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Argumento

8. ARGUMENTO

Após terem conseguido escapar de eventos catastróficos, conhecemos os nossos dois personagens pela primeira vez em uma sala de um sítio no interior de São Paulo à noite. Murilo está tentando consertar um aparelho de rádio com a ajuda da iluminação de velas pela sala de estar. Arthur, sobrinho de Murilo, acabou de acordar e chega do quarto. Não há eletricidade. Arthur olha para o seu tio tentando puxar alguma conversa com seu tio, ele precisa desabafar alguma coisa. Murilo nota que Arthur está ao lado dele e começam a conversar. A primeira coisa que vem em mente é de tentar entender tudo o que aconteceu antes deles chegarem no sítio. O que um se lembra é a mesma coisa que o outro se lembra. Murilo estava levando Arthur para a sua casa no centro de São Paulo de carro, pois os pais de Arthur estavam se divorciando e foi quando os “Eventos” começaram a acontecer. Eles trocam informações do que se lembram... Prédios explodindo aos arredores, carros engolidos pelo chão, gritos e tudo o que imaginássemos se pensássemos no fim dos tempos, parecia algo natural que estava acontecendo, como se o próprio planeta Terra estava realizando esses “Eventos” de alguma maneira. Arthur olha para o tio e pergunta algo que os dois sabem qual é a resposta, mas no fundo não possuem a coragem de dizer. Os pais de Arthur sobreviveram ou não? Murilo sem resposta se levanta e vai à cozinha preparar comida para os dois.

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Arthur na sala de estar, agora está tentando fazer o aparelho de rádio funcionar, seu celular com a bateria quase descarregada também não tem sinal e o desejo de saber o que aconteceu aumenta a cada minuto que passa. Seu tio o observa e tentando o acalmar relembra de como o pai de Arthur e ele gostavam de ouvir os jogos de futebol com esse mesmo aparelho de rádio quando eram crianças e não faz a menor ideia de como ele ainda funciona. Arthur vai à cozinha com o seu tio. Aqui temos toda a comida que os dois possuem para sobreviver na mesa, basicamente o que eles têm em maioria são as carnes que sobraram do último churrasco em família. Eles racionalizam a comida e calculam que possuem no máximo 1 mês antes de toda a comida acabar. Arthur e Murilo têm uma discussão dos seus planos para o dia seguinte, Arthur quer ir para a cidade e

procurar seus pais e Murilo, por se sentir mais seguro dentro do sítio, planeja

continuar onde está. Arthur segue com o plano de seu tio. Murilo está acabando de cozinhar e pede para Arthur buscar um banco confortável que está fora do sítio para ele se juntar a mesa.

Ao buscar o banco que está ao lado da churrasqueira do lado de fora, Arthur ouve algum sussurro entre às árvores, como se elas estivessem conversando entre si. Poderia ser só o vento, mas levado pela sua curiosidade, utiliza a lanterna de seu celular para observar melhor e.... o banco como escudo. Arthur da alguns passos para frente até perceber o quanto se distanciou do sítio. Ele usa a lanterna do celular para tentar observar mais à frente e então a lanterna se apaga e junto a bateria do celular acaba. Arthur fica imóvel por alguns segundos com medo do que pode acontecer. Ele ouve o mesmo barulho das árvores se distanciando até que se silencie e Arthur volta para o sítio.

Arthur conta para o seu tio o que ele acabou de passar e seu tio ameniza pensando que se algo fosse acontecer já teria acontecido e relembra que ele e o pai do Arthur costumavam observar todo tipo de bicho nessa região e termina dizendo que estão seguros enquanto estiverem dentro do sítio. Arthur tosse algumas vezes, seu tio pergunta se está tudo bem, Arthur responde que sim e os dois se sentam para comer. Durante a refeição os dois possuem o primeiro momento de descontração que os dois tiveram após tudo o que testemunharam. Arthur se lembra que em um dos churrascos sua mãe sempre tentava ajudar em algo para cozinhar, apesar de não ser uma boa cozinheira, e uma vez quando ela fez o que foi considerado a pior salada de maionese da história das saladas de maionese. Os dois planejam o que irão fazer após a janta e decidem que tentar dormir será a melhor opção.

Na manhã seguinte, com o nascer do sol iluminando o sítio e o arredor, Arthur acorda e parte para procurar o seu tio. Ele não o encontra no quarto, sala, cozinha, e um desespero de que ele poderia estar sozinho começa a tomar conta dele. Arthur sai da casa e encontra seu tio ao lado da churrasqueira onde era realizado as confraternizações da família. Arthur diz que estava preocupado e acha melhor ficarmos dentro da casa o máximo possível. Seu tio diz que não acha necessário pois quando acordou procurou ao arredor se havia alguém

dentro das casas e não achou ninguém. Seu tio começa a tossir da mesma forma

que Arthur tossiu anteriormente. Seu tio acha que Arthur deve ter passado alguma grupe para ele. Eles definem os seus afazeres dentro e fora do sítio. De agora em diante eles não fazem ideia do que vai acontecer a única coisa que sabem é que precisam manter a mente ocupada para não enlouquecerem e esperar que alguém ou algo os ajude. O tio ficará com prioridade na comida, enquanto Arthur terá o trabalho mais complicado de manter o sítio limpo.

Arthur desenrola um fone de ouvido que já tinha esquecido no seu bolso e o usa imaginando qualquer música tocando enquanto começa a limpar o sítio. Nesse momento temos uma passagem desde a cena anterior até duas semanas depois. Durante essa passagem acompanhamos as rotinas dos dois personagens dentro do sítio. Arthur limpando os cômodos do sítio e vivendo uma vida completamente diferente da que ele está acostumado, sem internet, TV, celular, precisa encontrar diversão em coisas simples. Seu tio a maioria do tempo no seu quarto lendo e fazendo pilhas de livros que ele encontrou, tendo uma paz e calma que ele não tinha antes. Seu tio vive a vida que sempre quis ter, longe de todas as preocupações do seu passado. Temos Arthur e seu tio comendo durante esses dias vemos a comida acabando....

Duas semanas depois, O ÚLTIMO dia de comida que resta para os dois. A esperança de que alguém pudesse salvar os dois acaba. Os dois se reúnem no centro da cozinha com o que restou de comida. Arthur zomba de seu tio, o mesmo que falou que tinha comida para 1 mês, mas durou apenas 2 semanas. Murilo está muito pensativo. Os dois apresentam os seus respectivos planos para o próximo dia. Arthur demonstra o interesse em voltar para o centro de São Paulo ele pensa que lá teriam mais chances de sobreviver, encontrar comida, achar outras pessoas e finalmente saber o que aconteceu. Seu tio acha isso muito arriscado, quer permanecer dentro do sítio e junto com o Arthur procurar pelo arredor por comida e outros recursos, pois se sente mais seguro. Eles não chegam a uma decisão concreta, porém Arthur sabe que o que o seu tio decidir será a palavra final, Arthur não teria chances de chegar até a cidade sozinho. Os dois ficam em silêncio por um instante, até que seu tio pergunta se Arthur já está com fome e ele vai preparar a comida enquanto Arthur arruma a mesa. Os dois se sentam e começam a comer, dessa vez com poucas palavras e algumas

trocas de olhares, podemos observar que os dois estão muito pensativos e

aflitos. Eles ouvem uma interferência vinda do mesmo rádio que Arthur estava tentando arrumar no começo da história. Arthur sai correndo para tentar melhorar o sinal pois a voz está inaudível e seu tio fica imóvel olhando o Arthur, até que ele consegue ajustar o sinal e ouvimos uma mulher dizendo que existe um grupo de refugiados aglomerados em uma estação de metrô e quem estiver ouvindo a mensagem para procurar esse abrigo. A voz na rádio também diz para não esquecerem de proteger o rosto enquanto estiverem na rua, pois não sabem o quanto o ar já pode estar envenenado. Murilo, após ouvir a mensagem da rádio, desliga o aparelho e já sabe o que Arthur está pensando e já diz que é uma má ideia. Arthur finalmente desabafa o que ele vem guardando dentro de si. Arthur desabada todo o sentimento de culpa por não ter ido atrás de seus pais no momento dos desastres e quer saber se os seus pais estão vivos e precisa encontrá-los. Arthur e seu tio se abraçam e com o sinal de positivo com a cabeça os dois finalmente decidem qual será o plano daqui para a frente. Encontrar os pais de Arthur.

Na manhã do dia seguinte, os dois estão fazendo as malas para a viagem. Arthur leva o aparelho de rádio e algumas roupas que encontrou nos armários do sítio. Seu tio, com muito cuidado pega uma arma que está escondida em seu quarto e coloca na mala.

Do lado de fora do sítio, Arthur e seu tio estão um do lado do outro prontos para partir. Arthur coloca uma proteção de rosto improvisada que fez com um lenço dentro do sítio e entrega outro para seu tio usar. Os dois colocam suas malas dentro do porta-malas do carro e Arthur pergunta para seu tio se ele acha que conseguirão encontrar seus pais. Murilo coloca uma mão no ombro do sobrinho e diz ter certeza de que encontrarão eles.

Fim do Episódio.

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