explicação a respeito de sua atuação social; O briefing com as características da organização e como a campanha será direcionada; Análises de microambiente e macroambiente para conhecer o mercado do Terceiro Setor e as mudanças que o impactam; Fundamentação de pesquisa desenvolvida através de
dados secundários, que abordam os temas da violência doméstica e o mercado do Terceiro Setor; Análise de dados coletados por meio de pesquisa de opinião divulga-
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da nas redes sociais; Análise SWOT indicando forças, fraquezas, oportunidades e ameaças da organização; Planejamento de campanha que apresenta os objetivos, estratégias e ações a serem seguidas; Criação e Produção que apresenta a campanha desenvolvida, que será veiculada nos principais meios de comunicação; e Mídia e Custos que relata como a verba disponibilizada foi utilizada, indicando os valores aproximados de cada item de divulgação da campanha e o plano de mídia. A metodologia aplicada foi através de dados secundários, utilizando bancos de dados como IBGE e sites especializados sobre os temas abordados. Para melhor compreensão sobre o tema da violência doméstica, foi realizada uma pesquisa quantitativa, com o target que se pretende atingir com a campanha desenvolvida e
que fora divulgada nas redes sociais.
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2. Apresentação da Empresa do Terceiro Setor O objetivo não é que as mulheres tirem o poder das mãos dos homens, pois isso não mudaria nada. A questão é exatamente destruir essa noção de poder!
2.1 Histórico da Associação Fala Mulher A Associação Fala Mulher constitui-se como pessoa jurídica de direito privado, sem fins lucrativos de caráter socioassistencial. Foi fundada em 2004 por Suzanne Marie
Mailloux, com o objetivo de desenvolver ações para coibir a violência contra a mulher, pesquisar e estudar as questões de gênero, e atuar diretamente na garantia e defesa dos direitos humanos de mulheres, crianças, adolescentes, adultos e idosos. Sua missão é atuar na defesa e garantia dos direitos humanos, através de ações socioassistenciais. A Associação Fala Mulher integra, de forma ativa, a rede de serviços, fomentando as parcerias entre os equipamentos públicos e privados atuantes em favor das minorias,
apostando na comunhão de saberes e na articulação de ações para a implantação e execução das políticas públicas, na área da assistência e desenvolvimento social. Desde a sua fundação, a Associação Fala Mulher já atendeu mais de 25 mil mulheres
que sofreram com a violência doméstica, acolheu mais de 800 mulheres e seus filhos, em abrigos sigilosos e acompanhou cerca de 32.000 famílias. A Associação conta com três Centros de Defesa e de Convivência da Mulher
(CDCM), localizados no Butantã, Casa Verde e Ipiranga. Nos CDCMs as mulheres em situação de violência doméstica são acolhidas e é desenvolvido todo trabalho necessário para a superação da situação de violência, contribuindo para o fortalecimento da mulher e o resgate de sua cidadania. São oferecidos os seguintes atendimentos: - ACOLHIMENTO E ATENDIMENTO SOCIAL: Orientações e encaminhamentos às mulheres e seus familiares; orientações sobre Bolsa Família e outros benefícios. -ORIENTAÇÃO JURÍDICA: Atendimento individual com orientações sobre a Lei Maria da Penha, pensão alimentícia, dissolução de união estável, divórcio. - APOIO PSICOLÓGICO: Atendimento psicossocial individual e em grupo.
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- ATIVIDADES SOCIOEDUCATIVAS: Oficinas de artesanato em costura, tear, bijuterias e as peças que elas desenvolvem ficam expostas nos CDCMs para venda, onde o valor arrecadado é revertido para o mantimento da Associação; oficina de criatividade; cine fala mulher; passeios culturais; Dia da Beleza realizado toda sexta feira na parte da
manhã em parceria com o Instituto Mary Kay que é o principal parceiro da Fala Mulher; reunião de fechamento do mês,entre outras. - PALESTRAS E GRUPOS DE VIOLAÇÃO DE DIREITOS: As equipes técnicas dos
serviços vão às comunidades para informar e orientar sobre questões de gênero, respeito, violência, entre outros temas. A Associação também conta com dois Centros de Acolhida Especial para Mulheres Vítimas de Violência Doméstica. Os abrigos são disponibilizados provisoriamente para mulheres e seus filhos, que estejam em risco de morte decorrente da situação de violência doméstica. Nos abrigos são oferecidos auxílios como moradia, alimentação, transporte, assistência social e atividades socioeducativas. Cada abrigo comporta no
máximo vinte pessoas que são acolhidas de seis meses a um ano. Em sua estrutura há sala de estar e convívio, refeitório, dormitórios e brinquedoteca. Além dos CDCMs e dos abrigos, a Fala Mulher conta com quatro Núcleos de Proteção Jurídico, Social e Apoio Psicológico, localizados nas regiões do Butantã, Freguesia do Ó, Pinheiros e Vila Maria. O serviço é referenciado ao Centro de Referência Especializado da Assistência Social (CREAS), com a finalidade de assegurar atendimento especializado para apoio, orientação e acompanhamento às famílias com
um ou mais de seus membros em situação de ameaça ou violação de direitos. Composto por uma equipe técnica multidisciplinar, a atuação do NPJ consiste na escuta qualificada e, consequente, articulação em rede com os serviços socioassistenciais da proteção social básica e especial, bem como com o Poder Judiciário, Ministério Público, Defensoria Pública, Conselhos Tutelares, entre outros serviços de defesa de direitos, a fim de minimizar as violações de direitos suportadas pelo indivíduo em atendimento pelo serviço. São realizados:
- ATENDIMENTO SOCIAL: Orientações e encaminhamentos pertinentes a cada caso.
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- ORIENTAÇÃO JURÍDICA: Atendimento individual com orientações sobre a Lei Maria da Penha, Estatuto do Idoso, Estatuto da Criança e do Adolescente, entre outros. - VISITA DOMICILIAR: As visitas domiciliares são realizadas por solicitação do poder
judiciário. A Associação Fala Mulher possui alguns títulos públicos como, Registro Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS), Certificado do Conselho de Assistência
Municipal (COMAS SP), Cadastro Único das Entidades Parceiras do Terceiro Setor (CENTS) e Certificado de Matrícula de Organização de Assistência Social.
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2.2 Briefing NÚMERO DO JOB: 2018.02
EMPRESA/MARCA: Associação Fala Mulher
CONTATO: Vanessa Molina
ATENDIMENTO RESPONSÁVEL: Isabelle Perim, Caroline Rios e Juliana Salgueiro
PRAZO DE ENTREGA: 16/10/2018.
BUDGET:
R$ 805.694,43
1. Qual o principal produto a ser desenvolvido? Defesa de mulheres que sofrem violência doméstica 2. Qual mensagem seu projeto quer passar? Ensinar a reconhecer o caso, pois muitas mulheres não sabem que sofrem violência doméstica, tendo em vista que não se limita apenas a agressão física. 3. Dê 3 adjetivos/conceitos para a instituição. Responsabilidade, comprometimento e respeito. 4. Qual o principal público que visa impactar? Jovens adultos de ambos os sexos. 5. Qual o principal problema que enfrentam atualmente? Falta de verba e falta de publicidade (divulgação). 6. Qual a expectativa para com o projeto? Conseguir verba por meio de apoio de grandes marcas para se desvincular do apoio do Poder Público. 7. Existe identidade visual para seguir? Sim. Enviarão via e-mail. 8. Qual a verba total destinada a divulgação da instituição? Não existe verba para esse fim. A maior parte da verba que recebem vem da prefeitura, que só permite compra de bens de consumo. 9. Quais os principais canais utilizados para divulgação atualmente? Facebook. 10. Quais são as principais empresas que apoiam o projeto? Mary Kay e Governo do Estado de São Paulo. 11. Existe alguma marca que a instituição goste ou ache que poderia ser um parceiro? Disque 180, Avon, Consul.
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3. Análise de Macroambiente e Microambiente Que nada nos limite. Que nada nos defina. Que nada nos sujeite. Que a liberdade seja a nossa própria substância!
3.1 Microambiente A Associação Fala Mulher foi fundada em 2004 por Suzanne Marie Mailloux. Desde sua fundação, são realizados trabalhos em prol de mulheres, crianças, adolescentes e
idosos que tenham seus direitos violados, prestando apoio jurídico, psicológico e assistencial. Atualmente a Associação conta com 3 centros de proteção à mulher, 4 núcleos de
apoio jurídico e 2 abrigos sigilosos que cuidam de mulheres que passaram por algum tipo de violência grave. Em média 100 mulheres são atendidas mensalmente nas unidades da Associação, e cada abrigo sigiloso tem capacidade para 20 pessoas.
A Fala Mulher conta com um quadro de 60 funcionários distribuídos entre as unidades e atualmente não conta com o apoio de voluntários, pois declaram que há falta de comprometimento. Uma das maiores dificuldades enfrentadas pela Associação é a captação de recursos. Hoje, toda verba que a Associação dispõe vem das parcerias firmadas com o Poder Público e o Instituto Mary Kay. O Instituto investe mais nos abrigos sigilosos resultando na redução de investimento para os centros de atendimento, já a verba advinda do Poder Público não pode ser destinada para bens duráveis o que dificulta a manutenção das unidades. Outro grande problema que a Associação enfrenta é a dificuldade em pagar os direitos trabalhistas aos funcionários como 13º e férias devido
a pouca verba que o governo disponibiliza e às restrições que impõe. A Fala Mulher busca agora meios de captar recursos de forma que consigam se desvincular do Poder Público.
A Associação enfrenta agora um momento difícil, onde uma de suas unidades poderá ser desativa. Essa situação dar-se-á em decorrência à Lei nº 13.019/2014 Marco Regulatório das Organizações da Sociedade Civil (MROSC)1. No ano de 2017, 1 A Lei Marco Regulatório das Organizações da Sociedade Civil (MROSC) é explicada no subcapítulo 3.2 Macroambiente.
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foi aberto o edital para que Organizações da Sociedade Civil apresentassem suas propostas para pleitear o direito de receber recursos do Poder Público. A unidade da Fala Mulher localizada no Ipiranga, foi para o processo de seleção e teve suas propostas aceitas, juntamente com outras OSCs que também estavam pleiteando o benefício. Como apenas uma Organização pode ser beneficiada, foi aplicado um critério de desempate por pontuação. A Organização que conquistou o direito de receber o benefício do Poder Público possuía a Certificação de Entidade Beneficente
de Assistência Social (CEBAS), certificado este que a unidade da Fala Mulher não possui e por esse motivo não foi selecionada, perdendo assim totalmente o direito de receber verba pública. A unidade só conseguirá se manter, caso a Associação consiga
firmar novas parcerias até a data prevista para o seu fechamento. A Associação faz sua comunicação através do Facebook e pelo site, almejando alcançar maior visibilidade e credibilidade ao trabalho que realizam, mas os canais de
comunicação que utilizam ainda não são muito conhecidos e acessados, diminuindo assim as chances de firmar novas parcerias. O contato das mulheres com a Associação geralmente acontece por intermédio de delegacias ou indicação de pessoas que conhecem alguém que passa por situação de violência, seja ela física, psicologia, verbal, etc. O trabalho que realizam é fazer com que as mulheres entendam se realmente estão passando por situações que violem seus direitos, que elas entendam que não são culpadas e tratar toda essa situação com profissionais competentes. Para as mulheres dos abrigos que passam por situações mais graves, há um cuidado especial nos âmbitos psicológico, jurídico e assistencial e essas mulheres são preparadas para assim que terminarem o tratamento, tenham a
capacitação necessária para serem inseridas novamente no mercado de trabalho.
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3.2 Macroambiente Político: Em 31 de Julho de 2014 foi sancionada a Lei nº 13.019/2014 conhecida como Marco Regulatório das Organizações da Sociedade Civil (MROSC), que estabeleceu um novo regime jurídico das parcerias entre a administração pública e as organizações. A lei entrou em vigor em 26 de janeiro de 2016, para a União, Estados e Distrito Federal e em 1º de janeiro de 2017 nos Municípios. A lei empregou novos instrumentos jurídicos como o Termo de Fomento e Termo de Colaboração. O Termo de Fomento tem como objetivo apoiar e adotar novas tecnologias sociais inovadoras propostas pelas Organizações da Sociedade Civil (OSC),
que colaborem com as políticas públicas. O foco do Termo é promover projetos e eventos em diversas áreas e fazer com que as ações produzidas pelas OSCs tenham um alcance maior, como por exemplo, incentivar a capitação de grupos de agricultura
familiar, projetos de enfrentamento à violência contra a mulher ou de proteção dos direitos das pessoas com deficiência, exposições de arte, entre outras ações. No Termo de Colaboração a organização pública apresenta questões que devem ser solucionadas, estabelecendo objetivos, metas, prazos e orçamento, então cabe à OSC selecionada trabalhar juntamente com o governo para que os problemas identificados sejam sanados. Esse termo só é firmado quando há transferência de recursos financeiros por parte das organizações públicas. Quando não há necessidade de
utilizar recursos financeiros, é firmado o Acordo de Cooperação entre as OSCs e as organizações públicas. Para que a parceria entre os órgãos públicos e as OSCs seja estabelecida é
necessário passar por um processo que envolve cinco etapas:
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1. Formulação e Planejamento
5. Prestação de Contas
2. Seleção e Pactuação
4. Monitoramento e Avaliação
3. Implementação e Execução
1. Formulação e Planejamento: Na etapa de planejamento é elaborado um Plano de
Trabalho, que será o documento de referência para a realização da parceria. Nele deverá conter as seguintes informações2: a) Descrição da realidade que será objeto da parceria, devendo ser demonstrado o
nexo entre essa realidade e as atividades ou projetos e metas a serem atingidas; b) Descrição de metas a serem atingidas e das atividades a serem desenvolvidas; c) Previsão de receitas e de despesas a serem realizadas na execução das atividades ou dos projetos; d) Forma de execução das atividades ou dos projetos e de cumprimento das metas a eles atreladas;
2 Informações tiradas do livro: Entenda o MROSC - MARCO REGULATÓRIO DAS ORGANIZAÇÕES DA SOCIEDADE CIVIL.
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e) Definição dos parâmetros a serem utilizados para a aferição do cumprimento das metas; f) Ações que demandarão pagamento em espécie, quando for o caso. É importante que o Plano de Trabalho seja bem elaborado e detalhado, para que não ocorram problemas nas etapas seguintes. 2. Seleção e Pactuação: As OSCs são selecionadas através de chamamento público. Dessa forma é mais fácil manter a transparência e incentivar uma gestão pública mais democrática, também é uma maneira de aumentar a possibilidade de as OSCs conseguirem recursos públicos. Para a seleção, é formulado um edital que estabelecerá os critérios e condições para
a escolha da entidade, deixando claro os objetivos pretendidos com a parceria. O edital é divulgado no site do órgão público e nele deverá conter: Programação orçamentária que autoriza e viabiliza a celebração da parceria; Tipo de parceria a ser
celebrada; Objeto da parceria; Datas, prazos, condições, local e forma de apresentação das propostas; Datas e critérios de seleção e julgamento das propostas (nesta parte, deverá ser apresentada também a metodologia de pontuação e, se for ocaso, os “pesos” a serem atribuídos a cada um dos critérios); Valor ou teto previsto para a realização do objeto; Condições para interposição de recurso administrativo; Minutas dos instrumentos por meio do qual será celebrada a parceria; e medidas de acessibilidade para pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida e idosos, de
acordo com as características do objeto da parceria. Ao ser publicado o edital, as OSCs interessadas em pleitear a parceria com o Poder Público podem apresentar suas propostas de projeto, com as informações solicitadas no edital. A administração
pública, especificamente a Comissão de Seleção irá analisar se as propostas se adequam aos objetivos específicos do programa ou da ação em que se insere o objeto da parceria; se correspondem ao valor de referência estabelecido no chamamento.
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Até a celebração da parceria é necessário passar por algumas etapas de seleção. A primeira é a análise das propostas apresentadas pelas OSCs, em seguida o órgão público deverá homologar e divulgar o resultado de quais OSCs foram classificadas em sua página oficial na internet. Juntamente com a divulgação, deverá ser disponibilizado um relatório que relate se o conteúdo da proposta está de acordo com a modalidade de parceria a ser adotada; se a execução da proposta é viável e os valores estimados são compatíveis com os preços de mercado; e se o cronograma
previsto na proposta é adequado e permite uma fiscalização efetiva. Após a apresentação das OSCs classificadas, essas deverão comprovar o preenchimento dos requisitos através de documentos. É neste momento que a OSC apresenta seu Plano
de Trabalho com todos os detalhes e pormenores exigidos pela lei, do projeto proposto e aprovado pela administração pública. 3. Implementação e Execução: A partir dessa etapa as atividades planejadas pela
OSC selecionada começam a ser executadas. Sobre os recursos cedidos pelo poder público, as organizações ficam responsáveis pelo gerenciamento administrativo e financeiro, deixando sempre claro para que fim a verba foi destinada. As equipes que atuam no projeto e seus dirigentes conquistaram com essa lei o direito de receberem pelos trabalhos prestados. Com os recursos cedidos pelo poder público é permitido pagar: Equipe de trabalho, lhes dando o direito de receber todos os encargos sociais; Diárias de deslocamento, hospedagem e alimentação para a equipe contratada e voluntários, sempre respeitando os valores determinados pela administração pública; Custos indiretos como água, luz, internet, transporte, aluguel, telefone e serviços de contabilidade e
jurídico.
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A verba será disponibilizada em parcelas, de acordo com cronograma préestabelecido pela administração pública. A liberação da verba será suspensa caso ocorra as seguintes situações: Quando houver evidências de irregularidade na aplicação de parcela anteriormente recebida; Quando for constatado desvio de finalidade na aplicação dos recursos ou quando a organização estiver inadimplente em relação às obrigações estabelecidas no Termo de Colaboração ou de Fomento; e quando a OSC deixar de adotar, sem justificativa suficiente, as medidas apontadas pela
administração pública ou pelos órgãos de controle para resolver questões pendentes. 4. Monitoramento e Avaliação: Durante todo o período de parceria, a administração pública acompanhará o andamento do projeto, observando os resultados obtidos pela
OSC parceira. Se a parceria entre o Poder Público e a OSC durar mais de um ano, poderá ser realizada uma pesquisa de satisfação com as pessoas que foram beneficiadas pelo projeto desenvolvido. Essa forma de monitoramento poderá ser
realizada por terceiros que firmarem parceria com o Poder Público, que tenham acesso mais fácil ao local em que está sendo realizado o projeto. Esses parceiros deverão descrever os resultados em um relatório técnico que será apresentado à Comissão de Monitoramento e Avaliação. A Comissão de Monitoramento e Avaliação é um órgão colegiado que tem como objetivo acompanhar e examinar as parcerias firmadas com as OSCs, constituído por ato publicado no diário oficial e no site. Na fase de monitoramento os gestores públicos devem: acompanhar e fiscalizar a parceria; informar ao seu superior hierárquico algum acontecimento que comprometa as atividades ou metas da parceria; informar ao seu superior hierárquico qualquer indício de irregularidade na gestão dos recursos e apontar as providências a serem
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adotadas; emitir parecer de análise da prestação de contas final, com base no relatório técnico de monitoramento e avaliação e em outros relatórios; e disponibilizar materiais e equipamentos tecnológicos necessários às atividades de monitoramento e avaliação.
Se for comprovado que a organização não está exercendo corretamente os termos estabelecidos para a realização do projeto, a administração pública poderá retomar os bens públicos que estejam com a OSC parceira ou assumir a responsabilidade pela execução do restante do objeto previsto no plano de trabalho e essas medidas são tomadas para que a população que se beneficiará com o projeto não seja prejudicada. 5. Prestação de Contas: A prestação de contas começa a partir da primeira parcela liberada pela administração pública para a OSC. Os relatórios de prestação de contas
devem ser publicados em plataformas eletrônicas para que a população tenha acesso ao andamento do projeto e valores gastos no mesmo. A prestação de contas não precisa ser feita a cada parcela disponibilizada pela administração pública, mas sim
anualmente (caso a parceria exceda um ano) e no final da parceria deve ser entregue um relatório geral com as informações de todo o período de desenvolvimento do projeto. No relatório deverá constar a descrição de cada atividade desenvolvida e um comparativo entre as metas propostas e os resultados que foram alcançados. Também deverá constar em anexo todos os documentos que comprovem a veracidade da realização das atividades como fotos, vídeos, listas de presença, etc. O gestor público responsável deverá expedir um parecer técnico contendo a análise de prestação de contas da parceria. Este documento deverá citar os resultados alcançados e seus benefícios, os impactos econômicos ou sociais, o grau de satisfação do público benefi-
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ado e a possibilidade de sustentabilidade das ações após o término da parceria. A avaliação do gestor público sobre a prestação de contas deverá apresentar um dos seguintes resultados: aprovação da prestação de contas; aprovação da prestação de contas com ressalvas; ou rejeição da prestação de contas e determinação da imediata
instauração de tomada de contas especial. Demográfico: A cidade de São Paulo possui população estimada em 12.176.866³ de habitantes. Conforme Censo do IBGE de 2010, a população masculina correspondia a um total de 5.328.632 (47.35%) de habitantes e as mulheres correspondiam a um total
de 5.924.871 (52.65%)4. A porcentagem da população dividida por etnias é de 60,6% brancos, 6,5% negros, 30,5% pardos, 2,2% amarelos, 0,1% indígenas5. No Brasil o percentual de mulheres que concluíram o ensino superior na faixa etária
de 25 a 44 anos de idade é de 21,5%, enquanto os homens atingem um percentual de 15,6% na mesma faixa etária, significando então uma diferença de 37,9%6. Nota-se desigualdade quando se observa os dados de conclusão do ensino superior por etnias, onde 23,5% de mulheres brancas concluíram, mas apenas 10,4% mulheres
negras ou pardas conseguiram o mesmo feito. Entre os homens nota-se a mesma desigualdade, onde 20,7% de homens brancos conseguiram concluir seu curso e apenas 7% de homens negros e pardos obtiveram êxito7. As áreas de formação em que mais se encontram mulheres, na faixa etária de 25 ou mais de idade, são Educação
(83%) e Humanidades e Artes (72,2%), e justamente essas áreas são as que apresentam o menor rendimento mensal médio para as pessoas que nelas atuam (R$1.811 e R$2.224, respectivamente). No cenário profissional ainda é forte a desigualdade de gênero, onde homens
ocupam os cargos mais importantes e ganham mais que as mulheres. Nos cargos gerenciais, os homens ocupam 60,9% enquanto as mulheres apenas 39,1%8.
3 Dados do IBGE (estimativa de 2018). 4 Não há dados atuais sobre a população masculina e feminina na cidade de São Paulo. 5 IBGE. Censo Demográfico 2010. 6 IBGE, Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua 2016. 7 IBGE, Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua 2016. 8 IBGE, Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua 2016.
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O gráfico abaixo mostra essa porcentagem detalhada por faixa etária e etnia. Cargos gerenciais, por sexo, segundo os grupos de idade e cor ou raça 43.1
16 a 29 anos
41
30 a 49 anos
56.9 59
34.9
50 a 59 anos
65.1
31.8
60 anos ou mais
68.1 37.2
Negros e Pardos
62.8
39.7
Brancos 0
10
20
30 Mulheres
40
60.3 50
60
70
80
Homens
Dados do IBGE de 2010 contabilizaram que, das 50 milhões de famílias residentes no Brasil, as mulheres eram responsáveis por 37,3% dos lares. O número aumenta quando se observa por etnia, onde mulheres negras ou pardas eram responsáveis por
38,7% dos lares. Em famílias formadas por casal com filhos, as mulheres são responsáveis por 23,8% e em famílias com casal sem filhos, as mulheres administram 22,7% dos lares. Quando se observa a porcentagem em uma família formada por uma mulher, sem cônjuge e com filhos, o resultado é ainda maior, representando 87,4% dos lares.
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Cultural: Dados sobre as mulheres na cidade de São Paulo– Uma pesquisa
realizada pelo portal IBOPE Inteligência em 2017 intitulada “Viver em São Paulo”, revelou o cenário da violência contra a mulher na cidade. A pesquisa apresentou os seguintes dados:
7%
16%
19%
Sofreram violência sexual, uma estimativa de quase 400 mil mulheres.
Sofreram preconceito pelo fato de serem mulher, o que corresponde aproximadamente a 850 mil mulheres.
Foram vítimas de sexismo no ambiente de trabalho.
Quando as mulheres que participaram da entrevista foram questionadas sobre o medo que sentem na cidade, descobriu-se que:
62%
33% Têm medo de violências em geral.
27% Sentem medo de sair a noite.
Sentem medo de sofrer violência sexual.
22
Sobre os ambientes que sofreram assédio, descobriu-se que:
25%
Sofreram assédio em transportes públicos.
16%
Sofreram assédio no ambiente em que trabalham.
4%
Sofreram assédio em transporte particular como Táxi e Uber.
A pesquisa ainda revela que 13% foram agarradas e beijadas sem consentimento. No geral, 35% das mulheres já sofreram algum tipo de assédio, o que corresponde a 1,8 milhão.
Em pesquisa realizada pela Fundação Thomson Reuters com a ajuda de 380 professores, formadores de opinião e ONGs que trabalham em defesa da mulher, a cidade de São Paulo foi considerada como a mais violenta para as mulheres viverem. Os dados revelam que ocorre em média 7 estupros por dia na cidade. O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada revela que aproximadamente 10% dos casos de estupro que ocorrem não são comunicados a polícia, devido ao medo que a vítima sente, à vergonha e por muitas vezes não receberem um bom tratamento por parte da polícia e Estado. Se considerada essa porcentagem, só na cidade de São Paulo chegaria a um total de 24 mil estupros ao ano.
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Dados sobre doadores – Uma pesquisa realizada pelo Instituto IDIS e pelo Instituto Gallup, em 2016 buscou conhecer os hábitos de doação da população em todo Brasil. A pesquisa revela que 64% dos entrevistados doam para apenas uma ONG, sendo que, apenas 39% desses doadores visitaram a ONG para conhecer melhor o trabalho. 57% afirmam que o trabalho das ONGs é necessário no combate aos problemas sociais, já 19% discordam disso; 47% acreditam que a ONG realmente ajuda quem precisa; 44% disseram que a maioria das ONGs realiza um trabalho competente; 40% não têm confiança do que vão fazer com o dinheiro caso doem; 44% acreditam que as ONGs não são transparentes quanto ao uso das doações; 37% dizem que a maioria das ONGs não são de confiança. Dos entrevistados, 30% doam apenas uma vez por ano, 22% doam duas vezes ao ano e 36% doam uma vez por mês.
Sobre o perfil dos doadores 50% pertencem a região Nordeste do Brasil, 46% pertencem a região Sudeste. As mulheres doam mais, totalizando 49%. A pesquisa traçou o perfil de um indivíduo doador e um não doador e eles se caracterizam como:
Doador • Mulher; • Acima de 40 anos; • Pertencente a alguma religião; • Reside nas regiões Centro Oeste, Nordeste ou Norte; • Possui formação superior; • Renda superior a dois salários mínimos.
Não doador • Homem; • Na faixa dos 18 aos 29 anos; • Não pertence a uma religião; • Mora na região Sul; • Baixo nível de escolaridade; • Renda inferior a dois salários mínimos.
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Os entrevistados doadores afirmaram que doam, pois querem ajudar os mais necessitados (49%), porque se sensibilizam com a causa que ajudam (19%) e 11% afirmam doar por praticidade ou comodidade. Os entrevistados doam para causas como saúde (40%), crianças (36%), fome e pobreza (29%) e idosos (21%). Econômico: Segundo dados do IBGE, o PIB do Brasil é de R$ 1,69 trilhão9. O Terceiro Setor é responsável por 1,8% do PIB brasileiro, que corresponde a R$64 bilhões10. O setor já supera 36 segmentos da indústria, ficando atrás apenas dos setores alimentício, construção civil e da produção de gás, água, esgoto, eletricidade e limpeza urbana. Esse setor também tem sido um grande gerador de empregos, já soma mais de 2 milhões (2,2%)11 de pessoas em todo território brasileiro empregadas
pelo Terceiro Setor. Comparando com o setor privado, o nível de empregabilidade só não ultrapassa o setor alimentício e de construção civil. As áreas que mais movimentam o PIB do setor são educação, saúde e assistência social, que juntas
representam 73,4%. Sul e Sudeste são as regiões do Brasil que mais movimentam o setor, contribuindo em 79,8% do PIB. As doações de pessoas físicas no ano de 2015 atingiram um total de R$13,7 bilhões em todo o Brasil, o que representa 0,23% do PIB nacional. Tecnológico: Os maiores problemas que as entidades do Terceiro Setor enfrentam em seu dia a dia são a captação de recursos e a comunicação, e esses problemas estão diretamente ligados. Uma saída para solucionar o problema de captação de recursos seria o investimento em uma forte comunicação, para divulgar a instituição, torná-la mais notória e consequentemente atrair pessoas e empresas privadas que se interessem pela causa e se disponham a ajudar, porém é difícil para as entidades
investirem em comunicação justamente pela pouca verba que possuem.
9 Dado referente ao segundo trimestre de 2018. 10 Estimativa da Fundação Grupo Estel Brasil em 2012. 11 Dado do Mapa das Organizações da Sociedade Civil.
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Atualmente existem ferramentas tecnológicas de fácil acesso que se exploradas pelas entidades do Terceiro Setor podem ser de grande ajuda para sanar os problemas que enfrentam. Um exemplo são as redes sociais, onde as entidades podem divulgar
sua causa, o trabalho que realizam, a ajuda que necessitam, e se divulgada nos lugares certos e com a linguagem apropriada para o público alvo que se pretende atingir, as entidades podem atrair um grande número de visualizações, gerando assim novos
doadores e voluntários. Desenvolver um site também é um meio importante que as entidades podem adotar para aumentar a visibilidade, passar credibilidade, receber doações, manter contato com o público alvo e pode ser uma forma para que os atuais colaboradores das entidades possam acompanhar para onde é destinada a verba que disponibilizam. Hoje em dia existem diversas plataformas que permitem o desenvolvimento de um site de forma gratuita, o que pode ser de grande importância para as entidades que não tem a possibilidade de destinar parte de sua verba para
comunicação. Também é importante que haja uma preocupação em desenvolver um site que seja adaptável para diversos formatos, como smartphones e tablets, assim permitindo que o site seja acompanhado por mais pessoas, em diversos lugares. Tanto
o site quanto as redes sociais podem ser habilitadas para que as pessoas doem online. O e-mail também é uma ferramenta que facilita a comunicação das entidades, podendo contatar novos doadores e manter contato com os presentes apoiadores. Portanto, fazer uso de tais ferramentas de forma organizada e consciente pode aumentar a visibilidade, eficiência e confiabilidade das entidades, ampliando sua presença pública de forma mais barata ou até mesmo gratuita. As plataformas digitais facilitam o relacionamento com seus atuais e futuros colaboradores e é um meio de pessoas que necessitam de ajuda, conhecer o trabalho que é realizado e assim buscar o auxilio necessário.
26
4. Fundamentação de Pesquisa Uma mulher deve ser duas coisas: quem e o que ela quiser!
4.1 O que é o Terceiro Setor? Conceito e Características Para que se entenda o que é o Terceiro Setor, é importante citar a existência dos Primeiro e Segundo Setor. O Primeiro Setor é formado pelo Governo (Executivo, Legislativo e Judiciário), já o Segundo Setor se refere à iniciativa privada, que são as empresas que têm como objetivo final a obtenção lucros. Por fim, o Terceiro Setor é
composto por organizações, que não têm como objetivo o lucro (sem fins lucrativos) e sim o princípio de sanar os problemas sociais encontrados na sociedade. O Terceiro Setor está diretamente relacionado com os Primeiro e Segundo Setor. Ao
Segundo Setor, pois sua origem dá-se da união e intenção de particulares de sanar os problemas da sociedade, que passam a ser chamados de sociedade civil e ao Primeiro Setor, pois trabalham em causas que na verdade são responsabilidades públicas, mas com a deficiência que o Governo apresenta, não é capaz de suprir toda a demanda social existente. O Terceiro Setor, para se manter necessita de recursos e parcerias vindos do Governo e da iniciativa privada, mas resulta em um benefício mútuo, pois com essas parcerias firmadas, o Governo tem a ajuda que precisa para resolver os problemas sociais, como citado acima e as empresas da iniciativa privada podem mostrar em que causas estão engajadas. Dentro do Terceiro Setor existem diversas categorias de organizações, são elas: ONG (Organizações Não Governamentais): As ONGs são instituições sem fins lucrativos que não pertencem ao estado, mas trabalham em causas sociais, oferecendo assistência e apoio à grande parte da sociedade. Não são absolutamente ligadas a
ações de caridade ou à problemas sociais, podem agir em prol dos direitos de determinados grupos (mulheres, homossexuais, etc.).
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OSC (Organização da Sociedade Civil): Tem sua origem a partir da união de duas pessoas ou mais, que têm como propósito a solução de problemas sociais. A
finalidade da organização é formalizada por meio de um estatuto, que ao ser aprovado em Assembléia, é registrado em cartório. A organização deve ser registrada como uma empresa, contendo CNPJ e todo esse processo deve ser formalizado junto
a Receita Federal e nos órgãos Federal, Estadual e Municipal. OSCIP (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público): É um título cedido pelo Ministério da Justiça, para organizações que provam sua capacidade em cumprir as finalidades para as quais foi fundada e que mantém suas contas em dia, de acordo com as leis do país. Esse título gera mais oportunidades de parcerias com o estado e com empresas, facilitando a captação de recursos. As organizações que possuem esse título desenvolvem projetos e ações para solucionar problemas de caráter social como
educação, cultura, saúde, preservação do meio ambiente, defesa de direitos, entre outros. Fundações: São instituições que se encarregam em arrecadar recursos para
organizações do Terceiro Setor. Os bens arrecadados são transferidos para as organizações através de um documento público, validado pelo Ministério Público Federal. Para se abrir uma Fundação, juridicamente é necessário que essa tenha um
patrimônio para que supra pelo menos suas necessidades básicas, por exemplo, a Fundação Roberto Marinho, que se mantém através dos lucros obtidos pela Globo, ou a Fundação Bradesco, que é mantida pelos lucros conquistados pelo banco de mesmo nome. Entidades Sem Fins Lucrativos: São instituições que não atendem necessariamente a causas sociais, geralmente beneficiam apenas seus associados e não uma grande parcela da população.
São exemplos associações de bairro, escolas ou clubes
recreativos.
29
Entidades Beneficentes: São instituições que trabalham na solução de problemas sociais, sejam eles, estruturais como a fome, ou individuais como a depressão. As
Entidades Beneficentes atuam em diversas áreas como cuidado de idosos, abrigos para moradores de rua, ajuda para dependentes químicos, sempre exercendo a filantropia, sem receberem lucro em troca.
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4.2 História do Terceiro Setor A História do Terceiro Setor é dividida em quatro momentos: • A primeira referência histórica que se tem de uma entidade do Terceiro Setor no Brasil é de 1543, século XVI, com a fundação da Santa Casa de Misericórdia de Santos, onde era prestada assistência hospitalar. Do século XVI ao século XIX, as associações
que realizavam trabalhos sociais eram ligadas à Igreja Católica e realizavam ações em prol da saúde e da educação em asilos, colégios e hospitais, sempre propagando valores cristãos. A partir do século XX, outras religiões foram surgindo, ganhando
notoriedade e passaram a contribuir com ações sociais, o que foi de grande ajuda, pois o Brasil passava por um momento de mudanças políticas, de Império para República, e surgiram novas demandas sociais devido ao crescimento urbano e industrial nas grandes cidades. • Na década de 30, durante o governo de Getúlio Vargas, as entidades existentes na época foram regulamentadas por uma legislação criada em 1935 que declarava sua utilidade pública. Em 1938 foi criado o Conselho Nacional de Serviço Social (CNSS) que propunha que as entidades associadas a ele receberiam subsídios do Governo. • Durante a ditadura Militar houve uma mobilização social onde instituições filantrópicas
e
assistenciais
se
uniram
às
organizações
comunitárias
para
representarem e divulgarem os problemas sociais. Foi nesse momento que começaram a surgir as ONGs. • Na década de 80, com o fim da Ditadura Militar, o governo adotou práticas
neoliberais, o que fez com que o investimento ofertado às organizações voltadas para ações sociais fosse reduzido. As organizações ficaram responsáveis por suprir as demandas sociais do país, praticamente sozinhas. Após a medida adotada pelo
governo, passaram então a buscar colaboração de instituições de iniciativa privada com fins lucrativos.
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4.3 Dados sobre o Terceiro Setor Uma foi pesquisa realizada no ano de 2010, fruto de parceria do IBGE e Instituto de
Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), com a Associação Brasileira de Organizações não-governamentais (ABONG) e o Grupo de Institutos, Fundações e Empresas (GIFE), com o objetivo de traçar o perfil das Fundações Privadas e Associações sem Fins
Lucrativos (Fasfil). Descobriu-se nessa pesquisa que, no ano de 2010 haviam no Brasil 290,7 mil Fundações Privadas e Associações sem Fins Lucrativos. A pesquisa acentuou bastante a participação das mulheres nessas fundações e associações, onde elas representam 62,9% das contratações, encontram-se predominantemente na região Sul
do país (67,6%) e atuam mais nas áreas da saúde (73,5%) e de assistência social (71,7%). Também é possível notar com a pesquisa que mesmo dentro do Terceiro Setor há desigualdade salarial entre homens e mulheres, onde os homens recebem em média 3,9 salários mínimos enquanto as mulheres apenas 2,9 salários mínimos. O setor conta com a participação de 12 milhões de pessoas contribuindo de alguma forma com o mesmo (doadores, voluntários, assalariados). Dessas formas de contribuição o voluntariado ainda é pouco praticado pelos brasileiros, contando com
apenas 2 milhões de pessoas trabalhando como voluntários. 72% nunca praticaram atividades voluntarias e de pessoas na faixa etária de 16 a 24 anos, 80% nunca praticaram essa atividade12.
12 Dados referentes à pesquisa realizada pela Fundação Itaú Social e pelo Instituto DataFolha.
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O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) desenvolveu em 2015 o Mapa das Organizações da Sociedade Civil que apresenta dados de aproximadamente 400
mil OSCs do Brasil. Entre os dados estão presentes informações sobre número de pessoas empregadas pelas OSCs em cada região do Brasil, número de empregos formais, distribuição das OSCs por área de atuação e tipos de parcerias com entidades
governamentais. Abaixo são apresentados esses dados: Distribuição de OSCs por número de empregados e região Sem pessoal
1a2
3a4
5a9
10 a 49
50 a 99
100 a 499
500 ou mais
Sudeste
173.751
17.456
6.428
6.874
10.763
2.056
1.787
464
Sul
99.698
17.456
2.844
2.953
3.613
629
561
126
Nordeste
108.987
5.388
2.053
1.763
2.082
463
426
91
Centro-Oeste
27.902
3.191
1.155
1.108
1.253
281
208
51
Norte
27.504
1.552
581
525
581
125
115
24
Fonte: Ministério do Trabalho (2015)
Número de empregos formais nas OSCs por região 1,800,000
1,698,745
Quantidade de Empregos
1,600,000 1,400,000 1,200,000
1,000,000 800,000 513,450
600,000 400,000
381,848 220,009
200,000
90,825
0 Sudeste
Sul
Nordeste
Centro-Oeste
Norte
Região Fonte: Ministério do Trabalho (2015).
33
Distribuição de OSCs por área de atuação 19.136
77.550
6.841
79.917
Saúde 39.669
Cultura e Recreação
27.383
Educação e Pesquisa Assistência Social Religião Associações Patronais e Profissionais Defesa de Direitos e Interesses
208.335
Outras atividades associativas
339.104
Outras organizações da Sociedade Civil
22.261 Fonte: Secretaria da Receita Federal (2016).
Distribuição de OSCs de economia solidária por região e tipo de vínculo com outras entidades 20
19 17
Quantidade de OSCs
18
15
16 14
11
12 10 7
8 5
6 4 2 0
4
4
7
6 6
5
3
2 0
0
Sudeste
0 Sul
Nordeste
1
0
1
0 0
Centro-Oeste
1
2 0
Norte
Região
Não possui vínculo
Federação de Orgãos Sociais
Governo
Movimento Sindical
Instituto de ensino e/ou pesquisa
Fonte: Ministério do Trabalho (2016), Secretaria da Receita Federal (2016).
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De acordo com o Mapa das Organizações da Sociedade Civil, no estado de São Paulo é onde se encontra o maior número de entidades do Terceiro Setor, com um
total de 82 mil organizações. Em segundo lugar fica Minas Gerais com 46 mil, seguido pelo Rio Grande do Sul com 35 mil organizações. Dados de 2013 em pesquisa realizada pela Fundação Grupo Esquel Brasil, de toda a
renda conquistada pelo Terceiro Setor, 20% eram recursos públicos, totalizando R$ 9 bilhões destinado às instituições. A Associação Brasileira de Organizações NãoGovernamentais (Abong) fez um levantamento que afirma que 10% das entidades do Terceiro Setor têm como principal fonte de renda dinheiro dos cofres federais, 13% dos cofres municipais e 12% dos estaduais. Em pesquisa realizada pelo Ceats-USP – Centro de Estudos em Administração do Terceiro Setor da Universidade de São Paulo com 273 empresas, descobriu-se que 56% investem em causas sociais; 40% crêem que investir nessas ações estimula mais os funcionários; 34% julgam que realizar essas ações aumentam os níveis de motivação e produtividade e 48% possuem funcionários que já realizaram trabalhos voluntários.
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4.4 Violência Doméstica no Brasil De acordo com o Artigo 5º da Lei Maria da Penha (Lei nº11.340/2006) a violência
doméstica e familiar se caracteriza como qualquer ação ou omissão que resulte em morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial à uma mulher. A sociedade normalmente relaciona a violência doméstica e familiar contra a mulher, à ação cometida por um homem, geralmente namorado, marido ou ex que executa o ato de violência movido por sentimentos de posse e ciúmes por sua parceira. Esta relação não é incorreta, visto que a violência cometida por parceiros afetivos é a mais comum no Brasil, mas isto não se configura como regra geral. Também se caracteriza como violência doméstica, a ação cometida por pessoas que não possuem grau de parentesco com a mulher, como padrasto/madrasta, sogro/a, cunhado/a ou agregados à família, mas também pessoas diretamente ligadas a ela, como pai, mãe, irmão, irmã,
filho/a, etc. Então, embora apareçam como a maioria dos casos, os agressores não são apenas homens. Em pesquisa intitulada “Mulheres Brasileiras nos Espaços Público e Privado” realizada pela Faculdade Paulista de Artes13, estimou-se que cinco mulheres são
espancadas a cada 2 minutos e 80% dos casos reportados, foram cometidos pelo parceiro afetivo da vítima.
13 Pesquisa realizada no ano de 2010.
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A Organização Mundial de Saúde realizou um estudo para dimensionar a taxa de mulheres que foram agredidas fisicamente por seus parceiros, em algum momento da
vida. No Brasil, em suas principais áreas urbanas, foi identificado que 27% das mulheres foram vítimas de violência física em algum momento da vida; 10% sofreram violência sexual e 29% foram vítimas de violência física e sexual ao longo da vida.
Nos últimos 5 anos14 foi observado um aumento de 89% nos casos de agressão física cometida pelo atual ou ex marido/namorado da vítima e um aumento de 88% nos casos que resultaram em assassinato cometidos também por atual ou ex marido/namorado. O Brasil ainda apresenta os seguintes dados referentes à violência contra a mulher: 1 estupro acontece a cada 11 minutos15; 1 mulher é assassinada a cada 2 horas16; 503 mulheres são vítimas de agressão a cada hora17. A cada 7.2 segundos uma mulher sofre agressão física18. 530 mulheres acionam a Lei Maria da Penha por dia, o que representa 22 mulheres por hora. Ainda sobre o Artigo 5º da Lei Maria da Penha, quatro pontos são observados com
atenção:
14 Pesquisa Percepção da sociedade sobre violência e assassinatos de mulheres (Data Popular/Instituto Patrícia Galvão,
2013). 15 11ª Edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública (FBSP,2017). 16 11ª Edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública (FBSP,2017). 17 Pesquisa Visível e Invisível: a vitimização de mulheres no Brasil (DataFolha/FBSP,2017). 18 Dado do Relógio da Violência, do Instituto Maria da Penha.
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1. O contexto cultural em que vivemos naturalmente atribui às mulheres certos papéis e aos homens são garantidos certos privilégios, que acabam colocando a mulher em
uma posição de vulnerabilidade e ficando socialmente expostas a violação dos seus direitos e à violência. Ela Wiecko, Vice Procuradora Geral da República diz: “Há supostos papéis estabelecidos tanto para homens quanto para mulheres: criam-se estereótipos que afetam a vida das pessoas. Mas, no caso das mulheres, esse impacto acontece em maior grau porque esses estereótipos são discriminatórios e historicamente têm impedido o acesso ao poder econômico e político e a direitos, gerando desigualdade. Há toda uma série de barreiras que são criadas para as mulheres e, nesse contexto, algumas pessoas usam inclusive da violência física e psicológica para manter aquilo que acham que é ‘correto’, para manter o que avaliam ser o ‘lugar da mulher’.”
2. Na Lei Maria da Penha são citadas cinco formas de violência doméstica e familiar: - Violência Psicológica: Alguns exemplos de violência psicológica são, quando a mulher é xingada, humilhada, ameaçada, intimidada e amedrontada; criticada
continuamente; quando suas ações e conquistas são desvalorizadas, quando suas opiniões e decisões são desconsideradas; ao ser debochada publicamente; quando tentam diminuir sua auto estima; quando tentam deixar a mulher confusa, fazendo ela se achar louca; ao controlar o que ela faz, o que veste, onde vai e com quem vai. - Violência Física: São os atos que envolvem espancamento, empurrões, objetos atirados contra a mulher, sacudidas, mordidas, puxões de cabelo; mutilações e tortura; uso de armas, como faca, ferramentas ou até mesmo arma de fogo.
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- Violência Sexual: Se há o ato sexual sem o consentimento da mulher, quando ela não quer, ou estiver dormindo, ou não estiver em condições de consentir; obrigar a
mulher a ver imagens e vídeos pornográficos; obrigar a mulher a relacionar-se sexualmente com outras pessoas; impedir a mulher de se prevenir à gravidez ou forçar o aborto quando a mulher estiver grávida.
- Violência Patrimonial: Quando o dinheiro que pertence à mulher é retirado de sua posse e é controlado ou usufruído sem seu consentimento; quando documentos pessoais, objetos de trabalho e outros bens são retidos, violando os direitos da mulher.
- Violência Moral: Humilhar a mulher publicamente, proferindo comentários ofensivos, seja para estranhos e/ou conhecidos; expor a intimidade do casal para outras pessoas; acusar a mulher de cometer crimes e inventar histórias que a diminua moralmente perante seus amigos e parentes. 3. As formas de violência, em muitos casos que acontecem no Brasil, são cometidas em conjunto. Ainda sobre a pesquisa realizada pela Organização Mundial de Saúde, cerca de 30% das mulheres entrevistadas afirmaram que seus parceiros as agrediram
fisicamente e sexualmente. Na maioria dos casos, as agressões são praticadas de forma contínua e geram consequências graves as mulheres, como dores físicas, depressão, abortos, tentativas de suicídio, etc.
4. Quem é conivente com um ato de agressão, finge não ter visto algo ou omite-se também está praticando violência e é igualmente responsabilizado pela lei.
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O Mapa da Violência19 que apresenta dados sobre a violência doméstica que acontece no Brasil, divulgou que a cada três pessoas atendidas pelo SUS por motivo
de violência, duas são mulheres. Em 51,6% dos atendimentos, foi registrado que o ato de violência contra a mulher voltou a acontecer. Em 2011, o SUS registrou mais de 70 mil atendimentos a mulheres que foram vítimas de violência, desse total, 71,8% sofreram agressão em seu ambiente familiar. Referente a idade, as mulheres na faixa etária de 20 a 59 anos que foram atendidas pelo SUS por motivo de violência, majoritariamente foram agredidas por seu cônjuge, namorado ou ex. Essa pesquisa ainda revelou que a violência doméstica é muito presente no
cotidiano de grande parte da população brasileira. 54% dos entrevistados conhecem pelo menos uma mulher que já tenha sofrido algum tipo de violência por parte de seu parceiro e 56% conhecem um homem que já tenha praticado violência contra sua parceira. Um balanço20 divulgado pelo Ligue 180 – Central de Atendimento à Mulher, mostrou que mais de 80% dos casos de violência por eles atendidos, foram cometidos por ex ou atuais parceiros das vítimas. Em 43% dos casos de violência, as agressões
aconteciam todos os dias e em 35% aconteciam semanalmente. Mas essas porcentagens ainda são pequenas, consideram que muitas mulheres não reportam a violência que sofreram para as autoridades, muitas vezes por medo de sofrer mais
agressões. Também existem casos que as mulheres não sabem a quem recorrer, ou não conhecem todos os seus direitos, ou não confiam nas redes de atendimento especializadas para mulheres; também há casos em que as mulheres não se manifestam,
pois
se
sentem
culpadas,
envergonhadas
ou
se
dependem
financeiramente de seus agressores, não sabem como sobreviverão e sustentarão seus filhos. No ano de 2015, o Ligue 180 efetuou 749.024 atendimentos, o que representa 1 atendimento a cada 42 segundos. 19 Dados de 2014. 20 Mapa da Violência 2012: Homicídios de Mulheres no Brasil (Cebela/Flacso, 2012).
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A pesquisa realizada pela Organização Mundial de Saúde, citada acima, revelou que cerca de 20% das mulheres que sofreram violência física por seus maridos, ficam em
silêncio, não contando o caso nem mesmo para família e amigos. Existe um ciclo de violência que busca compreender como as agressões ocorrem e a dificuldade que as mulheres enfrentam para sair dessa situação. O ciclo se inicia com a
fase da tensão em que os insultos, ameaças, ataques de raiva vão se intensificando. Logo após, vem a fase da agressão, onde toda tensão e fúria é descontada na mulher. A terceira fase é o momento em que o casal faz as pazes, o agressor pede perdão prometendo mudar seu comportamento, ou em alguns casos o agressor finge que nada aconteceu, e age de forma mais tranquila e carinhosa, e a mulher acredita que a agressão não ocorrerá mais. O ciclo se renova, sempre com atos de violência mais intensos e graves, e em intervalos menores entre as agressões. Uma pesquisa realizada pelo Instituto Avon buscou conhecer a percepção dos homens sobre a violência doméstica. 53% dos entrevistados assumiram já ter xingado sua parceira, 19% empurraram, 9% ameaçaram com palavras, 8% deram um tapa e 4%
deram um soco. Em muitos casos, a violência acontece porque os homens se sentem superiores às mulheres, pensam que têm poderes sobre sua parceira e exigem submissão. Alguns dos entrevistados assumiram que responsabilizam as mulheres pela
violência, onde 29% diz bater porque a mulher provoca, 23% afirmam que a mulher só para de falar se levar um tapa e 12% acreditam que se a mulher manter uma relação extraconjugal, ela merece apanhar. Quando questionados sobre o comportamento das mulheres, 85% dizem ser inaceitável que elas fiquem alcoolizadas, 69% não concordam que elas saiam só com amigos, sem sua companhia; e 46% não aceitam que elas usem roupas curtas, justas e decotadas.
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5. Dados Coletados em Pesquisa de Mercado e Opinião Você é única. Deste modo, ame-se, cuide-se, queira-se bem todos os dias. Perdoe-se sempre e tenha paz consigo mesma!
A Agência Vox realizou uma pesquisa quantitativa que foi divulgada nas redes sociais, do dia 29 de setembro a 3 de outubro. O propósito foi entender a dimensão
do problema da violência doméstica dentro do círculo de convivência familiar, de amigos e conhecidos. A pesquisa foi respondida por 104 pessoas, 67 mulheres (64,4%) e 37 homens
(35,6%). 67 participantes (64,4%) pertencem a faixa etária de 18 a 25 anos, 14 (13,5%) pertencem a faixa etária de 26 a 33 anos e 23 (22,1%) à faixa etária de 34 a 45 anos. Os participantes foram questionados se conheciam alguma mulher vítima de
violência doméstica, 99 pessoas responderam que sim (95,2%), apenas 5 responderam não para essa questão (4,8%). Em seguida foi perguntado que tipo de violência essa mulher sofreu, entre as opções estavam violência psicológica (xingamentos, humilhações, ameaças, etc.), violência física (socos, chutes, empurrões, tapas, espancamento, etc.) e violência sexual (sexo sem consentimento, obrigar a relação sexual com outras pessoas, obrigar a fazer um aborto, etc.). 82 pessoas responderam que as mulheres sofreram violência psicológica (78,8%), 67 responderam que as
mulheres sofreram violência física (64,4%) e 17 disseram que elas sofreram violência sexual (16,3%). Esses resultados significam que em alguns casos as mulheres sofreram com mais de um tipo de violência.
Dos casos que os entrevistados conhecem, apenas em 18,3% deles as mulheres procuraram ajuda de autoridades e da lei para se proteger contra a violência, contra 81,7% que não procuraram ajuda e permaneceram sofrendo agressões. Quando questionados de quem a mulher sofreu a agressão, 76% responderam que as mulheres foram
agredidas
pelo
marido,
29,8%
pelo
namorado
e
18,3%
por
ex
namorado/marido; 71,2% dos participantes conhecem alguém que já tenha agredido uma mulher.
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Quando foram questionados sobre o que fariam caso presenciassem um ato de violência contra uma mulher, 71,2% responderam que ligariam para a polícia. 27,9%
dos entrevistados revelaram que já foram vítimas de violência doméstica. Uma questão da pesquisa questionou se eles acreditam que é certo em um relacionamento o homem controlar o que a mulher veste, faz, para onde vai, com
quem convive, etc. Apenas 4 pessoas (3,8%) responderam que sim. É uma pequena porcentagem, mas é possível perceber que ainda existem pessoas machistas que acreditam que as mulheres devem ser controladas e submissas, sem poderem expor suas próprias vontades. Conclui-se com essa pesquisa que a violência doméstica é muito presente na vida das pessoas, que os diversos tipos de violência contra a mulher são praticados em conjunto, causando graves danos na vida das mulheres, que em muitos casos a mulher se cala, não recorrendo a uma ajuda para solucionar os problemas que enfrenta e que na maioria dos casos, os parceiros amorosos são responsáveis pela agressão. É importante salientar também que grande parte dos entrevistados afirmaram que
ligariam para a polícia caso presenciassem um ato de violência contra uma mulher, o que representa que eles não se omitiriam nem se tornariam cumplices do crime.
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6. Anรกlise SWOT
Deixe o seu sorriso mudar o mundo, mas nunca deixe o mundo mudar o seu sorriso!
Fatores Positivos
Fatores Negativos
Força:
Fraquezas:
- Apoio social de grande marca (Mary Kay); Fatores Internos
- Projetos de apoio jurídico, profissional e psicológico. Oportunidades: - Target muito presente nas redes sociais;
Fatores Externos
- Combate a violência doméstica tem sido uma pauta muito discutida;
- Pouca publicidade; - Pouco engajamento nas redes sociais; - Poucos projetos com parceiros. Ameaças: - Machismo; - Falta de apoio de mais marcas.
- Feminismo; - Momento de reflexão e busca de defesa de causas sociais.
Força: - Apoio social de grande marca (Mary Kay): Conta com o apoio da marca Mary Kay, que contribui financeiramente todos os meses, ajudando a manter o projeto. - Projetos de apoio jurídico, profissional e psicológico: Para mulheres que estão
em abrigos por correrem risco de vida, a Fala Mulher oferece assistência jurídica especializada, além de apoio psicológico para que elas possam retomar suas vidas de forma plena, e apoio profissional que as capacita e oferece uma oportunidade de
trabalhar produzindo artesanato.
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Fraquezas: - Pouca publicidade: Possuem rede social (Facebook), sendo que todas as postagens,
que não são frequentes, são feitas pela própria gestora da Associação, e não por um profissional da área de comunicação. Todas as postagens são orgânicas, não há investimento em publicidade por falta de verba.
- Pouco engajamento nas redes sociais: Pouco ativos na rede social que possuem (Facebook), não interagindo com os seguidores da página. -Poucos projetos com parceiros: Possuem apenas um vídeo realizado pela marca
parceira (Mary Kay) e que atualmente, está disponível apenas no canal do YouTube da marca. Oportunidades:
- Target muito presente nas redes sociais: Jovens adultos estão sempre conectados, pesquisando sobre projetos e defendendo causas sociais. - Combate a violência doméstica tem sido uma pauta muito discutida: Tanto nas escolas/universidades, quanto nas redes sociais, a violência doméstica vem sendo um assunto muito pautado e discutido. Nos últimos anos, tornou-se tema para debates e reflexões. - Feminismo: O movimento feminista preconiza o aprimoramento e a ampliação do papel e dos direitos das mulheres na sociedade. Com o passar do tempo, tem ganhado cada vez mais força e adeptos, e trazendo uma ruptura de conceitos mantidos e passados de geração em geração.
- Momento de reflexão e busca de defesa de causas sociais: Vivemos em tempos críticos, o que resulta em reflexões sobre os problemas que enfrentamos diariamente. Geralmente, essas causas são lideradas por jovens adultos que, cansados de sofrerem
com a violação de direitos, lutam esperançosos pela mudança.
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Ameaças - Machismo: Atitudes ou comportamentos de discriminação do universo feminino,
considerando as mulheres inferiores aos homens, tem causado a desvalorização do papel da mulher na sociedade. - Falta de apoio de mais marcas: Possui um único parceiro (Mary Kay).
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7. Planejamento de Campanha Gostaria que você soubesse que existe dentro de si uma força capaz de mudar sua vida, basta que lute e aguarde um novo amanhecer!
Objetivo de Marketing - Arrecadação de R$ 25.000,00 para manter a associação e os abrigos funcionando. Problema de Comunicação - A Associação Fala Mulher não divulga seus trabalhos, não investe em publicidade, ou seja, é pouco conhecida pelo público.
Objetivo de Comunicação - Construir a imagem e identidade da Associação Fala Mulher; - Incentivar o público a doar e apoiar a causa que o projeto defende; - Criar conhecimento da Associação Fala Mulher. Objetivo de Campanha - Tornar a Associação Fala Mulher conhecida, incentivando a doação de verba para manter o projeto. Estratégia: Mostrar os serviços prestados e como eles impactam a sociedade.
Tática: Conscientizar a população sobre a importância da defesa dos direitos das mulheres e seu papel na sociedade como cidadãs por meio das redes sociais. Ação: Divulgação de peças publicitárias mostrando as formas de violência contra a mulher, mostrando números reais de casos e ocorrências e mostrando que tais mulheres também podem ser fortes com o apoio da associação Fala Mulher.
What?
Why?
Who?
Where?
When?
How?
Divulgação em mídia ON e OFF.
Impactar target ativo nas redes sociais e engajados com a causa.
Agência VOX.
Estado de São Paulo.
Outubro de 2018.
Através das redes sociais com textos complementares à campanha, publicação em revista e OOH.
How much? R$ 805.694,43
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8. Criação e Produção Independente do que estiver sentindo, levante-se, vista-se e saia para brilhar!
Campanha: Não se cale! A campanha “não se cale” tem como conceito principal dar voz a milhares de mulheres que sofrem com a violência doméstica. Abordaremos esse problema mostrando suas principais causas e as suas diversas ramificações, mostrando também como identificalo e tomar medidas iniciais para resolvê-lo. As peças de criação se dividem em 4 frentes: - Apresentação do problema.
- Apresentação da ONG como meio que ajuda a resolver o problema. - Incentivo a doação. -Mensagens motivacionais e com tom de ajuda.
Ações - A Arte Fala: Como forma de oferecer suporte profissional, a Associação Fala Mulher oferece cursos
e oficinas de artesanato, visando reintegrar todas as mulheres de volta ao mercado de trabalho, possibilitando e incentivando seu desenvolvimento e independência financeira. Em uma kombi alugada, colocaremos todos os artesanatos feitos pelas mulheres da Associação, e a estacionaremos em pontos estratégicos e movimentados da cidade de São Paulo, como praças e avenidas. Movidos pela curiosidade, as pessoas que circulam no local em que a Kombi estará localizada serão atraídas, gerando uma oportunidade
de contar sobre o projeto e incentivar a doação de qualquer valor. Os locais serão definidos com apoio da Mídia da Agência VOX, que identificará quais as melhores praças para divulgação do trabalho.
Os itens não terão um valor fixo, pois a proposta não é estimular vendas e obter lucro, mas sim, divulgar o projeto. Serão distribuídos panfletos com mensagens de incentivo a doação. A ação será divulgada com posts nas redes sociais da ONG.
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Referência:
Peça de divulgação:
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Divulgação no Facebook:
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- Lambe Lambe: Uma forma simples de impactar muitas pessoas que circulam todos os dias na grande São Paulo. Iremos espalhar “lambe lambes” com frases de reflexão sobre violência contra a mulher, incentivando denuncias em casos assim e divulgando a Associação. As próprias integrantes da associação poderão fazer a colagem.
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-Presença no evento Mulher Brilhante: O evento Mulher Brilhante incentiva as mulheres a buscarem sua independência emocional e financeira através de palestras ministradas durante dois dias. Convidaremos as integrantes do projeto e a gerente da Associação a participarem do evento contando e explicando o projeto, dando relatos e incentivando o apoio e a luta contra a violência doméstica. Todas as mulheres que puderem, quiserem e se sentirem à vontade para dar seu testemunho estarão convidadas a participar.
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- Parceria Mary Kay: Nos catálogos de produtos que circulam entre revendedoras e clientes, iremos fazer um anúncio com o objetivo de tornar o projeto conhecido e expor a violência doméstica, também incentivando o uso do canal de denuncias e apoio à Associação.
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- Revista Fala Mulher: No mês do dia internacional do combate à violência doméstica, voltaremos a veicular em formato digital a Revista Fala Mulher. Com capa e conteúdo especial devido a importante data, a revista ficará disponível para download no site da associação, como forma de divulgação e incentivo ao tráfego nessa plataforma. Todos os meses uma nova edição será elaborada, divulgada e disponibilizada para download.
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-Posts nas redes sociais (Facebook e Instagram) : Além das postagens abordando o tema violência doméstica, suas vertentes e incentivo a denuncia e apoio ao projeto, iremos veicular peças com conteúdos para fornecer ajuda e apoio a diversas mulheres que sofrem com esse crime, mas ainda não fazem parte da Associação. O objetivo é incentivar o amor próprio, ajudar a identificar sinais de um relacionamento abusivo, promover o autoconhecimento e mostrar que há uma forma de solucionar o problema, que a mulher nunca é culpada pela violência sofrida e que ela não está
sozinha. -Post Facebook (1ª fase: Apresentação do Problema)
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-Instagram: Storie e Post com foto (1ª fase: Apresentação do Problema)
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-Post Facebook (3ª fase: Incentivo a doação)
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-Instagram: Storie e Post com Foto (3ª fase: Incentivo a doação)
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-Post Facebook (4ÂŞ fase: Mensagens motivacionais e com tom de ajuda)
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-Instagram: Storie e Post com Foto (4ÂŞ fase: Mensagens motivacionais e com tom de ajuda)
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- Divulgação pelas ruas de São Paulo: Peças da campanha serão divulgadas em pontos de ônibus, relógios digitais urbanos e nas principais linhas de metrô da Capital, visando impactar o maior número de pessoas para que possam entender a gravidade do tema da violência doméstica e conhecer o trabalho da Associação Fala Mulher.
- Metrô: Painel Interno (1ª fase: Apresentação do Problema)
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-Metrô: Painel Interno (2ª fase: Apresentação da ONG como meio que ajuda a resolver o problema)
- Metrô: Portas (1ª fase: Apresentação do Problema)
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-Metrô: Portas (2ª fase: Apresentação da ONG como meio que ajuda a resolver o problema)
- Pontos de ônibus (1ª fase: Apresentação do Problema)
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- Pontos de Ônibus (2ª fase: Apresentação da ONG como meio que ajuda a resolver o problema)
- Relógio Digital Urbano (1ª fase: Apresentação do Problema)
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- Relógio Digital Urbano (2ª fase: Apresentação da ONG como meio que ajuda a resolver o problema)
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-Vídeo no canal Fala Mulher no Youtube: Iremos divulgar um vídeo institucional falando e explicando o que é a violência doméstica, suas ramificações e mostrando dados reais e impactantes sobre o tema. Temos o objetivo de falar do projeto da Associação, conscientizar a população e incentivar as denuncias em casos de violência. Observação: O layout do book foi inspirado nas ilustrações da artista Natália Araújo, que divulga seu trabalho nas redes sociais. Através de seus desenhos ela enaltece a diversidade das mulheres, as diferenças de estilos, de personalidade, de características e aborda o comportamento das mulheres de cada região do Brasil. Instagram: @nanaths
As cores amarelo e roxo utilizadas nas peças e na composição do book são uma referência às cores do logo da Associação Fala Mulher, porém com tons mais vibrantes atribuindo jovialidade e atualidade à campanha. A espiral que compõe as páginas do
book também são uma referência ao logo da Associação.
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Peças da Campanha: - Apresentação do problema: Abordar o tema da violência doméstica apresentando os diferentes tipos de violência como sexual, psicológica e física. Divulgação em
metrôs, pontos de ônibus, relógios digitais urbanos e redes sociais.
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- Apresentação da ONG como meio que ajuda a resolver o problema: A divulgação será feita apenas nas ruas, nos relógios digitais urbanos, pontos de ônibus e metrôs para apresentar a Associação e mostrar os meios de chegar até ela como, redes sociais, telefone e sede da Associação. O objetivo é atrair as pessoas, tanto as que precisam de ajuda no combate à violência doméstica, quanto os interessados em fazer doações.
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- Incentivo a doação: Após o período de gerar interesse no público pelo trabalho da Associação Fala Mulher e redireciona-los para conhecer as redes sociais, o próximo passo da campanha é reforçar o trabalho que a Fala Mulher desenvolve e assim pedir a contribuição das pessoas.
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- Mensagens motivacionais e com tom de ajuda: O objetivo é ajudar as mulheres que já acompanham a Associação e as que foram alcançadas com as outras etapas da campanha a como identificar o problema que enfrentam e ajuda-las a entender que elas não são culpadas pela situação e são mulheres fortes.
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9. MĂdia e Custos Por um mundo onde sejamos socialmente iguais, humanamente diferentes e totalmente livres!
Briefing de Mídia ONG: Associação Fala Mulher
Público Alvo: Mulheres e Homens Período da Campanha: 3 meses Patrocinadores: Instituto Mary Kay, Dafiti, The Gift Box, Mapfre Seguros, Linhas Aéreas
Azul, Phina Moda Feminina e Instituto Baccarelli. Verba: 1 milhão – UTILIZADO: R$ 805.694,43 Objetivos de Mídia: Atingir mulheres que sofrem violência (moral, física, sexual)
praticada por homens, principalmente violência doméstica, ajudando-as a como agir diante da situação em que vivem. Alcance: Metrô – 87% (3,48 milhões) de 4 milhões por dia;
Internet – 120.000 - 730.000 pessoas por dia (Facebook); 98 mil – 300 mil por dia (Instagram) . Continuidade: concentrada
3 meses – metrô 3 meses – internet 3 mês – rua
Cobertura: São Paulo Meios Selecionados: Internet, metrô e rua. Critério para escolha dos meios: sexo, idade e classe social. MEIOS
SEXO
IDADE
CLASSE SOCIAL
Internet
ambos
18 a 45 anos
A, B, C, D e E
Ponto de ônibus e relógio de rua
Metrô
ambos
18 a 45 anos
A, B, C, D e E
ambos
18 a 45 anos
A, B, C, D e E
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Tabela MetrĂ´
Tabela Facebook
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Tabela Pontos de ร nibus e Relรณgios
Tabela Instagram
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Tabela Flow Chart
Tabela CashFlow
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Cronograma Geral
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â&#x20AC;&#x153;Sozinhas, pouco podemos fazer; juntas, podemos fazer muito.â&#x20AC;?